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Walter Teixeira da Silva

Wanderlei Souza Abreu

Victor Sérgio Freire Araújo


MICHELANGELO BOVERO

▪ Filósofo e escritor italiano, assistente e colaborador de Norberto Bobbio,


Michelangelo Bovero é grande expressão da filosofia europeia atual.
Professor de Filosofia Política na Universidade de Turim, tem seu
trabalho pautado nos princípios e no funcionamento da democracia,
analisando os principais pensadores políticos da modernidade, como
Hobbes, Espinosa, Locke, Rousseau, Kant, Hegel e Marx.
ROTEIRO DE APRESENTAÇÃO
o INTRODUÇÃO

o OBJETIVO

▪ PARTE I: ELEMENTOS

❖ 1. OS SUBSTANTIVOS DA DEMOCRACIA

❖ 2. OS ADJETIVOS DA DEMOCRACIA

❖ 3. OS VERBOS DA DEMOCRACIA

▪ PARTE II: COMPLEMENTOS

❖ 4. QUAL LIBERDADE?

❖ 5. QUAL LIBERALISMO?

❖ 6. CIDADANIA?

▪ PARTE III: DA GRAMÁTICA À PRÁTICA

❖ 7. KAKISTOCRACIA

❖ 8. DEMOCRACIA ÀS AVESSAS?

❖ 9. CONTRA O PRESIDENCIALISMO
INTRODUÇÃO

▪ O AUTOR PROPÕE CAMINHAR EM DIREÇÃO À


EXPLICITAÇÃO DO CONFRONTO ENTRE DEMOCRACIA
IDEAL E DEMOCRACIA REAL QUE SUBJAZ EM MUITO
DOS NOSSOS JUIZOS POLÍTICOS COTIDIANOS. A
ILUSTRAR O FUNCIONAMENTO TÍPICO DA VIDA
PÚBLICA EM UMA DEMOCRACIA MODERNA,
RECONSTRUINDO O MODELO IDEAL DE DEMOCRACIA
COMO CONCEITO PURO E QUE DEVE SER
ENCONTRADO NA LIGUAGEM COMUM.
▪ PALAVRAS CHAVE: DEMOCRACIA; LIBERDADE;
CIDADANIA; LIBERALISMO E PRESIDENCIALISMO.
OBJETIVO

▪ O AUTOR SE PROPÕE A ENFRENTAR COMO UM


PROBLEMA AS REGRAS DE USO NÃO EQUIVOCO DAS
PALAVRAS DOS SUBSTANTIVOS, DOS ADJETIVOS E
DOS VERBOS RECORRENTES EM QUALQUER DEBATE
SOBRE A DEMOCRACIA
PARTE I: ELEMENTOS

1. OS SUBSTANTIVOS
DA DEMOCRACIA
1. Demo-kratía

Krátos (Força) = Poder Político, ou seja, poder de tomar decisões


coletivas.
Democracia = Forma de comunidade política na qual tal poder é
atribuído ao dêmos.
Dêmos (Povo) = Quem é o "povo"?
Decisão coletiva "do povo"= Somatória das decisões individuais.
Democracia = "Poder (krátos) de tomar decisões coletivas, ou seja,
decisões vinculativas para todos, exercido pelo povo (dêmos), ou seja,
pela assembleia de todos os cidadãos como membros do dêmos,
mediante (a soma de) livres escolhas individuais".
"todos os cidadãos" >> Igualdade
"livres escolhas" >> Liberdade
2. Isonomia

Democracia como forma de convivência política:


Distingue-se das outras formas
>> Em tempos antigos ou modernos = Existência de alguma
forma de igualdade.
Tocqueville >> "Igualdade de condições" / "igualdade dos direitos
políticos"
Os antigos >> Uma ideia não distinta da sua democracia
-Termo isonomia >> "igualdade diante (e através) da lei"
-Termo isegoría>> "liberdade de palavra" = Direito de falar em
alta voz onde mais importava, na assembleia de todos os
cidadãos.
3. Problemas de igualdade

▪ Mas qual igualdade?


▪ "Todavia é necessário distinguir uma igualdade propriamente democrática, ou seja, especificar qual forma
ou tipo de igualdade é inerente à democracia como seu conotativo distintivo”.
▪ Exigência de especificação:
▪ "Igualdade" >> Conceito indeterminado
▪ Relação entre dois (ou mais termos)
▪ Igualdade pertinente à democracia: Igualdade entre quem? Igualdade em quê?
▪ Juízo de igualdade entre ente singulares considerados membros de um determinado gênero >> Não indica
uma relação real, prática, entre estes entes singulares, mas sim afirma apenas uma relação puramente
ideal ou teórica.
▪ É uma igualdade ideal, igualdade do ponto de vista de um observador externo. (Relação ideal-teórica de
igualdade). Não é uma igualdade do ponto de vista dos sujeitos. (Não deve ser confundida com as
múltiplas relações reais-práticas destes mesmos entes, que podem ser também relações de desigualdade)
▪ >>Dois planos distintos
4. A igualdade democrática e a sua
justificação

▪ Qual igualdade é propriamente inerente à democracia? Igualdade entre quem? Igualdade em quê?

▪ Reformulando em termos de igualdade: Democracia é aquela forma de governo ou aquele regime no qual todos os
"membros" de uma determinada comunidade são considerados iguais (no direito à) participação do poder político.

▪ O que significa ser "membro" de uma coletividade? O que significa "pertença"?

