Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Resumo: Inicia com algumas tentativas de definir o termo tecnologia, que tem
sido citado por várias pessoas que desconhecem o seu real significado. Em
seguida passa à discussão do que viriam a ser Tecnologias Educacionais, que
são elaboradas como soluções para problemas apresentados dentro da área
educacional. Em seguida é feita a distinção entre Tecnologia Educacional e
recurso didático. É recordada a presença das técnicas nas diversas sociedades
ao longo da História e em seguida abordada a presença de tecnologias nas
sociedades contemporâneas, destacando a substituição da racionalidade
filosófica pela racionalidade técnica e conseqüências desse fato, como por
exemplo, a influência da chamada Educação Tecnicista. Da Educação
Tecnicista, passa à abordagem do fascínio exercido pela tecnologia, discute
fatores contrários e favoráveis à presença de diferentes tecnologias nos
diversos campos de trabalho, assim como os exageros cometidos ao
considerar as aquisições de técnicas como o núcleo das atividades humanas. É
discutida a importação de tecnologias (e equipamentos) sem análise de reais
necessidades, assim como a conseqüente defasagem criada por esse tipo de
atitude, prejudicando pessoas impossibilitadas de rápido acesso a esses
meios. A influência do uso do computador na Matemática também é analisada.
Por fim, são analisadas posições opostas em relação ao uso didático do
computador, tanto sob a forma de máquina de treinamento como sob a forma
de instrumento a ser utilizado no desenvolvimento intelectual do estudante.
1. Introdução
O texto é resultado de uma pesquisa de cunho bibliográfico, realizada com
objetivo de refletir junto a grupos de estudos o sentido da Tecnologia
Educacional como uma ciência e campo teórico de estudos.
Pode-se considerar as diversas tecnologias como algo presente no
cotidiano da humanidade desde os primórdios da civilização, mas o termo
Tecnologia Educacional parece exercer fascínio nas pessoas que
desconhecem o uso de recursos tecnológicos aplicados ao campo da
Educação. A partir desse fato, é necessário esclarecer alguns pontos de vista
do que viria a ser tecnologia Educacional, evitando assim desvios na condução
2
Quando alguém critica um professor que prefira usar quadro de giz e não o
de fórmica branca, tentando enquadrá-lo como uma pessoa ultrapassada e
desatualizada em relação às novas tecnologias educacionais, comete um duplo
equívoco.
Um professor de Física Quântica pode usar um quadro de giz para
descrever os resultados obtidos em alguma pesquisa recente no seu campo de
trabalho. Isso não tornaria obsoleto o trabalho descrito. Diagramas e tabelas
podem ser apresentados escrevendo sobre o quadro. Certamente, caso
dispusesse de recursos visuais de melhor qualidade, isso talvez pudesse
colaborar para melhor esclarecer as idéias apresentadas.
Não pode ser esquecido que o quadro de giz é apenas um tipo de mídia,
surgida como auxiliar do professor na tentativa de fazer com que o estudante
entenda seu discurso. Até a invenção do quadro de giz, o professor tinha
apenas a sua voz como instrumento na tentativa de transmissão do saber.
O ser humano por trás dessas invenções, com a sua visão de mundo e seus
objetivos de vida, aos poucos passou ao segundo plano. A partir de então,
segundo Gonçalves (2001, p. 118), instala-se o primado da “razão científica”
que
[...] ganha dimensão inimaginável, daí a exaltação da ciência e da
técnica em oposição à filosofia especulativa e aos dogmas religiosos.
a “razão técnica” está preocupada com o agir-com-vistas-a-um-fim-
imediato, com a eficácia. Está ligada à intervenção do homem na
natureza, aos processos de trabalho [...] um dos campos da ação
humana [...] constituído também pela relação dos homens entre si,
mediatizadas por relações simbólicas, intersubjetivas [...] a “razão
técnica” tornou-se única razão (grifos do autor).
4. Educação tecnicista
6. O computador e a Matemática
A respeito das influências que seriam decorrência do uso de computadores
nos trabalhos dos matemáticos, a formulação de novos conceitos dentro dessa
ciência e da renovação das metodologias operacionais, principalmente nos
estudos de nível superior, D’Ambrosio (1986, p. 103 a 105) afirmou que
conceitos matemáticos sempre dependeram de métodos de cálculo e
métodos de escrita [...] pode-se esperar que novos métodos de
cálculo e de escrita que os computadores e a informática oferecem,
permitam o surgimento de novos conceitos matemáticos [...] eles nos
permitem e solicitam considerar um novo aspecto das idéias
tradicionais [...] sempre houve um lado experimental na Matemática
[...] os computadores aumentaram rapidamente nossas possibilidades
para observação e experimentação em Matemática [...] uma nova
arte, totalmente de experimentação, está se desenvolvendo em todos
os ramos da Matemática [...] é agora uma questão de elaboração de
um plano adequado de ação [...]
tenha sentido [...] que a aprendizagem seja sintônica” (Almeida, 2000, p. 39).
Ao invés de simplesmente mudar páginas com o auxílio do teclado, um
programa para ensino de Física, por exemplo, pode ser usado na apresentação
de diversos tipos de movimentos e colisões, tendo como objetivo ilustrar o
estudo de forças, mas essa utilização do computador somente pode ser levada
a cabo se for realizada uma revisão de métodos didáticos acompanhada de
uma mudança na visão epistemológica a respeito do que é educação, dando
apoio às criações dos estudantes.
Outro fato é que deveria caber ao professor a escolha de trabalhar ou não
com o computador. A exemplo do livro didático, também pode acontecer que a
escola imponha ao profissional a utilização do computador por um número
mínimo de vezes durante o mês. Todavia, somente o professor é capaz de
avaliar a sua competência para uso desse aparelho como recurso didático.
Caso o professor opte por usar essa máquina, também ele deve estar livre para
escolher quais programas utilizar e em quais situações fazê-lo. Citando Dewey,
Almeida (2000, p. 50-51) lembra que
[...] toda experiência humana é social e decorre de interações, em
que estão desenvolvidas condições externas, ou objetivas, e
condições internas. A interação é decorrente do equilíbrio entre esses
dois fatores. O professor precisa identificar situações que conduzam
ao desenvolvimento [...] a máquina é vista como um instrumento
produzido pelo homem para regular interações e garantir
eficientemente determinadas conseqüências [...]
Considerações finais
REFERÊNCIAS
15