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Índice

1. Introdução .............................................................................................................................................................1

2. O Silício .................................................................................................................................................................2

2.1. Caracteristicas especiais ...........................................................................................................................2

3. Produção e reacções do silício .........................................................................................................................5

3.1. Produção ......................................................................................................................................................5

3.2. Compostos e/ou reações ...........................................................................................................................5

4. Ocorrência na natureza .....................................................................................................................................6

5. Aplicações do silício ............................................................................................................................................7

5.1. Na industria no geral .................................................................................................................................7

5.2. Piezeletricidade ..........................................................................................................................................8

5.3. Células fotoelétricas ...................................................................................................................................8

6. Acção biológica dos compostos do silício .......................................................................................................9

7. Silicatos .................................................................................................................................................................9

8. Dióxido de silício .............................................................................................................................................. 10

9. O vidro ............................................................................................................................................................... 10

9.1. A indústria e a produção do vidro ....................................................................................................... 10

9.2. Aplicação do Vidro na Construção Civil ............................................................................................. 11

10. O Cimento ..................................................................................................................................................... 13

10.1. Conceito de Cimento ........................................................................................................................... 13

10.2. Aplicações do cimento ........................................................................................................................ 14

11. Materiais de construção e cerâmica......................................................................................................... 14

12. Conclusão ....................................................................................................................................................... 15

13. Bibliogaria ..................................................................................................................................................... 15


Silício • Conceitos, propriedades e aplicações

1. Introdução
O silício (do latím silex, sílica) foi identificado pela primeira vez por Antoine Lavoisier em 1787 e
posteriormente considerado como elemento por Humphry Davy em 1800.

Em 1811 Joseph-Louis Gay-Lussac e Louis Jacques Thénard provavelmente prepararam silício amorfo
impuro aquecendo potássio com tetracloreto de silício. Em 1824 Jöns Jacob Berzelius preparou silício
amorfo empregando um método similar ao de Gay-Lussac, purificando depois o produto obtido com
lavagens sucessivas até isolar o elemento.

O silício elementar foi preparado pela primeira vez por Berzelius, em 1823, que colocou tetraflureto de
silício na presença de potássio aquecido. Pensa-se, contudo, que Gay-Lussac e Thenard já haviam
tentado obter o silício amorfo pelo mesmo método, em 1809. O que Berzelius conseguiu foi um produto
mais puro, resultante de filtragens prolongadas. Também preparou silício a partir da reacção de
fluorsilicatos de potássio com o próprio potássio.

Existe uma região na Califórnia chamada vale do Silício, onde se concentra varias empresas do ramo
de produção industrial de semicondutores de Silício. O nome da região e uma homenagem ao elemento
responsável por grande parte da produção mundial de circuitos eletrônicos.

Os Romanos fizeram chapas fundidas de até 1m2, mas a indústria de janelas de vidro usando cilindros
soprados se desenvolveu na Europa Setentrional em torno de 1000 d.c. em resposta a necessidades
climáticas e de estilo.

Desde 1980, o vidro tem conquistado espaço na arquitetura e construção civil. Ele é utilizado com
frequência em fachadas, coberturas, pisos, divisórias, portas, janelas, escadas e paredes, além do seu
uso como elemento de segurança em guarda-corpos. Podemos considerar que o largo emprego deste
material se deve ao fato de que ele possibilita uma interação entre os meios interno e externo, o que
amplia a segurança e a visibilidade.

Há vidros capazes de barrar até 80% do calor, com uma entrada de luz acima de 40%. Dessa maneira,
os vidros contribuem para a redução de calor no ambiente deixando a área clara e iluminada.

Cimento Portland, foi o nome dado em 1824 pelo químico britânico Joseph Aspdin ao descobrir o tipo
de pó de cimento, em homenagem à ilha britânica de Portland. Joseph Aspdin queimou conjuntamente
pedras calcárias e argila, transformando-as num pó fino. Percebeu que obtinha uma mistura que, após
secar, tornava-se tão dura quanto as pedras empregadas nas construções.

A mistura não se dissolvia em água e foi patenteada pelo construtor no mesmo ano, com o nome de
cimento Portland, que recebeu esse nome por apresentar cor e propriedades de durabilidade e solidez
semelhantes às rochas da ilha britânica de Portland.

