RESUMÃO DO DIA
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Resumão do ponto do dia: para não esquecer mais
Pontos abordados:
2. A evolução do constitucionalismo brasileiro: Constituições de 1824, 1891, 1934, 1937, 1946, 1967, 1969.
A ditadura militar e os atos institucionais. A Assembleia Constituinte de 1987/88. Constitucionalismo.
Espécies; Constitucionalismo Social. Constitucionalismo do Futuro. Constitucionalismo
Transnacional. Transconstitucionalismo. Neoconstitucionalismo. Constitucionalismo liberal e social.
Constitucionalismo britânico, francês e norte-americano.
5. Poder Constituinte: conceito; legitimidade e limites; poder originário e poder derivado; poder
constituinte estadual.
O Direito Constitucional, para ser conceituado, precisa que sejam interligados três sentidos: o
científico, o objetivo e o subjetivo.
O sentido CIENTÍFICO, segundo José Afonso da Silva, é o ramo do direito público que expõe,
O OBJETO de estudo do Direito Constitucional é tudo o que foi constitucionalizado por quem
elaborou a constituição, ou seja, são todas as normas material e formalmente constitucionais. Assim,
em sentido científico, estuda de forma sistematizada os ordenamentos constitucionais, em especial
os que tratam da forma e da organização do Estado, da divisão dos poderes, dos direitos e garantias
fundamentais e das finalidades básicas que devem direcionar a atuação estatal, enquanto em sentido
objetivo, o objeto de estudo do Direito Constitucional é a produção e a organização das normas que
estabelecem, integram ou modificam o ordenamento constitucional, independentemente de seu conteúdo
(constituição formal), bem como das normas que disciplinam qualquer matéria que interesse ao Direito
Constitucional, independentemente de sua fonte normativa (constituição material).
Por fim, a NATUREZA do Direito Constitucional, pode ser conceituada em sentido científico e
sentido normativo. No sentido científico, é ramo do direito público, já que cuida de relações jurídicas
que envolvem a figura do Estado. Nos casos de adoção de constituições prolixas, como ocorre no Brasil,
ocorre a constitucionalização do direito privado, que se materializa através da disciplina constitucional
de institutos do direito privado, da interpretação conforme a constituição de disposições normativas
referentes ao direito privado e de teorias e decisões que defendem a eficácia horizontal (tema abordado
mais à frente) dos direitos fundamentais no âmbito das relações privadas. Já no sentido normativo, a
natureza dos preceitos constitucionais, apresenta características como a supremacia constitucional, que
pode ser material ou formal, maior abertura semântica, politicidade e transversalidade.
TEORIA DA CONSTITUIÇÃO
• TESE DA IRRELEVÂNCIA JURÍDICA: o preâmbulo está no ÂMBITO DA POLÍTICA, portanto, não possui
relevância jurídica;
• TESE DA PLENA EFICÁCIA: o preâmbulo tem a mesma eficácia jurídica das normas constitucionais;
• TESE DA RELEVÂNCIA JURÍDICA INDIRETA: o preâmbulo faz parte das características jurídicas
da Constituição Federal, entretanto, não deve ser confundido com as demais normas jurídicas desta.
#ATENÇÃO: O STF, no julgamento da ADI 2.076, em 2002, adotou a tese da irrelevância jurídica e
decidiu que o preâmbulo não tem força normativa, sendo, portanto, mero vetor interpretativo. Por
tal motivo, o preâmbulo não serve de parâmetro para controle de constitucionalidade.
3) ADCT: são os Atos das Disposições Constitucionais Transitórias, composto por normas de eficácia
exaurível. Destina-se a realizar a transição do regime constitucional anterior para o atual. Trata-se de
norma que se enquadra como elemento formal de aplicabilidade.
#ATENÇÃO: José Afonso da Silva traz ainda a classificação dos elementos da Constituição:
a. Elementos Orgânicos: normas que regulam a estrutura do Estado e do Poder. Exemplo: Título III
– Da Organização do Estado.
b. Elementos Limitativos: normas que estabelecem direitos e garantias fundamentais, limitando a
atuação do Poder Estatal. Exemplo: Título II – Dos Direitos e Garantias Fundamentais.
c. Elementos Sócio-Ideológicos: normas relativas a direitos sociais; compromisso estatal com o
bem estar social. Exemplo: Capítulo II do Título II – Dos Direitos Sociais.
d. Elementos de Estabilização Constitucional: normas que se destinam a prover solução de
conflitos constitucionais. Buscam a defesa da Constituição, do Estado e das instituições democráticas.
Exemplo: Intervenção (arts. 34 a 36).
e. Elementos Formais de Aplicabilidade: são normas que contêm regras de aplicação da
Constituição, como as constantes no ADCT e a norma que estabelece a aplicabilidade imediata dos
direitos e garantias fundamentais.
