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Baseado em:

3.0 Introdução aos Processos Metalogenéticos

3.1 Sistemática da Determinação dos Processos e Indicadores


Metagenéticos

3.2 Sistemas e Processos Mineralizadores, Modelos Genéticos e


Depósitos Minerais

3.3 Sistema Geológico

3.4 Processo Mineralizador Geral Endomagmático

3.5 Processo Mineralizador do Subsistema Endógeno

3.6 Processo Mineralizador do Subsistema Endógeno Aberto


3.1 Sistemática da Determinação dos Processos e
Indicadores Metalogenéticos
Mapeamento Geológico

O estudo do processo gerador de um depósto mineral ou um


conjunto de depósitos minerais, começa sempre com o exame da
situação geológica regional do depósito:
 Mapas à escala 1:1.000.000 até 1:50.000, mostrarão:
 Contexto geológico regional;
 Ambiente geotectônico;
 Unidades geológicas;
 Estrutura e idade das rochas e/ou unidades que constituem o
sistema mineralizador geral, no qual os processos
mineralizadores que geram o depósito, se desenvolveram.
3.1 Sistemática da Determinação dos Processos e
Indicadores Metalogenéticos
Mapeamento Geológico

 Mapas à escala 1:50.000 ate 1:10.000, começarão a delinear os processo


mineralizadores, com a produção de mapas e secções geológico-estruturais
da superficie, de poços e trincheiras, de galerias e sondagens testemunhadas,
feitos no depósito mineral.

 Com esses mapas e secções, serão definidas:

a) A geometria e as dimensões dos corpos mineralizados;

b) As fácies de minérios;

c) As rochas encaixantes do minério;

d) As zonas de alteração, hipogénicas e supergenicas (se existirem)

e) As relações entre as fácies de minérios e as zonas de alteração com as


rochas e as estruturas rigidas e/ou plásticas
3.1 Sistemática da Determinação dos Processos e
Indicadores Metagenéticos
Mapeamento Geológico

 Durante a elaboração desses mapas, deverão ser coletadas


amostras representativas de todas as fácies de minerios, e rochas
inalteradas e de suas respectivas fácies alteradas, hipogénicas e
supergénicas. As análises dessas amostras levarão aos indicadores
metalogenéticos.
3.1 Sistemática da Determinação dos Processos e
Indicadores Metalogenéticos
Indicadores Metalogenéticos

 Informações que identificam os processos metalogenéticos.

 Obtidas com análises feitas sobre:

 amostras de rochas e minérios colectadas durante os mapeamentos


geológicos (de superfície e de sub-superfície); e

 descrição de testemunhos de sondagem.

Principais Indicadores Metalogenéticos

 Paragênese e sucessao mineral.

 Inclusões fluidas, geotermômetros e geobarômetros.

 Isótopos estáveis.

 Isótopos radiogênicos.
3.1 Sistemática da Determinação dos Processos e
Indicadores Metalogenéticos
Paragénese e Sucessão Mineral

 As paragéneses e a sucessão mineral das rochas inalteradas, das diferentes


fácies de rochas alteradas e das diferentes fácies de minérios, são definidas
com a descrição de lâminas delgadas e de secções polidas.

 Paragéneses: assembleias minerais características de cada fáceis de rocha e


de minérios.

 Sucessão mineral: ordem ou sequência na qual os minerais de cada


paragénese se cristalizam.

 A sucessao mineral deve incluir uma avaliação quantitativa ou semi-


quantitativa de cada espécie mineral em cada momento que participou de
uma dada paragénese.

 Ao final de cada etapa, devem ser selecionadas espécies minerais que


devem ser analisadas quimicamente.
Paragénese

Paragénese de rochas encaixantes

dos veios com ouro da mina Fazenda

Brasileiro (Bahia). Secção petrográfica

mostrando as paragéneses das zonas

de alteração e as variações

mineralógicas que ocorrem durante a

transição entre essas zonas, desde os

xistos a magnetite ate os veios

mineralizados. Apy = arsenopirite; Au

=ouro; bt = biotite; mt = magnetite; po =

pirrotite e py = pirite
Sucessão Mineral
Sucessão dos minerais que constituem

a paragénese de alteração hidrotermal

dos xistos a magnetite da mina Fazenda

Brazileiro. Notar que a análise é semi-

quantitativa, representando a distribuição

dos minerais numericamente ou com

variação da espessura das linhas de

permanência da sucessão. A = rocha

inalterada; B = rocha com alteração

incipiente; C = rocha com alteração

avançada e D = veio com ouro (Teixeira

et al., 1990)
3.1 Sistemática da Determinação dos Processos e
Indicadores Metalogenéticos

Paragénese e Sucessão Mineral

 É importante conhecer as composições químicas dos minerais de minerio, da


ganga, dos minerais da zona de alteracção hipogénica, entre os quais, a
clorite, que serve de geotermômetro.

