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CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

DEPARTAMENTO DE METODOLOGIA DE ENSINO


PRÁTICA DE ENSINO DE QUÍMICA
MEN 5389

DOMINGAS CARDOSO DA SILVA

RELATÓRIO FINAL DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO


DO CURSO DE LICENCIATURA EM QUÍMICA, REALIZADO NO
INSTITUTO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO

Orientador: Prof. Dr. Carlos Alberto Marques


Profª Regente: Ivete Comunello de Carli

Florianópolis
II

2009
Sumário

1. Introdução...........................................................................
....................................................... 1
1.1
Objetivo....................................................................................................
................................... 1
2. Fundamentação
teórica.................................................................................
.......................... 1
2.1 O uso do diário no registro das aulas do estágio
supervisionado............................................... 1
2.2 Aspectos importantes que um professor deve saber para realizar
sua prática
docente.....................................................................................................
................ 2
2.3 O método dialético em sala de
aula............................................................................................. 2
3. Planejamento de
ensino.................................................................................
.......................... 5
4. Desenvolvimento e análise do trabalho em sala de
aula..................................................... 10
4.1 Análise do período de
observação............................................................................................. 10
4.2 Análise das práticas desenvolvidas no estágio em sala de
aula................................................ 11
4.3 Outras
participações.................................................................................................
.................. 17
III

5. Considerações
finais...................................................................................
........................... 17
6. Referências
bibliográficas.......................................................................
.............................. 18
7. Anexos ...............................................................................
...................................................... 19
7.1 Planos de
aula................................................................................................................
............ 19
7.2 Cópia dos registro oficiais de
aula............................................................................................. 30
7.3 Atividades desenvolvidas pelos
alunos.................................................................................... 31
7.4 Provas
aplicadas.......................................................................................................
............... 32
7.5 Declaração de conclusão do estágio pela
escola..................................................................... 35
7.6 Diário
coletivo..........................................................................................................
................... 36
IV
1

1. Introdução

Esse trabalho foi desenvolvido no Instituto Estadual de Educação, com


a turma n° 120 do primeiro ano do ensino médio do período vespertino,
sob a regência da professora Ivete Comunello de Carli, no período de 19
de abril a 15 de maio de 2009. Essa turma possui três aulas semanais de
química. Em 22 aulas foram desenvolvidas as seguintes atividades: 3
aulas de observação; 11 aulas ministradas; 1 pesquisa; formulação e
aplicação de duas provas; correção de 3 de provas; participação em uma
reunião pedagógica; mostra de vídeo e uma apresentação em grupo dos
alunos.
O Instituto Estadual de Educação é o maior colégio público de Santa
Catarina. Oferece aulas para o ensino fundamental e médio, curso de
magistério, curso de línguas e dança. Oferece inúmeros recursos de apoio
pedagógico como: duas salas de vídeo, dois laboratórios de informática,
biblioteca com aproximadamente 12.000 volumes, laboratório de química
e um auditório. As observações das aulas foram registradas em um diário
(anexo).
Os alunos tratam-se de jovens na faixa etária média de 15 anos,
residentes em diversos bairros de Florianópolis.

1.1 Objetivo

Vivenciar situações reais de ensino, de forma crítica e assistida, a partir


do desenvolvimento planejado do Estágio Supervisionado, ampliando
dessa forma a compreensão sobre a identidade, características e
necessidades específicas da docência, enquanto identidade profissional.

2. Fundamentação teórica

2.1 o uso do diário no registro das aulas do estágio


supervisionado
2

O diário de aula é um documento importante, no qual o professor pode


registrar aspectos de suas aulas considerados relevantes. Esses registros
são considerados pela literatura como uma ferramenta de produção de
significados que pode ser utilizada pelo professor como um instrumento
para investigação acerca de sua prática pedagógica. Alguns formadores
de professores recomendam o uso do diário durante o estágio
supervisionado por considerarem importante suporte às reflexões pela
escrita com o objetivo de favorecer aprendizagens sobre ser professor
(GONÇALVES, 2008).

2.2 Aspectos importantes que um professor deve saber para


realizar sua prática docente

Uma referência importante para a prática pedagógica é a obra de


Paulo Freire. Em seu livro “Pedagogia da Autonomia”(FREIRE, 1996)o autor
propõe uma ação educativo-crítica do docente, baseada no diálogo, e uma
postura ética no exercício de sua tarefa. Ao ensinar, o professor pode
também aprender com o aluno. Freire defende que o professor trabalhe
com rigor metódico, ao aproximar os alunos dos objetos cognoscíveis.
Para ele, o processo de ensino não deve ser realizado apenas com o
tratamento superficial do conteúdo, tampouco com a ”pura transferência”
do conhecimento, mas se alonga a uma abordagem crítica. E essa
abordagem necessita de educadores e educandos criativos, inquietos,
curiosos, persistentes e humildes. Desse modo, ensina-se e aprende-se o
conhecimento já existente e trabalha-se o ainda não sistematizado. Para
isso, é imprescindível a presença da pesquisa no ciclo gnosiológico. Freire
destaca ainda algumas posturas que o professor deve adotar em sua vida
e atividade docente. Em sua concepção o professor deve ter consciência
de que não é um ser “pronto”, é inacabado e condicionado; consciente
disso pode ir além, numa permanente busca do aperfeiçoamento.
Para Freire a indagação e a pesquisa fazem parte da natureza da
pratica docente. Em sua concepção ensino e pesquisa são indissociáveis.
3

O professor deve também possuir o espírito científico investigativo, para


poder diagnosticar problemas e buscar soluções em busca do
aprimoramento da arte de ensinar.

“[...] Enquanto ensino, continuo buscando, procurando. [...].


Pesquiso para constatar, constatando intervenho, intervindo
educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não
conheço e comunicar ou anunciar a novidade.”

2.3. O método dialético em sala de aula

Considerando os objetivos da educação pública atuais, o método de


ensino tradicional é ineficaz para formar um cidadão crítico, com
autonomia intelectual e com boa capacidade de detectar e resolver
problemas. Na metodologia dialética, proposta por Vasconcelos (1992), o
ser humano é considerado como um ser ativo, que se relaciona. A
principal característica do método dialético é a interação constante entre
o professor e o aluno. A educação é participativa e o sujeito é quem
constrói o seu conhecimento se relacionando com o objeto e com as
pessoas; para isso o conteúdo deve ser significativo, o aluno deve agir
sobre ele, refletir e reelaborá-lo. Vasconcelos resume:

“O método dialético de conhecimento é pautado, pela


construção do conhecimento a partir do movimento do
pensamento que vai do abstrato ao concreto.”

O primeiro passo do processo de ensino e aprendizagem do método


dialético é a mobilização do aluno para o conhecimento, tarefa atribuída
ao professor. Mobilizar significa provocar, despertar e acompanhar o
interesse dos educandos pelo conhecimento visando estabelecer um
vínculo inicial significativo entre o sujeito e o objeto. A mobilização do
aluno ocorre quando este dirige sua atenção, seus sentidos, e se
concentra no objeto de conhecimento. Essa etapa deve levar o aluno a
elaborar as primeiras representações mentais do objeto de conhecimento.
As três atividades importantes do professor identificadas na abordagem
dialética, durante a mobilização são: a articulação realidade-objetivo-
4

mediação; a motivação; e a apresentação sincrética do objeto do


conhecimento. Para que a metodologia dialética se estabeleça, o professor
necessita ter um bom conhecimento da realidade da escola e dos alunos,
e atuar a partir dela. É necessário também que as características e
determinantes dos alunos, da escola, da comunidade, da sociedade, da
disciplina com a qual se vai trabalhar, sejam conhecidas. Nessa
concepção, o professor, ao iniciar um assunto, deve questionar o grupo a
respeito do objeto de aprendizagem, para conhecer suas concepções
sincréticas, diagnosticar possíveis obstáculos epistemológicos e auxiliá-lo
na superação desses obstáculos. Nessa perspectiva, a mobilização para o
conhecimento é um processo a ser desenvolvido pelo educador na
totalidade da prática educativa, a qual deve ser provocada, preservada e
autonomizada.
Nesse contexto, a motivação é considerada como “a carga
energética” colocada no ato de conhecer, destacando a importância da
afetividade como auxiliar no processo de aprendizagem. No método
dialético, o aluno não se motiva sozinho, tampouco o professor é o
responsável exclusivo pela motivação; ela resulta de uma parceria do
professor com os alunos, depende do assunto a ser tratado e da forma
como é abordado. Nas palavras de Vasconcelos:

“motivação é um complexo e dinâmico processo de


interações entre os sujeitos, os objetos de conhecimento
e o contexto em que se inserem.”

