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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

Centro de Ciências
Departamento de Química Analítica e Físico-Química
Coordenação do Curso de Especialização em Ensino de Química

Experimentos em
Química do Cotidiano

Versão 2

PROFa HELENA BECKER

FORTALEZA – CE
2011
Este manual reúne os experimentos apresentados na disciplina:
Experimentos em Química do Cotidiano, ministrado no curso de Especialização
em Ensino de Química da Universidade Federal do Ceará, em 2008 e 2010. Os
roteiros são de responsabilidade única de cada autor-aluno.
A ementa da referida disciplina encontra-se abaixo.

Disciplina: Experimentos em Química do Cotidiano


C. horária: 64 horas Créditos: 2
Professora: Helena Becker
Objetivos:
Elaborar experimentos em química a serem aplicados no ensino fundamental e
médio usando os conhecimentos adquiridos nas disciplinas cursadas durante todo o
período do curso.

Ementa
Estabelecer procedimentos através de pesquisa o desenvolvimento e
aplicações de experimentos em Química utilizando reações do cotidiano que possam
ser aplicadas no ensino médio.

Programa:
- Discussão dos temas escolhidos pelos alunos-professores
- Planejamento e execução dos experimentos
- Elaboração de roteiros
- Aplicação dos experimentos.
-Apresentação dos resultados

Bibliografia
Ingram, J. A.; Ciência na vida cotidiana, Ed Ediouro, 1989, Rio de Janeiro, 238p.
Lima, M.E.C.C.; Aguiar Jr., O.G.; Braga, S.A.M; Aprender Ciências um mundo de
materiais, Ed UFMG, 1999, Belo Horizonte, 85p.
GEPEQ, Química e a sobrevivência – Hidrosfera- Fonte de materiais, Ed EDUSP,
2005, São Paulo, 135p.
Oxtoby, D.W.; Freeman, W.A.; Block, T. F.; Chemistry, Science of Chenge, 3th ed,
Sanders Collage Publishing, 1998, Flotrida, USA, 970p.
Snyder, H. S.; The Extraordinary Chemistry of Ordinary Things, 2nd ed, John Wiley &
Sons, INC, Toronto, CA, 656p.

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LISTA DE EXPERIÊNCIAS

PRÁTICA 01– Investigando os fenômenos que provocam “as chuvas ácidas”


nos ambientes. 5

PRÁTICA 02 – Cálculo de concentrações em massa de soluções preparadas


a partir da massa de um soluto e da diluição de soluções 9

PRÁTICA 03 – A ciência e a tecnologia química inserida na história em


diferentes épocas. 12

PRÁTICA 04 – Reações de óxido- redução 17

PRÁTICA 05 – Investigando os processos de separação de misturas 19

PRATICA 06 – Chuva ácida 23

PRÁTICA 7 – Investigando o conceito de pH de substâncias do nosso


cotidiano 26

PRÁTICA 8 – Grandezas físicas 28

PRÁTICA 9 – Extração do álcool contido na gasolina 29

PRÁTICA 10 – Energia envolvida na quebra e formação de ligações


químicas em uma reação química 31

PRÁTICA 11 – Fabricação de sabão a partir de óleo de cozinha usado 38

PRÁTICA 12 – Cálculo do teor de ferro em amostras de solo 42

PRÁTICA 13 – A produção de hidrogênio por reação de deslocamento 46

PRÁTICA 14 – Identificação do pH de substâncias do cotidiano utilizando


papel indicador de pH produzido com uma solução de repolho
roxo 48

PRÁTICA 15 – Mistura e separação de mistura 56

PRÁTICA 16 – Equações químicas e estequiometria 60

PRÁTICA 17 – Observação da função amina através da detecção de


proteínas em alguns alimentos 65

PRÁTICA 18 – Verificando o que ocorre com a glicose e o azul de metileno


no meio básico. 67

PRÁTICA 19 – Solubilidade do gás no refrigerante 73

PRÁTICA 20 – Distinção entre aldeídos e cetonas 75

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PRÁTICA 21 – Fatores que influenciam a velocidade de reação 78

PRÁTICA 22 – A química dos colóides no tratamento de água 82

PRÁTICA 23 – Energia nos alimentos – o cálculo das calorias 85

PRÁTICA 24 – Eletroquímica 90

PRÁTICA 25 – Estudo dos gases 92

PRÁTICA 26 – Reações com hidrocarbonetos 95

PRÁTICA 27 – Testes de chama para identificação de cátions 97

PRÁTICA 28 – Separação de polímeros por densidade 102

PRÁTICA 29 – Descobrindo um sistema em equilíbrio com o uso da garrafa


azul 106

PRÁTICA 30 – A oxidação de materiais orgânicos pelo permanganato de


potássio: suco de cenoura e óleo de soja 110

PRÁTICA 31 – Reação em cadeia 117

PRÁTICA 32 – Quebrando a tensão superficial 121

PRÁTICA 33 – Lei das combinações químicas 123

PRÁTICA 34 – À procura da vitamina C 126

PRÁTICA 35 – Extração de ácido nucléico na cebola 128

PRÁTICA 36 – Identificando um metal (Cobre) e um gás (Cloro) presentes na


Tabela Periódica 130

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PRÁTICA 01 - INVESTIGANDO OS FENÔMENOS QUE PROVOCAM “AS
CHUVAS ÁCIDAS” NOS AMBIENTES.

AUTORA: Liciane de Castro Costa

1. INTRODUÇÃO
As transformações ou fenômenos químicos estão presentes no nosso
cotidiano o tempo todo, entretanto, algumas parecem ser instantâneas, como a
nossa respiração e as reações explosivas, outras podem levar dias para ocorrer,
como a decomposição dos alimentos, ainda há aquelas que dependem das
condições atmosféricas e, outras podem levar milhões de anos para se processar,
como à formação do petróleo.
Um dos principais pontos de estudo da Química é o processo das reações
químicas e o equilíbrio ácido-básico, que nos sugere uma diversidade de
fenômenos e situações que possibilita a transformação e formação de novos
materiais. Para explicar tais transformações ou fenômenos comuns no nosso dia-
a-dia, citamos algumas situações-problema que fazem parte de nossa vida, como
por exemplo:
• Qual é a ação dos antiácidos?
• Como é feito o tratamento da água em aquários ou piscinas?
• Entre as substâncias que utilizamos ou ingerimos no dia-a-dia, quais
apresentam características ácidas e quais apresentam características
básicas?
• Substâncias ácidas ou básicas podem afetar a vida e os habitats dos
seres vivos?
• Porque ocorre a formação das chamadas chuvas ácidas?
• As chuvas ácidas podem trazer prejuízos aos ambientes terrestres?

Todas essas questões são explicadas pela Ciência Química. Esses


fenômenos ou transformações que a matéria sofre, implica na ocorrência de
reações químicas, que acorrem continuamente tanto de forma espontânea ou
provocada, nos ambientes onde vivemos, como também, no nosso próprio
organismo, pois o tempo todo a matéria está se transformando, para formar novas
substâncias.
Nesse experimento iremos explicar como ocorre a formação das chuvas
ácidas na atmosfera. Esse fenômeno é provocado pela presença de ácido
sulfúrico no ar, oriundo das reações entre o Oxigênio e o Hidrogênio presente no
ar e os compostos de enxofre, eliminados na atmosfera pelas chaminés
domésticas e das indústrias, pela queima de derivados de petróleo e até mesmo
através da queima da pólvora dos palitos de fósforos.
Algumas evidências nos permitem reconhecer a ocorrência de uma
Transformação ou Reação Química. São elas:
- liberação de calor.
- mudança de cor.
- mudança de odor.
- liberação de gás.
Obs. Existem reações químicas que não apresentam as evidências acima
mencionadas, ou que são pouco percebidas.

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2. OBJETIVOS
Para compreender melhor como podemos identificar uma transformação ou
reação química, realizaremos um experimento que simulará a formação das
chuvas ácidas, no qual será possível verificar algumas das evidências que nos
permite visualizar a modificação da matéria, e consequentemente a formação de
novas substâncias.
Nesse experimento utilizamos materiais comuns em nosso cotidiano, que em
conjunto, irão reagir e promover uma simulação de um fenômeno natural,
ocasionando a formação dos compostos da “chuva ácida”, induzida num
recipiente fechado.
Tal fenômeno ocasiona estragos nas pinturas de casas e prédios,
monumentos históricos de origem metálica, e principalmente, alterações na água,
desequilibrando os meios aquáticos, afetando também a fauna e a flora da região.

3. NATUREZA QUÍMICA DOS MATERIAIS UTILIZADOS


O óxido de cálcio (conhecido como cal) é uma substância muito importante
para a indústria, sendo industrialmente obtido por decomposição térmica de
calcário (900° C). Também chamada de cal viva ou cal virgem, é um composto
sólido branco. Quando a cal hidratada é utilizada no preparo de uma argamassa e
posteriormente usada na fixação de pisos e azulejos, por exemplo, ocorre a
seguinte reação: A água excedente evapora e o dióxido de carbono presente na
atmosfera penetra no revestimento, resultando na formação da "rocha
carbonatada". Uma das reações de obtenção do carbonato de cálcio é através da
reação do óxido de cálcio com dióxido de carbono.

CaO(s) + CO2(g) → CaCO3(s)

O CaCO3 em solução aquosa sofre uma hidrólise salina, produzindo o


hidróxido de cálcio, uma base forte.

CaCO3(s) + H2O(l) → CO2(g) + Ca(OH)2(s)

O ácido sulfúrico - H2SO4 é um dos mais fortes ácidos conhecidos. Esse


composto se forma a partir dos devivados de enxofre, liberados no ar pela queima
de subprodutos do carvão, petróleo, e pólvora, por exemplo. O ácido se forma na
atmosfera, e na ocasião das precipitações, sendo consequentemente arrastado a
superfície terrestre, promovendo um desequilíbrio nos ambientes, no qual
podemos citar a poluição das águas, alterações nas pinturas e corrosão de
materiais metálicos.
Na fase gasosa o dióxido de enxofre é oxidado por adição do radical
hidroxilo através de uma reação intermolecular:

SO2 + OH· → HOSO2· - que é seguida por:

HOSO2· + O2 → HO2· + SO3

Na presença de água líquida nas gotículas das nuvens, nevoeiros e outras


formas de condensação atmosférica, o trióxido de enxofre (SO3) é rapidamente
convertido em ácido sulfúrico:
SO3 (g) + H2O (l) → H2SO4 (l)

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3. MATERIAL E MÉTODO

3.1. Material

• Uma massa de modelar (branca)


• Dois béqueres de 100 mL (ou dois copos pequenos)
• Um béquer de 250 mL (ou um copo grande)
• Quatro palitos de fósforo
• Um "vidro de relógio" (ou qualquer recipiente de vidro que sirva de tampa)
• Uma espátula (ou colher)
• Uma baqueta (ou colher)
• Um conta-gotas
• Um papel de filtro
• Um funil
• Um palito de churrasquinho (de madeira)
• Água
• Solução alcoólica de fenolftaleína
• Cal virgem (óxido de cálcio - CaO)

3.2. Preparo da solução de fenolftaleína

Material necessário:

• fenolftaleína
• álcool
• água
• béquer (copo de vidro)
• bastão de vidro (ou colher)

Procedimento:
Coloque uma pitada de fenolftaleína num béquer e adicione 40 mL de álcool e 60
mL de água. Misture bem, reserve o líquido num frasco de conta-gotas.

3.3. Procedimento da experiência

No béquer de 100 mL coloque, aproximadamente 50mL de água. Com a


espátula, recolha uma quantidade de cal equivalente a meia colher de café e
despeje-a no béquer. Misture bem com a baqueta, depois filtre a solução e
reserve-a no outro béquer de 100mL.
Fixe a massa de modelar no fundo do béquer de 250 mL, o mais próximo
possível do centro do béquer. Coloque a solução de água de cal filtrada, evitando
jogá-la sobre a massa de modelar.
Acrescente algumas gotas da solução de fenolftaleína.
Fixe alguns palitos de fósforo na massa, próximos uns aos outros,
deixando a cabeça para cima. Acenda o palito de churrasco e ateie fogo nos
palitos que estão fixos na massa.
Tape imediatamente com o vidro de relógio e espere apagar. Faça leves
movimentos circulares com o béquer ainda tapado, segurando o vidro de relógio

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para que não caia. (cuidado para não queimar a mão, pois o vidro pode estar
quente.)

FIGURA 1- experimento realizado em um vidro de geléia.

4. CONTEXTUALIZANDO
Discutir com os alunos os conceitos obtidos na experiência realizada,
fazendo referência as vivências do cotidiano. Segue abaixo alguns exemplos:
- Quando queimamos carvão ou quaisquer outros materiais comburentes, é
necessário a presença de gás oxigênio para alimentar a combustão. No momento
em que acaba o gás oxigênio dentro do sistema onde é realizada a experiência, a
combustão é encerrada.
- A verificação experimental das evidências que comprovam os processos
sofridos nos fenômenos ou reações químicas.
- A concentração dos gases no interior do sistema promove um meio
altamente poluente e ácido, simulando o que ocorre naturalmente nos ambientes
terrestres com o fenômeno das chuvas ácidas.
- Enfatizar os problemas de ordem econômica e ambiental promovidos pelas
chuvas ácidas nas regiões mais industrializadas.
- Interdisciplinarizar os conceitos químicos desenvolvidos nesse experimento
com a Biologia, enfatizando os prejuízos ambientais promovidos pela ação das
chuvas ácidas que afetam a fauna e flora nas regiões afetadas, como por
exemplo: a matança de peixes e destruição de florestas; além de contaminar as
águas e solo.

Discussão: Pense sobre as transformações observadas neste experimento e


anote suas reflexões.

5. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

FELTRE, Ricardo. 2000. Química Geral – Vol 1. 5º Edição. Editora Moderna. São
Paulo. 562 p.

PERUZZO, T. M.; CANTO, E. L. DO. 1996. Química na abordagem do


cotidiano. Edição única. Editora Moderna. São Paulo. 512 p.

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PRÁTICA 02 – CÁLCULO DE CONCENTRAÇÕES EM MASSA DE SOLUÇÕES
PREPARADAS A PARTIR DA MASSA DE UM SOLUTO E DA DILUIÇÃO DE
SOLUÇÕES

AUTORA: Andréa Caetano Gomes

1. INTRODUÇÃO

Uma solução é uma mistura homogênea de um soluto (substância a ser


dissolvida) distribuída através de um solvente (substância que efetua a
dissolução). Existem soluções nos três estados físicos: gás, líquido ou sólido. Ar é
uma solução gasosa de N2, O2 e quantidades muito menores de outro gases.
Muitas ligas metálicas são soluções sólidas, como a moeda de 25¢ (25% de Ni,
75% Cu) dos EE.UU. As soluções mais familiares são aquelas no estado líquido,
especialmente as que usam água como solvente. Soluções aquosas são as mais
importantes para nossos propósitos em Química Analítica. Um dos aspectos mais
importantes é a preparação e a expressão da concentração de soluções.
A concentração das soluções pode ser expressa de diversas formas. O que
se entende simplesmente por concentração é a quantidade de soluto existente em
relação ao volume da solução. Lembrando que essas quantidades podem ser
dadas em massa (g, Kg, etc), em volume (m3, L, ml, cm3, etc) ou em mols,
teremos então várias maneiras de expressar concentrações.

Concentração Comum (C) ou Concentração massa/volume: é a razão


estabelecida entre a massa do soluto (m1) e o volume da solução (V);

Geralmente: soluto (g) e solvente em (L), logo: C=g/L

Concentração Molar ou Molaridade (M) ou Concentração em quantidade de


matéria/volume ou concentração mol/L: é a razão estabelecida entre o número
de mols de moléculas do soluto (n1) e o volume da solução (V), em litros;

Obs.: Número de mols do soluto (n1) é a razão entre a massa do soluto (m1) e a
massa molar desse soluto (M1).
Unidade: mol/L ou M ou molar escritas após o valor numérico da concentração;
Obs.: Cuidado com os vários tipos de "m" usados até aqui!!! Revisando:
m1 = massa do soluto
m2 = massa do solvente
m = massa da solução
M1 = massa molar do soluto
M = molaridade

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Obs.: tudo que possui o índice "1" refere-se ao soluto, tudo que possui o índice "2"
refere-se ao solvente e tudo que não possui índice refere-se a solução, assim
temos:

n1 = número de mols de moléculas do soluto


n2 = número de mols de moléculas do solvente
n = número de mols de moléculas da solução
C= concentração comum da solução

DILUIÇÃO DAS SOLUÇÕES

Quando comparamos as concentrações de soluções de mesmo soluto,


usamos os termos:

Mais concentrada = maior concentração


Mais diluída = menor concentração

Portanto, diluir uma solução é diminuir sua concentração, ou seja, diminuir


a porcentagem de substância dissolvida (soluto), ou diminuir a massa de soluto
na solução. Uma diluição é feita adicionando água à solução. Para fazer uma
limonada, você espreme o limão, que é muito ácido (azedo). Ao adicionar água,
ficamos com uma solução menos ácida, ou seja, menor concentração, ou melhor,
mais diluída. Aquele cafezinho que está muito forte (concentrado) fica mais fraco
(mais diluído) se adicionarmos água.
Observando a solução concentrada (esquerda) e diluída (direita), temos a
fórmula da concentração mostrada abaixo, onde a massa do soluto não sofre
alteração com a diluição.

2. OBJETIVOS
- Preparar uma solução para um determinado fim;
- Demonstrar uma diluição;
- Preparar uma solução e calcular a concentração em várias formas

3. MATERIAL E MÉTODO

3.1 Material
4 copos transparentes
1 copo graduado

10
1 colher
Água
Suco em pó
Sal de cozinha (NaCl)

3.2. Procedimento experimental


- Pesar aproximadamente, 3g do suco em pó, acrescentar 250 mL de água e
calcular a concentração (g/L) da solução.

- Em seguida, a partir dessa solução preparar uma nova solução com uma
concentração de 5g/L. Calcule o volume final da nova solução.

- Preparar uma solução com um volume de 500mL e uma concentração de 2M de


NaCl. Depois calcular a concentração dessa solução em g/L e mg/L (Massa
Molecular do NaCl = 58,45g/mol).

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÀFICAS

- Feltre, Ricardo ,Química volume 2,Editora moderna Ltda,2004


-Oliveira, E. A. Química Aulas práticas- 2º ed., Editora moderna Ltda.

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PRÁTICA 03 – A CIÊNCIA E A TECNOLOGIA QUÍMICA INSERIDA NA
HISTÓRIA EM DIFERENTES ÉPOCAS.

AUTORA: Lúcia de Fátima B. Wirtzbiki

1. INTRODUÇÃO
Pré-História: Quando nos referimos com a química na Pré-História, podemos
concluir que o fato mais importante praticado pelo homem nessa época foi à
descoberta do fogo, atritando dois pedaços de madeira. Há indícios de que faz
mais de 500.000 anos, em tempos do Homo erectus, algumas tribos conseguiram
este sucesso que ainda hoje é uma das tecnologias mais importantes. Não só
dava luz e calor na noite, como ajudava a proteger-se contra os animais
selvagens. Também permitia a preparação de comida cozida. Esta continha
menos microorganismos patogênicos e era mais facilmente digerida. Assim,
baixava-se a mortalidade e melhoravam as condições gerais de vida. O fogo
também permitia conservar melhor a comida e especialmente a carne e os peixes
secando-os e defumando-os.
Idade antiga: Egípcios, gregos, fenícios e chineses, entre outros, obtiveram
metais (ouro, ferro, cobre, chumbo etc.), vidro, tecidos, bebidas alcoólicas (vinho e
cerveja), sabões, perfumes e duas ligas metálicas: o bronze (cobre e estanho) e o
aço (ferro e carvão). No antigo Egito, o fato mais notável foi a mumificação de
cadáveres.
Na Grécia, se destacou a defesa da constituição atômica da matéria. A
curiosidade dos filósofos gregos sobre a natureza levou-os a refletir e debater a
respeito da constituição da matéria. Tales, ao perceber que a água poderia existir
na forma líquida, sólida e gasosa, propôs, quase 600 anos a.C., que todo o
universo era formado por água. Posteriormente, outro grego sugeriu ser o ar a
base de tudo que existia sobre a Terra. No século V a.C. Heráclito supôs ser o
fogo a base de tudo que existia. Unindo estas três idéias e acrescentando a terra,
Empédocles formulou a Teoria dos Quatro Elementos, segundo a qual ar, água,
fogo e terra poderiam unir-se graças ao amor e desunir graças à força do ódio.
Dentre todas as concepções gregas sobre a matéria, a mais lembrada, já que foi
retomada 24 séculos mais tarde, é a de Leucipo, defendida também pelo filósofo
Demócrito. Segundo eles, a matéria seria formada por diminutas partículas, que
não poderiam sofrer qualquer tipo de divisão, os átomos.

Idade Média: Entre os séculos III a.C. e o século XVI d.C a química estava
dominada pela alquimia. O objetivo de investigação mais conhecido da alquimia
era a procura da pedra filosofal, um método hipotético capaz de transformar os
metais em ouro. Na investigação alquímica desenvolveram-se novos produtos
químicos e métodos para a separação de elementos químicos. Deste modo
foram-se assentando os pilares básicos para o desenvolvimento de uma futura
química experimental.
Tentando atingir esses objetivos, os árabes obtiveram muitas substâncias
como, álcool, ácido clorídrico, ácido nítrico, ácido sulfúrico, água-régia etc. e
construíram apetrechos químicos usados até hoje, como por exemplo, almofariz e
alambique.
Idade Moderna: A química, como é concebida atualmente, começa a
desenvolver-se entre os séculos XVI e XVII. Nesta época estudou-se o
comportamento e propriedades dos gases estabelecendo-se técnicas de medição.

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Pouco a pouco se foi desenvolvendo e refinando o conceito de elemento como
uma substância elementar que não podia ser descomposto em outras. Também
esta época desenvolveu-se a teoria do flogisto para explicar os processos de
combustão.
Por volta do século XVIII a química adquire definitivamente as características
de uma ciência experimental. Desenvolvem-se métodos de medição, cuidadosos
que permitem um melhor conhecimento de alguns fenômenos, como o da
combustão da matéria, descobrindo Antoine Lavoisier o oxigênio e assentando
finalmente os pilares fundamentais da química moderna.
Em 1860, os cientistas já tinham descoberto mais de 60 elementos químicos
diferentes e tinham determinado sua massa atômica. Notaram que alguns
elementos tinham propriedades químicas similares pelo que deram um nome a
cada grupo de elementos parecidos.
Alguns anos mais tarde, o químico russo Dmitri Ivanovich Mendeleyev
desenvolveu uma tabela periódica dos elementos segundo a ordem crescente das
suas massas atômicas.
Surge a química médica ou latroquímica (século XVII). Nessa época, os
químicos, liderados pelo suíço Paracelso, abandonaram as duas metas
alquimistas e passaram a descobrir substâncias que curavam doenças, os
remédios.
No final do século XVIII, durante a Revolução francesa, a Química, a exemplo
da Física, torna-se uma ciência exata. O químico Lavoisier descobriu que, durante
as transformações químicas e físicas, ocorre a conservação da matéria (Lei da
Conservação da matéria). Foi com Lavoisier que se iniciou, na Química, o método
científico, que estuda os porquês e as causas dos fenômenos.
Idade Contemporânea: Embora a ciência Química tenha surgido com o
cientista Lavoisier, a Química tecnológica só vai ter lugar a partir da Primeira
Guerra Mundial e ganhar impulso com a Segunda Guerra. Graças à Química
tecnológica puderam ser construídos aparelhos que permitem a execução prática
das teorias e também a descoberta de centenas de novas substâncias por dia,
muitas das quais importantes para a humanidade.

2. OBJETIVOS
Com o objetivo de compreender a evolução da ciência e da tecnologia química no
decorrer da história da humanidade, serão apresentados dois experimentos.
Primeiramente, vamos ilustrar o advento da descoberta do fogo, através de uma
reação química.
A reação exotérmica dos reagentes, permanganato de potássio + glicerina
provoca uma combustão espontânea que acontece sem necessitar de uma forma
de ignição.

14KMnO4 + 4C3H5(OH)3 → 7K2CO3 + 7Mn2O3 + 5CO2 + 16H2O

O KMnO4 sólido é um oxidante muito forte que, misturado com a glicerina pura
provocará uma reação fortemente exotérmica. Reações deste tipo ocorrem ao
misturar KMnO4 sólido com muitos materiais orgânicos. A glicerina, óleo que
utilizado na fabricação de sabonetes, sendo um dos subprodutos da fabricação do
biodiesel, tem como característica ser facilmente oxidado.

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O segundo experimento será a produção de uma bateria de pilhas, com
objetivo de destacar a evolução e desenvolvimento da tecnologia química no
contexto histórico. O que faremos, essencialmente, será construir 'baterias' a
partir de duas 'células voltaicas' que produzirão cada uma, 0,6 a 0,7 V.

Dois eletrodos distintos, plaquinhas de cobre e zinco, serão introduzidos em


meias-batata e associados em série de modo a constituírem uma bateria
associação de duas pilhas primárias (células voltaicas), para o funcionamento de
uma calculadora.

Enfiando os dois fios de cobre provenientes da fonte, numa batata cortada ao


meio, a batata é condutora de corrente elétrica, é um condutor eletrolítico,
ocorrerá uma reação química cujo efeito é o de produzir substâncias diferentes
nas pontas dos fios, conforme sua polaridade. Este efeito galvânico faz com que
se forme um sal de cobre no pólo positivo, tornando esta região esverdeada. Por
outro lado, no pólo negativo formam-se bolhas ou então nada ocorre, o que
permite facilmente a identificação dos pólos. Como eletrólito pode usar limão,
abacaxi, pepino, uvas, cebolas etc. e, como eletrodos podemos usar os pares
cobre/zinco, magnésio/ferro, alumínio/cobre, etc.

Dois metais diferentes colocados num meio líquido condutor de cargas


elétricas (transportadas por íons, no caso) formam uma pilha elétrica. O meio
líquido condutor é justamente a batata. Assim, basta enfiar as chapinhas numa
meia batata, cerca de 1,0 cm uma da outra para termos entre elas uma tensão
elétrica que pode variar entre 0,1 V e 1 V. A placa de cobre será o pólo positivo e
a de zinco, o pólo negativo.

É claro que a potência desta pilha, dependerá da área das placas espetadas na
meia batata e da capacidade dessas de conduzir a corrente, que não é muita.
Assim, a pequena quantidade de energia elétrica produzida servirá apenas para
alimentar alguns dispositivos/experimentos que exigem pouco.

Com o tempo, a pilha “degrada-se”, sendo necessário retirar as placas e


limpá-las, para eliminar as substâncias formadas no processo de produção de
energia ou mesmo mudar sua posição, espetando-os em outros locais.

3. MATERIAL E MÉTODO

Experimento I: Reação Exotérmica de permanganato + glicerina.

3.1. Material
Papel alumínio
Pipetas
Permanganato de potássio
Glicerina

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Permanganato de potássio glicerina
Figura 1 – material necessário para prática

Experimento II: Bateria elétrica de batatas

3.1.1. Material
1 batata
2 placas de zinco
2 grafites
Fios
Garras
Calculadora

Figura 2 Figura 3

3.2. Metodologia

Experimento I
Procedimento Experimental:
- Adicionar um pouco de permanganato de potássio (duas medidas) em um
pedaço de papel alumínio;
- Acrescentar 10 gotas de glicerina;
- Observe o resultado.

Experimento II
Procedimento Experimental:
- Introduzir os eletrodos (placa de zinco e grafite) nas partes da batata.
- Ligar as pontas desencapadas dos fios que estão presos a uma garra, nos
terminais de contato da calculadora, utilizar a barra de EVA para fixar os fios.

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- Prender as garras, dos fios da calculadora, uma ao eletrodo de zinco (-) e a
outra ao de grafite (+), de cada uma das pilhas.
- Ligar as duas pilhas, uma na outra, com o fio de duas garras, nos eletrodos que
estão livres.
- Coloque a calculadora em funcionamento.

4. CONTEXTUALIZANDO

Comentar com os alunos sobre desenvolvimento da ciência e da tecnologia


química, no decorrer da história e seu importante papel para o desenvolvimento
da sociedade. Sua importância e participação em todos os aspectos da vida
social dos seres humanos, desde os primórdios da humanidade até nossos
dias, e todos os benefícios que através do desenvolvimento científico, tem
proporcionado, como: bem-estar, alimentação, vestuário, transportes,
medicamentos, enfim, em todos os aspectos.

5. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

VANIN, J. A. Alquimistas e Químicos – O passado, o presente e o futuro.


2ª Edição. Editora Moderna. São Paulo.

FELTRE, R. Química Geral. 6ª Edição. Editora Moderna. São Paulo.

www.exatas.com/quimica/historia.html.

www.wikipedia.org/wiki/História_da_química

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PRÁTICA 04 - REAÇÕES DE ÓXIDO- REDUÇÃO

AUTOR: Francisco Antonio de Lima

1. INTRODUÇÃO
As reações que envolvem perda e ganho de elétrons são denominadas
reações de óxido-redução. Algumas delas são muito importantes no mundo que
nos cerca e estão presentes nos processos que permitem a manutenção da vida.
A fotossíntese é um exemplo de reação de óxido-redução. As moléculas de
clorofila utilizam energia luminosa para produzir o gás oxigênio.
6CO2 + 6 H2O C6H12O6 + 6 O2
Essa, como todas as reações de óxido-redução, ocorrem com a
transferência de elétrons. Esse processo pode ser evidenciado por um
experimento bastante simples.
Introduzindo uma lâmina de zinco (Zn) em uma solução aquosa de sulfato de
cobre (CuSO4), que apresenta cor azul característica do íon Cu+2(aq), após um
certo tempo observamos o aparecimento de uma substância de cor na solução,
que se torna incolor.
Nesse processo, ocorreu uma reação que pode ser representada por:
Zn(s) + CuSO4 Cu(s) + ZnSO4(aq)
A transformação do Zn(s) em Zn+2(aq), ocorreu através da perda de 2 elétrons
do átomo de Zn(s):
Zn(s) Zn+2(aq) + 2é
A esta transformação denominamos oxidação
À medida que os átomos de Zn(s) se oxidam, os íons Cu+2(aq) recebem 2
elétrons e se transformam em Cu(s):

Cu+2(aq) + 2é Cu(s)
A esta transformação denominamos redução.
Esses processos, envolvendo perda e ganho de elétrons, ocorrem
simultaneamente, ou seja, à medida que uma espécie se oxida, outra espécie se
reduz.
No entanto podemos dizer que o Zn(s) é chamado de agente redutor, pois
provocou uma redução no Cu+2(aq). Por outro lado o Cu+2(aq) é chamado de agente
oxidante, pois provocou uma oxidação no Zn(s).

2. OBJETIVOS
Observar as mudanças ocorridas nas características físicas das substâncias
durante a reação química de óxido-redução, identificando as substâncias que
perdem e ganham elétrons.

3. MATERIAL E MÉTODO

3.1 REAÇÃO 1
MATERIAL
Dicromato de amônio (NH4)2 Cr2O7(s)
Magnésio Mg(s) em raspas
Fósforo
Uma pinça
Papel alumínio

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MÉTODO
- Adicionar um pouco de dicromato de amônio em um papel alumínio;
- Prenda algumas raspas de magnésio em uma pinça e em seguida aqueça com a
chama de um palito de fósforo;
- Jogue o magnésio em chamas em cima do dicromato de amônio;
- Observe atentamente a reação.

