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UNIVERSIDADE JEAN PIAGET DE ANGOLA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS


ENGENHARIA ELECTROMECÂNICA

TURBOMÁQUINAS

2° Semestre – 4° Ano
Ano Lectivo: 2009/2010

Turbobombas.
Influência da forma das pás sobre a altura de elevação.
Influência do Número finito de pás e da espessura das pás do rotor
Interdependência entre as grandes características do funcionamento de
uma bomba centrífuga

DISCENTE:

 Afonso Pombal Cumba


 Hervé Tango Disadidi

TURNO: Diurno
SALA: 2.3

Docente: Eng. Fundanga


SUMÁRIO

I. INTRODUÇÃO A MÁQUINAS HIDRÁULICAS ........................................................... 2

Máquinas Hidráulicas......................................................................................................2
- Máquina Motrizes ........................................................................................................2
- Máquinas Geratrizes ou Operatrizes ............................................................................2
- Máquinas Mistas ..........................................................................................................2

Bombas Hidráulicas........................................................................................................2

II. TURBOBOMBAS ...............................................................................................................3

Segundo a trajectória do fluido......................................................................................3

Segundo o número de rotores usados............................................................................3

Segundo o número de entradas para aspiração.............................................................3

III. VANTANGES E DESVANTAGENS DAS TURBOBOMBAS......................................4

IV. APLICAÇÕES DAS TURBOBOMBAS..........................................................................4

V. PRINCIPAIS COMPONENTES DAS BOMBAS ............................................................5

1. Carcaça ou corpo da bomba......................................................................................5

2. Rotor ........................................................................................................................5
- Rotor Fechado
- Rotor Aberto ..........................................................................................................6
- Rotor Semi-aberto ................................................................................................. 6

VI. PRINCIPIO DE FUNCIONAMENTO DE UMA BOMBA CENTRIFUGA PURA.......7

VII. INTERDEPENDÊNCIA DAS GRANDEZAS CARACTERÍSTICAS DO


FUNCIONAMENTO DE UMA BOMBA CENTRÍFUGA................................................... 7

VIII. TEORIA FUNDAMENTAL DAS BOMBAS...............................................................10

IX. INFLUÊNCIA DA FORMA DAS PÁS SOBRE A ALTURA DE ELEVAÇÃO...........11

X. INFLUÊNCIA DO SENTIDO DE ROTAÇÃO DO ROTOR...........................................13

XI. INFLUÊNCIA DO NÚMEROS FINITOS DE PÁS........................................................14

XII. INFLUÊNCIA DA ESPESSURA DAS PÁS .................................................................15

XIII. CONCLUSÃO ..............................................................................................................16

XIV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................17

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I. INTRODUÇÃO A MÁQUINAS HIDRÁULICAS

É imperativo que antes de falar sobre as turbobombas - uma subclassificação das


bombas – ter algumas noções úteis com respeito as máquinas hidráulicas, grupo de máquinas
às quais fazem parte as bombas, turbinas, etc.

Máquinas Hidráulicas são máquinas que trabalham fornecendo, retirando ou


modificando a energia do líquido em escoamento. Em função deste tipo de trabalho que
exercem ao fluido podemos classificar em:

- Máquina Motrizes: Transformam a energia hidráulica que o líquido possui em outra


forma de energia e a transferem para o exterior.

Exemplos: turbinas, motores hidráulicos, rodas d’água

- Máquinas Geratrizes ou Operatrizes: são máquinas hidráulicas que introduzem no


líquido em escoamento energia de uma fonte motriz. Transformam energia mecânica
fornecida por uma fonte (um motor eléctrico, por exemplo) em energia hidráulica.

As formas de energia adicionadas são pressão e velocidade (exemplo: bombas


centrifugas, ventiladores, sopradores, compressores centrífugos);

- Máquinas Mistas: Máquinas que modificam o estado da energia que o líquido


possui.