O papel do educador no método dialético é o de articulador das


relações do educando com o objeto de conhecimento e com o contexto
que interfere na relação sujeito-objeto. Ele é o facilitador das relações e
problematizador das situações, provocador, desafiador, estimulador,
ajudando o aluno a estabelecer uma relação significativa com o objeto;
essa relação deve satisfazer uma necessidade do aluno, enquanto ser
humano, seja intelectual, afetiva, ética, física, lúdica, estética, espiritual,
econômica, política, social, cultural. Além das atribuições acima o
5

educador é o responsável para disponibilizar meios que possibilitem e


direcionem a aprendizagem.
O segundo momento do processo educativo na perspectiva dialética
é o de construção de conhecimento. Trata-se da parte operacional do
processo educativo, na qual o aluno, sujeito, realiza suas atividades
(pesquisa, estudo individual, seminário, exercícios). Nessa etapa o aluno
deve entrar em contato profundo com o objeto, captando sua essência.
Nesse ponto, o educador atua no sentido de analisar as relações que
compõem o objeto de conhecimento.
As sete categorias / critérios orientadores da construção do
conhecimento em sala de aula são: a significação, vínculo ativo do sujeito
com o objeto de conhecimento; a práxis, a aprendizagem é ativa, fruto da
interação do sujeito com o objeto; a problematização, através da qual o
educador estabelece a contradição com o conhecimento sincrético que o
aluno traz, possibilitando a superação desse estágio de conhecimento; a
tarefa do professor em estabelecer a dialética entre a continuidade e
ruptura em relação ao conhecimento do educando, uma vez que no
método dialético o conhecimento novo se constrói a partir do antigo; a
articulação do conhecimento com uma visão crítica da realidade, no
sentido de buscar a verdadeira causa das coisas; a historicidade do
conhecimento que ajuda a resignificá-lo; o conhecimento tem origem num
todo social; para recuperar seu significado o educador deve articulá-lo
com a totalidade.
Ainda em relação à construção do conhecimento, Vasconcelos
sugere ao educador posturas metodológicas condizentes com o método
dialético, tais como: a proposição de atividade-problema, que estimule o
raciocínio dos alunos, articulada com outras estratégias como exposição
dialogada, trabalho de grupo, pesquisa, seminário, experimentação,
debate, jogos educativos, dramatização, etc. Como alternativa de
superação da metodologia tradicional, Vasconcelos sugere a seguinte
organização do trabalho pedagógico: “(a) exposição posicionada e
estimulante do educador; b) reflexão de confronto e problematização por
6

parte dos educandos; c) confronto educador-educando (superação das


diferenças de posição educador-educando)”.
Vasconcelos lembra que o trabalho de síntese é fundamental para a
compreensão concreta do objeto. Após percorrer as etapas de
aproximação e análise do objeto de conhecimento, o aluno deve sintetizar
o conhecimento, ou seja, sistematizá-lo, aplicá-lo, transferi-lo, expressá-lo
concretamente, seja de forma oral, gestual, gráfica/ escrita ou prática.

3. Planejamento de ensino

PLANO DE ENSINO
Disciplina: Química
Série: 1° ano Turma 120
N° de aulas: 11 aulas período: 19/04 a 15/05/2009
Professora: Domingas Cardoso da Silva

Justificativa

O principal objetivo da educação pública brasileira é o pleno


desenvolvimento (cognitivo, linguistico, motor e afetivo) do educando, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Na sociedade tecnológica atual a educação pública prioriza formação ética
e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico.
Se o conhecimento químico for promovido como um dos meios de
interpretar o mundo e intervir na realidade, e se for apresentado como
ciência, ou ainda como construção histórica relacionada aos muitos
aspectos da vida em sociedade, a química pode ser uma ferramenta da
formação humana capaz de ampliar nossos horizontes culturais e a
autonomia para o exercício da cidadania.
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De acordo com os PCN+ o aprendizado de Química no ensino médio


deve possibilitar ao aluno a compreensão tanto dos processos químicos
em si, quanto da construção de um conhecimento científico em estreita
relação com as aplicações tecnológicas e suas implicações ambientais,
sociais, políticas e econômicas” (PCN+, 2002). Dessa forma, os estudantes
podem julgar com fundamentos as informações advindas da tradição
cultural, da mídia e da própria escola e tomar decisões autonomamente,
enquanto indivíduos e cidadãos” (PCNEM, 1999).
Uma forma de dar sentido à pratica educativa é que o sujeito
conheça o objeto de estudo, o que é e para que serve. Uma vez que a
química é uma área do conhecimento humano que trabalha com as
transformações da matéria e a energia envolvida nessas transformações,
e pelo fato de que tais fenômenos estão presentes nas transformações
naturais e em todos os processos de fabricação de materiais artificiais
presentes em nosso cotidiano; faz-se importante que o cidadão perceba
onde ocorrem essas transformações e onde é aplicado o conhecimento
químico.
É de fundamental importância que os estudantes entendam a
Classificação Periódica dos Elementos como uma construção histórica da
ciência química, assim como sua importância como fonte de consulta das
propriedades físico-químicas dos elementos e dos símbolos que os
representam, bastante requeridas durante o curso de química.
As pilhas, baterias e lâmpadas são importantes para a nossa
qualidade de vida. Além de nos proporcionar os benefícios que já
sabemos, quando esse tipo de material é descartado no meio ambiente
pode contaminar o solo, os lençóis freáticos e os rios com metais pesados
prejudiciais à saúde humana. De posse desse saber, o cidadão pode
prevenir possíveis contaminações pelo descarte correto desses materiais
que podem ainda ter os seus componentes reciclados, o que é vantajoso
em termos econômicos e ambientais. Estudando esse contexto o aluno
pode ainda constatar o uso dos metais no cotidiano, assim como entender
de onde vem a energia gerada nesses equipamentos.
8

Metodologia

Para ensinar a influência da química na vida moderna inicialmente


será feita uma pesquisa para diagnosticar a concepção que os alunos tem
dessa ciência. Em seguida, eles devem ler um pequeno texto sobre a
presença da química no cotidiano. No próximo passo grupos de cinco
alunos devem trazer nomes de componentes químicos presentes em
produtos do cotidiano. Por último, eles assistirão ao vídeo “O que é a
indústria química”, do Telecurso 2000, que mostra que conhecimento
químico é aplicado desde a extração da matéria prima até a fabricação
dos produtos; além de poder ser usado para resolver os possíveis
problemas ambientais causados pela química.
A Classificação periódica será estudada com o uso do livro texto;
com a leitura explicação pelo professor. Com a ilustração da tabela
periódica. Ao final serão resolvidos exercícios para a consolidação da
aprendizagem.
O estudo do tema “O perigo dos metais pesados para a saúde e o
meio ambiente” será explorado inicialmente a problematização através de
um questionário. Em seguida um texto será lido e por último os alunos
responderão a questões relativas ao texto. Uma das questões será
advinda de resultados de pesquisa científica que os alunos deverão
analisar e resolver questões específicas.

Objetivos gerais

• reconhecer a química como ciência, historicamente construída pelas


necessidades humanas, e sua finalidade;
• reconhecer a tabela periódica como uma importante base de dados dos
elementos que constituem todos os materiais; assim como sua seqüência
lógica e como se deu essa construção;
• reconhecer o uso dos metais no dia a dia;
• reconhecer o perigo dos metais pesados à saúde e ao meio ambiente.
9

1. A influência da química na vida moderna

Objetivos específicos
• avaliar a concepção que os alunos têm da química;
• verificar se eles dispõem de computador e internet, para aliá-lo ao
processo educativo como fonte de pesquisa;
• reconhecer a presença dos elementos químicos nos produtos
tecnológicos e do dia a dia
• reconhecer a presença do profissional químico como responsáveis
técnicos da fabricação de alguns produtos.;
• reconhecer a influência da química em nosso padrão de vida atual;
• reconhecer que os elementos químicos estão presentes nas matérias
primas utilizadas pela indústria química;
• reconhecer o papel da química na separação e purificação das matérias
primas.

