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T S ELIOT
Não se ignora que o mercado do livro, como outro qualquer, visa o lucro –
porém isso está longe de justificar a tamanha dificuldade da publicação do
primeiro livro, ou mesmo de um segundo ou terceiro cujo autor não possua
renome. Porque o que se publica, nesse mesmo contexto nem sempre produz
esse resultado e o que se não publica muitas vezes dá indícios que poderia ser
muito melhor sucedido se publicado fosse.
A questão não é que em outros países seja fácil a publicação, mas que, em
algum momento, existirá a avaliação séria dos originais. Como poderá um
profissional qualquer conseguir chegar a um alto cargo sem o primeiro
emprego? No Brasil, não há – exceto pelas exceções – a figura do agente
literário, o que retira dessa relação entre escritor e editor um mediador
importante. Proust e Joyce serão rejeitados num primeiro momento,
Kerouac e Grisham ao longo de anos, mas a possibilidade de publicação
sempre existirá. Aqui, rejeitado uma vez, rejeitado para sempre.
Talvez a resposta esteja não nas editoras, fadadas mais cada vez a terem de
encontrar novos caminhos para sobreviver e certamente despreparadas para
isso, mas nos leitores. Um dia descobrirão que o brasileiro lê, sim; que vale a
pena investir em livro; que os livros eletrônicos não substituíram os de papel.
Enfim, como em todo mercado, havendo demanda, haverá oferta e, havendo
oferta, haverá a sua diversificação e, um dia, porque há leitores para novos
autores, haverá editoras para lançar os seus livros.