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TIPOLOGIA:
Empregados e Desempregados
DURAÇÃO
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Manual de Apoio
I. INTRODUÇÃO À TEMÁTICA DA SEGURANÇA E
HIGIENE NO TRABALHO
A segurança dos locais de trabalho constitui uma preocupação de carácter social que
impulsionou a criação de legislação laboral.
Esta preocupação começou por se centrar na protecção de terceiros (vizinhança) contra
riscos provenientes da instalação e funcionamento de estabelecimentos industriais, e só
posteriormente se focou na Prevenção do ponto de vista dos trabalhadores, da sua vida,
integridade física, psíquica e moral.
Cabe ao Estado, em primeira instância, a quem está atribuído o dever de proteger a
Segurança, Higiene e Saúde dos trabalhadores e promover a melhoria das condições de
trabalho, isto é, proteger a nível legislativo e administrativo os trabalhadores contra os
acidentes de trabalho e os riscos profissionais.
A nova imagem do Trabalhador, é a que tem a “Dignidade do Homem” e não de “Máquina
produtiva”
Deste modo, os artigos 117º a 118-A do Tratado de Roma são inspiradores da Directiva -
Quadro 89/391/CEE, de 12 de Junho, relativamente à aplicação de medidas destinadas à
melhoria da segurança e saúde dos trabalhadores.
A Declaração Universal dos Direitos do Homem, consagra no artigo 3º que o trabalhador
tem direito à segurança, e ao trabalho em condições equitativas e satisfatórias.
De referir ainda que, também é intenção dos membros do Conselho da Europa, na
Directiva –Quadro 89/391, de 12 de Junho - o de estabelecer estes direitos dos
trabalhadores e Princípios do Direito do Trabalho, de modo real e efectivo, com objectivo
de que a todos os trabalhadores seja assegurado o direito à Segurança, Higiene e Saúde
no Trabalho e bem como gozar do melhor estado de saúde possível.
Neste contexto afirmamos:
“ A Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho é antes de tudo uma questão cultural e só
depois uma questão política e económica, em virtude de estarmos a falar do Homem
enquanto trabalhador e consequentemente, o “motor” do progresso social e humano.”
Os custos com a saúde não suportados pelas seguradoras (custos com próteses
ou ortóteses, transportes, etc);
Perda de um trabalhador;
Diminuição da produtividade;
Aumento do absentismo;
Desperdício de materiais;
Incumprimento de prazos;
Coimas;
Indemnizações;
Consequências penais;
Danos na imagem;
Formação de substitutos;
Degradação das relações de trabalho.
3. DOENÇAS PROFISSIONAIS
1. ERGONOMIA
A Ergonomia é a ciência que busca alcançar o ajustamento mútuo ideal entre o Homem
e o seu ambiente de trabalho. Se não existir este ajuste, teremos a presença de agentes
ergonómicos que causam lesões e doenças ao trabalhador.
A Ergonomia tem por objectivo fundamental, na sua vertente ocupacional, a concepção
de sistemas, máquinas e postos de trabalho que sejam seguros e eficientes, tendo em vista
a adaptação do trabalho ao Homem.
Para uma correcta concepção dos postos de trabalho deverá ter-se em conta os vários
condicionalismos:
tarefas desempenhadas;
altura do assento
a colocação de comandos
o raio de acção
o espaço de trabalho
as distâncias de segurança
-lombalgias;
-lesões por sobrecarga (lesões por esforços repetitivos, trauma por distúrbio
cumulativo, etc).
Os equipamentos de trabalho dotados de visor não devem constituir fonte de risco para
a segurança e saúde dos trabalhadores, pelo que, os postos de trabalho devem ser
concebidos de acordo com critérios ergonómicos e funcionais.
Informação e formação dos trabalhadores
Os trabalhadores, assim como os seus representantes, devem ser informados sobre toda
as medidas tomadas que digam respeito à sua segurança e saúde na utilização de
equipamentos dotados de visor.
Antes do início da actividade, ou quando ocorram mudanças no posto de trabalho, os
trabalhadores devem receber a formação adequada sobre a utilização dos equipamentos
dotados de visor.
Consulta
Vigilância médica
Antes de ocuparem pela primeira vez, um posto de trabalho dotado de visor,
periodicamente e sempre que apresentem perturbações visuais os trabalhadores devem ser
sujeitos a um exame médico adequado dos olhos e da visão. Se os resultados do exame
referido no número anterior demonstrarem a sua necessidade, os trabalhadores beneficiam
de um exame oftalmológico.
