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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE MÚSICA E ARTES CÊNICAS

JENNIFER ALVES DE ALMEIDA

FORMAS: SONATA, SINFONIA E CONCERTO SOLO

GOIÂNIA

2018
JENNIFER ALVES DE ALMEIDA

FORMAS: SONATA, SINFONIA E CONCERTO SOLO

Trabalho apresentado ao curso de graduação em


Música da Universidade Federal de Goiás, como
requisito parcial à avaliação na disciplina História da
Música II sob orientação da Profa. Dra. Magda
Climaco.

GOIÂNIA

2018
FORMAS-SONATA

A Forma-Sonata é uma forma musical de grande escala, que começou a ser


utilizada na metade do Século XVIII, que foi o início do Período Clássico. É considerada
a forma mais esquematizada e ampla para uma composição, geralmente usada nos
primeiros movimentos de sonatas, sinfonias, concertos, quartetos, etc., podendo também
aparecer nos demais movimentos, mais usualmente no último. Muitos concluem em dizer
que a forma-sonata pode ser dividida em 3 partes: a exposição, o desenvolvimento e a re-
exposição. Até o Período Barroco, a Sonata não possuía uma forma fixa. O período do
Classicismo foi caracterizado pela música "padronizada", pois cada forma musical tinha
uma forma para composição. O Romantismo também usou muito a forma-sonata; foi
Ludwig van Beethoven quem promoveu a passagem do Classicismo ao Romantismo,
com a forma de suas composições.

A forma Sonata consiste em uma padronização harmônica de um material


chamado tema, que é organizado tematicamente ao conjunto de um tom. Ela exige que
existam dois temas, cada um com um tom diferente. Esse resultado, chamado exposição,
é reposto contrastantemente e modificados para criar o desenvolvimento, que, de acordo
com muitos, é a "parte mais importante e emocionante da peça". E, por fim, a re-
exposição, por vezes chamada de recapitulação, é a última parte, na qual a exposição é
reorganizada em favor a terminar a peça, sempre na tônica.

Muitas peças em forma Sonata possuem: uma introdução antes da exposição, uma
ponte ou transição entre os temas, uma codetta antes do desenvolvimento, outra ponte ou
transição entre os temas da re-exposição, e uma coda depois dela. De acordo com o
"Grove Dictionary of Music and Musicians", a forma-sonata é "o mais importante
princípio de forma musical, do tipo formal, a partir do Período Clássico até o Século
XX". Como modelo formal, é geralmente melhor exemplificada nos primeiros
movimentos de peças com multi-movimentos, seja de orquestra ou de câmara. Assim,
tem sido frequentemente referenciada como "Forma do Primeiro Movimento" ou "Forma-
sonata Allegro" (já que o típico primeiro movimento de três - ou quatro - é no tempo
Allegro). No entanto, como o "Grove", de acordo com Charles Rosen, a forma-sonata é
chamada de "princípio" - uma abordagem típica para moldar a forma de uma grande obra
de música instrumental -; isso pode ser visto em uma grande variedade de peças e
gêneros, desde o minueto até o concerto e a Sonata-Rondó.

A definição da forma-sonata, em termos de elementos musicais, situa-se entre


duas eras históricas musicais, o Classicismo e o Romantismo. Apesar de o final do Século
XVIII ter presenciado as conquistas mais exemplares da forma-sonata, sobretudo por
Joseph Haydn e Wolfgang Amadeus Mozart, a teoria composicional da época não usava
o termo "forma-sonata". Talvez, a mais extensa descrição da "forma-sonata" pode ter sido
dada pelo teórico H. C. Koch, em 1793: como muitos teóricos alemães e ao contrário das
muitas descrições que estamos cientes hoje, ele a definiu em termos do plano do
movimento em modulação e das principais cadências, sem dizer muito sobre o esquema
dos temas. Visto dessa maneira, a forma-sonata estava perto de uma forma binária. O
esquema da forma-sonata ensinado atualmente tende a ser mais tematicamente
diferenciado.

