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PÓS-GRADUAÇÃO|TREINAMENTO|CAPACITAÇÃO|PREPARATÓRIO

CURSO : Assistente Administrativo (IFPB/UFPB)-


DIREITO ADMINISTRATIVO

AULA 01 : Administração Pública e Conceitos introdutórios

PROFESSOR: Rafael Andrade

O que é Direito Administrativo

O Direito Administrativo é o ramo do Direito que estuda as funções


e atividades administrativas do Estado. Ele engloba a legislação
brasileira que dispõe sobre os órgãos e agentes que compõem os
aparelhos estatais na prestação de serviços públicos e princípios.

A importância do estudo do Direito Administrativo brasileiro ganha


relevância com a democratização do País e com a busca de
modernização nos serviços públicos. Por isso, possui estreita
relação com os demais ramos do Direito, em especial o Direito
Constitucional, pelo fato da Constituição Federal de 1988 (norma
magna no país), em seus artigos 37 a 43, apresentar o “modelo” de
Administração Pública.

Conforme nos ensina Márcio Fernando Elias Rosa:

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A Constituição da República traça o perfil de Administração Pública,


ditando os seus princípios básicos, regula a forma de acesso aos
cargos, empregos e funções públicas, estabelece as acumulações
vedadas, a obrigatoriedade de licitação, a possibilidade de
constituição de empresas estatais, a prestação de serviços
públicos, dentre outras tantas normas aplicáveis à Administração
Pública direta e indireta.

Márcio Fernando Elias Rosa

O professor Miguel Reale também nos presenteia com sua


definição:

Muito ligado ao Direito Constitucional, põe-se o Direito


Administrativo. O Estado Moderno distingue-se pela discriminação
de três poderes, que não são rigorosamente independentes, mas
autônomos, embora mantendo entre si relações íntimas de
necessária cooperação. Dos três poderes, um existe, cuja função
primordial é executar serviços públicos em benefício da
coletividade: é o poder que outros autores propõem se denomine
„Poder Administrativo‟, mas que é mais próprio denominar
Executivo. (…) O Direito Administrativo, de certa maneira, é o
Direito dos serviços públicos e das relações constituídas para a sua
execução.

A atividade do Estado pode ser de várias espécies: ora é legislativa,


para a edição de normas legais de organização e de conduta; ora

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é jurisdicional, como quando o juiz toma conhecimento de uma


demanda e profere a sua decisão; ora é de cunho administrativo,
para consecução de objetivos da comunidade que o Estado executa
como próprios. Essa terceira forma de atividade, muito embora deva
conter-se nos limites da lei, não tem por fim realizá-la, como
pretendem os adeptos da concepção do Direito Administrativo em
termos técnico-jurídicos.

Miguel Reale

Por sua vez, o jurista Oscar Joseph de Plácido e Silva define o


Direito Administrativo, de forma bem detalhada (para que não reste
dúvidas e você acerte qualquer questão conceitual após ler este
resumo de Direito Administrativo), da seguinte forma:

Classificado no Direito Público Interno, de que é um de seus ramos,


o Direito Administrativo, como bem se depreende da classificação
que lhe é dada, vem estudar a administração pública no seu caráter
formal e jurídico, em oposição à Ciência da Administração, que a
encara no seu elemento técnico e material.

Destarte, o Direito Administrativo encerra o conjunto de normas, em


virtude das quais se estabelecem os princípios e regras necessárias
ao funcionamento da administração pública, não somente no que
concerne à sua organização como às relações que se possam
manifestar entre os poderes públicos e os elementos componentes
da sociedade.

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Assim, dentro de seu objetivo, traça os limites dos poderes


delegados aos órgãos da administração pública, conferindo as
atribuições e vantagens a seus componentes e lhes indicando a
maneira por que devem realizar os atos administrativos e executar
todos os negócios pertinentes à administração e aos interesses de
ordem coletiva, inclusos em seu âmbito.