Tendo em conta que nosso trabalho se refere a turbobombas começamos por


apresentar alguns conceitos gerais sobre bombas, tais como sua constituição e sua
classificação antes de aprofundarmos no tema em questão.

Bombas Hidráulicas são máquinas operatrizes que recebem energia potencial de uma
fonte motriz – motor (de combustão interna ou eléctrico), ou turbina – e transformam parte
dessa potencia em energia em:

-Energia Cinética (movimento nas bombas cinéticas);


-Energia de Pressão (Força nas bombas de deslocamento positivo)

As duas formas de energia são cedidas pela bomba ao fluido líquido, a fim de faze-lo
recircular ou para transporta-lo de um ponto a outro.

Figura 1: Uma bomba acoplada a motor eléctrico

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II. TURBOBOMBAS

As turbobombas são bombas cinéticas (ou de fluxo) porque recebendo energia


potencial de uma maquina primaria convertem esta energia, a principio sob forma de
velocidade ou energia cinética, e então, em energia de pressão do liquido que está sendo
bombeado.

Essas conversões só são possíveis graças às duas partes principais das bombas o rotor
e a carcaça ou difusor. O rotor é a parte giratória que converte a energia mecânica em energia
cinética. O rotor é dotado de pás que devido a sua aceleração, exerce força sobre o líquido.
Essa aceleração não possui a mesma direcção, o mesmo sentido do movimento do líquido em
contacto com as pás. A descarga gerada depende das características das bombas, do número
de rotações e das características do sistema de encanamento.

Existem diferentes critérios de classificação das turbobombas, entre as quais


destacamos algumas como: trajectória do fluido, o número de rotores, o número de entradas
de aspiração.

Segundo a trajectória do fluido

• Turbobomba de Fluxo Radial


• Turbobomba de Fluxo Axial (Bomba centrífuga pura)
• Turbobomba de Fluxo Helicoidal, ou Misto

Segundo o número de rotores usados

-Turbobomba de Simples Estágio: por conter apenas um rotor, o fornecimento de


energia ao líquido é feito em um único estágio. Estas bombas não são utilizadas para alturas
de elevação grandes por suas dimensões excessivas e correspondente custo elevado e baixo
rendimento.

-Turbobombas de Múltiplos Estágios: quando a altura de elevação é grande, faz-se o


liquido passar sucessivamente por dois ou mais rotores fixados no mesmo eixo e colocados
em uma caixa cuja forma permite este escoamento. A passagem do líquido em cada rotor e
difusor constitui um estágio na operação de bombeamento. O eixo pode horizontal ou vertical.
Aplicam-se nas instalações de alta pressão, pois altura total de elevação é a soma das alturas
parciais de cada rotor.

Segundo o número de entradas para aspiração:

-Bombas de aspiração simples ou entrada unilateral: a entrada faz-se num só lado.

-Bombas de aspiração dupla ou entrada bilateral: o rotor recebe o líquido em dois


sentidos opostos, paralelamente ao eixo de rotação. É equivalente a dois rotores em paralelo,
que teoricamente, são capazes de elevar uma descarga dupla da que se obteria com rotor
simples. Nesse tipo de bombas o empuxo longitudinal do eixo é equilibrado e o rendimento é
óptimo, o origina a sua vasta aplicação para descargas médias.

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III. VANTANGES E DESVANTAGENS DAS TURBOBOMBAS

As turbobombas apresentam como principais vantagens as que a seguir expomos:

• Melhor rendimento
• Vazão uniforme
• Ocupam espaço reduzido
• Baixo custo de manutenção
• Apresentam menores vibrações
• Requerem fundações mais simples
• Possibilidade de trabalharem com líquidos contendo lama, ou sólidos em
suspensão
• Menos sobressalente
• Ausência de ponto morto
• Ausência de válvulas
• etc.

Porém, elas apresentam as seguintes desvantagens:

• Aspiração difícil
• Necessidade de escorvas antes de começar a operar
• Menor rendimento
• Desaconselháveis para pequenas vazões e altas pressões
• etc.

