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AGÊNCIA TEIA: INTELIGÊNCIA COLETIVA NA

COBERTURA COLABORATIVA DA TEIA 2007

UMA AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DE JORNALISMO CIDADÃO


ARTICULADA A PARTIR DE UMA REDE DE CONVERSAÇÕES
ORGANIZADA EM UM MODELO DE APRENDIZAGEM INFORMAL

LÍGIA GIATTI
2

RESUMO:

Este artigo relata e discute a experiência de construção coletiva de inteligência de


grupo a partir de diversas técnicas de conversação combinadas, resultando na
produção colaborativa de uma cobertura jornalística compartilhada de um evento
multi-cultural urbano de alcance nacional. A experiência descrita aconteceu em
novembro de 2007, em Belo Horizonte, na organização da cobertura da Teia 2007,
evento do calendário oficial do Ministério da Cultura que reuniu aproximadamente
de três mil representantes de mais de oitocentos Pontos de Cultura de todo o Brasil.

PALAVRAS-CHAVE:

Conversações; Aprendizagem Informal; World café; Inteligência de grupo;

1 UMA MULTIDÃO DISCUTINDO CULTURA DEMOCRATICAMENTE

A Teia 2007 1 aconteceu de 7 a 10 de novembro de 2007 na cidade de Belo Horizonte e


contou com a presença de produtores culturais, artistas, ativistas, agentes de cultura, atores
sociais e comunicadores2 reunidos em uma jornada de encontros, debates e atividades
culturais.

Dada as caracteristicas do evento, o Ministério da Cultura apontou para a


necessidade de garantir a pluralidade de opiniões, a democratização das informações. Para
tanto instaurou-se a necessidade de uma cobertura das informações produzidas durante o
evento de modo mais amplo, que contemplasse efetivamente a simultaneidade de
acontecimentos durante o evento. O Instituto Pensarte, organizador do evento, optou por

1
A TEIA 2007 foi maior encontro da diversidade cultural no Brasil. O evento reuniu os Pontos de Cultura
participantes do Programa Nacional de Cultura, Educação e Cidadania - Cultura Viva, do Ministério da Cultura,
e neste ano centralizou-se na relação entre Cultura e Educação. A proposta de um encontro presencial dos
Pontos de Cultura correspondeu aos esforços do Ministério da Cultura de construir de forma sistematizada,
organizada e democrática, uma política pública de cultura para o país respaldada e orientada pelo Plano e pelo
Sistema Nacional de Cultura
2
Produção Cultural é uma atividade profissional que consiste em gerenciar a organização de eventos culturais
ou a confecção de bens culturais. Produtores culturais podem organizar shows, exposições de arte, espetáculos
de música, dança, teatro, ou coordenar a gravação de discos, vídeos, programas de TV, rádioum show, um
evento, um festival, uma mostra, etc. e inúmeras outras atividades de expressão cultural. Agente cultural é o
que cria as condições necessárias para a realização, de projetos e ações que objetivam colocar os indivíduos, as
comunidades e a sociedade em geral em contato com as manifestações artísticas e culturais. Atores Sociais
atores sociais são todos os que representam algum papel na sociedade. Exemplo: os pontos de cultura são atores
sociais porque representam o papel reservado a eles no contrato que os cria.
3

promover a ação de formação de um grupo de jornalistas cidadãos para a cobertura das


inúmeras atividades da Teia 2007

O Instituto Pensarte é uma organização cultural de interesse público, com o objetivo


de articular o setor cultural contribuindo para transformação da sociedade por meio da cultura.
Envolvendo-se com importantes causas3 no Brasil e no exterior, o Instituto é o principal motor
no avanço das políticas culturais.
Atua como uma plataforma da atividade cultural no Brasil, amparado por uma base de mais
de 400 associados. E para alcançar seus objetivos, o Instituto Pensarte atua em três frentes:
captação de informação, debate e processamento de idéias e transmissão de conhecimento, o
que se traduz na realização de cursos e seminários, debates, publicações, pesquisas e difusão e
inclusão da cultura.
Para organizar um grupo de cidadãos voluntários denominados jornalistas cidadãos,
sem experiência profissional em jornalismo, oriundos de vários lugares do Brasil, em tempo
exíguo para formação (apenas dois dias de pré-encontro), buscou-se uma metodologia que
atende-se as necessidades e particularidades da proposta. E para estabelecer esta metodologia
foi convidada a Papagallis4
A partir do diagnóstico sobre o cenário da Teia 2007 e a proposta da criação de uma
cobertura jornalística a partir de um grupo de cidadãos sem especialização profissional em
comunicação, a Papagallis optou pela aplicação das chamadas metodologias de Espaço
Aberto, organizadas por Harrison Owe5.

1.1 METODOLOGIAS DE CONVERSAÇÃO EM ESPAÇOS ABERTOS

A metodologia de reunião em Espaço Aberto (Open Space Technology) foi iniciada


por Harrison Owen, que a definiu como sendo não proprietária e não necessitando de
qualquer tipo de "certificação".