O Direito administrativo, no desempenho de sua precípua


finalidade, triparte-se em aspectos diferentes, dos quais surgem: o
Direito Administrativo, propriamente dito, o Direito Financeiro e o
Direito Tributário, que, embora estreitamente entrelaçados no
cumprimento de seu objetivo, apresentam-se definidos pela soma
de regras que se fazem fundamentais a cada uma destas
subdivisões.

O Direito Administrativo, propriamente, cuida mais principalmente


dos serviços de ordem pública e de interesse coletivo, segundo os
quais dá execução aos planos de difusão e fomento, estabelecidos
pelo poder público, para desenvolvimento e grandeza do Estado,
deixando aos Financeiro e Tributário, que cuidem ou zelem por esta
parte privativa ao estabelecimento de normas financeiras oriundas
do poder financeiro do Estado, e ao estabelecimento de regras
promotoras da realização das rendas públicas.

Oscar Joseph de Plácido e Silva

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Apesar de guardar relação com outros ramos do Direito, o Direito


Administrativo é autônomo, com um conjunto de regras e princípios
próprios, denominado regime jurídico-administrativo. Neste
resumo de Direito Administrativo vou tentar desmistificar o fato de
que o Direito Administrativo parece ser muito complicado. Para
tanto precisamos traçar os principais pontos necessários ao
entendimento desta matéria. Vamos nessa!

Princípios Fundamentais da Administração Pública

Vamos agora tratar de um tema fundamental para quem estuda


concurso público, já que muitas questões são formuladas tendo
esse assunto como base. Refiro-me aos Princípios Fundamentais
da Administração Pública.

É importante mencionar o que são princípios para a concepção


jurídica. Diferente da definição que encontramos no dicionário
(Princípio = razão, começo, início), vejamos a definição de Miguel
Reale:

Princípios são enunciações normativas de valor genérico, que


condicionam e orientam a compreensão do ordenamento jurídico, a
aplicação e integração ou mesmo para a elaboração de novas
normas. São verdades fundantes de um sistema de conhecimento,
como tais admitidas, por serem evidentes ou por terem sido
comprovadas, mas também por motivos de ordem prática de caráter

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operacional, isto é, como pressupostos exigidos pelas necessidades


da pesquisa e da práxis.

Miguel Reale

De uma forma mais simples, o princípio é o fundamento de uma


norma jurídica, ou seja, são os pilares que sustentam o Direito e
que não estão definidas em nenhum Lei, em nenhum diploma
Legal. Ele inspira os legisladores ou outros agentes responsáveis
pela criação da norma, a tratarem de certos assuntos por causa de
certos motivos.

Existem dois princípios básicos que formam a base estrutural do


Direito Administrativo: Princípio da supremacia do interesse público
e Princípio da indisponibilidade do interesse público.

Princípio da Supremacia do Interesse Público

Trata-se da supremacia do interesse público sobre o interesse


privado. Ou seja, o interesse público sempre estará acima do
interesse privado, não importa o que seja. Portanto, havendo
conflito de interesses na interpretação da norma jurídica, o
administrador deverá prezar pelo interesse da coletividade (dos
cidadãos como um todo).

De forma mais técnica, podemos dizer que este Princípio


fundamenta a existência das prerrogativas da Administração
Pública. É certo que, para que o Estado atinja suas finalidades, é
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necessário que disponha de poderes que não são permitidos aos


particulares. Isso é extremamente importante, pois, na existência de
conflitos entre o interesse público e o interesse particular, o público
deve prevalecer.

Porém, o Estado deve sempre agir dentro dos limites legais, por
isso existem tantas regras para a atuação dos órgãos e agentes
que compõem o aparelho estatal.

É por isso, por exemplo, que para cargos públicos (que mexam com
dinheiro público, prestem serviços indispensáveis ao bom
andamento da comunidade, por exemplo) é necessário prestar
concurso público. Ao passar na prova, os servidores demonstram
que conhecem a Lei e irão buscar atingir os interesses da
população.

