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A ESCOLA E OS TIPOS DE INCLUSÃO: A INCLUSÃO DOS SURDOS

ABREU, Paula da Silva Peixoto de RU 2275831.


POLO TIJUCA
UNINTER

Resumo

Este artigo teve por objetivo diagnosticar a realidade inclusiva escolar dos alunos
com necessidades especiais; em específico dos alunos surdos, percebendo
então, o nível de escolarização deste aluno; qual o tipo de atendimento especial
desenvolvido, quais as condições das escolas frente a proposta da inclusão.
Para tanto foi realizada uma pesquisa do tipo descritiva na Escola Municipal
Professor Marcos Gil, no qual pude entrevistar alguns professores e a mãe de
um aluno surdo, percebendo o movimento de inclusão escolar dos alunos com
necessidades especiais, mas lembrando que esta escola, se trata de uma escola
referência em inclusão, o que infelizmente não acontece em muitas outras
escolas.

Palavras-chave: Inclusão, Surdos, Escola Municipal Professor Marcos Gil.

Introdução

A Educação Inclusiva reconhece a diversidade e as diferenças individuais


e corresponde a um paradigma de sociedade democrática que prima pelo
respeito aos direitos do cidadão e o acesso pleno à cidadania.

É na sala de aula que se concretizam os ideais da Educação Inclusiva.


Não basta, porém, apenas seguir o que diz a lei, “com a presença de professores
com especializações adequadas, bem como professores do ensino regular
capacitados para integrar esses educandos em classes comuns”.

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Diante da premissa, é necessário efetivo compromisso do professor com
um projeto pedagógico inclusivo que favoreça a inclusão e a integração, e leve
em conta, as capacidades e potencialidades do aluno com necessidades
educacionais especiais, este estudo é direcionado a inclusão dos surdos, que foi
realizado na Escola Municipal Professor Marcos Gil.

Desenvolvimento

Ao escolher a inclusão dos surdos, posso destacar que os tipos de surdez,


podem ser: condutiva, quando se origina de problemas que ocorrem na orelha
externa ou média, pode ser sensório-neural, quando se origina de problemas
causados na orelha interna, pode ser mista, que é a soma das duas anteriores e
Surdez central que é causada por variações na compreensão da informação
sonora. Por envolver todo o processamento, interpretação dos sons e a
capacidade mental do paciente, esse é o caso mais complexo de perda auditiva.

Os alunos surdos, estão protegidos por lei, essas que garantem os direitos
dos surdos, e na escola eles devem ser mais praticados para que os cidadãos
possam conhecer e respeita-los, alguns direitos são por exemplo:

Acessibilidade: que garante o direito de ir e vir de forma segura e


independente em prédios, escolar, mercados, etc.

Prioridade no atendimento: Que propicia por exemplo, aqueles serviços de


saúde que as pessoas com deficiência necessitam especificamente por causa
de sua deficiência, inclusive identificação e intervenção precoces.

Acesso a informação: No qual eles podem ficar cientes sobre o que


acontece e seus direitos, aprendendo na escola por meio de Libras ou qualquer
meio de comunicação necessário para suas características, com a LEI Nº
10.436, DE 24 DE ABRIL DE 2002. Os surdos são protegidos pelo direito de
comunicação em Libras: “Art. 1o É reconhecida como meio legal de comunicação
e expressão a Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de
expressão a ela associados.”

Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras


a forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de

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natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem
um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de
comunidades de pessoas surdas do Brasil.

Assistência social: Por exemplo o auxílio do Benefício de Prestação


Continuada (BPC), que com o Decreto nº 6.214, de 26 de setembro de 2007,
pessoas com deficiência com até 16 anos de idade passam a ser beneficiárias
do programa, que abrange também idosos com 65 anos ou mais, deficientes
considerados incapazes para a vida independente e para o trabalho e crianças
e adolescentes menores de dezesseis anos de idade – avaliada a existência da
deficiência e o seu impacto na limitação do desempenho de atividade e restrição
da participação social, compatível com a idade. É dispensável proceder à
avaliação da incapacidade para o trabalho. Para se ter acesso a esse benefício
a família tem que ter uma renda inferior a ¼ do salário mínimo por pessoa.

Atendimento educacional especializado: Com o AEE o aluno surdo tem o


direito de estudar em pelo menos dois turnos, um para estudar o conteúdo
curricular regular e outro ele terá mais reforço no ensino de Libras e português,
habilidades que auxiliarão na escola.

A Escola Municipal Professor Marcos Gil, funciona de 2ª a 6ª e tem


turmas, nos três turnos, para alunos Surdos. A Marcos Gil também atende a
alunos com outras necessidades especiais, como a Síndrome de Down. É um
polo para a integração desses alunos, para efetivar uma futura inclusão na rede
pública de ensino regular. Além disso, esta escola, vem realizando um trabalho
pedagógico diferenciado junto aos alunos com necessidades educacionais
especiais, enfatizando àqueles com deficiências múltiplas, adequando seu
currículo para o melhor exercício da autonomia e cidadania dos discentes,
elaborando diversos projetos para esses alunos com o intuito que desenvolvam
suas habilidades e que aprendam desta forma dinâmica e em grupo.

