no riso esta contido o mistério que se confina ao riso e se mantém estático, e se mantém eléctrico e nada diz para alem do riso. E contudo o riso fala, como falam os franceses, em cascata, e riem com vontade, e dizem-me isto: o riso encerra a alma, e portanto engana, porque a alma é o que eu imagino que ela seja: alegre, ufana, cristalina e solta e o que eu desejo que ela diga.
E o que eu desejo é que ela diga tudo
e que o seu riso me engane e seja doce o meu engano e seja ufano. Porque eu acho que está certo a vista alegre do meu poiso. É que eu acho que convém olhar as coisas desta forma ouvir o riso, agradecer, ouvir o riso e estremecer.