▪ Ambiguidade e imprecisão em base ao ius sanguinis e ao ius soli.

▪ Em suma, nem "todos" podem participar das decisões políticas, nem mesmo na democracia.

▪ Se considerarmos "cidadão" aquele que é titular do direito-poder de participar das decisões coletivas.

▪ Quem é cidadão? Se "nem todos" os indivíduos são cidadãos, quais devem ser?

▪ Entre a democracia dos antigos e a dos modernos>> Concepção política: É cidadão a pleno título, ou seja, partícipe do
poder político, todo indivíduo membro da coletividade, sem distinção de classe ou de patrimônio, considerado
simplesmente como sujeito capaz de vontade racional, e por isso mesmo dotado de dignidade política.

▪ >> Mudança na concepção antropológica de "sujeito capaz".

▪ Dos antigos: indivíduo do gênero masculino livre por nascimento.


5. O indivíduo como princípio da
democracia, antiga e moderna

▪ O princípio da democracia >> É o indivíduo sujeito de vontade


racional
▪ (...) Ao indivíduo racional como cidadão ativo, como princípio
da democracia, foi reconhecido o dom exclusivo da liberdade
como autonomia - que consiste literalmente no "dar lei a si
mesmo" - chamada também de liberdade positiva ou política.
▪ A liberdade política como autonomia é apenas dos antigos?
▪ Pode-se dizer que na democracia representativa todos aqueles
indivíduos membros da coletividade podem participar, como
cidadãos, do processo decisório, tendo no direito de voto o
poder de orientar-lhe o curso. Em relação à democracia direta,
o que muda não é tanto a igualdade no direito de participar
das decisões, mas a estrutura do processo decisório.
6. Do círculo à pirâmide

▪ Fisionomia do sistema da democracia dos modernos >> Passa a assemelhar-se com uma pirâmide.
▪ Dois sentidos: De cima para baixo ou de baixo para cima.
▪ Identifica-se com o processo ascendente: O início está na base, está nas muitas vontades dos
indivíduos concebidos como sujeitos racionais autônomos, e, através de um sistema de designações
que partem de baixo, avança até o vértice.
▪ Características:
▪ I. Os múltiplos planos intermediários que se inserem entre a base e o vértice são ocupados por
organizações cujos membros estão, em relação ao cidadão comum, "mais próximos" do momento
culminante da decisão política e, portanto, capazes de influenciar mais sobre o seu conteúdo.
▪ II. A orientação de base dada pelas decisões inicias dos cidadãos eleitores pode ser desviada e
distorcida, e todo o curso decisório pode mudar de direção.
▪ Aspectos estruturais do processo decisório moderno e as possibilidades negativas neles implícitas:
Permite a elaboração de bons instrumentos para medir ao menos em parte a distância entre
democracia ideal e democracia real, ou melhor, entre o conceito de democracia e as realidades que
denominamos democracias.
PARTE I: ELEMENTOS

2. OS ADJETIVOS DA
DEMOCRACIA
1. Democracia sem adjetivos?

▪ Acepção de democracia recorrente na linguagem comum: vaga e


retórica.
▪ Todos os Estados hoje se professam democráticos porque a virtude
de um Estado é ser uma democracia.
▪ Mas qual democracia?
▪ Delinear um mapa dos principais adjetivos que foram atribuídos ao
substantivo democracia nos tempos modernos, e que ainda
influenciam, em diferentes medidas, a linguagem corrente.
2. As variantes institucionais da
democracia

▪ Principais variantes ou subespécies da democracia


contemporânea: presidencial e parlamentar, majoritária e
consensual.
▪ Parlamentar: Democraticidade do executivo depende do
fato de ser uma emanação do legislativo, o qual por sua
vez funda a sua democraticidade sobre o voto popular.
▪ Presidencial: O chefe de governo é eleito direta e
periodicamente pelo povo.
3. Democracia direta e representativa

▪ Democracia direta: É aquela na qual os cidadãos votam


para determinar eles mesmos o conteúdo das decisões
coletivas, como na democracia antiga da ágora.
▪ Democracia representativa: É aquela na qual os cidadãos
votam para determinar quem deverá tomar as decisões
coletivas, ou seja, para eleger os seus representantes.
4. Democracia formal e substancial

▪ A democracia consiste essencialmente em um conjunto de procedimentos, as


"regras do jogo", que permitem acima de tudo a participação dos cidadãos no
processo decisório político.
▪ A democracia é essencialmente formal.
▪ Adjetivo "formal" >> Entendido de forma confusa >> Vazio
▪ Gera a contraposição: Democracia formal x Democracia substancial
▪ Democracia Formal >> Forma >> Regras para decidir
▪ Democracia Substancial >> Conteúdo >> Regras a serem decididas
▪ Em suma, as regras da democracia prescrevem a distribuição mais igualitária
possível do poder político; ou melhor, do direito-poder de influir sobre as
decisões coletivas; mas não indicam, não podem indicar para quê será usado
tal poder, para assumir quais decisões, para empreender qual direcionamento
político, para perseguir qual ideal.
5. Democracia liberal ou social

▪ A democracia é em si agnóstica em relação aos fins


sociais últimos, aos modelos prescritivos da boa
sociedade propostos pelas diversas ideologias.
▪ Democracia >> forma de governo "mais formal" do que as
outras.
▪ Institucionalização da possibilidade de mudar, periódica e
pacificamente, o próprio conteúdo de valores políticos
finais.
▪ Laico >> Aquele que reivindica para si o direito de "pensar
de modo diverso"
▪ Equivalência entre os termos "laico" e "democrático"
6. As precondições da democracia

