Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
FLORIANÓPOLIS - SC
2011
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E DO ESPORTE – CEFID
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DO MOVIMENTO HUMANO
MESTRADO EM CIÊNCIAS DO MOVIMENTO HUMANO
FLORIANÓPOLIS - SC
2011
MARCELO BITTENCOURT NEIVA DE LIMA
BANCA EXAMINADORA:
Orientador: _______________________________________________
Prof. Dr. Alexandro Andrade
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Membro 1: _______________________________________________
Prof. Dr. Marcos Amaral de Noronha
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Membro 2: _______________________________________________
Prof. Dr. Valmor Ramos
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Membro 3: _______________________________________________
Prof. Dr. Leonardo Alexandre Peyré Tartaruga
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
The aim of this study was to validate the Brazilian version of QUAFIPETAR
(LIMA e ANDRADE, 2011) – an adaptation of the questionnaire for the analysis
of initial and permanent coaching of high performance spanish tennis coaches
(GARCÍA, 2001) and describe the profile of the initial and permanent formation
of high performance tennis coaches in Brazil. This is a descriptive field study
that happened in two phases, the first being the validation process and the
second a quantitative and qualitative coaches‟ formation analyses. The sample
comprised four groups: Group I: consisting of five doctors researchers in the
field of Physical Education and the 5 master students from Post Graduation in
Human Movement Sciences, University of Santa Catarina (UDESC), for
analysis of validity and clarity of the instruments, group II, consisting of 24
coaches of competitive tennis at the state and national level to review the
clarity, content validity and sample in the pilot study; group III, that consists of
31 active Brazilian top tennis coaches, that had been training some tennis
juvenile or professional competitive level nationally and internationally; and
group IV: expert committee formed by doctors researchers who had the task of
assisting the process of construct validation by confirmatory analysis validation
of QUAFIPETAR. From the group III, the three most experts coaches had been
part of the qualitative research. The study confirmed the validity of the
instrument and the levels of the constructs, being the final version translated
and adapted considered suitable for application with high performance tennis
coaches in Brazil. The description of the professional profile and initial and
permanent formation of the sample indicated that the expertise acquired
through practice and through informal and non-formal learnings (NELSON et al;
2006) seems to support the vast majority of the coaches, since most of them did
not graduate by way of formal learning in Physical Education graduation. The
most permanent formation activities indicated by the most tennis coaches were
the appropriate permanent exchange, mentoring, classroom courses and
Internet. The conclusion is that results confirmed the validity of the instrument
QUAFIPETAR and described the profile of the initial and permanent formation
of high performance Brazilian tennis coaches.
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 1
1.1 PROBLEMA
existam cerca de sete mil professores de tênis (KIST, 2011). Entretanto, dados
deixada pela falta de estudos neste campo tem relação direta com a baixa
2
Espanha, 13 dos Estados Unidos e 9 da Argentina no masculino (ATP, 2010) e
estudo de doutorado foi realizado por García (2001), onde se buscou investigar
sobre a sua formação inicial e permanente. Para este fim, será validado o
3
- O instrumento QUAFIPETAR pode avaliar o perfil da formação inicial e
perfil?
rendimento;
de alto rendimento.
1.4 JUSTIFICATIVA
treinadores caracterizava-se não só por uma dispersão como também pela falta
5
universidades, associações profissionais, institutos, conselhos e federações
6
qualificada. Empiricamente, observa-se que a maioria é constituída por
qual é o caso de Thomaz Bellucci, brasileiro top 100 da ATP que alcançou o
vinculada no jornal Diário Catarinense, assim que rompeu com o último técnico,
por exemplo, foi publicado o seguinte (ANEXO J): “[...] O rompimento ocorre
dois dias depois de Bellucci dizer que faltam técnicos competentes no Brasil
Brasil.
7
Na eminência dos mega eventos esportivos que o Brasil sediará nos
Gilbert et al; (2006), Lyle (2002) e Kirk e Gorely (2000), de que treinadores
8
1.5 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO
rendimento dos estados de Santa Catarina, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio
Grande do Sul, São Paulo, Bahia, Ceará e Amazonas (para realizar a validação
2008), desde que tenha comprovado por, pelo menos três anos antes da
tênis (CONFEF, 2011). Para este caso, em especial, a formação inicial pode
10
provir em sua maioria por aprendizagens não-formais e informais (Nelson et al;
2006).
apud RAMOS, 2008) por aprendizagem do tipo não formal (cursos, congressos,
juiz, ou grupo de juízes, que examinam e decidem se ela mede o que sugere
(MARTINS, 2006).