Isso não significa que o Estado possa violar direitos assegurados


aos particulares. Um bom exemplo disso é o caso da
desapropriação. Nessa situação o Poder Público pode, diante da
necessidade pública, desapropriar o bem de uma pessoa (para
construir um metrô ou aumentar uma rodovia, por exemplo), mas a
pessoa que tiver seu bem desapropriado sempre terá direito a uma
indenização pelo Poder Público.

Para os autores Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, o Princípio


da Supremacia do Interesse Público existe com base no
pressuposto de que “toda atuação do Estado seja pautada pelo

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interesse público, cuja determinação deve ser extraída da


Constituição e das leis, manifestações da „vontade geral‟”.

Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público

Já vimos no item acima que ao atuar, a Administração Pública deve


sempre ter em vista o interesse público, de acordo com as normas
legais. No entanto, não é dada ao administrador liberdade para
realizar atividades sem que uma norma preveja tal atividade.

Ou seja, a própria administração deve se pautar e obedecer a


limites impostos pelo ordenamento jurídico vigente.

O administrador deve sempre buscar o interesse público, sem, no


entanto, poder dispor de bens, direitos e interesses públicos. O
poder de dispor, ou seja, alienação de bens, renúncia de direitos ou
transação com o interesse público, sempre depende de lei que o
permita.

A vontade do agente público deve ser a vontade da lei, e não a


própria. Nesse caso, o concurso público também seria um bom
exemplo, mas pelo motivo de que, para nomear alguém a um cargo
efetivo, o administrador deve seguir as regras do interesse público.

Para os autores Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, em razão do


Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público “são vedados ao
administrador quaisquer atos que impliquem renúncia a direitos do
Poder Público ou que injustificadamente onerem a sociedade”.
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Ainda, afirmam que a Administração Pública “deve, simplesmente,


dar fiel cumprimento à lei, gerindo a coisa pública conforme o que
na lei estiver determinado, ciente de que desempenha o papel de
mero gestor de coisa que não é sua, mas do povo”.

Interesses Públicos Primários e Interesses Públicos Secundários

Lembramos, neste resumo de Direito Administrativo, que o


interesse público pode ser dividido em primário e secundário:

 Interesse Público Primário é aquele que o Estado deve


efetivamente alcançar – como segurança, saúde, transporte;
 Interesse Público Secundário se refere aos meios que o
Estado deve utilizar para atingir o interesse público primário.

Por exemplo, a construção de um hospital guarda relação com a


saúde (interesse primário), mas deve ser precedida de uma licitação
para escolher a empresa que o construirá (interesse secundário).

Os interesses públicos primários são os interesses diretos do povo,


os interesses gerais imediatos. Já os secundários são os interesses
imediatos do Estado na qualidade de pessoa jurídica, titular de
direitos e obrigações. Estes interesses são aqueles considerados
como meramente patrimoniais,
em que o Estado busca aumentar sua riqueza, ampliando
receitas ou evitando gastos.

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Ademais, ao fazer a distinção entre interesse público primário e


secundário, Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo nos ensinam que
caracteriza-se como “interesse público secundário legítimo aquele
que represente um interesse de uma pessoa jurídica administrativa
na qualidade de titular de direitos, mesmo sem implicar a buscar
direta da satisfação de um interesse primário, desde que:

 Não contrarie nenhum interesse público primário;


 Possibilite atuação administrativa ao menos indiretamente
tendente à realização de interesses primários.

Princípios Gerais da Administração Pública

Conforme já foi dito, os princípios são as vigas mestras do


ordenamento jurídico. Tanto a Administração Pública direta como a
indireta (autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de
economia mista), bem como as atividades administrativas de todos
os Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), devem observar e
respeitar os princípios.

O desrespeito a um princípio é tão grave quanto a transgressão de


uma lei, há casos em que são considerados mais graves do que
isso.