No presente trabalho pretende-se apresentar as propriedades e as aplicações do silício de forma clara


e resumida.

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Silício • Conceitos, propriedades e aplicações

2. O Silício
O silício (latim: silex, sílex ou "pedra dura") é um elemento químico de símbolo Si de número atômico 14
(14 protões e 14 eletrões), com massa atómica igual a 28u.m.a. À temperatura ambiente, o silício
encontra-se no estado sólido.

Foi descoberto por Jons Jacob Berzelius, em 1823. O silício é o segundo elemento mais abundante na
crosta terrestre, perfazendo mais de 28% de sua massa. Aparece na argila, feldspato, granito, quartzo
e areia, normalmente na forma de dióxido de silício (também conhecido como sílica) e silicatos (compostos
contendo silício, oxigênio e metais). O silício é o principal componente do vidro, cimento, cerâmica, da
maioria dos componentes semicondutores e dos silicones, que são substâncias plásticas muitas vezes
confundidas com o silício.

Pertence ao grupo 14 (IVA) da Classificação Periódica dos Elementos. Se apresenta na forma amorfa e
cristalina; o primeiro na forma de um pó pardo mais reativo que a variante cristalina, que se apresenta
na forma octaédrica de coloração azul grisáceo e brilho metálico.

2.1. Caracteristicas especiais


Suas propriedades são intermediárias entre as do carbono e o germânio. Na forma cristalina é muito
duro e pouco solúvel, apresentando um brilho metálico e uma coloração grisácea. É um elemento
relativamente inerte e resistente à ação da maioria dos ácidos; reage com os halogênios e álcalis. O
silício transmite mais de 95% dos comprimentos de onda das radiações infravermelhas.

A tabela abaixo apresenta resumidamente algumas caracteristicas do silício natural:


Tab. 1 – Propriededes gerais do silício

Informações gerais

Nome, símbolo, número atómico Silício, Si, 14

Série química semimetais

Grupo, período, bloco 14 (IVA), 3, p

Densidade, dureza 2330 kg/m3, 6,5

Propriedade atómicas

Massa atômica 28,0855(3) u.m.a

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Raio atómico (calculado) 111 pm

Raio covalente 111 pm

Raio de Van der Waals 210 pm

Configuração electrónica [Ne] 3s2 3p2

Eletrãos (por nível de energia) 2, 8, 4

Estado(s) de oxidação +3, 1 (óxido anfótero)

Estrutura cristalina cúbico de faces centradas

Propriedades físicas

Estado da matéria sólido

Ponto de fusão 1687 K

Ponto de ebulição 3538 K

Entalpia de fusão 50,55 kJ/mol

Entalpia de vaporização 384,22 kJ/mol

Velocidade do som 8433 m/s a 20°C

Diversos

Eletronegatividade (Pauling) 1,90 eV

Electronegatividade (Allred) 1,74 eV

Electronegatividade (Absoluta) 4,77 eV

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Calor específico 700 J/(kg·K)

Condutividade térmica (300 K) 148 W/(m·K)

Condutividade Eléctrica (298K) 1000 Ohm-1m-1

1º Potencial de ionização 786,5 kJ/mol

2º Potencial de ionização 1577,1 kJ/mol

3º Potencial de ionização 3231,6 kJ/mol

Afinidade Electrónica 133.6 kJ/mol

Polarizabilidade 5.4 Å3

Carga Nuclear Efectiva 4.15


 Slater 4.29
 Clementi
 Froese Fischer 4.48

Energias de Ionização Sucessivas


Si -› Si + : 786.5 kJ/mol

Si+1 -› Si+2 : 15577.1 kJ/mol

Si+2 -› Si+3 : 3231.4 kJ/mol

Si+3 -› Si+4 : 4355.5 kJ/mol

Si+4 -› Si+5 : 16091 kJ/mol

Si+5 -› Si+6 : 19784 kJ/mol

Si+6 -› Si+7 : 23786 kJ/mol

Si+7 -› Si+8 : 29252 kJ/mol

Si+8 -› Si+9 : 33876 kJ/mol

Si+9 -› Si+10 : 38732 kJ/mol

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Silício • Conceitos, propriedades e aplicações

Substâncias Compostas

Estado de oxidação Substâncias

SiII SiF2 (gás)

SiIV SiO2 , 'H4SiO4' ,

silicatos, zeolitos, etc.,

SiH4 etc., SiF4 , SiCl4 , etc.,

SiF62- , silicidos metalicos (exp.