3
O Instituto possui, ainda, o site Cultura e Mercado, uma revista eletrônica que visa articular o setor cultural em
torno de políticas culturais mais democráticas e um mercado cultural mais saudável. E Hoje o Instituto está
basicamente movimentando o setor da cultura para acompanhar os desfechos da Lei Rouanet.
4
Empresa especializada em aprendizagem informal para redes sociais que atua em comunidades, empresas
eorganizações que buscam, através do diálogo verdadeiro e aberto, a solução de conflitos, a implantação de
processos de inovação ou apenas uma reflexão lúcida e compartilhada sobre algum tema de interesse do grupo.
5
Harrison Owen é presidente da H.H.Owen and Co.O seu passado acadêmico centra-se na natureza e na função
do mito, do ritual e da cultura. Em 1977 criou a H.H.Owen and Company de forma a explorar a cultura das
organizações em transformação como consultor teórico e de prática. Harrison reuniu o Primeiro Simpósio
Internacional de Transformação Organizacional, e é deu origem à Tecnologia de Espaço Aberto.
4

A metodologia de Espaço Aberto permite resultados particularmente significativos


quando o trabalho a realizar é complexo, as pessoas e idéias envolvidas são diversificadas, a
paixão pela resolução (e o potencial de conflito) são elevados e o tempo para obter resultados
é escasso. Esta metodologia já foi caracterizada como "paixão conjugada com
responsabilidade", "energia de um intervalo para café", "auto-organização intencional",
"espírito em ação", "caos e criatividade", "evolução da organização"6, e constitui um meio
simples e poderoso para mover pessoas e organizações, quando e onde é mais necessário.

Embora a metodologia de Espaço Aberto seja conhecida pela sua aparente falta de
estrutura e abertura a surpresas, acontece que as reuniões em espaço aberto são, na realidade,
bastante estruturadas só que essa estrutura está adaptada de forma tão perfeita às pessoas e
atividades a realizar que quase não é percebida, no seu papel de suporte (e não de bloqueio)
ao trabalho de alta qualidade.

“Temos vindo a perceber que a "magia" por detrás do Espaço Aberto é


o poder da auto-organização, e até este ponto tenho de acreditar que
não há sistemas que não sejam auto-organizados. É verdade que há
alguns indivíduos (iludidos) que pensam que trataram da organização.
Sendo esse o caso, as organizações já são organizações em espaço
aberto. Elas simplesmente não o reconhecem e continuam a agir como
se alguém estivesse mesmo no comando.” (OWEN, 2002)7

De fato, os planos e decisões a que se chega nas reuniões oriundas do espaço aberto
são geralmente mais complexos, mais sólidos e mais duráveis e são implementados de forma
muito mais rápida que os desenvolvidos por especialistas ou gestores, usando métodos
tradicionais

6
IBERIAWIKI on-line. Disponível em <http://www.openspaceworld.org/cgi/iberia.cgi?Espa%E7oAberto>
acesso em 26 mai. 2008.
7
PORTAL KMOL on-line: Dispo em <http://www.kmol.online.pt/pessoas/OwenH/entrev_1.html> Entrevista:
Harrison Owen. Ana Neves e Artur Ferreira da Silva - Abril, 2002. Portal KMOL. acesso em 9 jun. 2008.
5

“Agir por paixão aliada à responsabilidade capaz de produzir um alto


nível de aprendizagem, um alto nível de participação, um espírito
genuíno de comunidade, e, geralmente, muita diversão.” (OWEN,
2002)8

Feita a escolha da metodologia o próximo passo foi estabelecer um roteiro que


atendesse especificamente às necessidades de construção da rede de cidadãos para cobertura
jornalística informal da Teia 2007.
O projeto de cobertura da teia 2007 tinha como objetivo ativar pessoas pelo diálogo e
estabelecer uma rede para a ação durante o evento. Para isso foram utilizadas as técnicas de
conversações, como o World Café e desconferência.
Estas técnicas permitem que as pessoas conversem sobre um tema proposto,
compartilhem suas idéias e opiniões, encontrem uma convergência em suas discussões em
pequenos grupos e, por fim, foquem suas conversações em assuntos específicos, de acordo
com as escolhas dos indivíduos.

1.1.1 World Café

O World Café é um processo dinâmico, flexível e acolhedor que reúne pessoas em torno
de questões importantes e significativas, promovendo conversas colaborativas, onde os
indivíduos podem compartilhar seus conhecimentos e descobrir novas formas de ação em
conjunto.
Fundando na hipótese de que as pessoas tem total capacidade de trabalharem juntas, não
importando o quão distintas elas sejam, o processo das conversações no café acontecem a
partir do pressuposto de que cada individuo trás dentro de si a sabedoria, a criatividade e a
flexibilidade para enfrentar, refletir e até mesmo resolver os mais difíceis desafios.