11
Validade de conteúdo: Se refere ao grau em que um instrumento
se propõe a medir.
permanente.
PESQUISA
devidamente testado em razão de que, seu uso, envolve situações nas quais
se avaliam aspectos que podem interferir na vida do avaliado; a utilização de
2001).
instrumento afere o que deveria aferir (MENEZES, 1998). Nesse sentido, para
no desempenho do indivíduo.
fidedignidade do instrumento.
2.1.1 Validade
14
importante passo para estabelecer a validade de uma escala é mostrar que ela
2003).
com isso, deve ser clara a explicitação da teoria sobre a qual o teste foi
critério, pois estes últimos são necessários para validar o construto, não
– denominada de relação entre eles. Ela avalia o grau com que o instrumento
15
medido por meio de técnicas independentes do próprio teste (NORONHA et al;
2.1.2 Fidedignidade
presentes nos resultados do teste, de forma que, quando ele apresenta uma
16
Segundo este autor, outros nomes deste parâmetro resultam mais
técnica estatística utilizada para a análise dos dados obtidos. Entre estes,
consistência interna.
medida em questão.
isto é, a correlação entre estas duas medidas deve ser de 1, ou o mais próximo
medida, esta correlação se afasta tanto do 1 quanto maior for o erro cometido
17
teste a uma amostra representativa de sujeitos. Elas visam verificar a
isto é, verificando a congruência que cada item do teste tem com o restante
dos itens do mesmo teste. O caso mais geral deste tipo de análise é o
18
2.1.3 Análise Fatorial
relacionamentos entre as variáveis de tal modo que estas possam ser descritas
uma variável não observada que se supõe estar subjacente a testes, escalas,
19
analisadas, ou seja, a única realidade científica que os fatores possuem vem
1998).
cima de um fator, mais a variável se identifica com o que quer que seja o fator.
20
extensão os testes ou variáveis pertencem a eles ou estão saturados com o
desenvolvam mais rapidamente nas diferentes áreas tais como pessoal, social
e desportiva.
21
Atualmente, treinar significa adquirir conhecimentos multidimensionais e
funções que irão lhe caber (RESENDE, 2009). Essas funções vão além do
(CAMPBELL, 1993).
22
instituições de ensino superior, e ainda todas as entidades oficialmente
treinador desportivo.
formação deve ser realizada tanto pelo sistema desportivo, quanto pelo sistema
23
de uma forma mais objetiva. No que diz respeito ao acesso à formação, ter sido
uma pesquisa realizada por Resende et al; (2009) sobre a percepção dos
de treinadores. Ter bastante conhecimento sobre o esporte por ter sido ex-
24
como treinador (HUNGER et al; 2006). Considerando o pouco tempo de
1).
25
Muito tem se investigado sobre quais os conhecimentos que o professor
treinador, ou conhecimento de base, tem sido definida por Nelson et al; (2006)
26
A preocupação e o interesse sobre a formação de treinadores têm
TRUDEL e GILBERT, 2006; JONES et al; 2004; IRWIN et al; 2004; JONES, et
1990).
processo particular de observação que realiza ao longo da sua vida e que o faz
27
instituições formais de ensino (NELSON et al; 2006), conforme mostra a Figura
2.
28
Atividade Física e do Esporte, tal qual se estabelece pela promulgação do Real
Decreto de 1913/1997. Esta estrutura foi àquela adotada como base para os
estudos de García (2003; 2001) e Crespo (2008 e 1996) sobre formação inicial
brasileira (CONFEF, 2011), esta estrutura não pode ser adotada exatamente
como foi nos estudos anteriormente citados sendo, para tanto, necessária uma
adaptação.