A Constituição Federal (CF), em seu artigo 37, apresenta os


Princípios Gerais da Administração Pública, e que são mais
relevantes, senão vejamos:

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A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes


da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência (…).

CF/1988

Muitas pessoas utilizam o método de criar a palavra “LIMPE”, a fim


de memorizar esses princípios, observe:

 Legalidade
 Impessoalidade
 Moralidade
 Publicidade
 Eficiência

Legalidade

O Princípio Geral da Legalidade pressupõe que a atividade do


administrador deva estar pautada, sempre, com base na lei. O
administrador só poder fazer o que a lei permite. Há quem diga que
é um dos mais importantes princípios do Direito, pois tem a função
de limitar a atuação do Estado.

De acordo com o professor Hely Lopes Meirelles:

Na Administração Pública não há liberdade nem vontade pessoal.


Enquanto na administração particular é lícito fazer tudo o que a lei

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não proíbe, na Administração Pública só é permitido fazer o que a


lei autoriza. A lei para o particular significa „pode fazer assim‟; para
o administrador público significa „deve fazer assim‟.

Hely Lopes Meirelles

A própria Constituição Federal (Carta Magna) prevê algumas


restrições ao princípio da legalidade: medidas provisórias (art. 62),
estado de defesa (art. 136) e estado de sítio (art. 137).

Impessoalidade

O Princípio Geral da Impessoalidade pode ser analisado sob vários


aspectos. Um deles determina que, como a Administração Pública
tem como finalidade o interesse público, o administrador público
não pode usar do cargo para satisfazer e/ou privilegiar interesse de
cunho particular ou de terceiros (chamado “princípio da finalidade”).

Outro aspecto consiste em que a Administração Pública não pode


ser utilizada para a promoção do agente sobre sua realização
administrativa. Conforme § 1º, do artigo 37 da CF:

A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas


dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de
orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou
imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou
servidores públicos.

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CF/1988

A impessoalidade também pode ser analisada pelo fato de que o


ato é atribuído ao órgão ou à entidade estatal, e não ao agente que
o praticou. Por fim, a impessoalidade prega que ao atuar dessa
forma, a Administração Pública deve tratar com igualdade a todos
(“isonomia”).

Moralidade

A Administração Pública deve se pautar em padrões éticos e,


prezar pela prevalência da moralidade, boa-fé e probidade nos
préstimos do serviço público. não basta o ato ser legal e impessoal:
deve ser moral. A honestidade é um requisito que deve incorporar a
atuação pública.

Esse princípio da moralidade está eficientemente protegida no


artigo 5º, LXXIII, da CF, que trata da ação popular:

Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que


vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que
o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e
ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada
má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.

CF/1988

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O § 4º do art. 37 da CF, que trata da improbidade administrativa,


enumera quatro responsabilidades:

Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão


dos direitos políticos, a perda da função pública, a
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na
forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal
cabível.

CF/1988

Publicidade

Esse princípio visa dar transparência à Administração Pública,


possibilitando o conhecimento das atividades administrativas, bem
como seu controle e sua fiscalização. Dessa forma, a publicidade
dispõe ao administrado a obtenção de certidões, informações,
atestados, desde que de acordo com a lei.

Os atos públicos devem possuir ampla divulgação, de forma a


evidenciar essa transparência dos atos da Administração Pública
para com os administrados. Há casos de exceção, onde ocorre o
sigilo dos atos. São casos de: sigilo imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado, bem como sigilo necessário à defesa da
intimidade e honra do particular.

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Portanto, tal princípio não possui caráter absoluto. A Constituição


Federal, em seu artigo 5º, XXXIII, apresenta a seguinte regra e as
exceções:

Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de


seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado.