“O World Café pode dar uma contribuição especial quando o


objetivo é o uso focalizado do diálogo para aumentar relações
produtivas, aprendizado colaborativo e insight coletivo.”
(BROWN, 2007, p.24)

A dinâmica do World Café funciona de forma simples. A sua estrutura lembra um


espaço de “Café”, com mesas redondas, enfeitadas com toalha e flor. Em cada mesa, cinco
8
PORTAL KMOL on-line: Dispo em <http://www.kmol.online.pt/pessoas/OwenH/entrev_1.html> Entrevista:
Harrison Owen. Ana Neves e Artur Ferreira da Silva - Abril, 2002. Portal KMOL. acesso em 9 jun. 2008.
6

cadeiras estão colocadas para que as pessoas possam se acomodar distribuídas como
quiserem.
Dentro deste espaço as pessoas são convidadas a participarem de rodadas de diálogos.
Estas rodadas são motivadas por perguntas interessantes e desafiadoras que proporcionam
novas conexões, abrindo espaço para novas possibilidades a serem exploradas.
Cada rodada acontece entorno de vinte minutos, logo após o termino deste tempo, as
pessoas são convidadas a mudarem de lugar e se sentarem com pessoas diferente e novamente
responder à pergunta.

“A introdução de perguntas poderosas parece funcionar com


um “atrator” que centraliza a atenção nas “sinapses da mente
do grupo”, ativando assim a capacidade de auto-organização
da rede de conversações” (BROWN, 2007, p.131)

As redes de conversações nascem quando os indivíduos são encorajados a levar a diante


suas contribuições particulares durante as rodadas de conversação. As pessoas constroem em
cima das idéias de outras pessoas, cada individuo contribui a partir de sua perspectiva, criando
então uma nova forma de entendimento.
Com essas conexões surgem novas possibilidades que ninguém conseguiria enxergar
sozinho. Através deste movimento, que podemos chamar de “polinização cruzada”, começa a
emergir a inteligência coletiva. Percebe-se o grupo se movimentando em direção a coerência.
Já não são mais idéias desconectadas colocadas para o grupo, à uma auto-organização
partindo da união e validação dos pensamentos.

“A polinização cruzada de pessoas e idéias combinada com o


uso disciplinado de perguntas com atratores que talvez seja a
contribuição fundamental do World Café para a aprendizagem
dialogal e para a inteligência coletiva” (BROWN, 2007, p.135)

O processo de conversação no café, de certa forma, educa os diálogos. A dinâmica leva


as pessoas a colaborarem com suas idéias e opiniões para a construção de um tema comum. A
intenção dos diálogos deixam de ter uma característica defensiva, para uma característica
colaborativa, trazendo as pessoas para uma experiência única de construção em grupo, que
não precisa ser necessariamente um consenso.
7

O World Café tem implicações práticas imediatas para o planejamento de reuniões e


conferências, construção de relacionamentos, compartilhar conhecimentos e idéias, inovação
compartilhamento de visões, desenvolvimento pessoal e de liderança, planejamento de ações e
estratégias.
Existem, para balizar e organizar o plano do World Café, sete princípios que além de
utilizados na dinâmica do World Café, podem ser utilizados para enriquecer e melhorar a
qualidade de outras formas de conversações.

“Todos os princípios de desenho do World Café funcionam


juntos como um projeto para a emergência a fim de aumentar a
probabilidade (mas nunca a certeza) de avivar um campo de
investigação gerador e objetivo, no qual a magia da
compreensão e da percepção coletivas possa ser elevada”.
( BROWN, 2007, p.135)

1 Estabeleça o contexto
Primeiramente preste atenção ao motivo pelo qual você está reunindo as pessoas. Saber
a finalidade da sua reunião lhe permite considerar quais participantes precisam estar lá e que
parâmetros são importantes para atingir o seu objetivo.
A diversidade é muito importante para estes encontros. Visões diferentes produzem
resultados criativos e ricos. No processo dialógico do café, processo e resultado não são
separados. Não há portanto pressão para obtenção de resultados imediatos já que o processo
em si é extremamente valioso.
Com isto, a colaboração entre pessoas com pontos de vista diferentes é muito mais fácil
e pacífica. Deste modo é possível e encorajado que se convide pessoas de diferentes níveis
sociais, áreas de conhecimento e, no caso de empresas, de diferentes níveis hierárquicos, para
enriquecer o processo criativo do café.

2 Crie um espaço acolhedor


O grande segredo do World café, é a estrutura do espaço físico. O convite para se
participar de um encontro como este, é reforçado quando o espaço adquire uma caracteristica
natural, acolhedora e convidativa.
8

