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LÍGIA GIATTI
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RESUMO:
PALAVRAS-CHAVE:
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A TEIA 2007 foi maior encontro da diversidade cultural no Brasil. O evento reuniu os Pontos de Cultura
participantes do Programa Nacional de Cultura, Educação e Cidadania - Cultura Viva, do Ministério da Cultura,
e neste ano centralizou-se na relação entre Cultura e Educação. A proposta de um encontro presencial dos
Pontos de Cultura correspondeu aos esforços do Ministério da Cultura de construir de forma sistematizada,
organizada e democrática, uma política pública de cultura para o país respaldada e orientada pelo Plano e pelo
Sistema Nacional de Cultura
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Produção Cultural é uma atividade profissional que consiste em gerenciar a organização de eventos culturais
ou a confecção de bens culturais. Produtores culturais podem organizar shows, exposições de arte, espetáculos
de música, dança, teatro, ou coordenar a gravação de discos, vídeos, programas de TV, rádioum show, um
evento, um festival, uma mostra, etc. e inúmeras outras atividades de expressão cultural. Agente cultural é o
que cria as condições necessárias para a realização, de projetos e ações que objetivam colocar os indivíduos, as
comunidades e a sociedade em geral em contato com as manifestações artísticas e culturais. Atores Sociais
atores sociais são todos os que representam algum papel na sociedade. Exemplo: os pontos de cultura são atores
sociais porque representam o papel reservado a eles no contrato que os cria.
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O Instituto possui, ainda, o site Cultura e Mercado, uma revista eletrônica que visa articular o setor cultural em
torno de políticas culturais mais democráticas e um mercado cultural mais saudável. E Hoje o Instituto está
basicamente movimentando o setor da cultura para acompanhar os desfechos da Lei Rouanet.
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Empresa especializada em aprendizagem informal para redes sociais que atua em comunidades, empresas
eorganizações que buscam, através do diálogo verdadeiro e aberto, a solução de conflitos, a implantação de
processos de inovação ou apenas uma reflexão lúcida e compartilhada sobre algum tema de interesse do grupo.
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Harrison Owen é presidente da H.H.Owen and Co.O seu passado acadêmico centra-se na natureza e na função
do mito, do ritual e da cultura. Em 1977 criou a H.H.Owen and Company de forma a explorar a cultura das
organizações em transformação como consultor teórico e de prática. Harrison reuniu o Primeiro Simpósio
Internacional de Transformação Organizacional, e é deu origem à Tecnologia de Espaço Aberto.
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Embora a metodologia de Espaço Aberto seja conhecida pela sua aparente falta de
estrutura e abertura a surpresas, acontece que as reuniões em espaço aberto são, na realidade,
bastante estruturadas só que essa estrutura está adaptada de forma tão perfeita às pessoas e
atividades a realizar que quase não é percebida, no seu papel de suporte (e não de bloqueio)
ao trabalho de alta qualidade.
De fato, os planos e decisões a que se chega nas reuniões oriundas do espaço aberto
são geralmente mais complexos, mais sólidos e mais duráveis e são implementados de forma
muito mais rápida que os desenvolvidos por especialistas ou gestores, usando métodos
tradicionais
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IBERIAWIKI on-line. Disponível em <http://www.openspaceworld.org/cgi/iberia.cgi?Espa%E7oAberto>
acesso em 26 mai. 2008.
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PORTAL KMOL on-line: Dispo em <http://www.kmol.online.pt/pessoas/OwenH/entrev_1.html> Entrevista:
Harrison Owen. Ana Neves e Artur Ferreira da Silva - Abril, 2002. Portal KMOL. acesso em 9 jun. 2008.
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O World Café é um processo dinâmico, flexível e acolhedor que reúne pessoas em torno
de questões importantes e significativas, promovendo conversas colaborativas, onde os
indivíduos podem compartilhar seus conhecimentos e descobrir novas formas de ação em
conjunto.
Fundando na hipótese de que as pessoas tem total capacidade de trabalharem juntas, não
importando o quão distintas elas sejam, o processo das conversações no café acontecem a
partir do pressuposto de que cada individuo trás dentro de si a sabedoria, a criatividade e a
flexibilidade para enfrentar, refletir e até mesmo resolver os mais difíceis desafios.
cadeiras estão colocadas para que as pessoas possam se acomodar distribuídas como
quiserem.
Dentro deste espaço as pessoas são convidadas a participarem de rodadas de diálogos.
Estas rodadas são motivadas por perguntas interessantes e desafiadoras que proporcionam
novas conexões, abrindo espaço para novas possibilidades a serem exploradas.
Cada rodada acontece entorno de vinte minutos, logo após o termino deste tempo, as
pessoas são convidadas a mudarem de lugar e se sentarem com pessoas diferente e novamente
responder à pergunta.