A reação ocorrida pode ser representada pela seguinte equação:


(NH4)Cr2O7(s) Cr2O3(s) + N2(g) + 4 H2O(v)
A substância resultante de cor laranja ( Cr2O3(s)) é o óxido de cromo III, que
resultou da oxidação da substância de cor verde ( (NH4)Cr2O7(s) ), o dicromato de
amônio.

3.2 REAÇÃO 2

MATERIAL
Uma palha de aço
Água sanitária
Prato fundo
Pinça

MÉTODO
-Coloque um pedaço de palha de aço aberta em um prato e cubra com água
sanitária;
-Deixe o sistema em repouso durante 10 minutos e, depois com o auxilio de uma
pinça, remova cuidadosamente a palha de aço;
-Observe com atenção o resultado.

Você poderá observar que, no fundo do prato, apareceu uma nova substância de
cor avermelhada, cuja fórmula é Fe2O3. A reação que originou esse composto
ocorreu entre o ferro e hipoclorito de sódio (NaClO), presente na água sanitária, e
pode ser representada pela equação não-balanceada.
Fe + NaClO Fe2O3 + NaCl

4.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÀFICAS

- Feltre,Ricardo ,Química volume 2,Editora moderna Ltda,2004


- Química 2- físico-química / João Usberco, Edgard Salvador- 7.ed.- são Paulo

18
PRÁTICA 05 - INVESTIGANDO OS PROCESSOS DE SEPARAÇÃO DE
MISTURAS

AUTORA: Katiana Maia da Silva

1. INTRODUÇÃO

Mistura é um material que reúne duas ou mais substâncias, sem que ocorram
alterações nelas, mantendo-se portanto, as características e propriedades das
substâncias envolvidas. As misturas podem ser divididas em :

Mistura homogênea – é aquela que apresenta as mesmas propriedades em


qualquer parte da sua extensão, apresenta apenas uma fase, é portanto,
monofásica.

Exemplo: água + álcool

Mistura heterogênea – é aquela que não apresenta as mesmas propriedades em


todas as partes de sua extensão. Apresentam duas ou mais fases, podendo ser:
bifásica, trifásica ou polifásica.

Exemplo: água + óleo

Separação de Misturas

Misturas homogêneas

Evaporação: separa líquido do sólido. Quando exposta ao ar e sob temperatura


ambiente, a parte líquida da mistura evapora-se, enquanto a parte sólida fica
depositada.

Destilação: líquido do sólido. A mistura é aquecida no balão A até a ebulição, o


componente líquido despende-se do sistema na forma de vapor, este passando
pelas paredes frias do condensador volta ao estado líquido e vai gotejar no balão
B. Assim a parte sólida fica retida no balão A enquanto a líquida vai para o B.

Destilação fracionada: vários líquidos cujos pontos de ebulição sejam diferentes.


O aparelho é o mesmo da destilação simples, contendo apenas um termômetro a
mais. A mistura é aquecida e os líquidos vão destilando na ordem crescente de
seus pontos de ebulição.

Solidificação fracionada: baseia-se no ponto de solidificação das substâncias,


quando as duas estão dissolvidas num mesmo líquido.

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Fusão fracionada: usada para separar substâncias contidas numa mistura sólida,
baseia-se no de que o ponto de fusão é uma temperatura característica de cada
sólido.

Sublimação: aplica-se a substâncias que passam diretamente do estado sólido


para o estado de vapor. Recolhe-se os seus vapores e depois os mesmos são
sublimados, separando-se do restante da mistura.

Liquefação e vaporização fracionada: misturas constituídas por vários gases.


Em aparelhagem especial a solução gasosa é continuamente resfriada e à
medida que os pontos de liquefação dos componentes vão sendo atingidos os
mesmos vão passando ao estado líquido. A seguir são submetidos à evaporação
fracionada, separando-se dessa maneira os vários gases.

Misturas heterogêneas

Catação: separar sólidos. Consiste em separar com uma pinça ou simplesmente


com a mão, os fragmentos quando estes forem grandes e diferentes.

Ventilação: separar os sólidos. Consiste na separação de uma das fases


submetendo a mistura a uma corrente de ar; só pode se usada quando uma das
fases é muito leve em relação a outra, ou seja possuem densidades diferentes.

Levigação: separação de sólidos. A mistura é submetida a uma corrente líquida


(água). Um dos componentes sendo muito mais leve que o outro é arrastado pela
correnteza e o outro fica.

Flotação: substâncias sólidas de densidades diferentes. Coloca-se um líquido de


densidade intermediária na mistura. Isso faz com que o líquido separe as
substâncias: a de menor densidade fica na superfície do líquido e a de maior
densidade abaixo.

Peneiração ou tamização: pode ser usado quando as fases do sistema se


reduzem a grãos de diferentes tamanhos quando o sistema é triturado; por meio
de uma série de peneiras cujas malhas são gradativamente menores pode-se
separar os componentes.

2. OBJETIVOS
Para entender melhor como a química está em nosso cotidiano vamos
discutir sobre as principais misturas encontradas na natureza, analisar métodos
de separação específicos para cada tipo de mistura, bem como preparar,
classificar e separa misturas.

3. MATERIAL E MÉTODO

3.1. Material
Copos transparentes
Sal
Pregos

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Amendoim
Imã
Areia
Serragem
Funil
Feijão
Arroz
Placa aquecedora

FIGURA 1 – Material necessário para a aula prática.

FIGURA 2 – Confecção do funil

3.3. Metodologia

Experiência 1: Separação Magnética


- Adicionar uma colher de sal ao pregos, depois separe com
um imã. Observar o esquema mostrado na figura

Experiência 2: Flutuação
- coloque uma colher de areia em um recipiente, depois acrescente
uma colher de serragem e misture. Adicione água e deixe por
alguns instantes. Observe que a serragem flutua enquanto a areia
sedimenta.

Experiência 3: Ventilação
- coloque um pouco de amendoim em suas mãos, depois esfregue
uma mão sobre a outra, logo em seguida assopre. Veja que em
suas mãos ficou o amendoim sem casca.

21
Experiência 4: Catação
- coloque uma colher de feijão em um recipiente, depois
acrescente uma colher de arroz e misture. Utilizando suas mãos
separe-os.

Experiência 5: Dissolução fracionada


- coloque uma colher de areia em um recipiente, depois acrescente
uma colher de sal e misture. Adicione água e deixe por alguns
instantes. Faça uma filtração comum. Observe que areia foi separada
da solução salina, em seguida iremos evaporar a solução e restando
no recipiente apenas sal.

4. CONTEXTUALIZANDO

Comentar com os alunos que os processos utilizados na experiência estão


presente em seu cotidiano. Abaixo alguns exemplos disso:
- A catação é usada quando catamos feijão, separando-os de suas
impurezas.
- Quando o pedreiro penera areia fina dos pedregulho nas construções.
- Quando os colhetores de café separa café de suas cascas.
- A decantação é usada nas estações de tratamento de água, para precipitar
os componentes sólidos que estão misturados com a água.
- A manteiga é separada do leite por centrifugação.
- O sal de cozinha é extraído da água do mar por evaporação.

5. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BIANCHINI, J. C. DE A.; ALBRECHT, C. H.; MAIA, D. J. 2005. Universo da


Química. FTD. São Paulo. 680 p.
FONSECA, MARTHA REIS MARQUES DA, 2001. Química. Completamente
química. 129 p.
PERUZZO, T. M.; CANTO, E. L. DO. 1996. Química na abordagem do
cotidiano. Edição única. Editora Moderna. S

22
PRÁTICA 06 - CHUVA ÁCIDA

AUTORA: Aurely Almeida Portela

1. INTRODUÇÃO
A chuva, segundo os meteorologistas, é um fenômeno físico
atmosférico que consiste na precipitação de gotas de água sobre a superfície da
Terra, e é fundamental para a vida. Na atmosfera não contém somente nuvens
(conjunto visível de partículas minúsculas de água no estado líquido ou de gelo),
mas também são compostas por gases como dióxido de carbono, nitrogênio e
oxigênio.
O dióxido de carbono que é produzido pela respiração dos animais
e em diversos fenômenos naturais pode dissolver em água formando ácido
carbônico. Esse ácido torna a chuva levemente ácida com valores de pH entre 7,0
e 5,6 que são considerados normais. Porém na presença de outros gases pode
tornar o pH menor que 5,6 prejudicando a fauna, a flora e o ecossistema. Neste
caso dizemos que a chuva é ácida.
O termo chuva ácida foi usado pela primeira vez por Robert Anguns
Smith, químico e climatologista inglês. Ele usou essa expressão para descrever a
precipitação ácida que ocorreu na cidade de Manchester no início da Revolução
Industrial. Com o desenvolvimento e o avanço industrial, os problemas inerentes
às chuvas ácidas têm se tornado cada vez mais sério.
Diversos gases, em diferentes regiões, gerados por usinas geradoras
de energia elétrica movidas a combustíveis derivados de petróleo ou carvão (ou
usinas termelétricas), fundições não ferrosas, refinarias de petróleo, fábricas de
ácido sulfúrico, automóveis, queimadas, assim qualquer poluente gasoso lançado
na atmosfera tem contribuído para a chuva ficar cada vez mais ácida. Varias
fábricas possuem chaminés altas para liberação desses poluentes em grande
altitude a fim de que os ventos das alturas dispersem ao máximo possível todos
os gases poluidores gerados, o que não adianta nada, pois esses gases podem
ser transportados por centenas de quilômetros pelas correntes de ar se
movimentando para locais distantes de onde foi produzido, agravando ainda mais
a situação, podendo cair em locais afastados dos centros urbanos, em áreas
naturais que não suportam uma acidez elevada. Os principais gases são dióxidos
de enxofre, SO2, dióxido de carbono, CO2, tri óxido de enxofre, SO3, e o dióxido
de nitrogênio, NO3. Esses gases reagem na atmosfera com o oxigênio e a água
da chuva, formando ácidos.
A chuva ácida é responsável por inúmeros problemas ambientais, e
pode ser verificados:
• Lagos e riachos, pela grande mortalidade de peixes onde o pH normal para a
vida aquática está entre 6,5 e 9,5. A maior parte da vida aquática desaparece
quando o pH da água fica inferior a 5,0, e lagos inferiores a pH 4,0 ficam
praticamente mortos;

• Excesso de nitrogênio lançado pela chuva ácida em determinados lagos


também pode causar crescimento excessivo de algas, e conseqüentemente
perda de oxigênio, provocando um significativo empobrecimento da vida
aquática.

23
• Em florestas onde suas árvores sofrem corrosão tanto nas folhas quanto nos
galhos;
• Com a acidez elevada, a fotossíntese torna-se mais lenta, podendo causar
morte de plantas;
• As conseqüências danosas desses gases não são percebidas somente na
natureza. Na cidade os efeitos podem ser percebidos:
• Deterioração de monumentos históricos feito de mármore ou pedra sabão;
• Corrosão de estruturas metálicas;
• Aparecimento de trincas na superfície dos prédios;
• Quebra de artefatos de náilon;

E também danos à saúde como a ingestão de água potável acidificada, por


longos períodos, podem causar a doença de Parkinson e de Alzheimer, a
hipertensão, problemas renais e principalmente em crianças, danos ao cérebro.
Portanto quando a acidez da chuva é alterada, observamos diversos problemas
ambientais que geram condições insalubres para as pessoas que estão expostas
a tal empecilho.

2. OBJETIVOS
.
Identificar alguns óxidos, suas estruturas e suas reações específicas; identificar
alguns ácidos pelo conceito de Arrhenius e suas reações; ler e interpretar
informações e dados apresentados em diferentes linguagens ou forma de
apresentação, como símbolos e fórmulas; compreender a chuva ácida, suas
conseqüências e suas evidências que estão relacionadas no cotidiano; conhecer
e aplicar o conceito de ph.

3. MATERIAL E MÉTODO
3.1. MATERIAL
• Azul de Bromotimol
• Bico de busen
• Enxofre
• Rolha
• Suporte metálico
• Vidro

3.2. MÉTODO
• Acrescenta-se 100 ml de água no frasco de vidro,e depois adiciona-se 5 gotas
de Azul de Bromo timol.
• Se pega o suporte metálico e acrescenta-se uma pequena quantidade de
enxofre no recipiente metálico
• A seguir aquece-se o enxofre ate obter uma fumaça.
• Ponha rapidamente o suporte dentro do frasco sem deixá-lo cair
• Em seguida feche o vidro e observe o acontecido

24
4. CONTEXTUALIZANDO
REAÇÕES QUIMICAS:

A reação da água com o gás carbônico é:

Na atmosfera ocorrem as seguintes reações:

Reações semelhantes ocorrem com os óxidos de nitrogênio. Como o ar é formado


de N2 e O2, durante as tempestades, os raios provocam a seguinte reação:

e conseqüentemente:

Possíveis medidas para se evitar a chuva ácida:

• Purificação do carvão mineral, antes de seu uso;


• Emprego de caldeiras com sistemas de absorção de SO2;
• Uso de petróleo de melhor qualidade e purificação de seus derivados;
• Construção de motores de carros mais eficientes (que destruam os gases
nocivos);

5. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CARDOSO, A. A.; FRANCO A. Algumas Reações de Enxofre de Importância
Ambiental, Química Nova na Escola, v.15, p. 39-41, 2002.
MARTINS, C. R.; de ANDRADE, J. B. Química Atmosférica do Enxofre (IV):
Emissões, Reações em Fase Aquosa e Impacto Ambiental, Química Nova, v. 25,
p.259-272, 2002.
MARTINS, C. R.; PEREIRA P. A. P.; LOPES W. A. de ANDRADE, J. B., Ciclos
Globais de Carbono, Nitrogênio e Enxofre: a importância na química da
atmosfera, Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola, v. 5, p.28-41, 2003.
MOZETO, A. A. Química da Atmosférica: A Química Sobre Nossas Cabeças,
Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola, v.1, p.41-49, 2001.

Sites relacionados
www.mma.gov.br

25
PRÁTICA 7 – INVESTIGANDO O CONCEITO DE pH DE SUBSTÂNCIAS DO
NOSSO COTIDIANO

AUTORA: Geórgia Lopes e Silva

1. INTRODUÇÃO
A idéia de ácido está associada ao sabor azedo, como acontece com o
vinagre e o limão e a idéia de base estão associados a um sabor adstringente e
uma sensação semelhante e provocada pelo sabão ao tato. Os chamados ácidos
de Arrhenius, por ionização, produzem H+ e as bases de Arrhenius produzem OH-
.
O confronto ácido x base é muito importante para compreender o
comportamento das substâncias químicas.
Nesse trabalho iremos explicar exatamente como se mede esse caráter
ácido-básico, muito importante não só nos trabalhos científicos, mas também no
cotidiano.
Nos clubes, é muito comum a medida do pH da água das piscinas, muitas
vezes, é necessário corrigi-lo com a adição de produtos químicos apropriados, o
mesmo acontece com criação de peixes. É comum também no controle da acidez
do solo, para possibilitar certas culturas agrícolas.E grande, atualmente,é a
preocupação com as chamadas chuvas ácidas e suas conseqüências. A vida dos
animais é condicionada pela maior ou menor acidez ou basicidade do ambiente;
certos peixes, por exemplo, toleram águas mais ácidas do que os camarões e as
lagostas podem suportar.O sangue humano deve ter um equilíbrio perfeito entre o
caráter ácido e o básico, pois, caso contrário, a própria vida corre perigo

EQUILÍBRIO IÔNICO DA ÁGUA


A água se ioniza segundo a equação:
H2O ↔ H + + OH- ( Maneira simplificada)
A constante de equilíbrio da água na temperatura ambiente de 25°C temos
Kw=10 -14 , assim temos;
[H+ ].[OH- ] = 10 -14 , logo a água pura, convencionada como meio neutro por
excelência a 25°C apresenta [H + ] =10-7 mol/l e [OH-] = 10-7 mol/l .

pH e pOH
Em 1909, o químico dinamarquês Soresen propôs a definição de ph e pOH para
indicar acidez ou a basicidade de um meio. Assim surgiu:
POTENCIAL HIDROGENIÔNICO (pH) é o logaritmo decimal do inverso da
concentração molar dos íons H+ .
pH=lo.g 1/[H+ ] ou pH= -log [H+]
POTENCIAL HIDROXILIÔNICO (pOH) é o logaritmo decimal do inverso da
concentração molar dos íons OH- .
pOH= log 1/[OH-] ou pOH= -log[OH-] .

ESCALA DE pH
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
se o pH for menor que 7 teremos um meio ácido, se for igual a sete teremos um
meio neutro e se o pH for maior que sete teremos um meio básico.

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2. OBJETIVOS
Compreender o conceito de pH e tentar observar sua importância no nosso
cotidiano, descobrindo o caráter ácido e básico das substâncias que nos rodeiam.

3. MATERIAL E MÉTODO

3.1 MATERIAL
papel de pH
4 copos de vidro transparentes
substâncias usadas no cotidiano(Veja multi-uso, sabonete líquido ,suco de limão e
shampoo

3.2 MÉTODO

Determinação do pH
Você encontrará em sua bancada as substâncias descritas no item acima, todas
comum no seu cotidiano, e deverá colocá-las nos copos de vidro transparentes e
em seguida usando as fitas de papel de pH ,verificar a acidez e a basicidade das
mesmas.
Anote o valor da leitura do pH para as substâncias, obedecendo a tabela de cores
mostrada na caixa do papel de pH.

Recipiente SUBSTÂNCIAS PH CARÁTER ÁCIDO


OU BÁSICO
01 Veja multi-uso

02 Sabonete líquido

03 Água destilada

04 Suco de limão

05 Shampoo
E em seguida classifique as substâncias em ácidas ou básicas.

4.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÀFICAS

-Oliveira, E. A. Química Aulas práticas- 2º ed., Editora moderna Ltda.


-Sarderna, A. Curso de Química. Caderno de experimentos, Editora Átila 1998.
-Feltre, Ricardo ,Química volume 2, Editora moderna Ltda,2004

27
PRÁTICA 8 – GRANDEZAS FÍSICAS

AUTORA: Maria Hilma Muniz Rodrigues

1. INTRODUÇÃO
As ciências chamadas exatas baseiam-se na medição, sendo sua
característica fundamental. Todos nós temos certa noção do que é medir e o que
é uma medida. Medir é comparar uma quantidade de uma grandeza qualquer com
outra quantidade da mesma grandeza que se escolhe como padrão.
O resultado da medição é o número e o nome da unidade que se
empregou. Assim, pois, cada quantidade fica expressa por uma parte numérica e
outra literal. Ex: 10 g/cm3, 10 mL, 50 ppm e etc. Algumas grandezas são
fundamentais na compreensão de fórmulas e na construção de definições em
diversos assuntos da Química e de outras disciplinas.

2. OBJETIVOS
Compreender e aplicar as grandezas físicas em fórmulas químicas de maneira
crítica para um melhor entendimento.

3. MATERIAL E MÉTODO

3.1 MATERIAL
Recipiente com forma cilíndrica
Recipiente com forma cúbica
Uma seringa de 5 mL
Uma proveta de 250 mL
Um objeto sem forma definida

3.2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Determinando o volume dos sólidos:


Medir as dimensões do recipiente com ajuda de uma régua; Calcular o volume em
cm3, a partir da fórmula.

Comprovando o volume do sólido com a água


Transferir água para o sólido, utilizando uma seringa e comparar o volume
transferido pela seringa e o volume calculado do sólido

Determinando o volume de um objeto sem forma definida


Colocar água em um recipiente graduado e anotar o volume; Imergir o objeto na
água e anota-se o novo volume e determina a diferença de volume.

Relacionar a grandeza volume e massa com a densidade


Medir 10 mL de uma substância líquida de densidade conhecida e determinar a
massa a partir da fórmula da densidade:
d = m/v
.
4.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÀFICAS

-Salvador, Usberco e. Química Volume 2, - 8º ed., Editora Saraiva Ltda, 2005.

28
PRÁTICA 9 – EXTRAÇÃO DO ÁLCOOL CONTIDO NA GASOLINA

AUTOR: Francisco Kaires Braga da Costa

1. INTRODUÇÃO
O petróleo tem sua origem em pequenos seres vegetais e animais da orla
marítima, que foram soterrados há milhões de anos. Através de um processo
denominado refino ou refinação o petróleo dará origem a gasolina, querosene,
óleo diesel etc. Esses derivados do petróleo são, na verdade, uma mistura de
hidrocarbonetos, ou seja, são compostos formados exclusivamente por átomos de
carbonos e hidrogênios. Atualmente a fração mais importante é a gasolina, que no
Brasil é uma mistura de hidrocarbonetos (isoctano) e até 24% de etanol em
volume. Os hidrocarbonetos são compostos apolares, portanto insolúveis em
água, que é um solvente polar. O que aconteceria se misturássemos os líquidos
água e gasolina?

PRINCIPAIS CARCTERÍSTICAS DOS HIDROCARBONETOS


São substâncias consideradas apolares, cujas moléculas se mantêm unidas
por forças de interação moleculares denominadas forças fracas de van der Waals.
Podemos considerar o seguinte modelo para a formação do dipolo induzido:
quando duas moléculas apolares se aproximam, ocorre uma repulsão entre suas
nuvens eletrônicas. Essa repulsão provoca um movimento dos elétrons, que vão
se acumular em determinada região da molécula (que fica com caráter negativo),
deixando a região oposta com deficiência de elétrons (e com caráter positivo),
ocorrendo a formação de um dipolo momentâneo.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS ÁLCOOIS E DA ÁGUA


Devido à presença do grupo – OH, as moléculas de álcool estabelecem
pontes de hidrogênio entre si, são polares. As pontes de hidrogênio, também
atuam nas moléculas de água. São forças de atração de natureza eletrostática do
tipo dipolo permanente, porém bem mais intensas. Os álccois possuem na
molécula uma parte polar referente ao grupo – OH e uma parte apolar referente à
cadeia carbônica.
Etanol
CH3 - CH 2 - OH
apolar polar

Isso explica como o etanol (álcool etílico), pode se dissolver tanto na


gasolina (apolar) como na água (polar).

2. OBJETIVOS
Para entender melhor como as propriedades das substâncias e dos
materiais em função das interações (polaridade e ligações intermoleculares)
entre átomos, moléculas ou íons funcionam vamos extrair o álcool presente numa
amostra de gasolina comum através da observação das propriedades citadas
acima.

29
3. MATERIAL E MÉTODO

3.1. Material

20 mL de gasolina comum
20 mL de água destilada
2 provetas
1 rolha

3.2. Método

- Em duas provetas, coloque, separadamente, volumes iguais de gasolina comum


e água;
- Misture os dois líquidos numa das provetas;
- Agite o sistema com o uso de uma rolha na proveta;
- Espere o sistema estabilizar-se e leia o volume da gasolina.
Gasolina Água

20 mL 20 mL

- Anote o resultado e explique a mudança de volume da gsolina.

Como podemos explicar a sua diminuição? Informe aos alunos sobre a


presença do etanol na gasolina e discorra a respeito de sua polaridade e que
apresenta uma parte polar e outra apolar. Fale sobre a interação que ocorre entre
a parte polar do etanol com a água.

4. CONTEXTUALIZANDO
Comentar com os alunos os conceitos obtidos na experiência com as
vivências deles no cotidiano. Abaixo alguns exemplos disso:
- A lavagem de roupas com sabões.
- A temperatura na qual um líquido ferve
- Como as lagartixas se sustentam nas paredes sem cair

5. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

USBERCO,JOÃO.; SALVADOR, EDGAR. 2002 Experimentos de Química, 1ª


edição. Editora Saraiva. São Paulo. 47 p.
FONSECA, MARTHA REIS MARQUES DA. 2001. Completamente Química.
Coleção completamente química, ciências, tecnologia e sociedade. Editora
FTD. São Paulo. 624 p.
FELTRE, RICARDO. 2004. Química. 6ª Edição. Editora Moderna. São Paulo.
426 p.

30
PRÁTICA 10 – ENERGIA ENVOLVIDA NA QUEBRA E FORMAÇÃO DE
LIGAÇÕES QUÍMICAS EM UMA REAÇÃO QUÍMICA

AUTOR: João Batista Felipe da Silva

1. INTRODUÇÃO
Dependemos de transformações físicas e químicas que envolvem energia
para sobrevivermos, um exemplo muito simples e diário é a ingestão de alimentos
que são queimados e resultam em calor (energia) no nosso organismo.
O homem consome grande quantidade de energia, seja no transporte
(automóveis, trens, aviões e etc) e nas residências (elevadores, fogões,
geladeiras, TVs e etc). Grande parte da energia que consumimos é obtida de
reações químicas.
Uma reação química é um processo em que novas substâncias (produtos)
são formadas a partir de outras substâncias que existiam antes (reagentes).
Analisando essas substâncias microscopicamente observaremos que existem
diferenças entre os reagentes e os produtos no modo como os átomos estão
ligados uns aos outros.
Quando ocorre uma reação química os átomos sofrem um rearranjo, ou seja,
algumas ligações são rompidas e outras formadas. Um exemplo muito comum de
se comprovar a grande quantidade de energia que pode ser armazenada nas
ligações químicas são os explosivos.
Um explosivo é uma substância líquida ou sólida que satisfaz três critérios
principais:
I) Tem que se decompor rapidamente;
II) Decomposição muito exotérmica;
III) Na decomposição os produtos formados tem que ser gases para que
ocorra um grande aumento de pressão ocasionado por esses gases. Quando
esses três fatores se combinam leva a uma produção violenta de calor e gases,
que na maioria das vezes causam explosões. Considerando-se esses fatores, os
explosivos mais adequados para se ter uma reação muito exotérmica são aqueles
com ligações químicas muito fracas e sua decomposição deve produzir
substâncias com ligações químicas muito fortes.
Entalpia (H) é a energia global de um sistema, mantendo-se a pressão
constante.
Variação de entalpia (∆H) ∆H = Hfinal - Hinicial
Reação exotérmica libera calor para o ambiente. Hfinal < Hinicial
Reação endotérmica absorve calor do ambiente. Hfinal < Hinicial

2. OBJETIVOS
A variação de energia envolvida numa reação química tem muitas
aplicações no dia-a-dia. Por exemplo, as bolsas térmicas onde podemos ter uma
reação química que libera calor (exotérmica) ou que absorve calor (endotérmica)
que poderá ser utilizada da maneira mais adequada.
Para uma melhor assimilação dos conteúdos abordados em sala de aula
(teoria), vamos observar através de experiências simples como a energia
envolvida na quebra e formação das ligações químicas durante uma reação
química pode ser classificada como exotérmica ou endotérmica usando-se um
termômetro.

31
Tiocianato de amônio é o composto químico de fórmula NH4SCN.
Apresenta-se como cristais incolores e inodoros, higrocópicos, facilmente solúveis
em água e álcool etílico. É usado como estabilizador em fotografia, como
estabilizador de emulsões, em vulcanização, como doador de liga e dureza para
materiais de construção como argamassa e concreto e como herbicida. Em
química analítica é utilizado como reagente para determina ção de íons ferro (III)
(Fe3+).

O peróxido de hidrogênio que, em solução aquosa, é conhecido


comercialmente como água oxigenada, é um líquido claro de fórmula química
H2O2. Trata-se de um líquido viscoso e poderoso oxidante. É incolor à
temperatura ambiente e apresenta característico sabor amargo. Quantidades
pequenas de peróxido de hidrogênio gasoso ocorrem naturalmente no ar. O
peróxido de hidrogênio é instável e quando perturbado, rapidamente se
decompõe em oxigênio e água com liberação de calor. Usos:

- clareamento de cabelos, daí vindo a expressão loira oxigenada;

- como antisséptico a 3%;

- usada junto com o peróxido de benzoíla no tratamento da acne;

- no clareamento dental.

- na medicina veterinária.

- em processos de esterilização a baixa temperatura, na forma de plasma

Atenção: A água oxigenada usada comercialmente possui o peróxido de


hidrogênio em sua composição em quantidade mínima em media 0,3 % o
peróxido de hidrogênio não pode ser sinônimo de "água oxigenada usada
comercialmente" aquelas que servem para clareamento de pelos e etc.

Hidróxido de bário é o composto químico com a fórmula Ba(OH)2.


Também conhecido como barita, é um dos principais compostos do bário. O
monohidrato granular branco é a usual forma comercial. É pouco solúvel em
água, metanol e etanol. Facilmente solúvel (pois reage, produzindo o respectivo
sal de bário) em ácidos, pela reação, por exemplo:

Ba(OH)2 + 2 HCl → BaCl2 + 2 H2O

O hidróxido de bário pode ser preparado pela dissolução do óxido de bário


(BaO) em água.

Aplicações

O hidróxido de bário é usado em demonstrações de reações endotérmicas


já que, quando misturado com um sal de amônio, a reação absorve calor do
ambiente e o recipiente onde esta se processa esfria. No século XVIII

32
conjuntamente com o tiocianato de amônio, inclusive se utilizava este processo
para a produção de gelo.

- Sob o nome barita é usado em medicações homeopáticas.

- É também usado para limpeza e absorção em derramamentos de ácidos.

- Também sob o nome de barita é usado na produção de papel fotográfico


para impressão.

- Fabricação de cerâmica e vidro.

- Em parte como substituição para carbonato de bário

- Tratamento de água dura.

O hidróxido de bário apresenta os mesmos perigos que outras bases fortes


e como os outros compostos de bário solúveis: é corrosivo e tóxico.

O dióxido de manganês (IV) é um composto químico (fórmula química


MnO2), conhecido e disponível na natureza como o mineral pirolusita, é o óxido
mais importante do manganês, mas não o mais estável. Utiliza-se em pinturas e
vernizes para pintar cristais e cerâmica, na obtenção laboratorial de cloro, iodo,
oxigênio e como despolarizador em pilhas secas. É utilizado na produção de
permanganatos (MnO4–) especialmente o permanganato de potássio (KMnO4).

Usos diversos

Alguns exemplos de uso do MnO2 são:

- MnO2 é usado como um catalisador na preparação laboratorial clássica de


oxigênio do clorato de potássio. Uma mistura de clorato de potássio e dióxido
de manganês é aquecido em um frasco de vidro resistente e o oxigênio é
coletado sob água.

- MnO2 é usado em combinação com antracita, areia, e cascalho em plantas


de tratamento de água industrial.

- Dióxido de manganês também catalisa a decomposição de peróxido de


hidrogênio a oxigênio e água:

2 H2O2(aq) → O2(g) + 2 H2O(l)

- Antigos pintores em cavernas usaram MnO2 como um pigmento preto ou


marrom.

- Os fabricantes primordiais de vidro usaram MnO2 para remover o tom azul-


esverdeado do vidro, ou para adicionar uma coloração rósea ou purpúrea.