Ca2Si, CaSi ),

Compostos organosilicatos

Isótopos mais estáveis

Ed
iso AN Meia-vida MD PD
MeV
28Si 92,23% estável com 14 neutrões

29Si 4,67% estável, com 15 neutrões

30Si 3,1% estável, com 16 neutrões


32Si sintético

3. Produção e reacções do silício


3.1. Produção
Comercialmente é obtido pelo aquecimento da sílica e carbono em forno elétrico com eletrodos de
grafite. Outros meios existem para a produção do silício de alta pureza para uso em semicondutores.

3.2. Compostos e/ou reações

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Silício • Conceitos, propriedades e aplicações

Reação com oxigênio (acima de 900°C)

Si + O2 → SiO2

Reação com nitrogênio (acima de 1400°C):

2Si + N2 → 2SiN | 3Si + 2N2 → Si3N4.

Reação com água Não reage.

Reação com halogênios (acima de 300°C, exceto flúor):

Si + 2F2 → SiF4 | Si + 2Cl2 → SiCl4 | Si + 2Br2 → SiBr4 | Si + 2I2→ SiI4.

Reação com ácidos (não reage com a maioria):

Si + 6HF → [SiF6]-- + 2H+ + 2H2.

Reação com bases Si + 4NaOH → [SiO4]---- + 4Na+ + 2H2.

4. Ocorrência na natureza
O silício ocorre na Natureza combinado com o oxigénio, na forma de dióxido de silício, e com oxigénio e
diversos metais, na forma de silicatos, nunca se encontrando isolado. No seu conjunto, os silicatos e a
sílica, representam 60 % da crusta terrestre. O tetraedro SiO4 é a unidade estrutural primária de todas
estas substâncias. Na verdade, os silicatos são um grupo de compostos muito extenso, surgindo da
combinação de iões metálicos ou iões negativos bastante complexos com unidades SiO4. Existem silicatos
minerais de quase todos os 42 metais e não metais para além das terras raras.

O dióxido de silício, vulgarmente chamado sílica, é um dos mais importantes compostos de silício que
ocorre na Natureza, surgindo em três formas cristalinas distintas: quartzo, tridimite e cristobalite. Estas
duas últimas encontram-se apenas em rochas vulcânicas e não têm aplicações industriais. Aquando do
teste da primeira bomba atómica no Novo México surgiu outra forma cristalina de silício: a keatite.

O quartzo é muito comum e ocorre no granito, na areia e em arenitos. É uma subtância piezoeléctrica
utilizada para estabilizar circuitos amplificadores, para medir potenciais eléctricos muito elevados
(milhares de volts) ou para medir pressões instantâneas muito elevadas. Surgem na Natureza cristais
de quartzo suficientemente grandes e puros para serem utilizados com fins ópticos.

Apenas os compostos de silício podem ser encontrados na natureza. O silício é o segundo elemento mais
abundante da crosta terrestre, 26 a 28% da crosta terrestre é composto de silício. Em abundância na
crosta terrestre o silício fica atrás apenas do oxigênio, que compõe quase a metade de toda a crosta.

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Silício • Conceitos, propriedades e aplicações

Na água do mar, a sua concentração é relativamente baixa, com apenas 3mg de silício por litro. Pode-
se encontrar no espaço um átomo de silício para cada 30.000 átomos de hidrogênio.

Fig. 1 Ametista, variedade púrpura ou lilás do quartzo, que é formado por óxido de silício

O silício é um componente essencial da grande maioria das rochas que formam a crosta terrestre.
Arenitos, argila e granito são exemplos de rochas que contém compostos de silício. Entre os compostos
silicosos significativamente presentes na argila, formada basicamente por feldspato, são a ortoclase
(KAlSi3O8) e a plagioclase ((Na, Ca)Al1-2Si2). O quartzo (SiO2 - silica) pode apresentar diferentes cores
de acordo com a presença de pequenas quantidades de elementos estranhos. A sílica quase pura é
conhecida como quartzo ou simplesmente cristal. Os quartzos de cor púrpura ou lilás são conhecidos
como ametista, os cristais de coloração amarela são conhecidos como citrinos.

