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Curso de Eletrodinâmica Clássica I. 2005.

1 Departamento de Fı́sica - UFPE 1

Aula 12 - 03/05/2005.

Eletrostática em Meios Ponderáveis (1)

Ref: Jackson §4.2 e 4.3

Objetivos:

• Obter a expansão em multipolos da energia de uma distribuição de cargas


finita.
• Eletrostática em meios ponderáveis: tratamento elementar
• Conceitos de constante dielétrica, susceptibilidade elétrica e vetor desloca-
mento elétrico,

Expansão em multipolo da energia de uma distribuição de cargas em um


campo externo
Considerar a energia eletrostática de ρ(~x)

uma distribuição de cargas limitada:


energia necessária para trazer ρ(~x) do ρ(~x)

infinito à região delimitada: ~x ∞


0 b
Z
Φ
W = ρ(~x)Φ(~x)d~x (1)

Supor que φ(~x) varia suavemente na l


região l onde ρ(~x) 6= 0: c
b
0 ~x
1X ∂ 2 Φ(0)
Φ(~x) ≃ Φ(0) + ~x · ∇Φ(0) + xi xj + . . . (2)
2 ij ∂xi ∂xj
Usando E ~ = −∇Φ e como ∇ · E ~ = 0 para o campo externo, subtrair a parcela nula
1 2 ~
r ∇ · E(0) = 0 em (2) resulta:
6

~ 1X ∂Ei (0) 1 X 2 ∂Ej


Φ(~x) = Φ(0) − ~x · E(0) − xi xj + r δij (0)
2 ij ∂xi 6 ij ∂xi

~ 1X  ∂Ej
= Φ(0) − ~x · E(0) − 3xi xj − r2 δij (0) + . . . (3)
6 ij ∂xi
1
Substituir em (1) e obter:

~ 1X ∂Ej
W = qΦ(0) − p~ · E(0) − Qij (0) + . . . (4)
6 ij ∂xi
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obtendo a expansão de W em termos das interações do potencial externo com os multi-


polos da distribuição de carga.

Obs:
1. O termo de quadrupolo é de interesse particular em Fı́sica Nuclear: o momento de
quadrupolo nuclear reflete a natureza da força entre nêutrons e prótons.
2. Reflete também a forma do núcleo.
3. ρJ,M,α (~x)=densidade de carga quanto-mecânica para um dado estado nuclear quântico,
onde J, M são os números quânticos do momentum angular total do núcleo e {α} o
conjunto de números quânticos restantes.
4. ρJ,M,α (~x) tem simetria cilı́ndrica em torno do eixo ẑ ∴ os únicos termos não nulos
do momento de quadrupolo são q20 ∝ Q33 1 :
Lembrar:
Z r r
1 5 1 5
q20 = (3z ′2 − r′2 )ρ(~x′ )d3 x′ = Q33
2 4π 2 4π

Momento de Quadrupolo Nuclear do estado (J,M,α)

Z
1
QJM α = (3z 2 − r2 )ρJM α (~x)d3 x (5)
e

Obs.: [QJM α ] = L2 , unidades: 10−24 cm2 ou Barns.


5. Em geral os núcleos são submetidos campos elétricos fortes e com grande gradiente
em suas vizinhanças. Nestes casos a contribuição do termo de quadrupolo é relevante
para W . Para diferentes valores de M e mesmo J os momentos de quadrupolo QJM
são diferentes. A degenerescência em M para o mesmo valor de J pode ser removida
pelo acoplamento de quadrupolo com um campo elétrico externo (proveniente do
campo cristalino ou molecular)
6. Os diversos estados com momento de quadrupolo diferentes podem ser experimen-
talmente detectados pela técnicas de radiofreqüência. Em geral, o momento de
quadrupolo de um núcleo é convencionalmente definido por Q = QJJα .
Exemplos: Valores de Q para alguns núcleos:

Átomo 0 Na Kr Lu Eu151 Eu153 Er

Q -0.005 +0.1 +0.15 + 5.9 + 1.2 + 2.5 ∼10

Geometricamente o valor de Q indica quanto a forma do núcleo está alongada ou


achatada ao longo do eixo ẑ.