Somente em 1826, Anton Reicha promulgou o esquema da forma-sonata que


conhecemos, no Traité de haute composition musicale. Em 1845, por Adolph Bernhard
Marx, no Die Lehre von der musikalischen Komposition, e em 1848, por Carl Czerny.
Marx provavelmente foi o criador do termo forma-sonata. O modelo que conhecemos da
forma-sonata foi derivado de estudos e críticas das 32 Sonatas para Piano de Ludwig van
Beethoven.Definindo-a como um modelo formal

Um movimento em forma-sonata é dividido em seções. Cada seção é feita para


executar funções no argumento musical. Ele pode começar com uma introdução, que é,
em geral, mais lenta do que o movimento em si. Em termos de estrutura, as introduções
são uma ascensão para o principal argumento musical.

A primeira seção requerida é a exposição. Ela apresenta o principal material


temático do movimento, que é composto de um ou dois temas (às vezes, três). Os temas
têm, geralmente, estilos contrastantes e tonalidades opostas, que são conectadas por uma
transição moduladora chamada ponte. A exposição, tipicamente, é concluída com um
tema de encerramento, uma codetta, ou ambos. A exposição é sempre repetida.

Ela é seguida pelo desenvolvimento, onde as possibilidades harmônica e textural


do material temático são exploradas. O desenvolvimento. Os tons são modificados, a
melodia é refeita, com as frases musicais sofrendo alterações. O desenvolvimento, na
maioria das sonatas, é a "parte mais importante e emocionante da peça".
Após seções de retransições, a música para a chamada re-exposição, onde o
material temático inicial retorna na tônica. Para a re-exposição completar o argumento
musical, o material que não tinha começado na tônica é "resolvido" por passagens e
modulações para terminar na tônica. O movimento pode terminar com uma coda. Ao
invés da coda, pode haver uma simples cadência final após a re-exposição.

Em uma Sonata de 4 movimentos, eles estão dispostos (podendo sofrer muitas


variações) nesta ordem:

O primeiro movimento - rápido, geralmente definido como Allegro - o andamento


mais usado nesse caso -, estruturado na Forma-Sonata.

O segundo movimento - lento, geralmente Andante, Adagio, ou Largo,


estruturado na forma Binária, Ternária ou Tema e Variações.

O terceiro movimento - dançante, geralmente em Moderato, Allegretto ou


Allegro, estruturado em um Minueto ou Scherzo, podendo ter um Trio os acompanhando.

O quarto movimento - rápido e decisivo, geralmente Allegretto, Allegro, Presto ou


Prestissimo, marcado às vezes como Finale, estruturado em Rondó, Forma-Sonata Rondó
ou, às vezes, Forma-Sonata.

Em uma Sonata de 3 movimentos, eles estão dispostos nesta ordem:

O primeiro movimento - rápido, geralmente definido como Allegro - o andamento


mais usado nesse caso -, estruturado na Forma-Sonata.

O segundo movimento - lento, geralmente Andante, Adagio, ou Largo,


estruturado na forma Binária, Ternária ou Tema e Variações; ou, menos frequentemente,
um Minueto ou Scherzo.

O terceiro movimento - rápido e decisivo, geralmente Allegretto, Allegro, Presto


ou Prestissimo, marcado às vezes como Finale, estruturado em Rondó, Forma-Sonata
Rondó ou, às vezes, Forma-Sonata.

Exposição: nesta parte, são expostos os temas principais da peça, geralmente dois
(três), normalmente o primeiro tema escrito na tónica, seguida de uma ponte que modula
para o segundo tema que se apresentará na dominante. No caso de o primeiro tema ser em
modo menor, o segundo estará no seu relativo maior, ou vice-versa. Esta seção pode ser
repetida gerando assim uma reexposição.