Desenvolvimento metodológico

Inicialmente será aplicado o Questionário 1, anexo, referente à


pesquisa. Em seguida os alunos devem ler o texto “A química em nosso
cotidiano” (FELTRE, p. 7). No próximo passo será solicitado que façam
uma pesquisa, em grupo, sobre a presença da química em nosso
cotidiano, identificando os componentes químicos em alguns produtos de
casa ( Questionário 2, anexo). Solicitar a cada grupo que apresentem a
pesquisa na próxima aula. Na última do trabalho será exibido o filme “O
que é a indústria química?” (Telecurso 2000).sobre o qual a turma deverá
responder algumas questões (Questionário 3, anexo).

2. Classificação Periódica dos elementos.

Objetivos específicos
• reconhecer que os elementos foram sendo descobertos ao longo do
tempo;
10

• reconhecer o processo de construção e organização da tabela periódica;


• reconhecer a forma como a tabela periódica moderna é organizada;
• reconhecer quais são os grupos e famílias;
• extrair dados a respeito dos elementos por meio da utilização da tabela
periódica;
• reconhecer as famílias elementos representativos;
• familiarizar-se com os nomes dos elementos químicos;
• determinar a posição de um elemento na tabela a partir da configuração
eletrônica da última camada.

Conteúdos
• Histórico.
• Classificação periódica moderna.
• Períodos.
• Colunas, grupos ou famílias.
• Os nomes dos elementos químicos.

Metodologia

A metodologia empregada será a exposição dialogada, com


ilustrações contidas no livro do FELTRE. Será realizada uma leitura
dinâmica de um texto sobre o histórico da tabela periódica. Para o estudo
das famílias períodos será feito um esboço da tabela no quadro, onde
serão indicados quais são os grupos e os períodos, e as principais famílias.
Para o estudo da configuração eletrônica dos elementos ao longo da
tabela periódica será feito um resumo no quadro com orientações sobre a
localização dos elementos na tabela periódica a partir da configuração
eletrônica da camada de valência. Ao final será feito um trabalho onde o
aluno irá preencher uma tabela com a configuração eletrônica de alguns
elementos, o grupo ou família ao qual pertence, o período e o número de
camadas do átomo.

3. Metais pesados: efeitos à saúde e ao meio ambiente.


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Objetivos específicos
• problematizar o uso e descarte de lixo eletrônico;
• reconhecer o uso dos metais chumbo, cádmio e mercúrio em baterias,
pilhas, lâmpadas e em outros produtos tecnológicos;
• reconhecer que os metais pesados são prejudiciais ao meio ambiente à
saúde humana;
• identificar algumas fontes de contaminação de metais pesados
• reconhecer o papel do poder público na implementação fiscalização de
legislações ambientais;
• identificar a classificação periódica desses metais;
• interpretar dados em tabelas;
• reconhecer como os metais atingem o ser humano pela cadeia
alimentar;
• reconhecer as formas de representação das transformações que ocorrem
em uma pilha;
• resolver situações problema que envolve o descarte correto de lixo
tóxico;
• reconhecer o uso dos metais chumbo, cádmio e mercúrio em baterias,
pilhas, lâmpadas e em outros produtos tecnológicos.

Conteúdos
• efeitos dos metais pesados à saúde humana e ao meio ambiente
• classificação periódica dos três principais metais pesados
• descarte correto de lixo tóxico.
• metais de transição

Metodologia

Inicialmente será feita a problematização do tema com um


questionário de cinco itens, que os alunos devem discutir em grupos de
seis e anotar as sínteses das respostas. Em seguida, será feita a discussão
com a turma toda e anotadas as sínteses das respostas no quadro. Depois
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será introduzido um texto para eles lerem e interpretarem; nessa etapa a


professora deve mostrar lâmpadas, pilhas e baterias para eles e
esclarecer dúvidas. Por último eles responderão a um questionário com
questões sobre o texto e sobre o conteúdo metais da tabela periódica.
Esse questionário possui uma questão especial onde eles vão utilizar
conhecimentos obtidos na aula e dados obtidos de uma pesquisa científica
para analisar uma tabela, comparando valores de concentrações de
metais pesados encontrados nas análises com valores máximos
permitidos pela legislação e tirando conclusões.

Bibliografia: DURÃO, Jr., W. A.; WINDMÖLLER, C. C.; A questão do


mercúrio em lâmpadas fluorescentes ; Química Nova
na Escola, no. 28, maio, 2008.
SANTOS W.L.P., Mól, G.S., e col. Química e Sociedade. São Paulo, Nova
geração. 2006. p. 658-661
ESTADO DE SANTA CATARINA, Lei No. 1.347, de 17 de Janeiro de 2000.
Instituto de Pesquisas Nucleares-IPEN-http://www.ipen.br/sitio/?
ap=51&idc=3199

Livro adotado: Feltre, R.; Química Geral, v.1, 6ª edição, Editora


Moderna.

4. Desenvolvimento e análise do trabalho em sala de aula

4.1 Análise do período de observação

O período de observação foi de três aulas. No primeiro dia ocorreu


uma prova sobre o assunto “a evolução do modelo atômico, isótopos,
isóbaros e isótonos” com duração de uma aula. Em seguida, a professora
resolveu, no quadro de giz, alguns exercícios sobre os números quânticos.
A professora ensinava com o apoio do livro didático (FELTRE, 2004),
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solicitando a participação dos alunos através de perguntas. Não foi


observada a contextualização do conteúdo, sendo inteiramente disciplinar.
A turma mostrou-se bastante indisciplinada e dispersa. Um fato que
chamou a atenção foi que, após várias advertências, a professora regente
excluiu um aluno da turma, que saiu fazendo gestos impróprios para ela;
com isso a turma ficou mais calma. Com algumas exceções, a turma
revelou-se bastante indisciplinada, desmotivada e pouco interessada nas
aulas de química. Alguns alunos que sentavam-se à frente participavam
ativamente das aulas, fazendo perguntas e respondendo aos
questionamentos da professora, enquanto alguns de trás ficavam
conversando e outros totalmente apáticos. Foi observado que muitos não
faziam as atividades e outros sequer abriam os livros, e ainda que outros
não os possuíam. A professora encerrou o assunto sobre números
quânticos e marcou a prova para dez dias depois da primeira. As provas
eram de dois tipos diferentes, com questões objetivas e abertas. Corrigi a
primeira prova, formulei e corrigi a segunda. O Quadro 1 contém um
resumo dos resultados das duas avaliações dos conteúdos ministrados
pela professora regente.

Quadro 1. Resumo dos resultados de duas provas aplicadas pela


professora regente.
Assunto Notas (%)

zero 1-6 7-
10
A evolução do modelo
atômico. 11 67 22
Isótopos,isóbaros e
isótonos.

Números quânticos 41 53 6

A chamada era feita pela tabela periódica: a regente chamava um


nome e o aluno respondia com o nome, o símbolo e o número atômico de
elemento químico. Eles ficavam bem atentos nessa hora. Após as provas a
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professora regente solicitou que, para ter direito à recuperação, os alunos


trouxessem as provas assinadas pelos pais. No entanto, apenas três o
fizeram.

4.2 Análise das práticas desenvolvidas no estágio em sala de aula

Diante de um alto índice de notas baixas (Quadro 1) e de uma


turma totalmente desmotivada e desinteressada pelo ensino de química,
senti a necessidade de avaliar se eles tinham noções do que é essa
ciência, para que serve estudar química, e onde esse conhecimento é
aplicado (Plano de aula 1, anexo). Para fazer esse diagnóstico formulei
um questionário com cinco perguntas, o qual apresento os resultados
abaixo. No intuito de aliar o computador às práticas adicionei uma sexta
questão para saber se eles dispunham de computador em casa, 79% dos
alunos responderam que sim.
As cinco questões da pesquisa foram respondidas por 29 alunos. A
Primeira indagação feita diz respeito ao que o aluno entende por química.
De acordo com os resultados, apresentados no Gráfico 1, a resposta mais
frequente é a de que a química é “o estudo dos elementos químicos, dos
átomos, etc”., a maioria, 90% conceberam a química como sendo apenas
uma disciplina escolar, enquanto os outros 10% a entendem como sendo
uma área do conhecimento que estuda a composição da matéria e suas
transformações.