Sempre que os resultados dos exames médicos o exigirem e os dispositivos normais de
correcção não puderem ser utilizados, devem ser facultados aos trabalhadores
dispositivos especiais de correcção, concebidos para o tipo de trabalho a desenvolver.
Parte destes riscos podem ser controlados pela utilização de dispositivos de protecção
individual, tais como capacete, luvas e calçado de protecção ou recorrendo a aparelhos
auxiliares.
Informação/formação
Para minimizar as consequências do transporte incorrecto das cargas, os trabalhadores
devem receber formação/informação sobre os riscos potenciais para a saúde da incorrecta
movimentação manual de cargas e sobre o peso máximo e características da carga.
Limites de carga
Homem 30kg ocasionais
20kg frequentes
apoios adequados;
Tronco curvado para a frente quando sentado Região lombar, deterioração dos discos inter-
ou de pé. vertebrais (lombares).
2. ILUMINAÇÃO
Adaptação — processo que ocorre quando o olho se ajusta à luminosidade e/ou à cor do
campo de visão ou estado final deste processo.
Fluxo luminoso – é a quantidade total de luz emitida por uma fonte luminosa durante
1 segundo. É medido em lumen (Im).
Acidentes de trabalho
3. AMBIENTE TÉRMICO
O calor excessivo pode ser causa de um decréscimo do rendimento, dores de cabeça, náuseas,
vertigens, sudação, fadiga cardíaca, desequilíbrio mineral e hídrico, queimaduras,
distúrbios de estímulo-reacção e fadiga térmica.
Por seu turno, o frio pode reduzir o tempo de reacção, aumentar a tensão, causar distúrbios
do ritmo cardíaco, diminuir a sensibilidade, hipotermia e o congelamento.
A temperatura e a humidade dos locais de trabalho deve ser adequada ao organismo e ter
conta os métodos de trabalho e os constrangimentos físicos inerentes à execução do
trabalhe.
Se possível, há que eliminar os riscos, impedindo a laboração em condições ou
factores climáticos que ultrapassem os valores relativos à fadiga e ao desconforto
térmico.
A nível da limitação dos efeitos dos riscos são conhecidas medidas de vários tipos:
Medidas de concepção
- Assegurar a qualidade de concepção, aquisição e manutenção dos sistemas de
ventilação e climatização;
- Ventilação e aspiração localizadas;
- Previsão das necessidades de insuflação de ar quente em zonas frias.
Medidas organizacionais
- Limitação de tempo de exposição
- Introdução de intervalos de descanso
- Selecção dos períodos do dia mais adequados para a execução dos trabalhos
- Automatização de processos
- Alteração das instalações ou da implantação de postos de trabalho
Medidas materiais
- Controlo das fontes de emissão
- Substituição de equipamentos de trabalho
- Protecção das paredes e tectos opacos
- Ecrãs de protecção do calor radiante
- Protecção das superfícies vidradas
4. RUÍDO
O aparelho auditivo humano é composto por três partes essenciais: o ouvido interno
constituído peio pavilhão auricular e o canal auditivo externo, o ouvido médio composto
pela membrana do tímpano, a cavidade do ouvido médio e os ossículos e o ouvido externo,
encerrado numa cápsula óssea designada labirinto.
O ouvido externo capta as vibrações do ar e concentra-as em direcção ao canal auditivo,
que termina no tímpano onde as vibrações mecânicas são transformadas em impulsos
nervosos, que chegam ao cérebro conduzidos pelo canal auditivo. O ouvido médio
funciona como caixa de ressonância e assegura a integração das vibrações e a sua
transmissão amplificada do tímpano à janela oval através dos ossículos (martelo, bigorna
e estribo). O ouvido interno, por seu turno, transforma os sinais acústicos em impulsos
nervosos. Compreende os três canais semi-circulares, que são os órgãos do equilíbrio e a
cóclea, que constitui o aparelho sensorial da audição.
A audição, que diminui com a idade, pode ser medida através de um audiograma.
Os principais efeitos sobre a saúde são:
Efeitos fisiológicos
O ruído pode desencadear uma perda parcial de audição ou efeitos auditivos permanentes.
Os efeitos passageiros traduzem-se por perdas ligeiras de audição ou zumbido. As
capacidades auditivas restabelecem-se, em geral, após alguns minutos, ainda que as
manifestações possam durar alguns dias. Se a exposição se prolongar, a perda de acuidade
pode evoluir para uma alteração definitiva.
Quando a perda é consecutiva à exposição ao ruído no local de trabalho falamos de surdez
profissional. A exposição a níveis sonoros breves mas elevados pode, também, acarretar
perdas de audição.