Dessa forma, pude perceber que a escola possui profissionais


especializados e os alunos são bem assistidos. Segundo a entrevista com os
professores, o ensino de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), funciona segundo
as leis e para a efetivação da educação bilíngue, o Ministério da Educação
desenvolve programas e ações, em parceria com os sistemas de ensino, dentre
os quais se destacam:

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A Formação Inicial de Professores em Letras/Libras: com a finalidade de
promover a formação de docentes para o ensino da Libras foi instituído o curso
de Letras/Libras e de professores em curso de Pedagogia Bilíngue
Libras/Língua.

A Certificação de proficiência em Libras: Programa Nacional para a


Certificação de Proficiência no Uso e Ensino da Língua Brasileira de Sinais –
Libras e para a Certificação de Proficiência em Tradução e Interpretação da
Libras/Língua Portuguesa – PROLIBRAS.

A Formação Continuada de Professores na Educação Especial, Salas de


Recursos Multifuncionais, os Livros Didáticos e Paradidáticos em Libras – no
âmbito do Programa Nacional do Livro Didático. Dicionários e Livros de Literatura
bilíngue, Língua Portuguesa/LIBRAS: no âmbito do Programa Nacional da
Biblioteca.

A mãe do aluno Surdo contou que foi a melhor escola de Educação


Inclusiva que ela conheceu na baixada, disse que o seu filho é surdo e que já
nasceu com esta condição, mas que ele está aprendendo a LIBRAS, e ela
também procurou aprender, desde que o filho nasceu e ela descobriu a surdez,
que o menino gosta de ir a escola, gosta de brincar e que não sofreu nenhum
preconceito. Relatou também que já matriculou o filho em uma escola antes
dessa, mas que o filho ficava deslocado e não gostava de ir à escola, até que
ela descobriu esta escola em mesquita e só tem elogios a fazer.

Sendo assim, por todas as considerações acerca das observações feitas


no caso da inclusão dos surdos na Escola Municipal Professor Marcos Gil, a
minha proposta inclusiva no caso dos surdos já é aplicada na escola que é o
ensino Bilíngue de LIBRAS e português, além de projetos que estimulem as
habilidades manuais e intelectuais desses alunos. Já em uma proposta global,
em escolas regulares, o ensino de LIBRAS deveria ser integrado a educação de
todos em suas séries iniciais, como parte da alfabetização, dessa forma, todos
nós iriamos nos incluir ao surdos e assim fazer uma inclusão geral, já que o
comum é que os surdos se adequem a nós por meio do ensino bilíngue de
LIBRAS e língua portuguesa.

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Conclusão

O presente artigo, tratou da inclusão escolar dos Surdos na Escola


Municipal Professor Marcos Gil, uma escola referência no que se trata de
inclusão, onde ocorre uma alfabetização dentro de uma proposta bilíngue.

Nesse sentido, as entrevistas me possibilitaram entender na prática como


esse aluno, está inserido dentro de uma sala de aula, amparado por profissionais
da educação especializados, em concordância com as legislações da Educação
Especial, mantendo Atendimentos Educacionais Especializados, intérprete em
sala de aula, etc. O contato que tive com a mãe do aluno Surdo revelou também
que em outras escolas a realidade de inclusão é outra, na verdade não há,
algumas escolas “aceitam” esses alunos, mas os tratam na exclusão.

Dessa forma, a educação de surdos na Escola Municipal Professor


Marcos Gil, funciona em uma proposta bilíngue, é iniciada a partir da apropriação
da Língua de Sinais, que deve ser sua língua materna, e a alfabetização em
Língua Portuguesa, sua segunda língua, com ênfase no aprendizado por meio
de recursos visuais, mas há também projetos inovadores como o “O Coral Entre
Libras” que estimula não só os alunos surdos, mas os pais ouvintes e outras
pessoas que têm interesse em aprender a língua de sinais.

Referências

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.


BRASIL. Lei Nº 10.436, DE 24 DE ABRIL DE 2002.
BRASIL. Decreto nº 6.214, de dezembro de 2007.
BRASIL. Ministério da Educação/FUNDEB (portal.mec.gov.br).
BRASIL- Saviani.Dermeval “da Nova LDB ao Novo Plano Nacional de
Educação-Por Uma Outra Política Educacional”, Campinas, Autores
Associados, 1998.
FERNANDES, E. Problemas linguísticos e cognitivos do surdo. Rio de
Janeiro: Agir, 1990.
________. E. Linguagem e Surdez. Porto Alegre: Artes Médicas, 2003.
________. (Org). Surdez e Bilinguismo. Porto Alegre: Editora Mediação, 2005.
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