33
O ácido clorídrico é uma solução aquosa, fortemente ácida e
extremamente corrosiva, devendo ser manuseado apenas com as devidas
precauções. Ele é normalmente utilizado como reagente químico, e é um dos
ácidos fortes que se ioniza completamente em solução aquosa. Uma solução
aquosa de HCℓ na concentração de 1 mol/L tem pH = 0. Em sua forma pura, HCℓ
é um gás, conhecido como cloreto de hidrogênio.
Em sua forma de baixa pureza e com concentração não informada, é conhecido
como ácido muriático (muriático significa pertencente a salmoura ou a sal),
sendo vendido sob essa designação para a remoção de manchas resultantes da
umidade em pisos e paredes de pedras, azulejos, tijolos e outros. Uma solução de
cloreto de hidrogênio (ácido clorídrico), em sua forma mais pura, com a
denominzação de "P.A." (Pureza Analítica), é um reagente comum em
laboratórios e encontrado em uma solução de 37 a 38% em massa (Título). Os
sucos digestivos humanos consistem numa mistura bastante diluída de ácido
clorídrico e várias enzimas que ajudam a clivar as proteínas presentes na comida.
O cloreto de hidrogênio tem numerosos usos: se usa, por exemplo, para limpar,
tratar e galvanizar metais, curtir couros, e na produção e refinação de uma grande
variedade de produtos.

O hidróxido de sódio (NaOH), também conhecido como soda cáustica, é


um hidróxido cáustico usado na indústria (principalmente como uma base
química) na fabricação de papel, tecidos, detergentes, alimentos e biodiesel.
Apresenta ocasionalmente uso doméstico para a desobstrução de encanamentos
e sumidouros, pois dissolve gorduras e sebos. É altamente corrosivo e pode
produzir queimaduras, cicatrizes e cegueira devido à sua elevada reatividade.
Reage de forma exotérmica com a água e é produzido por eletrólise de uma
solução aquosa de cloreto de sódio (salmoura), sendo produzido juntamente com
o cloro.

Por sua alta reatividade o hidróxido de sódio é amplamente utilizado em


reações químicas: É uma base forte e por isso reage com ácido gerando sal e
água.

NaOH + HCl → NaCl + H2O

O bicarbonato de sódio NaHCO3 é um composto cristalino de cor branca,


muito solúvel em água, com um sabor ligeiramente alcalino. Usa-se como
antiácido, para tratar a acidez do estômago porque ele tem o poder de neutralizar
os excessos do ácido clorídrico do suco gástrico. Também é muito usado nas
receitas de culinária como fermento químico, para ser utilizado no crescimento
das massas de pães, bolos e biscoitos durante o cozimento no forno, isso deve-se
a liberação de CO2 gasoso.

Outras utilizações do bicarbonato de sódio são como reagente de


laboratório, na eletrodeposição de ouro e platina, em curtumes, no tratamento da
lã e da seda, na nutrição de animais, na cerâmica, para a preservação da
manteiga e da madeira e é um dos componentes dos talcos e desodorantes. A
forma anihidríca do composto usa-se para absorver umidade e odores.

34
Quando o bicarbonato de sódio é misturado com um ácido, liberta dióxido
de carbono e água. Exemplos:

NaHCO3 + HCl → NaCl + H2O + CO2(g)


NaHCO3 + CH3COOH → CH3COONa + H2O + CO2(g)

Devido à capacidade do bicarbonato de sódio libertar dióxido de carbono,


usa-se como agente levedante e na produção de gasosas (refrigerantes).

3. MATERIAL E MÉTODO

3.1. Material

- HCl (ácido clorídrico) 1,0 mol/L ou HCl comercial (ácido muriático)


- NaOH (hidróxido de sódio) 1,0 mol/L ou soda cáustica
- H2O2 (peróxido de hidrogênio) 20 V ou água oxigenada 20 volumes
- Ba(OH)2 ou barita
- NH4SCN (Tiocianato de amônio)
- MnO2 (dióxido de manganês)
- NaHCO3 (bicarbonato de sódio)
- termômetro
- 04 colheres de sobremesa
- 03 recipientes transparentes de 50 mL ou vidro de maionese 125 mL
- 01 recipiente transparente de 250 mL ou vidro de maionese com tampa de
plástico perfurada
- 01 copo medidor de remédio 10 mL

FIGURA 1- Materiais e reagentes químicos

3.2. Metodologia

EXPERIÊNCIA 01:
1º Passo - Pese aproximadamente 2g de dióxido de manganês.
2º Passo - Adicione 25 mL de peróxido de hidrogênio em um vidro transparente.

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3º Passo - Coloque o termômetro dentro do vidro com o peróxido de hidrogênio e
meça a temperatura inicial do sistema, deixe durante 1 minuto e anote o
resultado. t inicial = °C
4º Passo - Agora adicione os 2g de dióxido de manganês ao vidro com peróxido
de hidrogênio e coloque o termômetro para medir a temperatura final. Observe o
que acontece e anote a temperatura final. t final = °C.

EXPERIÊNCIA 02:
1º Passo - Pese aproximadamente 4g de bicarbonato de sódio.
2º Passo - Adicione 10 mL de ácido clorídrico em um vidro transparente.
3º Passo - Coloque o termômetro dentro do vidro com o ácido clorídrico e meça a
temperatura inicial do sistema, deixe durante 1 minuto e anote o resultado. t
inicial = °C
4º Passo – Agora adicione os 4g de bicarbonato de sódio ao vidro com ácido
clorídrico e coloque o termômetro para medir a temperatura final. Observe o que
acontece e anote a temperatura final. t final = °C.

EXPERIÊNCIA 03:
1º Passo - Pese aproximadamente 3g de hidróxido de bário e 4g de tiocianato de
amônio.
2º Passo - Ponha os 3g de hidróxido de bário dentro do vidro de 250 mL (vidro de
maionese) e meça a temperatura inicial do sistema, deixe durante 1 minuto e
anote o resultado. t inicial = °C
3º Passo - Adicione os 4g de tiocianato de amônio dentro do recipiente que
contém o hidróxido de bário.
4º Passo - Feche o recipiente com a tampa perfurada e coloque o termômetro no
orifício misturando os reagentes devagar. Observe o que acontece e anote a
temperatura final. t final = °C.

EXPERIÊNCIA 04:
1º Passo – Coloque 10 mL de hidróxido de sódio 1,0 M dentro do vidro
transparente e adicione 2 gotas de fenolftaleína.
2º Passo – Pegue o termômetro e meça a temperatura inicial do sistema, deixe
durante 1 minuto e anote o resultado. t inicial = °C
3º Passo - Adicione 10 mL de ácido clorídrico 1,0 M ao recipiente que contém o
hidróxido de sódio.
4º Passo - Coloque o termômetro e observe o que acontece. Anote a temperatura
final. t final = °C.

4. CONTEXTUALIZANDO
De acordo com as observações feitas durante os experimentos, os alunos
podem fazer uma relação com o seu cotidiano e identificar o tipo de reação
química que ocorre ao seu redor usando seus conhecimentos teóricos e práticos
saindo da sala de aula e aplicando na sua vida diária. Por exemplo: Não deixar
substâncias voláteis e inflamáveis perto do fogo (álcool, éter, clorofórmio, gasolina
, acetona, gás hidrogênio e etc) que podem entrar em combustão liberando calor.
Algumas substâncias absorvem calor do ambiente dando a sensação de
frio como por exemplo álcool, éter e acetona.

36
5. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

PERUZZO, T. M.; CANTO, E. L. DO. 2003. Química na abordagem do


cotidiano. 3ª edição. Editora Moderna. São Paulo. pp. 168-170.

VIEIRA, M. Emília de Campos. 2007. Práticas de laboratório. 7ª edição. Editora


Ipiranga. Fortaleza. Vol. 02. pp. 53-54.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Bicarbonato_de_sódio acesso em 07/11/08

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ácido_clorídrico acesso em 07/11/08

http://pt.wikipedia.org/wiki/Dióxido_de_manganês_(IV) acesso em 07/11/08

http://pt.wikipedia.org/wiki/Hidróxido_de_bário acesso em 07/11/08

http://pt.wikipedia.org/wiki/Peróxido_de_hidrogênio acesso em 07/11/08

http://pt.wikipedia.org/wiki/Tiocianato_de_amônio acesso em 07/11/08

http://pt.wikipedia.org/wiki/Hidróxido_de_sódio acesso em 07/11/08

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PRÁTICA 11 – FABRICAÇÃO DE SABÃO A PARTIR DE ÓLEO DE COZINHA
USADO

AUTORA: Queren Sarom Marques Gomes

1. INTRODUÇÃO

Já nos primeiros anos da era cristã, os gauleses ferviam sebo e cinzas


para fabricar uma forma primitiva de sabão. Conhecido pelos romanos e fenícios
e artigo de luxo na Idade Média, o sabão tornou-se produto de uso generalizado a
partir do século XIX. Desde a segunda guerra mundial, a fabricação de sabão a
partir de materiais naturais vem diminuindo em benefício do detergente sintético.

A lenda romana atribui a descoberta do processo de fabricação de sabão a


mulheres que lavaram roupas às margens do Tibre, a jusante do templo de Monte
Sapo. Gorduras de animais sacrificados no templo misturavam-se com as cinzas
das fogueiras sacrificatórias. Quando chovia, esses resíduos desciam morro
abaixo e caíram no Tibre como um vapor espumoso, que podia ser usado pelas
lavadeiras de Roma. O termo químico para a reação que ocorre quando
triglicerídeos de gorduras e óleos reagem com álcalis – das cinzas – é
saponificação. Essa palavra é derivada do nome Monte Sapo, tal como a palavra
que designa sabão em várias línguas.

A reação de saponificação, também conhecida como hidrólise alcalina, é


basicamente a interação (ou reação química) que ocorre entre um ácido graxo
existente em óleos ou gorduras (triglicerídeos) com uma base forte com
aquecimento. O sabão é um sal de ácido carboxílico e por possuir uma longa
cadeia carbônica em sua estrutura molecular, ele é capaz de se solubilizar tanto
em meios polares quanto em meios apolares. A reação básica de saponificação
pode ser representada pela seguinte equação:

• Éster de ácido graxo + Base forte → Álcool + Sal de ácido graxo (sabão)

As bases mais utilizadas para produzir sabões são: NaOH, KOH, e NH4OH,
sendo que as duas últimas originam sabões mais solúveis em água e, por isso,
são usadas na formulação de xampus, cremes de barbear e sabões líquidos.
Um exemplo de sabão que pode ser formado a partir da hidrólise do tripalmitil-
glicerol, um dos constituintes do óleo de soja, está representada a seguir:

38
Sabão e detergente são compostos químicos destinados à limpeza, ambos
apresentam o mesmo tipo de ação sobre óleos e gorduras. Os detergentes são
compostos orgânicos sintéticos destinados a remover detritos de superfícies
sólidas, lisas ou porosas. O sabão é, na verdade, um tipo mais simples de
detergente e compreende todos os sais de ácidos gordurosos. Os sabões se
dividem em duros, ou sódicos, e moles, ou potássios. Quando tanto o sódio como
o potássio estão presentes em sua composição, o sabão se classifica segundo a
base preponderante. Além disso, o sabão e o detergente são substâncias
tensoativas (surfactantes), ou seja, possuem a propriedade de alterar a tensão
superficial de uma solução, como, por exemplo, reduzindo a tensão superficial da
água fazendo com que ela "molhe melhor" as superfícies.
Os sabões e os detergentes são compostos de moléculas que contêm grandes
grupos hidrocarbônicos, os grupos hidrofóbicos (que não tem afinidade pela
água), e um ou mais grupos polares, os grupos hidrofólicos (que têm afinidade
pela água). As partes não-polares de tais moléculas dissolvem-se em gorduras e
óleos e as porções polares são solúveis em água. A capacidade de limpeza dos
sabões e detergentes depende da sua capacidade de formar emulsões com
materiais solúveis nas gorduras. Na emulsão, as moléculas de sabão ou
detergente envolvem a "sujeira" de modo a colocá-la em um envelope solúvel em
água, a micela.

Interface da micela com um meio polar. Emulsificação de óleo em água por


sabões. As cadeias hidrocarbônicas não-polares dissolvem-se em óleo e os
grupos iônicos polares em água. As gotículas carregadas negativamente repelem-
se mutuamente.

Os sabões são feitos pela saponificação de gorduras e óleos. Qualquer reação de


um éster com uma base para produzir um álcool e o sal de ácido é chamada uma
reação de saponificação. Um subproduto da manufatura de sabões é a glicerina,
da qual pode-se obter a nitroglicerina, um poderoso explosivo. Durante a I e II
Guerras Mundiais, as donas de casa guardavam o excesso de óleo e gorduras de
cozinha e o devolviam para a recuperação da glicerina.

Os detergentes e o problema da poluição: Nos EUA é ilegal a comercialização de


detergentes não-biodegradáveis. No começo da década de 60 enormes
quantidades de detergentes que continham cadeias alquídicas ramificadas
estavam sendo usadas. Estes detergentes não eram degradados pelas bactérias
e apareciam na descarga dos esgotos nos rios, fazendo com que mesmo os
grandes rios como o Mississipi se tornassem imensas bacias de espumas.

39
Vários detergentes muito eficientes não espumam em água. Embora os trabalhos
de laboratório tenham mostrado que o grau de formação de espuma tem muito
pouco a ver com a eficiência do detergente, mas as donas-de-casas geralmente
associam a espuma com a eficiência. Por isto, os fabricantes freqüentemente
adicionam agentes espumantes aos seus produtos.

Hoje sabemos que o refugo daquilo que usamos (lixo) é um dos problemas mais
graves enfrentados pela população mundial na atualidade, e que a reciclagem
tem ajudado - e muito - na melhoria não só ambiental como também social.
Jogar o óleo na pia, em terrenos baldios ou no lixo acarreta três fins desastrosos
a esse óleo:
• permanece retido no encanamento, causando entupimento das tubulações
se não for separado por uma estação de tratamento e saneamento básico;
• se não houver um sistema de tratamento de esgoto, acaba se espalhando
na superfície dos rios e das represas, causando danos à fauna aquática;
• fica no solo, impermeabilizando-o e contribuindo com enchentes, ou entra
em decomposição, soltando gás metano durante esse processo, causando
mau cheiro, além de agravar o efeito estufa.
• Não jogar óleo em fontes de água, na rede de esgoto ou no solo é uma
questão de cidadania e por isso deve ser incentivada.

Depois de usado, o óleo de cozinha pode ter dois destinos: dar uma enorme dor
de cabeça e prejuízo para o seu bolso e para o meio ambiente ou se transformar
em economia e, eventualmente, em receita extra. O primeiro caso ocorre quando
você simplesmente descarta o óleo doméstico nos ralos e vasos sanitários. O
acúmulo de gorduras nos encanamentos pode causar entupimentos, refluxo de
esgoto e até rompimentos nas redes de coleta. No segundo caso está transformar
esse mesmo óleo em sabão, por exemplo, fazer sabão em casa é como cozinhar.
Com a prática, seguindo a mesma receita, o sabão vai ficando melhor. A
proporção pode ser mantida para fazer mais ou menos sabão, de acordo com a
quantidade de óleo usado disponível. Quanto mais o sabão curtir, melhor ele fica.

2. OBJETIVOS
Este experimento tem como objetivo a preparação de um sabão simples utilizando
óleo de cozinha usado, mostrando como ocorre uma reação de saponificação.

3. MATERIAL E MÉTODO

3.1. Material
- 250ml de óleo
- 50g de soda cáustica
- 50ml de água
- 15ml de detergente
- 25ml de álcool

3.2. Metodologia

- coloque o óleo em um balde e dê umas esguichadas de detergente de cozinha


mesmo (uns 30ml) e mexa bem

40
- acrescente a soda já diluída em 100ml de água e mexa bem

- essa etapa é a mais importante, depois que tudo estiver bem misturado por
ultimo você acrescentará 50ml de álcool, mexa rápido e despeje numa forma
antes que o sabão endureça por completo.

4. CONTEXTUALIZANDO

Os sabões são produzidos a partir de óleos e gorduras através de reações de


saponificação. Sabendo-se disto, como é possível o próprio sabão retirar
"sujeiras" em geral, gorduras e óleos dos utensílios domésticos?
As donas de casa normalmente associam a eficiência de um detergente ou sabão
com a quantidade de espuma que a mesma provoca. Para um químico, a frase
acima está correta ou incorreta? Por que?

O que são grupos hidrofóbicos e hidrofólicos?

Como ocorre o processo de eliminação da "sujeira" (gordura)?

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PENNY LÊ COUTEUR, JAY BURRESON; TRADUÇÃO, MARIA LUIZA X. DE A.


BORGES. Os botões de Napoleão; as 17 moléculas que mudaram a
história – Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.,2006.
BIANCHINI, J. C. DE A.; ALBRECHT, C. H.; MAIA, D. J. 2005. Universo da
Química. FTD. São Paulo. 680 p.
PERUZZO, T. M.; CANTO, E. L. DO. 1996. Química na abordagem do
cotidiano. Edição única. Editora Moderna. São Paulo. 512 p.

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PRÁTICA 12 - CÁLCULO DO TEOR DE FERRO EM AMOSTRAS DE SOLO

AUTOR: José Wellington Machado de Sousa

1. INTRODUÇÃO

O ferro é um elemento químico de grande utilidade na indústria civil, é


matéria prima na fabricação de diversos eletrodomésticos. Sua importância no
dia-a-dia é incontável, além do mais, faz parte dos minerais essenciais para o
nosso organismo.
No organismo humano cumpre numerosas e variadas funções, é
componente de algumas proteínas sendo a mais destacada a hemoglobina, sua
função é absorver e transportar o oxigênio no sangue e liberá-lo no tecido, e a
mioglobina proteína ligadora de oxigênio, atua como reserva de oxigênio que
facilita a sua movimentação dentro das células musculares.
É o quarto elemento mais abundante da crosta terrestre e, entre os metais,
somente o alumínio é mais abundante.
É extraído da natureza sob a forma de minério de ferro. É um dos elementos
mais abundantes do Universo; o núcleo da Terra é formado principalmente por
ferro e níquel (NiFe).
Dentre sua propriedades podemos destacar que é um metal maleável, tenaz,
de coloração cinza prateado, encontrado na natureza fazendo parte da
composição de diversos minerais, principalmente os óxidos, como o FeO (óxido
de ferro II, ou óxido ferroso) ou como Fe2O3 (óxido de ferro III, ou óxido férrico).
De acordo com a concentração de ferro algumas regiões apresentam
coloração diferenciada no solo, esta concentração é informada através de análise
química em amostras do mesmo.

2. OBJETIVOS
Comprovar a existência de ferro, em diferentes amostras de solos,
verificando sua variação de acordo com a região a qual a amostra foi colhida, bem
como, calcular a concentração massica de ferro presente no mesmo.
Para verificar a concentração de ferro em solo iremos utilizar diferentes
amostras de terra, que serão envolvidas em ácido clorídrico, aproximadamente 6
molar, para a solubilização do ferro. Em seguida filtraremos a amostra e
neutralizaremos o filtrado com hidróxido de sódio para que ocorra a formação de
um precipitado coloidal de coloração marrom; este precipitado deverár ser filtrado
e se possível pesado, para observar melhor a quantidade do mesmo.
As reações ocorridas são as seguintes:

Fe3O4 +8 HCl → 2FeCl3 + FeCl2 + 4H2O

FeCl3 + 3NaOH → Fe(OH)3 + 3NaCl

3. MATERIAL E MÉTODO

3.1. Material

4 Copos transparentes
1 Funil de plástico (ou vidro)

42
8 Papeis de filtrar café
1 Bastão plástico (ou vidro)
2 Colheres descartáveis
1 Garrafa pet de 600mL
1 Litro de ácido muriático (HCl)
50 g de soda cáustica (NaOH)
4 Amostra de solos de locais diferentes
1 Par de luvas cirúrgica

FIGURA 1 – Material necessário para a aula prática.

3.2. Preparo da solução de hidróxido de sódio

Pesar em um copo 50g de hidróxido de sódio;


Adicionar, lentamente, água filtrada o suficiente para dissolver totalmente o
hidróxido de sódio;
Transferir a solução para garrafa de pet e completar o volume, com água
filtrada, até 4 centímetros antes do gargalo;
Tampar a garrafa e homogeneizar a solução.

3.3. Metodologia

- Adicionar no primeiro copo duas colher de sobremesa de amostra de solo e


acrescentar ácido muriático até cobrir a mesma, mexa com o bastão
aproximadamente 5 minutos;
- Repita o procedimento acima para a segunda amostra;
- Recorte o papel de filtro e coloque no funil em seguida filtre à primeira amostra;
- Em seguida adicione aos poucos a solução de hidróxido de sódio,
homogeneizando a mistura, até a solução mudar de coloração verde para marrom
cloro;
- Deixe a mistura descansar por 2 minutos;
- Pese o papel de filtro e anote sua massa, em seguida filtre o precipitado;
- Seque o precipitado e pese.

Encontre a massa de ferro na amostra:

43
Figura 2 – Pesagem do hidróxido de sódio e a manipulação do experimento.

4. CONTEXTUALIZANDO

Comentar com os alunos os conceitos obtidos na experiência com as


vivências deles no cotidiano. Abaixo alguns exemplos disso:
- Relatar que o ácido muriático é o ácido clorídrico e que mesmo é utilizado
para dissolver substância algumas substâncias metálicas e óxidos.

44
- Relatar que quando misturamos um ácido com uma base produzimos sal e
água, ou seja, há uma reação de neutralização. Só não devemos esquecer que
deve-se respeitar as concentrações dos constituíntes.
- Informar que o ferro metálico é muito reativo com elementos
eletronegativos, por isso que ele só é encontrado na natureza como composto.
- A coloração de algumas rochas está relacionada com a preseça de ferro
em sua composição.
- As plantas retirão o ferro do solo para a produção de proteínas essenciais
que atuam na síntese de clorofila e na divisão celular; a falta de ferro compromete
o crescimento das plantas, por esta razão é que se analisa o solo e se tenta
corrigir as deficiências com compostos minerais antes do plantio.

5. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

SIGULEM, Dirce M.; TUDISCO, Eliete Salomon; GOLDENBERG, Paulete;


ATHAIDE, Martha M. M.; VAISMAN, Ester. Anemia ferropriva em crianças
do município de São Paulo. Rev. Saúde Pública, vol.12, nº. 2, São
Paulo. 1978.

USBERCO, João; SALVADOR, Edgard. 2002. Química. 5ª ed. Saraiva. São


Paulo. 261p.

45
PRÁTICA 13 – A PRODUÇÃO DE HIDROGÊNIO POR REAÇÃO DE
DESLOCAMENTO

AUTOR: Francisco Neuzimar de A. Andrade

1. INTRODUÇÃO

O hidrogênio é o mais simples e mais comum elemento do Universo! Está


presente em quase tudo, inclusive em você! Ele compõe 75% da massa do
Universo e 90% de suas moléculas, como a água (H2O) e as proteínas nos seres
vivos. No planeta Terra, compõe aproximadamente 70% da superfície terrestre.
No seu estado natural e sob condições ambientes de temperatura e pressão, o
hidrogênio é um gás incolor, inodoro, insípido e muito mais leve que o ar. Ele
também pode estar no estado líquido, ocupando um espaço 700 vezes menor do
que se estivesse em forma de gás. Mas ele tem que estar armazenado numa
temperatura de –253 °C, em sistemas de armazenamento conhecidos como
“sistemas criogênicos”. Acima desta temperatura, o hidrogênio não pode ser
liquefeito, mas pode ser armazenado em forma de gás comprimido em cilindros
de alta pressão.
Um exemplo do potencial energético do Hidrogênio está na fonte de energia do
Sol - compõe 30% da massa solar. É com a energia do hidrogênio que o Sol
aquece a Terra, favorecendo a vida em nosso planeta.
Como é quimicamente muito ativo, está sempre procurando outro elemento para
se combinar. Raramente permanece sozinho como um único elemento (H2), em
suspensão ou à parte, estando associado ao petróleo, carvão, água, gás natural,
proteínas, entre outros elementos.
As misturas dos gases hidrogênio e oxigênio são inflamáveis, até mesmo
explosivos, dependendo da concentração. Quando queimado com oxigênio puro,
os únicos subprodutos são o calor e a água. Quando queimado com ar,
constituído por cerca de 68% de nitrogênio e 21% de oxigênio, alguns óxidos de
nitrogênio (NOX) são formados. Ainda assim, a queima de hidrogênio com ar
produz menos poluentes atmosféricos que os combustíveis fósseis (petróleo,
carvão).
Reação de simples troca ou deslocamento: ocorre quando uma substância
simples reage com uma composta, originando novas substâncias: uma simples e
outra composta.
A + BC → AC + B

Exemplo: Quando uma lâmina de zinco é introduzida em uma solução aquosa de


ácido clorídrico, vai ocorrer a formação de cloreto de zinco e o gás hidrogênio vai
ser liberado.

Zn (s) + 2 HCl (aq) → ZnCl2(aq) + H2 (g)

Observe que o Zinco deslocou o Hidrogênio, daí o porquê do nome reação de


deslocamento.

2. OBJETIVOS
Compreender uma reação de deslocamento.

46
Conhecer as características do Hidrogênio como gás leve e como
combustível.

3. MATERIAL E MÉTODO

3.1 MATERIAL
Ácido Clorídrico (Ácido Muriático);
Palha de aço;
Garrafa PET ( 600 ml);
Bexiga;
Pedaço de madeira;
Isqueiro.

3.2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL


Colocar 30 ml de Ácido Muriático na garrafa PET. ( Pode usar um funil, para
melhor segurança ).
Adicionar cerca de 40g de palha de aço à garrafa.
Colocar a bexiga na boca da garrafa, observar a liberação de um gás
(Hidrogênio), por cinco minutos.
Retirar a bexiga com Hidrogênio e amarrar sua borda para não vazar o gás.
Acender a madeira com o fósforo e em chamas estourar a bexiga com
Hidrogênio.

4. QUESTIONÁRIO

1°) Qual a equação de deslocamento do experimento?


2°) Explique por que o balão flutuou.
3°) Explique por que teve uma explosão?
4°) Pesquise as principais problemas no uso do Hidrogênio como
combustível.
5°) Explique por que o Hidrogênio é considerado um combustível não
poluente.

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PRÁTICA 14 - IDENTIFICAÇÃO DO pH DE SUBSTÂNCIAS DO COTIDIANO
UTILIZANDO PAPEL INDICADOR DE pH PRODUZIDO COM UMA SOLUÇÃO
DE REPOLHO ROXO

AUTOR: Wilson do Nascimento Freire

1. INTRODUÇÃO
Os ácidos e bases estão presentes na vida diária em sucos de frutas,
alimentos, agentes domésticos de limpeza, etc. ÁCIDOS SÃO COMPOSTOS
QUE PODEM DOAR PRÓTONS, (H+), E BASES SÃO COMPOSTOS QUE
PODEM ACEITAR PRÓTONS. Essa classificação foi proposta simultaneamente
por Johannes Brönsted e Thomas Lowry em 1923 e é conhecida como a Teoria
de Brönsted-Lowry.
Assim, quando HCl reage com água, o HCl é um ácido (doa H+) e a H2O é
uma base (aceita H+) tornando-se H3O+.

Na teoria de Brönsted-Lowry toda reação ácido-base dá origem ao par ácido


base Conjugado. Na reação acima, HCl é um ácido e após perder H+, torna-se a
base conjugada Cl-. Similarmente, H2O é uma base e após aceitar H+, torna-se o
ácido conjugado, H3O+.

Para medir a força de um ácido em solução aquosa ácida ou básica,


P.L.Sorensen introduziu a escala pH.
pH = - log [H3O+]
Na água pura, pH = - log 1x 10-7, pH = 7,0
Como a água é um composto anfótero, pH = 7,0 significa solução neutra.
Para solução de HCI 0,01 M, [H3O+] = 1X10-2, portanto pH = 2. A escala de pH
mostra que:
[H3O+] > 1X10-7, pH = solução ácida;
[H3O+] < 1X10-7, pH = solução básica;
[H3O+] = 1X10-7, pH = solução neutra.

Escala de pH
O pH de uma solução pode ser convenientemente medido por aparelhos
chamados pHmetros, bastando introduzir os eletrodos do pHmetro na solução a
ser analisada e fazer a leitura do pH. O pH de uma solução também pode ser

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obtido, de uma maneira menos precisa, usando-se o papel indicador de pH. O
papel indicador é impregnado com compostos orgânicos que mudam sua cor
conforme o pH.
Reconhecem-se os ácidos e as bases por algumas propriedades simples.
Os ácidos têm gosto acre. As soluções das bases, por outro lado, têm gosto
amargo e proporcionam sensação untuosa ao tato. (É evidente, não se deve
jamais provar nenhum reagente de Laboratório de Química). Alguns exemplos de
ácidos são o ácido acético, presente no vinagre; o ácido cítrico, constituinte do
suco de limão: o ácido clorídrico, encontrado no suco digestivo do estômago,
dentre outros. Exemplos de base são a solução aquosa de amônia, encontrada
em produtos de limpeza doméstica, o Hidróxido de potássio, presente na cinza, o
Hidróxido de magnésio, presente em pastas de dente, leite de magnésia, dentre
outros. A escala de pH vai de 0 a 14, conforme o esquema abaixo:

← cresce a acidez ←
pH 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

pOH 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0
→cresce a basicidade→

Indicadores Ácido-Base
Os indicadores ácido-base são substâncias orgânicas de elevado peso
molecular, que em água ou outros solventes se comportam como ácidos fracos
(indicadores ácidos) ou bases fracas (indicadores básicos) e mudam
gradualmente de coloração dentro de uma faixa relativamente estreita de escala
de pH, chamada zona de transição.
Os indicadores são duplamente corados, isto é, apresentam uma coloração
em meio ácido e outra em meio alcalino. Há, porém, indicadores com coloração
única, por exemplo, a fenolftaleína que é incolor em meio ácido e, vermelha em
meio alcalino. Esses indicadores são utilizados na forma de solução, sendo na
maioria das vezes, a água ou álcool o solvente. Os indicadores tradicionais nem
sempre são acessíveis, pois não são disponíveis em algumas regiões do país, ou
possuem preços elevados demais para algumas escolas. Nestes casos, podem
ser úteis alguns indicadores alternativos como por exemplo:
- extrato de repolho roxo;
- extrato de hibiscos;
- extrato de rosas escuras, etc.

FIGURA 1 - Escala de pH.

2. OBJETIVOS
Verificar o pH de materiais de uso doméstico utilizando o papel indicador de
pH produzido com uma solução com repolho roxo.
Neste experimento extrai-se o repolho roxo um indicador ácido-base natural,
as antocianinas, que pertencem a uma classe de compostos muito coloridos,
cujas estruturas, em meio ácido e básico, se encontram mostradas a seguir. As
antocianinas são responsáveis pelas cores das folhas da Mapple Tree (árvores

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comuns no Canadá) no outono, pelas cores do rabanete, da beterraba, de alguns
tipos de repolhos, etc.
As antocianinas são pigmentos glicosídicos, derivados do núcleo 2-
fenilbenzopirilium ou flavilium. Na natureza, as antocianinas ocorrem na forma
eteroglicosídica, contendo uma ou mais moléculas de açúcar e da aglicona
(antocianidina). Os açúcares encontrados com maior freqüência ligados as
antocianidinas são: glicose, raminose, xilose, galactose, arabinose e frutose, que
podem estar presentes como monoglicosídeos, diglicosídeos e triglicosídeos
substituídos diretamente na aglicona. Os açúcares conferem estabilidade e
solubilidade a aglicona. Na Tabela 1 são mostradas as estruturas químicas das
antocianinas e algumas fontes naturais das mesmas. Nas plantas que fazem
parte da alimentação, as antocianinas se encontram difundidas, no mínimo em 27
famílias, 73 gêneros e numa grande variedade de espécies.