Em termos fisiológicos, todos os órgãos, desde o tímpano até ao cérebro, são afectados a
partir dos 70 dB.
A afectação produzida em cada indivíduo depende da sua susceptibilidade individual. Para
a mesma exposição nem todos reagem do mesmo modo. Para avaliar em que medida as
células do ouvido respondem ao ruído são realizados exames audiométricos, cujos
resultados permitem compreender a eventual existência de dano.
As estimativas respeitantes ao número de trabalhadores expostos, na U.E, a um nível
sonoro equivalente de 80 dB (A), limite 3 partir do qual a OIT considera que existe risco,
indica a existência de 20 a 30 milhões dos quais metade se encontra exposto a um nível
superior a 85 dB (A). Entre estes haverá 6 a 8 milhões com exposição superior a 90 dB
(A).
8 90
6 92
4 95
3 97
2 100
1 1/2 102
1/2 110
¼ ou menos 115
Tal como em outras situações, a melhor maneira de actuar passa pela eliminação do risco.
Redução na fonte
Redução da propagação
• Alternância de tarefas;
• Diminuição do tempo de exposição;
• Redução do número de trabalhadores expostos.
5. VIBRAÇÕES
Uma vibração mecânica é um movimento oscilatório de um corpo em torno do seu ponto
de equilíbrio. As vibrações mecânicas surgem sob a acção de forças variáveis e podem
transmitir-se a outros objectos por contacto directo. É o caso da energia vibratória
mecânica dos martelos pneumáticos, por exemplo.
Podemos distinguir dois tipos de vibrações:
-as transmitidas a todo o corpo (p.ex. no assento duma retroescavadora)
-as transmitidas ao sistema mão/braço, ou seja as vibrações ou choques de ferramentas
e máquinas ao nível das mãos.
Vibrações mão/braço
• afecções osteo-articulares;
• artrose dos membros superiores;
• lunatomalácia ou doença de Kienbock (necrose de um dos ossos do punho);
• pseudartrose do escafóide;
• síndroma do dedo álgido (SDA);
• síndroma de vibração mão/braço (VMB/HAV);
• outras afecções
Tal como para os demais factores de risco, também aqui se aplica a hierarquia das medicas
de prevenção: combater as vibrações na origem, isolamento, evitar a propagação para o
homem, informação e controlo médico.
No âmbito da limitação da fonte, há que verificar a carga vibratória no momento da
aquisição de máquinas, ferramentas ou veículos. Deve, também, questionar-se se o
equipamento que está origem das vibrações é indispensável ou pode ser substituído por
outro.
A manutenção das máquinas, assim como dos solos e vias de circulação é, também
recomendada, bem como a criação de suportes estáveis ou bases anti vibratórias para
algumas máquinas ou ferramentas portáteis. É, ainda, possível actuar sobre a transmissão
suprimindo o meio transmissor.
O isolamento das vibrações constitui uma tentativa de evitar a sua transmissão ao corpo,
isolamento pode aplicar-se sobre a máquina ou sobre o seu utilizador. As luvas
antivibráteis; ou a selecção de assentos adequados para veículos são disso bons exemplos.
Os trabalhadores devem receber informação acerca do modo de utilizar os equipamentos
de trabalho, da importância em realizar pausas frequentes e da vigilância médica.
A vigilância médica incluirá exames complementares para aferir o impacto dos choques
e vibrações em particular da coluna e o controlo dos principais riscos para a saúde (p.ex.
afecções dos vasos sanguíneos e de sistema nervoso).
6. QUALIDADE DO AR
A ventilação é o processo de insuflação e extracção de ar através de meios naturais ou
mecânicos, com o objectivo de proporcionar condições de bem-estar aos trabalhadores e
demais utilizadores. A ventilação permite a renovação do ar de um Socai, substituindo o
ar viciado por ai novo.
- Físicos:
• temperatura
• humidade relativa
• ventilação
• iluminação artificial
• ruído e vibrações
• iões
• partículas e fibras
- Químicos:
• concentração de fumo de tabaco no ambiente
• formaldeído (presente em materiais de construção, p. ex.)
• compostos orgânicos voláteis (p. ex. em produtos de limpeza)
• biocidas (utilizados nos humificadores para o controlo do nascimento microbiano)
• outras substâncias gasosas (dióxido de carbono, monóxido de carbono, ozono, etc)
• odores
7. AGENTES QUÍMICOS
Certas substâncias químicas, utilizadas nos processos de produção industrial, são lançadas
no ambiente de trabalho através de processos de pulverização, fragmentação ou
emanações gasosas. Essas substâncias podem apresentar-se nos estados sólido, líquido e
gasoso.
