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Sexta-feira, 28 de Fevereiro de 1992 DIARIO GRGKO OFICIAL DA REPOBLICA POPULAR DE ANGOLA DA REPUBLICA Preco deste namero—NKz 1,080.00 ra TAB © prevo de cada haha publicads wot Toda a correrpondtacin, quer oficial, | Assinar ‘ane |, Ditedn'da Ropation Lee a tote quet refata a awsinctos @ asisaturas | |) ede Nez" 1080.00, ¢ para'a 3+ séae do eDitrio. da Reptblicar, deve ser | As tr’s séries, NK 60,000.00 | NKz 1440.00, acrescido do respectivo dirigida a Imprensa Nacional ~ U.B.E.. || A 1? série .. Nkz 27,000.00 |) imposto do selo, dependendo a publica em Luanda, Caixa Postal 1306.— End. || A 25 série . NKz 21,000.00 || Sfo.isy be Tessuraris de lmpreesa Noe ‘Toleg.: almpreneas. [A 3¢ série « Nkz 12,000.00 || cionst=—U. E. Ee IMPRENSA NACIONAL — 0. £. E. Aviso Avisa-se aos estimados ‘clientes, que a n/ CONTA BANCARIA foi transferida para 0 BANCO DO CO- MERCIO. E INDUSTRIA—SEDE. Tem o ne 107477101, Assembleia ‘do Povo Lol n" 3/92: Da propricdade industrial, -Revoga toda a legislagio ‘que contrarie o disposto na presente Tei, Comissao Permanente da- Assembleia do Povo Resolugio n 2/92: ‘Cria, provisoriamente, o Conselho Nacional Eleitoral. Ministério da Justiga Decreto executive n.° 13/921 - Reoonlieve na Repiblica Popular de Angola varias orga ‘nizagbes religiosas, SSS ASSEMBLEIA DO POVO © Lol nc 3/92 a ‘de 28 de Fevereiro A instituigdio de um regime juridico e administrativo de defesa da propriedade industrial assume-se nos dias de hoje’como uma das premissas necess4rias ao desen- volvimento econémico ¢ social dos povos. Numa altura em que se operam profundas transfor- mages na economia do pais, torna-se oportuno definir © quadro legislativo aplicével & propriedade industrial, instrument susceptivel de estimular a inovacdo-e ‘a actividade inventiva nacionais, encorajar o investimen- to, promover a expansio do comércio ¢ a ample difu- siio da tecnologia. — Neste quadro aparecem como elementos importantes do sistema de proptiedade industrial e proteccao das invengSes ¢ dos descnhos ¢ modelos industriais, bem como a protecefo-e a regulamentagao das marcas, te- compensas, nomes ¢ insignias do estabelecimento, indi- cagées de proveniéncia e a eficaz repressio da concor- réncia desleal. Porém, esta proteccio deve ser compensada por brigades correspondentes, particularmente no que tange a uma exploragiio industrial aproprinda de inven- Ges patenteadas, A par disso, a defesa dos direitos industriais deveré contribuir para o desenvolvimento da cooperaco inter- -governamental, fundamentalmente nos dominios da investigo¢do, do exame e andlise de documentacdo sobre patentes. Nestes termos a0 abrigo da alinea 6) do artigo 512 da Lei Constitucional e no uso da faculdade que me & conferids pela alfnea q) do artigo 47° da mesme Lei, a Assembleia do Povo aprova ¢ eut assino ¢ fago publi- seguinte: LEI DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL CAPITULO 1 _ Dipostgdes gerais ARTIGO 1° (bjecto e Ambitoy 1. A presente lei visa a protecgdo da propriedade industrial que abarca néo s6 a inddstria e 0 comércio propriamente dito, mas também as inddstrias agricolas * extractivas, bem como todos os produtos naturals ov fabricados, 94 ~ DIARIO DA REPUBLICA 2. A protecgéo da propriedade industrial, tem ‘objecto as patentes de invengo, os modelos de util dade, os modelos ¢ desenhos industriais, as marcas de fabrico, de comércio e de servicos, as recompensas, 0 nome ¢ insignia do estabelecimento e as indicagdes de proveniéncia, ‘bem como a represséio da concorréncia leal. - CAPITULO II Invenges ARTIGO 2°: Patents) 1, Para efeitos da presente lei entendese por pa- tente o titulo juridico concedido para proteger uma invengio e que confere ao seu titular o direito exclu- sivo de a explorar. 2, Por invengio entende-se a ideia de um inventor que perthite, na prética, a solugio de um problema especifico no dominio da tecnologia, quer seja referen- fe @ um produto, quer a um processo. ARTIGO 3+ GlnvengBes patentetivels) 1, Uma inveng&o é patentedvel se for nova, se im- plicar uma actividade inventiva e se for susceptivel de eplicagao industrial. 