▪ Não significa que a democracia, enquanto essencialmente formal, enquanto eminentemente


laica, não tenha qualquer relação com o mundo dos valores políticos.
▪ Valor laico da tolerância > Valor político e intrínseco à democracia
▪ a. A democracia se funda sobre certo núcleo de valores >> Garantia institucional de alguns
princípios de valores que constituem as suas precondições.
▪ b. A democracia como tal contém em si a afirmação de um outro núcleo de valores >> Valores
propriamente democráticos
▪ Os valores que constituem a precondição de existência da democracia>> Provém da tradição
liberal:
▪ - Liberdade Pessoal; Liberdade de opinião e de imprensa; Liberdade de reunião; e Liberdade
de associação >> Adjetivo "liberal"
▪ Deve-se considerar o adjetivo "socialista" (ou "social") >> Sem uma distribuição equânime dos
recursos essenciais, isto é, sem a satisfação dos direitos sociais fundamentais de liberdade
que foram reivindicados pelos movimentos socialistas, as liberdades individuais ficam vazias.
▪ A democracia formal não é aparente, é "liberal-socialista".
7. Regras técnicas e valores éticos

▪ Núcleo essencial: Valores não-instrumentais e valores


éticos>>
▪ o "quem" e o "como" do processo decisório democrático.
▪ [Bobbio] Valores não instrumentais inseridos nas regras
técnicas da democracia: tolerância, não-violência,
renovação através do livre debate e fraternidade.
▪ Dimensão do "como“: Princípios do "costume
democrático"
▪ Dimensão do quem: "para cada cabeça um voto" >
Igualdade política
PARTE I: ELEMENTOS

3. OS VERBOS DA
DEMOCRACIA
1. O jogo democrático

▪ Verbos >> Ações >> "jogo democrático"


▪ "Jogo democrático" >> Sistema de ações e
interações típicas, articuladas em fases
distintas também elas típicas, nas quais
estão envolvidos diversos sujeitos em
papéis diferenciados.
▪ Aspecto dinâmico da democracia
2. As fases do jogo

▪ Imagem metafórica e provisória >> Escalada de uma pirâmide


feita em degraus
▪ O jogo desenvolve-se de baixo para cima.
▪ Retirando o véu metafórico:
▪ Quatro fases do jogo democrático
▪ I. Eleger
▪ II. Representar
▪ III. Deliberar
▪ IV. Decidir
3. Eleger

▪ Significado original: Ato de designar e o ato de enaltecer


▪ Eleições: Considerada, pelos antigos clássicos, como instituto da aristocracia
▪ Instituto das eleições para ser compatível com o conceito de democracia:
I. O jogo político não escape completamente das mãos dos cidadãos assim que
tenham concluído a sua tarefa estritamente específica, que é aquela de eleger
Cidadão enquanto eleitor é uma espécie de juiz dos candidatos
II. Ato de eleger deve desenvolver-se segundo as regras de um jogo correto, em
base às quais seja respeitada a dignidade de toda e qualquer ideia e orientação
política
4. Representar

▪ O ato de representar entra propriamente no jogo


democrático apenas se o significado de "agir em
nome e no lugar" se sobrepõe um dos significados
originários: aquele de "espelhar, refletir,
reproduzir fielmente"
5. Deliberar e decidir

▪ Deliberar >> Precede a decisão em sentido estrito


▪ O ato em si da discussão das várias teses e pontos de
vista, a ponderação dos argumentos pró e contra, e a
tentativa de persuasão recíproca entre seus respectivos
sustentadores
▪ A decisão é democrática quando no momento deliberativo
que a precede participaram com iguais oportunidades de
avaliação e persuasão recíproca os representantes de
todas as opiniões políticas.
6. Decidir, mas não eleger, a maioria

▪ Sistema eleitoral majoritário por colégio uninominais x Sistema


proporcional
▪ Suponhamos que existam apenas três colégios eleitorais, compostos cada
qual de cem eleitores, no quais se decide por maioria simples, e que
existam apenas dois partidos (ou grupos ou listas) em competição nos
três colégios, cada qual com um candidato próprio em cada um dos
colégios. Suponhamos que no colégio n.1 o candidato do partido A
obtenha 90 votos, e o candidato do partido B obtenha 10 votos;
suponhamos que nos colégios n. 2 e n.3 os candidatos do partido B
obtenham cada qual 60 votos, e os candidatos do partido A obtenham
cada qual 40 votos. Com base no sistema uninominal majoritários, o
partido B terá dois representantes no parlamento, o partido A apenas
um: mas a partir do cálculo total dos votos, veremos que o partido A
obteve 170 sufrágio, e o partido B apenas 130.
7. Uma dúvida final

▪ Será que deveríamos ter escolhido, como último e


supremo verbo da democracia, não o termo genérico
"decidir", mas o termo talvez mais específico "governar"?
▪ Fase de decidir >> Partilhada, em vários modos
complicados, por dois sujeitos institucionais: o
parlamento e o governo.
▪ Relação entre esses dois órgãos: parlamentaristas x
presidencialistas
PARTE II:
COMPLEMENTOS

4. QUAL LIBERDADE?
1. PREMISSA METODOLÓGICA

Recentemente alguns autores defendiam a


tese de que noção de liberdade é
controversa, uma vez que, estão associados
a juízo de valor. Bovero não concorda. Acha
possível uma definição lógica e significativa,
neutra e não-valorativa. Procura distinguir.
Primeiro o significado e depois o oposto
(contrário).
2. Análises e definições