apud RAMOS, 2008) por aprendizagem do tipo formal (NELSON et al; 2006),
comprovado por, pelo menos três anos antes da promulgação da lei 9696/98,
29
em atividade e, simultaneamente, não possuir formação inicial do tipo formal
em aprendizagem do tipo não formal e/ou informal (NELSON et al; 2006) e pela
Para estes, a formação pode ter sido realizada na área da Educação Física e
Esportes, para outras áreas afins e/ou para áreas não afins, independente da
regular, de forma que suas formações iniciais podem ter sido oriundas somente
30
cursos e demais eventos outorgados pela Confederação Brasileira de Tênis,
31
A CBT considera que alguns aspectos são importantes e diferenciais na
a evolução natural dos esportes em geral está ligada com a maior qualificação
1970 a 2001, dos 661 estudos que foram realizados com treinadores, somente
mostra que as investigações nesta área ainda são escassas apesar dos
32
desenvolvimento nos últimos 30 anos (GILBERT e TRUDEL, 1999). Os estudos
dispersão, bem como um modelo teórico ainda não sedimentado (LYLE, 2002).
com 366 jovens treinadores (38,89 anos ± 8,06) de clínicas introdutórias para
com a sua formação, constataram que 58,4% dos treinadores apontam que a
formação deve ser realizada tanto pelo sistema desportivo, quanto pelo sistema
33
Bloom, Salmela e Schinke (1995) desenvolvem uma pesquisa sobre o
Ter bastante conhecimento sobre o esporte por ter sido ex-atleta parece
1996; SCHINKE et al; 1995). Já no que diz respeito ao acesso à formação, ter
segundo uma pesquisa realizada por Resende et al; (2009) sobre a percepção
34
treinadores; d) a estrutura dos cursos não é flexível às necessidades e
35
dezesseis treinadores de elite da Ginástica através de entrevistas semi-
treinador.
pelos treinadores, Wright et al; (2007), realizou uma entrevista individual semi-
uso na internet. Com este estudo foi constatado que finalmente, na última
36
trabalho, as interações com outros treinadores e as próprias experiências
indesejáveis.
fatores contextuais.
37
para a orientação no domínio do desporto e das organizações de Educação
Física.
psicopedagógica dos treinadores para atuar com sucesso nas primeiras etapas
38
desenvolvimento e os interesses do aluno vêm antes dos interesses pessoais e
baseada nas concepções pedagógicas, visto que o treinador não pode perder a
valores éticos e profissionais, ter vocação para ensinar jovens e uma boa
medicina básica.
39
presente entre os 100 primeiros do ranking mundial durante as temporadas de
soluções para este problema podem ser as novas tecnologias para uma
40
propiciam estes cursos, sendo a Federação Catalã a única que fornece todos
os níveis desta formação. Garcia et al; (2003), constatou que na questão das
promovam a estadia dos alunos nos centros de tênis. García et al; (2003) ainda
comenta que nas características das instalações e dos recursos materiais são
41
profissionalização do treinador de tênis são reconhecer quais as reais
42
3 MÉTODO
rendimento no Brasil.
três destes são familiarizados também com tênis de alto rendimento. Destes,
questionário.
rendimento dos estados de Santa Catarina, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio
qualitativa.
44
objetivo desta seleção foi considerar o segmento dos treinadores que lidam
3.3 INSTRUMENTOS
45
3.3.1 Entrevista de “história de vida” com Gustavo Kuerten
(BONI e QUARESMA, 2005) com Gustavo Kuerten, que objetivou focalizar uma
baseado e adaptado de Andrade (2001) (ANEXO E), que teve por objetivo
sexo, melhor ranking na ATP e WTA de um(a) tenista que o treinador tenha
46
3.3.3 Instrumentos adaptados, testados e validados
treinadores espanhóis de alto rendimento (vide ANEXO A), que passou por
fidedignidade.
sendo abertas, fechadas e, entre estas, com algumas questões utilizando uma
sendo abertas, fechadas e, entre estas, com algumas questões utilizando uma
47
3.3.3.2 Roteiro de Entrevista Qualitativa para Análise da Formação
Inicial e Permanente dos Treinadores de Tênis de Alto Rendimento - QUALI-
QUAFIPETAR (LIMA e ANDRADE, 2011)
composto por doze (12) questões, sendo todas abertas (ANEXO E). O
por Beaton et al; (2000). Assim, este estudo foi desenvolvido aplicando-se as
48
seguintes etapas metodológicas: Primeira etapa: tradução dos questionários
que foi realizada a retro tradução ao idioma de origem, ou seja, o espanhol, por
do estudo.
