Você está na página 1de 23

UNIÃO DAS FACULDADES DOS GRANDES LAGOS

UNILAGO

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA– 5º PERÍODO

ANNE CAMILE C. SILVA

CARLOS HENRIQUE BRITO

PALOMA MENEGUESSO

PÂMELA CRISTIANE DE OLIVEIRA

ECTOPARASITAS NA AVICULTURA

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

2017
ANNE CAMILE C. SILVA

CARLOS HENRIQUE BRITO

PALOMA MENEGUESSO

PÂMELA CRISTIANE DE OLIVEIRA

ECTOPARASITAS NA AVICULTURA

Trabalho Acadêmico apresentado à


disciplina de Ornintopatologia do primeiro
semestre de 2017 do curso de Medicina
Veterinária da União das Faculdades dos
Grandes Lagos – UNILAGO.

Profª. Ms. Fernanda Cassioli de Morais

SÃO JOSÉ RIO PRETO

2017
RESUMO

O presente trabalho relata sobre os ectoparasitas aviários de interesse a avicultura. Os


carrapatos Argas miniatus, apresenta um problema para os criadores de frangos, por serem
eles os transmissores de duas enfermidades a Borrelia anserina e em frangos jovens a
paralisia flácida, essas enfermidades apresentam severos problemas, podendo levar a morte
das aves infectadas.
O ácaro Dermanyssus gallinae é dos ectoparasitas mais encontrados na avicultura,
sendo realmente uma verdadeira praga. Esse parasita é um grande causador de danos e perdas
para os avicultores, pois ácaro apresenta uma severa parasitose nos frangos, e um potencial
alto por ser um veiculo de doenças zoonóticas. Os problemas com o piolho amarelo
(Menacanthus stramineus) são relatados como uma enfermidade muito prejudicial aos
granjeiros por apresentar uma diminuição na postura de ovos e desempenho do frango.
SÚMARIO

1. INTRODUÇÃO....................................................................................................... 6

2. Argas miniatus......................................................................................................... 7

Borrelia anserina.................................................................................................. 8

Tick Paralysis........................................................................................................ 9

2.1. CICLO DE VIDA DO A.miniatu................................................................... 10

2.2. CONTROLE.................................................................................................. 10

3. Demanyssus gallinae .............................................................................................. 11

3.1. ÁCARO RELACIONADOS A SAÚDE PUBLICA..................................... 12

3.2. CICLO BIOLOGICO DE D. gallinae........................................................... 15

4. Menacanthus stramineus........................................................................................ 16

4.1. CICLO DE VIDA.......................................................................................... 17

5. MEDIDAS DEPROFILAXIA GERAL................................................................ 18

6. CONCLUSÃO...................................................................................................... 18

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................. 19
LISTA DE FIGURAS

Fig.1. Argas miniatus.................................................................................................. 8

Fig.2. Fígado de ave infectado por Borrelia anserina, apresentando

Hepatomegalia, congestão, superfície irregular e com fissuras.................................9

Fig.3. Bactérias e virús provavelmente associado com D. gallinae............................14

Fig. 4.Esquema de ciclo biológico de D gallinae.......................................................16

Fig.5. Menacanthus stramineus.. ................................................................................17


6

1 – INTRODUÇÃO

O Brasil conquistou um espaço significativo na produção mundial de carne de frango,