PERSPECTIVAS OU SENTIDOS
1) SOCIOLÓGICO: Ferdinand Lassale: A Constituição é a soma dos fatores reais de poder. Constituição
escrita é mera folha de papel.
5) CONSTITUIÇÃO ABERTA: está apta a captar as mudanças da realidade social, o que permite
que ela permaneça no tempo sem perder a sua força normativa.
CONCEPÇÃO POSITIVA
OUTRAS CLASSIFICAÇÕES: Dirigente: traça metas; Normativa: sai do papel; Nominal: não
consegue sair do papel; Semântica: legitima o status quo injusto; Ortodoxa: comprometida com
uma ideologia específica; Compromissária (pluralista): contempla várias ideologias; Dúctil: não
impõe um modelo de vida, mas apenas assegura as condições para o exercício do projeto de vida
de cada pessoa; Balanço: visa reger o ordenamento por um determinado tempo.
Já a segunda, define finalidades e programas com o intuito de ordenar as ações futuras da política
estatal.
1
ESTUDO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
São de aplicação direta, imediata e independem de uma lei para produzirem seus
EFICÁCIA
efeitos. Desde a sua promulgação estão aptas para produzir todos os seus efeitos,
PLENA
independentemente de qualquer norma integrativa infraconstitucional.
Assim como as plenas são de eficácia direta e imediata. No entanto, podem ter
EFICÁCIA sua abrangência reduzida por uma norma infraconstitucional,da própria CF ou
CONTIDA por preceitos ético-jurídicos, como a moral e o bom costume (#SELIGANOTERMO:
“normas de contenção”).
São de aplicação mediata ou indireta, pois há necessidade de uma lei para mediar
sua aplicação. Se não houver a lei, não produz efeitos. Mesmo com a sua promulgação,
EFICÁCIA não está apta para produzir todos os seus efeitos, necessitando de regulamentação
LIMITADA infraconstitucional para ter eficácia. Há duas espécies de normas limitadas:
1. Limitada de princípio institutivo ou organizativo.:
1 http://www.senado.gov.br/noticias/especiais/constituicao25anos/historia-das-constituicoes.htm
são normas por meio das quais o constituinte originário traça as linhas mestras
de uma determinada instituição, delimitando sua estrutura e atribuições, as quais,
contudo, só serão detalhadas por meio de lei.
2. Limitada programática: se reveste em forma de promessas ou programas que visam
atingir fins sociais. Característica principal da Constituição Dirigente.
Vale destacar que as normas de eficácia limitada, embora tenham aplicabilidade reduzida e
não produzam todos os seus efeitos desde a promulgação da Constituição, possuem eficácia jurídica.
Guarde bem isso: a eficácia dessas normas é limitada, porém existente. Diz-se que as normas de
eficácia limitada possuem eficácia mínima. Diante dessa afirmação, cabe-nos fazer a seguinte pergunta:
quais são os efeitos jurídicos produzidos pelas normas de eficácia limitada?
• Pela eficácia DIRETA, temos a possibilidade de se extrair uma regra do núcleo essencial do princípio,
permitindo a subsunção.
• Pela eficácia INTERPRETATIVA, entende-se que as normas jurídicas devem ter seu sentido e alcance
determinados de maneira que melhor realize a dignidade humana, que servirá como critério de
ponderação na hipótese de colisão de normas.
• A eficácia NEGATIVA, de caráter geral ou particular, paralisa ou neutraliza a incidência de regra jurídica
que seja incompatível com a dignidade humana.
• Não há um método de interpretação pré-determinado para cada caso concreto.
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
PRINCÍPIOS CARACTERÍSTICAS
A interpretação deve evitar a contradição entre normas constitucionais,
que devem ser vistas em sua totalidade, e não como normas isoladas. Não
UNIDADE DA
há hierarquia formal entre normas constitucionais, podendo haver hierarquia
CONSTITUIÇÃO
material (ex: direito à vida). Isso explica a impossibilidade de haver norma
constitucional originária declarada inconstitucional.
Deve-se optar pela interpretação que dê maior efetividade e concretude
MÁXIMA
à norma, evitando a sua não aplicabilidade. Visa, portanto, a maximizar a
EFETIVIDADE
norma, a fim de extrair dela todas as suas potencialidades.
A Constituição, assim como as demais normas do ordenamento, possui eficácia
FORÇA
e aplicabilidade, devendo ser interpretada da forma que melhor assegure
NORMATIVA DA
a sua aplicação concreta. É uma autêntica norma jurídica e não uma mera
CONSTITUIÇÃO
proclamação política.
CORREÇÃO
É corolário do princípio da separação de poderes. Traduz a ideia de que a
FUNCIONAL,
interpretação das normas constitucionais não pode subverter o esquema de
JUSTEZA OU
organização funcional estabelecido na Constituição.