Desenvolvimento: os temas principais sofrem diversas variações e modificações,


em vários tons distintos. É uma seção de grande sofisticação composicional, com o
emprego de contrapontos e variadas texturas sonoras. Nesta seção os compositores
aproveitavam para exibir toda a sua habilidade e criatividade. No romantismo o
desenvolvimento torna-se maior e mais complexo. (Sonata patética - Beethoven)

Recapitulação: os temas principais são reapresentados ambos na tónica, pois a


ponte situada entre eles será falso, isto é, não modula. É comum que haja também
mudanças na forma de execução, como a mudança de intensidade, velocidade ou
instrumentação.

É comum existir uma introdução antes da exposição, e uma coda depois da


recapitulação.

Essa forma de composição constitui o núcleo da música do período Clássico e


teve também grande significado no período Romântico. A maioria dos gêneros desse
período, como a sonata propriamente dita, o concerto, a sinfonia, o quarteto de cordas e o
divertimento têm pelo menos algum movimento em forma-sonata. Essa forma também é
comum nas aberturas de ópera desse período.
FORMA SINFONIA

Sinfonia é uma palavra de origem grega [συμφωνία] que significa simplesmente:


Todos os sons juntos, [συμ = Syn] e [φωνία = fonia], sendo fonia o mesmo que fonos,
aquele que produz qualquer coisa relativo ao som, haja vista as palavras membranofone,
megafone e telefone. A palavra já existente sinfonia é consolidada na música erudita a
partir do barroco, que vai evoluir até emprestar a forma sonata que já existente, a partir
daí passa a ter características bastante diferentes do passado . No período clássico a
sinfonia passa a ter três movimentos, sendo que o segundo era sempre lento conhecido
como Adagio, após Beethoven as sinfonias avançam para quatro movimentos.Renascença
tardia –Início do Barroco.

Bem próximo ao fim da Renascença e no início do Barroco, a palavra sinfonia era


um nome alternativo para a canzona, fantasia ou o ricercar. Estas eram, quase sempre
formas instrumentais fortemente arreigadas a uma tradição de polifonia. Mais tarde, no
período barroco, era usada para identificar um tipo de sonata, especialmente a sonata trio
ou uma sonata para um conjunto grande de instrumentos. Mais tarde, ainda no barroco, a
palavra foi utilizada para indicar um prelúdio instrumental.

No século XVII, uma forma específica de tal peça introdutória foi a sinfonia de
três movimentos que se tornou um tipo padrão de abertura da ópera italiana. Na maioria
das vezes essas obras eram em Ré maior, para maximizar a ressonância aberta das cordas
dos instrumentos de cordas, iniciando-se e encerrando-se com um movimento rápido,
intercalado por um movimento lento. Exemplos desse tipo de sinfonia italiana são as
numerosas aberturas em três movimentos das óperas de Alessandro Scarlatti, todas
arquétipos das aberturas italianas.

Na França, entretanto, as ouvertures eram sempre peças introdutórias de um único


movimento, usualmente na forma A-B-A, onde as seções A têm um andamento lento,
com um ritmo duplamente pontuado, enquanto que a seção intermediária B, era
comparativamente fluente e rápida. Esta forma musical ficou conhecida como abertura
francesa. Com o tempo, este tipo de ouverture foi adaptado pelos compositores alemães
como Johann Sebastian Bach e George Frideric Handel, do século XVIII em diante,
também podia ser o movimento introdutório de uma suíte de danças, no caso em que a
palavra ouverture era usada como sinônimo da inteira suíte, como, por exemplo, as
Aberturas Francesas, BWV 831, de Bach.