1 Estabeleça o contexto
Primeiramente preste atenção ao motivo pelo qual você está reunindo as pessoas. Saber
a finalidade da sua reunião lhe permite considerar quais participantes precisam estar lá e que
parâmetros são importantes para atingir o seu objetivo.
A diversidade é muito importante para estes encontros. Visões diferentes produzem
resultados criativos e ricos. No processo dialógico do café, processo e resultado não são
separados. Não há portanto pressão para obtenção de resultados imediatos já que o processo
em si é extremamente valioso.
Com isto, a colaboração entre pessoas com pontos de vista diferentes é muito mais fácil
e pacífica. Deste modo é possível e encorajado que se convide pessoas de diferentes níveis
sociais, áreas de conhecimento e, no caso de empresas, de diferentes níveis hierárquicos, para
enriquecer o processo criativo do café.
Isto pode ser feito de várias maneiras, desde a escrita na toalha de mesa ou tento alguém
diagramando as conversas em um grande painel na parede. Um grande círculo de conversas
no final de pergunta do café ajuda neste compartilhar de idéias.Um redator gráfico pode ser
chamado para traduzir as conversações do café em imagens, que trazem ao máximo uma visão
de grupo compartilhada.
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1.1.2 Desconferência
O formato de uma desconferência é baseado na premissa de que seja qual for o tipo de
profissão, as pessoas na audiência - não apenas aquelas selecionadas para falar no palco- têm
pensamentos interessantes, insight, e habilidades para compartilhar.
Todos que presenciam uma desconferência, são requeridas a participar de alguma forma:
se apresentar, de falar sobre algum tema em um painel, de mostrar uma projeção de algum
trabalho realizado, ou apenas fazer um monte de perguntas.
Nunca podemos saber exatamente o que vai acontecer quando se abre um espaço onde
as pessoas analisam os seus problemas mais importantes e desenvolvem soluções para eles;
mas há alguns resultados que se podem garantir quando um grupo usa a metodologia de
espaço aberto:
1. Serão abordadas todas as questões que são mais importantes para os participantes;
3. Num tempo limitado, de um ou dois dias, todos os dados, questões, idéias, discussões,
recomendações e conclusões mais importantes, bem como questões para análise
posterior e planos de ação imediatos são documentados num relatório descriminado e
significativo que é elaborado, impresso e está nas mãos dos participantes antes de eles
abandonarem a reunião;
4. Quando for conveniente, o conteúdo desse relatório pode ser priorizado em poucas
horas suplementares, mesmo com grupos grandes (da ordem das centenas de pessoas);
6. Estes resultados podem ser obtidos e implementados de forma mais rápida que com
qualquer outra metodologia de "intervenção em grupos grandes". É literalmente
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No sábado dia 7 de outubro, a oficina contou com 150 participantes vindos de vários
estados do Brasil, estudantes, ativistas, jornalistas, bloqueiros, educadores e comunicadores
dos pontos de cultura.
Começamos com uma grande celebração dançando uma ciranda do norte. Os 150
oficineiros se reuniram em círculos, todos de mãos dadas, e ao som da musica pudemos
compartilhar de um momento de alegria e boas-vindas.
A ciranda inicial já anunciou que aquele dia de trabalho não seria como um outro
qualquer. Imagino que naquele momento geramos uma série de expectativas e curiosidades
nas pessoas, por recebe-los tão informalmente.
Para que todos do grupo pudessem saber um pouco mais de onde vieram as outras
pessoas do grupo, logo após a dança, fizemos algumas perguntas a respeito das atividades que
cada um exercia e sobre o por que cada indivíduo estava presente. Então as pessoas iam se
organizando em pequenos grupos que as representavam de acordo com a pergunta.
Com esta simples atividade conseguimos ter uma noção das múltiplas personalidades
presentes possibilitando ao grupo uma forma mais prática se no meio da multidão poder
identificar as pessoas.
Como havíamos previsto, nem todos que estavam na oficina estavam porque realmente
queriam. Portanto para proporcionarmos uma espécie de reflexão sobre o “porque” de
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individuo estar presente naquele encontro, espalhamos folhas de papel, e pedimos para que
cada um representa-se através de uma palavra, o tinha vindo procurar.
Chamamos esta atividade de “Feira da Palavra”, pois o grupo, logo após decidir a
própria palavra, saiu a procura de outras pessoas com palavras semelhantes (ou não) para se
agruparem novamente.
Todos gritavam alto suas palavras chamando as pessoas para perto, outros saiam
buscado pelas mãos e outros ficavam parados esperando ser chamados. No meio do caos,
podia-se ver uma multidão se organizando organicamente de uma forma rápida e muito
interessante.