Promover um espaço onde as pessoas possam se sentir confortáveis, é encorajar a


qualidade das conversações. Quando as pessoas se sentem confortáveis para serem elas
mesmas, a fala, a escrita e o pensamento ficam mais destemidos e criativos.
A disposição das mesas redondas e cadeiras num padrão não ordenado e aleatório, ao
invés de fileiras arrumadinhas, auxiliam o esforço colaborativo. Nas mesas você encontra uma
toalha branca com outra toalha de papel em cima (onde as pessoas registram as
conversações), pequenos enfeites de flores e canetinhas coloridas.
Uma mesa grande de café da manhã é muito bem vinda. Quitutes que podem ser levados
para as mesas de trabalho são ótimas opções, pois flexibiliza o momento Coffe-break.
Aliás no World café, não há intervalo para o coffe, a mesa de comida fica aberta a todo
momento, quem quiser pode-se levantar e trazer as coisas para mesa e continuar trabalhando.
Desta forma não interrompemos o fluxo dos pensamentos, e as pessoas se sentem mais
tranqüilas em saber que podem se movimentar livremente.
Um som ambiente deve estar ao fundo durante todo o encontro, com músicas agradáveis
como nas cafeterias tradicionais.
A informalidade do ambiente, traz aos participantes a lembrança e a sensação subjetiva
de estar em casa, trazendo uma tranqüilidade fundamental para o surgimento da criatividade e
da colaboração.

3 Explore questões significativas


Encontrar e estruturar perguntas relevantes para aqueles que estão participando no seu
Café é fundamental e pode produzir profundos resultados. O seu Café pode explorar uma
única questão somente, ou diversas questões podem ser desenvolvidas para dar apoio a uma
progressão lógica de descoberta por todas as diversas rodadas de diálogos.
Em muitos casos várias conversações no Café tratam de descobrir e explorar perguntas
poderosas, enquanto acabam facilitando a busca e descoberta de soluções eficazes.
A solução de uma questão, pode ser uma nova pergunta mais profunda e/ou importante
para o grupo reunido.
Uma pergunta eficaz geralmente não é carregada de pressupostos, ou seja, ela é aberta
suficientemente para dar campo à criatividade do grupo, e ela surge em co-relação ao primeiro
princípio do café (definir contexto).
9

“Uma pergunta eficiente é clara e simples, desafia os


pensamentos, gera energia, coloca foco na investigação levanta
hipóteses e abre novas possibilidades!” ( BROWN, 2007, p.183)

4 Estimule a contribuição de todos


Como líderes, estamos cada vez mais conscientes da importância da participação, mas a
maioria das pessoas não quer somente participar, quer também contribuir ativamente para
fazer a diferença. É importante encorajar a todos os presentes no seu encontro a contribuir
com idéias e perspectivas, permitindo também que qualquer um possa participar
simplesmente ouvindo, se este é seu estilo ou vontade.
O World Café permite a contribuição dos mais tímidos inclusive, que podem expressar
suas idéias ou sentimentos através das toalhas que estão na mesa. Muitas idéias são colhidas
através das imagens e textos dispostos nas toalhas.

5 Promova a polinização cruzada e conecte pontos de vista


A oportunidade de passear entre as mesas, conhecer novas pessoas, contribuir
ativamente com o seu pensamento e ligar a essência das suas descobertas aos círculos de
pensamento em constante ampliação é uma das características marcantes do Café. Enquanto
os participantes levam idéias-chave ou temas para novas mesas, compartilham perspectivas,
enriquecendo a possibilidade de insights surpreendentemente novos.

6 Escutar juntos para descobrir padrões, percepções e questões mais profundas


Por meio da prática de escutar em grupo e prestar atenção aos temas, padrões e insights,
começamos a sentir uma conexão ao conjunto maior. Após várias rodadas de conversação, é
útil participar de uma conversação em plenária. Isto oferece ao grupo inteiro uma
oportunidade de conectar os temas gerais ou perguntas que agora estão presentes.

7 Colha e compartilhe descobertas coletivas

Isto pode ser feito de várias maneiras, desde a escrita na toalha de mesa ou tento alguém
diagramando as conversas em um grande painel na parede. Um grande círculo de conversas
no final de pergunta do café ajuda neste compartilhar de idéias.Um redator gráfico pode ser
chamado para traduzir as conversações do café em imagens, que trazem ao máximo uma visão
de grupo compartilhada.
1

1.1.2 Desconferência

O formato de uma desconferência é baseado na premissa de que seja qual for o tipo de
profissão, as pessoas na audiência - não apenas aquelas selecionadas para falar no palco- têm
pensamentos interessantes, insight, e habilidades para compartilhar.

Todos que presenciam uma desconferência, são requeridas a participar de alguma forma:
se apresentar, de falar sobre algum tema em um painel, de mostrar uma projeção de algum
trabalho realizado, ou apenas fazer um monte de perguntas.

Como um evento, o caráter da desconferência fica em algum lugar entre aquele de um


bazar e aquele de um salão intelectual. Ou seja é, para apropriar da frase, um livre “mercado
de idéias”. Não há temas ou direções para guiá-lo,como em uma típica conferência, o evento é
centrado naquilo que pode ser chamado de grupo de discussão.