È o estudo do
10% elementos
químicos, dos
átomos, dos
prótons,etc.
Estuda os
materiais e
suas
90% transformaçõe
s

Gráfico 1. Concepção que os alunos têm da química.


15

Observei durante a pesquisa, que muitos não sabiam como


responder, trocando idéias com os colegas ou me pedindo sugestões.
Solicitei a eles que tentassem responder com suas próprias palavras,
apenas o que sabiam; pois objetivo era exatamente de verificar como eles
vêem a química em seu cotidiano. Abaixo se encontram transcritas
algumas respostas da primeira questão que me chamaram a atenção:

Aluno A: “Que existem elementos, distribuição eletrônica etc...”


Aluno B: “Que eu intendo por quimica que é uma materia muito dificio tem
que ter muita cabeça para fazer os caucolos de massa etc.”
Na segunda questão perguntei aos alunos como eles vêem a
presença da química no seu dia a dia. Nesse caso, as respostas foram
diversificadas, ocorrendo inclusive alguns equívocos em relação à
diferença entre fenômenos químico e físico.

Em produtos de
20%
higiene/limpeza

Nas
transformações
57% físicas da água
23%
Outros

Gráfico 2. Como os alunos vêem a química em


seu dia a dia.

Foram constatadas sete ocorrências (23%) nas quais eles citaram as


transformações de estado físico da água, como a seja evaporação e a
solidificação. Os produtos de higiene e limpeza, como xampus, tinturas
para cabelo, materiais de limpeza, etc., foram citados em 20% dos casos.
Os outros 57% colocaram que vêem a química presente em diversos
materiais, nos alimentos, na natureza, nas coisas que utilizamos
diariamente e na poluição ambiental.
16

Abaixo, encontram-se algumas respostas transcritas:

Aluno A: “Nas aulas e nas coisas como elementos”


Aluno B: “Pra mim eu vejo a química muito pouco no meu dia a dia.”
Aluno C: “Em tudo, impossível viver sem a química no século 21.”

A terceira questão pede aos estudantes para citarem coisas boas e


ruins que a química pode nos oferecer. Na opinião de 41% da turma, os
problemas ambientais representam o lado mais negativo da química
(Gráfico 3). 21% não especificaram coisas prejudiciais e responderam de
forma geral, como por exemplo: “A química hoje em dia nos oferece muita
coisa boa, mas se não usarmos ela corretamente, ela pode se tornar
prejudicial à nós e ao meio ambiente.” Parte dos alunos que conceberam a
química somente como uma disciplina escolar, colocaram que o lado ruim
da química são os cálculos e a distribuição eletrônica, citados em 21% dos
casos. Em 17% das amostras, as bombas nucleares surgiram como vilãs.

Bombas
nucleares

21% 17%
Problemas
ambientais

Não
21% especificaram
41%
cálculos e
distribuição
eletrônica

Gráfico 3. Lado negativo da química

Citação de um aluno: “De ruim e que a química tem cauculos muito


difíceis”.

Observei uma certa dificuldade quando eles procuravam relacionar


coisas boas. As respostas para esse caso foram diversificadas (Gráfico 4).
17

Apenas 13 amostras reportaram alguns exemplos. Isso demonstra que o


lado ruim é mais significativo, ou seja, não está claro para eles o papel da
química em nossa sociedade. Alguns se referiram aos alimentos, 17%, os
remédios obtiveram 14%, cosméticos, metais e outros ficaram com 14 % e
55% não especificaram ou não citaram exemplos.

Não
especificaram
ou não
14% responderam
alimentos

14%

55%
Remédios
17%

Outros

Gráfico 4. Lado positivo da química na opinião dos


estudantes

Transcrição de algumas respostas:

Aluno A: “Bom da química é fazer experiências”.


Aluno B: “Uma coisa boa é desenvolvimento do raciocínio e coisa ruim e o
que envolve cálculo”.
Quando questionada se tinha conhecimento de algum problema
relacionado à química em sua comunidade, 52% da turma respondeu
desconhecer qualquer fato negativo envolvendo aspectos químicos. Como
apresenta ainda o Gráfico 5, 21% citaram poluição de maneira geral,
24% responderam esgotos e apenas 3% o lixo.
18

24%

Nenhum
lixo
52% poluição
esgoto
21%

3%

Gráfico 5. Problemas envolvendo aspectos


químicos no bairro em que moram

A quinta, e última questão, indaga como o estudante gostaria de


aprender química. Uma miscelânia de sugestões predominaram em 45%
dos casos, Gráfico 6. As experiências em laboratório foram reportadas
em 38% das amostras e 17% aludiram a uma forma “divertida” de
aprender química..

Experiências no
38% laboratório
45% de uma forma
divertida
outros

17%

Gráfico 6. Como os alunos gostariam de


aprender química

Vejamos abaixo alguns exemplos das respostas dos alunos, de como


gostariam de aprender química:
Aluno A : “Explodindo coisas.”
Aluno B: “Em casa.”
19

Aluno C: “De um jeito mais fácil, com melhor explicação e


descomplicado.”

Sabendo que os alunos não viam sentido em seu aprendizado de


química, a medida a ser tomada para intervir e mudar aquele quadro seria
possibilitar que eles conhecessem um pouco dessa ciência, sua aplicação
e seus objetivos. Assim, foi introduzido um texto “A química em nosso
cotidiano” (FELTRE, 2004), que foi lido e discutido em sala de aula. Em
seguida, um questionário (anexo), com cinco perguntas, foi entregue para
que eles pesquisassem sobre materiais do dia a dia que contém
componentes químicos e apresentassem, em grupo de seis, na próxima
aula. Foi solicitado que eles pesquisassem em casa e na Internet.
Na aula seguinte, somente dois grupos (de sete) fizeram a pesquisa
requerida anteriormente. O primeiro grupo foi orientado a apresentar sua
pesquisa para a turma, mas apenas um dos componentes e manifestou. O
estudante foi orientado a expor a resposta da primeira questão no quadro.
Essa questão pedia para eles identificarem cinco produtos utilizados em
casa que continham componentes químicos. Observou-se, no entanto, que
o aluno teve dificuldade em se comunicar com a turma. Os outros
componentes do grupo foram convidados a participar, mas nenhum falou
nada. Em seguida foi explicado a eles o papel da química na produção dos
componentes de produtos como o sabão em pó, o creme dental, entre
outros utilizados em nosso dia a dia, assim como a presença dos
profissionais dessa área no controle de qualidade na fabricação dos
produtos industrializados.
O segundo grupo foi chamado para apresentar a segunda questão,
que perguntava por que existem dois ou mais tipos de gasolina. Eles
responderam que uma seria mais “grossa”, mais densa, que a outra.
Perguntei às alunas onde elas haviam pesquisado essa resposta e elas
disseram que não haviam pesquisado. Então, quando perguntadas
novamente se sabiam a diferença entre a gasolina comum e a aditivada,
uma delas deduziu que, logicamente, era porque contém aditivos, que ela
não soube dizer quais.
20