No estado sólido, temos poeiras de origem animal, mineral e vegetal, como a poeira
mineral de sílica encontrada nas areias para moldes de fundição.
No estado gasoso, como exemplo, temos o GLP (gás liquefeito de petróleo), usado como
combustível, ou gases libertados nas queimas ou nos processos de transformação das
matérias-primas.
Quanto aos agentes líquidos, eles apresentam-se sob a forma de solventes, tintas, vernizes
ou esmaltes.
Esses agentes químicos ficam em suspensão no ar e podem penetrar no organismo do
trabalhador por:
Via respiratória: essa é a principal porta de entrada dos agentes químicos, porque
respiramos continuadamente, e tudo o que está no ar acaba por passar nos pulmões.
Via digestiva: se o trabalhador comer ou beber algo com as mãos sujas, ou que ficaram
muito tempo expostas a produtos químicos, parte das substâncias químicas serão
ingeridas com o alimento, atingindo o estômago e podendo provocar sérios riscos à saúde.
Epiderme: essa via de penetração é a mais difícil, mas se o trabalhador estiver
desprotegido e tiver contacto com substâncias químicas, havendo deposição no corpo,
serão absorvidas pela pele.
Via ocular: alguns produtos químicos que permanecem no ar causam irritação nos olhos
e conjuntivite, o que mostra que a penetração dos agentes químicos pode ocorrer também
pela vista.
1. MÁQUINAS
Muitos processos produtivos dependem da utilização de máquinas, pelo que é importante
a existência e o cumprimento dos requisitos de segurança em máquinas industriais ou a
sua implementação no terreno de modo a garantir a maior segurança aos operadores.
Máquina: Todo o equipamento, (inclusive acessórios e equipamentos de segurança), com
movimento, (engrenagens), e com fonte de energia que não a humana
Os Requisitos de segurança de uma máquina podem ser identificados, nomeadamente o
que diz respeito ao
seu accionamento a partir de Comandos:
Devem estar visíveis e acessíveis a partir do posto de trabalho normal
Devem estar devidamente identificados em português ou então por símbolos
O COMANDO DE ARRANQUE: a máquina só entra em funcionamento quando
se acciona este comando, não devendo arrancar sozinho quando volta a corrente
O COMANDO DE PARAGEM: deve sempre sobrepor-se ao comando de
arranque
STOP DE EMERGÊNCIA: corta a energia, pode ter um aspecto de barra botão
ou cabo
1. Limiar de percepção
O limiar da percepção representa o valor mínimo da corrente sentida por uma pessoa e
que apenas representa uma sensação de formigueiro
2. Tetanização
É um fenómeno decorrente da contracção muscular produzida por um impulso eléctrico.
Existe o perigo do indivíduo ficar agarrado durante o tempo que perdurar a ddp.
3. Paragem respiratória
Correntes superiores ao limite de largar podem provocar nas vítimas uma paragem
respiratória, que levam à perda de consciência e morte por sufocamento.
Por este motivo é necessário fazer respiração artificial num curto lapso de tempo (3 a
4 minutos no máximo) para evitar a asfixia e lesões irreversíveis no cérebro.
4. Queimaduras
Sendo a passagem da corrente eléctrica acompanhada por desenvolvimento de calor,
por efeito de Joule, uma das consequências mais frequentes dos acidentes eléctricas
são as queimaduras.
Estas queimaduras revelam-se mais intensas nas zonas de entrada e saída da corrente
porque:
A pele quando comparada com os tecidos internos, apresenta uma elevada
resistência eléctrica;
À resistência da pele soma-se a resistência de contacto entre a pele e as partes
sob tensão;
Nos pontos de entrada e saída da corrente, sobretudo se as áreas de contacto
forem pequenas, a densidade da corrente é maior.
Existem ainda queimaduras provocadas pela libertação de calor por arco eléctrico,
como acontece na soldadura
5. Fibrilação ventricular
Este fenómeno fisiológico é o mais grave que pode ocorrer devido à passagem da corrente
eléctrica. Deve-se ao facto de aos impulsos do eléctricos naturais que provocam a
contracção do coração, se vir sobrepor uma corrente externa que faz com que as fibras
ventriculares, passem a contrair-se de modo descontrolado.
Embora hoje se consiga parar o fenómeno com um desfibrilador, para efeitos práticos a
fibrilação é considerada irreversível.
Figura 3 – as junções, as fichas, etc, devem ser manipuladas com prudência. Devem
utilizar-se fichas e tomadas de corrente normalizadas.