IV. APLICAÇÕES DAS TURBOBOMBAS

As principais aplicações das turbobombas são, entre outras, as que a seguir expomos:

• Sistemas de Irrigação
• Sistemas de Drenagem
• Sistemas de Abastecimento
• Centrais Termoeléctricas
• Centrais de Refrigeração
• Indústria Têxtil
• Indústria Petrolífera
• Indústria química e petroquímica
• Sistema de combate de incêndio
• Uso marítimo
• Uso doméstico, etc.

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V. PRINCIPAIS COMPONENTES DAS BOMBAS

1. Carcaça ou corpo da bomba. Também chamado de difusor ou impelidor é o órgão


de contenção da máquina. Ela faz a transformação da maior parte da elevada energia cinética
com que o liquido sai do rotor em energia de pressão. Esta transformação é operada de acordo
com o teorema de Bernoulli, pois o difusor sendo, em geral, de secção gradualmente crescente
realiza uma contínua e progressiva diminuição de velocidade do líquido que por ele escoa,
com simultâneo aumento de pressão, de modo a que esta tenha valor elevado e a velocidade
seja reduzida na ligação da bomba a tubulação de recalque.

Geralmente feitas de ferro fundido, abrigam o rotor. As bombas de fluxo radial tem
forma de caracol (voluta ou espiral) ou circular e para as bombas de fluxo axial e misto, o
formato é geralmente cilíndrico.

Em certas bombas entre a saída do rotor e a carcaça colocam-se palhetas devidamente


orientadas, denominadas “pás guias” ou directrizes para que o liquido que sai do rotor seja
conduzido ao colector com velocidade, direcção, tais que a transformação da energia cinética
em potência de pressão se processe com um mínimo de perdas por atrito ou turbulência.

2. Rotor: é o elemento rotativo das bombas. Ele vem sempre acoplado a um eixo que
atravessa a carcaça. Ele pode ser feito de ferro fundido, bronze ou inox, dependendo das
condições de emprego.

Neste trabalho abordamos muito sobre o rotor, porque, além de ser a peça mais
importante da bomba é a estrutura na qual encontramos fixos as palhetas ou pás pelo que
recebe uma atenção especial dos fabricantes, em seu projecto e sua construção a fim de
aprimora-lo cada vez mais.

As turbobombas podem ter rotores do tipo aberto, semi-aberto e fechado

- Rotor Fechado (Figura 4): tem as pás compreendidas entre dois discos paralelos
(parede) podendo ter uma entrada de aspiração (aspiração simples) ou de ambos os
lados. É mais eficiente que os outros tipos, porém é recomendado para água limpa
. São os rotores mais usados, quase que universalmente preferidos, pois
apresentam melhor rendimento em operação.

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Figura 4 –Rotor fechado

- Rotor Aberto (Figura 5): tem pás livres na parte frontal e quase livres na parte
posterior. Sob o ponto de vista estrutural, são rotores frágeis, tanto assim que,
quando as palhetas são longas, elas são reforçadas com nervuras ou paredes
parciais.

Figura 5- Rotor aberto

- Rotor Semi-aberto (Figura 6): as pás são fixadas de um lado num mesmo disco,
ficando aberto o outro lado livre. São usados para o bombeamento de líquidos
viscosos, de líquidos com elevada concentração de sólidos abrasivos em
suspensão, de líquidos contendo materiais fibrosos, de líquidos com tendência de
formar espuma ou libertar gás.

Figura 6- Rotor Semi-aberto

Os rotores aberto e semi-aberto destinam-se para o bombeamento de líquidos viscosos


ou sujos (com partículas sólidas em suspensão), pois dificilmente são obstruídos.

A maioria dos rotores, além das pás ou palhetas, possuem bocal ou olhal de sucção,
paredes e cubo.

Pás ou palhetas servem para transmitira energia e guiar convenientemente o fluido em


sua trajectória dentro do rotor.

O olhal de sucção é a parte onde o liquido penetra no rotor.

