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oo Bn,qsrr. Irrprnrer JzÍ guerras da cisplatina @
pretendiam "formar um braço armado $+r Guerras da Cisplatina
clandestino que espalhasse o terror entre seus
adversários e incorporasse parte represencativa Quando da vinda da Família Real para o
da carnada popular ao seu anel de influência". Brasil, foram intensificadas as tentativas de
De fato, a Guarda Negra era presença certa em domínio da região platina, cultivadas desde a
fìstividades como na própria festa de época colonial. Em I8I6, sob a justificariva
.rr-riversário de João Alfredo, quando desfilaram da perda de Olivença, na Europe, perâ os
ern sua homenagern, mas sobretudo nos espanhóis, ocorreu, por iniciativa de D. João,
confrontos entre republicanos e monarquistas, a invasão da banda oriental do rio da Prata,
.orno no célebre conflito da travessa do futuro Uruguai. A região platina encontrava-
Barreira, ocorrido em dezembro de I888, se conflagrada desde t 8o9 pelas lutas entre
quando um grupo de capoeiras interrompeu facções locais diversas, que surgiram em
um comício de Silva Jardim. Foi justamente a virtude do vazio de poder deixado pela queda
netureza violenta desses confrontos, aliada à da Coroa espanhola, em I8o8, diante do
-rescente popularidade dos republicanos, que poder napoleônico, e pela crise daí resultante,
rornou impossível seu controle por parte dos com os liberais da península rebelados concra
a dominação francesa. Na Banda Oriental,
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havia os que desejavam a independência da
--omo a Guarda Negra era vista pela opinião região, mas estavam divididos entre soluções
:ública, que a considerava, segundo um jornal monárquicas ou republicanas; havia os
ia corte, como sendo composta por partidários de uma aliança com Buenos Aires;
'-elemen[os
deletérios, perturbadores da e havia um partido português, que propunha
-.r.iem, nascidos na mais baixa profundidade, a incorporação ao Brasil. A própria
c.ue] conspiram mais prejudicialmente do D. Carlota Joaquina conspirava com exilados
:.re os republicanos". Mas, por conta da argenrinos na cor[e para assumir a
:::ronomia de suas atividades, a Guarda Negra administração das colônias espanholas, em
:-:bou escapando ao controle dos políticos. nome de seu irmão, Fernando VII, deposto
,-rìrrÌ â proclamação da República, seus do trono espanhol por Napoleão Bonaparte.
::rncipais líderes foram presos e a milícia foi Nessa conjuntura, tropes portugueses,
.',.:inta. (KG) comandadas pelo general Carlos Frederico
Lecor, sitiaram Montevidéu, que capitulou
iÇ Remeter em I8I7. Os conflitos, porém, perduraram
r-:.-rlição da escravidão, Capoeira, até I82I, quando o Congresso cisplatino,
l;
João
r-=edo, José do Patrocínio diante do país arrasado, reconheceu a
necessidade de uma força que impusesse
* ReJerênci as B ibliográJi cas ordem, reanimasse a economia e gârântisse as
i,ERGSTRESSER, R. B. Zór Mot,ementJor tbe liberdades civis. A região foi, então, anexada
{tr-'-'rrrt,n oJ Slavery in Rìo de Janeiro. t88o-r889. ao Brasil, com o nome de província
Irse de doutorado defendida na Univ. de Cisplatina, mantidas suas próprias leis,
::;::tord, Sranford, Í97); GOMES, F. "No idioma, usos e costumes locais, conservando-
rr.:.ì des águas turvas (Racismo e cidadania se também os funcionários civis e militares
rr: :içorecer da República: a Guarda Negra em seus postos. O território, considerado
r"; CLìrre - I888-89)" . Estudos AJro-Asiáticos. província do Brasil, passou a dispor de
i-: le Janeiro, (2I): 7 5-96, I99I; representação nas cortes de Lisboa, no início
iì\RES, C. E. A negregada instituição: os de t8zt.
i;rof:s:ïs na corte imperial. Rio de Janeiro, Com a Independência do Brasil, a província
À*-::ss. 1999. Cisplatina continuou a integrar o Império,
@ Cuerra do Paraguai DrcroxÁnlo