CONFORMIDADE
PRINCÍPIO Esse princípio busca que na interpretação da Constituição seja dada preferência
DO EFEITO às determinações que favoreçam a integração política e social e o reforço
INTEGRADOR da unidade política.
HARMONIZAÇÃO
Deve-se evitar o sacrifício total de uma das normas diante de um conflito,
OU
buscando-se a coexistência delas, através de uma ponderação de interesses
CONCORDÂNCIA
no caso concreto. É consequência do princípio da unidade da Constituição.
PRÁTICA
Trata-se de técnica interpretativa cujo objetivo é preservar a validade das
normas, evitando que sejam declaradas inconstitucionais. Ao invés de se
declarar a norma inconstitucional, o Tribunal busca dar-lhe uma interpretação
que a conduza à constitucionalidade. A interpretação conforme pode ser
de dois tipos: com ou sem redução do texto.
a) Interpretação conforme com redução do texto: Nesse caso, a parte viciada
INTERPRETAÇÃO é considerada inconstitucional, tendo sua eficácia suspensa.
CONFORME A b) Interpretação conforme sem redução do texto:
CONSTITUIÇÃO
Nesse caso, exclui-se ou se atribui à norma um sentido, de modo a torná-la
compatível com a Constituição.
Dimensões a serem consideradas:
• Prevalência da constituição;
• Conservação da norma;
Ronald Dworkin: A distinção é de natureza lógico-argumentativa, pois somente pode ser percebida
por meio dos usos dos argumentos e razões no âmbito de cada caso concreto. a) Regras: Lógica do
Tudo ou Nada; b) Princípios: são dimensões de peso. Utiliza-se da lógica da Ponderação.
MÉTODOS CARACTERÍSTICAS
MÉTODO Considera que a Constituição é uma lei como qualquer outra, devendo
JURÍDICO ser interpretada usando as regras da Hermenêutica tradicional, ou seja, os
(HERMENÊUTICO elementos literais (textual), lógico (sistemático), histórico, teleológico e
CLÁSSICO) genético.
MÉTODO
Há prevalência do problema sobre a norma, ou seja, busca-se solucionar
TÓPICO-
determinado problema por meio da interpretação da norma constitucional.
PROBLEMÁTICO
Criado por Konrad Hesse, segundo o qual a leitura da Constituição inicia-
MÉTODO se pela pré-compreensão do seu sentido pelo intérprete. O método
HERMENÊUTICO- hermenêutico-concretizador diferencia-se do método tópico-problemático
CONCRETIZADOR porque, enquanto este pressupõe a primazia do problema sobre a norma,
aquele se baseia na prevalência do texto constitucional sobre o problema.
A interpretação da Constituição deve considerar a ordem ou o sistema
MÉTODO
de valores subjacentes ao texto constitucional. A Constituição deve ser
INTEGRATIVO
interpretada como um todo, dentro da realidade do Estado. Tanto a
OU CIENTÍFICO-
Constituição, como o Estado, são entendidos como fenômenos culturais ligados
ESPIRITUAL
a valores, funcionando como elementos integradores da comunidade.
MÉTODO
NORMATIVO- A norma seria o resultado da interpretação do texto aliado ao contexto.
ESTRUTURANTE
PODER CONSTITUINTE
Para os juspositivistas, os quais preconizam não haver direito antes de se aferir a existência de
um Estado, o poder constituinte é anterior ao próprio direito, logo, é um poder de fato, metajurídico,
não integrando o mundo jurídico nem possuindo natureza jurídica. A titularidade do Poder Constituinte
Originário pertence ao povo.
• pós-fundacional – parte de uma ruptura institucional de ordem vigente para elaborar a nova
Constituição que sucederá a anterior, revogando integralmente a precedente.
#SELIGANATABELA:
O poder constituinte derivado decorrente é perceptível no Distrito Federal, mas não nos Municípios,
pois a lei orgânica do DF, assim como ocorre com as Constituições estaduais, é um documento que só está
submetido à Constituição da República. Os municípios são formatados por documentos condicionados
simultaneamente à constituição estadual e à Constituição Federal, isto é, se sujeitam a uma dupla
subordinação, o que tornaria eventual poder decorrente do município em um poder de terceiro grau.
• Secundário.
Manifesta-se diante das imperfeições, obscuridades, omissões deixadas na CF. A correção é feita por
convenções constitucionais, costumes constitucionais e mutações constitucionais.
Suas normas criadas se sujeitam ao controle de constitucionalidade, pois não se sobrepõem formal
ou materialmente ao poder constituinte derivado.
É o poder que cria uma constituição, no qual cada Estado cede uma parcela de sua soberania
para que uma constituição comunitária seja criada. O titular desse poder não é o povo, mas o
cidadão universal.