As paredes são discos ou coroas circulares de espessura delgada destinadas a evitar a


fuga dispersa fluido no rotor. São os elementos estruturais para a fixação das pás.

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Cubo, impropriamente chamado é a parte que prende o rotor no eixo.

Figura 7

VI. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DE UMA BOMBA CENTRIFUGA


PURA

Considerando a Figura 8, o rotor gira em função devido ao momento aplicado no seu


eixo por uma máquina motriz. Este movimento de rotação cria um vácuo que é imediatamente
preenchido pelo líquido existente na tubulação de sucção.

O liquido entra axialmente através do bocal de sucção, e é aspirado pelas pás do


rotor. Então, gira tangencialmente e escoa radialmente para fora até que sai através de todas
partes periféricas do rotor para dentro da parte difusora da carcaça . Ao passar através rotor,
ganha velocidade e pressão, donde é lançada pelas pás e pela acção da força centrífuga para a
carcaça da bomba e, daqui para o tubulação de recalque . A secção da carcaça tem formato de
caracol, por isso desacelera o escoamento aumentando assim a pressão.

Figura 8: Corte parcial esquemático de bomba centrífuga pura

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VII. INTERDEPENDÊNCIA DAS GRANDEZAS CARACTERÍSTICAS DO
FUNCIONAMENTO DE UMA BOMBA CENTRÍFUGA

Admitindo que estamos em presença de um escoamento permanente, a bomba


aumenta altura de carga (altura total de elevação) do escoamento, dada pela equação de
Bernoulli, entre os pontos (1), na flange de entrada e o ponto (2) na flange de saída da
carcaça. Da equação de energia em termos de altura:

Eq. 1

Onde hq=q/g- Termo de altura de trabalho transferido


he=We/g- Termo de altura de trabalho do eixo
hv=Wv/g- Termo de altura de trabalho viscoso

Desprezando o trabalho viscoso e transferência de calor, essa variação é designada por H:

Eq. 2

hb – Altura de carga fornecida pela bomba


hp – Perda de Carga

Geralmente, V2 e V1 têm valores aproximados, Z2-Z1não é mais que 1 metro, ou dessa


ordem, e a altura de carga liquida da bomba é essencialmente igual a variação na altura de
pressão
Eq.3

A potência fornecida ao fluido (Potencia hidráulica), é : Ph=ρ gQH Eq.4

Potencia do eixo: Pe=ω .T Eq.5

O rendimento da bomba: Eq.6

O rendimento da bomba é composto basicamente de três partes: volumétrico,


hidráulico e mecânico:

η v= Q/(Q+Qf) Qf –Perda de fluido, devido as folgas entre o rotor e a carcaça.

η h=1-hp/hb

η m=1-Pm/Pe Pm- Potência perdida devido ao atrito

O rendimento total será, por definição, o produto entre os três rendimentos

η≡ η v . η h . η m.

O projectista deve trabalhar nas três áreas para aperfeiçoar a bomba.

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Se uma bomba centrífuga for projectada para suportar um valor predefinido de número
de rotações n, ela fornecerá uma vazão Q, e gerará uma altura de elevação H, proporcionando
deste modo um rendimentoη . As grandezas vazão, número de rotações, altura de elevação são
chamadas as grandezas características de funcionamento de uma bomba.

Vazão ou Caudal é a quantidade de fluido que a bomba fornece ao sistema numa de


tempo.

Altura de elevação é o desnível geométrico entre o bocal de sucção da bomba e o


ponto de maior elevação do fluido até o destino final da instalação.

Para que se atinja o máximo rendimento η máx, pode-se desejar, neste caso, que a
bomba centrífuga funcione com outros valores de Q ou de H, e uma das soluções consistirá
em variar o número de rotações n. A título de exemplo, temos o que acontece na elevação de
água ou de esgotos em que a vazão depende da hora e do dia da semana. Dentro de certos
limites da variação do número de rotações, o rendimento baixa a valores meramente
aceitáveis.