TABELA 1 - Estruturas, nomes e fontes na natureza das principais antocianinas.

A cor das antocianinas e dependente de sua estrutura, do numero e da


posição dos grupos hidroxila e metoxilas que a compõem. Em uma solução
aquosa ácida, podem existir quatro formas estruturais de antocianinas em
equilíbrio entre si, que são a Base Quinoidal, Cation Flavilium, Chalcona e
Pseudobase como e mostrado na Figura 2.

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FIGURA 2 - Transformação estrutural das antocianinas em função do pH.

Diversos fatores interferem na estabilidade das antocianinas, e vários


exemplos de estudos a respeito são encontrados na literatura. Portanto, é
primordial definir as condições de obtenção do pigmento, de forma que o mesmo
apresente o mínimo de alterações de suas características para o seu uso
posterior. Geralmente são muito estáveis sob condições ácidas, mas podem se
degradar por vários mecanismos, iniciando com perda da cor, seguida da
formação de coloração marrom e de produtos insolúveis. A estabilidade da cor de
antocianinas é dependente da estrutura e da concentração dos pigmentos, assim
como de diversos fatores tais como pH, temperatura e presença de oxigênio.
A sensibilidade ao pH e o principal fator limitante em várias situações,
afetando a cor e a estabilidade química, e descolorindo em valores de pH acima
de 4,0. Em soluções ácidas, a antocianina é vermelha, mas com o aumento do pH
a intensidade de cor diminui. Em solução alcalina, a cor azul é obtida, porém é
instável. Esta instabilidade foi observada por JACKMAN e YADA (1987), quando
do tratamento com calor ou devido ao armazenamento, manifestando-se
mudança da pigmentação do azul para o amarelo.
A temperatura é outro fator importante na estabilidade das antocianinas
porque à medida que se submete a solução de antocianinas a uma temperatura
mais elevada, a sua degradação é maior, mesmo quando complexadas com ácido
tânico, e esta degradação é ainda mais acentuada quando se aumenta o pH do
meio.
A presença de oxigênio no meio também é um fator significativo na
degradação de antocianinas, mesmo na ausência de luz, em todos os valores de
pH. Esta degradação das antocianinas ocorre através de um mecanismo de
oxidação direta ou indireta dos constituintes do meio que reagem com as

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antocianinas. Precipitados e o desenvolvimento de uma turbidez em sucos de
frutas podem ser o resultado da oxidação direta da base carbinol de antocianinas.

3. MATERIAL E MÉTODO

3.1. Material

Papel indicador
Suco de limão
Vinagre
Álcool
Detergente (limpol)
Limpador de uso geral (veja multi-uso)
Mistura de água e sabão em pó
Água sanitária
Leite
Amoníaco
Leite de rosa
Acetona
Formol
Ácido muriático
Gasolina

FIGURA 3 – Material necessário para a aula prática.

3.2. Preparo da substância

Pique um repolho roxo e bata no liquidificador com um pouco de água até


obter um suco. Coe este suco e coloque numa bacia. Corte um coador de café e
mergulhe na bacia com o suco de repolho, de forma que o coador fique imerso no
líquido. Deixe por 30 minutos e depois coloque para secar no varal por 12 horas.
E assim você consegue um papel indicador de baixo custo. Teste seu papel em
diversas substâncias.

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FIGURA 4 - Passos para preparar a substância.

3.3. Metodologia
Utilizando o papel indicador de pH de repolho roxo, determine o pH das
substâncias comparando a cor encontrada com a seqüência de cores abaixo
preenchendo o quadro.

Substância Cor pH (aproximado)


Suco de limão
Vinagre
Álcool
Detergente
Limpador de uso geral
Sabão em pó
Água sanitária
Amoníaco
Leite
Gasolina
Leite rosa
Acetona
Formol
Ácido muriático

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4. CONTEXTUALIZANDO

A abordagem desse assunto abre uma oportunidade importante para o


professor trabalhar a interdisciplinaridade em sala de aula, ou seja, introduzir
conceitos de outras matérias como Geografia e Biologia juntamente com o
conceito de Ácidos e Bases. Pode-se também trabalhar o lado social da questão
com os alunos, priorizando o Meio Ambiente e a importância de se preservar a
natureza. Abaixo alguns exemplos:
- A criação de peixes necessita de cuidados especiais no que diz respeito ao
pH da água. Seu controle é necessário para a sobrevivência das espécies
criadas, sejam elas ornamentais ou não. Entretanto o despejo indiscriminado de
resíduos industriais e de esgotos não tratados em rios do Brasil tem modificado os
valores de pH citados acima, o que leva a um aumento na acidez da água e à
conseqüente extinção da fauna aquática.
- A chuva ácida pode acarretar vários problemas ambientais como:
• Abaixar o pH do solo, o que pode afetar diretamente a produção
agrícola;
• Acidificar lagos, reduzindo as espécies vivas nestes locais;
• Danos à árvores e florestas, diminuindo a folhagem, produzindo
manchas amarelas nas folhas e comprometendo a fotossíntese;
• Danos à saúde humana.
- Água mineral: As águas minerais vendidas no mercado como qualquer
outro produto, devem trazer em seus rótulos sua composição química e outros
dados, como condutividade elétrica e pH. O pH varia de acordo com a fonte de
onde a água foi retirada, o que pode ser influenciado pelo tipo de solo. A partir de
uma leitura cuidadosa dos rótulos pode-se escolher a água mais adequada para
consumo. Por exemplo, pessoas com problemas de acidez estomacal devem
preferir águas com pH mais elevado. Deve-se, no entanto, tomar cuidado especial
com aquelas águas ditas gaseificadas ou gasosas artificialmente, que são
acrescidas de CO2. Muitas vezes os rótulos trazem o pH da fonte e a água com
adição de CO2 pode ter seu pH alterado, pois o gás carbônico dissolvido em água
leva à formação do ácido carbônico (H2CO3), que é um ácido fraco.
- Sangue: Se adicionarmos ácido ou base ao plasma sanguíneo, verá que há
necessidade de uma quantidade muito maior de um ou de outro, até que se
produzam alterações do pH. Isto significa que o plasma dispõe de mecanismos de
defesa contra variações bruscas ou significativas do pH. O balanço entre os
ácidos e as bases no organismo se caracteriza pela busca permanente do
equilíbrio; o plasma resiste às alterações do pH, por meio de pares de
substâncias, capazes de reagir tanto com ácidos quanto com bases, chamadas
sistemas "tampão".
- Ensino da digestão: Onde substâncias ácidas digerem o alimento, e
através do pH determinar quais substâncias podem gerar acidez estomacal e
quais podem controlá-la.

5. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

LAZZAR, Kelly Tatiana; MUCELIN, Carlos Alberto. Educação ambiental e


procedimentos didáticos experimentais. Disponível em:
<http://www.conhecer.org.br/enciclop/2005/200514a.pdf>. Acesso em: 5 nov.
2008.

54
SANTOS, Graziela Batista de Almeida. Formas Alternativas na Abordagem do
Conceito de Ácido/Base para o 2º ano do 4º ciclo do Ensino Fundamental.
Disponível em: <http://www.cecimig.fae.ufmg.br/wp-content/uploads/2007/10/mo
no-graziela.pdf>. Acesso em: 5 nov. 2008.

SOMERA, Neusa Maria Mazzaro; BEATRIZ, Adilson. Apostila dos Experimentos.


Disponível em: <http://www.dqi.ufms.br/~lp4/Apostila%20aula%20pratica.pdf>.
Acesso em: 5 nov. 2008.

LOPES, TONI JEFFERSON. Adsorção de Antocianinas do Repolho Roxo em


Argilas. Disponível em:<http:// www2.enq.ufsc.br/teses/m093.pdf>. Acesso em: 27
out. 2008.

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PRÁTICA 15 – MISTURA E SEPARAÇÃO DE MISTURA

AUTOR: José Airton Martins Gomes

1. INTRODUÇÃO
Normalmente, a maioria das substâncias encontradas na natureza está na
forma de misturas, as quais fazem parte do nosso cotidiano. A preparação e
separação de misturas estão sempre presentes no nosso dia-a-dia. No laboratório
podemos trabalhar com técnicas diversificadas que permitem separarmos as
substâncias puras que constituem as misturas.
Mistura é qualquer sistema formado de duas ou mais substâncias puras,
denominadas componentes. Pode ser homogênea ou heterogênea, conforme
apresente ou não as mesmas propriedades em qualquer parte de sua extensão
em que seja examinada.

Toda solução é uma mistura homogênea , por definição.

Substância pura é todo material com as seguintes características:

• Unidades estruturais(moléculas, conjuntos iônicos) quimicamente iguais


entre si.
• Composição fixa, do que decorrem propriedades fixas, como densidade,
ponto de fusão e de ebulição, etc.
• A temperatura se mantém inalterada desde o início até o fim de todas as
suas mudanças de estado físico (fusão, ebulição, solidificação, etc.).
• Pode ser representada por uma fórmula porque tem composição fixa.
• Não conserva as propriedades de seus elementos constituintes, no caso de
ser substância pura composta.

As misturas não apresentam nenhuma das características acima. Essas são


as diferenças entre as misturas e as combinações químicas (substâncias puras
compostas)..

Misturas heterogêneas

Uma mistura é dita heterogênea quando apresenta duas ou mais fases e os


componentes da mistura são perceptíveis. Observação: a visualização não é,
necessariamente, a olho nu. As fases de uma mistura heterogênea podem ser
detectadas no microscópio ou separadas em uma centrífuga. Como exemplos
têm-se o sangue e o leite.

Cada uma das partes que compõem uma mistura chamamos de fase e
dependendo do número de fases, as misturas heterogêneas podem ser:

Bifásicas (duas fases): água e óleo. A água e o óleo não se misturam, sendo
assim, é um sistema que apresenta duas fases e cada uma é composta por uma
substância diferente.

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Trifásicas (três fases): granito (pedra composta por três tipos de rocha). O
granito é uma pedra cuja composição é feita por uma mistura heterogênea de
quartzo, feldspato e mica, podemos ver pela diferença de cor de cada pedra.

Polifásica (mais de três): óleo, areia, água e serragem, quando misturados


podemos ver nitidamente a separação entre eles, pois não são miscíveis.

Uma mistura (ou sistema) pode ser também composta por uma única
substância em diferentes estados físicos, como exemplo temos água e gelo:
mistura heterogênea bifásica constituída apenas por H20.

Misturas homogêneas

A mistura homogênea apresenta uma unica fase, é mistura homogênea é


um conjunto de substâncias solúveis entre si. Um exemplo é a mistura da água
com álcool: quando misturadas essas duas substâncias é impossível distinguir
uma da outra.Outro exemplo é a mistura de água e sal de cozinha, seguindo o
mesmo padrão da mistura anterior.

Uma mistura cujas substâncias constituintes não podem ser identificadas,


pois possuem as mesmas propriedades em toda a sua extensão. Tais
substâncias sofrem dissolução, ou seja, a sua mistura produz somente uma fase.
Isso quer dizer que é uma solução.

Existem várias técnicas de separação de misturas, das quais destacaremos:

• Sistema bifásico solido-sólido


• Catação: é um método de separação bastante rudimentar, usado para
separação de sistemas sólido-sólido. Baseia-se na identificação visual dos
componentes da mistura e na separação dos mesmos separando-os
manualmente. É o método utilizado na limpeza do feijão antes do cozimento.
• Sistema trifásico sólido-sólido-líquido

Peneiração-também conhecido como tamisação, este método é usado na


separação de sistemas sólido-sólido, onde um dos dois componentes apresente
granulometria que permita que o mesmo fique preso nas malhas de uma peneira.

• Sistema bifásico sólido-líquido

Filtração simples-este é um método de separação muito presente no


laboratório químico e também no cotidiano. É usado para separar um sólido de
um líquido ou sólido de um gás, mesmo que o sólido se apresente em suspensão.
A mistura atravessa um filtro poroso, onde o material particulado fica retido.

• Sistema bifásico líquido-líquido

DECANTAÇÃO
A decantação é um processo de separação que permite separar misturas
heterogêneas.

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Utilizada principalmente em diversos sistemas bifásicos como sólido-água (areia e
água), sólido-gás (poeira-gás), líquido-líquido (água e óleo) e líquido-gás (vapor
d’água e ar). Sendo esse processo fundamentado nas diferenças existentes entre
as densidades dos componentes da mistura, e na espera pela sua decantação. A
mistura é colocada em um recipiente de preferência fechado (no caso de
substâncias como gás e vapor e de acordo o interesse do produto da separação,
obrigatoriamente fechado) e espera-se a sedimentação do componente mais
denso

2. OBJETIVOS

• Conhecer misturas homogênea e heterogênea;


• Empregar algumas técnicas de separação de misturas que se assemelham
ás do dia-a-dia;
• Distiguir tipos de sistemas bifásico de trifásico;

3. MATERIAL E MÉTODO

3.1. MATERIAL

• Chapa aqucedora ou lamparina;


• Feijão;
• Arroz;
• Água;
• Óleo de soja;
• Sal ( NaCl);
• Papel de filtro, funil ou (gargalo de garrafa de Pet) e ou saco
cuador;algodão
• Café em pó;
• Colheres;
• Recipiente de plástico;
• Recipiente de vidro;
• Recipiente de alumínio;
• Recipiente de vidro para aquecimento ( lâmpada queimada);
• Garrafa pet com torçal.

3.2. METODOLOGIA

• Coloque em um recipiente de vidro sal e água e misture com uma colher;


• Coloque em outro recipiente água e óleo de soja e misture com uma colher;
• Observar os recipientes;
• Coloque água e óleo na garrafa pet com torçal, deixe toda a água escoar, o
que você observa? Qual técnica de separação você usou?
• Misture feijão e arroz. O que fazer para separar os sólidos?

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• Agora misture água, feijão e arroz. O que fazer para separar o líquido dos
sólidos?
• Coloque água para ferver;
• Misture água quente e café em pó, depois realize a filtração.

4. CONTEXTUALIZADO

Comentar com os alunos os conceitos na experiência com as vivências no


cotidiano. Alguns exemplos:

• Na preparação de um baião de dois- mistura de arroz, feijão, água, etc;


• Na preparação de um feijão-É o método utilizado na limpeza do feijão antes
do cozimento.
• Na preparação de um macarrão-usa-se a peneira para separar água e
macarrão;
• O famoso cafezinho diário estraí-se o pigmento e aroma do café usando
água quente.

5. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

Feltre,Ricardo,1928-.Química geral-V.1.6.ed.-São Paulo:Moderna, 2004.

Silva,Júnior,César da,1934-Ciências:entendendo a natureza, 9° ano/César da


Silva Jínior, Sezar Sasson, Paulo Sérgio Bedaque Sancher-23.ed-São
Paulo:Saraiva,2009.

Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Mistura, data de acesso 15/05/2010.

Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Subst%C3%A2ncia, data de acesso


15/05/2010.

Disponível em:http://www.mundoeducacao.com.br/quimica/classificacao-
das-misturas-heterogeneas.htm, data de acesso 15/05/2010.

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PRÁTICA 16 – EQUAÇÕES QUÍMICAS E ESTEQUIOMETRIA

AUTOR: Anderson Façanha Oliveira

1. CONCEITOS

É o cálculo das quantidades de reagentes e/ou produtos das reações


químicas em mols, em massa, em volume, número de átomos e moléculas,
realizado como conseqüência da lei de Proust, executado, em geral, com auxílio
das equações químicas correlatas.
A palavra estequiometria é de origem grega e significa medida de uma
substância. Estéquio: do grego Stoikheion (elemento ou substância). Metria:
do grego metron (medida).

2. A IMPORTÂNCIA

A estequiometria é de extrema importância no cotidiano, principalmente nas


indústrias ou laboratórios, pois objetiva calcular teoricamente a quantidade de
reagentes a ser usada em uma reação, prevendo a quantidade de produtos que
será obtida em condições preestabelecidas.

3. REVENDO CONCEITOS SOBRE RELAÇÕES BÁSICAS

Os coeficientes de uma reação química balanceada indicam a proporção de


cada substância que reage e que é produzida. Essa proporção pode ser em mols,
massa, número de moléculas ou volume (para substâncias na fase gasosa).

Elementos
1 mol de átomos corresponde à massa atômica expressa em gramas, um
número igual a 6,02 · 1023 átomos, que, se forem de um gás e estiverem nas
CNTP, ocuparão um volume de 22,4 L.

Substâncias

1 mol de moléculas corresponde à massa molecular expressa em gramas,


um número igual a 6,02 · 1023 moléculas, que, se forem de um gás e estiverem
nas CNTP, ocuparão um volume de 22,4 L.

4. CONDUTA DE RESOLUÇÃO

Na estequiometria, os cálculos serão estabelecidos em função da lei de


Proust e Gay-Lussac, neste caso para reações envolvendo gases e desde que
estejam todos nas mesmas condições de pressão e temperatura.

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Em seguida, devemos tomar os coeficientes da reação devidamente
balanceados, e, a partir deles, estabelecer a proporção em mols dos elementos
ou substâncias da reação.
Como exemplo, podemos citar a reação de combustão do álcool etílico:

Balanceando a equação, ficamos com:

proporção em mols
Estabelecida a proporção em mols, podemos fazer inúmeros cálculos,
envolvendo os reagentes e/ou produtos dessa reação, combinando as relações
de várias maneiras.

Para efetuarmos o cálculo estequiométrico, vamos obedecer à seguinte


seqüência:
a) escrever a equação envolvida;
b) acertar os coeficientes da equação (ou equações);
Obs.:Uma equação química só estará corretamente escrita após o acerto dos
coeficientes, sendo que, após o acerto, ela apresenta significado quantitativo.
c) relacionar os coeficientes com mols. Teremos assim uma proporção inicial
em mols;
d) estabelecer entre o dado e a pergunta do problema uma regra de três.
Esta regra de três deve obedecer aos coeficientes da equação química e poderá
ser estabelecida, a partir da proporção em mols, em função da massa, em
volume, número de moléculas, entre outros, conforme dados do problema.

5. TIPOS DE CÁLCULOS ESTEQUIOMÉTRICOS

I. Relação Quantidade em Mols – Quantidade em Mols


Os dados do problema e as quantidades incógnitas pedidas são expressos
em termos de quantidade em mols.

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II. Relação entre Quantidade em Mols e Massa
Os dados do problema são expressos em termos de quantidade em mols (ou
massa) e a quantidade incógnita é pedida em massa (ou quantidade em mols).

III. Relação entre Massa e Massa


Os dados do problema e as quantidades incógnitas pedidas são expressos
em termos de massa.

IV. Relação Entre Massa e Volume


Os dados do problema são expressos em termos de massa e a quantidade
incógnita é pedida em volume.
Caso o sistema não se encontrar nas CNTP, deve-se calcular a quantidade
em mols do gás e, a seguir, através da equação de estado, determinar o volume
correspondente. Por exemplo: calcular o volume de CO2 produzido numa
temperatura de 27° e pressão de 1 atm, na reação de 16g de oxigênio com
monóxido de carbono. (dado: R = 0,082 atm · L · mol–1 · K–1).

Resolução

1 · 32 g _________ 2 mols relação do problema


16 g _________ n dado e pergunta
n = 1,0 mol

Equação de estado: P · V = n · R · T
1 · V = 1 · 0,082 · 300
V = 24,6 L

V. Relação entre número de moléculas (átomos) e massa, quantidade em


mols ou volume
Os dados do problema são expressos em termos de número de moléculas
ou número de átomos e a quantidade incógnita é pedida em massa, quantidade
em mols ou volume.

VI. Problemas Envolvendo mais de uma Reação


Neste caso, devemos escrever todas as reações envolvidas no problema e
efetuar o balanceamento. Observa-se, neste caso, que é possível efetuar a soma
algébrica dessas reações, bastando, para isso, multiplicar ou dividir as reações, a
fim de cancelarmos as substâncias intermediárias e termos, então, uma única
reação.

VII. Lei de Gay-Lussac (1808)


“Os volumes das substâncias gasosas participantes de uma reação química,
estando nas mesmas condições de temperatura e pressão, guardam entre si uma
relação constante de números inteiros e menores possíveis”.

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VIII. Problemas Envolvendo Reagentes em Excesso
Quando o exercício fornece quantidades (massa, volume, mols, etc.) de dois
reagentes, devemos verificar se existe excesso de algum reagente.
As quantidades de substâncias que participam da reação química são
sempre proporcionais aos coeficientes da equação. Se a quantidade de reagente
estiver fora da proporção indicada pelos coeficientes da equação, reagirá
somente a parte que se encontra de acordo com a proporção; a parte que estiver
a mais não reage e é considerada excesso.
IX. Sistema em que os reagentes são substâncias impuras
Neste caso é importante calcularmos a massa referente à parte pura,
supondo que as impurezas não participam da reação.
Grau de pureza (p) é o quociente entre a massa da substância pura e a
massa total da amostra (substância impura).

X. Sistema em que o rendimento não é total


Quando uma reação química não produz as quantidades de produto
esperadas, de acordo com a proporção da reação química, dizemos que o
rendimento não foi total.
Rendimento de uma reação é o quociente entre a quantidade de produto
realmente obtida e a quantidade esperada, de acordo com a proporção da
equação química.

6. ATIVIDADE EXPERIMENTAL

Esta atividade experimental consiste na reação entre iodeto de potássio (KI)


0,5M e nitrato de chumbo II [Pb(NO3)2] de igual concentração, que produzirá um
precipitado de coloração amarela, o iodeto de chumbo II (PbI2). O objetivo neste
experimento é fazer com que os alunos cheguem às proporções ideais para a
reação. Para isto, além da reação, os alunos utilizarão os dados e construirão um
gráfico (altura do precipitado x relação iodeto/nitrato), através do qual encontrarão
a relação ideal para a reação.

6.1. Materiais utilizados


 5 tubos de ensaio, marcados de 1 a 5;
 10mL de solução 0,5M de KI;
 5mL de solução 0,5M de Pb(NO3)2;
 2 pipetas (ou seringas);
 régua;

6.2. Procedimento
 Medir as quantidades de 1,5mL, 1,7mL, 2,0mL, 2,3mL e 2,5mL da
solução de KI 0,5M e despejar em cada um dos 5 tubos de ensaio,
respectivamente.
 Medir as quantidades de 1,5mL, 1,3mL, 1,0mL, 0,7mL e 0,5mL da
solução de Pb(NO3)2 0,5M e despejar em cada um dos 5 tubos de ensaio,
respectivamente.
 Aguardar o tempo necessário para a total formação dos precipitados nos
tubos de ensaio.

63
 Medir, com o auxílio da régua, a altura dos precipitados em cada tubo de
ensaio.
 Construir o gráfico da altura do precipitado em função da relação
iodeto/nitrato.
 Verificar a melhor relação iodeto/nitrato (aquela que forma a maior altura
do precipitado) e determinar a estequiometria para a reação.

KI + Pb(NO3)2  KNO3 + PbI2.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 ____________ Capítulo 06 – Estequiometria. Disponível em:


<http://www.cocemsuacasa.com.br/ebook/pages/3379.htm>, acessado
em 23 mai. 2010.

 COSTA, E. T. H; ZORZI, M. B. Uma proposta diferenciada de ensino


para o estudo da estequiometria. Disponível em:
<http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2281-8.pdf>,
acessado em 29 mai. 2010.

 ____________ Estequiometria de reações. Disponível em:


<http://www.colegioweb.com.br/quimica/estequiometria-de-reacoes>,
acessado em 23 mai. 2010.

64
PRÁTICA 17 - OBSERVAÇÃO DA FUNÇÃO AMINA ATRAVÉS DA DETECÇÃO
DE PROTEÍNAS EM ALGUNS ALIMENTOS

AUTORA: Andréia Viana Ribeiro

INTRODUÇÃO:
Os aminoácidos contêm um grupo amina e um grupo carboxila ligados ao
mesmo átomo de carbono. Os aminoácidos unem-se uns aos outros através da
ligação destes dois grupos – que formam um grupo amida – dando origem às
ligações peptídicas que estruturam as proteínas.
A degradação de proteínas (por exemplo, quando um pedaço de carne
apodrece), leva, pelo contrário, à sua decomposição em aminas distintas. Os
odores mais desagradáveis de que geralmente nos lembramos são,
provavelmente, devidos à presença de aminas.
As proteínas são moléculas orgânicas de extrema importância para o
correto funcionamento de nosso organismo, desempenhando função estrutural,
hormonal, enzimática, imunológica, nutritiva, dentre outras.
Nem todas as proteínas são metabolizadas pelo nosso organismo, sendo
estas encontradas em alimentos como laticínios, ovos, carne, e vegetais em geral,
embora em menores proporções. Assim, uma dieta diversificada permite a
ingestão de qualidades e quantidades diferentes de aminoácidos essenciais.
Esta proposta de aula enfoca a observação da função amina através da reação
com cores caracterizando as proteínas nos alimentos, mostrando ao aluno a
existência desta função, além de preparar reagentes que identificam a presença
dessa substância, como solução de hidróxido de sódio e sulfato de cobre, que
poderão substituir o reagente de biuret.

MATERIAL:
• 6 tubos de ensaio
• 1 conta-gotas
• 1 pipeta
• 1 esguicho com água destilada
• 1 almofariz

REAGENTES:
• Sulfato de cobre
• Hidróxido de sódio
• Clara de ovo
• Leite
• Queijo
• Açúcar
• Sal

OBJETIVO:
• Observar a função amina através da detecção da presença de proteínas
em alguns alimentos do nosso dia a dia.

ROTEIRO DA PRÁTICA:
1. Dissolver um pouco de sulfato de cobre em água quente;
2. Preparar uma solução saturada de hidróxido de sódio;

65
3. Num tubo de ensaio, adicionar 4 mL da solução de hidróxido de sódio a 2 mL
de leite;
4. Em seguida, com o auxílio de um conta-gotas, adicionar 3 gotas de solução
de sulfato de cobre. Agitar suavemente para permitir a mistura dos líquidos
(nesta experiência forma-se uma cor lilás que revela a presença de
proteínas);
5. Repetir a experiência utilizando o queijo, açúcar, sal e clara de ovo. Se
necessário triturar um pouco do alimento, no almofariz, e recolher o sumo.
6.
ALIMENTO COR
LEITE
QUEIJO
AÇÚCAR
SAL
CLARA DE OVO

RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Registre na tabela os resultados e tire as conclusões sobre a existência de
proteínas nos alimentos analisados.

PRESENÇA DE
ALIMENTO COR
PROTEÍNA
LEITE
QUEIJO
AÇÚCAR
SAL
CLARA DE OVO

1. Qual o objetivo da utilização da solução de hidróxido de sódio e solução de


sulfato de cobre?
2. O que a cor lilás indica?

Reação do biuret: consiste em adicionar a uma amostra, igual volume de


hidróxido de sódio e, de seguida algumas gotas de sulfato de cobre. A ocorrência
de formação de flocos azuis de hidróxido de cobre que precipitam, ficando a
solução com um anel violeta, é indicadora da presença de proteínas.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
• Funções Nitrogenadas. Colégio Web. Disponível em:
<http://www.colegioweb.com.br/quimica/funcoes-nitrogenadas1>. Acesso
em: 30 mai 2010.

66
PRÁTICA 18 - VERIFICANDO O QUE OCORRE COM A GLICOSE E O AZUL
DE METILENO NO MEIO BÁSICO.

AUTORA: Aracy Paixão Almeida Peixoto

1. INTRODUÇÃO
Como as demais Ciências Naturais, a Química envolve não apenas a
observação e a descrição de fenômenos naturais por meio da realização de
experimentos controlados, em laboratório, mas também a tentativa de generalizar
os resultados das observações, tentando entender como e por que ocorrem.
Qualquer acontecimento envolvendo a matéria é conhecido como
fenômeno, e eles podem ser classificados em físicos ou químicos. Os fenômenos
físicos não provocam alteração na composição química dos materiais, o que é
possível verificar por meio de suas propriedades, já os fenômenos químicos ou
reações químicas, representam transformações ou alterações das substâncias,
isto é, transformam as substâncias em outras. As substâncias obtidas após a
transformação possuem propriedades físicas e químicas diferentes daquelas
utilizadas inicialmente, mostrando assim a ocorrência de uma reação química.
As reações químicas podem ser classificadas quanto à complexidade dos
reagentes e produtos, ao calor desprendido ou absorvido, à velocidade da reação,
dentre outros aspectos, um exemplo de grande e importante generalização feita
pelos químicos, a de caráter oxidante versus caráter redutor. Nesse contexto
veremos que há reações químicas que envolvem transferência de elétrons entre
reagentes, tais processos denominam-se reações de óxido-redução, pois
envolvem substâncias com tendência a doar elétrons e substâncias com
tendência a receber elétrons.

2. OBJETIVOS
Verificar que a mistura de solução de glicose (ou glucose) em meio básico
com azul de metileno permanece incolor no estado de repouso e quando em
movimento adquire uma cor azulada.
Interpretar os fatos anteriormente referidos como consequência de uma
reação de oxidação-redução que ocorre entre a glicose em meio básico e o azul
de metileno.

3. NATUREZA QUÍMICA DOS MATERIAIS


O azul de metileno é um sólido de cor azul escuro, solúvel em água,
produzindo solução azul, inodoro, com fórmula molecular: C16H18ClN3S e massa
molar 319.85 g/mol. O azul de metileno é usado como um corante bacteriológico e
como indicador. Tem muitas aplicações nos mais variados campos como a
biologia e da química.O azul de metileno é um antídoto específico indicado a
pacientes com sintomas e/ou sinais de hipóxia (mudanças mentais, taquicardia,
dispnéia, dor torácica). Não deve ser confundido com o azul de metila, com o
novo azul de metileno e nem com as variações do violeta de metila,
frequentemente usados como indicadores de pH.
Usos na Química, Biologia e Medicina
Azul de metileno é largamente utilizado como um indicador redox em
química analítica. Soluções desta substância são azuis quando em um ambiente

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oxidante, mas tornam-se incolores quando expostas a um agente redutor. As
propriedades redox podem ser vistas no experimento da "garrafa azul".
Tipicamente, uma solução feita de dextrose e azul de metileno. Azul de metileno
é também usado para fazer a reação entre solução de Fehling e açúcares
redutores mais visível.
Na biologia o composto é usado como corante para um grande número de
diferentes procedimentos de coloração, tais como as colorações de Gram, Wright
e Jenner. É uma técnica de coloração temporária, azul de metileno pode também
ser usado para examinar RNA ou DNA sob o microscópio ou em um gel: como
um exemplo, uma solução de azul de metileno pode ser usada para colorir RNA
sobre membranas de hibridização na técnica de Northern blot para verificar a
quantidade de ácido nucleico presente
Pode também ser usado como um indicador para determinar se uma célula
tal como uma levedura está viva ou não. O azul de metileno torna-se incolor na
presença de enzimas ativas, então indicando células vivas. Entretanto se
permanecer azul não significa que a célula está inoperante - as enzimas
poderiam estar inativas/denaturadas. Deve-se notar que o azul de metileno pode
inibir a respiração do levedura enquanto desloca os íons de hidrogênio
produzidos durante o processo. A célula da levedura não pode então usar
aqueles íons para liberar energia.
Devido a suas propriedades de agente redutor, o azul de metileno é
empregado como um medicamento para o tratamento de metemoglobinemia, que
pode se originar da ingestão de determinados medicamentos ou feijões de fava.
Basicamente, o azul de metileno age por reduzir o grupo heme da
metahemoglobina a hemoglobina.