Como os outros grupos não realizaram a pesquisa solicitada, então


os dois grupos que já haviam apresentado retornaram para apresentar as
demais. Vale ressaltar que somente o líder do primeiro grupo participou.
Do segundo grupo houve maior participação dos componentes. Pode-se
dizer, portanto, que os objetivos da aula não foram satisfatoriamente
alcançados, devido ao baixo índice de participação da classe.
Ainda na expectativa de dar sentido ao aprendizado de química, foi
apresentado o filme “O que é a indústria química?”, com duração de 12
minutos e cinco questões de interpretação. Um fato interessante que
ocorreu é que a turma não conseguia se concentrar no filme, falavam
ininterruptamente. Após várias tentativas de mantê-los atentos foi
necessário que um deles fosse excluído, pois as advertências não surtiram
efeito. A partir dessa medida, a turma ficou em silêncio e conseguiu
assistir ao filme e responder às questões. Algo anormal percebido naquela
e em outras ocasiões é a dificuldade de concentração que alguns têm, em
se relacionar com objeto de estudo e até mesmo focar a atenção em algo
para ouvir interpretar os fatos.
A seguir será feita uma breve descrição do filme: mostrava a
importância da química na separação, purificação e transformação das
substâncias da natureza. Apresentava diferentes matérias primas
utilizadas na fabricação de materiais utilizados em nosso dia a dia.
Mostrava ainda a aplicação do conhecimento químico na obtenção de
materiais importantes para a melhoria de nossa qualidade de vida, como
os fertilizantes, os conservantes de alimentos, os medicamentos, os
materiais de construção, os plásticos, as tintas, etc. Esse filme mencionou
também a problemática ambiental que a indústria química pode provocar,
mas que com o uso do conhecimento químico podemos reduzi-la e até
mesmo preveni-la com as medidas adequadas como a redução dos
resíduos e a remediação das áreas poluídas.
As aulas sobre a tabela periódica (Plano de aula 2, anexo) foram
ministradas com o uso do livro e do quadro de giz, onde foi feito um
esboço da tabela periódica e indicadas as famílias, seus respectivos
21

nomes, e os períodos. Em seguida foi feito um exercício. Não foi observada


nenhuma dificuldade na aprendizagem desse conteúdo pelos alunos.
O assunto “configurações eletrônicas dos elementos ao longo da
classificação periódica” foi abordado com um pequeno resumo feito no
quadro, com orientações de como a partir da configuração eletrônica da
camada de valência, obter informações sobre a localização de um
elemento na tabela periódica: a família, o período, o elétron de
diferenciação, o nível e o subnível mais energéticos. Ao final, os alunos
realizaram uma atividade na qual uma tabela contendo uma coluna com
vários elementos e outras para serem preenchidas com as informações
citadas anteriormente. Essa atividade foi avaliada com dois pontos. Nessa
etapa aparentemente não houve dificuldade. A maioria cumpriu a tarefa
de forma satisfatória.
O terceiro e último plano de aula (Plano 3, anexo), com o tema
“Metais pesados: efeitos à saúde humana e ao meio ambiente”, referia-se
ao uso dos metais no dia a dia, especificamente de uma forma não muito
evidente para nós: em lâmpadas fluorescentes, pilhas e baterias.
Inicialmente os alunos foram orientados a formarem grupos de seis.
Depois foi entregue um questionário (anexo), cujo objetivo era fazer a
problematização do descarte de lâmpadas, pilhas e baterias o meio
ambiente. Foi solicitado que eles respondessem as questões em quinze
minutos. Em seguida foi feita uma discussão das questões com a turma. O
texto “O perigo das pilhas, baterias e lâmpadas fluorescentes
descartadas no meio ambiente” (anexo), foi entregue para que eles
lessem.
Percebeu-se um grande interesse pelo assunto, no entanto, ao final
da primeira aula houve um tumulto, pois naquela sexta feira haveria
apenas a última aula de química. A coordenadora da ala havia nos cedido
a aula de um professor faltoso, ou seja, havia duas aulas para por em
prática o último plano desse estágio. No início da aula esse fato foi avisado
aos alunos, mas eles não entenderam. Ao final da primeira aula foram até
a coordenadoria de ala para confirmar se haveria outra aula de química.
De forma que a coordenadora de ala os reconduziu à sala para assistirem
22

a mais uma aula. Esse fato, somado ao fato de mais uma troca de
professora de química, e de ser uma sexta feira fria, serviu para
desestimular os alunos. O tempo foi insuficiente para que eles
respondessem às questões referentes ao tema. Ao final da aula me
despedi e dei alguns conselhos para eles, para que procurassem se
dedicar mais aos estudos; pois a educação pode mudar nossa realidade, e
para cobrarem um ensino que tivesse mais contextualização e relação
com o seu cotidiano. Um fato que me deixou motivada foi que eles
elogiaram e reconheceram o diferencial da abordagem feita nesse
trabalho de estágio. Nesse dia, a professora regente atual procurou-me
para pedir informações sobre as minhas aulas, das quais os alunos haviam
lhe falado.

4.3 Outras participações

Participação em uma reunião pedagógica com todos os professores


da instituição. O assunto abordado nessa reunião foi as novas regras de
avaliação implementadas pela Resolução Estadual n° 158/2008 (anexa).
De acordo com alguns professores essas mudanças vieram para facilitar a
aprovação dos alunos, uma vez que o peso da participação anual diminuiu
e aumentou o da recuperação final. Alguns professores protestaram contra
a nova regra. A responsável pelo setor de áudio visual aproveitou a
oportunidade para solicitar aos professores o empenho no planejamento
de suas aulas, pois, de acordo com ela, eles estariam utilizando os vídeos
somente para preencher o tempo de suas aulas não planejadas.

5. Considerações finais

Fomos educados em uma escola baseada no método tradicional,


onde assistamos às aulas transmitidas pelo professor com a ajuda de
poucos recursos; muitas vezes utilizando apenas caneta e caderno. Sabe-
se que as exigências requeridas pelo mercado de trabalho e para que o
nosso desenvolvimento econômico e social ocorra de forma sustentável,
23

requerem que tenhamos uma educação escolar diferente daquela que


vinha sendo praticada. O mundo está em constante evolução. No entanto,
todos nós tendemos a encontrar um estado de equilíbrio e nele
permanecer, ou seja, permanecer na inércia. É necessário que cada um
contribua com sua parte e transforme-se com a renovação de seu
entendimento. Isso não é impossível, basta ter disposição.
Uma vez que o mundo disponibiliza inúmeros recursos que podem
ser utilizados para melhorar as práticas pedagógicas, podemos utilizá-los
para potencializar a aprendizagem dos estudantes. Isso tudo com uma
abordagem dialética na perspectiva CTS, tendo cuidado de não esquecer
dos conteúdos de química.

6. Referências bibliográficas

BRASIL. MEC. SEMTEC. Parâmetros curriculares nacionais: ensino


médio. Brasília, 1999.

BRASIL. MEC. SEMTEC. PCNs+ ensino médio: orientações


educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares
Nacionais. Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Brasília,
2002.

BRASIL. MEC. SEMTEC. SEB. Departamento de Políticas Públicas do Ensino


Médio. Orientações Curriculares do Ensino Médio. 2004.

DELIZOICOV, D. Práticas freireanas no ensino de ciências. In


Conhecimento científico e vida cotidiana; Capítulo 14; org. Matos, C.; São
Paulo; Terceira Margem; 1993.

DELIZOICOV. D., ANGOTTI, J.A., PERNAMBUCO, M.M. Ensino de Ciências:


Fundamentos e Métodos. São Paulo: Cortez, 2002.

FREIRE, Paulo; Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à


prática educativa; São Paulo: Paz e Terra; 148 p.; 1996.

GONÇALVES, F. P., FERNANDES, C. S., e col.; O Diário de Aula Coletivo no


Estágio da Licenciatura em Química: Dilemas e seus Enfrentamentos.
Química Nova na Escola, n. 30, p, novembro de 2008.

LIBÂNEO, J. C.; Didática, São Paulo, Cortez, 1994.

SANTA CATARINA Proposta Curricular do Estado de Santa Catarina,


1998.
24

SANTOS W.L.P., Mól, G.S., e col. Química e Sociedade. São Paulo, Nova
geração. 2006.

VASCONCELOS, C. S.; Metodologia dialética em sala de aula; Revista


de Educação -AEC; Brasília. v. 21, n. 83, p. 28-55, jun., 1992.

7. Anexos
7.1 Planos de aula
PLANO DE AULA 1

Escola: Instituto Estadual de Educação Disciplina: Química


Data: 31/03/09
Série: 1ª. Turma: 120 Período: vespertino Profa.
Domingas Cardoso da Silva
UNIDADE DIDÁTICA: A influência da química na vida moderna
OBJETIVOS CONTEÚDOS No. DE AULAS DESENVOLVIME
ESPECÍFICOS NTO
METODOLÓGICO
1. Avaliar a 1. Conceito de 4 aulas • Aplicar o
concepção química; Questionário 1,
que os alunos anexo.
têm da
2. A química em
química; • Explicar aos
nosso
cotidiano. alunos os
2. verificar se objetivos dessa
eles dispõem pesquisa.
3. As
de
transformaçõ
computador e • Pedir que
es da
internet, para coloquem
matéria.
aliá-lo ao somente as
processo respostas para
educativo facilitar o
como fonte trabalho deles.
de pesquisa;
• Pedir aos alunos
3. reconhecer a que leiam o
presença dos texto “A química
elementos em nosso
químicos nos cotidiano”
produtos (FELTRE, p. 7) e
tecnológicos explicar cada
25

e do dia a dia parágrafo.