passando de 7% em 1990 para 13% em 2004. Do aumento de mais de 32,3 milhões de
toneladas na produção mundial nesse período, coube ao Brasil 6,3 milhões de toneladas, ou
20% do acréscimo mundial na produção. O Brasil tem tido sucesso tanto na produção quanto
na conquista do mercado externo. Isso ocorreu pela competitividade do nosso produto e,
também, em função de fatores ocasionais e não controláveis como a crise da vaca louca, os
surtos de febre aftosa e de outras enfermidades animais em diversas regiões e países do
mundo. Esses eventos, de grande incerteza, prejudicaram o mercado das outras carnes e,
felizmente, não afetaram a avicultura brasileira que passou a ocupar o primeiro lugar nas
exportações mundiais. Ano após ano, o Brasil tem buscado diversificar sua carteira de
clientes, que segundo a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos
(ABEF) é composta por mais de 130 países (MARCELO, ADEMIR).
No Brasil, a partir da década de 50, a criação de aves passou a ser de extensiva para o
sistema intensivo (YOSHIDA,1987). O sistema de criação em gaiola, em galpões cobertos,
tem as vantagens de se obter uma maior produção de ovos em menor espaço físico e melhor
racionalização do trabalho de granja e uma maior produção de frangos para consumo.
Por outro lado esta grande concentração de galinhas e outras técnicas utilizadas no
sistema intensivo de criação de aves podem estar agravando o efeito negativo do parasitismo
por ectoparasitas (S.M de FIGUEIREDO et all; 1993). Dentre muitos ectoparasitas, os das
famílias: Argasidae, Dermanyssidae e Menoponidae, são conhecidos como de grande
importância para a avicultura brasileira.
Os carrapatos da família Argasidae são ectoparasitas hematófagos de anfíbios, répteis,
aves e mamíferos. Essa família é composta por vários gêneros sendo o gênero Argas o citado
para o estudo (HUARRISSON A. SANTOS, 2008). Segundo Kock (1844) Argas miniatus é a
única espécie do gênero que tem como único hospedeiro aves domesticas o Gallus gallus.
Não se conhece sobre existência de hospedeiros silvestres de A. miniatus. Essa espécie
de argasídeo se mantém na natureza, principalmente em pequenas criações domésticas de
Gallus gallus, e sua importância se deve a perdas na produtividade, que sejam decorrentes do
hematofagismo, da transmissão de agentes patogênicos, como Borrelia anserina ( LISBOA,
2006). O ácaro da família Dermanyssidae, o Dermanyssus gallinae é um ácaro hematófago
cosmopolita, parasito de galinhas e de grande variedade de espécies de aves domesticas e
7

silvestres. A espécie é considerada a principal praga em aviários de postura no Estado de São


Paulo, determinando grandes prejuízos aos criadores, principalmente devido a redução na
produção de ovos (TUCCI, 1992). O piolho de aves da família Menoponidae, o Menacanthus
stramineus, são malófagos ectoparasitas de aves ou de mamíferos com peças bucais adaptadas
à mastigação, alimentando-se de descamações de pele, pena, secreções sebáceas e sangue
(TRIVEDI et alii 1991). M. stramineus é um parasita economicamente importante para os
granjeiros, devem manter suas aves o quanto antes livre deste malófago, aves parasitadas por
estes apresentam uma diminuição significativa na produção de ovos.

2 - Argas miniatus

Argas miniatus Koch, 1844, é uma espécie de carrapato neotropical encontrada na


América do Norte, Central e principalmente na América do Sul. É um carrapato heteróxeno e
com hábito alimentar noturno. Durante o processo de alimentação, a larva permanece sobre o
hospedeiro durante dias, enquanto ninfas e adultos realizam seus repastos sanguíneos em
poucos minutos. Na fase de vida livre, são encontrados em abrigos e ninhos de seus
hospedeiros, onde ocorre a muda e a cópula (ROHR, 1909). E sua importância se deve a
perdas na produtividade, sejam decorrentes do hematofagismo, da transmissão de agentes
patogênicos, como Borrelia anserina (LISBOA, 2006) ou por paresia induzida pelas larvas,
em aves jovens, conhecida como paralisia por carrapatos “Tick Paralysis” (MAGALHÃES et
al., 1987).
A ocorrência e a gravidade desse processo patológico dependem da quantidade de
neurotoxina que é liberada nos tecidos da ave, que ocorre principalmente no final do
ingurgitamento das larvas (MANS et al., 2004).
8

Fig. 1: Argas miniatus


Fonte: controleambiental.com.br

Borrelia anserina

A borreliose aviária é considerada uma enfermidade de importância econômica, que


atinge principalmente criações de aves onde é forte a inserção do sistema orgânico; essa
enfermidade é responsável por altas taxas de mortalidade em aves de criações rústicas, com
maior prevalência nas aves jovens (LISBÔA et al. 2008).
Este tipo de sistema de produção apresenta algumas desvantagens como o baixo
investimento em equipamentos e técnicas sanitárias inadequadas, o que facilita a instalação de
parasitoses (CRUZ et al. 2013). O agente etiológico, Borrelia anserina, é o causador da
espiroquetose aviária em Gallus gallus. No Brasil, a enfermidade foi relatada por Marchoux
Salimbeni (1903) quando estudava o curso da infecção natural por B. anserina em galinhas.
Esta espiroqueta pode ser encontrada no plasma sanguíneo das aves infectadas durante
os estágios iniciais da doença (BURGDORFER & SCHAW, 1991). O quadro clínico da
enfermidade manifesta-se por hipertermia e polidpsia inicial, fraqueza muscular, sonolência,
inapetência, diarreia esverdeada, cianose de mucosas, hipotermia, transtornos paralíticos e até
a morte (BOERO, 1967). O vetor responsável por esta doença é o carrapato A. miniatus, a
transmissão deste agente patogênico são pelas vias transestadial e primordialmente
transovariana. Inúmeras alterações hepáticas podem ser encontradas no fígado de frangos, e
indicam a ocorrência de distúrbios circulatórios, tóxicos, infecciosos e neoplásicos. Algumas
lesões hepáticas são inespecíficas quanto à etiologia, mas fornecem informações essenciais
9