O hidróxido de sódio (NaOH), também conhecido como soda cáustica, hidróxido


de sódio, cuja fórmula química é NaHO, também conhecido como soda cáustica,
consiste num sólido translúcido branco deliquescente, solúvel em água e etanol
mas insolúvel em éter. Apresenta densidade relativa de 2,13, ponto de fusão de
318 ºC e ponto de ebulição de 1390 ºC.
O hidróxido de sódio era anteriormente obtido por tratamento de carbonato
de sódio com cal mais a sua principal fonte hoje em dia é a eletrólise de água
salgada usando pilhas de mercúrio ou qualquer outra pilha do tipo das pilhas
diafragma. É fortemente alcalino e encontra muitas aplicações na indústria
química, particularmente na produção de sabões e de papel. É também usado
para absorver gases ácidos, como o dióxido de carbono e o dióxido de enxofre, e
é usado no tratamento de despejos para a remoção de metais pesados.
As soluções de hidróxido de potássio são extremamente corrosivas para os
tecidos do corpo e especialmente prejudiciais para os olhos. É um hidróxido
cáustico usado na indústria (principalmente como uma base química) na
fabricação de papel, tecidos, detergentes, alimentos e biodiesel. Apresenta

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ocasionalmente uso doméstico para a desobstrução de encanamentos e
sumidouros, pois dissolve gorduras e sebos. É altamente corrosivo e pode
produzir queimaduras, cicatrizes e cegueira devido à sua elevada reatividade.
Reage de forma exotérmica com a água e é produzido por eletrólise de uma
solução aquosa de cloreto de sódio (salmoura), sendo produzido juntamente com
o cloro.

Advertências:

Ingestão:Pode causar danos graves e permanentes ao sistema gastrointestinal.


Inalação:Ocorre irritação com pequenas exposições; danoso ou mortal em altas
doses.
Pele:Os sintomas vão desde irritações leves até úlceras graves, é perigoso .
Olhos: Pode causar queimaduras, danos a córnea e a conjuntiva.

Reações Químicas

Estrutura molecular dos cristais de hidróxido de sódio.

Por sua alta reatividade é amplamente utilizado em reações químicas.É utilizado


juntamente com o óxido de cálcio (CaO)) para diminuir sua reatividade e prevenir
que o tubo de ensaio seja corroído.

 Reações com ácidos


É uma base forte e por isso reage com ácidos (orgânicos e inorgânicos) gerando
sais e água, exemplo:

NaOH + HBr → NaBr + H2O


2 NaOH + H2SO4 → Na2SO4 + 2 H2O
CH3COOH + NaOH → CH3COONa + H2O
 Reações com sais
Pode reagir com sais de outros metais, formando um novo sal e um novo
hidróxido:
Fe2(SO4)3 + 6 NaOH → 2 Fe(OH)3 + 3 Na2SO4

 Reações com óxidos ácidos

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Reage com óxidos ácidos gerando sal e água:

SiO2 (vidro) + 2 NaOH → Na2(SiO3) + H2O

 Como catalisador

É um catalisador em reações de hidrólises de uma séries de compostos


orgânicos:

4. MATERIAL E MÉTODO

4.1. Material (em laboratório)


Erlenmeyer de 600mL
Proveta de 250 mL
Pipeta de transferência
Vareta de vidro
Dois vidros de relógio
Espátula
Balança analítica
Balão volumétrico de 500 mL
Água destilada - 600g
Glicose - 20g
Hidróxido de sódio – 11g
Azul de metileno a 0,1 %

Material alternativo

- Água correspondente a 3 copos comuns: 550 a 600ml no total.

- 2 colheres e meia, das pequenas (colher de café), de hidróxido de sódio (soda


cáustica) cerca de 10 a 11 gramas, no total.

- 9 colheres, das pequenas (café), de glicose (dextrose): cerca de 18 a 20


gramas; ele é encontrado em farmácias, drogarias e supermercados com o
nome comercial de “Dextrosol”, açúcar para mamadeiras.

- 5 ml de solução de azul de metileno (encontrada pronta a 1% ou 2% em


farmácias e drogarias)

- 3 frascos de 200 a 300 ml, de vidro ou plástico transparente, com tampa (pode
ser garrafas de água mineral, de suco de frutas ou refrigerantes – ‘pithulinha’, com
suas próprias tampas plásticas).

-1 garrafa de 2 litros -PET ou frasco grande de vidro, para dissolver os


ingredientes (não devem ser usados recipientes de alumínio, pois seriam
corroídos pela soda cáustica)

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4.2. Método

a) Coloque os 3 copos de água na garrafa PET ou no frasco grande. Acrescente


quase todo o hidróxido de sódio (deixe um pouquinho para fazer eventuais ajustes
finais de concentração). Agite até dissolver completamente (não passe para a
etapa seguinte antes que todo o hidróxido tenha se dissolvido por completo).

b) Em seguida, coloque quase toda a glicose nesta garrafa PET e agite.


Acrescente de 60 a 80 gotas (3,0 a 4,5 ml) da solução azul de metileno e agite.

c) A solução resultante, com frasco tapado, deve apresentar-se incolor quando


estiver em repouso. Se não descolorir, vá acrescentando aos poucos o resto do
hidróxido e da glicose até conseguir o efeito necessário — solução incolor.
Quanto maior a concentração de glicose e/ou hidróxido, mais rapidamente
ocorrerá a descoloração após a agitação.

d) Coloque a solução em 2 frascos (garrafas plásticas de 300 ml) incolores; um


deve ficar semipreenchido e o outro completamente preenchido, sem restar ar.
Tampe os frascos. Rotule-os, indicando a situação de cada um: letra A, para o
que contém ar comum; letra B, para o frasco cheio, sem ar ‘visível’ entre a
solução e a tampa.A solução preparada tem vida útil de apenas algumas horas,
não podendo ser armazenada.

A reação em questão ocorre em três etapas:

1) O2(q) -- rápida --> O2(solução)

2) O2(aq) + AMreduzido(incolor) -- rápida --> AMoxidado(azul)

3) AMoxidado + glicose -- lenta --> AMreduzido + ac. Glucônico.

Se houver necessidade de se preparar solução-estoque para vários dias, proceda


como segue:

1) Dissolva o hidróxido de sódio usando metade da água necessária, ou seja, um


copo e meio. Coloque esta solução em um frasco bem tampado e guarde-o.

2) No outro copo e meio de água que sobrou dissolva a glicose. Guarde esta
solução num segundo frasco bem tapado (se for em garrafa plástica, bem
‘tampado’).

3) Num terceiro frasco mantenha a solução de azul de metileno. Na hora de usar


é só juntar volumes iguais das duas primeiras soluções (1 e 2) e colocar algumas
gotas de azul de metileno (3). Por exemplo, meio copo da primeira solução (1)
mais meio copo da segunda solução (2) e, aproximadamente, vinte gotas da
solução de azul de metileno (3).

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5. CONTEXTUALIZANDO

Neste experimento explanar para os alunos sobre os conceitos abordados,


pois envolvem reações de óxido-redução, e estes processos estão presente
no cotidiano, como, na produção do vinho, do vinagre, do álcool e também em
muitos alimentos, os quais contêm muitas substâncias orgânicas, o que é
freqüente encontrarmos grupos funcionais e/ou ligações duplas facilmente
oxidáveis pelo o oxigênio do ar. Comentar também que neste experimento ocorre
uma reação reversível, reação em etapas, etapa lenta de uma reação e ação do
catalisador.

6. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

PERUZZO,F.M.: CANTO,E.L. DO.2003. Química na abordagem do cotidiano-


Físico-Química.Volume 2.3ª Edição. Editora Moderna. São Paulo.

PERUZZO,T. M.; CANTO,E.L. DO.1995. Química na abordagem do cotidiano-


Química Orgânica. Volume 3. 1ª Edição.Editora Moderna.São Paulo.

http://www.feiradeciencias.com.br/sala21/21_18.asp.
searadaciencia.ufc.br/sugestoes/sugestoes.htm

http://en.wikipedia.org/wiki/Iodine_clock_reaction

searadaciencia.ufc.br/sugestoes/sugestoes.htm

72
PRÁTICA 19 - SOLUBILIDADE DO GÁS NO REFRIGERANTE

AUTOR: Edilberto Fraga da Silva

1. INTRODUÇÃO

As soluções são misturas homogêneas que podem ser obtidas pela mistura
de duas ou mais substâncias. Nas soluções, o componente que está presente em
menor quantidade recebe o nome de soluto (o disperso) e o componente
predominante é chamado de solvente (o dispersante).

1.1. Classificações das soluções

1.1.1. Quanto ao estado físico

De acordo com o estado físico, existem os seguintes tipos de soluções:


• Sólidas: Um componente está homogeneamente disperso em outro.
• Gasosas: O ar, livre de partículas em suspensão, consiste em um
exemplo de solução gasosa.
• Líquidas: Normalmente, associamos à palavra solução um sistema
líquido. Existem soluções do tipo: líquido-líquido, líquido-sólido e líquido-
gás.

1.1.2. Quanto à solubilidade

Alguns fatores influenciam na solubilidade de uma substância como a


polaridade das moléculas e o fenômeno da saturação. A saturação é influenciada
diretamente pela temperatura e pela pressão (sendo que a pressão é
especialmente importante em soluções que contém gases). Na maior parte das
substâncias, a solubilidade aumenta com a elevação da temperatura (dissolução
endotérmica).

1.2. Solubilidade de gases em líquidos

Geralmente, os gases são pouco solúveis em líquidos. Sua solubilidade


depende bastante da temperatura e da pressão. Aumentando-se a temperatura, a
solubilidade do gás no líquido diminui. Por outro lado, se aumentarmos a pressão
sobre o gás, estaremos aumentando sua solubilidade. A influência da pressão é
expressa pela lei de Henry, que diz:

Em temperatura constante, a solubilidade de um gás em um líquido é


diretamente proporcional à pressão sobre o gás.

2. OBJETIVOS

Comprovar a influência da temperatura e da pressão na solubilidade de um


gás em um líquido.

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3. MATERIAL E MÉTODO

3.1. Material

3 garrafas de refrigerante
3 bexigas
Panela com água
Fonte de aquecimento

3.2. Metodologia

a) Abrir uma garrafa de refrigerante e, o mais rápido possível, adaptar uma bexiga
ao gargalo, deixando o sistema em repouso;
b) Repetir o mesmo procedimento (a) com outra garrafa e colocar em pé na
panela com água quente.
c) Repetir o mesmo procedimento (a) com a terceira garrafa e agitar.
Observar o que aconteceu nos três sistemas num intervalo de tempo definido.

4. CONTEXTUALIZANDO

Para aumentar o interesse dos alunos sobre o assunto abordado nesta


prática, outros casos sobre solubilidade de gases em líquidos podem ser
comentados como o mergulho submarino e até questionamentos sobre o porquê
dos peixes viverem melhor em águas frias do que nas quentes.

5. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

FELTRE, R.; 2004. Química. 6. ed. Editora Moderna. São Paulo. 417 p.

SOLUÇÃO LÍQUIDO-GÁS. Disponível em:


<http://ensquimica.blogspot.com/2008/01/soluo-lquido-gs.html>. Acesso em: 31
maio 2010.

74
PRÁTICA 20 – DISTINÇÃO ENTRE ALDEÍDOS E CETONAS

AUTORA: Francisca Kelly Araujo Leite

1. INTRODUÇÃO

Aldeídos e cetonas contêm o grupo carbonila, um grupo no qual um


átomo de carbono se liga ao oxigênio por uma ligação dupla (C = O). O grupo
carbonila nos aldeídos está ligado a carbono primário, e nas cetonas está ligado a
carbono secundário.
Apresentam arranjo plano triangular dos grupos ao redor do átomo de
carbono carbonílico, que possui hibridização sp2. São isômeros plano de função,
ou seja, a maioria dos aldeídos e cetonas possuem mesma formula molecular,
diferindo apenas na estrutura plana.

1.1. Aldeídos

Aldeído é um composto químico orgânico que se caracteriza pela


presença, em sua estrutura, do grupamento H—C=O (formila ou formilo), ligado a
um radical alifático ou aromático.

O odor dos aldeídos que têm baixo peso molecular é irritante, porém, à
medida que o número de carbonos aumenta, torna-se mais agradável.
Os aldeídos aparecem na natureza nas essências de algumas flores e
frutas. São usados na indústria farmacêutica, no fabrico de alguns tipos de
plásticos e como desinfetantes.
Os aldeídos de maior peso molecular, que possuem de 8 a 12 átomos de
carbono, são muito utilizados na indústria de cosméticos na fabricação de
perfumes sintéticos.

São obtidos através da oxidação de álcoois primários em meio ácido ou de


sua desidrogenação catalítica na forma de vapor em presença de metais como o
cobre, a prata e a platina, ou da oxidação catalítica de vapores de álcoois por
oxigênio do ar, igualmente na presença de cobre, prata ou platina aquecidos,
como por exemplo, para o etanol resultando no etana:

C2H5OH + [O] → C2H4O + H2O

Nomenclatura dos aldeídos

São seguidos os padrões da IUPAC, com a terminação dos nomes em al.

Exemplos:

• HCHO: metanal ou formaldeído


• CH3CH2COH: propanal
• HOC-CH2-CH2-COH: butanodial

75
1.2. Cetonas

As cetonas são compostos orgânicos caracterizados pela presença do


grupamento -C=O, carbonila, ligado a dois radicais orgânicos. Apresentam uma
fórmula geral R-C(=O)-R', onde R e R' podem ser iguais (cetonas simples ou
simétricas) ou diferentes (cetonas mistas ou assimétricas); alifáticos ou
aromáticos; saturados ou insaturados. R e R' podem também estar unidos. Nesse
caso, compõem um ciclo (cetonas cíclicas). Quando R ou R' é um átomo de
hidrogénio, estamos na presença de um aldeído.

As cetonas são líquidas, as mais simples são solúveis em água. Cetonas


menores tem cheiro forte. A cetona mais conhecida é a propanona, usada na
preparação do clorofórmio, iodofórmio e bromofórmio, na fabricação de tintas,
esmaltes e vernizes, na extração de óleos vegetais, na fabricação de
medicamentos e como dissolvente da celulóide. É um líquido incolor, inflamável,
de cheiro agradável e solúvel na água e solventes orgânicos.

Cetonas são formadas pela oxidação de álcoois secundários. Um átomo


de hidrogênio (ligado ao oxigênio) é retirado e o átomo de oxigênio passa a fazer
uma ligação dupla com o carbono da cadeia. ou seja e igual a o carbonato de
sodio.

Nomenclatura das cetonas:

A nomenclatura desses compostos é feita fundamentada na dos


hidrocarbonetos, apenas trocando o sufixo "o" por "ona". Quando houver
ambigüidade na posição do grupo carbonila, esta deve ser indicada antes do
sufixo, da mesma maneira que em outras funções orgânicas.

• propanona (a vulgar acetona): CH3-CO-CH3


• butanona: CH3-CO-CH2-CH3
• pentan-2-ona: CH3-CO-CH2-CH2-CH3
• pentan-3-ona: CH3-CH2-CO-CH2-CH3

2. OBJETIVOS

A prática permite a distinção entre aldeídos e cetonas, já que a diferença esta


apenas na posição da carbonila.

3. MATERIAL E MÉTODO

3.1. MATERIAL

- Uma amostra de aldeido qualquer


- Uma amostra de qualquer cetona
- Reagente de Tollens
- Banho-maria
- Tubos de ensaio

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3.2. Metodologia

a) Dissolver uma gota (ou cerca de 5 mg, se sólido) da amostra a ser analisada em
algumas gotas de água ou etanol em um tubo de ensaio.
b) Adicionar reagente de Tollens (explicação de como prepara-lo abaixo).
c) Caso a reação não ocorra imediatamente, aquecer o tubo de ensaio em banho-
maria.
d) Observar acontecimento de reação química.

Reagente de Tollens: O reagente deve ser recém-preparado. A 2 mL de AgNO3 a 2%


juntar 1 gota de hidróxido de sódio a 10%. Em seqüência, adicionar, gota a gota, uma
solução diluída (1:1) de NH4OH até dissolução do precipitado de Ag2O (evitar excesso
de NH4OH).

4. CONTEXTUALIZANDO

Teste de Tollens

Aldeídos reagem com formação de prata elementar, a qual se deposita como


um espelho nas paredes do tubo de ensaio. As cetonas não reagem.

RCHO + 2Ag(NH3)2OH 2Ag + RCOO NH 4 + 3NH3 + H2O


(Reagente (Espelho
de Tollens) de prata)

A formação de um precipitado escuro de prata e/ou a formação de espelho de


prata são resultados indicativos da presença de aldeído. É importante usar a
quantidade recomendada de amostra; excesso tende a mascarar o resultado.

5. BIBLIOGRAFIA

REIS, M.: 2003. Completamente Química. Editora FTD, São Paulo.

Disponível em:
http://vsites.unb.br/iq/litmo/LQO_2007_2/Roteiros/Analise_Grupos_Funcionais_I.d
oc. Acesso em 12 de junho de 2010.

77
PRÁTICA 21 – FATORES QUE INFLUENCIAM A VELOCIDADE DE REAÇÃO

AUTORA: Lilianne de Sousa Silva

1. INTRODUÇÃO

As reações químicas fazem parte de nosso cotidiano. E para que as


reações ocorram é necessário que as substâncias que irão reagir, os chamados
reagentes, estejam em contato e que esses possuam afinidade química entre si.
Algumas reações que se processam ao nosso redor são facilmente
verificadas, devido a sua rápida ou às vezes instantâneas velocidades em que se
processam. Um exemplo do nosso cotidiano é o acionamento do airbag nos
carros automotivos e nossa respiração. Outras, no entanto, necessitam de um
período maior de observação para serem verificadas. Podemos citar como
exemplos: a deterioração dos alimentos, que demora dias; e a formação de
petróleo, que demora milhões de anos.
A velocidade de uma reação e os fatores que a influenciam são estudadas
pela Cinética Química. Na prática, medir a velocidade de uma reação pode ser
uma tarefa bastante complicada, pois algumas reações ocorrem em questão de
milésimos de segundos. Já teoricamente, podemos medir a velocidade média de
uma reação utilizando a seguinte fórmula:
Vm = ∆Q
∆t
Onde ∆Q representa a variação da quantidade de uma substância (pode
ser o reagente ou o produto) e ∆t o tempo utilizado para a reação ocorrer.

FATORES QUE INFLUENCIAM A VELOCIDADE DE UMA REAÇÃO QUÍMICA


Existem diversos fatores que influenciam na velocidade de uma reação. E
conhecer como esses fatores influenciam as reações é fundamental para
sabermos controlar as reações que são de nosso interesse.
• TEMPERATURA
A temperatura é um fator que afeta diretamente na velocidade de uma
reação. E isso acontece porque como sabemos para que uma reação ocorra é
necessário que haja colisões efetivas entre as moléculas de reagentes. E quando
aumentamos a temperatura dessas substâncias estamos fornecendo energia em
forma de calor, o que faz as moléculas fiquem mais agitadas e com isso as
chances de colisões aumentam, acarretando conseqüentemente um aumento na
velocidade de reação. Ao diminuirmos a temperatura das substâncias reagentes
estaremos diminuindo as chances de colisões conseqüentemente diminuímos a
velocidade de reação.

 ÁREA DE CONTATO
O contato entre os reagentes é uma condição essencial para que a reação
ocorra, quanto maior ele for mais rápida será a reação. Em nosso dia-a-dia,
observamos várias reações que acontecem com maior ou menor velocidade em

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virtude da superfície de contato.

 CATALISADOR
Os catalisadores são substâncias cuja presença evoca reações que, em sua
ausência e em uma mesma temperatura, seriam praticamente incapazes de
acontecer. Essas substâncias não são consumidas na reação. Podendo até sofrer
alterações no decorrer do processo, porém, regenera-se no final.

 CONCENTRAÇÃO
A concentração dos reagentes é um importante fator que altera a velocidade
da reação. Pois, ao diminuirmos a concentração do(s) reagente(s) estaremos
diminuindo a velocidade de reação, e se aumentarmos a concentração estaremos
aumentando a velocidade de reação.

 PRESSÃO
Quando a reação possuir algum dos reagentes na fase gasosa, mudanças
de pressão no sistema podem interferir na velocidade da reação, Considerando
que as moléculas estão em movimento constante, ao diminuirmos o espaço que
elas ocupam o número de colisões entre elas aumentam, consequentemente, a
velocidade da reação aumenta.

2. OBJETIVOS
Sabendo que a realização de experimentos práticos em sala de aula facilita
a compreensão da teoria. E este trabalho tem por objetivo demonstrar atividades
práticas que possam ser realizadas em sala de aula com materiais simples. Esta
atividade prática possibilitará a verificação da influencia dos fatores concentração,
presença de catalisador e área de contato sobre a velocidade de uma reação.

3. MATERIAIS E MÉTODO

3.1. MATERIAIS

• Suporte para tubo de ensaio;


• Tubos de ensaio;
• Água oxigenada volume 20 e 40;
• Detergente;
• Batatinha;
• Solução de iodeto de potássio 0,1molar;

79
3.2. METODOLOGIA

DECOMPOSIÇÃO DA ÁGUA OXIGENADA COM E SEM CATALISADOR


• Colocar 5mL de água oxigenada volume 20 nos três tubos de ensaio;
• Adicionar 0,2mL de detergente nos três tubos de ensaio;
• Umedecer as paredes dos tubos de ensaio;
• Colocar os tubos de ensaio um ao lado dos outros;
• Adicionar no primeiro tubo 5 gotas da solução de iodeto de potássio
0,1mol/L;
• Adicionar no segundo alguns pedacinhos de batatinha;
• Não adicionar nada no terceiro;
• Observar e anotar o que ocorreu.

REAÇÃO COM DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DOS REAGENTES


• Umedecer dois tubos de ensaio previamente utilizando detergente 0,2mL;
• Colocar 5mL de água oxigenada volume 20 em um dos tubo de ensaio;
• Colocar 5mL de água oxigenada de volume 40 no outro tubo de ensaio;
• Adicionar 5 gotas de solução de iodeto de potássio nos dois tubos;
• Observar e anotar o que ocorreu.

REAÇÃO COM DIFERENTES ÁREAS DE CONTATO DOS REAGENTES


• Colocar 5 mL de água oxigenada em três tubos de ensaio;
• Adicionar a mesma quantidade de batatinha nos três tubos de ensaios; no
primeiro tubo um pedaço, no segundo tubo coloque a batatinha em forma
de tiras e no terceiro coloque a batatinha ralada;
• Observar e anotar o que ocorreu.

4. CONCLUSÃO E SUGESTÕES
O conteúdo de cinética química pode ser trabalhado com base nas
experiências vivenciadas pelos alunos. O professor poderá citar vários exemplos
de reações que acontecem no cotidiano. Podendo inclusive exemplificar as
reações consideradas de velocidade rápida e de velocidade lenta utilizando
exemplos do dia-a-dia.

80
Outro ponto positivo de se trabalhar com os exemplos do cotidiano dos
alunos são as diversas formas utilizadas pelos os homens para retardar ou
acelerar o acontecimento de uma reação química. Inconscientemente utilizamos
os fatores que influenciam na velocidade de reação para manipular as reações de
nosso interesse.
Exemplos de abordagens contextualizadas com a realidade dos alunos:
• É comum acondicionamos um alimento na geladeira, para diminui a
sua temperatura e assim conservá-lo por um período de tempo maior.
O que estamos fazendo é diminuindo a velocidade de reação das
substâncias que poderão estragar os alimentos através do
abaixamento da temperatura.
• Se deixarmos um pedaço de palha de aço em cima da pia notamos
que ele enferruja com mais rapidez, enquanto, se deixarmos um
prego de mesma massa nas mesmas condições, esse enferrujará
mais lentamente.
• Um exemplo de catalisador são as enzimas presentes em nosso
organismo.
• Ao abanarmos uma brasa de carvão, estamos aumentando a
quantidade de ar, e consequentemente, a quantidade de oxigênio ao
redor dos pedaços de carvão que estão pegando fogo; esse aumento
na concentração de oxigênio faz com que a velocidade da reação
aumente.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BIANCHI, J. C. A. Universo da Química. Ensino Médio. Volume único, 1ª
edição, São Paulo, FDT, 2005.

FELTRE, F. Físico – Química. Vol 2. São Paulo: Editora Moderna, 2004.

81
PRÁTICA 22 – A QUÍMICA DOS COLÓIDES NO TRATAMENTO DE ÁGUA

AUTORA: Luciana Fontoura França

1. INTRODUÇÃO
A água é indispensável à vida, sem água não há vida. Como produto
necessário à manutenção de vida no planeta, a água tem despertado o interesse
dos mais diversos setores, motivando-os a elaborarem modelos de uso e gestão
capazes de compatibilizar as demandas crescentes com a relativa escassez do
produto na qualidade desejada, porém com o passar dos anos ela vem sendo
ameaçada pela poluição. É interessante conhecer o processo de potabilização,
que se define como um conjunto de tratamentos físicos e químicos que a água
destinada ao consumo humano deve passar. As etapas de tratamento são as
seguintes:

Floculação
A água então recebe duas substâncias: cal hidratada, que é responsável
pela correção do pH, e sulfato de alumínio, que faz com que as partículas de
sujeira se juntem, formando pequenos coágulos. Com a continuidade da agitação,
os flocos tendem a aderir uns aos outros, formando partículas mais pesadas,
passíveis de decantação.

Decantação
Após a floculação a água vai para a decantação, onde ficará parada para
que os flocos mais pesados que a água se depositem no fundo. Acontece a
separação das partículas (os flocos) que, por ação da gravidade, tendem a cair e
depositar-se no fundo dos tanques de decantação.

Filtração
São utilizados Filtros de Carbono com o objetivo de retenção física de
partículas e microorganismos que não foram removidos no decantador. Na
filtração ocorre o processo de filtração e adsorção, isto é adesão das impurezas
nos meios porosos do leito. Os filtros são compostos por múltiplas camadas
superpostas de pedras britadas, areia e carvão (ou antracito).

Cloração
A água chegará neste processo praticamente limpa, mas não livre de
microorganismos. Sendo assim, ela receberá o cloro para desinfecção, pois
elimina os germes nocivos à saúde.

O agente coagulante
O sulfato de alumínio é um dos primeiros produtos a serem aplicados pelo
homem no tratamento da água na floculação, para clarificação. Ele aglutina toda a
matéria em suspensão e forma flocos que ganham em densidade e se
sedimentam. O sulfato de alumínio também é indicado para decantar a sujeira
existente na água da piscina.
Por ser um reagente coagulante capaz de produzir hidróxidos gelatinosos
insolúveis é empregado para remoção de impurezas que se encontram em
suspensão fina, em estado coloidal ou em solução. Suas funções principais são
desestabilizar, agregar e aderir os colóides para transformá-los em coágulos. A

82
quantidade dos reagentes é determinada de acordo com a turbidez e coloração a
serem removidas da água, mediante a testes de coagulação e floculação

Figura 01: Etapas do tratamento de água

Colóides
A conceituação de colóide e a influência do tamanho das partículas na
velocidade de sedimentação mostram a impossibilidade de remoção de partículas
coloidais por decantação direta. O termo coagulação refere-se à desestabilização
dos colóides, provocada pelo agente químico adicionado, enquanto a floculação é
o processo em que a agitação lenta proporciona condições para as partículas se
aglutinarem, produzindo flocos suficientemente grandes.
A propriedade de dispersões coloidais de espalharem a luz, conhecida por
Efeito Tyndall, permite verificar a presença de partículas coloidais nos líquidos. A
comparação entre dois filtrados obtidos no final do experimento confirma isso. As
partículas coloidais, presentes em águas naturais turvas, apresentam cargas
negativas e se repelem. Para serem removidas, essas impurezas coloidais devem
aglomerar-se previamente à decantação e à filtração.

2. OBJETIVO
As etapas envolvendo a clarificação da água, ou seja, a remoção de sólidos
finos em suspensão que se apresentam como turbidez, podem ser reproduzidas
num experimento, em sala de aula. O procedimento é simples, porém permite
explorar conceitos sobre colóides, solubilidade, pH e reações químicas, bem
como processos de separação de misturas.

3. MATERIAL UTILIZADO
• 1 jarra
• 4 béqueres 500mL
• 1 bastão de vidro
• 2 funis
• 2 papéis de coar café
• 1 seringa
• 1 copo de café (50mL)
• Lanterna

83
Reagentes
• Água a ser clarificada: obtida dispersando terra em 1L de água da torneira
e filtrando com papel filtro para simular a água de represa.
• Água de cal: solução 0,02mol/L de Ca(OH)2
• Solução de sulfato de alumínio 0,9mol/L

4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
1. Coloque certa quantidade da água a ser clarificada (que simula a água de
represa), em dois béqueres e disponha a luz de uma lanterna de baixo para cima
sobre os mesmos. Reserve em um dos béqueres certa quantidade para
comparação.
3. No outro béquer adicione 1mL de solução de sulfato de alumínio 0,9mol/L.
Agite e em seguida acrescente aos poucos 50mL de água de cal. Agite
lentamente e deixe em repouso. Observe.
4. Após 15min, filtre separadamente os conteúdos dos dois béqueres e compare
os filtrados, iluminando-os com a lanterna.

5. BIBLIOGRAFIA
JAFELICCI JUNIOR, M.; VARANDA, L.C. O Mundo dos Colóides. Química Nova
na Escola, N° 9, 1999. Disponível em:
<http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc09/quimsoc.pdf>. Acesso em: 27 mai. 2010.

Tratamento de água: Processo de tratamento. Disponível em:


<http://www.tratamentodeagua.com.br/R10/Biblioteca_Detalhe.aspx?codigo=116&
topico=421>. Acesso em: 27 mai. 2010.

SOUZA MAIA, A.; OLIVEIRA, W.; LAKATOS OSÓRIO, V. K. Da água turva a


água clara: o papel do coagulante. Química Nova na Escola, N° 18, Nov. 2003.
Disponível em:< http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc18/A11.PDF>. Acesso em: 23
mai. 2010.

84
PRÁTICA 23 – ENERGIA NOS ALIMENTOS – O CÁLCULO DAS CALORIAS

AUTORA: Michely Bernardo Sobral

1. INTRODUÇÂO

Carboidratos, gorduras totais, gorduras saturadas, proteínas, calorias. Mas


afinal, como se calcula a quantidade de energia que tem nos alimentos? Sabemos
que reações químicas podem liberar energia. Energia é a capacidade de executar
trabalho ou produzir mudanças na matéria. Em relação à nutrição, esta energia é
relacionada com a energia química dos alimentos devido às ligações químicas
presentes nos nutrientes.