Nunca podemos saber exatamente o que vai acontecer quando se abre um espaço onde
as pessoas analisam os seus problemas mais importantes e desenvolvem soluções para eles;
mas há alguns resultados que se podem garantir quando um grupo usa a metodologia de
espaço aberto:

1. Serão abordadas todas as questões que são mais importantes para os participantes;

2. Todas as questões levantadas serão tratadas pelos participantes mais qualificados e


mais capazes de obterem resultados em cada uma delas;

3. Num tempo limitado, de um ou dois dias, todos os dados, questões, idéias, discussões,
recomendações e conclusões mais importantes, bem como questões para análise
posterior e planos de ação imediatos são documentados num relatório descriminado e
significativo que é elaborado, impresso e está nas mãos dos participantes antes de eles
abandonarem a reunião;

4. Quando for conveniente, o conteúdo desse relatório pode ser priorizado em poucas
horas suplementares, mesmo com grupos grandes (da ordem das centenas de pessoas);

5. Os resultados podem ser disponibilizados de imediato a toda a organização ou


comunidade, permitindo envolver imediatamente na implementação todas as partes
interessadas;

6. Estes resultados podem ser obtidos e implementados de forma mais rápida que com
qualquer outra metodologia de "intervenção em grupos grandes". É literalmente
1

possível obter em dias ou semanas o que outras abordagens necessitam de meses ou


anos para realizar.

Milhares de reuniões bem sucedidas que usaram a metodologia de reunião em espaço


aberto, em todos os continentes, demonstram que ela funciona, permitindo resolver problemas
ou enfrentar novas oportunidades e mobilizar pessoas e energias para a sua resolução rápida.
Mas isso também significa que muitas coisas serão diferentes do que eram antes: coisas que se
pretendiam obter são realizadas, e coisas que se pretendia ver desaparecer, desaparecem; mas,
por vezes, também acontecem coisas que não se previam mas é assim mesmo que é a vida,
em particular em períodos de mudança e turbulência como são os nossos. Em conclusão: a
metodologia de espaço aberto devolve vida às organizações e devolve as organizações à vida.

1.2 ROTEIRO DAS CONVERSAÇÕES

No sábado dia 7 de outubro, a oficina contou com 150 participantes vindos de vários
estados do Brasil, estudantes, ativistas, jornalistas, bloqueiros, educadores e comunicadores
dos pontos de cultura.

Começamos com uma grande celebração dançando uma ciranda do norte. Os 150
oficineiros se reuniram em círculos, todos de mãos dadas, e ao som da musica pudemos
compartilhar de um momento de alegria e boas-vindas.

A ciranda inicial já anunciou que aquele dia de trabalho não seria como um outro
qualquer. Imagino que naquele momento geramos uma série de expectativas e curiosidades
nas pessoas, por recebe-los tão informalmente.

Para que todos do grupo pudessem saber um pouco mais de onde vieram as outras
pessoas do grupo, logo após a dança, fizemos algumas perguntas a respeito das atividades que
cada um exercia e sobre o por que cada indivíduo estava presente. Então as pessoas iam se
organizando em pequenos grupos que as representavam de acordo com a pergunta.

Com esta simples atividade conseguimos ter uma noção das múltiplas personalidades
presentes possibilitando ao grupo uma forma mais prática se no meio da multidão poder
identificar as pessoas.

Como havíamos previsto, nem todos que estavam na oficina estavam porque realmente
queriam. Portanto para proporcionarmos uma espécie de reflexão sobre o “porque” de
1

individuo estar presente naquele encontro, espalhamos folhas de papel, e pedimos para que
cada um representa-se através de uma palavra, o tinha vindo procurar.

Chamamos esta atividade de “Feira da Palavra”, pois o grupo, logo após decidir a
própria palavra, saiu a procura de outras pessoas com palavras semelhantes (ou não) para se
agruparem novamente.

Todos gritavam alto suas palavras chamando as pessoas para perto, outros saiam
buscado pelas mãos e outros ficavam parados esperando ser chamados. No meio do caos,
podia-se ver uma multidão se organizando organicamente de uma forma rápida e muito
interessante.

Um grupo de pessoas por exemplo, se agrupo através de palavras diferentes.


“Nós nos organizamos assim pois viemos buscar exatamente essa diversidade de coisas.
Agora juntos vamos tentar entrar em um consenso de uma palavra que nos represente, parece
difícil, mas acho que dá!” comentou um participante, quando perguntamos por que eles
haviam se reunido daquela forma.

E por fim, através de diálogos em pequenos círculos, os pequenos grupos consensuaram


em uma só palavra, um propósito para representa-los.

Depois de compartilhar os propósitos e as expectativas, começamos efetivamente a


trabalhar no tema.

1.3 OFICINA DE JORNALISMO CULTURAL INDEPENDENTE

O tema escolhido para iniciar a ativação da rede de cidadão durante os encontros de


preparação foi o “Jornalismo Cultural Independente”. Este conceito era absolutamente inédito
até então, e justamente por isso foi escolhido, para permitir uma construção coletiva livre de
quaisquer contaminações conceituais anteriores.

A mobilização para a cobertura da Teia 2007 então se deu a partir dos seguintes itens:

• Discussão pública das sugestões de pauta entre os participantes envolvidos e o público em


geral.