sobre a ocorrência de enfermidades sistêmicas (HOERR, 1996). Alterações hepáticas em


resposta à borreliose aviária têm sido relatadas em G. gallus e incluem diversas alterações
observadas quanto à morfologia e funcionalidade do órgão, assim como alterações ao nível
celular (BOERO, 1967).

Fig. 2 : Fígado de ave infectada por Borrelia anserina apresentando hepatomegalia,


congestão, superfície irregular e com fissuras(friável).
Fonte: Pesquisa cientifica: Alterações bioquímicas, anatômicas e histopatológicas em
fígado de Gallus gallus Linnaeus, 1758 experimentalmente infectados por Borrelia
anserina Sakharoff, 1891.

Tick Paralysis

Esta doença é causada por uma neurotoxina liberada ao final do ingurgitamento das
larvas, provocando paralisia flácida ascendente, levando rapidamente a morte geralmente por
parada respiratória; sete espécies do gênero Argas podem produzir esta toxina (MANS;
GOTHE; NEITZ, 2004).
10

2.1 - CICLO BIOLÓGICO DO A. miniatus

É um carrapato heteroxeno, ou seja, necessita de mais de um hospedeiro para


completar seu ciclo de vida, no presente caso utiliza-se de dois. (SCHUMAKER; OBA,
1988). Possui hábito de repasto noturno e durante este processo a larva permanece parasitando
o hospedeiro durante dias, enquanto que ninfas e adultos realizam seus repastos sanguíneos
em poucos minutos. Possui de dois a quatro instares ninfais (MAGALHÃES, 1979) e os
adultos se desenvolvem a partir do segundo instar ninfal. As fêmeas dependem do repasto
sanguíneo e de pelo menos uma cópula inicial para realização da postura. Elas podem realizar
até 16 posturas durante toda a duração do ciclo biológico, com média de 136 ovos postura-1
(RHOR, 1909).
Com uma única cópula, uma fêmea realiza até seis posturas intercaladas com o
repasto sanguíneo (RHOR, 1909; MAGALHÃES, 1979). Os ovos passam por um período de
incubação que varia de 12 a 41 dias, dependendo da temperatura (RHOR, 1909) e o
percentual médio de eclosão é de 82,7% (SCHUMAKER & OBA, 1988). Em condições de
temperatura e UR controladas, o ciclo completo pode durar até 201 dias, ao passo que, em
condições naturais, pode chegar até 317 dias (SCHUMAKER & OBA, 1988).

2.2 - CONTROLE

Para evitar prejuízos em decorrência da ação espoliatória dos carrapatos existem


alguns métodos que procuram minimizar esse problema, tais como: o uso de produtos
químicos (carrapaticidas), vacinas, fitoterápico, seleção genética e a preservação e/ou
utilização de inimigos naturais (controle biológico). Esses métodos tornam-se ainda mais
eficazes quando empregadas na forma de “Manejo Integrado” e/ou “Estratégico”
(JAQUELINE M., 2013).
11

3- Dermanyssus gallinae

Dermanyssus gallinae é uma espécie hematófaga cosmopolita muito importante para a