A mobilização para a cobertura da Teia 2007 então se deu a partir dos seguintes itens:
• Abertura para que qualquer pessoa pudesse sugerir pautas a serem cobertas,
• Organização dos participantes para que o evento pudesse ser coberto da maneira mais
ampla possível, através da divisão de pautas que organizada em um ambiente tecnológico
aberto.
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• Publicação das matérias produzidas nos veículos pessoais tais como blogs, flickr, sites,
twitter e etc. Afins de promover a visibilidade do jornalista ou do coletivo envolvido com
a cobertura daquela pauta;
• Linkagem das diversas matérias produzidas com suas respectivas pautas previamente
discutidas, afins de promover o conhecimento de como se originou aquela cobertura e
quais foram todos seus desdobramentos;
• Agregação das diversas matérias produzidas nos vários meios espalhados pela internet
pelos diversos blogueiros e participantes afins de concentrar as informações sobre a
cobertura do evento como um todo, de forma a facilitar a visualização de todas as matéria
produzidas sobre o evento, publicando o todo conteúdo produzido no site "Agência Teia
2007", que também dará destaques a algumas notícias que serão criadas a partir do
conteúdo dos participantes;
• Criação de notícias por editores dedicados a agência teia 2007. essas notícias serão
linkadas as matérias que as originaram, deixando todo o processo de seleção de notícias
público, desde o momento de sua discussão de pauta até o momento de edição da notícia
pelos editores da agência teia.
Dos cento e cinqüenta participantes dos encontros de preparação, pelo menos noventa
participaram ativamente da cobertura da Teia 2007 em seus cinco dias de edição.
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Papagallis, que fez até mímica para que nós todos (uma média de 100 pessoas
por turno) nos entendessemos. Foi usada uma metodologia que eles chamaram
de "Café dos Oficineiros", várias mesas espalhadas no salão, com até 5 cadeiras
cada, em cada uma delas foi instituido um anfitrião e os demais ficavam
circulando pelas outras mesas a cada 15 minutos. As toalhas eram de papel e
havia diversas canetinhas, resultado... todas as mesas ficaram muito rabiscadas
e desenhadas e etc, como na foto acima. A cada nova conversa iam caindo
preciosos pedaços de pensamento sobre a mesa, resultando em painéis que
tentavam clarear as repostas das perguntas.
E afinal, por que esta(va)mos aqui(lá)?
Bem, cada um tem/tinha um motivo pessoal. O meu era aprender mais sobre
Jornalismo Cultural. Trocar idéias. Conhecer pessoas. Reafirmar coisas que eu
já sabia. Me preparar para meu projeto experimental de graduação. (Ao que
tudo indica, o resultado foi positivo!)
Mas então, o que é jornalismo cultural independente?
Essa deu muito o que falar. Acredito que jornalismo cultural independente é um
tipo de produção comprometida com o real, com um carater de utilidade pública
(como todo jornalismo deve ser), descomprometido com o mercado. Busca dar
uma angulação diferente para suas pautas, tem uma liberdade maior para
abusar de uma linguagem mais informal e/ou literária, que entende cultura
muito além de produtos culturais pasteurizados, que respeita a diversidade da
palavra cultura, seguindo do cotidiano e das tradições até as artes e
extrapolando isso para onde quer que o cidadão desejar, que tem uma vontade
enorme de ser lido por quem quiser, onde se quiser e para isso é pensando de
forma a ser sempre acessível.
Disponível em <http://rafaelmunduruca.blogspot.com/2007/11/oficina-de-
jornalismo-cultural-teia_05.html>.
Disponível em
<http://100canais.ning.com/profiles/blog/show?id=1268316%3ABlogPost%3A
3343>.
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2 CONCLUSÃO
Podemos concluir que, para este tipo de trabalho em grupo onde a comunidade de
participantes não se conhecia, o objeto da ação se apresentava conceitualmente inédito e o
modelo de organização de trabalho dispensava uma liderança, a metodologia de espaços
abertos foi a mais indicada.
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REFERÊNCIAS
DOCUMENTOS ELETRÔNICOS
_____OWEN, Harrison. Opening Space for Peace and High Performance. Disponível em
<www.openspaceworld.com>. Acesso em: 6 jun. 2008.
LIVROS
_____BROWN, Juanita; ISAACS, David. The World Café: Dando Forma ao Nosso Futuro
por meio de Conversações Significativas e Estratégicas. São Paulo: Cultrix, 2007.
_____OWEN, Harrison. Coffe Break Produtivo. São Paulo: Novo Paradigma. 2003.
_____LÉVY, Pierre. A Inteligência Coletiva. São Paulo: Loyola. São Paulo, 2ª Edição, 1999.