A queima de uma vela, por exemplo, libera energia na forma de luz e de


calor. Mas e os alimentos? Alguns alimentos possuem substâncias que podem
liberar muita energia. O amendoim ou a castanha, por exemplo, liberam mais de
50% do seu peso em gorduras ou óleos. Para saber quanta energia pode ser
liberada basta queimar o amendoim, nesta queima o amendoim reage com o
oxigênio do ar e libera, dentre outras coisas, o gás carbônico (CO2).

Para medir a energia liberada nos alimentos usamos um aparelho chamado


calorímetro. Os calorímetros constituem uma grande família de instrumentos
científicos, que são essencialmente destinados a medir variações de energia em
sistemas onde a temperatura tem um papel relevante. Um dos mais simples é o
calorímetro de água. Nele o calor da queima aquece uma quantidade conhecida
de água e o termômetro mede o quanto a água esquentou e a partir disso
podemos calcular a quantidade de energia, que é o que aparece no seu rótulo.

A quantidade de calor recebida pela água é dada pela seguinte expressão:


Q = m.c.∆T
Onde:
Q= quantidade de calor (cal);
M= massa da água (g);
c= calor específico (cal/g°C) e
∆T= a variação de temperatura (°C);
No caso particular da água, o calor específico é igual a 1 cal /g ºC.
Cada alimento tem seu valor calórico específico. As calorias liberadas dependem
da composição dos alimentos em termos de proteínas, carboidratos e gorduras. A
quantidade de energia produzida por um grama de cada nutriente é:

• 1 g de proteína = 5,65 kcal;


• 1 g de gordura = 9,45 kcal;
• 1 g de carboidrato = 4,10 kcal

Para se determinar a energia característica do alimento consumido, utiliza-se a

seguinte equação:

Q = Quantidade de energia liberada / Massa do alimento

85
O valor encontrado corresponde ao valor energético do alimento.

ALIMENTOS QUANTIDADE CALORIAS


Açúcar 1 colher chá (5g) 20 Kcal
Água de Côco 1 copo (240 ml) 44 Kcal
Arroz branco cozido 1 colher de sopa (25g) 28 Kcal
Aveia - prep. instantâneo 1 colher de sopa (20g) 76 Kcal
Bolacha água 1 unidade (8g) 32 Kcal
Bolacha cream craker 1 unidade (8g) 32 Kcal
Caldo de cana 1 copo cheio (240 ml) 202 Kcal
Caldo verde 1 concha média (130g) 80 Kcal
Canja 1 concha média (130g) 111 Kcal
Carne magra assada 1 pedaço fino (40g) 115 Kcal

Definindo Caloria

Para os químicos, como também para os biólogos, físicos e nutricionistas,


caloria é a unidade ainda utilizada para medida da energia. A caloria (cal) foi
originalmente definida como a quantidade de energia (transferida ao aquecer)
necessária para elevar a temperatura de um grama (1,0 g) de água líquida pura
em um grau Celsius (1,0 °C), mais precisamente de 14,5 °C para 15,5 °C (Russel,
1994; Kotz e Treichel Jr.2002), deixando implícito que o calor específico da água
era exatamente 1 cal/(°C g). Termoquimicamente, a definição da caloria é 4,184 J.

Como a quantidade de energia envolvida no metabolismo dos gêneros


alimentícios é muito alta, a quilocaloria (kcal), equivalente a 1000 cal,comumente
é utilizada para expressar os valores calóricos dos alimentos,que também podem
ser expressos em Calorias (Cal) (Kotz e Treichel Jr.,2002). É importante ressaltar
que esse termo Caloria, quando referido nos rótulos, é a chamada “Caloria
dietética - Cal”, com C maiúsculo, uma unidade equivalente à quilocaloria (kcal)
(Kotz e Treichel Jr., 2002 e Mahan e Arlin, 1995).

A importância da Termodinâmica

A Termodinâmica é, em linhas gerais, uma teoria física que trata de


fenômenos associados às transformações da matéria em que a energia tem um
papel destacado. A termodinâmica Química é a aplicação desta teoria ao estudo
de sistemas químicos. A Termoquímica, em amplo sentido, é o estudo das
variações de energia associadas às reações químicas. Para a Termoquímica, as
reações químicas se classificam em:

• Reações exotérmicas – as que liberam ou produzem calor.


• Reações endotérmicas – as que absorvem calor.
• Reações isotérmicas ou atérmicas: as que não liberam ou absorvem calor.

86
Em geral, basta provocar uma reação exotérmica para que ela se inicie e
prossiga sozinha, como por exemplo, a queima do carvão. Ao contrário, uma
reação endotérmica ocorre somente quando se fornece continuamente o calor de
que ela necessita, como é o caso do cozimento de alimentos.

2. OBJETIVO

É muito comum encontrar nos rótulos de vários alimentos, a quantidade de


calorias que eles fornecem. Atualmente, existem duas maneiras de se indicar as
calorias: a científica e a utilizada na medicina, que está presente nas tabelas
médicas usadas em dietas e nas embalagens de alimentos industrializados. Em
medicina, o termo caloria deve ser escrito com a letra inicial maiúscula: Caloria,
pois neste caso, uma Caloria corresponde a 1000 calorias ou 1 Kcal.
1 caloria = 1 cal
1 Caloria = 1 kcal = 1000 cal

A quantidade de energia liberada por um alimento pode ser quantificada quando


se usa a energia liberada na sua combustão para aquecer uma massa conhecida
de água.

Quantidade de energia liberada = Massa da solução x ∆T


Onde: ∆T = variação de temperatura, em graus Celsius.

Para se determinar a energia característica do alimento consumido, utiliza-se a


seguinte equação:
Q = quantidade de energia liberada /Massa do alimento
O valor encontrado corresponde ao valor energético do alimento.

Neste experimento deseja-se estimar a quantidade de energia contida em


uma castanha-do-pará. Para isto, deve-se desprender energia da amostra
queimando-a e usando o calor produzido para aquecer uma quantidade
conhecida de água. Observando o aumento da temperatura da água, pode-se
determinar a quantidade de calorias produzidas na queima. Os produtos da
combustão da amostra do alimento são CO2, carvão (carbono) e água.

3. MATERIAL E MÉTODO

3.1. Material
• uma balança
• uma proveta (100 mL)
• um erlenmeyer (250 mL)
• um termômetro
• um clipe para papel
• duas garras
• um suporte universal
• fita adesiva
• 1 castanha-do-Pará
• água
• fósforos

87
3.2. Montagem do Calorímetro

• Fixar o clipe na bancada com fita adesiva.


• Prender a amostra de alimento no clipe
• Fixar o erlenmeyer com o auxílio da garra.
• Na outra garra prender o termômetro. É necessária atenção para que o
termômetro não encoste sobre a parede do erlenmeyer, caso contrário
haverá erro na leitura da temperatura.

3.3. Metodologia

1 - Montar o equipamento como descrito a seguir:


• Fixar o clipe na bancada com fita adesiva.
• Fixar o erlenmeyer com o auxílio da garra.
• Na outra garra prender o termômetro. É necessária atenção para que o
termômetro não encoste sobre a parede do erlenmeyer, caso contrário
haverá erro na leitura da temperatura.
2 - Pesar um amendoim e anotar sua massa.
3 - Prender a amostra de alimento no clipe.
4 - Adicionar 100 mL de água de torneira a um erlenmeyer.
5 - Com o auxílio do termômetro, verificar a temperatura da água (temperatura
inicial).
6 - Queimar o alimento utilizando um palito de fósforo aceso.
7 - Quando o alimento estiver totalmente queimado verificar a temperatura da
água (temperatura final).
8- Anotar os valores da massa da amostra, da massa de água e das temperaturas
inicial e final da água e preencher a tabela:

Amostra Massa (g) Massa de Temperatura Temperatura ∆T ( ºC)


água (g) inicial da final da
água ( ºC) água (ºC)

PROBLEMAS
1 - Calcule a quantidade de energia liberada na queima da amostra, a partir dos
dados acima,usando:
Quantidade de energia liberada = massa da solução (g) x variação da
Temperatura (ºC)
2- Determine o valor energético do alimento utilizado no experimento, em kcal/g.
Use: Q = Quantidade de calorias liberada (kcal) / Massa do alimento (g)

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4. CONTEXTUALIZANDO

• Os alimentos fornecem diferentes quantidades de energia. A determinação


da quantidade de energia que está armazenada em cada alimento é
importante, especialmente no planejamento de uma dieta para balancear a
quantidade de energia que é ingerida e que é gasta.

• Todo o excedente ingerido, não utilizado nas funções metabólicas, acaba


sendo armazenado na forma de gordura, causando obesidade.

• E se ingerir mais do que isso? As calorias sobram e se acumulam em


forma de gordura, é assim que a gente engorda. Aí, começa a corrida para
academia.

• Não se deixe influenciar pelas palavras em destaque nas embalagens dos


produtos alimentícios como: "light", "diet", contém fibra, baixo teor de
gordura, etc. O alimento light contém taxas de açúcar e gordura pequena,
o alimento diet não deve conter açúcar embora possam apresentar
determinada taxa de gordura.

• Uma das principais características dos alimentos energéticos é a de que o


seu excesso não pode ser eliminado pelo organismo (ao contrário do que
acontece com as vitaminas, sais minerais, oligoelementos e fibras).

5. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

KOTZ, J.C. e TREICHEL Jr., P. Química e reações químicas. 4ª ed. Trad.


J.A.P.Bonapace e O.E. Barcia. Rio de Janeiro: Editora LTC, 2002.

GOMES, Márcio Augusto de Oliveira. Determinação da energia contida em alguns


alimentos. Curitiba, 1999.26f. Monografia (Especialização em Ensino de Química
Experimenal para o 2o. Grau) - Setor de Ciências Exatas, Departamento de
Química, Universidade Federal do Paraná.

89
PRÁTICA 24 – ELETROQUÍMICA

AUTOR: Raimundo Neuzimar Marques

1. INTRODUÇÃO

A eletroquímica é o estudo das reações químicas nas quais partículas


carregadas (íons ou elétrons) atravessam a interface entre duas faces da matéria,
tipicamente uma fase metálica (o eletrodo) a uma face liquida de solução
condutora, ou eletrolito.
Processos de oxidação e redução estão envolvidos no estudo da
eletroquímica, onde as reações químicas ocorrem com o envolvimento de
transferência de elétrons de um reagente para outro. Os dois processos ocorrem
simultaneamente e não podem coexistir independentemente.
Redução ocorre quando um reagente ganha elétrons e vai para o estado de
oxidação mais negativo. Inversamente, durante a oxidação, um reagente perde
elétrons e vai para o estado de oxidação mais positivo.
Redução e oxidação ocorrem concomitantemente, e duas meias reações se
combinam para dar uma oxi-redução (dupla redox). Para o caso geral, a oxi-
redução é dada como:

Meia reação de redução: Cu2+(aq) + 2e- ---> Cuº(s) E= 0,34V

Meia reação de oxidação: Znº(s) ---> Zn2+(aq) + 2e- E= -0,76

Reação total : Cu2+(aq) + Znº(s) <------> Cuº(s) + Zn2+(aq) Eº= 1,10V

2. OBJETIVOS

Observa que nas reações de oxi-redução em uma célula galvânica ocorre um ddp
que funciona como uma pilha, que será usado para por em funcionamento uma
calculadora ou relógio.

3. MATERIAIS

•Solução de sulfato de cobre


•Solução de sulfato de zinco
•Solução de cloreto de potássio ou nitrato de sódio
•Um relógio
•Uma calculadora
•Placas de zinco
•Placas de cobre
•Dois bequer de 250Ml
•Um metro de fio de cobre

4. PROCEDIMENTO

1- Preparar as soluções de sulfato de cobre e sulfato de zinco


2- Colocar nos bequer, ambas separadas

90
3- colocar o eletrodo de zinco na solução sulfato de zinco e o eletrodo de cobre na
solução de sulfato de cobre.
4- Conectar os fios do eletrodo de zinco diretamente ao polo positivo da
calculadora e o fio do eletrodo de cobre no polo negativo e verificar o que ocorre.
5- Interligar as duas soluções com a ponte salina (solução de cloreto de potássio)

91
PRÁTICA 25 – ESTUDO DOS GASES

AUTOR: Paulo Darley Sá de Oliveira

1. INTRODUÇÃO
Os gases são substâncias fluídas que estão presentes em grande quantidade
na natureza. O ar atmosférico é composto por vários gases, tais como: nitrogênio
(78%), oxigênio (21%) e outros gases (1%).
Os gases possuem a propriedade de expansão (aumento de volume) e
contração (diminuição de volume). Estas mudanças ocorrem de acordo com a
mudança de temperatura, pressão, etc. Possuem também a capacidade de passar
para o estado líquido, ocupando desta forma menos espaço.
Os gases são importantes para os seres humanos, pois são aplicados em
diversas atividades, tais como: uso doméstico (gás de cozinha), hospitais, meios de
transporte, medicina e indústria.
Por outro lado, existem os gases poluentes derivados da queima de
combustíveis fósseis. Estes gases (dióxido de carbono, gás metano,
perfluorcarbonetos, óxido nitroso e hidrofluorcarbonetos) prejudicam o meio
ambiente, colaborando para o processo de aquecimento global.
A diferença entre gás e vapor é dada a partir da temperatura crítica. O vapor é
a matéria no estado gasoso, estado esse que pode ser liquefeito com o aumento da
pressão. Com o gás não ocorre o mesmo. Ele é um fluido impossível de ser
liquefeito com um simples aumento de pressão. Isso faz com o gás seja diferente do
vapor.
Uma determinada substância no estado gasoso é um gás se a sua
temperatura for superior à temperatura crítica, se a temperatura for igual ou inferior à
temperatura crítica a substância é vapor.
Alguns gases são produzidos em laboratório, como nos experimentos
realizados nesta prática.

2. OBJETIVO
Estudar e observar, por meio de reações simples, a formação de alguns
gases.

3. REAÇÕES
Quando o permanganato de potássio (KMNO4) reage com o ácido clorídrico
(HCl), ocorre uma reação em que se observa a formação do gás cloro (Cl2).
2 MnO4−( aq ) + 16 H (+aq ) + 16Cl (−aq ) → 5Cl 2↑( g ) + 2 Mn(2aq+ ) + 6Cl (−aq ) + 8 H 2 O
Na reação de permanganato de potássio com água oxigenada (H2O2), ocorre
a formação do gás oxigênio (O2).

3H 2 O2 ( aq ) + 2 MnO4−( aq ) → 3O2↑( g ) + 2 MnO2( s ) + 2OH (−aq ) + 2 H 2 O

Quando se coloca ferro metálico (prego) na presença de ácido muriático


(HCl), ocorre a liberação d o gás hidrgênio (H2).
Fe( s ) + 2 H (+aq ) → Fe(2aq+ ) + H 2↑( g )

92
A reação de bicarbonato de sódio (NaHCO3) com vinagre (ácido acético) ou
outros ácidos leva a formação de gás carbônico (CO2).

Na (+aq ) + HCO3−( aq ) + H (+aq ) → Na (+aq ) + H 2 O + CO2↑( g )

Muitos seres vivos, inclusive o homem, produzem gás carbônico durante o


processo da respiração. Quando reage com a água, a cal – nome comercial do óxido
de cálcio (CaO) – forma o hidróxido de cálcio (Ca(OH)2), que é solúvel em água. A
reação do hidróxido de cálcio com gás carbônico leva à produção de carbonato de
cálcio (CaCO3), que é uma substância branca insolúvel em água (ver equação a
seguir). A cal é empregada em construções porque, ao reagir com o gás carbônico
presente na atmosfera, forma uma liga de carbonato de cálcio, que ajuda a dar
resistência e a impermeabilizar as construções.

CaO( s ) + H 2 O → Ca(2aq+ ) + 2OH (−aq )


(solúvel em água)

Ca(2aq+ ) + 2OH (−aq ) + CO2( g ) → CaCO3( s ) ↓ + H 2 O


(Insolúvel)

4. MATERIAL E MÉTODO
Materiais:
• Bicarbonato de sódio (50g);
• Colher de chá ≈ 2,5ml;
• Conta-gotas;
• 7 copos de vidro;
• Frasco de vidro com tampa (100ml);
• Porta-filtro e filtro de papel;
• Prego;
• Tubo de caneta ou canudinho de plástico;
• Vinagre (20ml);
• Água oxigenada – 10 volumes – (10ml);
• Ácido muriático (50ml);
• Cal (10g);
• Comprimido de permanganato de potássio.

Procedimento:
- Pulverizar o comprimido de permanganato de potássio (100mg), colocar o pó em
um copo e acrescentar 20 ml de água. Agitar até dissolver todo o material sólido.
Esta é a solução 1. Guardá-la no frasco de vidro com tampa.

- Colocar 2,5 ml da solução 1 em um copo. Aos poucos, gotejar (conta-gotas) ácido


muriático, agitando-o até ocorrer uma mudança permanente da cor da solução.
Observar atentamente a mistura e anotar as observações.

93
- Colocar 2,5 ml da solução 1 em um copo, e agitando, adicionar 1 colher de chá de
água oxigenada. Observar atentamente a mistura e anotar as observações.

- Colocar o prego em um copo e, utilizando conta-gotas, cobri-lo com ácido


muriático. Observar atentamente a mistura e anotar observações.

- Colocar 30 ml de água em um copo e acrescentar 2 colheres de chá de


bicarbonato de sódio (NaHCO3). Agitar bem, até dissolver o material sólido. A seguir,
adicionar 10 ml de vinagre. Observar atentamente a mistura e anotar as
observações.

- Colocar 100 ml de água em um copo e adicionar 2 colheres de chá (rasas) de cal.


Misturar bem. Filtrar a solução (filtro de papel) e recolher o líquido em outro copo.
Este líquido é a solução 2. Com o tubo vazio ou o canudinho de plástico, soprar a
solução 2.

Observação: Sopre a solução 2 suavemente, para não respingar em seu rosto. Se


isso ocorrer, lavar imediatamente com água em abundância.
Verificar o aspecto da solução 2 após 5 minutos de borbulhamento. Anotar as
observações.

5. CONTEXTUALIZANDO
O oxigênio (O2), o gás carbônico (CO2) e o nitrogênio (N2) têm grande
importância para a vida em nosso planeta.
O oxigênio, que corresponde a 20,99% da atmosfera, é insubstituível para
os seres denominados aeróbicos, que precisam desse gás para sua
sobrevivência. O homem é um exemplo de ser aeróbico.
O gás carbônico, 0,03% da atmosfera, é absorvido pelos seres
fotossintetizantes (plantas verdes e certas algas) e transformação em matéria
orgânica, por meio da fotossíntese.
O nitrogênio é o principal componente do ar atmosférico (78,02%). As
bactérias nitrificantes do solo, que vivem em associação com as raízes das
plantas, absorvem o nitrogênio da atmosfera e o transformam em outras
substâncias, que são absorvidas pelas plantas. As queimadas matam as bactérias
nitrificantes e empobrecem o solo.

6. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

FELTRE, R. Fundamentos da Química. São Paulo, Moderna,1991.

HESS, S. Experimentos de Química com materiais domésticos. São Paulo,


Moderna, 2008.

94
PRÁTICA 26 – REAÇÕES COM HIDROCARBONETOS

AUTOR: Francisco Antonio Costa Ribeiro

1. INTRODUÇÃO

Os hidrocarbonetos são compostos formados exclusivamente por átomos de


carbonos e hidrogênios e constituem, sem dúvida, a função mais simples da
química orgânica. Uma grande importância dos hidrocarbonetos se deve ao fato
de suas moléculas servirem como “esqueleto” de as demais funções orgânicas.
No cotidiano o uso dos hidrocarbonetos está entre as substâncias de grande
valor comercial e energético. São os principais formadores do petróleo e de seus
derivados como : Gás natural, gasolina, óleo diesel, querosene, massa asfaltica e
matéria-prima para as indústrias.

2. OBJETIVOS

Neste experimento estaremos verificando algumas das principais reações


químicas que caracterizam essa classe de compostos: Halogenação (com a
solução de lugol), oxidação (com a utilização de KMnO4) e combustão. Para cada
etapa do experimento faremos as seguintes considerações.
2.1. Halogenação: Por medida de segurança a halogenação é feita com a
solução de lugol cujo principal componente é o iodo elementar (I2). A descoloração
indica que a reação ocorreu.
2.2. Oxidação: Esta é feita com uma solução de KMnO4 (Permanganato de
potássio). A oxidação é facilmente detectada pela mudança na coloração do
KMnO4 ou (MnO4) violeta para marrom ( MnO2 ).
2.3. Combustão: Neste caso podemos ter uma combustão completa onde há
apenas formação de vapor de água e gás carbônico ou uma combustão
incompleta onde além da formação de vapor de água e gás carbônico podemos
ter a formação de carvão, monóxido de carbono e outros compostos.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Materiais
04 tubos de ensaio pequenos
01 suporte para tubo de ensaio
01 tubo de vidro com tampa de Eva.
01 tubo de vidro
01 pavio
01 caneta marcadora.

3.2 Reagentes
Solução X de hidrocarboneto
Solução Y de hidrocarbonetos

95
Solução de permanganato de potássio
Solução de lugol ou I2.

4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

4.1. Halogenação:
• Enumerar 04 tubos de ensaio.
• Tubo 1 coloca o hidrocarboneto X até 1/3 do volume.
• Tubo 2 coloca o hidrocarboneto Y até 1/3 do volume.
• Nos dois tubos adicionar 1 gota de lugol. Tampar e agitar.
• Observar a coloração e anotar em qual dos tubos o I2 reagiu.

4.2. Oxidação:
• Tubo 3 coloca hidrocarboneto X até ½ do volume.
• Tubo 4 coloca hidrocarboneto Y até ½ do volume.
• Em cada tubo adicionar 1 gota de permanganato.
• Tampar e agitar. Observar coloração, mudança do violeta para marrom.

4.3. Combustão:
• Reunir o hidrocarboneto do tubo 1 com o do tubo 3 e completar o volume
até ficar aproximadamente 10 mm da borda do tubo.
• Repetir o mesmo para o tubo 2 e tubo 4.
• Usar o tubo de vidro com pavio e tampar cada tubo.
• Observar se ocorre combustão.

5. BIBLIOGRAFIA

CRUZ, R; FILHO,E. G. Experimentos de Química. 2ª edição. Editora Livro da


física. São Paulo, 2009.

FELTRE, R. Química. Vol. 3. 6ª edição. Ed. Moderna. São Paulo, 2004.

OLIVEIRA, E. A. de. Aulas Práticas de Química. 3ª edição. Editora Moderna.


São Paulo, 1995.

PERUZZO, T. M.; CANTO, E. L. do. Química na Abordagem do Cotidiano. 2ª


Ed. Editora Moderna. São Paulo, 1998.

96
PRÁTICA 27 – TESTES DE CHAMA PARA IDENTIFICAÇÃO DE CÁTIONS

AUTOR: Francisco Ricardo Pereira Teixeira

1 - INTRODUÇÃO E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Espectros atômicos

Se a luz de uma lâmpada comum (de filamento incandescente) atravessar


um prisma, ela será decomposta em várias cores. Cientificamente o que se obtêm
é chamado de espectro da luz visível.

Contudo se repetirmos essa experiência utilizando a luz proveniente de


uma lâmpada de gás (tubo de raios catódicos) não obteremos o espectro
completo. Apenas algumas linhas estarão presentes, correspondendo somente à
algumas freqüência de luz visível. Essas linhas formam o espectro visível ou
espectro atômico.

Alguns exemplos de espectros atômicos são representados a seguir. Como


você pode perceber as linhas obtidas dependem do elemento utilizado.

97
Foi através dessas observações que Rutherford e Bohr idealizaram seu
modelo atômico.

Teste de chama

O teste de chama ou prova da chama é um procedimento utilizado em


Química para detectar a presença de alguns íons metálicos, baseado no espectro
de emissão característico para cada elemento.

O teste de chama é baseado no fato de que quando uma certa quantidade


de energia é fornecida a um determinado elemento químico (no caso da chama,
energia em forma de calor), alguns elétrons da última camada de valência
absorvem esta energia passando para um nível de energia mais elevado,
produzindo o que chamamos de estado excitado. Quando um desses elétrons
excitados retorna ao estado fundamental, ele libera a energia recebida
anteriormente em forma de radiação. Cada elemento libera a radiação em um

98
comprimento de onda característico, pois a quantidade de energia necessária
para excitar um elétron é única para cada elemento. A radiação liberada por
alguns elementos possui comprimento de onda na faixa do espectro visível, ou
seja, o olho humano é capaz de enxergá-las através de cores. Assim, é possível
identificar a presença de certos elementos devido à cor característica que eles
emitem quando aquecidos numa chama. A temperatura da chama de uma
combustão é suficiente para excitar uma quantidade de elétrons de certos
elementos que emitem luz ao retornarem ao estado fundamental de cor e
intensidade, que podem ser detectados com considerável certeza e sensibilidade
através da observação visual da chama. O teste de chama é rápido e fácil de ser
feito, e não requer nenhum equipamento que não seja encontrado normalmente
num laboratório de química. Porém, a quantidade de elementos detectáveis é
pequena e existe uma dificuldade em detectar concentrações baixas de alguns
elementos, enquanto que outros elementos produzem cores muito fortes que
tendem a mascarar sinais mais fracos. Um teste relativamente simples de ser
realizado em um laboratório é a análise da presença de um certo elemento em
uma solução. Com o uso de etanol, algodão e fósforo é possível, com alguma
sorte e técnica, obter uma bela cor que indica a presença de um determinado
elemento em solução. Por exemplo, a cor verde clara indica a presença de boro,
vermelho indica estrôncio, amarelo indica a presença de sódio. Um dos
problemas desse tipo de análise é a contaminação da amostra, mascarando a
observação de outros elementos. A beleza das cores pode ser apreciada na foto
abaixo. As amostras foram embebidas em etanol e queimadas, resultando em
uma bela coleção de chamas coloridas.

2 - OBJETIVOS

Objetivo Geral: Detectar a presença de alguns íons metálicos em função


do espectro de emissão típico de cada elemento.

3 - PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

Prepare soluções alcoolicas dos sais, utilisando etanol. Em seguida


embebeda chumaços de algodão com essas soluções e em um dos chumaços
você embebeda com etanol puro. Em seguida faça a queima com e observe o
resultado.

A tabela 1 mostra a diversidade de cores que são possiveis de se obter


através desse teste.

99
TABELA 1: Cores das chamas

Símbolo Nome Cor Símbolo Nome Cor

As Arsênio Azul Sr Estrôncio Vermelho

B Boro Verde Te Telúrio Verde

Ba Bário Verde Tl Tálio Verde puro

Ca Cálcio Laranja Zn Zinco Verde

Cs Césio Azul

Cu(I) Cobre(I) Azul

Cu(II) Cobre(II) (não- Verde

Cu(II) Cobre(II) Verde

Fe Ferro Dourada

In Índio Azul

K Potássio Lilás

Li Lítio Magenta

Mg Magnésio Branco

Mn(II) Manganês(II) Verde

Mo Molibdênio Verde

Na Sódio Amarelo

P Fósforo Verde

Pb Chumbo Azul/Azul

Rb Rubídio Vermelha

Sb Antimônio Verde

Se Selênio Azul celeste

100
CONCLUSÃO

Através desse teste baseado no fato de que quando uma certa quantidade de
energia é fornecida a um determinado elemento químico (no caso da chama, energia
em forma de calor), alguns elétrons da última camada de valência absorvem esta
energia passando para um nível de energia mais elevado, produzindo o que
chamamos de estado excitado, pode-se observar que realmente a luz emitida por
cada metal apresentava coloração diferente, inclusive o da chama do etanol puro.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MASTERTON, W. L. & SLOWINSKI, E. J. Química geral superior. 4. Ed. Rio de


Janeiro, interamericana, 1978.

SKOOG, D. A., WEST, D. M., HOLLER, F. J., CROUCH, S. R. Fundamentos de


Química Analítica, São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006.

THOMAS, N.C., LYLE, K. S., KNOESPEL, S. Flames tests with flair. Journal
chemical Education, 2008, 85(4): 521.

MIRANGAIA, F. P. & CANTO, E. L. Química na abordagem do cotidiano. 4. Ed.


Moderna 2009.

101
PRÁTICA 28 – SEPARAÇÃO DE POLÍMEROS POR DENSIDADE

AUTORA: Rute Claudino Melo Carvalho

1. INTRODUÇÃO

Os nomes Teflon, polietileno, poliestireno são nomes familiares do cotidiano.


Estes “plásticos ou polímeros são utilizados na fabricação de muitos objetos que
estão presentes em nossa vida, como: roupas, televisões, panelas, etc. A indústria
química teve notável desenvolvimento com os processos de fabricação de polímeros
sintéticos. Porém, o uso descontrolado dos polímeros tem trazido preocupações
sobre o descarte dos mesmos no meio ambiente.
Diante dos problemas ocasionados pelo o uso exagerado dos polímeros os
cientistas vêm estudando formas de alterar a sua estrutura química no intuito de
antecipar ao máximo a vida útil deste tipo de material, pois o maior problema reside
no seu tempo de degradação que, dependendo do tipo de polímero, leva séculos
para se degradar no meio ambiente.
Atualmente, a tecnologia de produção dos polímeros sintéticos está muito
avançada. Já se conhece há algum tempo os materiais plásticos biodegradáveis, e
mais recentemente ouve-se falar em plásticos oxibiodegradáveis. A diferença entre
os dois tipos está na adição de aditivos, no caso dos oxibiodegradáveis, que irão
facilitar a decomposição do polímero pela temperatura e oxigênio em pequenos
fragmentos que facilitarão a decomposição dos mesmos por microorganismos.
Embora, os estudos tenham se intensificado em melhor adaptar a estrutura química
dos polímeros ao meio ambiente, a forma mais adequada é a prática da reciclagem.
A reciclagem é o reaproveitamento da matéria que é transformado em outro
produto. Muitos polímeros são recicláveis, uns mais, outros menos, dependem do
custo de transformação desse material. O polímero mais utilizado em processo de
reciclagem é o polietileno, o “pet”. Ele constitui as famosas garrafas de refrigerantes.

Fig. 1 - Monômero do polietileno Fig. 2 - Polietileno

Os polímeros são compostos constituídos por moléculas muito grandes,


resultantes da união de muitas subunidades que se repetem. As subunidades
moleculares usadas para sintetizar os polímeros são os monômeros, e as reações
pelas quais se unem os monômeros são denominadas reações de polimerização.
(SOLOMONS, 1996)
No intuito de facilitar o processo de reciclagem, onde o primeiro estágio se dá
na separação dos mesmos, o uso de códigos ajuda na identificação.

102
Fig. 3 – Símbolos de identificação dos materiais plásticos segundo a norma ABNT
NBR 13230123.

1- PET - poli(tereftalato de etileno) - garrafas de refrigerantes, água, vinagre,


detergentes.

2- HDPE (PEAD) - polietileno de alta densidade - recipientes de detergentes,


amaciantes, branqueadores, leite, condicionadores, xampus, óleos de motor.

3- PVC - cloreto de poli(vinila) - pipas, cortinas de banheiros, bandejas de refeições,


capas, assoalhos, forros.

4- LDPE (PEBD) - polietileno de baixa densidade - filmes, sacolas de supermercado,


embalagens de lanches.