avicultura brasileira, traz sérios prejuízos econômicos e sanitários. Pode ser encontrado em
granjas de aves poedeiras e reprodutoras, mas também parasitam outras espécies de aves
domesticas e silvestres (TUCCI; GUIMARÃES, 1998). Apresenta coloração cinza-
avermelhada, mede de 0,6 a 0,8 mm de comprimento e alimenta-se de sangue principalmente
á noite, sendo durante o dia, dificilmente encontrado no corpo das aves (BACK, 2004). Altas
infestações são vistas durante todo o ano, possivelmente devido á expansão da avicultura e
pelo uso exagerado e indevido de acaricidas, resultando no desenvolvimento de resistência
(BACK, 2004). Além disso, alta taxa reprodutiva é outro fator importante, pois em oito
semanas uma fêmea é capaz de produzir uma prole de cerca de 2.500 descendentes (MUL;
KOENRAADT, 2009).
Nos aviários são encontrados formando colônias nas frestas e fendas das madeiras, em
acúmulos de sujeira como fezes, penas, poeira e teias de aranha, permanecendo nesses locais
durante a maior parte do seu ciclo, especialmente durante o dia. Á noite abandonam os
esconderijos á procura das aves para realizarem o repasto sanguíneo. O estresse por altas
infestações estimula o canibalismo entre as aves (ZENNER et al.; 2009). Além do estresse,
provoca espoliação, devido á hematofagia, anemia, queda na postura de ovos e pode ser vetor
de microrganismos patogênicos, uma das doenças comuns é a dermanissose, gerando perdas
econômicas e o parasitismo extremo pode causar mortalidade das aves (BACK, 2004). Os
sinais desta ectoparasitose podem-se apresentar, principalmente, como lesões a nível cutâneo
ou alterações a nível dos parâmetros do hemograma.
O nível cutâneo, devido ao picacismo constante que tem como causa provável o
prurido causado pelos ácaros, a plumagem das galinhas encontra-se bastante danificada. Estes
ácaros podem-se acumular, quando a carga parasitária é extremamente elevada, no topo das
penas formando estruturas semelhantes a cachos. Estes cachos encontram-se normalmente na
região abdominal média, mas também se podem verificar na região crural (NAKAMAE et al.,
1997). Pensa-se que outras lesões cutâneas como erupções com ou sem eritema, tal como
descrito nos humanos, possam também aparecer nas galinhas provavelmente secundárias ao
picacismo decorrente do prurido. Quando a infestação é muito elevada, a dermanissose pode
originar, a nível sanguíneo, anemia fulminante que pode ser fatal (KILPINEN et al., 2010).
12

Durante a noite, a infestação ocorre em todas as partes do corpo da ave, barbela, crista
e membrana periocular. As lesões provocadas durante o seu repasto sanguíneo podem ser
facilmente identificada no peito e pernas das aves (TUCCI et al., 1998). Na ausência do
hospedeiro definitivo, este ácaro pode ser encontrado no corpo de coelhos e outros roedores, e
também de cães, gatos, cavalos e homem, causando dermatite pruriginosa (MARANGI et al.,
2009).

3.1 – ÁCARO RELACIONADO À SAÚDE PUBLICA

A capacidade vectorial de D. gallinae encontra-se, porém, pouco estudada para a


maioria desses agentes. Este facto pode levar a uma subestimativa da importância destes
ácaros na transmissão de bactérias e vírus, alguns dos quais com potencial zoonótico. Existem
agentes patogénicos cuja presença nos ácaros vermelhos das galinhas já foi demonstrada mas
nada se sabe do potencial de D. gallinae para lhes servir de vetor. Dentro deste grupo
podemos encontrar Erysopelothrix rhusiopathiae, Listeria monocytogenes, Escherichia coli,
Streptomyces sp., Staphyloccocus sp. e o paramixovírus aviário tipo I (vírus da doença de
Newcastle) (MORO et al., 2009).
A doença de Newcastle (DNC) é uma infecção virica altamente contagiosa que afeta
os sistemas nervoso, respiratório e digestivo das aves. É conhecida também como pseudo-
peste aviária, pneumoencefalite aviária e internacionalmente Newcastle disease, e faz parte da
lista das enfermidades de notificação obrigatória do Escritório Internacional de Epizootias
(OIE). A DNC é endêmica em algumas partes do mundo, sendo considerado um perigo
permanente para as aves criadas comercialmente, com ênfase aquelas de criatórios não
organizados e de fundo de quintal. Em países da Ásia, África, América Central e certas
regiões da América do Sul, a DNC têm causado perdas significativas nas criações comerciais
de fundo de quintal que representam uma importante fonte de renda nestes países.
O vírus da DNC se caracteriza pela capacidade de aglutinar as hemácias das aves. Esta
hemaglutinação se dá pela presença das glicoproteínas que possuem atividade de
hemaglutinação. Possui também uma glicoproteína F, responsável pela adesão do vírus às
membranas celulares do hospedeiro. Estas proteínas são importantes antígenos na resposta
imune induzida pelo vírus da DNC nas aves. Anticorpos monoclonais dirigidos contra estas
duas proteínas neutralizam o vírus in vivo e in vitro (VILLEGAS & AVELLANEDA, 1995).
13