Entre as grandezas características do funcionamento de uma bomba centrifuga, a vazão é a


grandeza que mais facilmente pode ser variada, por isso é necessário saber como variam as
outras grandezas características em relação à mesma, principalmente a variação de H. Por
isso, a curva que traduz a função f(H,Q) para um valor constante do número de rotações
denomina-se curva característica principal da bomba ou curva da altura de elevação (H) em
função da vazão (Q). As curvas "altura de carga x vazão", "potência x vazão" e "rendimento x
vazão" são normalmente fornecidas em conjunto, como mostra a figura a baixo.

Figura 9:

A função f(H,Q,n), em condições reais, é uma superfície, chamada de superfície


característica, que é um parabolóide hiperbólico, cuja formula geral é H=An2+BnQ-CQ2

- Para uma rotação n =Constante, a curva f(H,Q) será uma parábola

9
- Para H=Constante, a curva f(Q,n) será uma hipérbole na qual o eixo da assímptota
passa pelo centro do sistema de coordenadas;

- Para Q=Constante a curva f(H,n) também será uma parábola.

VIII. TEORIA FUNDAMENTAL DAS BOMBAS

Para a elaboração da teoria fundamental de desempenho as bombas, admitimos


que o escoamento é unidireccional.

Figura 10:Diagrama de Velocidades na entrada e na saída para um rotor de bomba ideal

Na figura 10, temos o diagrama ideal de velocidades. O fluido entra no rotor em raio
igual a r1 com componente de velocidade w1, tangente a pá β1, acrescida de velocidade
periférica de entrada do rotor. A velocidade absoluta de entrada V1 é, portanto, a soma
vectorial w1 e u1. O escoamento sai em raio r2 com velocidade periférica u2=ω .r2, com
velocidade absoluta V2.

Entretanto o torque é T=ρ Q (r2Vt2-r1Vt1) Eq.7

Vt1 eVt2 são componentes circunferenciais da velocidade absoluta de escoamento. A


potência fornecida ao fluido será:

Ph=ω T=ρ Q (u2Vt2-u1Vt1) ou Eq.8

Essas são as Equações de Euler das Turbomáquinas. Mostram que o torque, e a altura
de carga ideais são funções das velocidades periféricas u1 e u2 e dos componentes
circunferenciais das velocidades absolutas do fluido Vt1 e Vt 2.

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Para uma melhor compreensão a Figura 10:

V2=u2+w2-2uw.cosβ ; w. cosβ =u-V ou Eq.9

Substituindo Eq.9 em Eq.8 temos:


Eq.10

Isto demonstra que a altura de carga ideal é a variação de energia cinética do


escoamento absoluto, mais a variação de energia cinética devido a rotação, menos a variação
de energia cinética do escoamento relativo.

Substituindo a equação Eq.10 na de energia em termos de altura, e reagrupando


obteremos a relação clássica – Equação de Bernoulli para coordenadas rotativas:

t Eq.11

Para a bomba centrífuga, a potência pode ser relacionada com a velocidade radial (ou
meridional) Vn=Vttagα e a equação de continuidade:

Ph=ρ Q(u2Vn2cotα 2 - u1Vn1cotα 1) Eq.12

Onde e
b1 e b2 – espessura da pá na entrada e saída, respectivamente.

Dados r1,r2,β 1,β 2,ω podemos recorrer a Eq.8 e Eq.12 para calcular a altura de carga e
potência ideais em função da vazão.

IX. INFLUÊNCIA DA FORMA DAS PÁS SOBRE A ALTURA DE ELEVAÇÃO

De acordo com a fórmula teórica desenvolvida por Euler, a transferência de energia


para o líquido depende unicamente do módulo e da direcção das velocidades das partículas
liquidas que entram e saem do rotor. O formato mais conveniente das pás deve ser uma
superfície curva, que evite o choque das partículas líquidas transmitindo-lhes uma aceleração
suave e uniforme.

