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Trabalho de Seminários em Administração: Organizações e Sociedade

Débora Alves Martins

No período analisado, que vai da Segunda Guerra Mundial até o final da década de 50,
o Brasil abriu-se ao liberalismo à americana. “ No pós-guerra, a hegemonia militar e econômica
americana ficou mais evidente, estenderam definitivamente sua influência por boa parte do
mundo, valendo –se de maneira especial agências como a United States Agency for
Internacional Development (USAID), a Fundação Ford, o Instituto Rockfeller, a Fundação
Carnegie e do Programa de Recuperação Europeia (Plano Marshall).

Os planos de cooperação entre Brasil e EUA tiveram importância na formulação e


planejamentos de longo prazo por parte dos governos brasileiros e seus técnicos, é
interessante apontar que tais acordos se davam no âmbito da Administração para o
Desenvolvimento, visava fazer com que os países considerados subdesenvolvidos emulassem o
desenvolvimento dos países desenvolvidos desconsiderando suas especificidades. Os acordos
de cooperação técnica trouxeram os primeiros consultores e professores de Administração ao
Brasil, no início da década de 1950, os primeiros cursos superiores buscavam ativamente
exportar não apenas as teorias estadunidenses, mas também o mesmo modelo de escola
superior.

O planejamento dado pela técnica se mostrou no governo Vargas que era


representativo de um projeto social de desenvolvimento, progressista, tendo como eixos a
industrialização e o planejamento econômico do Estado, logo cria-se um projeto de
desenvolvimento dentro do capital autônomo.

O governo de J. Kubitscheck representa uma fase importante para o desenvolvimento


do Brasil, a grande marca de desenvolvimento que imprimiu no processo brasileiro a caminho
da modernidade. O que marcou seu governo foi o Plano de Metas que visava transformar a
estrutura econômica do país pela criação da indústria de base. Para se investir nos quatro
setores básicos (energia, transporte, alimentação e indústria de base) precisava também de
um programa de formação de pessoal técnico.

Na ideologia de Vargas a industrialização seria o caminho mais curto para a criação de


um capitalismo nacional, por outro lado J.K. acreditava que a industrialização somente seria
possível no contexto de interdependência e associação.

A Revolução de 1964 representou a concretização de um projeto de desenvolvimento


capitalista a internacionalização da técnica e da economia.

O processo de concentração de empresas se inicia no governo de J. Kubitscheck, mas


só adquire segurança e intensidade após 64. Neste novo contexto é gritante a valorização da
planificação, da técnica, da necessidade de profissionais especializados. Toda estrutura
econômica se caracteriza por um processo de concentração que resulta em grandes empresas
basicamente estrangeiras e estatais e algumas nacionais.

A burocracia representa os interesses da classe dominante, a ideologia dominante


espelha um modelo de organização que é burocratização, que consiste em fazer funcionar as
técnicas complexas, sobre máquinas ou organizações que requerem profissionais de nível
superior em condições de analisar e planejar as atividades empresariais. Dentro do esquema
de desenvolvimento, o ensino superior se volta com a intenção de atender os interesses
imediatos do processo econômico.

O surto do ensino superior após 70, trouxe também o crescimento vertiginoso dos
cursos de Administração, Economia e ciência afins que teve crescimento contínuo pois
existiam reais oportunidades de emprego, o que nos remete ao processo de concentração de
empresas e à sua necessidade de burocratizar-se, e ao mesmo tempo ao tipo de
desenvolvimento econômico promovido no Brasil após 64. O plano educacional reflete a
relação entre a estrutura de empresas em formação e sua necessidade de mão de obra
especializada e de profissional de nível superior, mostrando a importância do administrador no
contexto sócio econômico e político do Capitalismo Monopolista.

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