Figura 4 – Não deixar cabos em contacto com arestas vivas. Os isoladores dos cabos
eléctricos são o que nos garante segurança. É necessário proteger o mais possível as
canalizações eléctricas contra risco de esmagamento.
Figura 5– Para se retirar uma ficha de uma tomada de corrente deve puxar-se pela
ficha e não pelo cabo de alimentação.
Figura 6– Nunca se devem fazer ligações ou arranjos provisórios, nem modificar
instalações eléctricas. Deve chamar-se um profissional.
Se não for possível cortar a corrente, a pessoa que vai afastar o acidentado deverá:
-Proteger-se usando materiais isolantes adequados ao nível da tensão - luvas, varas,
tapetes, estrados, etc - recordando que a presença de humidade pode torná-los condutores;
-Tomar cuidado para não se colocar em contacto directo, ou por intermédio de objectos
condutores, com a peça em tensão.
O alerta deve ser feito para os serviços de socorros locais ou, na sua falta, para os socorros
nacionais (112).
A comunicação deve:
- Fornecer a localização precisa do acidente, bem como o número de telefone onde está a
fazer a chamada;
- Dar indicações da natureza do acidente, do estado aparente da vítima e dos cuidados de
urgência efectuados
É pois fundamental que o pessoal conheça:
- a lista dos números de telefone de urgência, que deve estar afixada junto dos telefones
do local de trabalho e nas viaturas,
- a localização da caixa dos primeiros socorros.
Deitar a vítima
Se a vítima está consciente e se respira, deitá-la de costas num local plano,
salvo se tem:
→ Ferimentos na face - deitarem posição lateral de segurança
→ Ferimentos no tórax – colocar em posição semi-deitada
→ Ferimentos no ventre – deitar de costas mas com as pernas semi-flectidas
Se a vítima está inconsciente mas respira, deitá-la em posição lateral de
segurança (PLS)
Parar as hemorragias
No caso de grande hemorragia, comprimir directamente a ferida com a mão,
com os dedos ou com o punho.
No caso de hemorragia menos importante, uma compressa pode substituir a
compressão manual.
Fracturas
Tentar que a vítima permaneça imobilizada, aguardando os primeiros
socorros
Feridas e Queimaduras
Lavar as feridas com água limpa. Não utilizar qualquer outro produto além
de água;
Nunca lavar as queimaduras de origem eléctrica
Um EPI, é qualquer equipamento destinado a ser usado ou detido pelo trabalhador para a
sua protecção contra um ou mais riscos susceptíveis de ameaçar a sua segurança ou saúde
no trabalho.
É pois necessário que o equipamento em questão se destine especificamente a proteger a
saúde e a segurança do trabalhador, excluindo qualquer outro objectivo de interesse geral
para a empresa, por exemplo o uso de uniformes.
Um EPI deve ser concebido e executado em conformidade com as disposições
regulamentares em vigor. A entidade patronal tem que fornecer gratuitamente aos
trabalhadores EPI em bom estado:
Adequados relativamente aos riscos a prevenir
Não sejam eles próprios geradores de novos riscos
Tenham em conta parâmetros pessoais associados ao utilizador e à natureza do seu
trabalho.
A regra é um equipamento para cada pessoa exposta! Se forem fornecidos a um
trabalhador vários EPI, estes devem ser compatíveis entre si.
Se um EPI servir para vários trabalhadores, será necessário velar pelo estrito respeito das
regras de higiene.
A entidade patronal deve velar para que as informações necessárias à utilização dos EPI
se encontrem disponíveis na empresa sob uma forma que possa ser compreendida pelos
trabalhadores que os utilizam.
A entidade patronal deve organizar sessões de formação e de treino dos trabalhadores em
causa, a fim de garantir uma correcta utilização.
Os EPI devem ser usados pelo trabalhador exclusivamente nas circunstâncias para as
quais são recomendados e depois de a entidade patronal ter informado o trabalhador da
natureza dos riscos contra os quais o referido EPI o protege.
Os equipamentos individuais de protecção exigem do trabalhador um sobreesforço no
desempenho das suas funções, quer pelo peso, quer pela dificuldade respiratória, quer
ainda pelo desconforto geral que podem provocar. Devem, portanto ser usados apenas na
impossibilidade de adopção de medidas de ordem geral.
2.1 COMO AVALIAR E APRECIAR A NECESSIDADE DO USO DE UM EPI?
Convém proceder ao estudo das partes do corpo susceptíveis de serem expostos a riscos:
Riscos físicos
Riscos Químicos
Riscos Biológicos
Por exemplo, um trabalhador cuja tarefa seja efectuada num ambiente em que o nível
sonoro é muito elevado e não redutível, designadamente por medidas colectivas
(isolamento das máquinas), encontra-se exposto ao ruído -o órgão-alvo é o ouvido.