5- PP - polipropileno - recipientes para guardar alimentos (Tupperware), carpetes,


embalagens de pudins, iogurtes e de água mineral.

6- PS - poliestireno - copos de água e de café, protetor de embalagens (isopor),


protetor de cartuchos de impressora.

7- Outros: PC - policarbonato - mamadeira, coberturas de residências, lentes de


óculos, escudo protetor contra balas.

A densidade é um dos métodos mais simples e prático de separação e


identificação dos diferentes polímeros plásticos. A tabela 1 apresenta densidades de
alguns dos plásticos mais comumente empregados.

103
Tabela 1. Densidade de alguns polímeros (g/cm3).

Fonte: http://www.moderna.com.br/moderna/didaticos/em/artigos/2004/0020.htm

2. OBJETIVOS

- Separar diversos tipos de polímeros utilizando o conceito de densidade;


- Utilizar técnica de flotação e decantação para separação de polímeros;
- Abordar os diferentes tipos de polímeros, seus usos e propriedades;
- Contextualizar o uso de polímeros com o problema do lixo urbano.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

- Amostras dos plásticos: PET, PEAD, PEBD, PP, PS (rígido) e PS (espuma).


Todos bem picadinhos.
- Três béqueres grandes (500mL)
- Solução de álcool; (álcool comercial)
- Água de torneira;
- Solução de cloreto de sódio saturada. (sal de cozinha).

3.1. Metodologia

- Misture todas as amostras de plásticos e coloque em um béquer grande e


acrescente água de torneira até a metade da capacidade do béquer;
- Mantenha a mistura em repouso por alguns segundos e observe a
separação dos pedaços de plásticos;
- Retire os pedaços que flutuaram e transfira-os para outro béquer do mesmo
tamanho que o anterior e acrescente a solução de álcool;
- Repita o procedimento com a solução salina.
- Após a separação, tente identificar os nomes dos polímeros pela
comparação de densidades usando a tabela 1.

104
4. Contextualização

É interessante que o professor peça com antecedência aos alunos que os


próprios recolham em casa os materiais plásticos a serem utilizados durante a
prática no laboratório, que também pode ser realizado em sala de aula, pois desta
forma despertará neles o interesse de identificar os polímeros presentes em seus
cotidianos.
Recomende-os também a procurar nas embalagens plásticas os códigos de
identificação do polímero que constitui aquela embalagem. Levante um
questionamento sobre a importância do uso de códigos nas embalagens plásticas.
Peça-os para trazer sacolas que são oxibiodegradáveis e exponha a diferença
dos conceitos Biodegradáveis e Oxibiodegradáveis. Levante a importância desses
materiais.
Propor uma discussão sobre as enchentes e fazer uma relação com o uso
descontrolado dos plásticos. Expor o conceito correto de reciclagem e sua
importância nos dias atuais.

5. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

- SOLOMONS, Química Orgânica. Vol. I; 6.a Edição. Editora LTC. Rio de Janeiro,
1996.
- FELTRE, R. Química Orgânica. Vol. III; 6.a Edição. Editora Moderna. São Paulo,
2004.
- <http://www.moderna.com.br/moderna/didaticos/em/artigos/2004/0020.htm.
>Acesso em 04 de junho de 2010.

105
PRÁTICA 29 – DESCOBRINDO UM SISTEMA EM EQUILÍBRIO COM O USO DA
GARRAFA AZUL

AUTORA: Maria do Socorro da Conceição da Silva

1. INTRODUÇÃO
A química exerce um grande fascínio e, conseqüentemente, um
comportamento curioso entre os estudantes. Esse experimento representa sistema
químico fechado e reversível envolvendo reações químicas com o ar. Esse
experimento é capaz de fazer os alunos passarem horas e horas repetindo na
tentativa de descobrir e explicar quais são as condições necessárias para que
ocorram as reações responsáveis pelas mudanças de cor (azul/incolor/azul) no
interior da garrafa.
O referido experimento revela a importância de se observar à participação de
um gás como reagente num sistema químico. Embora esse experimento represente
um dado descritivo e factual, ele trás certa “magia” por isso tem o objetivo de
estimular a curiosidade do aluno.
Segundo Machado e Aragão (1996), as concepções de equilíbrio se
manifestam nos alunos muito cedo; por exemplo: o equilíbrio de uma balança.
Alguns imaginam que o equilíbrio acontece em um sistema químico onde nada mais
ocorre após certo ponto.
Mas alguns conceitos são muito importantes para o entendimento de um
sistema totalmente equilibrado, como: a igualdade das velocidades das reações de
formação de produto de reconstituição de reagentes, a reversibilidade das reações,
a coexistência de reagentes e produtos em um mesmo recipiente, o dinamismo que
envolve a reorganização constante das espécies reagentes e por último os produtos
das reações.
Para Lavorenti (2002), a química explica o equilíbrio considerando o ambiente
em que ele se processa. Considerando esse ambiente, o sistema pode ser
classificado em: Isolado (quando ele não pode efetuar troca de energia ou matéria
com o meio ambiente), fechado (quando a energia e não a matéria pode ser
exportada para o meio ambiente) e aberto (quando ambas as energia e matéria
podem ser trocadas com o ambiente). Para que ocorra essa troca nas propriedades
de um sistema os processos podem se dar de forma ideal(reversível), ou não
ideal(irreversível). No processo reversível a condição original pode ser restabelecida,
este processo pode ser executado apenas por etapas infinitesimais de tal modo que
cada etapa é caracterizada por um estado de equilíbrio.
O experimento constante neste trabalho investiga as mudanças nas
propriedades em um sistema fechado e movimentado de um estado inicial para um
estado final. O experimento da garrafa azul apresenta um sistema fechado
equilibrado e reversível.

2. OBJETIVOS
Essa atividade tem como objetivo geral despertar a curiosidade dos alunos com
as reações responsáveis pela mudança de cor no interior de uma garrafa. Mas os
objetivos específicos que se quer investigar são bem mais amplos:
► Verificar o que ocorre com os frascos com forte agitação e em estado de
repouso.
► Apresentar a importância ou a participação do ar no processo químico
resultante de um sistema equilibrado.

106
► Introduzir e explicar a importância de um catalizador como fator que afeta a
velocidade de uma reação.
► Demonstrar o caráter reversível de uma reação.
► Introduzir o conceito do caráter de oxi-redução de uma reação em equilíbrio.

3. MATERIAL UTILIZADO
- Aproximadamente 600 ml de água ou 3 copos comuns
- Aproximadamente 11gr de hidróxido de sódio ou 2 colheres e meia de café
- Aproximadamente 20gr de dextrose (glicose) ou 9 colheres pequenas de café;
esse açúcar é encontrado nas farmácias e supermercados com o nome comercial de
“Dextrosol”.
- 5ml de solução de azul de metileno a 1% ou 2%, encontrado em farmácias e
drogarias.
- 3 frascos de 200 a 300ml, de plástico incolor, com tampa de rolha
- 1 garrafa de plástico grande para dissolver os ingredientes.
Obs. Não utilizar recipientes de alumínio, pois este será corroído pela soda
cáustica.

3.1. Procedimento
1. Colocar 3 copos de água no copo grande
2. Acrescentar quase todo o hidróxido de sódio (reservar um pouco para
possíveis ajustes)
3. Agitar até dissolver completamente todo o hidróxido de sódio
4. Em seguida colocar toda a glicose neste frasco e agitar
5. Acrescentar 60 a 80 gotas de azul de metileno e agitar mais uma vez
Obs 1. Essa solução resultante deverá ser incolor quando estiver em repouso,
caso isso não ocorra deve-se acrescentar soda cáustica ou a glicose até consegui o
efeito necessário. Quanto maior a concentração de glicose e/ou hidróxido, mais
rapidamente ocorrerá a descoloração após a agitação.
6 Colocar a solução em dois frascos incolores: um deve ficar semi-preenchido
e o outro completamente preenchido, sem restar ar. Tampar os frascos e identificá-
los indicando a situação de cada um. A para o que tem atmosfera de ar comum e B
para o frasco que está completamente cheio e sem atmosfera.
Obs 2 Essa solução preparada possui vida útil de apenas algumas horas.

3.2. Pontos a serem investigados:


1. O que ocorreu com o líquido?
2. Será que existe alguma substância azul no interior da garrafa?
3. A cor azul é provocada ou não pelo contato com a tampa da garrafa?
4. Será que existe alguma substância no interior do frasco que deverá reagir
com a solução quando agitada?
5. Quando deixamos o frasco B semi-preenchido o que acontece com esse
frasco sob completa agitação?
6 Será que o ar tem alguma participação na reação química que forma a
substância azul?
7. Por que se faz necessário agitar para se obter a cor azul?
8. Será que na superfície de contato entre o ar e o líquido já estaria ocorrendo
alguma reação na formação da substância azul?

107
4. CONCLUSÃO
4.1. Interpretação dos resultados
Não se pode atribuir à finíssima camada azul que, às vezes, se forma na
superfície do frasco A á fortíssima cor azul que aparece em todo o líquido após ele
ser agitado, bem como no simples tocar da tampa.
Como não ocorre a formação da substância azul no fraco B, que não continha
ar, pode-se concluir que o ar possui importante participação no processo químico
que resulta na formação da substância azul; o que é reforçado quando permitimos a
entrada de ar atmosférico na mesma.
Portanto é bastante evidente que uma das substâncias químicas presentes no
ar é responsável pela formação da substância azul. A agitação aumenta o contato e
a dissolução do ar no líquido permite que a reação ocorra em toda a massa de
líquido.
Contextualizanto os resultados do nosso experimento podemos comparar esse
componente do ar atmosférico existente na garrafa azul com o componente que
também se dissolve na água dos lagos, rios e mares. É o oxigênio desse ar
dissolvido que os peixes respiram através das brânquias A água recentemente
fervida possui um gosto diferente por ter perdido os gases que ali estavam
dissolvidos; agitar essa água é suficiente para que seu sabor volte a ser
restabelecido.
Resumindo um sistema reversível:
Ar → Ar (dissolvido)
Agitação
Ar (dissolvido) + Líquido → Substância azul (reação rápida)
Como e dar a volta do líquido azul para incolor?

Líquido
Substância azul → substâncias incolores (reação lenta)

ou

1) O2(q) -- rápida --> O2(solução)

2) O2(aq) + AMreduzido(incolor) -- rápida --> AMoxidado(azul)

3) AMoxidado + glicose -- lenta --> AMreduzido + ac. Glucônico.

Como o fenômeno se repete durante certo tempo, podemos afirmar que se


trata de uma reação reversível. A glicose em meio alcalino é lentamente oxidada
pelo oxigênio dissolvido em solução, formando ácido glicólico, conforme a equação
abaixo:

Na presença do hidróxido de sódio, o ácido é convertido em gliconato de sódio.


O azul de metileno catalisa a reação porque atua como um agente de transferência
de oxigênio. Ao oxidar a glicose, o azul de metileno reduz-se a leuco-metileno,
tornando-se incolor. O leuco-metileno se re-oxida rapidamente enquanto houver
oxigênio no sistema e a solução volta a se tornar azul.

108
Sob agitação, o gás oxigênio presente no ar se dissolve no líquido e,
rapidamente reoxida o leuco-metileno e fecha o sistema fechado da reação
reversível.
Portanto podemos concluir que esse experimento nos levou a introduzir nos
alunos a compreensão do que é um equilíbrio químico em um sistema fechado, e
nos possibilitou ainda a introdução dos conceitos e fatores que influenciam uma
reação, como: a reversibilidade da reação, o uso dos catalizadores, dentre outros
fatores que influenciam no equilíbrio com um todo.

5. BIBLIOGRAFIA

MACHADO, Andrea H.; ARAGÃO, Rosália M. R. Equilíbrio Químico: como os


estudantes concebem o estado de equilíbrio químico. QUÍMICA NOVA NA ESCOLA
N° 4, novembro de 1996

LAVORENTI , Arquimedes ; Professor Associado do Depto. de Ciências Exatas,


ESALQ/USP, Caixa Postal 9, 13418-900 – Piracicaba – SP. E-mail:
alavoren@carpa.ciagri.usp.br – Publicação Destinada ao Ensino de Ciências -
Química - 28/3/2002

DISPONÍVEL EM http://www.seara.ufc.br/sugestoes/quimica/quimica008.htm
ACESSO EM 31/05/2010

109
PRÁTICA 30 – A OXIDAÇÃO DE MATERIAIS ORGÂNICOS PELO
PERMANGANATO DE POTÁSSIO: SUCO DE CENOURA E ÓLEO DE SOJA.

AUTORA: Maria Zey Bivar

1. INTRODUÇÃO
As reações de óxido-redução representam um dos principais e mais comuns
fenômenos observados no dia-a-dia. Seus conceitos químicos, sendo abordados de
forma mais próxima da vida dos alunos, facilita o desenvolvimento da sua
aprendizagem, ao mesmo tempo em que permite a formação consciente de sua
cidadania.
No experimento empregamos um agente oxidante forte, o permanganato de
potássio (KMnO4), que é bastante utilizado no laboratório para a oxidação de
diversos tipos de substâncias, especialmente compostos orgânicos. É fácil visualizar
as reações em que o íon MnO-4 sofre redução (agente oxidante) a MnO2, porque as
cores das duas espécies químicas são bem diferentes: o MnO4- é lilás-escuro e o
MnO2 é marrom-escuro.
Os carotenóides são pigmentos naturais que trazem benefícios para a saúde
por sua atividade antioxidante e anticancerígena. Estão presentes em várias frutas e
vegetais, como por exemplo, cenoura, tomate, espinafre, laranja e pêssego. O
metabolismo humano não é capaz de produzir estas substâncias e depende da
alimentação para obtê-las, pois muitas delas se convertem em vitamina A no
organismo.
Nos vegetais sua principal atividade é a de antioxidante, evitando que o
processo de absorção da energia luminosa cause danos na célula por foto oxidação
da clorofila, principal substância responsável pelo processo de produção de energia
para os vegetais.
O betacaroteno (β-caroteno) é um hidrocarboneto carotenóide de cadeia muito
longa com 96 átomos na sua composição. Apresenta alternância de ligações duplas
e simples ao longo da cadeia carbônica que liga as duas extremidades cíclicas
presentes na molécula. Esta característica lhe confere a propriedade de ser
extremamente inflexível e, tendo elétrons, muito que facilmente podem ser excitados
por fótons de baixa frequencia. Atua como antioxidante devido às suas ligações
duplas conjugadas, que são suscetíveis à oxidação sob ação de luz ou oxigênio. É
uma substância cuja coloração varia do amarelo, passando pelo laranja, até o
vermelho e no organismo de muitos animais, incluindo o homem, é utilizado como
fonte de vitamina A. Esta vitamina é vital para o funcionamento do sentido humano
da visão.

110
Os carotenóides são lipossolúveis, ou seja, são solúveis em gorduras e podem
ser classificados de duas maneiras. A primeira considera a existência de duas
grandes famílias: os carotenos (carotenóides hidrocarbonetos) e as xantofilas
(carotenóides oxigenados). O segundo sistema divide os carotenóides em três
grupos: acíclicos (por exemplo, o licopeno), monocíclicos (por exemplo, o
gamacaroteno) e bicíclicos (por exemplo, o alfacaroteno e o betacaroteno).

Teste de Bayer (KMnO4/H2O)


Consiste na reação da solução de permanganato de potássio em meio aquoso
com a ligação múltipla de um alqueno ou alquino. O teste é positivo se a solução
violeta do íon permanganato se descora imediatamente com formação de
precipitado marrom (MnO2).
A equação abaixo mostra a reação geral de KMnO4 com compostos orgânicos
contendo ligação dupla carbono-carbono.

O óleo de soja é constituído por uma mistura de compostos orgânicos que são
ésteres do glicerol com ácidos orgânicos de cadeia longa (ácidos graxos), e que
contém em suas estruturas ligações duplas C=C. Por isso, o óleo de soja também
reage com permanganato de potássio. As substâncias que constituem os óleos
vegetais têm a estrutura geral apresentada a seguir, onde R, R' e R" são cadeias
carbônicas longas, geralmente contendo uma dupla ligação entre os carbonos 9 e
10.

2. OBJETIVOS

Geral:
 Estudar algumas reações de oxidação de materiais orgânicos.

111
Específicos
 Refletir sobre a importância de substâncias orgânicas extraídas de alimentos
e sua contribuição para a saúde, destacando a importância da ação do betacaroteno
no organismo de uma pessoa.
 Relacionar o assunto com o cotidiano do aluno, uma vez que, os materiais
utilizados como a cenoura, bem como outras fontes de betacaroteno, assim como o
óleo de soja estão presentes no dia-a-dia do aluno.

3. MATERIAL E MÉTODO
3.1. Material
1 colheres de chá (cada uma: 2,5 mL) ou copinho medidor de remédio de 10 mL
2 colheres de sopa (cada uma: 10 mL) ou copinho medidor de remédio de 10 mL
1 copo medidor de 250 mL
4 copos transparentes ou tubos de ensaio
faca
3 frascos de vidro com tampa (100 mL)
liquidificador
peneira fina
1 cenoura média
óleo de soja (30 mL)
comprimido de permanganato de potássio
água

FIGURA 1 – Material necessário para a aula prática.

3.2. Preparo das substâncias


Solução 1 - oxidante permanganato de potássio 5 g/L:
Pulverizar o comprimido de permanganato de potássio (100 mg), colocar o
material em um copo e acrescentar 20 mL de água. Agitar até dissolver todo o
material sólido. Esta é a solução 1. Guardar no frasco de vidro com tampa.

Suco de cenoura (β-caroteno):


Cortar a cenoura em pedaços pequenos e triturar bem no liquidificador com
250 mL de água (1 copo médio). Passar a mistura pela peneira. Guardar em outro
frasco com tampa.

112
FIGURA 2 – Preparo das substâncias.

3.3. Metodologia

- Copo 1 (branco) copo com suco de cenoura puro para ser comparado com os do
experimento.
- Copo 2: colocar 20 mL do suco de cenoura peneirado em um copo e, agitando,
acrescentar 2,5 mL da solução 1. Agitar e deixar em repouso durante 15 minutos.
Observar atentamente a cor da solução resultante. Anotar na tabela.
- Copo 3: após 15 minutos, colocar outros 20 mL de suco de cenoura e 2,5 mL da
solução 1. Agitar e observar a cor da solução resultante. Anotar na tabela.
- Comparar as cores das três soluções à medida que o tempo passa.
- Copo 4: colocar 30 mL de óleo de soja e 2,5 mL da solução 1. Agitar bem. Deixar
em repouso durante 15 minutos. Observar a cor da mistura e anotar na tabela.

113
COPOS Início Após 15 minutos
1
2
3
4

4. CONTEXTUALIZANDO
Este experimento, onde a oxidação de substancias presentes nos alimentos,
como o suco de cenoura, rico em hidrocarboneto betacaroteno, e do óleo de soja,
rico em ácidos graxos insaturados, presentes no dia a dia do aluno, pretende levá-lo
a refletir sobre a constituição orgânica dos alimentos que consumimos, a existência
de grupos funcionais oxigenados ou não-oxigenados, com ligações duplas
facilmente oxidáveis pelo oxigênio do ar.
O óleo de soja é usado como óleo vegetal de alta qualidade que tem a função
de baixar o colesterol. O consumo moderado aliado a uma dieta com níveis
adequados de gordura pode trazer ótimos benefícios à saúde, pois ele é uma fonte
excelente de ácidos graxos essenciais, linoléico (50%) e linolênico (7%), além do
oléico (24%) e vitamina E (tocoferol).
Nesses processos oxidativos nos alimentos, elétrons são transferidos, podendo
modificar o seu sabor, aroma, aspecto e até produzir substancias tóxicas ao
organismo.
Dentre tantos alimentos industrializados, os salgadinhos fritos vendidos em
saquinhos, muito comuns nos supermercados e lanchonetes, são exemplos de
alimentos que contêm, entre outras substancias, óleos provindos de suas
preparações.
Esses alimentos podem apresentar um sabor desagradável que se deve à
oxidação de suas ligações duplas (insaturações) presentes nas moléculas dos óleos
vegetais, com a alteração de seu aroma, ou como se costuma dizer - o produto ficou
rançoso.
A rancificação é um processo no qual ocorre a oxidação das ligações duplas
das moléculas de óleos e gorduras, gerando odor desagradável. Os óleos, por
apresentarem várias insaturações estão mais sujeitos a rancificação do que as
gorduras, pois estas contêm menos insaturações. Porém, este fato não impede que
elas também fiquem rançosas.
Nos salgadinhos, assim como numa vasta gama de produtos industrializados,
são adicionados aditivos oxidantes que visam impedir ou retardar a oxidação. Seu
funcionamento, na maioria das vezes, baseia-se no fato de sofrerem oxidação mais
rápido que o alimento. Portanto, enquanto houver antioxidante dentro da
embalagem, é ele que estará sendo oxidado, e não o alimento. A data de validade
do produto é estimada de acordo com o tempo que o oxidante presente evita a
oxidação do alimento. Após o prazo de validade, provavelmente todo o antioxidante
adicionado já tenha sido totalmente consumido e o alimento começará então a sofrer
alterações em sua qualidade, ficando impróprio para o consumo.
Já as cenouras, por serem vegetais não possuem retinol. Elas contém uma
grande quantidade de betacaroteno, uma substância bastante colorida (alaranjada)
que no organismo é clivado oxidativamente, no intestino delgado, e convertido à
duas moléculas de retinol - vitamina A (figura abaixo).

114
Entre muito de seus benefícios, o betacaroteno, aumenta a imunidade, previne
o envelhecimento precoce, favorece a integridade da visão, promove a elasticidade
e o brilho da pele, fortalece as unhas e protege a pele contra a ação dos raios
ultravioletas.
Sendo um dos componentes dos pigmentos visuais dos cones e bastonetes, a
vitamina A exerce papel fundamental no mecanismo das reações que ocorrem na
visão. Assim é que, a rodopsina, o pigmento visual dos bastonetes da retina,
consiste de 11-cis-retinal ligado especificamente a proteína opsina. Quando a
rodopsina é exposta a luz ocorre uma alteração no pigmento visual e liberação do
trans-retinal e opsina. Este processo ativa um impulso nervoso que é transmitido
pelo nervo óptico ao cérebro O trans-retinal, após ser liberado da rodopsina, é
isomerizado a 11-cis-retinal, o qual se combina espontaneamente com a opsina para
formar rodopsina, completando assim o ciclo (estruturas abaixo). As reações são
similares nos cones (responsáveis pela visão a cores).
A dose diária recomendada (RDA) de vitamina A para um adulto com menos de
90Kg é de 1 mg. Uma cenoura de tamanho médio contém betacaroteno equivalente
a cerca de 8000 IU de retinol. Como 1 IU de vitamina A equivale a 0,3 micrograma
de retinol, isto corresponde a 2,4 mg, cerca de 3 vezes a RDA para um adulto.

115
5. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
As vitaminas. Disponível em:
<http://www.qmc.ufsc.br/quimica/pages/especiais/revista_especiais_vitaminas.html>
Acesso em: 20 Mai 2010.

PERUZZO, Francisco Miragaia e CANTO, Eduardo Leite. Química na abordagem do


cotidiano. 3 ed. Editora Moderna, São Paulo, 2003.

SHINOHARA, Gabriel Mamoru e NOBRE, Marcos Augusto de Lima. Introdução ao


editor de estruturas e equações químicas Isis Draw 2.4: uma visão da Química
Orgânica no dia-dia. 2005. Disponível em: <
http://crispassinato.files.wordpress.com/2008/06/manual_isis.pdf> Acesso 25 Mai
2010.

SILVA, Francisco A. M., BORGES,, M. Fernanda M. e FERREIRA, Margarida A.


Métodos para avaliação do grau de oxidação lipídica e da capacidade antioxidante.
Química Nova. Química Nova vol. 22 n.1 São Paulo Jan./Feb. 1999. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40421999000100016
Acesso em 25 Mai 2010

TSUTSUMI, Claudio Yuji. Saúde em Soja. 2006. Disponível em: <


http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/20261> Acesso em 24 Mai 2010.

ZERAIK, Maria Luiza e YARIWAKE, Janete Harumi. Extração de β-caroteno de


cenouras: uma proposta para disciplinas experimentais de química. Química Nova.
v. 31 n .5 2008. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010040422008000500058&script=sci_arttext>
Acesso em: 20 Mai 2010.

116
PRÁTICA 31 – REAÇÃO EM CADEIA

AUTOR: Manoel Edivânio Fernandes

1. INTRODUÇÃO

Um indicador de pH, também chamado indicador ácida-base, é um


composto químico que é adicionado em pequenas quantidades a uma solução e que
permite saber se essa solução é ácida ou alcalina. Estes corantes são dotados de
propriedades halo crômicas, que é a capacidade de mudar de coloração em função
do pH do meio.
Normalmente, variação do pH da solução, a cor da solução varia, com, por
exemplo, pelo acréscimo de mais substância ácida ou básica ou mesmo pela
diluição com água ou outro solvente.
Os indicadores de pH, são freqüentemente, ácidos ou bases fracas.
Quando adicionados a uma solução, os indicadores de pH ligam-se aos íons H+ ou
OH-. A ligação a estes íons provoca uma alteração da configuração eletrônica dos
indicadores, e conseqüentemente, altera-lhes a cor.
Dada a subjetividade em determinar a mudança de cor, os indicadores de
pH não são aconselháveis para determinações precisas de pH. Um medidor de pH é
freqüentemente usado em aplicações onde é necessária uma rigorosa determinação
do pH da solução.
Os indicadores de pH são freqüentemente usados em titulações em
experiência de Química Analítica ou de Bioquímica para determinar a extensão de
uma reação Química.
Os sucos de alguns vegetais e outras plantas podem funcionar como
indicadores de pH, ou seja, de quão ácido ou básico é uma substância. Por
exemplo, ao cozinhar uma couve vermelha até ficar macia, se adicionado o suco
liberado a um ácido, tal como o vinagre, o mesmo tornar-se-á vermelho. Já em uma
base, como a amônia, o suco tende a tornar-se azul ou verde. Outros vegetais como
a beterraba, podem realizar o mesmo processo.o mesmo pode ser feito com o
repolho roxo.

2. OBJETIVOS
Aprender a fazer várias reações químicas simultaneamente com apenas um ponto
de partida e mostrar o porque de cada reação quanto aos indicadores de ácido-
base.

3. MATERIAL E MÉTODO

3.1. Material
 Água
 Garrafas de PET de 500 ou 600 mL com as tampas
 Mangueira de plástico fina (encontrada em lojas de aquário)
 2 comprimidos anti-ácido efervescente
 7 gotas de Indicador vermelho de fenila
 300 mL de água de cal
 30 gotas de NaOH 1 mol/L
 2 folhas de repolho roxo
 200 mL água oxigenada 10 volumes
 500 mL de solução de amido
 0,4g de iodeto de potássio (KI)

117
 1/2 comprimido de vitamina C
 9 gotas de tintura de iodo

3.2. Método

Preparo das soluções

Passo 1

Na garrafa 1 coloque 500mL de água dentro da garrafa, deixando os comprimidos


por último. (Coloque-os após a montagem estar completa)

Passo 2

Na garrafa 2 coloque 300mL de água na garrafa e adicione as 7 gotas do indicador


vermelho de fenila.

Passo 3

Na garrafa 3 prepare a água de cal da seguinte maneira: misture duas colheres de


cal virgem em 500 mL de água e passe a solução em um filtro de papel.

Passo 4

Na garrafa 4 Coloque 30 gotas de NaOH em 300mL de água.

Passo 5

Bata no liquidificador 2 folhas do repolho em 500mL de água. Passe a mistura em


uma peneira. Adicione 300mL do suco de repolho na garrafa 5.

Passo 6

Na garrafa 6 adicione 200 mL de água oxigenada 10 volumes

Passo 7

Na garrafa 7 adicione 200 mL de solução de amido + 0,4 g de iodeto de potássio


(KI). Para preparar a solução adicione 1 colher cheia de amido de milho em 500 mL
de água fervendo. Deixe esfriar e adicione o iodeto de potássio.

Passo 8

Na garrafa 8 dissolva 1/2 comprimido de vitamina C em 300mL de água.

Passo 9

Na garrafa 9 prepare a solução como descrita no passo 7 e adicione 9 gotas da


tintura de iodo, o que deixará a solução azul escuro.

Passo 10

118
Monte as conexões das garrafas, atravessando a mangueira na tampa da garrafa.
Para isso, faça um furo com o auxílio do ferro de solda, com diâmetro menor que a
largura da mangueira, de modo que ela entre apertada e vede bem o furo. Siga a
ilustração abaixo para saber qual é o comprimento de cada pedaço de mangueira.

Corte cada pedaço de mangueira com aproximadamente 45 cm, e siga o esquema


abaixo para saber as posições das mangueiras.

Na hora da apresentação, coloque os dois comprimidos efervescentes na primeira


garrafa e feche bem.

4. DISCUSSÃO E RESULTADOS

Na garrafa 1 os comprimidos liberam CO2 que será levado para próxima garrafa
através da mangueira.

Na garrafa 2 o indicador ácido-base (vermelho de fenila) muda de cor devido ao


“borbulhamento” de CO2, o que torna o meio ácido.

Na garrafa 3 o hidróxido de cálcio (Ca(OH)2) reage com o CO2 liberado na garrafa


anterior e forma o carbonato de cálcio, um precipitado que turva a solução, Ca(OH)2
+ CO2 à CaCO3 + H2O.

Na garrafa 4 a pressão fará com que esta solução seja “empurrada” par a próxima
garrafa.

Na garrafa 5 o suco de repolho roxo age como indicador ácido-base mudando de cor
devido a mudança do meio.

Na garrafa 6 a água oxigenada será “empurrada” para próxima garrafa devido à


pressão que o gás exerce sobre ela.

Na garrafa 7 a solução que era incolor fica azul escura ao entrar em contato com a
água oxigenada devido a formação do iodo.

Na garrafa 8 o líquido será “empurrado” para próxima garrafa devido a diferença de


pressão.

Na garrafa 9 a vitamina C presente na garrafa 8 será “empurrada” para garrafa 9 e


reduzirá o iodo presente na solução deixando-a clara.

119
5. CONTEXTUALIZAÇÃO

Através da reação em cadeia podemos abordar vários aspectos dos conteúdos


estudados em sala de aula, como equilíbrio químico, ácida-base, indicadores,
redução oxidação, solubilidade, precipitação e diferença de pressão.

Esta experiência visa demonstrar a possibilidade de montar vários sistemas


utilizando materiais simples e baratos que auxiliarão os alunos e professores em
sala de aula, despertando o interesse e aguçando a curiosidade dos mesmos.

6. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

Pesquisa feita em 23/05/2010


http://pontociencia.org.br/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Indicador_de_pH

120
PRÁTICA 32 – QUEBRANDO A TENSÃO SUPERFICIAL

AUTORA: Kaline de Medeiros Nascimento

1. INTRODUÇÃO
Alguns elementos tendem a doar seus elétrons mais facilmente e outros a
receber elétrons liberando energia. O processo de receber ou doar elétrons leva à
formação de ânions ou cátions, respectivamente. Espera-se, assim, que os dois íons
formados interajam devido às forças de atração de cargas formando uma ligação
química. A natureza da ligação química dependerá de como acontece o rearranjo
dos elétrons na molécula formada.
Quando duas moléculas se aproximam há uma interação de seus campos
magnéticos o que faz surgir uma força entre elas. É o que chamamos de força
intermolecular. Essas forças variam de intensidade, dependendo do tipo da molécula
(polar ou apolar) e, no caso das polares, de quão polares elas são. Podem ser
divididas em dois tipos: forças de Van der Waals e Ligação de Hidrogênio.