1
Ver Blatt & Weisskopf. Theoretical Nuclear Physics (1952)
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Formato Prolato: Q > 1 (Q = 1.2) Formato Oblato Q < 1 (Q = 0.8)

Interação entre 2 dipolos:


A energia de interação entre dois dipo- p~
los pode ser calculada a partir da b2
|~x1 − ~x2|
expressão para W considerando ρ(~x)
como um dipolo p~1 localizado em ~x1 , p~1
cujo primeiro momento é nulo q1 = 0, b
o segundo momento p~ → p~1 , e os mo-
mentos de multipolo seguintes são nu- ~x2
los: Qij = 0 etc. Neste caso a fonte do ~x1
campo é produzida pelo segundo dipolo
p~2 localizado em ~x2 . O campo sobre p~1
(em ~x1 ) é dado por: c
b
0

 
~ x1 ) = 1 3n̂(~p2 · n̂) − p~2 4π
E(~ − p~2 δ(~x1 − ~x2 ) (6)
4πǫ0 |~x1 − ~x2 |3 3
ou  
~ x1 ) = 1 3n̂(~p2 · n̂) − p~2
E(~ se ~x1 6= ~x2 (7)
4πǫ0 |~x1 − ~x2 |3
Logo
~ x1 ) = p~1 · p~2 − 3(n̂ · p~1 )(n̂ · p~2 )
W = −~p1 · E(~ (8)
4πǫ0 |~x1 − ~x2 |3
onde
(~x1 − ~x2 )
n̂ =
|~x1 − ~x2 |

Na figura abaixo mostramos algumas situações especiais onde ocorrem atração ou repulsão
entre os dipolos:
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1 2P1 P2
p~1 1 P~1 kP~2 , P~1 kn̂ → W = − 3 < 0 Atração
r
P 1 P2
2 P~1 kP~2 , P~1 ⊥ n̂ → W = − 3 > 0 Repulsão
r
2P1 P2
p~1 4 p~2 2 p~1 3 P~1 k − P~2 , P~1 kn̂ → W = > 0 Repulsão
r3
P1 P2
4 P~1 k − P~2 , P~1 ⊥ n̂ → W = − 3 < 0 Atração
r
p~1
3

Lembre que Fr = −dW/dr. Observe que a energia de interação decai com r−3 .

Eletrostática em Meios Ponderáveis

Para incorporar os efeitos do meio constituı́do de cargas elétricas é importante difer-


enciar os conceitos de campos microscópicos e macroscópicos:

Campos Microscópicos: Calcular os campos/potenciais considerando:

• As cargas como pontuais, as superfı́cies dos condutores como ideais, as densidades


de carga estritamente contı́nuas e o espaço entre as cargas como vácuo (ou o ar
como uma aproximação).
• O valor do campo/potencial está associado ao ponto (matemático) sem qualquer
escala local caracterı́stica.

Campos Macroscópicos: Calcular os campos/potenciais considerando:

• o meio entre as cargas/distribuições (livres) preenchido por matéria formada por


arranjos de partı́culas carregadas (átomos e/ou moléculas) cuja resposta aos cam-
pos/potenciais produzidos por fontes livres devam ser levados em conta.
• há uma escala microscópica caracterı́stica (∼ dimensões atômicas das cargas/moléculas
∼ rB ).
• os campos/potenciais devem estar associados a pequenas regiões macroscópicas ∼ l
(em relação à escala microscópica atômica), porém suficientemente pequenas em
relação à escala onde as variações (gradientes) dos campos médios são apreciáveis
(∼ L).
• O valor dos campos/potenciais devem ser calculados como uma média sobre essas
regiões macroscópicas de tamanho caracterı́stico l onde L ≫ l ≫ rB . Ver figura a
seguir.