Em termos de EPI a solução será um protector auricular. Mas em primeiro lugar devem
ser tomadas outras medidas, como a redução do tempo de exposição ou a aquisição de
equipamento menos ruidoso.
A selecção dos dispositivos (ou equipamentos) de protecção individual (EPI) deverá ter
em conta:
Os riscos a que está exposto o trabalhador
As condições em que trabalha
A parte do corpo a proteger
As características do próprio trabalhador
Para testar um novo EPI, devem tanto quanto possível, escolher-se trabalhadores com um
critério objectivo de apreciação.
É indispensável a sua elucidação quanto aos riscos a controlar, bem como o ensaio de
mais de um tipo de protecção.
O registo de elementos como:
Durabilidade
Efeito de protecção
Comodidade
Possibilidade de limpeza
A decisão final sobre a utilização do EPI deve ser tomada com base numa análise cuidada
do posto de trabalho, análise essa em que devem participar chefias e trabalhadores.
A co-decisão conduz a uma maior motivação para o seu uso.
Deve igualmente fornecer-se formação adequada aos trabalhadores sobre:
- Porquê utilizar determinado EPI e qual o tipo de protecção que ele garante
- Qual o tipo de protecção que o EPI NÃO garante.
- Como utilizar o EPI e ficar seguro de que o EPI garante a protecção esperada.
- Quando se devem substituir as peças de um dado EPI.
Auriculares
Vantagens Desvantagens
leves e pequenos podem ser deslocados da
facilmente usados com outros colocação ideal pela conversação
equipamentos de protecção da ou mastigação
cabeça, vias respiratórias, olhos e adaptação inicial mais difícil
rosto necessitam de cuidados especiais
mais frescos e confortáveis de uso e limpeza
melhor atenuação de baixas não podem ser usados quando o
frequências canal auditivo externo está
inflamado
tamanho tem de ser
individualizado
Auscultadores
Vantagens Desvantagens
facilidade de uso e adaptação Quentes
fáceis Adaptação rígida à cabeça
tendência para um melhor Dificuldade de uso com outros
ajustamento em equipamentos de protecção,
períodos de tempo longos. nomeadamente capacetes e óculos,
Melhor atenuação das altas ou viseiras.
frequências Desconfortáveis quando usados
durante períodos de tempo longos
Couro
Tem uma boa resistência mecânica e razoável resistência térmica. Pode ser utilizado em
trabalhos com exposição a calor radiante, desde que impregnados com uma película
reflectora, que permite a respiração cutânea em virtude da sua porosidade.
Tecido
São utilizadas em trabalhos secos, que não exijam grande resistência térmica ou
mecânica. Dada a sua porosidade e flexibilidade, são geralmente agradáveis para o
utilizador, permitindo a realização de trabalhos finos. Com determinados acabamentos é
possível obter uma razoável resistência térmica e mecânica.
Borracha natural
É utilizável em trabalhos húmidos e em presença de ácidos ou bases. É contra-indicada
para óleos, gorduras ou solventes. Não é porosa e, no caso de utilização demorada, pode
provocar irritação da pele. As luvas de protecção contra a corrente eléctrica são em
borracha natural, tendo gravados o nome da entidade testadora e a voltagem de ensaio.
Plástico
São de vários tipo (PVC, neopropeno, polietileno, etc) e utilizadas em geral para
substâncias como óleos, solventes, gorduras, etc
Resistem aos líquidos, gases e, em certos casos a substâncias radioactivas. Não podem
ser utilizadas em trabalho ao calor. Determinado tipo de luvas destes materiais são
também bastante flexíveis e resistentes ao corte.
Malha metálica
São utilizadas contra o risco de corte ou ferimentos graves nas mãos em trabalhos com
lâminas afiadas.
PLANO DE EMERGÊNCIA
Introdução
O Plano de emergência de um edifício tem por objectivo, a preparação e organização dos
meios existente, para garantir a salvaguarda dos seus ocupantes, em caso de ocorrência
de uma situação perigosa.
Compete à entidade exploradora tomar as providências que se julgam convenientes para
alcançar este objectivo.
Assim, apesar de ter a possibilidade de recorrer a especialistas, a entidade exploradora
fica pessoalmente responsável da concepção, elaboração e aplicação do Plano de
emergência.
Aspectos físicos
Pretende-se identificar claramente as vias de acesso dos socorros exteriores e interiores.
Descrição das instalações por piso.
Identificação das fontes de emergência.