49
3.5.1 Primeira etapa: coleta para o estudo-piloto
A primeira etapa foi realizada em Itajaí (SC) junto ao grupo II, formado
pesquisa para o estudo piloto. Destes dados coletados, foi realizada a análise
por Melo apud Barroso (2007) para validade de clareza, que considera: 1)
Questão “Nada Clara” (nota 0 a 4): o respondente não entendeu nada do que
está escrito. Neste caso o item, ou itens, que receberam essa pontuação
50
a 7): o respondente indica sua incerteza quanto à compreensão, possivelmente
treinadores.
51
3.5.3 Terceira etapa: coleta qualitativa definitiva
entrevistado teve total liberdade para expressar suas idéias. Triviños (1987)
52
3.6 TRATAMENTO DOS DADOS
QUAFIPETAR
Análise Testes
1 1
Análise de Fatores Análise Fatorial Exploratória com rotação Varimax
1
Uma testagem prévia de análise fatorial foi realizada pelo teste de Análise Fatorial Exploratória com
rotação varimax, mas não foi utilizada em virtude da inadequação dos diferentes níveis usados na escala
com relação às exigências estatísticas que permitissem a realização da análise. Para suprir a
necessidade de análise dimensional do instrumento, foi utilizada a análise confirmatória com doutores
especialistas.
53
do QUAFIPETAR, porém sob as possibilidades de resposta “Totalmente
fundamentam. Uma testagem prévia de análise fatorial foi realizada pelo teste
de Análise Fatorial Exploratória com rotação varimax, mas não foi utilizada em
rendimento
54
Quadro 2. Testes estatísticos utilizados para a avaliação da formação inicial e
permanente dos treinadores de tênis de alto rendimento no Brasil.
Testes
Análise
Normalidade Shapiro-Wilk
versão 17.0.
das informações facilita as análises iniciais. Esta organização permite uma boa
(tabela 1).
Reformulações na redação dos itens (itens 3, 4, 6, 9, 11, 13, 14, 16, 24, 28,
itens (Q9, Q11, Q12, Q13, Q17, Q19, Q21, Q22, Q24, Q26, Q28 e Q29) a
possíveis.
para 32 questões.
observadas no ANEXO B.
59
Considerando o critério adotado, nenhum item a mais precisou ser
aparente.
60
4.1.2 Validação confirmatória dos construtos do QUAFIPETAR
treinadores).
definidas as questões Q8, Q24, Q25, Q26, Q27, Q28, Q29, Q30, Q31 e
conjugadas) as questões Q4, Q9, Q10, Q11, Q13, Q14, Q15, Q16, Q17,
(tabela 3).
61
Tabela 3: Consistência interna (α de Cronbach) dos construtos do
QUAFIPETAR.
α de Cronbach
Construto
Versão brasileira Versão original
revela que “O Brasil precisa de algumas coisas ainda para melhorar o seu
treinamentos que recebeu pelos bons técnicos pelos quais passou para,
Gerais, Rio Grande do Sul, São Paulo, Bahia, Ceará e Amazonas. A tabela
alto rendimento.
63
Tabela 4: Características gerais dos treinadores de tênis de alto rendimento
(idade, estatura, peso, rankings dos melhores atletas treinados, tempo de
prática de tênis e tempo como treinador de tênis).
N x DP Mínimo Máximo
Ano em que o atleta atingiu o melhor ranking 10 2001 7,93 1986 2010
tem sido estudada por alguns autores (REZENDE, 2009 e IBAÑES et al;
(63 anos).
64
Gráfico 1. Distribuição da idade dos treinadores de tênis de alto rendimento no
Brasil, organizadas por classes de 5 anos.
35 e 40 anos de idade.
iniciaram suas carreiras foi de 21,17 anos ± 5,00, o que mostra o início de
65
carreira em uma idade mais tardia quando comparado aos treinadores
grande parte dos treinadores nas faixas etárias mais jovens, pode estar
às demais (8,7% negros), bem como da religião católica (77%) diante das
28% acima da média nacional e 89% acima das despesas das famílias com
determina, entretanto, a qualidade dos treinadores, visto que boa parte dos
67
bons tenistas infanto-juvenis ainda não marcou pontos nos rankings
profissionais.