2. E reputada nova, a invengdo que nao esteja com: preendida no estado da técnica, * 3. O estado da técnica compreende tudo o que foi tornado acessivel ao piblico dentro ou fora do pats antes da data de depésito, ou da prioridade do pedido de patente por meio de descrigdo oral ou escrita ou qualquer outro meio considerado idéneo para o efeito. 4, Pata os fitis referidos no ndmero anterior, uma divulgagao ao piblico néo ¢ tida em consideragao se tiver ocorrido durante os seis meses que precederam & data do depésito ou, se for caso disso, da prioridade do pedido de patente e se ela resultar directa ou indirec- tamente de actos cometidos pelo depositante ou seu antevessor Jegitimo ou de um abuso cometido por ter- geiro em relagZo ao depositante ou ao seu antecessor legitimo, 5. Uma inveng&o é considerada como implicando ‘uma actividade inventiva se para uma pessoa normal- mente competente, ela nfio resulta de forma evidente do estado da técnica. 6. Uma invengio é considerada como susceptivel de aplicagdo industrial quando 0 seu objecto poder ser utilizado em todo o género de indistria incluindo @ agricultura, pesca e artesanato, ARTIGO 4° (inveng6es nfo patentedveis) Nao podem ser patentedveis: @) as descobertas cuja utilizagio seja contrévia & ordem piiblica e aos bons costumes, bem como & saide seguranga piblicas; b) as concepgées destitufdas de realidade prética ou insusceptiveis de serem industrializadas por meios mecano-fisicos ou quimicos, bem como princfpios cient{ficos © descobertas; ¢) 08 planos ou programas financeiros, as opera- 96es de créditos e as regras de jogo; 4) 08 produtos alimentares, quimico-farmactuti: cos e medicamentos destinados ao homem ou outros animais, podendo todavia ser pa- tenteados os aparelhos ou processos do seu fabrico, ARTIGO 5° (Pedido de patente) 1. © pedido da patente de invengio deve ser feito em requetimento redigido em lingua portuguesa, que contenha: 4) © nome, firma ou denominagao social do titular do invento; 6) a nacionalidade ¢ outras informagSes relativas ‘20 depositante, ao inventor e se for caso disso 80 mandate a tn ©) 0 tftulo quo sintetiza o objecto da invengo; ) as reivindicagdes do que ¢ considerado novo “ Jo inventor; ea ‘pia do pedido de patente ou de outro titulo le Protecgtio ° que senha depositado noutro © que diga respeito & mesma invengfo; eee clara e completa do objecto do invento de forma a que este possa, ser exe- cutado por uma pessoa normalmente com- petente na matéria; &) 08 desenhos quando necessérios & compreensio da invengao ¢ referentes & descrigéo ou as reivindicagdes; ‘h) iesumo destinado essencialmente para fins de informasio técnica, pa 2. O pedido deve referirse @ uma nica invengio ou a um grupo de invengoes relacionadas de forma tal que constituam um Gnico conceito inventivo, . 3. Se o depositante nfo for o inventor, o requeri- mento seré acompanhado de uma procuragéo devidar mete reconhecida a favor de quem requerer a patente, ARTIGO 6° (Duracto da patente) © 1. A patente de invengio vigoraré pelo prazo de 15 anos, contados a partir da data de depésito, desde que observadas as prescrigdes legais. 2. Findo este prazo o- objecto da patente cairé no dominio ptblico, . ARTIGO 7° (Alterag6es na tnvengtio) 1. Durante o tempo em que vigorar a patente po- dem ser introduzidas alteragées na invengfo, pelo seu < titular ow herdeiros, que serdo tituladas por simples certificados de. alteracio, que reitos da patente inicial, pelo tempo que esta durar, 2. Os pedidos de alteragio sero processados nos termos previstos pata a patente principal. 