A maioria das óperas e oratórios de Handel iniciam com um movimento ouverture


no estilo francês, mesmo que ocasionalmente ele chame de sinfonia esse movimento,
como ele fez para O Messias, identificando a abertura como Sinfony. Mas Handel
também usou o prelúdio/interlúdio orquestral ao modo italiano, por exemplo, a
Introduzione da cantata Delirio amoroso, HWV 99. Também, a Pifa instrumental do
Messias não se enquadra tanto nos modelos franceses. Uma anedota interessante diz
respeito a quando Mozart fez uma versão em alemão do Messias, cerca de 30 anos após a
morte de Handel. Ele mudou o nome da abertura de Sinfony para Ouvertüre, mas também
alterou ligeiramente suas características francesas: ele atenuou o ritmo pontuado da seção
A com melodias mais fluentes na trompa e acelerando um pouco esta seção ele também a
tornou um pouco menos diferente da seção B. O resultado é que a parte A fica parecendo
não mais do que um preâmbulo moderado de um movimento sinfônico acelerado (a seção
B).

Neste meio tempo, também no início do sécuo XVIII, a sinfonia no estilo italiano,
com 3 movimentos, começou a ganhar vida por si mesma. Ela podia ser composta como
uma obra de concerto independente, embora sem solistas. Por exemplo, Vivaldi compôs
tanto sinfonias de 3 movimentos, não muito diferentes de seus concertos, como sinfonias
similares como prelúdio para as suas óperas.

Bach algumas vezes usou o termo sinfonia no modo antiquado, à época, de uma
peça instrumental de um único movimento, por exemplo, para as invenções BWV 787-
801, usando o estilo polifônico de três vozes. Observe-se que no século XX, os editores
começaram a publicar essas sinfonias como Invenções a Três Partes (ou Invenções a Três
Vozes), em que Parte é uma melodia independente (voz, mas com significado
instrumental) numa obra de um único movimento.

Se Bach iniciava uma obra vocal com um ou mais movimentos instrumentais


independentes (o que era raro), ele usualmente chamava tal peça de uma sinfonia ou
sonata. Para as sinfonias, mesmo as com um único movimento, o estilo era
preferencialmente italiano do que o francês:

Tanto Bach como Handel usaram a abertura no estilo francês para começar suas
suítes orquestrais. As suítes que eles escreveram para instrumento solo, via de regra, não
tinham um movimento introdutório, caso houvesse, esse movimento era usualmente uma
Abertura/Ouverture (sempre no estilo francês) ou um Prelúdio/Praeludium. O estilo deste
prelúdio era menos definido, mas freqüentemente emularia o estilo de um movimento
rápido da sinfonia italiana.

À medida que o século XVIII avançava, o nome usual para o prelúdio


instrumental de uma obra vocal/teatral passou a ser definido como abertura. Embora essas
aberturas geralmente eram de um único movimento, elas não mais eram construídas no
estilo francês, mas antes, adaptada à sinfonia introdutória italiana, por exemplo, um
motivo condutor, uma reprise precedida por um desenvolvimento temático mínimo e um
clima geral de expectativa e não de resolução.

A ideia da sinfonia italiana com três movimentos como uma composição


orquestral independente também sobrviveu: As primeiras sinfonias de Haydn e Mozart
foram compostas nesse formato. Mozart também compôs divertimentos no formato da
sinfonia italiana com alguma ambigüidade quer ele pretendesse que tais divertimentos
fossem composições instrumentais independentes ou mais apropriadamente, interlúdios
instrumentais (para produções teatrais etc.).

Mas, então, Haydn fez com que a sinfonia italiana, de concerto, e a abertura/suíte
ao modo francês se encontrassem novamente: ele pegou os três movimentos de uma
sinfonia e inseriu um quarto movimento entre os dois últimos movimentos do modelo
italiano. Este movimento adicional foi um minueto, que, até então, tinha sido um
movimento quase obrigatório de uma suíte. Ele também usou alguns aspectos do da
abertura no estilo francês e do que era a forma sonata naqueles dias. Entre tais recursos
adicionais que foram utilizados por Haydn estava, por exemplo, a possibilidade de
começar como uma lenta introdução o primeiro dos quatro movimentos desse novo
modelo. Nascia assim a sinfonia moderna.