 Ao menos uma amostra de cada fácies do minério também deve ser analisada
quimicamente.

Caso o minério tenha sido formado a partir de algum tipo de fluido


(precipitado) , estas análises informarão quais as substâncias, metálicas
e não metálicas, estavam em solução no fluido (soluto) na época e no
local em que o fluido se formou.
3.1 Sistemática da Determinação dos Processos e
Indicadores Metalogenéticos

Inclusões fluidais, geotermômetros e geobarômetros


O estudo microtermométrico e composicional das inclusões fluidais contidas
nos minerais de minérios e de ganga:

 Informa a composição do fluido do qual o minério se formou (solvente);

 Permite avaliar a pressão e a temperatura em que ocorreu a


cristalização (precipitação) dos minerais; e

 Auxilia na identificação da causa da precipitação ( = cristalização a partir


de um fluido) dos minerais.

A variedade e a importância das informações que podem ser obtidas


com o estudo das inclusões fluidais faz dessa técnica a mais importante
para definir os processos mineralizadores dos depósitos formados por
fluidos.
3.1 Sistemática da Determinação dos Processos e
Indicadores Metalogenéticos
Inclusões fluidais, geotermômetros e geobarômetros
A descrição microscópica e a microtermometria das inclusões fluidais
permitem identificar a composição do fluido no momento em que o mineral
se formou.

Esquema com os tipos mais


importantes de inclusões fluidais.
Tipos I a V definidos por Nash &
Theodoro (1971) e tipos (a) até (e),
segundo Ahmad & Rose (1980). As
linhas indicam tipos equivalentes. L =
Liquido e V = Vapor
3.1 Sistemática da Determinação dos Processos e
Indicadores Metalogenéticos
Inclusões fluidais, geotermômetros e geobarômetros

Nota:
(1) Geralmente, os fluidos das inclusões são aquosos, com água na forma liquida
e/ou vapor;
(2) São raras as inclusões somente com gás, sem vapor;
(3) Na maioria dos casos, o fluido aquoso tem CO2 e NaCl em solução; CH4 e KCl
são menos frequentes; e H2, N2, sulfatos e óxidos, são ainda menos
frequentes.

A depender das condições de aprisionamento do fluido, estas


substâncias ocorrem, dentro das inclusões, na forma líquida, gasosa
ou sólida (minerais derivados ou daughter minerals) .
3.1 Sistemática da Determinação dos Processos e
Indicadores Metalogenéticos
Isótopos estáveis
A análise de isótopos de oxigénio (18O), hidrogénio (D), carbono (13C) e enxofre
(34S):

 Auxilia na determinação da origem e composição dos fluidos

mineralizadores, da fonte dos componentes formadores dos minérios

(catiões e aniões);

 Na determinação da temperatura de precipitação dos minerais dos minérios;

 Estabelece o grau de envolvimento de bactérias nos processos formadores

dos minérios.
3.1 Sistemática da Determinação dos Processos e
Indicadores Metagenéticos
Isótopos radiogénicos
Em metalogenia, os isótopos radiogénicos são usados para datar eventos
relacionados à formação de um depósito mineral. Embora a datação absoluta
de rochas seja uma técnica bastante desenvolvida, em se tratando de depósitos
minerais há alguns detalhes importantes:

 Primeiros: com excepção dos minérios radioactivos (depósitos de urânio e


tório), poucos são os minerais de minério que têm quantidades suficientes
de isótopos radiogénicos para que se obtenham resultados analíticos
confiáveis.

 Segundo: todas as técnicas de datação têm, como condição primeira para


que sejam validas, a necessidade de que o sistema isotópico seja “fechado”,
o que garante que as razões isotópicas dos minerais não tenham mudado
após terem cristalizado.
3.1 Sistemática da Determinação dos Processos e
Indicadores Metagenéticos
Isótopos radiogénicos
Como os sistemas mineralizadores, particularmente os hidrotermais, são muito
instáveis, sujeitos a aquecimentos, resfriamentos e recristalizações em várias
fases de seus desenvolvimentos, o uso de isótopos radiogénicos para datar ou
determinar a fonte de um bem mineral qualquer, deve atender premissas
importantes (Kerrich, 1991, citado por Biondi, ):

 a) as razoes isotópicas iniciais dos minerais que são datados devem ser as
mesmas das rochas das quais derivaram os minerais de minério (=“estoque”
do sistema mineralizador).

 b): as assinaturas isotópicas dos fluidos mineralizadores devem refletir a


composição isotópica do(s) reservatório(s) rochoso(s) amostrado(s), no
momento da formação do minério.

 c) devem ser conhecidas as razões isotópicas de todos os reservatórios


isotópicos possíveis, relacionados a formação do deposito mineral.

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