0s mesmos di- I_SERIE—N° 9—28 DE FEVEREIRO DE 1992 ARTIGO 8° (ranmulssio da patente de iavensio) 1. A propriedade da patente de invengio pode ser transmitida por acto inter-vivos, mediante escritura, ou em virtude de sucessio legitima ow testamentéria, 2. A patente de invengo pode ser transmitida total ou parciaimente por todo o tempo da sua Gurapéo ou por perfodo inferior e ser utiizada em toda a parte ou em determinados lugares. ARTIGO 9° Cicenga do.explorasio) 1. © titles de wma patente ou seu usufrutuério poderé conceder licenca para sua exploragio por meio, de contreto, que definiré as condigbeg dessa ‘exploragé, 2. Salvo acordo em contrétio, os direitos obtidos por.meio de licenga de exploragio néo poderio ser alienados sem autorizagiio do titular da patente ou seu usufrutuétio. ARTIGO 10° (Privacio da patente) Quando o interesse ptblico; em particular a segu- ranga nacional, a sadde ou,0 desenvolvimento de sec- tores vitais da’ economia nacional o exigitem, 9 Con- selho de Ministros poderé decidir 'a exploragéo dk inveng&o por organismo estatal, ou por terceito desig- nado pelo Ministro de tutela respectivo sem a con- cordincia do titular da patente, mediante o pagamento, de justa indemnizagéo, ‘ARTIGO 11* ‘(Licenga obrigatéria de explorngio do invento) 1, Salvo motivo de forga maior comprovado, o titu- lar da patente que nfo haja iniciado no pais a explora- Go da invengfo dentro dos 3 anos, apds a sua con- Cessfio, ou que a tenha interrompido por tempo supe- rior a 1 ano ficaré obrigado a conceder licenga de exploragio a terceiro que o solicite. 2. Por motivo de interesse publico, poderd também ser concedido a um terceiro, licenga obrigatéria, nao - fasta pare a explorapdo, de invento em desuso ‘ou cuja exploragio efectiva nao atenda as necessidades do. mercado. 3, Nao seré considerada exploragio de modo efectivo a invengfo industrializada, que for substitu(da por importagéo, salvo no caso de acordos em que o pais seja parte, 4. ‘Ap6s apresentagdo do pedido de licenga obriga- tits, sla da patente eer nolificade no prazo de 90 dias para apresentar constestagdo, que permitiré agir, se for caso disso, administrativa ou judicialmente' em defesa da sua invengio. 5, O beneficiério de uma ticenga obrigatéria deveré iniciar no pais a exploragdo efectiva da invengio dentro do prazo de 12 meses apés a sua concessio, nfo po- dendo interrompé-la por mais de 1 ano, 95 6..0 titular da patente tem o direito a exigit uma remuneragio equitativa, bem-como a fiscalizar a explo- ragio da invengdo que envolve, dentre outras, a fabri- cagao, venda ¢ utilizagfio do objecto da Inveng&o. ARTIGO 12° Clavengio ocorrida durante a vigtacta do Contrito do Trabalho) 1, Pertencer&o exclusivamente a entidade empre- gadora as invengdes, bem como os aperfeisoamentos realizados durante a vigéncia do contrato de trabalho destinado a investigago no pais, em que a actividade inventiva esteja prevista ou resulte da propria natu. reza do trabalho prestado, 2. As invengdes ocorridas na vigéncia, do contrato de trabalho cerdo obrigatoriamente patenteadas no pats ¢ esta circunstancia, bem como o nome do inven- tor constardo do pedido de patente. 3. A titularidade da invengio pertenceré exclusiva- mente ao trabalhador quando este utilize recursos, equi- Pamentos ou quaisquer outros meios materiais proprios. 4. Quando haja contribuigdes iguais na realizacio da invengio entre a entidade empregadora e o trabalhador, @ propriedade da invengao ser& comum, cabendo & empresa 0 diteito de exploraga e ao trabalhador a remuneragio que for fixeda, salvo estipulagfo em contrério das partes. 3. A patente de invengdo comum deverd ser explo- rada pelo empregador dentro de um ano apés a sua concessfo, sob pena de passar 8 exclusiva propriedade do trabalhedor. ARTIGO 13° (Nulidade da: patente) £ nula a patente quando: @) 0 Seu objecto nfo satisfaz as condigdes previstas no artigo 3.%; b) se constate que o seu objecto nfo era paten- * tedvel nos termos do artigo 4.°; ©) concedida contrariando direitos de terceiros; d) se ‘constate que o titulo nio corresponde 20 seu verdadeiro objecto; @) no seu processamento tiver sido omitida qual- uer das formalidades egns pevists neta ei. ARTIGO 14+ (Cadueldade da patente) 1. A patente caduca: @) pela expiragio do prazo de protecgio legal; b) pela rentincia do respectivo titular ou seus sucessores; ©) quando niio tenha sido iniciada a sua explora- go no pafs de forma efectiva e regular, dentro de 4 anos apts a concessio da pa- tente; 4) quando a sua exploragio for interrompida pot mais de 2 anos, salvo motivo de forsa maior ‘comprovado;

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