4. reconhecer a • Solicitar que


presença do pesquisem,
profissional posteriormente,
químico como em equipes de 6
responsáveis alunos, as
técnicos da respostas para o
fabricação de Questionário 2,
alguns anexo.
produtos.
• Solicitar a cada
5. reconhecer a grupo para
influência da apresentar uma
química em questão e
nosso padrão entregar o
de vida atual; questionário
respondido.
6. reconhecer
que os • Explicitar a
elementos presença dos
químicos profissionais de
estão química como
presentes nas responsáveis
matérias técnicos pelos
primas produtos.
utilizadas
pela indústria • Destacar a
química; importância do
silício para a
7. reconhecer o fabricação dos
papel da chips
química na eletrônicos.
separação e
purificação • Solicitar aos
das matérias grupos que
primas. corrijam as
falhas durante
as
apresentações.

• Pedir que no
final eles
entreguem o
questionário
corrigido.

• Passar as
questões sobre o
26

filme “O que é a
indústria
química?”
(Telecurso
2000).
Questionário 3,
anexo.

• Explicar as
questões.

• Levar os alunos
à sala de
Audiovisual.

• Exibir o filme e
pedir que eles
respondam as
questões.

• Repetir o filme.

Bibliografia Consultada:

Filme: O que é a indústria química? Produção: Telecurso 2000


Duração: 12 minutos
Livro: FELTRE, R.; Química Geral, v.1, 6ª edição, Editora Moderna,

MATERIAL A SER UTILIZADO NO PLANO DE AULA 1

Pesquisa. Questionário 1. Sobre as concepções que os alunos têm da


química.

1. O que você entende por química?

2. Como você vê a presença da química no seu dia a dia?

3. Cite coisas boas e ruins que a química pode nos oferecer.

4. Em seu bairro, você vê algum problema relacionado à química?

5. Como você gostaria de aprender química?

6. Você possui Internet em casa?

Questionário 2. Sobre a presença da química em nosso cotidiano.


27

1. Identifique cinco produtos em sua casa que contenham componentes


químicos.
2. Procure saber porque há, nos postos, dois ou mais tipos de gasolina
com preços diferentes.
3. Faça uma relação de equipamentos existentes em sua casa que
possuam chips eletrônicos.
4. Compare os rótulos de dois ou mais tipos de creme dental. Procure
verificar se há componentes químicos em comum.
5. Imagine uma experiência para provar que o ar tem massa.

Questionário 3. Sobre o filme “ O que é a indústria química?” do


Telecurso 2000.

1. O que a indústria química faz?


2. A partir de quantas substâncias a indústria química produz outras
milhares?
3. Qual ácido está entre os mais importantes para a indústria química?
4. Cite 5 tipos de substâncias fabricadas pela indústria química. Uma para
cada área:
a) Saúde__________________________
b) Aumenta a produtividade agrícola____________________
c) Mata as pragas da lavoura__________________________
d) Conserva os alimentos___________________
e) Colore os materiais_____________________
5. Qual é a região do Brasil onde há mais indústrias químicas?

PLANO DE AULA 2

Escola: Instituto Estadual de Educação Disciplina: Química Data:


28/04/09
Série: 1ª. Turma:120 Turno vespertino Profa. Domingas
Cardoso da Silva
UNIDADE DIDÁTICA: A Classificação Periódica dos Elementos
OBJETIVOS CONTEÚDOS No. DE AULAS DESENVOLVIME
ESPECÍFICOS NTO
28

METODOLÓGICO
1. reconhecer 1. Histórico 4 aulas • Pedir aos alunos
que os que leiam cada
elementos parágrafo do
foram sendo texto das pgs.
descobertos 111-118 do
ao longo do FELTRE, explicar
tempo; o texto, os
gráficos, as
2. reconhecer o tabelas e as
processo de ilustrações.
construção e
organização 2. Classificação
da tabela periódica
periódica; moderna
2.1. Períodos
3. reconhecer a 3. Colunas,
forma como a grupos ou • Esquematizar no
tabela famílias. quadro um
periódica 4. Os nomes dos esboço da tabela
moderna é elementos periódica e
organizada; químicos apresentar as
colunas como
4. reconhecer “famílias” ou
quais são os “grupos” e as
grupos e linhas como
famílias; sendo os
“períodos”.
5. extrair dados • Escolher alguns
a respeito dos elementos e
elementos pedir aos alunos
por meio da que apontem a
utilização da família e o
tabela período aos
periódica; quais eles
pertencem.
6. reconhecer as • Pedir aos alunos
famílias que façam os
elementos exercícios 1-12
representativ das páginas.
os. 5. Configuração 118-119 em
eletrônica dos casa.
7. familiarizar-se elementos ao • Corrigir os
com os longo da exercícios na
nomes dos classificação próxima aula.
elementos periódica.
químicos.
29

8. determinar a
posição de
um elemento • Trabalho em
na tabela a dupla: entregar
partir da uma tabela
configuração (anexa) para
eletrônica da que os alunos
última preencham, com
camada. os dados dos
elementos
obtidos pela
configuração
eletrônica.

Bibliografia Consultada

Feltre, R.; Química Geral, v.1, 6ª edição, Editora Moderna,

MATERIAL A SER UTILIZADO NO PLANO DE AULA 2

TRABALHO EM DUPLA. Com o apoio do diagrama de Pauling e da tabela


periódica, complete a tabela abaixo.
30

Nome simbo Distribui Subnív Elétron Núme Últim Períod Grup


do lo ção el mais de ro de a o ao o
átomo (núm eletrôni energé diferenci cama cama qual (famíl
ero ca tico ação das da perte ia)
atômi ocupa nce
co) da
lítio
Sódio
potássi
o
Rubídio

hidrogê
nio
lítio
Berílio
Boro
carbon
o
nitrogê
nio
oxigêni
o
flúor
Neônio

PLANO DE AULA 3

Escola: Instituto Estadual de Educação Disciplina: Química Data:


11/05/2009
Série: 1ª. Turma: 120 Período: vespertino Profa.
Domingas Cardoso da Silva
UNIDADE DIDÁTICA: Metais pesados: efeitos à saúde humana e ao meio
ambiente
OBJETIVOS CONTEÚDO No. DESENVOLVIMENT AVALIAÇ
ESPECÍFICOS S DE O ÃO
AULA METODOLÓGICO
S
• problematizar efeitos dos •1 • formar grupos de Participaç
o uso e metais seis alunos. ão
pesados à aula
descarte de
lixo eletrônico; saúde • Explicar que eles Question
 reconhecer o humana e serão avaliados no ário 1
uso dos metais ao meio decorrer da
chumbo, ambiente  2 atividade. Question
cádmio e ário 2
31

mercúrio em classificação aula • Pedir aos alunos feito em


baterias, periódica que respondam ao casa
s
pilhas, dos três Questionário 1
lâmpadas e principais (anexo). Question
em outros metais ário 2
produtos pesados • Pedir que discutam corrigido.
tecnológicos; as questões no
 reconhecer descarte pequeno grupo e
que os metais correto de anotem as sínteses
pesados são lixo tóxico. das respostas. (15
prejudiciais ao min)
meio ambiente metais de
à saúde transição • Discussão das
humana; questões no grande
 identificar grupo
algumas fontes
de • Anotar respostas
contaminação em uma tabela no
de metais quadro.
pesados
 reconhecer o
• Pedir que eles
papel do poder façam as correções
público na em seus
implementaçã questionários e
o fiscalização entreguem
de legislações
ambientais;  Ler em casa o
 identificar a
texto “O perigo
classificação das pilhas,
periódica baterias e
desses metais; lâmpadas
 interpretar
fluorescentes
dados em descartadas no
tabelas; meio ambiente”.
 reconhecer
(anexo)
como os
metais  interpretar as
atingem o ser questões e fazer as
humano pela Atividades
cadeia (anexa)
alimentar;
 reconhecer as
 recolher as
formas de respostas de todos.
representação
das  Perguntar se
transformaçõe alguém teve
s que ocorrem dificuldade para
em uma pilha; interpretar o texto.
 resolver
32

situações  Se houve
problema que dificuldade a profa.
envolve o deve ler para eles.
descarte
correto de lixo  Esquematizar a
tóxico; biomagnificação no
 reconhecer o quadro
uso dos metais
chumbo,  Levar algumas
cádmio e pilhas, baterias de
mercúrio em celulares e
baterias, lâmpadas
pilhas, fluorescentes e
lâmpadas e incandescentes.
em outros
produtos  Esquematizar no
tecnológicos. quadro a reação de
uma das pilhas

 Anotar os
equívocos

 Anotar a resposta
correta no quadro e
explicar para que
cada um entenda o
porque de cada
indagação.

