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Dados Internacionais de Catalogagio na Publicagio (CIP) (Camara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Past, Eze sca psicologia teria pritiea Elizete Passos. 1 ed.~ S00 Paulo Vetor, 2007 Bibliogreia, 1 een. Psicologia Aspecos moras ‘ico L Titulo, 07-6447 epp-174915 Indices para catilogo sstemitico: 1 Eten epsicologia 174915 ISBN 978-85-7585-218-7 rojeto grifico e diagremagto: Fabiana C, Hemandes Arteaga Capa, Fabiana C. Hemandes Arteaga Revisto: Ménia de Deus Martins 2007 © ~ Vet Eitora Psi Pedagéicn Lids, E probida «reredu tual ou paca des publcasto, por qualquer meio testes cpr qulque lida, sem urzngo por eatritdos editors. SUMARIO tagio. ‘AGticae seus fundamentos Bioética. uma nova orientagao étiea Btica e psicologia .. ‘tia profisionale psicologia ‘Reflexes sobre a ética na prética do Dilogo elinico ‘AGtica na prética da psicoterapia de grupo Reflexbes sobre a postura étiea do Dsicslogo organizaciona Postura ética do psicslogy ex Psicologia comunitéria: uma proposta ética 153, Uma tentativa de conclusso: reflexdes sobre 6 167 [ste livro segue essa diregéo, assumindo a étiea como uma filosofia moral que dé a direcdo ao fazer humano e no como ccédigos e normas estabelecidas. Procura discutir a prética Gtica do profissional da Psicologia, apontando caminhos sem rrestringir o carapo da reflexo, mas a partir dela. ‘Assim, persegue uma ldgica que vai do goral ao especific, ou seja, das diseussbes tedricas sobre a ética geral e suas con- digdes, sobre a ética na Psicologia, passando pela andlise de ‘documentos importantes na orientagio da pratica do profis- sional da Psicologia, tais como 0 Cédigo de Etica Profissional ‘ca Resolugdo 196 do Conselho Nacional deSSu‘de. Desdobra-se femreflexies acerea do que entendemos que deva sera postura ‘@ica do profissional em algumas das suas principais dreas de atuacéo. Trata-se de reflexées scbre a étiea e a Psicologia, que vio send tomadas como matéria de tratamento e agio ética. Bum. texto que se propée a ser simples e claro, pois surge com a finalidade de contribuir para a formagéo de graduandos em Psicologia. Nossa experiéncia como professora de Bitica nos ‘mostrou a necessidade de termos material com tais earacte- ‘aticas, afim de responder as demandas dos estudantes, sem deixar de cumprir As exigincias éticas da profisso. Esperamos que ele eumpra sua finalidade e agradecemos toda contribuicéo que sirva para o seu aprimoramento. Aautora AETICA E SEUS FUNDAMENTOS Aposar de nosso objetivo consistir noestudo da étics aplica- dda a Psicologia, faz-se necessério, antes de adentrarmos pela temitica especifica, estabolocer as bases teGricas que daréo sustentagdo & maiéria. Assim, no presente capitulo, vamos ‘os dedicar a diseutir os conceitos basicos da ética. Iniciaremos por uma reflexdo sobre o ser humano e suas acbes, incluindo as de caréter moral; em seguida, analisare- ‘mos alguns conceitos de éties historicamente construfdos; as ‘condigies de responeabilidade do agente moral para, no final, apresentarmos o conceito de ética aqui adotado. ‘© SER HUMANO COMO O SUJEITO DA MORAL A discussio sobre o sor humano, sobre a pessoa, sempre ‘ocupou lugar de destaquena histéria do pensamento humano eda ética, Isso porque, ela 6 0 centro da filosofia ocidental, assim como do comportamento moral Buscando, em primeiro lugar, oconceito de pessoa, dolatim persona e do grego prosopon, 08 gregos a usavam no sentido "Ti eta on une apropiaoda qu et putin no capt O gor do ‘erhumona