40,0
33,4
40
30
13,3
% dos treinadores
13,3
20
10
0
Até 3 salários 3 a 6 SM 7 a 10 SM Mais de 10 SM
mínimos (SM)
68
dos treinadores de tênis apresentou-se consideravelmente maior que a
35,7 39,3
% dos treinadores
40
17,9
20 7,1
0
Até 3 salários 3 a 6 SM 7 a 10 SM Mais de 10 SM
mínimos (SM)
parte das famílias (75%) apresentou rendas elevadas. Destes 75%, quase
69
Figura 4: Relação entre renda mensal familiar em reais e estratos sociais no Brasil
(ABEP, 2011)2.
2
Alguns estudos classificam a população em A, B, C, D e E, de acordo com fatores de renda, itens de conforto
no lar, posses e estudos, entre outros. A figura 4 apresenta as classes sociais classificadas pelo fator “renda
familiar”, elaborado pela ABEP (2011).
70
de jogo dos treinadores de tênis de alto rendimento pode ser observado no
64,5
% dos treinadores
80
60
40
12,9 3,2 9,7 9,7
20
0
Profissional Primeira Segunda Terceira Nenhuma
(pontos na classe classe classe
ATP ou WTA)
Nível de jogo
de alto rendimento (77,4%) jogou torneios nos mais altos níveis federativos
apresentou 70% dos treinadores espanhóis nos mais altos níveis de jogo.
3
A classificação da Confederação Brasileira de Tênis para ordenar a qualidade técnica dos tenistas em torneios
por classes parte da sexta (iniciantes) para a primeira classe (para os tenistas mais qualificados). Naturalmente,
tenistas com pontuação nos rankings da ATP ou WTA possuem qualidade de jogo aprimorada igual ou mais que
atletas da primeira classe.
71
de jogo na categoria profissional, onde no estudo de García (2001) 65%
O perfil geral do nível de jogo dos treinadores aponta para uma ampla
Lyle (2002), Salmela (1996) e Schinke et al; (1995), quando revelaram que
ter bastante conhecimento sobre o esporte por ter sido ex-atleta parece ser
(Passos) não foi um grande jogador, mas teve uma boa experiência de
formação.
72
encontra-se discriminada no quadro-resumo a seguir, que identifica e
destaca os micro discursos dos participantes I.K, R.N.S e R.K. (quadro 3).
rendimento.
73
1998; CASSIDY, JONES e POTRAC, 2004; CÔTÉ, 1998; GILBERT, 2002).
(tabela 5).
%
Graduação N %
acumulado
Mestrado 1 3,4 3,4
Especialização 2 6,9 10,3
Licenciatura 1 3,2 13,8
Bacharelado 4 13,8 27,6
Licenciatura e Bacharelado 2 6,9 34,5
Nenhum dos anteriores 19 65,5 -
O % acumulado soma os percentuais aferidos, respectivamente, dos itens de cima para baixo.
74
apresentaram formação em pós-graduação em Ciências do Esporte
tênis desde muito precoce e ainda seguindo por muito tempo a carreira de
crítica do estudo de Cassidy et al; (2009), que verificou que boa parte da
que bom treinador é aquele que “[...] tem a visão do todo e domina ao
O ensino à distância é uma boa opção para a formação dos treinadores de tênis de alto
rendimento (I.K; R.N.S).
O treinador deve ter graduação máxima na CBT e outras formações específicas das
áreas em que queiram ministrar atividades (I.K).
O treinador deve ter passado pela experiência de todas as etapas de ensino do tênis e
apresentar experiência no circuito profissional de tênis (I.K).
76
As sugestões encontradas sobre a importância da internet e as
treinadores, assim como eu, fariam o curso [...] mas a carreira de técnico
77
referentes ao perfil de formação inicial dos treinadores pela aprendizagem
%
Graduação N %
acumulado
Especialização 1 3,3 3,3
Bacharelado 3 10,0 13,3
Licenciatura e Bacharelado 8 26,7 40,1
Ensino Médio 7 23,3 -
Nenhum dos anteriores 11 36,7 -
Nota.: Os resultados deste estudo apontam formação dos treinadores de tênis de alto rendimento no Brasil em
cursos de Economia, Administração em Comércio Exterior, Odontologia e Bacharelado em Direito.
treinador.
estudo, 20% deles tinham formação inicial formal no 1 grau completo, 25%
4
C.O.U. é o último ano antes da faculdade, depois de cursar B.U.P., que corresponde a "Instruções Superiores"
(que na Espanha corresponde a 3 anos: início com 14-15 anos de idade e término por volta de 17 a 18 anos). No
final do C.O.U. o aluno recebe um título de Bacharel. Teoricamente, é uma orientação para a Universidade; na
prática, é mais um ano de ensino médio em que são dados os conteúdos referentes à prova seletiva das
universidades. No entanto, esse modelo mudou nos últimos anos para adaptar ao modelo europeu, que tem o
ensino obrigatório até os 16 anos (CHUSI, 2011).