Obs.: O cálculo detalhado das equações de Maxwell, levando em conta as escalas macroscópicas
e microscópicas, será feito no Cap.6, levando em conta as variações temporais.
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Macro Micro Atômica


~
E ~
E

L l rB

Equações de Maxwell em meios materiais

~
~ =ρ
∇·D ~ − ∂ D = J~
∇×H (9)
∂t
~
~ =0
∇·B ~ + ∂B = 0
∇×E (10)
∂t
Obs:
~ = ǫ0 E
• Para fontes externas no vácuo: D ~ eB
~ = µ0 H.
~

• Se as cargas ρ e correntes J~ são especificadas, as equações de Maxwell + condições


contorno retornam E(~~ x, t) e B(~
~ x, t) microscopicamente, em qualquer ponto e in-
stante.

Problema microscópico: pequeno número de fontes com dimensões microscópicas (sem es-
cala) → problema tratável.

Problema macroscópico: meio material formado por número muito grande de agrupamen-
tos de cargas → problema intratável microscopicamente. Torna-se necessário definir uma
escala macroscópica de interesse (especificar região para fazer as médias) para descrever
comportamento médio.

~ e B
Questão: Como incluir o meio nas equações de Maxwell e descrever os campos E ~
macroscópicos? (Será visto detalhadamente na seção 6.6).

Roteiro:
~ eB
(a) Substituir E ~ microscópico por E
~ eB
~ macroscópico nas equações de Maxwell.

1
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~ macro deslocamento elétrico incluindo as contribuições do meio na


(b) Definir o vetor D
forma de uma expansão em multipolos, isto é:
!
X ∂Q′ij
Di = ǫ0 Ei + Pi − + ··· i = x, y, z (11)
j
∂x j
| {z }
Contribuição do meio

∂Q′ij
onde Pi : momento dipolo elétrico macroscópico médio e ∂xj
é momento de quadrupolo
elétrico médio etc.

(c) De modo análogo:


1
Hi = Bi − (Mi + · · · ) campo magnético (12)
µ0
onde Bi é o campo de indução e Mi é momento de dipolo magnético médio (mag-
netização) etc.

Obs: P~ , M~ , Q′ij etc. representam a resposta do meio aos campos produzidos pelas
~
“fontes”ρ e J.

Neste cenário “macroscópico”:


- ρ e J~ são as densidades de carga e as correntes macroscópicas médias das cargas livres
e respectivas correntes.
- As cargas ligadas e correntes localizadas são incluı́das em P~ , M
~ , Q′ij etc.

Portanto, para resolver as equações de Maxwell “macroscópicas”, é necessário conhecer


as relações:



 D~ =D ~ [E,
~ B]
~
Relações constitutivas


 H~ =H ~ [E,
~ B]
~

além de J~ = J[
~ E,
~ B]
~ Lei de Ohm generalizada. (13)

onde [· · · ] pode representar uma dependência não-linear com “memória”espaço-temporal.


Obs:
• Em geral os termos mais relevantes são P~ e M ~.
• Há grande diversidade de situações na fı́sica da matéria condensada, por exemplo:

– materiais com P~ e/ou M~ espontâneos (abaixo de certa temperatura) em sólidos


cristalinos, ferromagnetos, ferroelétricos, antiferromagnetos etc., sólidos desor-
denados (vidros de spin, campo aleatório etc.)
– materiais com P~ e/ou M~ induzidos: dielétricos, diamagnéticos, paramagnéticos
etc.
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Aproximação da Resposta linear:


Considerar materiais onde os valores dos campos são tais que a resposta é uma polarização
induzida (não-espontânea) proporcional ao campo:

X X
Di = εij Ej Hi = µ′ij Bj (14)
j j

onde εij é o tensor permissividade elétrica ou tensor dielétrico e µ′ij é o tensor perme-
abilidade magnética inverso. εij e µ′ij dependem da estrutura molecular e cristalina do
material, além da densidade, temperatura, pressão etc.