Mais tarde, da era romântica em diante, a palavra sinfonia foi ocasionalmente


usada como um nome alternativo para sinfonia (symphony). Era frequente, mas não
acontecia sempre, que o título sinfonia fosse usado quando a obra pretendia ser, ou era,
vista como algo mais leve, de menor tamanho e mais italianizada, ou com o caráter mais
barroco do que a sinfonia (symphony) plenamente romântica (de caráter
predominantemente germânico).
Entre os exemplos de sinfonias compostas com esse enfoque após a era clássica
incluem-se:

As doze primeiras obras do gênero compostas por Felix Mendelssohn Bartholdy, a


maioria delas composta em três movimentos, para orquestra de cordas, são às vezes
chamadas de sinfonias, no sentido barroco, para diferençá-las das cinco sinfonias
(symphonies) mais elaboradas, todas posteriores, e publicadas durante a vida, ou logo
após a morte, do compositor. A Sinfonia (Symphony) nº 4, dita Italiana é uma
composição da primeira série que é sempre chamada de sinfonia (symphony). Por outro
lado, Mendelssohn usou o termo sinfonia na abertura de sua Sinfonia n.º 2 (Lobgesang).
Esta atitude pode ser interpretada como uma das muitas referências a Bach que
Mendelssohn inseriu em sua música: estas referências ao velho mestre foram
especialmente fortes em sua sinfonia-cantata que deveria ter sua estreia na Igreja de São
Tomás, em Leipzig. Vincent d'Indy escreveu uma Sinfonia brevis de bello Gallico
(Sinfonia breve sobre a Guerra na Gália), sua Sinfonia n.º 3.

Richard Strauss chamou de Sinfonia Doméstica a uma sinfonia (symphony) em


grande escala que ele compôs em 1902-1903. É possível que esta sinfonia mostre um lado
algo mais alegre do que a maioria de suas composições orquestrais, mas grandes seções
da obra também retratam brigas e outras tensões domésticas, concluindo com uma fuga
elaborada que restaura a coerência na casa.

Composição musical escrita para orquestra, geralmente estruturada em quatro


movimentos. No período clássico, era estruturada da mesma maneira que a sonata: o
primeiro movimento rápido, com a exposição, desenvolvimento e recapitulação dos
temas principais, podendo algumas vezes ter uma introdução lenta; o segundo movimento
sempre lento ou moderado, sem uma orientação determinada quanto à forma, e o terceiro
movimento mais rápido que o primeiro, geralmente estruturado como um rondó. Algumas
vezes, entre o movimento lento e o rondó, era introduzido um minueto.

A partir de Beethoven, o minueto passou a ser substituído pelo scherzo, exceto em


sua oitava sinfonia. No Romantismo, a sinfonia passou a adotar uma estrutura mais
flexível, algumas vezes em mais de quatro movimentos, outras vezes em apenas um ou
dois movimentos. Alguns dos compositores românticos que se dedicaram à sinfonia
foram Johannes Brahms, Felix Mendelssohn, Robert Schumann, Gustav Mahler, Antonin
Dvorák e Jean Sibelius. No século XX, o gênero foi explorado por compositores como
Dimitri Shostakovitch e Henryk Górecki, entre outros.

No período barroco, a palavra Sinfonia era usada para qualquer composição


orquestral, geralmente introdutória de uma obra maior.

CONCERTO

Concerto é uma composição musical escrita para um ou mais instrumentos


solistas, cujo acompanhamento pode ser feito por uma orquestra ou um piano.
Modernamente o termo tem sido empregado para qualquer espetáculo musical, nos mais
diferentes formatos.

A origem do termo concerto sempre suscitou discussão entre os musicólogos. Já


no início do século XVI sua origem era atribuída a duas palavras latinas: a primeira,
concertatum (do verbo concertare: "combater", "competir") - e a segunda, de consertum
(do verbo conserere traduzido como "entrelaçar", "atar", mas também, em alguns
contextos, como "argumentar"). Em 1619, Michael Praetorius apoiou a etimologia que
dava a ideia de combate, o choque entre duas entidades instrumentais distintas tanto em
número quanto em sonoridade.