• Abertura para que qualquer pessoa pudesse sugerir pautas a serem cobertas,

• Organização dos participantes para que o evento pudesse ser coberto da maneira mais
ampla possível, através da divisão de pautas que organizada em um ambiente tecnológico
aberto.
1

• Publicação das matérias produzidas nos veículos pessoais tais como blogs, flickr, sites,
twitter e etc. Afins de promover a visibilidade do jornalista ou do coletivo envolvido com
a cobertura daquela pauta;

• Linkagem das diversas matérias produzidas com suas respectivas pautas previamente
discutidas, afins de promover o conhecimento de como se originou aquela cobertura e
quais foram todos seus desdobramentos;

• Agregação das diversas matérias produzidas nos vários meios espalhados pela internet
pelos diversos blogueiros e participantes afins de concentrar as informações sobre a
cobertura do evento como um todo, de forma a facilitar a visualização de todas as matéria
produzidas sobre o evento, publicando o todo conteúdo produzido no site "Agência Teia
2007", que também dará destaques a algumas notícias que serão criadas a partir do
conteúdo dos participantes;

• Criação de notícias por editores dedicados a agência teia 2007. essas notícias serão
linkadas as matérias que as originaram, deixando todo o processo de seleção de notícias
público, desde o momento de sua discussão de pauta até o momento de edição da notícia
pelos editores da agência teia.

1.4 RESULTADO FINAL

De modo geral os objetivos pretendidos pela cobertura de Jornalismo Cultural


Independente foram alcançados. Mais de três mil postagens, mil fotos e duzentos vídeos, na
estimativa do Instituo Pensarte, foram publicados na internet com a indicação 'Teia2007'.

Dos cento e cinqüenta participantes dos encontros de preparação, pelo menos noventa
participaram ativamente da cobertura da Teia 2007 em seus cinco dias de edição.

A grande maioria de eventos, encontros, palestras, show e atividades culturais


programadas e não-programadas da Teia 2007 receberam pelo menos uma publicação feita
por algum participante do Jornalismo Cultural Independente.

Diversos depoimentos favoráveis ao resultado do trabalho e especificamente à


metodologia empregada:

“A oficina ocorreu de maneira fervorosa, 105 agentes sairam daqui cheios de


gás para fazer a cobertura da TEIA. Os papagaios tocaram com maestria as
dinâmicas, merecendo elogios até dos mais avessos as dinâmicas em grupo. A
1

Cibelle montou uma estrutura redonda e aconchegante. Nossa turma


Pensartiana se realizou vendo a idéia prosperar. Nas rodas dos botecos da
cidade tem muito jovem falando disso! Começamos bem, apesar de todas as
dificuldades”.

Publicado por Bento Huzak Andreato, Presidente do Instituto Pesnarte

__________________________________________________________________

“Acabou há pouco a Oficina de Jornalismo Independente, uma proposta


inovadora para a cobertura jornalística da ampla programação do TEIA 2007,
que começa nesta quarta 7 aqui em BH. Cerca de 100 pessoas - educadores,
produtores culturais, jornalistas, estudantes e mais! - interagiram durante todo
o sábado e domingo na Casa do Conde. O calor intenso do dia não diminui o
calor intenso das discussões.
O primeiro dia foi dedicado a ampliar o conceito do que seria um 'jornalismo
cultural' no contexto do encontro nacional dos Pontos de Cultura, ação do
Programa Cultura Viva do MinC, que tem na diversidade de propostas culturais
e educacionais um dos seus pontos fortes. Uma metodologia envolvente de
interação entre os participantes fez com que essa centena de pessoas se
(re)conhecesse e percebesse uma possível unidade em meio à multiplicidade.
Hoje foi o dia da prática: reuniões de pauta, programação, cobertura,
workshops-relâmpago voltados a apresentar as ferramentas colaborativas que
marcam a proposta do trabalho que será desenvolvido ao longo da semana.
Este blog se enquadra na proposta colaborativa da oficina, estando ligado à
Agência de Notícias do TEIA 2007. Conheça o espaço democrático em
http://www.agenciateia2007.org.br/.
Postado por Zonda Bez, oficineiro.
Disponível em <http://nordestenateia2007.blogspot.com/2007/11/ativados-para-teia-
2007.html>
________________________________________________________________
“O que foi a oficina?
Um espaço para refletir. Longe de receber respostas, nesse espaço fomos
instigados a ouvir, pensar e falar sobre o porquê de estarmos ali, sobre o que é
jornalismo cultural independente, sobre para quem é o jornalismo cultural
independente. A dinâmica das conversas foi orientada pelo pessoal da
1