A opala, silica amorfa hidratada, é encontrada em várias cores. Actualmente, as maiores quantidades
de opala se encontram nas minas da Austrália e América Central, incluindo o México. Na Eslováquia,
encontra-se opala nas minas próximas a Prešov (Dubník). O silício é particularmente importante como o
bloco de construção de algas unicelulares (diatomáceas).

5. Aplicações do silício
5.1. Na industria no geral
Utilizado para a produção de ligas metálicas, na preparação de silicones, na indústria cerâmica e, por
ser um material semicondutor muito abundante, tem um interesse muito especial na indústria eletrônica e
microeletrônica, como material básico para a produção de transistores para chips, células solares e em
diversas variedades de circuitos eletrônicos. Por esta razão é conhecida como Vale do silício a região
da Califórnia (Estados Unidos) onde estão concentrados numerosas empresas do setor de eletrônica e
informática.

O silício é um elemento vital em numerosas indústrias. O dióxido de silício, areia e argila são importantes
constituintes do concreto armadoe azulejos (ladrilhos), sendo empregadas na produção do cimento
Portland.

O silício elementar é utilizado na preparação de silicionas, na produção de ligas metálicas com o ferro,
o alumínio, o cobre e o manganésio ou como agente redutor na manufactura do aço. A liga de ferro-
silício é produzida pela redução simultânea de óxido de ferro e sílica com carbono, a altas temperaturas
numa fornalha eléctrica, encontrando posterior aplicação como agente redutor na produção
de magnésio e crómio. A inclusão de uma pequena percentagem de silício em ligas de alumínio (cerca
de 14 %) aumenta a sua consistência e a sua resistência à corrosão provocada pela água salgada.

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Silício • Conceitos, propriedades e aplicações

Quando se procede à dopagem de um monocristal de silicio elementar puro com pequenas quantidades
de outros elementos, como o boro ou o fósforo, obtêm-se substâncias com propriedades eléctricas
singulares - os semicondutores. Estas substâncias encontram uma miríade de aplicações na tecnologia
actual, pois é com base nos semicondutores que se inventaram dispositivos como os transístores ou os
díodos, que constituem a base de qualquer circuito electrónico digital. Os semicondutores podem também
ser usados em rectificadores de potência ou em células solares.

5.2. Piezeletricidade

Os cristais de quartzo também possuem uma propriedade especial chamada de piezeletricidade. Essa
característica consiste em transformar energia mecânica diretamente em energia elétrica, e vice-versa.

Suas aplicações variam desde alto-falantes piezelétricos, agulha para toca-discos e cristais osciladores
para circuitos eletrônicos que trabalham com freqüências.

5.3. Células fotoelétricas


O uso de silício nos painéis solares tem aumentado muito no século XXI devido a preocupação mundial
com o aquecimento global. O uso de células fotoelétricas para a obtenção de eletricidade aproveita
um recurso inesgotável, a energia solar. A primeira geração de células fotovoltaicas é constituída pelas
células de silício cristalino. As células consistem de uma lâmina de silício na qual é formada uma junção
p-n díodo de junção, capaz de gerar energia elétrica utilizável a partir de fontes de luz com
comprimentos de onda da luz solar.

A primeira geração de células constitui a tecnologia dominante em termos de produção comercial,


representando mais de 80% do mercado mundial. O efeito fotovoltaico foi descoberto pela primeira
vez em 1839 por Edmond Becquerel. Entretanto, só após 1883 que as primeiras células fotoelétricas
foram construídas, por Charles Fritts, que cobriu o selênio semicondutor com uma camada extremamente
fina de ouro de modo a formar junções.

Ao conjunto de células fotoelétricas chama-se placa fotovoltaica, cujo uso hoje é bastante comum em
lugares afastados da rede elétrica convencional. Existem placas de várias potências e tensões diferentes
para os mais diversos usos. Em residências rurais, algumas empresas concessionárias de distribuição usam
placas de 75 W de pico e 12 V para acumular energia em baterias de 100 Ah. Este sistema fotovoltaico
gera energia suficiente para iluminar uma residência com 3 lâmpadas de 9 W e uma tomada para
rádio ou TV de 6".

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Silício • Conceitos, propriedades e aplicações

Fig. 2 - Paineis solares em forma de árvore.