▪ Liberdade diferente de escravidão, servidão. Livre é quem não é servo e nem escravo.
Escravo e servo são sinônimos ou quase sinônimos? Escravo está acorrentado e servo
não. Escravo é menos livre. Cita a definição ou quase definição de liberdade: livre é
quem está sem amarras, sem correntes, sem vínculos (de variados tipos). Agora explica
o oposto. O escravo e o servo tem dono; alguém que sobre eles detém poder. Se se
liberta ou adquire a liberdade, o poder do dono passa a não mais existir.
▪ O poder do dono é a negação da liberdade e a liberdade do servo é a negação do poder
do dono. Mostra o contraditório do poder e da liberdade. Obrigações e proibições e
proibições, impedimentos e coerções. Nas constituições civis, o poder político, é vetado
vetar. A liberdade negativa consiste na negação de poder (de outrem), o que falta para
liberdade: o impedimento e a coerção; a liberdade positiva é quando a pessoa é capaz
de escolher, querer e decidir por si só, o que está presente para a liberdade: sua própria
vontade sem interferência (de outrem).
3. Esclarecimentos e aprofundamentos,
objeções e respostas

▪ “Liberdade de”, “liberdade para” referindo-se a “liberdade negativa” e “liberdade


positiva”. Exemplos: liberdade da censura contrária à liberdade de expressão. Deste
modo não são definições para liberdade negativa e liberdade positiva.
▪ Cita outro modo de definir a duplicidade das expressões. Liberdade negativa no seu não
impedimento, não coerção refere-se às ações, ao agir; liberdade positiva refere-se ao
querer, vontade.
▪ - Qual das duas é a liberdade boa, ideal?
▪ – Qual delas é um valor? qual tem mais valor em relação à outra?
▪ – Depende da opinião e concepção de cada um. Uma não pode ter valor e a outra
desvalor. Atribui-se um valor positivo a uma ou a outra. Constant confere aos
modernos a liberdade negativa e aos antigos a liberdade positiva. Exalta valor à
primeira e nega à segunda. Diz que não faz sentido a separação das duas. Uma
complementa a outra.
4. Redefinições políticas

▪ A liberdade negativa (ou não liberdade) refere-se aos sujeitos simples, dentro das
normas sociais ou políticas que provém da coletividade. Assim sendo, o sujeito
singular é mais ou menos livre no conceito da liberdade negativa imposta pelo
Estado. A liberdade positiva – podendo ser chamada autonomia – entendida como
capacidade, possibilidade do querer, sem determinação de outros ou que, de forma
abstrata e geral, conceituando de que o indivíduo é autônomo, determinando a
própria vontade estabelecendo normas a ele mesmo.
▪ O cidadão democrático em sua participação política, não faz as leis para si próprio.
▪ a) O sujeito que estabelece as leis (com o procedimento “para decidir”), é a
coletividade onde ele é apenas uma fração.
▪ b) O sujeito que recebe as leis é o indivíduo não como cidadão, mas como indivíduo
privado, que por definição não é politicamente independente do coletivo (e por isso
não é “autônomo”), nem mesmo quando o coletivo é democrático.
5. Liberdade liberal e liberdade
democrática

▪ Livre (negativamente) é o sujeito que recebe normas (proibições, coerções e impedimentos) oriundos do
coletivo, não inferindo com o seu comportamento. São mais ou menos livres pelo comportamento não
regulado pelo coletivo. São livres os indivíduos que vivem no Estado constitucional onde os espaços de
liberdade são garantidos e protegidos contra qualquer pessoa, até mesmo o detentor do poder. A isso poderia
ser chamado de liberdade liberal, pedida nos movimentos liberais, coincidindo com as liberdades individuais
das constituições modernas. Assim tem destaque naquilo que o Bobbio chamou de “as quatro grandes
liberdades do moderno”: liberdade pessoal, liberdade de opinião e imprensa, liberdade de reunião e de
associação.
▪ Livre (positivamente), politicamente autônomo, é o sujeito que contribui para as normas do coletivo,
incluindo ele. Serão autônomos também aqueles cidadãos do Estado reconhecidos os direito-poder em que
possam participar do processo decisório político. Podendo ser chamada de liberdade democrática.
▪ Então, a liberdade liberal, na sua compreensão, é uma liberdade igual – que pelas quatro grandes liberdades
dos modernos – dada a todos na mesma medida.
▪ Liberdade liberal e liberdade democrática, cada uma em seu conceito, na mútua tensão. Confirmando a
história das doutrinas liberais e democráticas nos dois últimos séculos, os fatores da primeira liberdade teme
que os da segunda condicione os espaços de liberdade civil dos cidadãos privados até anulá-los, e por isso
tentarão impor limites à extensão da regulação coletiva, ainda que democrática, das ações individuais; os
fatores da segunda liberdade podem suspeitar que naqueles mesmos espaços de liberdade são criadas as
condições para alterar o exercício da liberdade política, e por isso tentarão ao menos agir de modo que, como
dizia Rousseau, ninguém seja tão rico a ponto de comprar os votos do outro, e ninguém tão pobre a ponto de
querer vendê-lo.
6. Breve nota cética conclusiva

▪ Vigência da Constituição democrática é atribuída e reconhecida formalmente “LIBERDADE POSITIVA” política.


