Canto de Regresso à Pátria que se escondem em seus carinhos
Oswald de Andrade sem me perder nas palmeiras
Minha terra tem palmares onde cantam os passarinhos Onde gorjeia o mar Canção do Exílio Os passarinhos daqui Casimiro de Abreu Não cantam como os de lá Se eu tenho de morrer na flor dos anos Minha terra tem mais rosas Meu Deus! não seja já; E quase que mais amores Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde, Minha terra tem mais ouro Cantar o sabiá! Minha terra tem mais terra Meu Deus, eu sinto e tu bem vês que eu morro Ouro terra amor e rosas Respirando este ar; Eu quero tudo de lá Faz que eu viva, Senhor! dá-me de novo Não permita Deus que eu morra Os gozos do meu lar! Sem que eu volte para lá O país estrangeiro mais belezas Não permita Deus que eu morra Do que a pátria não tem; Sem que eu volte para São Paulo E este mundo não vale um só dos beijos Sem que veja a Rua 15 Tão doces duma mãe! E o progresso de São Paulo Dá-me os sítios gentis onde eu brincava Uma canção Lá na quadra infantil; Mario Quintana Dá que eu veja uma vez o céu da pátria, Minha terra não tem palmeiras... O céu do meu Brasil! E em vez de um mero sabiá, Se eu tenho de morrer na flor dos anos Cantam aves invisíveis Meu Deus! não seja já! Nas palmeiras que não há. Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde, Minha terra tem relógios, Cantar o sabiá! Cada qual com sua hora Quero ver esse céu da minha terra Nos mais diversos instantes... Tão lindo e tão azul! Mas onde o instante de agora? E a nuvem cor-de-rosa que passava Mas onde a palavra "onde"? Correndo lá do sul! Terra ingrata, ingrato filho, Quero dormir à sombra dos coqueiros, Sob os céus da minha terra As folhas por dossel; Eu canto a Canção do Exílio! E ver se apanho a borboleta branca, Que voa no vergel! Nova Canção do Exílio Quero sentar-me à beira do riacho Ferreira Gullar Das tardes ao cair, Minha amada tem palmeiras E sozinho cismando no crepúsculo Onde cantam passarinhos Os sonhos do porvir! e as aves que ali gorjeiam Se eu tenho de morrer na flor dos anos, em seus seios fazem ninhos Meu Deus! não seja já; Ao brincarmos sós à noite Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde, nem me dou conta de mim: A voz do sabiá! seu corpo branco na noite Quero morrer cercado dos perfumes luze mais do que o jasmim Dum clima tropical, Minha amada tem palmeiras E sentir, expirando, as harmonias tem regatos tem cascata Do meu berço natal! e as aves que ali gorjeiam Minha campa será entre as mangueiras, são como flautas de prata Banhada do luar, Não permita Deus que eu viva E eu contente dormirei tranquilo perdido noutros caminhos À sombra do meu lar! sem gozar das alegrias As cachoeiras chorarão sentidas Porque cedo morri, No meio daquelas plantas E eu sonho no sepulcro os meus amores Eu jamais me sinto só. Na terra onde nasci! Não permita Deus que eu tenha Se eu tenho de morrer na flor dos anos, De voltar pra Maceió. Meu Deus! não seja já; Pois no meu jardim tem lagos Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde, Onde canta o curió Cantar o sabiá! E as aves que lá gorjeiam São tão pobres que dão dó. Canção do Exílio Facilitada Minha Dinda tem primores José Paulo Paes De floresta tropical. Tudo ali foi transplantado, lá? Nem parece natural. ah! Olho a jabuticabeira sabiá… dos tempos da minha avó. papá… Não permita Deus que eu tenha maná… De voltar pra Maceió. sofá… sinhá… Até os lagos das carpas cá? São de água mineral. bah! Da janela do meu quarto Redescubro o Pantanal. Canção do Exílio às Avessas Também adoro as palmeiras Jô Soares Onde canta o curió. Não permita Deus que eu tenha Minha Dinda tem cascatas De voltar pra Maceió. Onde canta o curió Não permita Deus que eu tenha Finalmente, aqui na Dinda, De voltar pra Maceió. Sou tratado a pão de ló. Minha Dinda tem coqueiros Só faltava envolver tudo Da Ilha de Marajó Numa nuvem de ouro em pó. As aves, aqui, gorjeiam E depois de ser cuidado Não fazem cocoricó. Pelo PC, com xodó, Não permita Deus que eu tenha O meu céu tem mais estrelas De acabar no xilindró. Minha várzea tem mais cores. Este bosque reduzido deve ter custado horrores. E depois de tanta planta, Orquídea, fruta e cipó, Não permita Deus que eu tenha De voltar pra Maceió.
Minha Dinda tem piscina,
Heliporto e tem jardim feito pela Brasil's Garden: Não foram pagos por mim. Em cismar sozinho à noite sem gravata e paletó Olho aquelas cachoeiras Onde canta o curió.