Os painéis solares baseados em silício não são os mais eficientes. O melhor material para tal é composto
de Arsenieto de Gálio. Porém, o silício é muito mais viável economicamente, já que o Gálio é um elemento
muito escasso na Terra.

Em resumo os usos do silício são:

 Como carga em materiais de revestimento e compósitos de cimento, como cerâmicas.


 Como elemento de liga em fundições.
 Fabricação de vidro e cristais para janelas e isolantes, entre outros usos.
 O carboneto de silício é um dos abrasivos mais importantes.
 Usa-se em lasers para a obtenção de luz com um comprimento de onda de 456 nm.
 O silício é um dos componentes do polímero silicone.
 Na fabricação dos diodos e diversos componentes eletrônicos.

6. Acção biológica dos compostos do silício


Encontra-se sílica em quase todos os organismos vivos. É possível que o silício tenha desempenhado um
papel importante, ou mesmo indispensável, no aparecimento da vida da Terra. O padrão de deposição
de sílica nas plantas é biologicamente específico sendo possível identificar as plantas pelo exame
microscópico das partículas de sílica. Por vezes a presença de sílica parece indiciar uma maior resistência
da planta a diversas doenças ou insectos. As folhas das urtigas, por exemplo, estão revestidas de
milhares de microcristais de silício.

Os tecidos humanos contêm normalmente 6 a 90 mg de sílica por 100 gramas de tecido muscular; no
entanto, esta percentagem varia muito com a idade. Os pulmões têm cerca de 10 mg na infância e
podem chegar às 2000 mg por 100 g de tecido na velhice.

Certas profissões, onde as pessoas estão mais expostas a poeiras ricas em silício, como os mineiros,
pedreiros ou os oleiros, podem provocar doenças pulmonares graves como a silicose.

7. Silicatos
Em química, um silicato é um composto consistindo de silício e oxigênio (SixOy), um ou mais metais e
possivelmente hidrogênio. É usado também em referência à sílica ou a um dos ácidos silícicos.

Os minerais compostos de silicatos são caracterizados pela forma tetraédrica de seus cristais. Por vezes,
os tetraedros se juntam em cadeias, cadeias duplas, folhas ou em estruturas tridimensionais. Eles são
subclassificados em grupos baseados no grau de polimerização do tetraedro, tal
como nesossilicatos, ciclossilicatos, e assim por diante.

Em geologia e astronomia, o termo silicato é usado para denotar um tipo de rocha que consiste de silício
e oxigênio (geralmente como SiO2 ou SiO4), um ou mais metais e possivelmente hidrogênio. Tais rochas
variam de granito a gabro. A maioria da crosta da Terra é composta de rochas de silicato, assim como
as crostas de outros planetas rochosos.

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Silício • Conceitos, propriedades e aplicações

Em Mineralogia, os minerais do silicato são divididos de acordo com sua estrutura molecular nos seguintes
grupos:

 Olivinas (tetraedro simples)


 Piroxenas (cadeia simples)
 Anfíbolas (cadeia dupla)
 Micas e argilas (folhas)
 Feldspatos (estrutura tridimensional)
 Quartzo (estrutura de SiO2)

8. Dióxido de silício
O composto químico dióxido de silício, também conhecido como sílica, é o óxido de silício cuja fórmula
química é SiO2. Em seu estado natural pode ser encontrado em diversas formas diferentes. Possui 17
formas cristalinas distintas, entre elas o quartzo, o topázio e a ametista.

A sílica é o principal componente da areia e a principal matéria prima para o vidro (como foi
apresentado acima). Também é usado na fabricação de cimento Portland.

É um dos óxidos mais abundantes na crosta terrestre. Ocorre na forma de pedra, areia, quartzo, etc.

Sílica fundida é produzida em fornos de arco, de plasma ou outros tipos. Pode ter pureza de
até 99,9% de SiO2. Usada principalmente na indústria eletro-eletrônica.

É matéria-prima básica para a produção de vidro. Misturada com cal e carbonato de sódio produz os
vidros comuns para janelas, garrafas,lâmpadas, etc (a maior parte dos vidros planos são fabricados
pela deposição em uma cuba com estanho fundido sob atmosfera controlada).