Votar e influenciar no processo decisório. Começa nas eleições e termina no coletivo dos eleitos.

▪ - Liberdade positiva, liberdade de escolha política corresponde à liberdade do querer? vontade autônoma do
direito poder?

▪ - Há uma segurança entre nós que condiciona, determina nossa vontade política?

▪ - Seguros da oportunidade de escolha, do direito do voto, do igual é uma liberdade aparente?

▪ - Que não é uma escolha orientada, condicionada e não determinada por outros?

▪ - Seguros de que a vontade política é autônoma, livre e independe do poder-querer alheio?

▪ (Não necessariamente um poder constitutivo: penso naqueles que Luigi Ferrajoli chama de “poderes selvagens”,
os poderes que se aninham na sociedade civil e não têm limites constitucionais). Refiro-me nem tanto ao poder
que condiciona o agir, impedindo e coagindo, proibindo e obrigando, mas ao poder que condiciona a vontade,
fornecendo informações parciais ou deformadas, apresentando problemas em termos distorcidos, não
apresentando outros problemas tão ou mais relevantes, sugerindo critérios de juízo inadequados ou de alguma
forma maquiados; em suma, fazendo-nos olhar através de lentes deformadoras que nos impedem de ver
corretamente a realidade, de julgar com ponderação, de decidir com a nossa própria cabeça, em uma palavra, de
querer autonomamente. E, portanto, de sermos capazes de ser livres.
PARTE II:
COMPLEMENTOS

5. QUAL LIBERALISMO?
1. As aventuras do liberalismo

▪ Vê-se dois intelectuais, Bobbio e Hayek, num juízo negativo do


liberalismo, opostos em suas decisões. Podemos também dizer
“liberalismo de esquerda e liberalismo de direita”.
▪ Hayek publica um sucesso inédito iniciado 1973 e concluído em 1979:
“Law, legislation and liberty”. Bobbio escreve um artigo que é sucesso
1981 intitulado: “lLiberalismo Vecchio e nuevo” . Diz que o
pensamento liberal continua a renascer devido ao nascimento do
mundo moderno. Concepção individualista da sociedade e da história:
irrenunciável. Possibilidade de um liberalismo “progressivo”. Similar
está uma reflexão de Ralf Dahrendrf que afirma em seu livro de 1987:
“não escapará os benévolos leitores e leitoras a leve ironia do discorrer
de “um novo liberalismo”. Eles notarão que aqui não se trata de
neoliberalismo no sentido corrente”.
2. Hayek: duas tradições liberais

▪ Para Hayek, são três as características essenciais que


definem o liberalismo político:
▪ a) uma concepção individualista do universo social,
conjugada à crença espontânea das ações individuais.
▪ b) a axiologia da liberdade negativa como liberdade do
“indivíduo como Estado” (para retomar o título de um
célebre livro de Spencer)
▪ c) a teoria do Estado mínimo, como aquele que não tem
outra tarefa essencial além da proteção da máxima
liberdade negativa para todos os indivíduos.
3. Dahrendorf: os liberalismos entre
mercados e direitos

▪ Quanto ao liberalismo de Dahrendorf, o autor afirma que:


▪ a) A filosofia política de Rousseau não pode ser denominada liberal
senão ao preço de equívocos e confusões conceituais; isto é, ao preço
de confundir as ‘duas liberdades”, ou seja, liberalismo e democracia.
▪ b) a de Habermas é muito mais uma teoria da democracia radical,
como de resto ele mesmo declara, ainda que esteja fundamentada
sobre a reivindicação dos direitos de liberdade liberais não menos do
que os direitos de autonomia democrática, e sobre a inspiração
kantiana não menos do que (aliás, muito mais do que)
rousseauniana.
▪ c) portanto, também a evocação da imagem do homem de Kant como
suposto fundamento filosófico da posição radical-liberal de Popper (e
do próprio Dahrendorf), com a exclusão de outras posições, é, no
mínimo, imprecisa: pelo menos metade da filosofia política
contemporânea se remete a Kant.
4. Confusões conceituais: liberalismo e
democracia

▪ Hayek em seus estudos observa que na Europa o “liberalismo” é tido como


“liberal” e nos Estados Unidos como “conservador”. Liberal para os Estados
Unidos é “socialismo”. Cita ele uma árvore genealógica de Kant a Karl
Popper, de Smith a Friedrich Von Hayek e de Rousseau a Jünger Habermas.
O adjetivo liberal nos seus compostos de: liberal-democrático e social-
democrático é também considerada “liberal”. Chama a atenção para o
chamado “liberal” e o “liberalismo”. Pergunta “se não é vaga e pode ser
distorcida uma noção de liberalismo que consiste em três elementos: direitos
de liberdade individual, direitos de participação política e direitos sociais que
tiveram no embate da história moderna o pensamento liberal, o pensamento
democrático e o pensamento socialista”?
▪ Essa noção de “liberalismo” é interpretada por Seila Benhabib como uma
“filosofia do Estado-liberal-democrático e constitucional”.
▪ Termina dizendo que há problemas nas palavras que escondem e revelam
muitas coisas; que não pode ir além de uma reordenação conceitual.
5. Decomposições e recomposições:
liberal-democracia e liberal-socialismo

▪ Estabelece quatro grupos de princípios e assunções teóricas.

▪ I) Liberdade individual de perseguir sem interferências públicas os próprios


objetivos privados sobre o mercado – a liberdade do homo economicus de agir
“segundo os próprios interesses naturais” como sugere Dahendorf.