Localização de equipamento de combate a incêndios (Extintores, B.I. armadas, colunas
secas, marcos de água).
Aspectos humanos
Recenseamento de utentes;
Períodos de funcionamento.
Levantamento de Riscos
Há a referir a existência de Riscos Internos e Externos.
Riscos Internos decorrem das próprias instalações, dos materiais existentes no Edifício
da sua actividade, pelo que deverá proceder-se:
Ao seu levantamento, tão exaustivo quanto possível, de todos os locais que apresentem
riscos potenciais.;
Previsão de efeitos, directamente relacionada com a necessidade de evacuação.
Riscos Externos tem a ver com a localização de edifício e podem classificar-se em:
Riscos de origem natural (áreas de vulnerabilidade sísmica, inundação...)
Riscos tecnológicos, relacionados com a proximidade das instalações perigosas
(bombas de gasolina, armazéns, ou indústria de produtos químicos...)
B - INSTRUÇÕES DE SEGURANÇA
As Instruções de Segurança têm basicamente por objectivos:
· Prevenir as situações susceptíveis de pôr em risco a segurança dos ocupantes e
instalações do Edifício.
· Definir um plano previsional que permite minimizar as consequências directas e
indirectas de um eventual sinistro.
· Designar as pessoas com missões específicas na aplicação do Plano de
Emergência, nomeadamente em caso de Incêndio, Fuga de Gás, Tremor de Terra e Alerta
à Bomba.
Assim, estas Instruções devem definir as disposições que permitem resolver os problemas
de PREVENÇÃO, ALARME, ALERTA, EVACUAÇÃO, PRIMEIRA
INTERVENÇÃO E PROTECÇÃO.
As Instruções de Segurança respeitantes aos outros riscos devem incidir sobre medidas
de segurança específicas da situação em causa, dado que as providências a tomar em
qualquer circunstância são basicamente as mesmas, designadamente:
Para além das proibições de Fumar ou Foguear, estas Instruções devem definir de forma
pormenorizada os procedimento a adoptar em caso de emergência.
As Instruções Particulares de Segurança para além de constarem do Plano de Emergência
devem ser afixadas junto da porta de acesso aos respectivos locais.
C - PLANO DE EVACUAÇÃO
O Plano de evacuação de um Edifício tem por objectivo estabelecer procedimentos e
preparar a evacuação rápida e segura dos utentes em caso de ocorrência de uma situação
perigosa.
Para efeito de aplicação das disposições deste capítulo, torna-se necessário definir os
seguintes termos:
· Inventário dos riscos potenciais (incêndio, fuga de gás, alerta de bomba, tremor de
terra, etc).
· Recenseamento das pessoas a ser evacuadas, suas características e localização.
· Percurso e dimensionamento das vias de evacuação horizontais e verticais.
· Programação, em função das diversas eventualidades, da evacuação das diversas
zonas do edifício.
· Escolha dos itinerários que melhor se adaptam a cada caso.
· Determinação do número de pessoas necessário para enquadrar a evacuação dos
ocupantes.
· Compatibilidade das soluções encontradas com os meios existentes.
D - PLANTAS DE EMERGÊNCIA
As plantas de emergência devem conter, em relação a cada piso:
RECONHECIMENTO
Esta fase tem por finalidade a recolha de informações sobre o sinistro, nomeadamente
certificar-se se existem salvados a fazer, localização exacta e extensão do incêndio, as
matérias em combustão, etc...
SALVADOS
Sempre que houver pessoas em perigo de vida é prioritário realizar as manobras para as
salvar.
1ª INTERVENÇÃO
Nesta fase monta-se todo o material destinado ao combate de forma a iniciar a fase de
combate ao incêndio.
Para além dos procedimentos acima referidos o Plano de Intervenção deve conter as
seguintes informações:
Organização da Segurança
O numero de intervenientes e as tarefas de cada deve ser determinado na base de
exigências das Instruções de Segurança.
O nome, função e tarefa dos diversos intervenientes deve constar de uma lista assinada
pela entidade exploradora, a afixar junto do quadro do pessoal.
Caso existam Brigadas de Incêndio, o numero mínimo de elementos em cada Brigada não
deve ser inferior a 6.
Se o incêndio for descoberto no seu início é provável que a actuação correcta de uma
pessoa consiga extinguir ou controlar o incêndio até à chegada dos bombeiros, motivo
mais que suficiente para que as pessoas tenham noções elementares sobre o fogo e
algumas formas de actuação em caso de sinistro.
Caso o seu vestuário se incendeie não corra. Tape a cara com as mãos role sobre si
mesmo ou enrole-se numa toalha ou carpete. Se o cabelo for atingido coloque a cabeça
debaixo de uma torneira ou do chuveiro.