Papagallis, que fez até mímica para que nós todos (uma média de 100 pessoas
por turno) nos entendessemos. Foi usada uma metodologia que eles chamaram
de "Café dos Oficineiros", várias mesas espalhadas no salão, com até 5 cadeiras
cada, em cada uma delas foi instituido um anfitrião e os demais ficavam
circulando pelas outras mesas a cada 15 minutos. As toalhas eram de papel e
havia diversas canetinhas, resultado... todas as mesas ficaram muito rabiscadas
e desenhadas e etc, como na foto acima. A cada nova conversa iam caindo
preciosos pedaços de pensamento sobre a mesa, resultando em painéis que
tentavam clarear as repostas das perguntas.
E afinal, por que esta(va)mos aqui(lá)?
Bem, cada um tem/tinha um motivo pessoal. O meu era aprender mais sobre
Jornalismo Cultural. Trocar idéias. Conhecer pessoas. Reafirmar coisas que eu
já sabia. Me preparar para meu projeto experimental de graduação. (Ao que
tudo indica, o resultado foi positivo!)
Mas então, o que é jornalismo cultural independente?
Essa deu muito o que falar. Acredito que jornalismo cultural independente é um
tipo de produção comprometida com o real, com um carater de utilidade pública
(como todo jornalismo deve ser), descomprometido com o mercado. Busca dar
uma angulação diferente para suas pautas, tem uma liberdade maior para
abusar de uma linguagem mais informal e/ou literária, que entende cultura
muito além de produtos culturais pasteurizados, que respeita a diversidade da
palavra cultura, seguindo do cotidiano e das tradições até as artes e
extrapolando isso para onde quer que o cidadão desejar, que tem uma vontade
enorme de ser lido por quem quiser, onde se quiser e para isso é pensando de
forma a ser sempre acessível.

E para quem é o jornalismo cultural independente?


Nossa mesa chegou aos seguintes pontos:
- Para todos, dentro da realidade de cada um;
- Para quem quer;
- É preciso pensar como interagir com quem não quer;
- Pensar em como descentralizar a informação;
- É importante que a pessoa que se propõe a fazer o jornalismo cultural faça
uma busca de sua própria identidade cultural, de sua cultura popular;
1

- Feito isso, haverá sensibilidade na abordagem e na apresentação da


informação;
- É necessário ampliar as opções de fontes, ir além das fontes oficiais - numa
cobertura jornalistica tradicional (?) todos vão querer entrevistar os músicos,
fazendo jornalismo cultural independente, por que não pegarmos a letra da
música e traçar um paralelo com a realidade social e ver o que aquilo tem haver
com a vida da dona Mariazinha e do seu Zé;
- É necessário pensar a angulação da reportagem - Ter cuidado ao retratar a
dona Mariazinha, sem transforma-la em uma heroina brasileira que não desisti
nunca, que caminha 5000 km debaixo do sol para conquistar seu objetivo, que
seria personagem de reportagens do Fantástico ou do Globo Reporter;
- Buscar uma produção editorial diferente da grande mídia.
As respostas se confundem, ou mais que isso, as respostas se complementam.”

Publicado por: Rafael Munduruca

Disponível em <http://rafaelmunduruca.blogspot.com/2007/11/oficina-de-
jornalismo-cultural-teia_05.html>.

“Luiz Algarra/Papagallis e Elmo Juciano vestem a camisa TEIA/2007

Nos dias 03 e 04 de novembro deste ano, 105 oficineiros se reuniram, no espaço


cultural Casa do Conde em Belo Horizonte, para a concretização da Oficina de
Jornalismo Cutural Independente. Os trabalhos contaram com atividades de
discussão e reflexão sobre o jornalismo cultural independente. As dinamicas
apresentadas oportunizaram não só o intercâmbio de conhecimentos como abril
novas divisas aos participantes. " Acredito que o Jornalismo Cultural
Independente, é a prática da cidadania em seu mais alto grau, dentro da
liberdade de expressão." Concluiu Elmo Juciano, participante da Oficina. Ao
final das atividades em clima de muita alegria a equipe Papagallis, que trouxe
os facilitadores equipe foram aplaudidos, calorosamente, pelos participantes.
Durante as comemorações, os 105 oficineiros deixaram o local com a convicção
de que vestiram a camisa da TEIA/2007.”
1

Publicado por: Elmo Luciano da Silva

Disponível em
<http://100canais.ning.com/profiles/blog/show?id=1268316%3ABlogPost%3A
3343>.
1

Figura 1 – Página da Rede 100 Canais com


publicações dos partcipantes do evento.
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Figura 2 - TEIA – um álbum no Flickr


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Figura 3. Recepção: um bom Café da manhã.

Figura 4. Refletindo: “por que nós estamos aqui?”


2

Figura 5. Definindo a palavra que nos move para a oficna.

Figura 6. Word Café: O que é Jornalismo Cultural Independente?


2

Figura 7. World Café: Para quem é o Jornalismo Cultural Independente?

Figura 8. “Como se faz Jornalismo Cultural Independente?”


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Figura 9. Como se faz Jornalismo Cultural Independente?

Figura 10. Toalhas do Café. Registro dos grupos de diálogo.