Forças de Van der Waals

As forças de atração ou repulsão entre entidades moleculares diferentes daquelas


que são devidas à formação de ligação ou a interação eletrostática de íons ou
grupos iônicos uns com os outros ou com moléculas neutras.

Força entre dipolos permanentes: Se a molécula da substância contém um dipolo


permanente então podemos facilmente ver como essas moléculas se atraem umas
às outras: o lado positivo do dipolo de uma molécula atrai o lado negativo do dipolo
da outra molécula. Esta força existe, portanto, entre moléculas polares.

Forças de London ou forças de dispersão: Em moléculas que não possuem


momento de dipolo permanente existe uma força de atração. London sugeriu que,
em um determinado instante, o centro de carga negativa dos elétrons e de carga
positiva do núcleo atômico poderia não coincidir. Esta flutuação eletrônica poderia
transformar as moléculas apolares, tal como o benzeno, em dipolos tempo-
dependentes, mesmo que, após um certo intervalo de tempo, a polarização média
seja zero. Estes dipolos instantâneos não podem orientar-se para um alinhamento
de suas moléculas, mas eles podem induzir a polarização das moléculas adjacentes,
resultando em forças atrativas. Estas forças são conhecidas como forças de
dispersão (ou forças de London), e estão presentes em todas as moléculas
apolares.

Ligações de Hidrogênio ou Pontes de Hidrogênio: A ligação de hidrogênio só


pode ocorrer quando o hidrogênio estiver ligado a um átomo pequeno e muito
eletronegativo: apenas F, O, N satisfazem as condições necessárias. Quando o
hidrogênio está ligado a um átomo muito eletronegativo, a densidade eletrônica em
torno do próton fica bem baixa; esta parte da molécula é então fortemente atraída
pelos pares de elétrons do F, O, N de outra molécula, estabelecendo a ligação de
hidrogênio.

A tensão superficial é uma camada na superfície do líquido que faz com que sua
superfície se comporte como uma membrana elástica que não deixa o objeto
adentrar-los, ou seja, afundar. Esta tensão superficial é devida às fortes ligações
intermoleculares. As moléculas que estão no interior do liquido interagem com as

121
demais em todas as direções (em cima, em baixo, dos lados e nas diagonais), já as
que esta na superfície só interage com as moléculas que estão dentro do liquido. O
resultado dessa interação só com as moléculas do lado de dentro, faz surgir uma
tensão que exerce uma força sobre a camada da superfície, com a intenção de
compensar essa tensão do lado de dentro do liquido. Essa “força” é a: tensão
superficial. A tensão superficial pode ser notada na forma quase esférica de gotas
de água que pingam de uma torneira

2. OBJETIVOS

Para que haja uma melhor compreensão da tensão superficial pelos alunos
serão propostos experimentos simples que podem ser praticados na própria sala
de aula como excelentes ferramentas para observação e melhor compreensão
desse fenômeno. Será utilizado detergente para quebra da tensão superficial , uma
ferramenta de fácil acesso e que possibilita fácil identificação do fenômeno pelo
aluno .

3. MATERIAL E MÉTODO
Recipiente com água

Detergente líquido

Agulha de costura

Pedacinhos de papel

4. METODOLOGIA
• Adicionar um volume de água que preencha o recipiente ao meio
• Colocar as agulhas dentro da água uma de cada vez
• Observar a flutuação das agulhas
• Adicionar 4 gotas do liquido surfactante
• Observar o que acontece
• Repetir o experimento substituindo as agulhas por pequenos pedaços de
papéis
• Anotar os resultados
1. O
• que aconteceu
Responder ao com as agulhas
questionário após adição do detergente?
abaixo
2. Por qual motivo isso aconteceu?
3. O que aconteceu com os papéis após adição do liquido surfactante? Por qual
motivo?

122
PRÁTICA 33 – LEI DAS COMBINAÇÕES QUÍMICAS

AUTORA: Maria de Lourdes Eufrásio Lima

1. INTRODUÇÃO

A Química, até meados do século XVIII, era apenas uma arte. As reações
químicas eram praticadas sem que o homem conseguisse estabelecer uma relação
entre massas de reagentes e produtos. Com a utilização da balança por Lavoisier, a
Química passou do empirismo para o rigor dos métodos científicos. A partir daí,
estabeleceram-se as Leis que regem as Combinações Químicas, as quais
classificam-se em:

a) LEIS PONDERAIS
São aquelas que estabelecem relações entre as massas das substâncias que
participam de uma reação química. As leis ponderais são:
 Lei de Lavoisier ou Lei da Conservação da Massa
 Lei de Proust ou Lei das Proporções Constantes
 Lei de Dalton ou Lei das Proporções Múltiplas
 Lei de Richter-Wenzel ou Lei das Proporções Recíprocas

b) LEIS VOLUMÉTRICAS
São aquelas que estabelecem relações entre os volumes das substâncias que
participam de uma reação química. As leis volumétricas podem ser englobadas em
uma única lei, que é a Lei de Gay-Lussac.

LEI DE LAVOISIER OU LEI DA CONSERVAÇÃO DA MASSA


ENUNCIADO QUÍMICO: "Nas reações químicas realizadas em recipientes
fechados, a soma das massas dos reagentes é igual à soma das massas dos
produtos".
ENUNCIADO FILOSÓFICO: "A matéria não pode ser criada nem destruída, pode
apenas ser transformada". Ou ainda, "na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo
se transforma".

Antoine Laurent Lavoisier (1743-1794) era um químico francês que em 1785


descobriu a Lei de Conservação das Massas, que recebeu o nome de Lei de
Lavoisier em sua homenagem. Esse cientista foi considerado o “pai da Química”.
Para constatar suas idéias, Lavoisier fez inúmeras experiências em seu laboratório
próprio, uma delas consistia em pesar as substâncias participantes de uma reação
química, antes e depois que ela ocorresse. Lavoisier verificou que a massa total do
sistema permanecia inalterada quando a reação ocorria num sistema fechado, sendo
assim, concluiu que a soma total das massas das espécies envolvidas na reação
(reagentes), é igual à soma total das massas das substâncias produzidas pela
reação (produtos), ou seja, num sistema fechado a massa total permanece
constante.
m(reagentes) = m(produtos)
Esta lei também pode ser enunciada das seguintes formas:

"Na Natureza nada se cria e nada se perde, tudo se transforma".


123
"Numa reação química que ocorre em sistema fechado, a massa total antes da
reação é igual à massa total após a reação".

"Numa reação química a massa se conserva porque não ocorre criação nem
destruição de átomos. Os átomos apenas se rearranjam. Os agregados atômicos
das substâncias reagentes são desfeitos e novos agregados atômicos são
formados".

O que hoje pode parecer evidente, nem sempre o foi. Queimando-se magnésio,
cientistas anteriores a Lavoisier observavam um aumento de massa, enquanto que,
queimando enxofre, notavam uma perda de massa. Coube a Lavoisier, percebendo
que esses ensaios deveriam ser feitos em sistemas fechados, esclarecer que as
diferenças de massas eram devidas à absorção ou liberação de gases durante as
reações.

Preocupado em utilizar métodos quantitativos, Lavoisier tinha a balança como


um de seus principais instrumentos em atividades experimentais.

Lavoisier foi um importante químico do século XVIII. Usou muito a balança nas
suas experiências, podendo observar, em todas as reações químicas por ele
realizadas, que a massa não variava. Esta observação foi confirmada ao longo dos
tempos, não se verificando qualquer exceção. Surgiu assim a lei da conservação da
massa nas reações químicas, também chamada de Lei de Lavoisier.

2. OBJETIVOS
Verificar experimentalmente a Lei de Lavoisier, ou seja, que a soma das massas
dos reagentes é igual a soma das massas do produto em uma reação química .
Mostrar ao aluno que a massa em uma reação química se conserva, porém, se a
reação envolver substâncias gasosas, para que a conservação da massa seja
percebida, o sistema deve ser fechado
Compreender a Química como o produto da união das atividades práticas e teóricas.

3. MATERIAL UTILIZADO
Balança
Espátula
Garrafa PET pequena com tampa
Tubo de ensaio
Béquer
Proveta
Pinça
Pipeta
Ácido clorídrico ou ácido sulfúrico
Bicarbonato de sódio
124
Água

4. PROCEDIMENTO
 Adicionar uma espátula de bicarbonato de sódio dentro da garrafa.
 Adicionar 40 mL de água dentro da garrafa, dissolvendo todo o bicarbonato.
 Medir na proveta, 5 mL de ácido.
 Pesar juntos a garrafa com água e bicarbonato e o béquer com o ácido, todos
em recipientes abertos.
 Anotar a massa obtida.
 Transferir o ácido que está no béquer para a garrafa.
 Pesar novamente e juntos a garrafa com água, ácido e bicarbonato e o
béquer vazio, todos em recipientes abertos.
 Acrescentar outra espátula de bicarbonato de sódio na garrafa.
 Adicionar mais 40 mL de água na garrafa.
 Medir 5 mL de ácido e transferi-ló para um tubo de ensaio pequeno.
 Com o auxílio de uma pinça, colocar o tubo de ensaio dentro da garrafa sem
deixar que o ácido se misture com a solução dentro da garrafa.
 Tampar a garrafa, pesar o sistema e anotar a massa.
 Agitar a mistura para que o ácido entre em contato com a solução, pesar e
anotar a massa novamente.

5. CONCLUSÃO

Podemos verificar que, num sistema fechado, a massa final do produto da


reação é igual a massa inicial das substancias regentes, ou seja, numa reação não
ocorre perda nem ganho de matéria. Ao escolher recipientes fechados, Lavoisier
eliminou dúvidas sobre a possível entrada ou saída de gases do sistema.

6. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

PERUZZO, T. M.; CANTO, E. L. DO. 2003. Química na abordagem do cotidiano.


3ª Edição. Editora Moderna. São Paulo. 344 p.

SANTOS, W. L. P. DOS.; MÓL, G. DE S. 2005. Químca e Sociedade. Volume


ùnico. Editora Nova Geração. São Paulo. 743 p.

125
PRÁTICA 34 – À PROCURA DA VITAMINA C

AUTOR: Márcio Nunes Fabrício

1. INTRODUÇÃO
Histórico
A vitamina C, também conhecida como ácido ascórbico, foi isolada pela primeira vez
sob forma de pó cristalino branco, em 1922, pelo pesquisador húngaro Szent-
Gyórgi.Por apresentar comportamento químico fortemente redutor,atua numa função
protetora, como antioxidante; na acumulação de ferro na medula óssea,baço e
fígado; na produção de colágeno ( proteína do tecido conjuntivo);na manutenção da
resistência a doenças bacterianas e virais, na formação de ossos e dentes; na
manutenção dos capilares sanguíneos, entre outras.
A deficiência de vitamina C no organismo humano causa o escorbuto, uma doença
caracterizada por mudanças patológicas nos dentes e gengivas.Uma característica
primária do escorbuto é uma mudança no tecido conjuntivo.Com a deficiência da
ácido ascórbico, os mucopolissacarídeos responsáveis pela formação de colágeno
são produzidos de forma irregular.
Segundo a literatura, estão no reino vegetal as fontes importantes do ácido
ascórbico, representados por vegetais folhosos como; bertalha, brócolis,couve,nabo,
folhas de mandioca e inhame nos legumes e algumas frutas.

Conceitos envolvidos
A adição de iodo à solução amilácea ( água mais farinha de trigo ou amido de
milho)provoca no meio uma coloração azul intensa, devido ao fato de o iodo formar
um complexo com amido.Graças a sua bem conhecida propriedade antioxidante, a
vitamina C promove a redução do iodo a iodeto,que em solução aquosa e na
ausência de metais pesados é incolor. Dessa forma, quanto mais ácido ascórbico
um determinado alimento contiver,mais rapidamente a coloração azul inicial da
mistura amilácea desaparecerá e maior será a quantidade de gotas da solução do
iodo necessária para restabelecer a cor azul.
A equação química que descreve o fenômeno é:

C6H8O6 + I2 C6H8O6 + 2HI


Ácido ascórbico iodo ácido iodídrico

2. MATERIAIS E REAGENTES:
1 comprimido efervescente de 1g de vitamina C
Tintura de iodo a 2% ( comercial)
Sucos de suco variados (limão,laranja, maracujá e caju
5 pipetas de 10 mL ( ou seringas de plástico descatáveis)
1 fonte de calor ( aquecedor elétrico, bico de bunsen ou lâmpada a álcool)
6 copos de vidro ( do tipo acondicionar geléia)
1 colher de chá; farinha de trigo ou amido de milho
1 béquer de 500 ml
Água filtrada
1 conta gotas
1 garrafa de refrigerante de 1L

126
Procedimento
Colocar em béquer de 500 mL, 200mL de água filtrada> Em seguida, aquecer o
líquido até uma temperatura próxima de 50° C, cujo acompanhamento poderá ser
através de um termômetro ou através da imersão de um dos dedos.A seguir ,colocar
uma colher de chá cheia de amido de milho ( ou farinha de trigo ) na água aquecida,
agitando sempre a mistura até que alcance a temperatura ambiente.
Em uma garrafa de refrigerante de 1 L contendo aproximadamente 500 mL de água
filtrada, dissolver um comprimido efervescente de vitamina C e completar o volume
até um litro.
Colocar 20 ml da mistura (amido de milho + água ) em dos seis copos se vidro,
numerando- os de 1 a 6. Ao copo 2 adicionar 5 mL da solução de vitamina C, a cada
um dos seis copos 3, 4, 5, e 6 adicionar 5 ml de um dos sucos a serem testados.
A seguir pingar,gota a gota a solução de iodo no copo 1, agitando constantemente,
até que apareça coloração azul.Anote o número de gotas adicionadas (neste caso,
uma gota em geral é suficiente)
Repita o procedimento para o copo 2.Anote o número de gotas necessárias para o
aparecimento da cor azul.Caso a cor desapareça, continue a adição de gotas de
iodo até que ela persista.
Repita o procedimento para os copos que contém as diferentes amostras de suco,
anotando para cada um deles o número de gotas gasta.

3. QUESTÕES PROPOSTAS
Em qual dos sucos houve maior consumo de gotas de iodo?
Através do ensaio com a solução do comprimido efervescente é possível determinar
a quantidade de vitamina C nos diferentes sucos de frutas?

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CCNN.Enc.E. e STMPFT,PK. Introdução à Bioquímica.Tradução por Lélia Mennucci.
M. Julia.MAlves,Luis J. Neto et . AL . São Paulo: Edgard Blucccher, 1975.p. 184-
185.
FRANCO , Guilerme , Tabela de composição química dos alimentos.9. Ed Rio de
janeiro: livraria Atheneu Editora, 1982. 307 p
Mervyn,L Dicionário de vitaminas.Tradução por Silvia B.Serzana. S. Paulo:
Gruund,1984.214 p.

127
PRÁTICA 35 – EXTRAÇÃO DE ÁCIDO NUCLÉICO NA CEBOLA

AUTORA: Regina Célia Silva Soares

1. INTRODUÇÃO

As BIOMOLÉCULAS são compostos químicos sintetizados por seres vivos e


participam da estrutura e do funcionamento da matéria viva. São formados em 97%
de C, H, O e N. São moléculas presentes em: água, proteínas, carboidratos, lipídeos
e ácidos nucléicos.
Os ÁCIDOS NUCLÉICOS estão presentes em forma de macromoléculas
compostos por nucleotídeos que são subunidades dos ácidos nucléicos que
participam do transporte e na conservação de energia.
Sabemos que as bases nitrogenadas são divididas em: PIRIMIDINAS e
PURINAS nas quais fazem parte dos ácidos nucléicos.

Pirimidina Purina

Vale lembrar que os nucleotídeos funcionam como precursores ativos na síntese


do DNA e do RNA que estão presentes no código genético.

2. OBJETIVOS
-Entender como podem ser separados os ácidos nucléicos;
-Verificar o comportamento das diferentes biomoléculas;

3. MATERIAL UTILIZADO
- Cebola
- Detergente (aproximadamente 120 ml)
- Bastão de Vidro
- Banho Maria (aproximadamente 60°C)
- Faca
- Cuba com gelo
- Funil
- Cloreto de sódio ( 2 colheres pequenas)
- Ralador
- Béqueres de 250 ml
- Álcool etílico
- Papel Filtro
- Proveta Graduada

128
3.1. Procedimento experimental
1. Pique a Cebola em pedaços pequenos
2. Coloque em um béquer o detergente, a água e o cloreto de sódio mexendo a
mistura até que os seus elementos se dissolvam completamente.
3. Adicione a esta solução a cebola picada.
4. Coloque o Béquer no banho Maria a 60° por 15 minutos.
5. Findando esse tempo dê um choque térmico na solução colocando o béquer
no gelo por 5 minutos.
6. Triture a cebola com a solução por 45 segundos e coloque no gelo por 15
minutos.
7. Filtre a mistura em papel filtro sem deixar passar a espuma e recolhendo o
filtrado em um béquer limpo.
8. Adicione ao filtrado álcool etílico gelado , deixando-o escorrer pela parede do
béquer.
9. Verifique a formação de duas fases e o surgimento de fios viscosos de DNA .
10. Mergulhe o bastão de vidro com o movimento circular em um único sentido
entre as duas fases e enrole os filamentos obtidos.
11. Registre o ocorrido.

1. QUESTÕES PÓS-LABORATÓRIO
1) Explicar a importância de cada etapa do procedimento e o comportamento dos
diversos tipos de biomoléculas encontradas.
2) Explicar porque o DNA pode ser visualizado.

129
PRÁTICA 36 - IDENTIFICANDO UM METAL (COBRE) E UM GÁS (CLORO)
PRESENTES NA TABELA PERIÓDICA

AUTOR: José dos Santos Ferreira

1. INTRODUÇÃO

A tabela periódica consiste num ordenamento dos elementos conhecidos de acordo


com as suas propriedades físicas e químicas, em que os elementos que apresentam
as propriedades semelhantes são dispostos em colunas. Este ordenamento foi
proposto pelo químico russo Dmitri Mendeleev , substituindo o ordenamento pela
massa atômica. Ele publicou a tabela periódica em seu livro Princípios da Química
em 1869, época em que eram conhecidos apenas cerca de 60 elementos químicos.

Em 1789, Antoine Lavoisier publicou uma lista de 33 elementos químicos. Embora


Lavoisier tenha agrupado os elementos em gáses, metais, não-metais e terras, os
químicos passaram o século seguinte à procura de um esquema de construção mais
precisa. Em 1829, Johann Wolfgang Döbereiner observou que muitos dos elementos
poderiam ser agrupados em tríades (grupos de três) com base em suas
propriedades químicas. Lítio, sódio e potássio, por exemplo, foram agrupados como
sendo metais suaves e reativos. Döbereiner observou também que, quando
organizados por peso atômico, o segundo membro de cada tríade tinha
aproximadamente a média do primeiro e do terceiro. Isso ficou conhecido como a lei
das tríades. O químico alemão Leopold Gmelin trabalhou com esse sistema e por
volta de 1843 ele tinha identificado dez tríades, três grupos de quatro, e um grupo de
cinco. Jean Baptiste Dumas publicou um trabalho em 1857 descrevendo as relações
entre os diversos grupos de metais. Embora diversos químicos eram capazes de
identificar relações entre pequenos grupos de elementos, ainda tinham que construir
um esquema que abrangesse todos eles.

O químico alemão August Kekulé havia observado em 1858 que o carbono tem uma
tendência de ligar-se a outros elementos em uma proporção de um para quatro. O
metano, por exemplo, tem um átomo de carbono e quatro átomos de hidrogênio.
Este conceito tornou-se conhecido como valência. Em 1864, o também químico
alemão Julius Lothar Meyer publicou uma tabela com os 49 elementos conhecidos
organizados pela valência. A tabela revelava que os elementos com propriedades
semelhantes frequentemente partilhavam a mesma valência.

O químico inglês John Newlands publicou uma série de trabalhos em 1864 e 1865
que descreviam sua tentativa de classificar os elementos: quando listados em ordem
crescente de peso atômico, semelhantes propriedades físicas e químicas
retornavam em intervalos de oito, que ele comparou a oitavas de músicas. Esta lei
das oitavas, no entanto, foi ridicularizada por seus contemporâneos.

2. Objetivos

• Organizando a Tabela Periódica:

130
Retrato de Dmitri Mendeleiev.

O professor de química russo Dmitri Ivanovich Mendeleiev e Julius Lothar Meyer


publicaram de forma independente as suas tabelas periódicas em 1869 e 1870,
respectivamente. Ambos construíram suas tabelas de forma semelhante: listando os
elementos de uma linha ou coluna em ordem de peso atômico e iniciando uma nova
linha ou coluna quando as características dos elementos começavam a se repetir.

O sucesso da tabela de Mendeleiev surgiu a partir de duas decisões que ele tomou:
a primeira foi a de deixar lacunas na tabela quando parecia que o elemento
correspondente ainda não tinha sido descoberto. Mendeleev não fora o primeiro
químico a fazê-lo, mas ele deu um passo adiante ao usar as tendências em sua
tabela periódica para predizer as propriedades desses elementos em falta, como o
gálio e o germânio.

A segunda decisão foi ocasionalmente ignorar a ordem sugerida pelos pesos


atômicos e alternar elementos adjacentes, tais como o cobalto e o níquel, para
melhor classificá-los em famílias químicas. Com o desenvolvimento das teorias de
estrutura atômica, tornou-se aparente que Mendeleev tinha, inadvertidamente,
listado os elementos por ordem crescente de número atômico.

Com o desenvolvimento da moderna teoria mecânica quântica de configuração de


eletrons dentro de átomos, ficou evidente que cada linha (ou período) na tabela
correspondia ao preenchimento de um nível quântico de elétrons. Na tabela original
de Mendeleiev, cada período tinha o mesmo comprimento. No entanto, porque os
átomos maiores têm sub-níveis, tabelas modernas têm períodos cada vez mais
longos na parte de baixo da tabela.

Em 1913, através do trabalho do físico inglês Henry G. J. Moseley, que mediu as


freqüências de linhas espectrais específicas de raios X de um número de 40
elementos contra a carga do núcleo (Z), pôde-se identificar algumas inversões na
ordem correta da tabela periódica, sendo, portanto, o primeiro dos trabalhos
experimentais a ratificar o modelo atômico de Bohr. O trabalho de Moseley serviu
para dirimir um erro em que a Química se encontrava na época por
desconhecimento: até então os elementos eram ordenados pela massa atômica e
não pelo número atômico.

Nos anos que se seguiram após a publicação da tabela periódica de Mendeleiev, as


lacunas que ele deixou foram preenchidas quando os químicos descobriram mais

131
elementos químicos. O último elemento de ocorrência natural a ser descoberto foi o
frâncio (referido por Mendeleiev como eka-césio) em 1939.[11] A tabela periódica
também cresceu com a adição de elementos sintéticos e transurânicos. O primeiro
elemento transurânico a ser descoberto foi o netúnio, que foi formado pelo
bombardeamento de urânio com nêutrons num ciclotron em 1939.

• Estrutura da tabela periódica

Grupo # 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Período
1 2
1
H He
3 4 5 6 7 8 9 10
2
Li Be B C N O F Ne
11 12 13 14 15 16 17 18
3
Na Mg Al Si P S Cl Ar

19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36
4
K Ca Sc Ti V Cr Mn Fe Co Ni Cu Zn Ga Ge As Se Br Kr

37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54
5
Rb Sr Y Zr Nb Mo Tc Ru Rh Pd Ag Cd In Sn Sb Te I Xe
55 56 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86
6 *
Cs Ba Hf Ta W Re Os Ir Pt Au Hg Tl Pb Bi Po At Rn

87 88 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 (117) 118
7 **
Fr Ra Rf Db Sg Bh Hs Mt Ds Rg Cp Uut Uuq Uup Uuh (Uus) Uuo

57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71
* Lantanídios
La Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu

89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103


** Actinídios
Ac Th Pa U Np Pu Am Cm Bk Cf Es Fm Md No Lr

Séries químicas da tabela periódica

Metais
Metais Metais de Metais Não- Gases
alcalino- Lantanídios Actinídios Semimetais Halogênios
alcalinos transição representativos metais nobres
terrosos

1
Actinídios e lantanídios são conhecidos coletivamente como “metais-terrosos raros”.
2
Metais alcalinos, metais alcalino-terrosos, metais de transição, actinídios e lantanídios são
conhecidos coletivamente como “metais”.
3
Halogênios e gases nobres também são não-metais.

Estado físico do elemento nas Condições Normais de Temperatura e Pressão


(CNTP)

• aqueles com o número atômico em preto são sólidos nas CNTP.


• aqueles com o número atômico em verde são líquidos nas CNTP;
• aqueles com o número atômico em vermelho são gases nas CNTP;
• aqueles com o número atômico em cinza têm estado físico desconhecido.

Ocorrência natural
132
• Borda sólida indica existência de isótopo mais antigo que a Terra (elemento
primordial).
• Borda tracejada indica que o elemento surge do decaimento de outros.
• Borda pontilhada indica que o elemento é produzido artificialmente (elemento
sintético).
• A cor mais clara indica elemento ainda não descoberto.

A tabela periódica relaciona os elementos em linhas chamadas períodos e colunas


chamadas grupos ou famílias, em ordem crescente de seus números atômicos.

• Períodos

Os elementos de um mesmo período têm o mesmo número de camadas eletrônicas,


que corresponde ao número do período. Os elementos conhecidos até o cobre tem
sete períodos, denominados conforme a sequência de letras K-Q, ou também de
acordo com o número quântico principal- n. Os períodos são:

• (1ª) Camada K - n = 2s
• (2ª) Camada L - n = 8s
• (3ª) Camada M - n = 18s
• (4ª) Camada N - n = 32s
• (5ª) Camada O - n = 32s
• (6ª) Camada P - n = 18s
• (7ª) Camada Q - n = 2 à 8s

• Grupos

Antigamente, chamavam-se "famílias". Os elementos do mesmo grupo têm o mesmo


número de elétrons na camada de valência (camada mais externa). Assim, os
elementos do mesmo grupo possuem comportamento químico semelhante. Existem
18 grupos sendo que o elemento químico hidrogênio é o único que não se enquadra
em nenhuma família e está localizado em sua posição apenas por ter número
atômico igual a 1, isto é, como tem apenas um elétron na última camada, foi
colocado no Grupo 1, mesmo sem ser um metal.Na tabela os grupos são as linhas
verticais.

• Classificações dos elementos

Dentro da tabela periódica, os elementos químicos também podem ser classificados


em conjuntos, chamados de séries químicas, de acordo com sua configuração
eletrônica:

• Elementos representativos: pertencentes aos grupos 1, 2 e dos grupos de 13


a 17.
• Elementos (ou metais) de transição: pertencentes aos grupos de 3 a 12.
• Elementos (ou metais) de transição interna: pertencentes às séries dos
lantanídios e dos actinídios.
• Gases nobres: pertencentes ao grupo 18.

Além disso, podem ser classificados de acordo com suas propriedades físicas nos
grupos a seguir:

133
• Metais;
• Semimetais ou metalóides (termo não mais usado pela IUPAC: os elementos
desse grupo distribuíram-se entre os metais e os ametais);
• Ametais (ou não-metais);
• Gases nobres.

3. Material

3.1. Experimento 01

- Sulfato de cobre.
- Um béquer com água.
- Barbante.
- Pregos.
- Espátula.

3.2. Experimento 02

- Permanganato de Potássio.
- Ácido clorídrico.
- Água.
- Becker de 50 mL.
- Funil pequeno.
- Tubo de ensaio médio.
- Canudo.
- Fita isolante.

4. Metodologia

• Dividir a sala de aula em dez (10) grupos de alunos;


• Cada grupo montará os experimentos da seguinte maneira:

Primeiro Experimento:
• colocar água no becker até a altura de dois dedos deitados;
• Amarrar um prego em um pedaço de barbante;
• Colocar duas colheres de chá de sulfato de cobre no becker com água e mexer até
dissolver tudo;
• Colocar o prego amarrado dentro do becker e esperar alguns minutos;

Segundo Experimento:
• colocar água no tubo de ensaio até mais da metade;
• Montar um sistema com o canudo ligando o bico do funil ao tubo de ensaio
isolando-o para que não haja escape do gás no percurso;
• Colocar 25mL de ácido clorídrico no becker e acrescentar meia colher de chá de
permanganato de potássio ao beker;
• Cobrir rapidamente o becker com o funil e coletar o gás no tudo de ensaio;
• Ao final da aula, cada equipe entregará relatório contendo as observações,
conclusóes e exercícios de fixação;
• O professor fará o fechamento da prática com detalhes sobre elementos da Tabela
Periódica que não podem ser identificados em laboratório, devido seus perigos ou
raridades.

134
RESPONDER:

Grupos da Tabela:
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

Classificação dos Elementos Químicos obtidos:


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

Identificação desses Elementos:


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

Reação química para obtenção do gás cloro:


___________________________________________________________________

Como foi detectado o Cobre?


___________________________________________________________________

Exercícios de Fixação:

I. De acordo com suas observações, crie um conceito para a definição de Tabela


Periódica.

II. Escreva os nomes das principais famílias da Tabela.

III. Escreva os nomes e os símbolos de 20 elementos químicos que você considera


mais importantes para o nosso uso no dia-a-dia.

IV. Escreva os nomes os nomes dos elementos que mais lhe chamou a atenção e
explique o porquê.

V. Escreva a reação de identificação do cobre.

VI. Escreva a reação de identificação do cloro.

5. Contextualizando

Uma relação que pode ser feita dos elementos químicos com a vivência do
aluno, é o fato esses elementos estarem presente4s em nosso dia a dia sem que
precisemos fazer nenhum esforço para identificá-los. O ferreo, por exemplo, é bem
fácil de ser localizado, já o urânio, deve ser apenas exemplificado o seu uso já que
não podemos ter acesso a esse tipo de elemento químico.

No que diz respeito aos demais elementos químicos, sua relação com o meio
em que vivemos é de fácil demonstração. O cloro e o sódio podem ser encontrados
no sal de cozinha. O carbono, oxigênio e hidrogênio, no vinagra e assim, podemos
contextualizar a maior parte dos elementos químicos mostrados na Tabela Periódica.

135
6. Bibliografia

SANTOS FILHO, Pedro F. "Estrutura atômica & ligação química", Campinas:


UNICAMP, 1999.

POLITI, Elie. "Química: curso completo", 2 ed., São Paulo: Moderna, 1992.

GEWANDSNAJDER, Fernando. "Ciências, matéria e energia". 2ª ed., São Paulo:


Ática, 2006.

Atkins, P. W.. The Periodic Kingdom.

Ball, Philip. The Ingredients: A Guided Tour of the Elements.

Brown, Theodore L.; LeMay, H. Eugene; Bursten, Bruce E.. Chemistry:The Central
Science. 10th.ed.

Pullman, Bernard. The Atom in the History of Human Thought.

136

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