Com óxido de boro produz vidros resistentes a altas temperaturas e choques térmicos, muitas vezes
conhecidos pelo nome comercial pirex. A sílica fundida de alta pureza pode por si ser usada para vidros
de alta resistência térmica e mecânica (usados em naves espaciais).

A areia é extensivamente usada como agregado na construção civil. Também na indústria de fundição,
refratários, etc.

O quartzo tem propriedades piezeléctricas e, por isso, bastante empregado em componentes eletrônicos
que fazem uso deste fenômeno.

9. O vidro
9.1. A indústria e a produção do vidro
Toda produção de vidro resume-se essencialmente a reunir materiais básicos baratos com pequenas
quantidades de aditivos, convertendo-os a um produto extremamente refinado. A maior parte do custo
desse produto final está na instalação necessária.

O objectivo primordial de um fabricante de vidro plano é atuar como fornecedor bem sucedido para
distribuidores, produzindo usualmente carregamentos de 20 toneladas / caminhão de vidro em séries

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de tamanhos padrão. As divisões semanais quanto à produção estão relacionadas com esse objectivo e
avaliadas face ao estoque no depósito do fabricante.

O vidro plano usado em edificações é fabricado em 1 ou 2 estágios: da indústria primária, na qual o


produto básico plano ou produto principal é fabricado e da indústria secundária na qual o produto
primário é apurado e adicionado a outro. A vantagem de usar uma técnica secundária é evitar
correcções de custo alto à indústria primária.

A indústria primária resume-se em geral, a três operações básicas:

 Fusão
 Modelagem
 Resfriamento ( têmpera)

a. Fusão

A fusão consiste em aquecer os constituintes até uma temperatura entre 1.600 - 1.800°C, na qual eles
se tornam fluidos e podem ser moldados.

b. Moldagem

É um processo durante o qual o vidro gradualmente esfria e endurece beneficiando-se da característica


do material para endurecer, indo do estado líquido a uma consistência semelhante à do melado
enquanto sua temperatura cai de 1.600°C a 800°C.

c. Resfriamento (Têmpera)

É o crítico terceiro processo. Resfria-se por igual o vidro sob condições muito controladas, de 600°C a
100°C. O termo Têmpera propriamente dito refere-se a um processo de aquecimento e resfriamento
graduais. Na indústria do vidro, o termo é usualmente aplicado ao processo final de resfriamento
controlado, praticado em um lehr, assegurando certas propriedades essenciais ao vidro como por
exemplo, sua propriedade de ser cortado recto.

Métodos de moldagem têm mudado consideravelmente ao longo da história da fabricação e um estudo


das mudanças progressistas dos métodos de fabricação através do tempo, ajuda a avaliar os problemas
e a perícia dos fabricantes de vidro.

Todos os processos antigos usavam fusão, sopramento e fiação. A técnica envolvia o sopramento de um
grande cilindro que era cortado aberto e então achatado. Um avanço paralelo durante a Idade Média,
foi o aperfeiçoamento da técnica de fazer vidro como um disco rotativo.

Ambos os métodos - cilindro e disco resultaram em vidro fino, fraco e irregular, tornando-o inadequado
para aplicações que exigissem uma superfície e resistência como os espelhos e veículos. Vidros liso e
transparente para vagões de trem eram então tradicionalmente feitos por meio de fusão, pulverização
e polimento. O uso desse vidro em edificações era proibitivamente caro.

9.2. Aplicação do Vidro na Construção Civil


O vidro garante leveza aos ambientes, e tem substituído materiais comumente utilizados em residências,
prédios comerciais, hotéis, aeroportos, parques, shoppings, hospitais e escolas, pois leva beleza e
harmonia às formas delineadas.

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Fig.3 – Fachada em vidro. Uma aplicação na industria de construção civil

O tipo de vidro a ser utilizado para cada projeto irá depender, dentre outros fatores:

i. Do efeito que o cliente deseja para o produto final;


ii. Do esforço ao qual o vidro será submetido.

Para atender à segunda exigência, faz-se necessário conhecer a tecnologia de resfriamento empregado
na fabricação do vidro.

Novas tecnologias já permitem o uso do vidro em paredes de sustentação, em pisos e em estruturas de


escadas de projetos mais leves.

Há a expectativa de que os avanços na tecnologia de fabricação do vidro permitam, no futuro, ele seja
utilizado também substituindo o aço e o concreto das estruturas, o que irá provocar grandes reduções
no custo final das obras.