A forma musical concerto pode ser encontrada a partir do século XVI, entre os
anos de 1720 e 1780, com a criação do Concerto para Cravo e em obras vocais de Andrea
Gabrieli ou Ludovico da Viadana sem forma ou estrutura típica.

Durante o barroco o estilo se desenvolveu para uma forma instrumental que


alterna entre partes do tutti (ripieno ou em italiano) e do solo (concertino), e como um
rondó emprega no tutti sempre o mesmo tema. Ele passou a ter três movimentos (Rápido
- lento - rapidíssimo), como em quase todos os exemplos de Antonio Vivaldi e Johann
Sebastian Bach ou quatro (Lento - rápido - lento - rapidíssimo) como os "concerti grossi"
de Georg Friedrich Handel. O Concerto grosso (italiano, plural: Concerti grossi) foi uma
forma bastante usada no período barroco, que se constituía de um conjunto de três (ou
mais) solistas com uma orquestra maior.

Com o advento do Classicismo, o concerto passou a se estabelecer de maneira


mais ou menos estruturada como a sonata clássica: um primeiro movimento em forma-
sonata, o segundo movimento lento (sob qualquer forma) e o último em rondó.

No Romantismo, os concertos passaram a ter como propósito explorar o


virtuosismo, explorando ao máximo a potencialidade dos solistas. As principais
características do concerto na Era clássica, o qual é tomado como modelo até os dias
atuais, são:

Três movimentos, dos quais o primeiro é rápido, na forma-sonata, o segundo é


lento (sob qualquer forma) e o terceiro, novamente rápido, em rondó;

Instrumental, ou seja, o grupo que faz o acompanhamento é geralmente uma


orquestra completa, uma orquestra de cordas ou uma orquestra de câmara.

No Romantismo, os concertos passaram a ter como propósito explorar o


virtuosismo, ou seja, a potencialidade dos solistas. A partir daí, surgiram modificações no
esquema clássico do concerto, como por exemplo:

Menor número de movimentos: O número de movimentos do concerto diminuiu.


Surgiram concertos com dois movimentos (Concerto para violino nº 1, de Béla Bartók;
Concerto para clarineta, de Aaron Copland) e até com um movimento (Concerto para
piano nº 2, de Franz Liszt; Concerto para piano e orquestra, de Arnold Schönberg;
Concerto para piano com a mão direita, de Maurice Ravel).

Maior número de movimentos: A estrutura clássica também aumentou e deu


espaço a composições com quatro movimentos (Concerto para piano nº 1, de Johannes
Brahms; Concerto para violino nº 1, de Dmitri Shostakovich; Concerto para violino, de
Igor Stravinski; Concierto heroico, de Joaquin Rodrigo) e mesmo cinco movimentos
(Concerto para piano e Concerto para violino, de György Ligeti; Concerto para piano nº
5, de Sergei Prokofiev).

Utilização de instrumentos incomuns: O solista no concerto clássico era um


instrumento da própria orquestra. Após o Romantismo, instrumentos de todos os tipos
foram incorporados ao concerto. Um exemplo famoso é o Concierto de Aranjuez, de
Joaquin Rodrigo, escrito para violão. Além desse, temos ainda o Concerto para gaita, de
Heitor Villa-Lobos; Concerto para ondas martenot, de André Jolivet; o Concerto suíte
para guitarra elétrica e orquestra, de Yngwie J. Malmsteen e o Concerto para balalaika e
orquestra, de Eduard Tubin.

Extensão do termo

O ano de 1969 marcou a estreia do primeiro concerto para grupo e orquestra de


Jon Lord. O álbum Concerto for Group and Orchestra foi gravado ao vivo no Royal
Albert Hall. Depois disso o termo concerto passou a ser usado com frequência para fins
populares e nas mais diferentes formações.

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