▪ II) Direitos fundamentais de liberdade pessoal, de natureza (não


propriamente) econômica, que são usualmente indicados pela expressão
“direitos civis”, como o habeas corpus, as liberdades de opinião e expressão,
as liberdades de reunião e de associação.

▪ III) Direitos de autonomia democrática, e funda-se sobre a ideia de


distribuição universal e igualitária do direito-poder de participar do processo
de formação da “vontade geral” e por isso de influir sobre as decisões
coletivas política.

▪ IV) Direitos sociais, da sua natureza e da sua enumeração, no mínimo


controversa, e do modo de garanti-los mediante alguma forma de justiça
distributiva, tendencialmente igualitária ao menos em relação à distribuição
dos assim chamados “bens primários”.
6. Para escolher entre os liberalismos

▪ Qual dos dois liberalismos?


▪ Tenta dizer a resposta em três aspectos: I) Abarca os três primeiros
pontos acima citados. Não corresponde a uma noção precisa, é
confusa e revela uma natureza incerta. II) Se a concepção do liberal
consiste nos quatro princípios mencionados, a sua identidade é no
mínimo ambígua, senão contraditória. III) Nenhum dos três pontos:
direitos fundamentais de liberdade, autonomia democrática e justiça
social, é compatível com o primeiro do mercado puro, da “liberdade
não restrita”.
▪ Termina dizendo: “o liberalismo sozinho não basta, Deveria ser óbvio:
é necessário, mas não suficiente, é uma indispensável “arte da
separação” (Walzer) para construção de limites ao poder, a qualquer
poder, mas além de um programa liberal (em sentido próprio e
rigoroso), e como tal negativo, é necessário um (novo) programa
positivo. Para elaborá-lo, buscando evitar outros erros, pode ser útil
também uma gramática da democracia.
PARTE II:
COMPLEMENTOS

6. CIDADANIA
1. Uma problemática nova?

▪ A Cidadania traz um sucesso para os estudiosos de


ciência política, sociologia política e filosofia política.
Escritores renomados como Dahrendorf, Habermas, Veca
e outros.. Falam da cidadania antiga e moderna. Está
ligada à democracia e ao processo de democratização.
Estudiosos discutem o que conota o cidadão tais como: a
relação entre eles, direitos do cidadão, acontecimentos
históricos e desenvolvimentos de tais direitos.
▪ Sobre esses pontos, os estudiosos da cidadania
contemporânea se distanciam um pouco um do outro,
mas encontram um ponto substancial igualitário entre
eles.
2. Cidadania e direitos do homem

▪ Teoria da cidadania e teoria dos direitos do


homem. Na cidadania estão os direitos
civis, políticos e sociais; direitos do homem
começa no seu nascimento.
3. As perguntas de Aristóteles

▪ Se a teoria dos direitos do homem é moderna e a teoria da


cidadania é antiga, Aristóteles pergunta: “quem é o cidadão”?
“quem [qual pessoa, qual indivíduo] deve ser chamado
cidadão?” À primeira pergunta responde: “ser cidadão” significa
– ou seja, consiste em, coincide com – ser titular de um poder
público não limitado, permanente,( isto é, do poder, de quem
ocupa um cargo político temporário): cidadão é aquele que
participa do modo estável do poder de decisão coletiva, do
poder político, ou seja, a participação no poder político é
conotativa essencial da cidadania, a qual portanto se resume
essencialmente naquela que hoje se costuma denominar
cidadania política. À segunda pergunta responde: “a
residência”. Explica que homens habitam na cidade mas não
são cidadãos, como os metecos, literalmente “coabitantes”,
conviventes (passíveis de serem aproximados dos imigrantes).
4. As origens romanas da noção de
cidadania

▪ Por razão histórica e teórica de Aristóteles o conceito de cidadania vem para uma meditação na
história. Juridicamente de origem romana.

▪ – Émile Benveniste sustenta que o termo latino “civis” – no significado de “cidadão”, que estamos
tentando determinar – não tem equivalentes nas outra línguas do ramo indo-europeu, e afirma que
“é necessário reconhecer em “civis” a designação de atribuição recíproca, nas origens, ente os
membros de grupo detentor dos direitos de indigenato, em oposição às diversas variedades de
“estrangeiros”.

▪ Sugestão para análise da afirmação de Benveniste para duas perguntas Aristotélicas:

▪ Segundo especialistas: direito de todas as espécies. Constituir famílias, ter servos, votar, ser eleito,
etc... Direitos subjetivos para os romanos são direitos do “civis”, do cidadão. Para ser sujeito de
direito tem que ser cidadão. Direitos e deveres reconhecidos pela lei.

▪ Benveniste: os indígenas. Na comunidade romana, os direitos cabiam apenas ao gentil: gentilis,


patricius e civis aspectos de uma figura. Roma com extensas progressões da “civitas romana”, depois
denominada “ius romanae civitatis”, “ius civitatis” por Cícero – até a “constitutio Antoniniana”,
vulgarmente denominada edito de Caracalla, que em 212 d.C. conferia o direito de cidadania a todos
habitantes do império.
5. A concepção pré-moderna dos direitos