Resposta Linear Isotrópica: εij e µij são diagonais! Neste caso:

~ = ǫE
D ~ e H ~ = 1B
~ = µ′ B ~ (15)
µ
Obs: Em geral os tensores elétricos e magnéticos são não locais e dependentes do tempo
na forma: XZ Z
~
Di (~x, t) = dx3 ′
dt′ εij (~x′ , t′ )Ej (~x − ~x′ , t − t′ ) (16)
j

onde εij é não nulo no entorno de ~x′ = 0 e para instantes de tempo próximos de t′ = 0.
Tomando a transformada de Fourier (espaço-temporal) de (16) teremos:
X
~ i (K,
D ~ ω) = ~ ω) Ej (K,
ǫij (K, ~ ω) (17)
j

como será visto mais adiante.

Ordens de Grandeza:

• em baixas freqüências ν ≤ 106 Hz) todas as cargas respondem ao campo aplicado e


εii /ǫ0 ∼ 2 − 20 (constante dielétrica tı́pica de sólidos.)
• em sistemas com dipolo permanente, por exemplo:

ε/ǫ0 ∼ 88 (T = 0◦ C) >
ε/ǫ0 ∼ 56 (T = 100◦ C) > água destilada

• em altas freqüências (ópticas) apenas os elétrons respondem. Neste caso:

εii /ǫ0 ∼ 1.7 − 10 (2-3 na maioria dos sólidos)


εii /ǫ0 ∼ 1.77 − 1.80 Água destilada (quase independente de T entre 0 − 100◦ C)
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O Potencial Elétrico Macroscópico

O potencial elétrico macroscópico pode ser definido diretamente da condição:

Se ~ micro = 0
∇×E → ~ macro = 0 ∴
∇×E ~ macro = −∇Φmacro
E (18)

Polarização Elétrica Macroscópica:

A polarização elétrica macroscópica é definida por:

X
P~ (~x) = Ni < p~i > (momento dipolo elétrico por unidade de volume.) (19)
i

onde Ni = número médio de moléculas tipo i por unidade de volume, e p~i é o momento
dipolo elétrico do i-ésimo tipo de molécula, sendo < · · · >≡ média sobre pequeno volume
centrado em ~x.

Densidade de carga macroscópica:


A densidade de carga macroscópica é definida por:

X
ρ(~x) = Ni < qi > +ρexc (20)
i

onde qi é a carga da molécula tipo i e ρexc é a densidade de cargas livres ou excedentes


no meio.
Em geral, a maioria das moléculas têm qi = 0 ∴

ρ(~x) = ρexc (21)

O potencial macroscópico em um ponto ~x devido a um pequeno volume ∆V , do meio


material, centrado em ~x′ pode ser escrito como:
P~ (~x′ )

ρ(~x′ )
" # ∆V

′ 1 ρ(~x′ )∆V P~ (x′ ) · (~x − ~x′ )


∆Φ(~x, ~x ) = + ∆V + · · · ~x ′

4πǫ0 |~x − ~x′ | |~x − ~x′ |3 b


(22) ~x
P
0
onde o primeiro termo é a contribuição da carga contida
em ∆V e o segundo é a contribuição do momento dipolo
elétrico de ∆V . As contribuições de momentos superi-
ores (quadrupolo, etc) serão desprezadas neste contexto.
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Somando (integrando) a contribuição de todos os elementos de volume ∆V de V ao


ponto ~x, resulta:
Z  
1 ρ(~x′ ) 1
Φ(~x) = dx 3 ′
+ P~ (~x′ ) · ∇′ (23)
4πǫ0 |~x − ~x |′ |~x − ~x′ |

O segundo termo é análogo à contribuição de uma camada-dipolo, mas para uma dis-
tribuição volumétrica.
Obs: (lembrar)
" #
1 q P~ + ~x
Φ(~x) = + + ···
4πǫ0 r r3