Partindo de um estudo teórico, com um número de pás infinitas e sem espessuras,


analisar o efeito do ângulo das pás. Desprezando a quantidade de movimento angular na
entrada, a potencia hidráulica teórica será :

Ph=ρ Qu2Vt2 Eq.12’

Onde Vt2=u2-Vn2cotβ Eq.13

Então, a altura de carga teórica, torna-se:

H∞ ≈ Eq.14

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Aqui podemos ver como a altura de carga varia com a vazão. A inclinação é negativa
se β2<90° e positiva se β2>90° (Figura 11-a) . Na prática, um vez que há influência do
número finito de pás e das perdas por atritos, de choques e fugas de líquidos, etc. O gráfico do
efeito do ângulo da pás pode se representado como ilustra a Figura 11-b.

Figura 11: a) Influência Ideal do ângulo de saída ; b) Influência Real do ângulo de


saída

Com base no ângulo β2, podemos considerar três tipos de rotores: com pás curvadas
para frente, com pás radiais, com curvas viradas para trás.

Observado a Figura 11, os rotores com pás curvadas para a frente, β2>90°, (Figura 12)
garantem velocidades elevadas na saída do rotor, porém apresentam um comportamento
instável na região ascendente, por isso têm baixo rendimento devido às perdas por atrito do
liquido no rotor. Além disto, β2>90°, conduz a grandes perdas energéticas devido ao embate
na carcaça. A curva característica III em Figura 9-b é chamada ascendente-descendente
apresentam um comportamento instável na região ascendente, por esta razão, em projectos
que utilizem tais máquinas deve-se ter o cuidado de evitar o funcionamento nesta região da
curva.

Figura 12: Curvatura da pás

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Os rotores com pás radiais (β2=90°) são facilmente construtivos, eles são pouco
aplicados na prática.

Os rotores com pás inclinadas para trás (β2<90°), transmitem mais pressão ao liquido
que velocidade. Somente este tipo de pás garante que altura de elevação da bomba é uma
função decrescente do caudal, razão pela qual é adoptada para a maioria dos casos, além disto
têm alto rendimento, pelo facto de apresentarem poucas perdas por efeito do atrito. Podemos
observar na Figura 11-b que a curva I é inclinada, podendo ser altamente decrescente se o
valor de β2 for muito menor que 90°. Na prática, geralmente, os valores de β2 variam entre
18° e 30°.

X. INFLUÊNCIA DO SENTIDO DE ROTAÇÃO DO ROTOR

O sentido de rotação das pás é importante para o desempenho da bomba. O sentido


correcto de rotação do rotor consiste naquele na qual as pás estão voltadas para trás (Figura
13).

Figura 13: Sentido de rotação do rotor

Na montagem do rotor é preciso se ter muita atenção, a titulo de exemplo nas bombas
de simples estágios com rotor de dupla sucção :

Se o rotor for montado na posição invertida (Figura 14-a), sucede uma queda brusca
de vazão, e uma sobrecarga na maquina motriz (por exemplo, motor eléctrico).

Se o rotor for montado na posição correcta, mas girar no sentido oposto (Figura14-b),
o líquido percorrerá no sentido inverso ao projectado. Como consequência, a bomba
fornecerá baixa altura manométrica e vazão reduzida devido à grande queda de seu
rendimento.

a) Rotor na posição invertida, b) Rotor na posição correcta,


Rotação correcta Rotação Invertida
Figura 14: Montagens do rotor

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XI. INFLUÊNCIA DO NÚMEROS FINITOS DE PÁS

Experiência demonstram que a relação entre o H∞ , ou seja com número de pás infinito
e Hreal (com número de pás finito) é a chamada Coeficiente de Pfleiderer:

Eq. 15

Onde: Eq. 16
Z - número de pás
- raio externo do rotor
-raio interno do rotor
: coeficiente tabelado em função de (Figura 15)

Figura 15: Variação de ψ em função de β2

Analisando o coeficiente de Pfleiderer, nota-se que adopta valores elevados de é,


praticamente, trabalho com maior segurança.