Em qualquer situação de sinistro não perca a calma, pois o pânico só vai agravar situação.
Prevenção de incêndios
Se fumar:
Use sempre cinzeiros grandes e pesados (assim não se viram com facilidade);
Despeje os cinzeiros antes de estarem cheios (para que as cinzas e os cigarros não caiam
para o chão), verificando sempre que os cigarros estão bem apagados;
Ao utilizar fogões a gás , acenda primeiro o fósforo e só depois é que deve ligar o gás;
Caso tenha fogão a lenha certifique-se que o pavimento na zona frontal é em matéria não
combustível;
Se tiver aquecimento central a gás ou combustível líquido, mande-o inspeccionar
periodicamente para evitar fugas;
Use pegas pequenas evitando assim que estas se incendeiem acidentalmente. Pelo mesmo
motivo evite roupas com mangas largas;
Se tiver que abandonar a cozinha, mesmo que seja por pouco tempo, desligue sempre o
fogão;
Caso o óleo ou azeite da frigideira entre em combustão não entre em pânico. Não use
água. O melhor neste caso é pôr-lhe uma tampa;
Feche todas as fontes de abastecimento de gás (rede ou botija) caso detecte um princípio
de incêndio;
Substitua periodicamente o tubo de borracha que abastece o fogão ou esquentador.
Lembre-se que:
Para detectar uma fuga de gás não deve utilizar lume, utilize água com sabão;
Não armazene botijas de gás nas caves;
Ao acender o fogão a gás acenda primeiro o fósforo ou isqueiro e só depois abra o gás.
Os esquentadores devem possuir ligação dos gases resultantes da combustão directa com
o exterior;
Devem estar localizados na cozinha ou em alternativa estar em compartimentos com
ventilação permanente;
Substitua periodicamente o tubo de borracha que abastece o esquentador,
Instale preferencialmente a botija do gás no exterior.
Ultimas informações
Em caso de incêndio urbano :
Feche sempre as portas;
Antes de abrir uma porta verifique se está quente;
Caso o compartimento onde esteja fique enfumado gatinhe pois assim terá melhor
visibilidade e longe dos fumos tóxicos (estes têm tendência para estar nos locais mais
elevados);
Se não poder sair pelos seus meios assinale a sua presença para que os bombeiros
possam socorrê-lo;
Combine com os seus familiares e colegas de trabalho o ponto de encontro em caso
de sinistro.
Prevenção de incêndio na floresta:
Se for a conduzir ou como ocupante não atire fósforos nem pontas de cigarro pelas
janelas;
Se entrar numa floresta não fume;
Não faça fogueiras na floresta nem na sua proximidade;
Faça fogueiras só em locais apropriados;
Ao terminar o seu piquenique não abandone o lixos, recolha-o e deposite-o nos
locais e contentores próprios;
Já agora, sabia que se quiser fazer uma queimada, em qualquer mês, tem que pedir
autorização prévia ao Governador Civil do seu Distrito.
BIBLIOGRAFIA
Ficha Técnica:
Manual de formação “0349 - Ambiente, Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho - conceitos básicos ”
Dezembro 2017
Coordenador/a Cientifico/a:
[José Carlos Oliveira]
0349 - Ambiente, Segurança,
Higiene e Saúde no Trabalho
- conceitos básicos Página 1
Enquadramento
Esta forma de apresentação permite uma consulta rápida e direccionada. Para que possa consolidar os
conhecimentos adquiridos com a leitura deste manual propomos que realize os exercícios práticos fornecidos
pelo formador durante a sessão de formação.
Destinatários
São destinatários deste manual os/as formandos/as que frequentem a unidade [Ambiente, Segurança,
Higiene e Saúde no Trabalho - conceitos básicos] bem como outras pessoas que pretendam adquirir
competências ou actualizar/reciclar conhecimentos na área de formação.
0349 - Ambiente, Segurança,
Higiene e Saúde no Trabalho
- conceitos básicos Página 2
Objectivos Especificos
A unidade de formação [Ambiente, Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho - conceitos básicos] tem por
objectivo dotar o/a formando/a com as competências necessárias para:
[objectivo da unidade 1 retirado do referencial de formação].
Objectivos Gerais
A unidade de formação [Ambiente, Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho - conceitos básicos] tem por
objectivo dotar o/a formando/a com as competências necessárias para:
Conteúdos Programáticos
Aqui devem ser listados os itens referentes aos conteúdos programáticos da unidade
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Higiene e Saúde no Trabalho
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