2

2 CONCLUSÃO

Analisando a experiência da cobertura jornalística por cidadãos da Teia 2007 foi


possível comprovar a eficácia da aplicação de metodologias dialógicas como ferramentas de
construção coletiva de conceitos, aplicações e resultados.
Intermediados pelo diálogo, as pessoas aprendem que as idéias de construção coletiva
não são as mesmas e que é necessário buscar os pontos que existem em comum. Estes são
descobertos e conscientizados, por meio da metodologia. A diversidade cultural contribui de
forma decisiva para o sucesso do processo. Assim a participação de todas as facções do
sistema social envolvido em torno do tema ou atividade a ser planejada, é condição
fundamental para o sucesso. Com estas técnicas as pessoas encontram, a partir de suas
individualidades, fluxos de ação harmônicos, mesmo que não haja consenso entre suas idéias
e opiniões.
Estas metodologias permitem a convergência de uma inteligência coletiva, como
descrita por Piérre Levy (1999, p.28) "É uma inteligência distribuída por toda parte,
incessantemente valorizada, coordenada em tempo real, que resulta em uma mobilização
efetiva das competências".
O que vimos na Teia 2007 foi bem mais do que a produção de uma tarefa por diversos
autores, foi a construção de um espaço relacional dinâmico, democrático e auto-organizado,
precursor das novas modalidades de trabalho colaborativo que se apresentam como modelo
para as gerações futuras. A construção dos conceitos, das práticas e das conexões aconteceu a
partir do desejo e vontade de cada participante. A metodologia aplicada oferece amplo espaço
de expressão para os partcipantes.
Cada participante vem com seus próprios objetivos, estabelece suas próprias metas de
resultado e determina seu tempo de execução e ação. Os objetivos instrutivos são
determinados pelos aprendizes, e não pelo educador. Nesse sentido a própria experiência do
participante já é um resultado em si mesmo. Percebemos pela publicações nos blogs que, a
simples experiência de participação no encontro de formação, vivenciando a metodologia, já
foi considerada como um valor percebido pelos participantes.
O processo de aprendizagem de cada um se confundiu com a dinâmica do grupo como
um todo. A construção do conhecimento se deu a partir do espaço relacional. Enquanto os
participantes produziam e se observavam produzindo, no decorrer dos cinco dias de trabalho,
seus métodos, conceitos e formatos de publicação também evoluiram.
2

Podemos concluir que, para este tipo de trabalho em grupo onde a comunidade de
participantes não se conhecia, o objeto da ação se apresentava conceitualmente inédito e o
modelo de organização de trabalho dispensava uma liderança, a metodologia de espaços
abertos foi a mais indicada.
2

REFERÊNCIAS

DOCUMENTOS ELETRÔNICOS

_____PIONEERS OF CHANGE ASSOCIATES. Mapping Dialogue: A research project


profiling dialogue tools and processes
for social change
. April 2006
. Johannesburg, South Africa. Disponível em <www.pioneersofchange.net.>. Acesso: em 9
jun. 2008.

_____PORTAL KMOL. on- line. Disponpível em


<http://www.kmol.online.pt/pessoas/OwenH/entrev_1.html> Entrevista: Harrison Owen. Ana
Neves e Artur Ferreira da Silva - Abril, 2002. Portal KMOL. Acesso em: 9 jun. 2008.

_____IBERIAWIKI on-line. Disponível em


<http://www.openspaceworld.org/cgi/iberia.cgi?Espa%E7oAberto>. Acesso em 26 mai. 2008.

_____WORLD WIDE OPEN SPACE. Disponível em <www.openspaceworld.org>. Acesso


em: 23 mai. 2008.

_____OPEN SPACE WORLD MAP on-line. Disponível em


<www.openspaceworldmap.org>. Acesso em 9 jun. 2008.

_____OWEN, Harrison. Opening Space for Peace and High Performance. Disponível em
<www.openspaceworld.com>. Acesso em: 6 jun. 2008.

_____LUIZ NEVES DE AZEVEDO, Mário. Espaço Social, Campo Social, Habitus e


Conceito de Classe Social em Pierre Bourdieu. Revista Espaço Acadêmico – Ano III – Nº 24
– Maio de 2003. Disponpivel em <http://www.espacoacademico.com.br/024/24cneves.htm>.
Acesso em: 9 jun. 2008.

NORMAS DA ABNT NO WORLD on-line. Disponível em


<http://www.scribd.com/doc/1816529/Normas-ABNT-no-Word?ga_related_doc=1>. Acesso
em 9 jun. 2008.

LIVROS

_____BROWN, Juanita; ISAACS, David. The World Café: Dando Forma ao Nosso Futuro
por meio de Conversações Significativas e Estratégicas. São Paulo: Cultrix, 2007.

_____OWEN, Harrison. Coffe Break Produtivo. São Paulo: Novo Paradigma. 2003.

_____LÉVY, Pierre. A inteligência coletiva: por uma antropologia do ciberespaço. Tradução


de Luiz Paulo Rouanet. São Paulo: Loyola, 1998.

_____LÉVY, Pierre. A Inteligência Coletiva. São Paulo: Loyola. São Paulo, 2ª Edição, 1999.

_____LÉVY, Pierre. (2000). As tecnologias da Inteligência: o futuro do


pensamento na era da informática. Cibercultura. Lisboa: Instituto Piaget, 1990.
2

_____OWEN, Harrison, 1997. Open Space Technology A User s Guide. San


Francisco: Berrett-Koelher Publishers, 2nd edition.

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