O agente da DNC é capaz de infectar mais de 241 espécies de aves (SESTI, 2001). A
importância desta doença em aves é devido às grandes perdas econômicas quando ocorrem
surtos de DNC em criações comerciais (pode provocar mortalidade de 100% em um lote). A
doença de Newcastle é uma zoonose, pois o homem se contamina pelo contato direto com
material infectado e nunca foi relatada a transmissão de uma pessoa para a outra
(SESTI,2001). Esta enfermidade no homem é pouco frequente e geralmente ocorre em
funcionários de frigoríficos de aves, laboratoristas e vacinadores que aplicam vacina com o
vírus vivo. O período de incubação para o homem é de 1 a 4 dias e o quadro clinico consiste
em infecções dos olhos, caracterizada por conjuntivite unilateral, avermelhamento,
lacrimejamento, edema de pálpebras e hemorragia subconjuntival. A infecção não determina
risco de vida ao homem (ALEXANDER, 2003).
A transmissão do vírus da DNC se da por contato através de produtos contaminados
ou por aerossóis de aves infectadas. Aves com sinais respiratórios excretam o vírus em
aerossóis que são inalados por aves susceptíveis. Como o vírus também se replica no
intestino, pode ser disseminado pela ingestão de alimentos e água contendo fezes
contaminadas (ALEXANDER,2003). Pequenos roedores, insetos, artrópodes, e aracnídeos
que transitam entre as aves infectadas e susceptíveis, podem transmitir mecanicamente o
vírus. O movimento de pessoas com seus calçados, roupas e veículos, e o transporte de
equipamentos entre granjas também favorece a difusão rápida do vírus (VILLEGAS &
AVELLANEDA, 1995).
14

Fig, 3: Bactérias e vírus provavelmente associados com Dermanyssus gallinae.


Fonte: Artigo cientifico: Dermanyssus gallinae em galinhas poedeiras em bateria: Carga
parasitaria, ação vectorial e ensaio de campo de um biopesticida.
15

3.2 – CICLO BIOLÓGICO DE Dermanyssus gallinae

A grande parte do ciclo biológico deste ácaro é feita fora do hospedeiro, recorrendo
apenas a este quando se vai alimentar (MULLEN & DURDEN, 2009). Este ácaro passa por
cinco fases durante o seu ciclo de vida. São elas o ovo, a larva, a protoninfa, a deutoninfa e o
adulto, macho ou fêmea. Bishopp e Wood (1917) referem que as fêmeas adultas, 12 a 48
horas após a refeição sanguínea (período de pré-ovoposição), depositam entre três e sete ovos
semelhantes a uma pérola branca com forma elíptica. A ovoposição é feita individualmente
nas ranhuras onde os adultos se alojam e acasalam (NORDENFORS & HOGLUND, 2000).
Esta visita ao hospedeiro para se alimentar seguidas de um período de ovoposição, são
repetidas até oito vezes, sendo que, durante esse período, são depositados entre 25 a 35 ovos.
Destes vão eclodir as larvas passadas, aproximadamente, dois dias. Estas larvas sofrem
uma muda, sem se alimentarem, para protoninfas em um a dois dias. Esta primeira fase de
ninfa caracteriza-se por possuir uma cor bastante clara quase transparente. Uma nova muda
vai ocorrer, após uma primeira refeição sanguínea, seguindo-se uma segunda fase de ninfa,
denominada deutoninfa. Esta segunda muda é feita 30 a 48 horas após as protoninfas se
alimentarem. A fase de deutoninfa, rapidamente, após a muda, vai ingerir uma nova refeição
sanguínea, sendo que a muda para adultos é feita um a dois dias depois desta refeição. Em
adultos, as fêmeas apresentam uma cor acinzentada antes de se alimentarem passando para
vermelha escura após a ingestão de sangue. O ciclo biológico fica, assim, completo em média
ao fim de sete dias (BISHOPP & WOOD, 1917).
16

Duração total do ciclo biológico: 6 - 10 dias


Fig. 4: Esquema do ciclo biológico de Dermanyssus gallinae.
Fonte: www.gorupos.info