Integrando o 2◦ termo por partes temos:


Z   Z
1 P~ (~x′ ) 1
′ ′
d~x P (~x ) · ∇ = − d~
x ′
∇ · P~ (~x′ ) (24)
v |~
x − ~
x ′| |~
x − ~
x ′|
v |~
x − ~
x ′|
| {z S}
→ 0 em S

Substituindo em (23) resulta:


Z h i
1 ′ 1 ′ ′ ~ ′
Φ(~x) = d~x ρ(~x ) − ∇ · P (~x ) (25)
4πǫ0 |~x − ~x′ | | {z }
ρef (x′ )

onde ρef (~x′ ) = ρ(~x′ ) − ∇ · P~ (~x′ ). Como E


~ = −∇Φ(~
~ x) teremos:

h i
∇ ~ x) = 1 ρ − ∇
~ · E(~ ~ · P~ (26)
ǫ0

onde usamos a relação:  


2 1
∇ = −4πδ(~x − ~x′ ).
|~x − ~x′ |
~ · P~ : Devido à não uniformidade da polarização a carga
Interpretação fı́sica do termo ∇
lı́quida em um volume ∆V pode ser não-nula.

Vetor Deslocamento Elétrico:

Da equação (26) podemos escrever:

~ ·E
ǫ0 ∇ ~ +∇
~ · P~ = ρ ∴ ∇
~ · (ǫ0 E
~ + P~ ) = ρ ∴ ~ =ρ
∇·D (27)

onde ~ = ǫ0 E
D ~ + P~ , é o vetor Deslocamento Elétrico.
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Meios lineares e isotrópicos:

P~ = ǫ0 χe E
~ (28)
onde χe é a susceptibilidade elétrica do meio. Neste caso:
~ = ǫ0 E
D ~ + ǫ0 χ e E
~ = ǫ0 (1 + χe )E
~ =ǫE
~

ǫ/ǫ0 = (1 + χe ) Constante dielétrica do meio (29)

Se o material é homogêneo, ǫ ou χe não depende de ~x, ou seja:

~ ·D =ρ
∇ → ~ ·E
∇ ~ = ρ
(30)
ǫ

Em um meio de constante dielétrica ǫ/ǫ0 os campos produzidos por ρ são reduzidos por
um fator ǫ0 /ǫ, em relação ao valor no vácuo, a ver:
 
~ ·E~ vácuo = ρ ~ ·E~ meio = = ρ ǫ 0 ρ
∇ e ∇ (31)
ǫ0 ǫ ǫ ǫ0
ǫ0 ~ ~ ǫ  ρ
~
∇ · Evácuo = ∇ ·
0
Evácuo = ⇒ E ~ meio = ǫ0 E ~ vácuo (32)
ǫ ǫ ǫ ǫ
~
E~ meio = Evácuo ∴ |E ~ meio | < |E~ vácuo | (33)
(1 + χe )
   
1 χe
(Evácuo − Emeio ) = Evácuo 1 − = Evácuo (34)
1 + χe 1 + χe
Obs:
• A resposta do meio à ação do campo das cargas livres (externo) é uma polarização
(induzida) cujo campo resultante tem direção oposta à do campo externo, dimin-
uindo o valor do final resultante.
• A capacitância de um sistemas de condutores é aumentada por um fator ǫ/ǫ0 = (1 +
χe ) se o espaço é preenchido por um meio de constante dielétrica ǫ/ǫ0 . (desprezando
efeitos de borda).

Lembrar:

Condições de Continuidade na interface entre dois meios com constantes dielétricas difer-
entes:
~
1. Componente normal de D.

~2 − D
(D ~ 1 ) · n̂21 = σ (35)

onde σ é densidade superficial de carga (excesso ou livres) macroscópica.


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~
2. Componente longitudinal de E.

~2 − E
(E ~ 1 ) · n̂21 = 0 (36)

Obs.: vale para campos dependentes do tempo.

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