 Solicitar aos
grupos que
entreguem as
respostas
corrigidas em sala
de aula.

Bibliografia Consultada

1. DURÃO, Jr., W. A.; WINDMÖLLER, C. C.; A questão do mercúrio


em lâmpadas fluorescentes; Química Nova na Escola, no. 28,
maio, 2008.

2. SANTOS W.L.P., Mól, G.S., e col. Química e Sociedade. São Paulo,


Nova geração. 2006. p. 658-661

3. SANTA CATARINA, Lei No. 1.347, de 17 de Janeiro de 2000.


33

4. Instituto de Pesquisas Nucleares-IPEN-http://www.ipen.br/sitio/?


ap=51&idc=3199

MATERIAL A SER UTILIZADO NO PLANO DE AULA 3

Problematização inicial

Questionário 1. Discuta e responda as questões abaixo com seus colegas


de grupo para em seguida expor para a classe.

1. De onde vem a energia que faz funcionar os relógios, celulares,


controles remotos e máquinas fotográficas digitais?
2. Você tem idéia de quais elementos químicos são utilizados para
produzir essa energia?
3. Quais as vantagens e desvantagens do uso desse tipo de fonte de
energia?
4. O que você faz com essas fontes quando elas não funcionam mais?
Teria outra solução?
5. Qual a vantagem de se utilizar lâmpadas fluorescentes em relação
às incandescentes?

TEXTO

O perigo das pilhas, baterias e lâmpadas fluorescentes


descartadas no meio ambiente

O uso de pilhas e baterias é intenso em nossa sociedade. Algumas


dessas pilhas e baterias são descartáveis, como as de relógio; outras são
recarregáveis, como as de automóveis e celulares, possuindo maior vida
útil. Entretanto, todas elas, um dia, perdem sua utilidade e são
descartadas.

Apesar da aparência inofensiva, as pilhas e baterias usadas e


descarregadas podem causar sérios problemas ambientais. De acordo
com dados da Associação Brasileira da· Indústria Elétrica e Eletrônica
(Abinee), o Brasil produz cerca de 800 milhões de pilhas por ano. Onde
elas vão parar depois de usadas?

O outro problema é que muitas pilhas utilizam metais pesados,


como mercúrio, cádmio, chumbo, que podem contaminar plantas e
animais, entre os quais o ser humano.

Um exemplo desse problema é a utilização de grande quantidade de


baterias de automóveis, gerando-se enorme quantidade de sucata que
não pode ser descartada no lixo devido à grande quantidade de chumbo e
de ácido sulfúrico nela presente. O processo de reciclagem desses
materiais, embora viável economicamente, libera grande quantidade de
34

chumbo para o ambiente e contamina as pessoas nele causando


problemas de saúde ocupacional, isto é, gerados durante o trabalho.

O descarte das baterias de celulares também é um problema, ainda


mais se considerarmos que a vida útil dessas baterias é relativamente
curta - cerca de um ano. Por outro lado, sua demanda é cada vez maior;
para se ter uma idéia, em 2005 existiam mais de 150 milhões de celulares
em funcionamento somente no Brasil.

O uso de lâmpadas fluorescentes representa uma significativa


economia doméstica, uma vez que comparadas às lâmpadas
convencionais as lâmpadas que contêm mercúrio têm eficiência luminosa
de 3 a 6 vezes superior, têm vida útil de 4 a 15 vezes mais longa e 80% de
redução de consumo de energia. Se por um lado a natureza agradece a
economia no uso dos recursos naturais pelo uso de lâmpadas
fluorescentes na iluminação, a proliferação do seu uso está gerando uma
nova demanda ambiental: O que fazer com as lâmpadas queimadas? O
mercúrio contido nas lâmpadas, como já sabemos, pode contaminar o
solo, as plantas, os animais e a água. O mercúrio tem uma grande
capacidade de se acumular nos organismos vivos ao longo da cadeia
alimentar, processo esse conhecido como biomagnificação. Sua
toxicidade já é conhecida de longa data, sendo que não se conhece
qualquer função do mercúrio que seja essencial ao organismo humano.

O risco oferecido por uma única lâmpada é quase nulo. No entanto,


levando em consideração que o Brasil comercializa cerca de 100 milhões
de lâmpadas por ano, o problema do descarte destas se agrava
enormemente.

Metais que reagem com o nosso organismo

Como já dizia o estudioso Paracelso (1493-1541), a diferença entre o


remédio e o veneno é a dose. Por isso substâncias que são letais para os
seres humanos, quando consumidas acima de certas dosagens, podem ser
remédios em doses menores. Os metais são bons exemplos. Alguns deles
são muito importantes para o metabolismo do nosso corpo.

O ferro, presente na hemoglobina, é responsável pelo transporte de


oxigênio no sangue; o cobalto entra na composição de vitaminas; o
manganês, molibdênio, o zinco e o crômio estão presentes na estrutura de
enzimas que regulam o metabolismo do organismo. Além desses, diversos
outros, como o lítio, o cálcio, o magnésio, o sódio e o potássio, também
participam de funções metabólicas.

Por outro lado, vários metais são considerados tóxicos. Os metais


que agridem demasiadamente o ambiente são denominados metais
pesados. Assim, um metal é classificado como metal pesado em
consideração ao seu risco toxicológico, e não à sua massa. Por isso, o
35

crômio de massa atômica 52 u é um metal pesado, enquanto o ferro, de


massa atômica 56 u, não é classificado como metal pesado.

Os resíduos de metais pesados têm propriedades indesejáveis de


toxidez, corrosividade, reatividade, entre outras. A toxidez dos metais
deve-se ao fato de os organismos vivos não conseguirem eliminá-los
depois de absorvidos, o que provoca uma série de complicações. Em razão
disso, eles ficam depositados em alguma parte do corpo, como nos ossos
ou em células nervosas. Por essa razão esses metais são chamados de
bioacumulativos.

No Brasil, a contaminação por mercúrio tem causado muita


preocupação. Esse metal pesado é usado na purificação do ouro, por meio
de um processo conhecido como amalgamação, no qual o mercúrio
adere ao ouro metálico, formando o amálgama. Posteriormente, o
amálgama é aquecido e o mercúrio é vaporizado, restando o ouro puro.
Essa forma de garimpo de ouro é extremamente poluidora, uma vez que o
mercúrio se acumula no ambiente sob diversas formas. Os peixes são os
mais afetados, e seu consumo em áreas de garimpo representa um perigo
para a saúde humana e, principalmente, para mulheres gestantes. Fetos
podem sofrer teratogênese (malformações) e deficiências de
desenvolvimento nervoso e motor quando as mães alimentam-se desses
peixes.

Outra fonte de contaminação de metais dos são indústrias que


despejam seus efluentes contendo elevadas quantidades de metais
pesados em rios. O lixo urbano também pode ser fonte de poluição por
metais pesados devido à presença de pilhas, lâmpadas e baterias.

A tabela a seguir apresenta informações sobre os problemas


causados a organismos vivos por alguns metais que são liberados durante
a degradação de pilhas e baterias.