4 – Menacanthus stramineus

M. stramineus é um espécie de piolho mastigador, que parasita aves. Alimentam-se de


descamações cutâneas, plumas, secreções sebáceas e ingerem sangue como complemento
alimentar (CICCHINO; CASTRO, 1998). As aves infestadas tornam-se inquietas, não
dormem bem e podem se auto lesionar, devido ao prurido provocado pelo caminhar dos
parasitos, podendo gerar consideráveis impactos como a perda das penas, causando uma
alteração térmica. Também podem ter sua alimentação afetada, ocasionando perda de peso e
diminuição da capacidade reprodutiva (OLIVEIRA et al. 1999).
17

O piolho tem coloração amarela, prefere a superfície cutânea, sendo encontrado em


quantidades máximas sobre a pele do peito e das coxas e em redor da cloaca. É um piolho
muito ativo e põe os seus ovos em grupos ao redor das penas. Apesar de ser um piolho
mastigador pode causar anemia ao perfurar as jovens penas e ao alimentar-se do sangue que
as nutre. Provoca grande irritação, a pele torna-se inflamada e vermelha e com crostas,
especialmente na região da cloaca. É o piolho mais patogénico das aves adultas, mas também
afeta os jovens (ANDRE BATISTA, 2009).

Fig. 5 : Menacanthus stramineus


Fonte: www.ento.csiro.au/aicn/images/cain693.jpg.

4.1- CICLO DE VIDA DO M. stramineus

Os piolhos malófagos são geralmente mais ativos durante o Verão, mas podem-se
encontrar ativos durante todo o ano. Durante o período de vida de cerca de um mês, a fêmea
põe 200 a 300 ovos (“lêndeas”). Os ovos são geralmente esbranquiçados e ficam agarrados às
penas, onde podem ser vistos a olho nu. São insetos hemimetabólicos e do ovo eclode uma
ninfa, semelhante ao adulto apesar de muito menor. Depois de três mudas, surge o adulto
totalmente desenvolvido. O ciclo inteiro desde o ovo até à forma adulta demora cerca de
quatro semanas (ANDRE BATISTA, 2009).
18

5 – MEDIDAS DE PROFILAXIA GERAL

É sempre importante existir um cronograma dentro de granjas, um cronograma


rigoroso de profilaxia, para impedir tais infestações e disseminações de doenças. É necessário
um treinamento do pessoal, para que exista uma correta higienização própria e da instalação
assim como dos fômites, e um correto manejo com os animais. É importante que as
instalações sejam bem equipadas, com matérias para limpeza e desinfecção, as instalações
devem ser bem isoladas, impedindo a entrada de animais e objetos estranhos, que podem
surgir do meio externo da granja. É necessário que o medico veterinário responsável do local
implante medidas como o POP (Procedimento Operacional Padrão) para que os funcionários
possam seguir, essas medidas devem ser de acordo com as imposições legais vigentes. O
medico veterinário deve programar um cronograma para avaliação e vacinação dos animais,
com a eliminação dos animais doentes e/ou infectados. Com isso garantir uma boa e rigorosa
proteção, e funcionamento da instalação de criadouros de frangos.

6 - CONCLUSÃO

Com este trabalho concluímos a importância de controle e de profilaxia contra


ectoparasitas. Que com o passar dos anos a avicultura vem crescendo no Brasil, sendo um
recurso muito importante para o nosso país, mas com isso, os riscos de parasitismo também
vem se demostrado um grande risco, ocasionados pela grande ocupação de frangos em
criadores a infestação é algo que pode acontecer rapidamente. Os ectoparasitas são
responsáveis por uma serie de enfermidades encontradas nos animas acometidos por estes,
tais enfermidades comprometem toda a produção, fazendo com que tenha uma grande
diminuição na produção de ovos, apresentando uma grande perda econômica. Além dos
sintomas ocasionados pelo parasitismo, como estresse e apatia, os parasitas servem como
veículos para uma serie de doenças, que podem ate mesmo levar a uma perda de ate 100% do
lote. Sendo indispensável às medidas de profilaxia para que possa se obter um nível de
produção com segurança, sem riscos de grandes perdas.
19

7 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRE BATISTA [DISSERTAÇÃO] – Ectoparasitas na avicultura. Mestrado Integrado a


Medicina Veterinária, 2009.