Dentre os diversos tipos de vidro, os mais utilizados na construção civil são: Vidro plano, vidros planos
lisos, vidros cristais, vidros impressos, vidros refletivos, vidro anti-reflexo, vidros temperados, vidros
laminados, vidros aramados, vidros coloridos, vidros serigrafados, vidros curvos e espelhos fabricados
a partir do vidro comum. Encontramos ainda as fibras de vidro, matéria prima para a fabricação de
mantas e tecidos utilizados em aplicações de reforço ou de isolamentos.

Abaixo, veja a descrição de alguns dos principais tipos de vidros empregados na construção civil, bem
como suas características, benefícios e aplicações.

a. Vidro Laminado: é composto por duas ou mais chapas de vidro, intercaladas por uma película
plástica de grande resistência, o polivinil butiral (PVB). É considerado um vidro de segurança
(pessoal e patrimonial), pois, em caso de acidente, seus fragmentos ficam presos no PVB, evitando
ferimentos e mantendo a área fechada até que a substituição do vidro seja realizada.

Aplicações: coberturas, fachadas, sacadas, guarda-corpos, portas, janelas, divisórias, vitrines e pisos.

b. Vidro Temperado: o vidro comum é submetido a um tratamento térmico de têmpera (aquecimento


e resfriamento rápido) que o torna bem mais resistente à quebra por impacto, apresentando
uma resistência mecânica até cinco vezes maior que a de um vidro comum. Esse processo também
confere maior resistência ao choque térmico (variação de temperatura acima de 200°C). É
considerado um vidro de segurança (patrimonial), pois, em caso de acidente, fragmenta-se em
pequenos pedaços pouco cortantes, o que reduz o risco de ferimentos.

Aplicações: portas, divisórias, estruturas em vidro (móveis), portas de fogões e eletrodomésticos em


geral.

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c. Vidro Extragrosso – Como o nome sugere, o vidro extragrosso tem uma espessura maior do que
a dos vidros utilizados normalmente, entre 12 e 19mm.

Aplicações: tampos de mesas e balcões.

d. Vidro Pintado – É produzido a partir de um vidro comum ou extra clear e recebe na linha de
produção uma pintura especial, o que confere acabamento colorido e de alto brilho.

Aplicações: pés e tampos de mesa, balcões, divisórias, portas, revestimento de parede, portas de
armário, entre outros.

e. Vidro Autolimpante – usando a nanotecnologia, aproveita a força dos raios UV (ultravioleta) e


da água da chuva para combater a sujidade e os resíduos que se acumulam no exterior.
Visualmente idêntico aos vidros comuns, dispensa a limpeza constante e o uso de detergentes, e
garante uma visão nítida em todas as situações, mesmo em dias de chuva.

Aplicações: sempre na parte externa das edificações, como fachadas, coberturas, janelas, portas,
sacadas, entre outros, além de áreas altamente poluídas.

f. Vidro de Controle Solar – é desenvolvido com tecnologia que garante o controle eficiente da
intensidade de luz e do calor transmitidos para o ambiente interno, por isso são grandes aliados
do conforto térmico e da eficiência energética nas edificações. Podem ser de vários tipos,
conforme o processo de fabricação: refletivo, baixa reflexão, seletivo (low-e).

Aplicações: coberturas, fachadas, sacadas, portas e janelas.

g. Vidro duplo ou Termoacústico – Conhecido também como insulado, é uma composição de duas
ou mais chapas de vidro intercaladas por uma câmara de ar desidratado ou gás inerte. Ele
ainda pode conter uma persiana interna.

Aplicações: fachadas (edifícios comerciais, hospitais e escolas), coberturas e janelas, na Construção Civil.

h. Espelho – é produzido a partir de um vidro plano comum que recebe sobre uma das superfícies
camadas metálicas (prata), seguidas de camadas de tinta que têm como função protegê-lo.

Obs.: Toda especificação de vidro, independente do local de aplicação, deve levar em consideração a
segurança, mas sem dúvida esse cuidado deve ser redobrado quando se tratam de coberturas, varandas
e fachadas.

Isso acontece por serem lugares que sofrem com influências de fatores externos, como incidência de
ventos e manutenção, além de apresentarem risco, pois em caso de quebra, podem causar graves
acidentes.