após alguns conflicos com es rropâs fiéis ao *) Remeter


governo de Lisboa. Em r8ZJ, no entanro, Abdicação, Cortes porruguesas, Diplomacia,
uma rebelião regional proclamou sua Guerras platinas, José Arrigas
separação, corn a adoção do regime
republicano e a incorporação da região às s* ReJerências B ibli ográfi cas
Províncias Unidas do Reino da Prara CERVO, A. & BUENO, C. História da política
(Argentina). Tal faro leuou, a parrir de exterior do Brasil. São Paulo, Árìca, I992; FELDE,
dezembro de t825, a uma guerra enrre Brasil A. Z. Proceso Historico del
Urugual. Montevidéu,
e Argentina, apoiada esca úkirna pela facção Universidad de la República, I96l; LIMA, M. de
rebelde da província, afirmando o imperador O. D. João VI no Brasil. (r 9o8) ln ed. Rio de
Pedro I que a honra nacional exigia que se Janeiro, Topbooks, 1996.
sustentâsse a província Cisplatina, pois estava
jurada a integridade do Império. Nessa
decisão estevâ em jogo não só o desejo do
Executivo ern pôr fim a uma rebelião, mas e Sl Guerra do Paraguai
intenção de dernonsrrar e superioridade do
governo monárquico sobre o republicano. Conhecida como Cuerra da Tríplice Aliança na
Apesar de possuir maiores forças e recursos bibliografia argentina e uruguaia ou como
militares, o Brasil não logrou obter nenhuma Guerra Crande, como a chamou o escritor
vitória decisiva, e a guerra acarretou inúmeras paraguaio Augusto Roa Bastos, a Guerra do
dificuldades financeiras para as parres Paraguai (1864-70) é o nome pelo qual ficou
envolvidas. A paz só foi alcançada em I828, celebrizado no Brasil o confliro milirar mais
com â intervenção da Inglaterra, interessada importante e sangrento denrre todos os
em restaurer as trensações comerciais que o ocorridos na América Latina ao longo do
conflito impedia. A Convenção Prelirninar de século XIX. Morreram em combate cerca de 1

Paz, assinada no Rio de Janeiro, em 27 de I5o a IOO mil soldados, número só inferior,
agosto, gerantiu o surgimento de urn país Américas, à Guerra de Secessão nos
r-ras
livre, a República Orienral do Uruguai, E,stadosUnidos (I86I-65), r," qual a morre
despontando corìo urn Estado-tampão enrre alcançou 600 mil soldados, entre ltankees e
aArgentinaeoBrasil. confederados.
A perda da Cisplatina significou um abalo Deflagrada em dezembro de I864, a guerra
considerável na imagern do irnperador, que envolveu a aliança enrre o Brasil imperial, a
perdeu prestígio colno cabeça de urn Império Argentina recérn-unificada por Barrolomeu
militar glorioso. O regirne fracassara ern Mitre desde i862, e o Uruguai governado
n'ìanter a integridade territorial, às custas de pelo colorado Venâncio Flores - que havia
perda de homens, bens e recursos, nulna chegado ao poder em outubro, coln apoio
guerre longa e desnecessária. Alérn disso, a brasileiro, lneses antes de estourar a guerra -,
intervenção da Inglarerra no acordo de paz todos unidos contre o Paraguai, desde I 862
rer.'elou urna pusilânirne dep'tendência em governado por Francisco Solano Lopez.
relação â esse país que, sozinho, beneficiou- Desde o final da guerra e duranre boa parre
sedo acordo, herdando o presrígio e o do século XX, a historiografia e os manuais
comércio do Prata, em derrin'renro do Brasil. didáticos brasileiros tenderam a ver â guerre e
Desse rnodo, a guerra corrÌ rì Cisplatina partir da ótica dos vencedores, explicando-a,
contribuiu para agravar a delicada situação de no plano das causas irnediatas, como uma
D. Pedro I no poder, sendo faror irnporranre reação do Império à agressão paraguaia, e no
para a sua abdicação, ern I8 3 I. plano geral, como uma lura da civilização
(LBPN) contrâ a barbárie represenrada pelo "tirano"

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