ALEXANDER, D. J. Newcastle disease, other avian paranyxovirus and pneumovirus


infections. In: Sayf.Y.M.et al. Diseasse of Poultry. Lowa State University Press, II ed. P. 63-
99, 2003

BACK, ALBERTO – Manual de doenças das Aves. Cascavel (Paraná): Coluna do saber,
2004; p. 222.

BISHOPP, F. C. & WOOD, H. P. Mites and lice on poultry. Washington, D.C.: Washington -
Governement Printing Office, 1917.

BOERO J.J. 1967. Parasitosis animales. Editora Universidade de Buenos Aires, Buenos
Aires. 498p.

BURGDORFER W. & SCHWAN T.G. 1991. Borrelia, 560-566. In: Balows W.J., Hausler
J.R., Herrmann K.L., Isenberg H.D. & Shawdomy H.J. (Eds), Manual of Clinical
Microbiology, 5th ed. American Society for Microbiology, Washington, DC.

CICCHINO, A.C.; CASTRO, D.C. Ischnocera. In: MORRONE, J.J.; COSCARÓN, S. (Ed.).
Biodiversidad de artrópodos argentinos. Buenos Aires: Ediciones Sur, 1998. p.4-124.

CRUZ F.G.G., CHAGAS E.O. & BOTELHO T.R.P. 2013. Avicultura familiar como
alternativa de desenvolvimento sustentável em comunidades ribeirinhas do Amazonas.
Interações, Campo Grande, 14(2):197-202.

HOERR F.J. 1996. Liver, p.143-166. In: Ridell C. (Ed.), Avian Histopathol. Library of
Congress, Pensylvania.

HUARRISSON A. SANTOS; FERNANDA N. R. EVANGELISTA; JÚLIO T. TAJIRI;


MARCOS P. FRANQUE4; TIAGO M. DOS SANTOS5; CARLOS LUIS MASSARD -
Aspectos biológicos de larvas de Argas (Persicargas) miniatus KOCH, 1844, (IXODOIDEA:
ARGASIDAE) EM Gallus gallus; Rev. Bras. Parasito. Vet., 17, Supl. 1, 45 – 49 (2008).
20

JAQUELINE M. SANTOS - Caracterização química e efeito acaricida do óleo essencial de


Tagetes minuta (ASTERACEAE) em diferentes espécies de carrapatos, 2013.

KILPINEM, O., ROEPSTORFF, A., NFRGAARDA, G., LAWSON, L. G. & SIMONSEN,


H. B. (2010). Influence of Dermanyssus gallinae and Ascaridia galli infections on behaviour
and health of laying hens (Gallus gallus domesticus). British Poultry Science, 46 (1), 26 - 34.

LISBÔA R.S., GUEDES D.S., SILVA F.J.M., CUNHA N.C., MACHADO C.H. &
FONSECA A.H. 2008. Alterações nos parâmetros hematológicos de Gallus gallus domesticus
experimentalmente infectados por Borrelia anserina. Pesq. Vet. Bras. 28(10):527-532.

LISBOA, R.S. Estudo da transmissão experimental de Borrelia anserina (Sakharoff, 1891)


por Argas (Persicargas) miniatus Kock, 1844 e avaliação comparative de parâmetros clínicos
e hematológicos em Gallus gallus Linnaeus, 1758. 2006. 63f. Dissertação (Mestrado) –
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 2006.

MAGALHÃES, F.E.P.; MASSARD, C.L.; SERRA-FREIRE, N.M. Paralysis in Gallus gallus


and Carina moschata induced by larvae of Argas (Persicargas) miniatus. Pesquisa Veterinária
Brasileira, v. 7, n. 2, p. 47-49, 1987.

MANS, B.J.; GOTHE, R.; NEITZ, W.H. Biochemical perspectives on paralysis and other
forms of toxicoses caused by ticks. Parasitology, v. 129, n. 1, p. 95-111, 2004.

MARCELO M., MSc Pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, Área de sócio-economia e


doutorando no Cepan/UFRGS; ADEMIR F. G., MSc, Pesquisador da Embrapa Suínos e
Aves, Área de sócio-economia - ANÁLISE DA SITUAÇÃO ATUAL E PERSPECTIVAS
DA AVICULTURA DE CORTE.

MARANGI, M.; CAFIERO, M. A.; CAPELLI, G.; CAMARADA, A.; SPARAGANO, O. A.