CF/1988

Eficiência

A eficiência era um princípio implícito. Com a Emenda


Constitucional 19/98 (Reforma Administrativa), passou a ser um
princípio explícito, que dispõe que a Administração Pública deve
atuar de forma objetiva, procurando sempre utilizar os recursos
públicos da melhor maneira, podendo assim, economizar recursos
públicos.

Nas palavras de Roberto Bordalo, “o administrador deve agir da


melhor maneira possível”, evitando gastos desnecessários no
melhor, e menor tempo possível, sem deixar de lado os demais
princípios da Administração Pública. Esse processo abrange tanto
os meios como os resultados.

Outros Princípios
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Existem outros princípios que se desdobram desses principais,


como por exemplo o princípio da permanência ou continuidade (art.
6º, § 3º da Lei nº 8.987/95); princípio da motivação (art. 50 da Lei nº
9.874/99); princípio da autotutela; princípio da tutela; princípio da
segurança jurídica e princípio da razoabilidade, que serão melhor
estudados no item sobre atos administrativos.

Fontes do Direito Administrativo

São fontes do Direito Administrativo: Leis, Jurisprudência,


Costumes e Súmulas Vinculantes.

 Lei: O Direito Administrativo não possui um código próprio


como o Direito Civil, Direito Previdenciário e outros. Ele se
pauta em leis esparsas e estatutos. Exemplo: Lei 8.666/1993
(Lei das Licitações); Lei 8112/1990 (Estatuto dos servidores
públicos civis da União).
 Jurisprudência: É a decisão reiterada de julgados de um
mesmo assunto. São resumos que servem como fonte de
pesquisa para aplicabilidade de normas dentro do Direito
Administrativo. Súmulas vinculantes se encaixam muito bem
nesse conceito, pois são interpretações jurídicas que auxiliam
tribunais no tratamento de matérias parecidas.
 Costumes: São regras não escritas que suprem a ausência
de regra legislativa descrita em códigos e estatutos. São
aceitos dentro de uma sociedade, e levam em conta a cultura
onde esses costumes são aplicados.
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Organização da Administração Pública

É necessário que exista uma estrutura organizada para que o


Estado possa desenvolver sua função administrativa. Portanto, a
Administração Pública compreende um conjunto de entidades e
órgãos incumbidos de realizar as atividades administrativas.
Existem três formas para exercer as atividades administrativas:

 Centralizada: diretamente pelo ente político competente


(União, Estado, Município, Distrito Federal), por meio de seus
órgãos e agentes.
 Descentralizada: distribuída a outras entidades (outras
pessoas jurídicas ou físicas). Pode ser por Delegação (Poder
Público transfere a execução de determinado serviço, por
exemplo as concessionárias) ou por Outorga (Poder Público
transfere a titularidade do serviço, por meio de autarquias,
fundações, empresas públicas, sociedades de economia
mista).
 Desconcentração: resultado da criação de órgãos públicos
dentro de uma mesma pessoa jurídica, em que se repartem
internamente as atribuições e se estabelece a subordinação
hierárquica.

Órgãos Públicos

Também precisamos aprender o que são órgãos públicos. Podemos


conceituá-los como entes da Administração Pública munidos de

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responsabilidade jurídica e capacidade técnica para a execução e


prestação de serviços públicos.

Encontram-se presentes na administração direta e indireta. É


através dos órgãos que ocorre a desconcentração na administração
pública.

Conforme diz Hely Lopes Meirelles:

Órgãos públicos são centros de competência instituídos para o


desempenho de funções estatais, através de seus agentes, cuja
atuação é pautada à pessoa jurídica a que pertencem. São
unidades de ação com atribuições específicas na organização
estatal.

Hely Lopes Meirelles

São integrantes da estrutura do Estado e de suas pessoas jurídicas,


mas não possuem personalidade jurídica nem vontade própria, ou
seja, são frutos da desconcentração.

A Lei nº 9.784/99, nos incisos I e II, do § 2º, do art. 1º,


estabelece órgão como sendo: “a unidade de atuação integrante da
estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração
indireta” e entidade como sendo “unidade de atuação dotada de
personalidade jurídica”.