: pequeno

Se admitimos , quer dizer que consideramos que as condições reais são


quase idênticas as ideais, o que não é verdade, por isso devemos sempre adoptar os maiores
valores de dentro das faixas consideradas.

Nos rotores com r2= :


Eq. 17

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XII. INFLUÊNCIA DA ESPESSURA DAS PÁS

Tomando em consideração a Figura 16:

Figura 16: Corte radial do rotor centrífugo.

0- ponto corrente, situado imediatamente antes da entrada do canal móvel, fora da


influencia de contracção provocada pela espessura das pás
1- ponto imediatamente após a entrada do canal
2- ponto imediatamente antes da saída do canal
3- ponto de corrente situado imediatamente após a saída do canal móvel
considerando v1 como factor de correcção devido a contracção provocada pela espessura da
pá, temos:

ou

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XIII. CONCLUSÃO

Após passar largos momentos na análise e síntese do trabalho sobre a turbomáquinas,


no caso as turbobombas, deixamos a seguir a nossa apreciação sobre as mesmas.

As turbobombas são maquinas geratrizes consideradas cinéticas (ou de fluxo) porque


convertem energia potencial de uma máquina motriz em energia cinética, e então, em energia
de pressão do liquido. Quanto a constituição têm basicamente duas partes: o rotor e a carcaça.

Para se classificar as turbobombas podem ser tomados entre outros critérios a


trajectória do fluido, onde podemos destacar as bombas de fluxo axial, fluxo radial e fluxo
helicoidal, ou misto, segundo o número de rotores usados, e segundo o número de entradas
para aspiração.

Os rotores são constituídos por pás ou quais muita influência, desde a sua forma, do
número finito de pás e da interdependência entre as grandezas características .

Em função do ângulo a saída das pás β2 , podemos considerar três tipos de rotor: com
pás curvadas para frente, com pás radiais, com curvadas para trás. os rotores com pás
curvadas para a frente, β2>90° asseguram velocidades de saída elevadas têm baixo
rendimento devido às perdas por atrito do liquido no rotor. Os rotores com pás radiais
(β2=90°) são facilmente construtivos, eles são pouco aplicados na prática.

Os rotores com pás inclinadas para a trás (β2<90°), transmitem mais pressão ao liquido
que velocidade. São o tipo de pás que garantem a altura de carga como função decrescente do
caudal. Além disto, têm alto rendimento, pelo facto de apresentarem poucas perdas por efeito
do atrito. Por isso são os mais aplicados.

A relação entre as características de funcionamento das turbobombas podem ser


representadas por função f(H,Q,n), , uma superfície, chamada de superfície característica, que
é um parabolóide hiperbólico, cuja formula geral é H=An2+BnQ-CQ2. Esta comporta-se do
seguinte modo: para n =Constante, a curva f(H,Q) será uma parábola, para H=Constante, a
curva f(Q,n) será uma hipérbole na qual o eixo da assímptota passa pelo centro do sistema de
coordenadas, e para Q=Constante a curva f(H,n) também será uma parábola.

Na realidade, nunca podemos trabalhar com altura carga ideal igual a altura de carga
com número finito de pás ( ) por isso devemos sempre adoptar os maiores valores
de tabelados dentro das faixas consideradas.

Após todo este processo de análise só nos resta dizer que o rotor é a parte mais
importante das turbobombas e que as pás, sua forma, espessura definem todo o desempenho
da nossa turbomáquina.

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XIV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FRANK . M. White: Mecânica dos Fluidos; 4ª edição; Editora McGraw Hill, 2002.
CORREIA LIMA, Epaminôndia Pio; Mecânica das Bombas; 2ª edição; Editora Inter-ciência,
2003

http://www.hidrodinamica.com.br , http://www.vibrotec.com.br

ALEX, N: Máquinas Termohidráulicas de Fluxo:


2. TEORIA GERAL DAS MÁQUINAS DE FLUXO
4. BOMBAS CENTRÍFUGAS (TURBOBOMBAS) de 07 de Fevereiro de 2006. Brasil

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