Efeitos causados à saúde humana por alguns metais pesados


Me Onde é encontrado Efeitos
tal
36

Mercúrio • Lâmpadas fluorescentes • sistema nervoso central


• distúrbios renais
• produtos farmacêuticos
• distúrbios neurológicos
• em garimpo para capturar
o ouro • efeitos mutagênicos
• interruptores • alterações metabólicas
• baterias/pilhas • deficiências nos órgãos sensoriais
• tintas
• amaciantes
• anti-sépticos
• fungicidas
• termômetros
Cádmio

• baterias/pilhas • câncer de pulmão e próstata


• plásticos • dores reumáticas e miálgicas
• ligas metálicas • distúrbios metabólicos levando à
• corantes osteoporose
• papéis • disfunção renal
• resíduos de
galvanoplastia
• contaminante de
fertilizantes
chumbo

• tintas como as de • anemia, ação recai na síntese da


sinalização de rua hemoglobina
• impermeabilizantes • perda de memória
• anticorrosivos • dor de cabeça
• cerâmicas • irritabilidade
• vidros • tremores musculares
• plásticos • lentidão de raciocínio
• inseticidas • alucinação
• embalagens • depressão
• pilhas

Como fazer o descarte das pilhas e baterias

Órgãos governamentais, entidades civis e organismos não-


governamentais têm debatido sobre problemas relacionados ao descarte
de pilhas e baterias, na busca de possíveis soluções e formas de minimizar
tais problemas.

Para isso, têm sido regulamentadas as quantidades de metais


pesados que podem ser utilizadas em pilhas e baterias, além, é claro, de
seu descarte. Uma das resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente
37

- Conama - determina que pilhas e baterias que possuem cádmio, chumbo


e mercúrio acima de determinados níveis, depois de esgotadas devem ser
devolvidas aos locais de venda ou aos representantes das indústrias. Tais
indústrias devem proceder aos tratamentos adequados para que os
resíduos não contaminem o ambiente.

Em Santa Catarina, os estabelecimentos que comercializam os


produtos contento metais pesados, bem como a rede de assistência
técnica autorizada pelos fabricantes e importadores são obrigados por lei
a aceitar dos usuários a devolução das unidades usadas. Os fabricantes e
os importadores desses produtos são obrigados a implantar sistemas de
reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final. Compete à
Fundação do Meio Ambiente do estado – FATMA, à Polícia Ambiental e à
Secretaria do Estado da Saúde a fiscalização relativa ao cumprimento
dessa lei.

Questionário 2. Leia o texto e, quando necessário consulte seu livro de


química e responda as questões:
1. Por que pilhas não devem ser descartadas indiscriminadamente junto
com o lixo doméstico?
2. O que significa o termo biomagnificação?
3. Quais são os problemas ambientais provocados pelos metais pesados?
4. Qual é a importância dos metais para o nosso organismo?
5. Para onde os usuários deverão destinar pilhas, baterias e lâmpadas
usadas?
6. Como a indústria de pilhas e baterias pode contribuir para eliminar ou
diminuir a quantidade de metais pesados presentes nesses produtos?
7. Consulte a tabela periódica e indique qual o único elemento químico
metálico que é líquido em temperatura ambiente.
8. A partir da configuração eletrônica da última camada do cádmio
indique o período e família ele aos quais ele pertence.
9. Pesquisadores do Instituto de pesquisas nucleares - Ipen
desenvolveram um estudo que comprova a existência de quantidades
relevantes de metais pesados em brinquedos que não contêm o
certificado de garantia do Inmetro. Esses metais fazem parte dos
pigmentos usados para colorir os brinquedos. As amostras foram
compradas pelos pesquisadores em lojas populares que comercializam
produtos a partir de um real. Foram analisados um boneco de látex de
um personagem infantil conhecido e uma boneca de PVC. Analise os
resultados, apresentados na tabela abaixo, e responda as questões:

Concentraçã Valor encontrado


38

Metal o máxima (mg/kg)


permitida Boneca Boneco de
pela de PVC látex
legislação
(mg/kg)

Chumbo ( ) 90 2722 207

Cádmio ( ) 75 99

Crômio ( ) 60 440

FONTE: http://www.ipen.br/sitio/?ap=51&idc=3199

a. Coloque o símbolo dos elementos químicos nos parênteses


que estão em branco ao lado dos nomes dos metais na tabela
acima.
b. As quantidades de metais pesados estão dentro dos limites
estabelecidos pela legislação?
c. Qual dos brinquedos apresenta maiores níveis de
contaminação por chumbo?
d. Quais são os riscos que as crianças correm brincando com
esses brinquedos?
39

7.2 Cópia dos registros oficiais de aula


40

7.3 Atividades desenvolvidas pelos alunos


41

7.4 Provas aplicadas

Prova aplicada em 19/03/09


42

Prova aplicada em 02/04/09

IEE- Instituto Estadual de Educação


Disciplina: Química – 1ª. Série Data ..../..../........
Aluno (a)............................................................................Turma: _120

Avaliação de Química – Números Quânticos

1-Quantos elétrons tem um átomo que apresenta os subníveis 1s, 2s e 2p lotados?.

2- Dado um átomo 11X o conjunto dos quatro números quânticos para o 10º. elétron é:

a) n = 2; ℓ = 1; m = +1; s = +1/2
b) n = 2; ℓ = 2; m = +1; s = ±1/2
c) n = 2; ℓ = 2; m = -1; s = -1/2
d) n = 2; ℓ = 2; m = +1; s = -1/2
e) n = 2; ℓ = 2; m = -1; s = -1/2
3 – coloque em ordem crescente de energia os subníveis eletrônicos 4d, 4f , 5p e 6s
a) 4d < 4f < 5p < 6s d) 5p < 6s < 4f < 4d
b) 4f < 4d < 5p < 6s e) 6s < 5p < 4d < 4f
c) 4d < 5p < 6s < 4f

4- indique os quatro números quânticos do primeiro elétron colocado no subnível 5s.

5 - Considere três átomos: A, B e C. Os átomos A e C são isótopos; os átomos B e C são isóbaros e os átomos A
e B são isótonos. Sabendo que o átomo A tem vinte prótons e número de massa 41, e que o átomo C tem 22
nêutrons, os números quânticos do elétron mais energético do átomo B são:

a) n = 3; ℓ = 0; m = 2; s = -1/2
b) n = 3; ℓ = 2; m = 0; s = -1/2
c) n = 3; ℓ = 2; m = -2; s = -1/2
d) n = 3; ℓ = 2; m = -1; s = +1/2
43

Prova de recuperação ( 07/05/09)

IEE- Instituto Estadual de Educação


Disciplina: Química – 1ª. Série Data ..../..../........
Aluno (a)............................................................................Turma:

Avaliação de recuperação de Química - 1º. Trim.

O Àtomo

1.Relacione os nomes dos cientistas com os modelos atômicos.


1. Dalton
2. Rutheford -Bohr
3. J. J. Thomson
( ) Átomos esféricos, maciços, indivisíveis.
( ) Modelo semelhante a um "pudim de passas", com cargas positivas e negativas em igual número.
( ) Os elétrons giram em torno do núcleo em determinadas órbitas.

39 40 40 40 39 40
2. Os pares de átomos 19 K e 19 K ; 20 Ca e 18 Ar ; 19 K e 20 Ca são respectivamente:
a) isótonos, isótopos, isóbaros;
b) isótopos, isóbaros, isótonos;
c) isóbaros, isótopos, isótonos;
d) isótopos, isótonos, isóbaros;
e) isóbaros, isótonos, isótopos.

3.Um elemento químico é caracterizado por seu:


a) número de nêutrons b) número atômico c) número de elétrons
d) número de massa e) lugar na tabela periódica.

35
4. Forneça o número de prótons, de elétrons e nêutrons do átomo 17 Cl .

5.Como vimos no filme sobre a indústria química, para aumentar a produtividade dos alimentos na agricultura é
importante o uso de substâncias químicas para aumentar a fertilidade do solo e outras para matar as pragas
que destroem a lavoura. Que substâncias são essas?

Números Quânticos

1.Faça a distribuição eletrônica do átomo de 22 Ti .Em qual orbital está o seu elétron mais energético?

2. Faça a distribuição eletrônica do átomo de 17 Cl e forneça os quatro números quânticos do elétron mais
energético.

3. Qual o número atômico de um átomo que apresenta, no último nível, um elétron desemparelhado, com os
seguintes números quânticos: n = 2; ℓ = 1; m = +1; s = -1/2 ?

4.Indique os quatro números quânticos do primeiro elétron colocado no subnível 3s.


44

5.A última camada de um átomo possui a configuração eletrônica 4s2 4p5. Qual o número atômico desse
elemento?
7.5 Declaração de conclusão do estágio pela escola
7.6 Diário coletivo

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