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Como regra geral, os órgãos não possuem capacidade processual,


ou seja, não podem figurar como parte em ações judiciais, sendo a
pessoa jurídica a que pertencem a titular de tal capacidade.

A criação dos órgãos da Administração Pública ocorrem por meio


de lei de iniciativa do chefe do Executivo (presidente da República,
governador de estado ou do Distrito Federal e prefeito, conforme o
caso). São organizados em base de decreto, conforme o art. 84,
inciso VI, alínea “a”, da Constituição Federal.

Administração Pública Direta

Os entes que constituem a Administração Direta são a União, os


Estados, o Distrito Federal e os municípios. Unidos formam a
República Federativa do Brasil, nos termos do art. 18 da
Constituição Federal. Possuem autonomia política, administrativa e
financeira. Ainda, possuem bens públicos, portanto não podem ser
objeto de penhora.

São exemplos de órgão da Administração Pública Direta os


ministérios, Polícia Federal, Secretaria da Receita Federal.

Administração Pública Indireta

Os entes que constituem a Administração Indireta são as


Autarquias, as Empresas Estatais (Empresas Públicas e
Sociedades de Economia Mista) e as Fundações Públicas.
Possuem personalidade jurídica própria. Possuem patrimônio e
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receita próprios. Não têm autonomia política. Possuem autonomia


administrativa, técnica e financeira.

As autarquias são pessoas jurídicas de direito público, criadas por


lei por força do art. 37, inciso XIX, da CF, que dispõe: “somente por
lei específica poderá ser criada autarquia”. São exemplos de
autarquia:

 INSS
 IBAMA
 Banco Central
 INCRA

Quando a autarquia celebra contrato de gestão com o Poder


Executivo, para aumentar a eficiência, é chamada de Agência
Executiva, nos termos dos arts. 51 e 52, da Lei nº 9.649/98.

As agências reguladoras são constituídas sob forma de “autarquia


especial”, dotadas de uma liberdade maior para a regulação de
setores da sociedade. São exemplos de agências reguladoras:

 Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel);


 Agência Nacional de Aviação Civil (Anac);
 Agência Nacional do Petróleo (ANP).

As Empresas Estatais são pessoas jurídicas de direito privado, com


as seguintes diferenças: a empresa pública utiliza somente capital
público e pode ser organizada por qualquer tipo societário, como
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sociedade limitada, sociedade anônima, etc; por outro lado, a


sociedade de economia mista possui capital misto (parte público,
parte privado) e somente pode ser sociedade anônima (S/A). Lei
específica autoriza a instituição de empresa pública e sociedade de
economia mista.

São exemplos de empresa pública: Caixa Econômica Federal,


Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, INFRAERO, BNDES,
entre outros. São exemplos de sociedade de economia mista:
Banco do Brasil, Petrobrás, SABESP, entre outras.

Por fim, as Fundações são entidades dotadas de personalidade


jurídica, criadas por lei específica, para o desenvolvimento de
atividades de interesse coletivo, de natureza assistencial,
educacional, pesquisa, etc. São exemplos: FUNAI, IBGE,
Universidade de Brasília (UnB).

A lei somente autoriza a criação de um ente fundacional, nos


termos do art. 37, XIX, da CF. Conforme este artigo, lei
complementar deverá definir as áreas em que poderá atuar a
fundação.

Poderes Administrativos

Os poderes administrativos são dispositivos legais que a


Administração tem para impor obrigações e garantir deveres aos
cidadãos que estão sob sua tutela.

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Veja o que diz Hely Lopes Meirelles:

Os Poderes Administrativos nascem com a Administração e se


apresentam diversificados segundo as exigências do serviço
público, o interesse da coletividade e os objetivos a que se dirigem.