Daí a importância de se seguir as normas técnicas para a especificação técnica dessas aplicações, além
da contratação de profissionais qualificados para todas as etapas (especificação/consultoria,
beneficiamento, instalação, manutenção).

10. O Cimento
10.1. Conceito de Cimento

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Silício • Conceitos, propriedades e aplicações

O cimento pode ser definido como um pó fino, com propriedades aglomerantes, aglutinantes ou ligantes,
que endurece sob a acção de água. Com a adição de água, se torna uma pasta homogênea, capaz de
endurecer e conservar sua estrutura, mesmo em contacto novamente com a água.

Na forma de betão, torna-se uma pedra artificial, que pode ganhar formas e volumes, de acordo com
as necessidades de cada obra de engenharia. Graças a essas características, o betão é o segundo
material mais consumido pela humanidade, superado apenas pela água.

Com diferentes adições durante a produção, se transforma em um dos cinco tipos básicos existentes no
mercado:

 Cimento portland comum,


 Cimento portland composto,
 Cimento portland de alto forno,
 Cimento portland pozolânico e,
 Cimento portland de alta resistência inicial.

10.2. Aplicações do cimento


O cimento portland é uma das substâncias mais consumidas pelo homem e isso se deve a características
que lhe são peculiares, como trabalhabilidade (facilidade de ser trabalhado quando mole) e
moldabilidade (estado fresco), e alta durabilidade e resistência a cargas e ao fogo (estado duro).

Insubstituível em obras civis, o cimento pode ser empregado tanto em peças de mobiliário urbano como
em grandes barragens, em estradas ou edificações, em pontes, tubos de betão ou telhados.

Pode até ser matéria-prima para a arte.

11. Materiais de construção e cerâmica


A maior parte dos materiais de construção empregam minerais que contém silício em sua composição. A
cerâmica mais valiosa que existe atualmente é a porcelana, que é uma mistura de matérias-primas que
contém aproximadamente 50% de caulim, 25% de areia de sílica e 25% de feldspato.

Existem outras cerâmicas de menor valor utilizada para fabricação de tijolos, telhas e outros materiais
de construção. As argilas de caulim, feldspato e quartzo são aquecidos a uma temperatura de 1300°C
para produção de cerâmicas comuns (tijolos, telhas) ou cerâmicas fina e brancas (placas, bacias, azulejos,
estátuas, etc).

A areia, composta principalmente de silica, é usada como ingrediente em materiais de argamassa e


colagem, e particularmente na fabricação de betão.

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Silício • Conceitos, propriedades e aplicações

12. Conclusão
Findo presente trabalho pode-se perceber que o silício é um dos compostos mais abundantes na natureza
perdendo pela água e ele ocupa cerca de 28% da massa da terra.

Para melhor entendimento, o silício é a areia que todos dias vemos e pegamos. Esta presente em todo
lado sub varías formas, compostos e propriedades.

Uma das grandes aplicacões desta matéria é na Indústria do Vidro e do Cimentos donde destes dois
saem as materias primas para a indústria de cosntrucão civil. Sem deixar de lados que seus derivados
servem de matéria prima para a vasta industria electrónica.

Na vida vegetal e animal o silício também tem o seu destacaque sendo, hoje em dia, considerado como
tendo participado na origem da vida na terra.

Para além das vantagens esta matéria tem desvantagens, ou seja, não é aconselhavel trabalhar
directamente em esposição com este material pois podes provocar doenças que podem conduzir desde
a cegueira até mesmo a morte.

13. Bibliogaria
 http://nautilus.fis.uc.pt/st2.5/scenes-p/elem
 http://pt.wikipedia.org/wiki/Sil%C3%ADcio
 http://noticias.vidrado.com/mercado-e-negocios/tipos-de-vidros-e-suas-aplicacoes/
 http://www.arquitetonico.ufsc.br/o-vidro-e-sua-aplicacao-na-construcao-civil
 http://www.fau.usp.br/deptecnologia/docs/bancovidros/prodvidro.htm
 http://www.mspc.eng.br/quim1/quim1_014.asp
 http://pt.wikipedia.org/wiki/Di%C3%B3xido_de_sil%C3%ADcio
 http://pt.scribd.com/doc/57311040/16/Aplicacoes-dos-tipos-de-cimento

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