E.; GIANGASPERO, A. Evaluation of the poultry red mite, Dermanyssus gallinae (Acari:
Dermanissydae) susceptibility to some acararicidas in field populations from italy.
Experimental and Applied Acaralogy, v. 48, p. 11-18, 2009.

MORO, CLAIRE V.; LUNA, CARLOS J., TOD, ALEXANDER; GUY, JONATHAN H.;
SPARAGANO, OLIVER A. E.; ZENNER, Lionel. The poultry red mite (Dermanyssus
gallinae): a potential vector of pathogenic agents. Experimental and Applied Acarology, v.
48, p- 93-104, 2009.
21

MUL, KOENRAADT, Constantianus J. M. Preventing introduction and spread of


Dermanyssus gallinae in poultry facities using the HACCP method. Experimental and
Applied Acarology, v. 48, p. 167 – 181, 2009.

MULLER, G. R. & DURDEN, L. A. (2009). Medical and veterinary entomology. (2nd ed.).
London: Academic Press.

NAKAMAE, H., FUJISAKI, K., KISHI, S., YASHIRO, M., Oshiro, S. & Furuta, K. (1997).
The new parasitic ecology of chicken mites Dermanyssus gallinae, parasitizing and
propagating on chickens even in the daytime. Japanese Poultry Science, 34 (2), 110 – 116.

NORDENFOR, H. & HOGLUND, J. (2000). Long term dynamics of Dermanyssus gallinae


in elation to mite control measures in aviary systems for layers. British Poultry Science, 41
(5), 533 – 540.

OLIVEIRA, H.H.; FERREIRA, I.; SERRA-FREIRE, N.M. Fauna de Mallophaga (Insecta:


Aptera) de ectoparasitos em Gallus gallus L. e Columba livia L. amostrados no Rio de
Janeiro. Entomología y Vectores, v.6, n.5, p.509-515, 1999.

ROHR, C.J. Estudo sobre Ixodidas do Brasil. Rio de Janeiro: Gomes, Irmão & C., 1909.
226p.

SCHUMAKER, T. T. S.; OBA, M. S. P. Aspectos Morfo-biológicos de Argas (Persicargas)


miniatus. Koch, 1844 (Ixodoidea, Argasidea). Revista Brasileira de Entomologia, Curitiba, v.
32, n. 2, p. 161-173, 1988.

SESTI, L. A.C. Filosofiase conceitos de biosseguridade e doenças com potencial de risco para
a avicultura brasileira. In: Anais Conferência APINCO 2001 de Ciência e tecnologia
Avículas. Campinas, São Paulo, p. 47 – 91, 2001.

S.M de FIGUEIREDO, J.H. GUIMARAES & N.M.S.Q.GAMA – Biologia e ecologia de


malófagos (Insecta, Phthiraptera) em aves de postura de granjas industriais, Rev. Bras.
Parasito. Vet., 2, 1,45-51 (1993).

TRIVEDI, M. C.; RAWAT, B. S. & SAXENA, A. K. (1991). The distribution of lice


(Phthiraptera). Inter. J. Parasito, 21: 247- 9.

TUCCI, E.C. 1992 – Ocorrência de ácaros hematófagos em granjas industriais de postura, no


Estado de São Paulo e biologia de Dermanyssus gallinae (De Geer, 1778) (Acari,
22

Dermasyssidae) em condições de laboratório. 67 p. [Dissertação de Mestrado/Instituto de


Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo].

TUCCI E.C & J. H. GUIMARÃES – Biologia de Dermanyssus gallinae (De Geer,1778)


(Acari,Dermasyssidae); Rev. Bras. Parasito. Vet., 7, 1, 27 – 30 (1998).

VILLEGAS, P. & AVELLANEDA, G. – Enfermedad de Newcastle. In: XVI Congresso


Latino Americano de Avicultura. Avicultura al Sur del mundo. Memoriais. Santiago do Chile.
Ala. Apa. Asahuevo. Amevea, Chile, 538 p., 1995.

YOSHIDA, C.K., 1987. Avicultura: a modernização, a especialização e a agroindústria em


Bastos (SP). Londrina. 98p./Monografia de bacharelado – Departamento de Geociências da
Fund. Univ. Est. Londrina.

ZENNER, L; BOM, G.; CHAUVE, C.; NEMOZ, C; LUBAS, S. – Monitoring of


Dermanyssus gallinae in free-range poultry farms. Experimental and Applied Acarology, v.
48, p. 157-166,2009.
23

Você também pode gostar