Dentro dessa diversidade, são classificados, consoante a liberdade


da Administração para a prática de seus atos, em poder
vinculado e poder discricionário; segundo visem ao ordenamento
da Administração ou à punição dos que a ela se vinculam,
em poder hierárquico e poder disciplinar; diante da finalidade
normativa, em poder regulamentar; e, tendo em vista seus
objetivos de contenção dos direitos individuais, em poder de
polícia.

Hely Lopes Meirelles

 Poder Vinculado: Modalidade de poder em que não há


margem de escolha para o agente público. Ou seja, ele deve
seguir exatamente as determinações e trâmites previstos em
lei.
 Poder Discricionário: Modalidade de poder em que o agente
público tem margem de escolha, maior liberdade na análise
de conveniência e oportunidade. Sempre respeitando os
limites da lei.

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 Poder de Polícia: É a capacidade que a Administração


Pública possui de restringir liberdades e direitos individuais,
visando assim, o bem estar social e/ou do Estado.
 Poder Disciplinar: É a capacidade que a administração tem
de punir infrações cometidas por seus servidores. Também
pune particulares que prestam serviços junto à Administração
Pública.
 Poder Regulamentar: São normas, deliberações, portarias e
instruções editadas pelo poder Executivo da União, dos
Estados, e dos Municípios.

Atos Administrativos

Preste atenção também nos conceitos em torno do Ato


Administrativo. Importantíssimo ponto do nosso resumo de Direito
Administrativo. Nas palavras do professor Hely Lopes Meirelles, ato
administrativo é o seguinte:

É toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública


que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir,
resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou
impor obrigações aos administrados ou a si própria.

O ato administrativo corresponde a uma manifestação unilateral de


vontade do Estado (ou de quem esteja atuando em tal função),
expedida no exercício da função administrativa, com base no

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interesse público e na legalidade. É um ato jurídico com finalidade


pública, é manifestação de vontade da Administração Pública.

São requisitos de um Ato Administrativo:

 Competência: A capacidade que o agente público possui


para produzir o ato. Poder legal no desempenho de suas
funções.
 Finalidade: O ato deve sempre ser praticado com uma
finalidade pública. O agente público jamais pode desviar-se de
tal finalidade, e seu desvio leva à invalidação do ato.
 Forma: A formação do ato deve seguir as formalidades legais.
Trata-se da maneira de exteriorização do ato, que pode ser
por meio de editais, licitações, portarias e etc.
 Motivo: Situação de fato que demanda a necessidade de
propositura do ato, ou seja, que levou o agente a editar o ato.
 Objeto: O conteúdo do ato, as modificações que o mesmo
busca alcançar. Constitui o efeito que o ato deve produzir –
por exemplo, conferir um direito, extinguir uma relação. O
objeto deve ser lícito, possível, certo e moral.

São atributos de um Ato Administrativo, ou seja, as particularidades


que o diferenciam dos demais atos jurídicos:

 Presunção de legitimidade e veracidade: Permeia-se pelo


princípio da legalidade. Veracidade do ato e consonância com
o ordenamento jurídico. O ato, quando editado, nasce com a

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presunção de ter sido editado de acordo com a lei e por


autoridade dotada de competência e de serem verdadeiros os
fatos suscitados pela Administração Pública.
 Imperatividade (ou coercibilidade): Obrigação de
cumprimento do ato. O ato administrativo pode ser imposto ao
particular, sem a necessidade de sua concordância. Constitui
o “poder extroverso” do Estado, por meio do qual este impõe
unilateralmente a sua vontade.
 Autoexecutoriedade: Capacidade que a Administração de
editar e produzir seus próprios atos, sem que seja necessário
acionar o poder Judiciário ou intervenção de qualquer outro
Poder.
 Exigibilidade: Obriga os destinatários a cumprirem o ato.

A Administração Pública pode revogar o Ato Administrativo por


motivo de conveniência e oportunidade. Anular quando detectadas
ilegalidades. No caso de ilegalidade do ato, o Judiciário tem
capacidade para anular.