▪ A concepção do direito da mesma forma que podia ser


adquirida também podia ser perdida. Formas ou graus.
Máximo que coincidia com a escravidão de um homem livre, à
condenação penal. Médio onde o homem perde a cidadania
mas conserva a liberdade.
▪ Aristóteles fala: “um homem sem cidade, sem cidadania, não é
propriamente um homem, mas um deus ou um animal, ou
uma “coisa animada” tal como é o escravo”.
▪ Sugere uma dupla conclusão: para os romanos a noção de
“civitas”, sentido exato da cidadania política (a titularidade dos
direitos políticos); não pode ser sujeito de direito o cidadão que
tenha tido seus direitos diminuídos.
6. Modernidade: direitos sem pertenças

▪ A concepção pré-moderna do homem e dos direitos


(principalmente a liberdade) foi vencida na modernidade devido
aos direitos do homem. Diz Locke: “não há nada de mais
evidente do que isto, que criaturas da mesma espécie e do
mesmo nível, nascidas sem distinção e com as mesmas
vantagens da natureza e com o uso das mesmas faculdades,
devem também ser iguais entre si, sem subordinações ou
sujeições”. A Declaração de 1789 “os homens nascem e
permanecem livres e iguais em seus direitos” é algo do
jusnaturalismo moderno. Bobbio falando jusnaturalismo
também diz: “antes vem o indivíduo, ou seja, o indivíduo
singular, que tem valor em si mesmo, e depois vem o Estado, e
não vice-versa; que o Estado é feito para o indivíduo e não o
Estado para o indivíduo”.
7. Erros teóricos e práticos

▪ Dahrendorf, no que diz respeito à cidadania, diz que,


teórica e praticamente, é vantajosa: mais útil do que os
direitos dos homens. Joseph de Maistre fala: “A
Constituição de 1795 é feita para o homem. Ora, não há
homem no mundo. Vi, na minha vida, franceses,
italianos, russos, etc.; e sei também, graças a
Montesquieu, que podemos ser persas; mas quanto ao
homem, declaro não tê-lo encontrado jamais na minha; e
se existe, é por certo de meu total desconhecimento”.
Hegel em um dos livros: “O homem tem valor porque é
homem, não porque é judeu, católico, protestante,
alemão, italiano, etc.”. Termina dizendo que do ponto de
vista descritivo, de acordo com as legislações vigente de
cada Estado, as respostas podem ser diversas.
PARTE III: DA
GRAMÁTICA À PRÁTICA

7. KAKISTOCRACIA
1. NATURAL DEGENERAÇÃO DAS FORMAS
POLÍTICAS

▪ VÍCIOS: ▪ MONARQUIA>>
ARISTOCRACIA
▪ REI >> MONARQUIA
▪ ARISTOCRACIA>>
▪ ARISTOCRACIA>> OLIGARQUIA
OLIGARQUIA
▪ OLIGARQUIA>>
▪ DEMOCRACIA>> DEMOCRACIA
DOMINIO SELVAGEM DA
VIOLÊNCIA ▪ DEMOCRACIA>>
OCLOCRACIA
2. UM REMÉDIO: O GOVERNO MISTO

➢ PARA LICURGO É REUNIR TODAS AS VIRTUDES DOS REGIMES


MELHORES PARA QUE NENHUM DELES SE DESVIE EM DIREÇÃO
AOS PRÓPRIOS VÍCIOS CONATURAIS.

➢ PARA POLÍBIO OS ENGENHEIROS HISTÓRICOS É AS VEZES O


MELHOR ENGENHEIRO CONSTITUCIONAL, E A DISTRIBUIÇÃO
DAS COMPETÊNCIAS E DAS PRERROGATIVAS É O SEGREDO
PARA O BOM FUNCIONAMENTO DO SISTEMA PARA TER COMO
FIM O BEM COMUM.

• OS CONSULES>> REGIME DEMOCRATICO


• SENADO>> ARISTOCRATICO
• POVO>> DEMOCRATICO
3. A RECEITA DE POLIBIO E O SEU
AVESSO

▪ RECEITA : UM MIXIS MUITAS FORMAS


DE GOVERNO EM SUAS VIRTUDES
▪ AVESSO : PORÉM SE A FORÇA DOS
EVENTOS DEGENERAR AS FORMAS DE
GOVERNO E INSTAURAR OS SEUS
VÍCIOS O RESULTADO É UM GOVERNO
MISTO UMA KAKISTÓCRACIA
4. O MATUTO, O OLIGARCA E O PRETORIANO

▪ MATUTO >> OCLOCRATICO


▪ O OLIGARCA>> O RICO QUE OBTEM PODER POLÍTICO
▪ PRETORIANO>> GOVERNO TIRANO
5.UMA ALIANÇA INSTAVEL ?

▪ O GOVERNO MISTO EM UMA ALIANÇA INSTAVEL


CAUSA A ESTABILIDADE
▪ PARA LICURGO É A DEGENERAÇÃO E A DECADENCIA,
SEGUNDO A PROJEÇÃO DA CONSTITUIÇÃO
ESPARTANA.
PARTE III: DA
GRAMÁTICA À PRÁTICA

8. DEMOCRACIA ÀS
AVESSAS?
1. AS FACES DO PODER

▪ FORTUNA >> RIQUEZAS E SERVOS


▪ FAMA >> AMIGOS E REPUTAÇÃO
2. PODERES SOCIAIS E PODERES
INSTITUCIONAIS
▪ PODER SOCIAL >> PODER POLÍTICO COERCITIVO QUE
SE DETEM DO MONOPÓLIO E DOS MEIOS DE COAÇÃO
▪ PODERES INSTITUCIONAIS>> PODER POLÍTICO E
ARTICULAÇÕES INTERNAS, DIVISSÕES DOS ORGÃOS
CONTRA AS FORMAS DE PODER AUTORITARIO
3. DISTINÇÕES E DIVISÕES ENTRE
PODERES