nt eran, doles Bano orgie, Paes (204, de scaras que as pessoas wsavam nas reprosentacios das tragédias e sorviam para preservar © ator, ao mesmo tempo fem que revelava a personager. ‘Os teélogos da era cristé optaram pela significagao greg, mas acrescentaram & palavra prosopon a latina hipostasis, que significa substratum ou essentia, formando com isso a estru- ura metafisiea do ser. A idéia prevalente era a que afirmava ser a méscara apenas o aspecto aparente do ser humano, que ‘preservava ume esséncia a ser descoberta. ‘Bee entendimento leva a outra formulagéo, que consist ‘em acreditar que 0 set humano constituia-se por uma inte- oridade e uma exterioridade. A primelra, que, para a ideo- Togia erista, identificava-se com a alma, ganhou destaque © ‘supremacia sobre a segunda, Santo Agostino, no infcio da Tiade Média, defendia essa posigdo, porque considerava que, ‘por meio do conhecimento da alma, se chegaria ao de Deus. ‘Além disso, ele é responsével por uma nova formulagao do ‘conceito de pessoa, ao acrescentar aos conceitos grego e latino fpresentados outro também de origem latina, relatio, que significa relagdo entre as pessoas. Em um esforgode sintese, Pogorara (2002, p. 55) afirma: {lamsi, ambin intaieiade humane pr Sarto vat relgi cnsgo mes co 9888 © Jeet pra, soa bomana 6 ee (-] Se sateen como outs com o mundo cs Dom a meeito de 'A visio metatfisica de ser humano, centrada no eanecito ‘esaéncia, que prevalecen ao longo da Antiguidade e da Idade Média, comeca a se desfazer na Idade Moderna, a partir do Rasa 35000, Taps Noi we ‘mmo 50 0 on Taps nu Nomi les em 430. Fl snort dn igja Caine spe de Hons. Evie e Piceloga: teoria © price século XVII, apesar de ainda encontrarmos quem a defen- desse, como Kant?, Seguindo igual tendéncia, porém, por caminhos diferentes, ele fortficou a concapeéio transcendental doser humano por meiodo seu conceito de liberdade humana. 0 sujeito seria o seu proprio legislador, eriador das normas que deviam reger o seu eomportamento e, por extenséo, 0 comportamento de todos. ‘Visando a exemplifiear, na Grécia antiga, Platéo fortalecia ‘© conceito metafisico de pessoa, ao defender que o ser huma- no se definia e se destacava dos demais seres e da natureza pela infeligéncia, oriunda de um mundo superior. A Idade ‘Média também confirmou essa tendénecia, pois o Cristianismo colocava o ser humano como. filho de Deus, senhor eeriador detudoe, come tal, herdeiro de uma essénciadivina eabsoluta. ‘Enquanto para Kant, a transeendéncia do ser humano decorria da liberdade que possuia para seguir apenas sua consciéncia. Em sintese, essas trés posigbes situam o ser humano fora doambito da natureza, em posigao diferente e acimadela, por possuir um atributo transcendental que os entes da natureza ‘no possuiam. Aldade Moderna, nascida sob o signo da razéo, rompe com ‘atradigio metafisica de ser humano, Confiante no poder desea ‘como capas de produzir conhecimento e atingir'a verdade dos- ‘conflava dos prinefpios universais que cerceariama liberdade. ‘Marx vai contra conceito metafisico de homem para traté-lo ‘como animal social, especialmente o ser que pode fazer proje- os ¢praticar atividades livres e conacientes. Assim sendo, ele be caracteriza como 0 processo dos seus atos e pode criar sua propria vida e controlar o seu “destino” (GRAMSCI, 1978). nanan Kan 172180 mantove pongo metas oper amano, enor poreaminnos derets, Parl, oger amano rere pars car sus esa ‘her ea propio egal Sieur ato a8,

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