Conforme a Súmula 473 do Superior Tribunal Federal:

A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de


vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos;
ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos,
a apreciação judicia.

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Súmula 473/STF

Os Atos Administrativos podem ser realizados por meio de


autorização, permissão e licença, bem como se extinguem
mediante cassação, revogação ou anulação.

Agentes Públicos e Controle da Administração Pública

Agentes públicos são todas as pessoas físicas incumbidas, de


maneira definitiva ou transitória, do exercício de alguma função
estatal. Podem ser classificados em:

1. Agentes políticos, que são aqueles que exercem atividades


tipicamente governamentais, por meio do exercício, regra
geral, de um mandato para o qual são eleitos. São os Chefes
do Executivo (Presidente, Governadores e Prefeitos) e seus
respectivos vices, seus auxiliares (Ministros e Secretários) e
os membros do Legislativo (Senadores, Deputados federais e
estaduais, e Vereadores).
2. Servidores Públicos, que na concepção de Celso Antônio
Bandeira de Mello, “abarca todos aqueles que entretêm com o
Estado e suas entidades da Administração indireta,
independentemente de sua natureza pública ou privada
(autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de
economia mista) relação de trabalho de natureza profissional
e caráter não eventual sob vínculo de dependência”.

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Os servidores públicos abrangem 3 espécies: servidores


estatutários (submetidos ao regime estatutário e titulares de cargos
públicos); empregados públicos (contratados pelo regime trabalhista
e ocupantes de emprego público) e servidores temporários
(contratados por tempo determinado para atender à necessidade
temporária de excepcional interesse público, nos termos do art. 37,
inciso IX, da CF).

Podem ter cargo em comissão (cargo de livre nomeação e


exoneração), cargo efetivo (preenchidos requisitos, passa a ter
estabilidade) e cargo vitalício (o vínculo somente pode ser extinto
por meio de decisão judicial transitada em julgado.

Controlar a Administração Pública significa verificar se ela está


agindo de acordo com os princípios do regime jurídico-
administrativo, atendendo a suas finalidades. Tal controle é
composto por um conjunto de instrumentos estabelecidos pelas
normas jurídicas para a execução por meio dos poderes Legislativo,
Executivo e Judiciário. Visa assegurar:

 A legitimidade dos atos administrativos;


 A coibição dos abusos das condutas funcionais dos agentes
públicos;
 A defesa dos direitos dos administrados.

O Controle Legislativo é o realizado pelo Poder Legislativo, que


tem, além da função de legislar, a função de fiscalizar os atos do

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Poder Executivo. Realizado pelas Casas Legislativas (Congresso


Nacional, assembleias legislativas, câmaras legislativas). Exemplos:
Convocação de autoridades (art. 50, CF), Comissões
Parlamentares de Inquérito (CPIs – § 3º, art. 58, CF), Fiscalização
financeira e orçamentária (art. 70, CF).

Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer


de suas Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou
quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à
Presidência da República para prestarem, pessoalmente,
informações sobre assunto previamente determinado, importando
crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada.

Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões


permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as
atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que
resultar sua criação. (…) § 3º As comissões parlamentares de
inquérito, que terão poderes de investigação próprios das
autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das
respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e
pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante
requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de
fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o
caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a
responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

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Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária,


operacional e patrimonial da União e das entidades da
administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade,
economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas,
será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo,
e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

CF/1988

O Controle Administrativo é feito no próprio âmbito administrativo,


muitas vezes de forma hierárquica. São exemplos: representação,
reclamação administrativa, pedido de reconsideração, recursos
hierárquicos, entre outros.

O Controle Judicial é exercido pelo Poder Judiciário, incluídos


o Habeas Corpus, Habeas Data, Mandado de Segurança, entre
outros. A CF, em seu artigo 5º, inciso LXXIII dispõe que “qualquer
cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada
má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência”.

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