▪ DIVISÕES
▪ PODERES SOCIAIS >> FUNDA O ESTADO
REPRESENTATIVO MODERNO (ESTADO – SOCIEDADE
▪ PODERES INSTITUCIONAIS>> DIVISÃO E SEPARAÇÃO
DOS PODERES DO ESTADO (ESTADO
CONSTITUCIONAL).
4. CON-FUSÕES DE PODERES

▪ PODER POLÍTICO E ECONÔMICO COM O CONTROLE


DE UMA FORMA DE PODER IDEOLOGICO
▪ FORTALECIMENTO DO PODER EXECUTIVO>>
DISSOLUÇÃO DA DEMOCRACIA
5. EM DIREÇÃO A UMA DEMOCRACIA ÀS
AVESSAS?

▪ INVERSÃO DO FLUXO ASCENDENTE DO PODER QUE


CARACTERIZA A DEMOCRACIA POR DEFINIÇÃO.
▪ A ESCALADA A PIRAMIDE POLÍTICA DE FORMA
DESCENDENTE TORNANDO O PROCESSO
AUTOCRÁTICO
PARTE III: DA
GRAMÁTICA À PRÁTICA

9. CONTRA O
PRESIDENCIALISMO
1. PRÓLOGO: UM PAÍS ESTRANHO

▪ ITÁLIA COISAS NEGATIVAS FACISMO NO ÍNICIO DO


SECULO XX

▪ COISAS POSITIVAS CONSTITUIÇÃO REPUBLICANA NO


PÓS-GUERRA

▪ SE TORNA ESTRANHA POR QUE QUEREM MODIFICÁ-LA


DE ACORDO COM OS NOVOS TEMPOS QUERENDO
INSTAURAR UMA FORMA DE GOVERNO
PRESIDENCIALISTA.
2. PRESIDENCIALISMO, FACISMO, E
AUTORITARISMO

▪ A INTENÇÃO DE UMA CONSTITUIÇÃO


PRESIDENCIALISTA É A CONCENTRAÇÃO DE PODER
NO EXECUTIVO.

▪ O QUE SIGNIFICA FORTALECER O EXECUTIVO ?

▪ E O QUE DESEJAM INSTITUIR ENTRE GOVERNO E


PARLAMENTO ?
3. SISTEMAS PRESIDENCIALISTAS E
PARLAMENTARISTAS.

▪ DISTINÇÃO DA NATUREZA DAS RELAÇÕES ENTRE


GOVERNO E PARLAMENTO.
▪ QUEM TEM O PODER DE DECIDIR O QUE ?
▪ A QUE ORGÃO CABE ESSAS CONSEQUÊNCIAS?
▪ E QUEM TEM O PODER DE INSTITUIR E DESTITUIR OS
ELEITOS AO CARGO CONSTITUTIVO DE UM ORGÃO?
▪ SISTEMA PRESIDENCIALISTA>> ELEITO DE FORMA
DIRETA PELOS CIDADÃO EM SUFRAGIO UNIVERSAL.
▪ SISTEMA PARLAMENTARISTA>> É ELEITO UM
CONJUNTO DE REPRESENTANTES DO POVO.
4.GOVERNO E PARLAMENTO QUEM
PREVALECE?

▪ O PRESIDENTE DA REPUBICA PASSA A SER


PREDOMINANTE QUANDO NÃO É MAIS DEPENDENTE
DO PARLAMENTO, POIS ELE CONSEGUE PASSAR SUA
LEGISLAÇÃO NO PARLAMENTO COM UMA LEGISLAÇÃO
POR DECRETO, ESVAZIANDO ASSIM OS PODERES DO
PARLAMENTO.
5. UM ENGODO PARA OS ELEITORES

▪ EM UMA ELEIÇÃO DIRETA O VOTO DO ELEITOR NÃO


TEM PESO EM RELAÇÃO AOS MEMBROS DE UMA
ASSEMBLÉIA
▪ POR ISSO EM UMA TENTATIVA DE FORTALECER O
PODER EXECUTIVO ELEGENDO O PRESIDENTE DE
MANEIRA SEPARADA EM UM SISTEMA
PRESIDENCIALISTA, OS CIDADÃO NÃO TEM COMO
REFUTAR O SEU MANDATO.
6. ENCERRANDO

▪ SEGUNDO BOVERO O PROBLEMA NÃO É O


PRESIDENCIALISMO MAIS SIM O OBJETIVO QUE PODE SER
ANTIDEMOCRATICO.

▪ “A DEMOCRACIA EXIGE QUE CADA PARECER E


ORIENTAÇÃO POLÍTICA, SUPERADO UM DETERMINADO
LIMITE DE CONSENSOS, POSSA CONTAR, POSSA FAZER
OUVIR A PRÓPRIA VOZ, POSSA TER PESO NO PROCESSO
DECISÓRIO. MINIMIZAR A IMPORTÂNCIA DA DELIBERAÇÃO
PARLAMENTAR NÃO É UM MODO DE TORNAR A
DEMOCRACIA MAIS EFICIENTE, MAS SIM DE TORNÁ-LA
MENOS DEMOCRÁTICA”. (BOVERO, 2002, P. 169)
REFERÊNCIAS

▪ BOVERO, Michelangelo. Contra o


governo dos piores: uma
gramática da democracia. Rio de
Janeiro: Campus, 2002.

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