79
através de estudos como o de Nordmann e Sandner (2009), Crespo (2006),
CBT.
%
Graduação N %
acumulado
Instrutor 1 3,2 3,2
Treinador 6 19,4 22,6
Treinador Nacional 3 9,7 32,3
Técnico Nacional 4 12,9 45,2
Técnico Master 4 12,9 58,1
Não graduado 9 29,0 -
Outro 4 12,9 -
Onde: Instrutor representa a menor graduação do sistema e Técnico Master representa a maior.
80
ao sistema SNGP da CBT; ou b) Grande parte dos treinadores de tênis de
Considerando esta hipótese verdadeira, então parece que a CBT não está
A CBT deveria ser a instituição responsável pela formação legal do treinador de tênis no
Brasil (R.N.S).
81
O nível de participação dos treinadores de tênis de alto rendimento
83
das atividades de índole científica às necessidades e nível de
modalidade de tênis.
Opinião
Afirmações Discordo Concordo
Discordo intermediária Concordo
totalmente totalmente
(25%) /moderada (75%)
(0%) (100%)
(50%)
Obs.: Graus de concordância com as características desejáveis conforme escala likert de 5 pontos
onde: 1 (Discordo totalmente – 0%); 2 (Discordo – 25%); 3 (Opinião intermediária/moderada – 50%),
4 (Concordo – 75%); e 5 (Concordo totalmente – 100%). Portanto, a escala pode variar de 1 a 5.
84
Observou-se que a maioria dos treinadores concorda ou concorda
áreas que não sejam o tênis de alta competição (70,9%). Esses resultados
por diferentes áreas do tênis (tênis recreativo, gestão do tênis, tênis para
85
tênis de alto rendimento do Brasil sobre a qualificação mínima necessária
professor para que possa contribuir com qualidade na formação inicial dos
34,6
40
19,2 19,2
11,5 15,4
20
0
Instrutor Treinador Treinador Técnico Técnico
Nacional Nacional Master
Titulação mínima do professor responsável pelas disciplinas de tênis do curso de treinadores de tênis
5
O Sistema Nacional de Graduação Profissional (SNGP) da CBT classifica os treinadores ascendentemente em:
Instrutor, Treinador, Treinador Nacional, Técnico Nacional e Técnico Master.
86
formação inicial dos treinadores de tênis (GARCÍA, 2001). O resultado do
Os professores devem ter formação específica nas áreas em que ministrarão as aulas
(I.K; R.K).
87
O mesmo questionamento foi realizado quanto aos requisitos
51,9
60
% dos treinadores
50
40
30 18,5
11,1 11,1
20
3,7 3,7
10
0
Doutor em Mestre em CE Especialista Graduado em Provisionado Nenhum
Ciências do em CE CE em áreas da requisito
Esporte (CE) Educação acadêmico
Física
Titulação mínima do professor responsável pelas disciplinas de tênis do curso de treinadores de tênis
(60%) acredita que o professor deve ter, pelo menos, graduação, mestrado
2001).
88
moderada a forte (DANCEY e REIDY, 2006), com ρ=0,665 (p<0,01). O
jogado (81%), mesmo que não seja no mais alto nível (tabela 10).
89
Tabela 10. Avaliação dos treinadores sobre os níveis de jogo que um
professor responsável pela formação inicial de treinadores de tênis deve ter
jogado e/ou treinado alguém.
1. ALTO RENDIMENTO Frequência Percentual (%)
Ter treinado 6 25,0
Ter Jogado 3 12,5
Precisa ter treinado e jogado 4 16,7
Não precisa ter treinado nem jogado 11 45,8
2. COMPETIÇÃO REGIONAL Frequência Percentual (%)
Ter treinado 6 24,0
Ter Jogado 7 28,0
Precisa ter treinado e jogado 7 28,0
Não precisa ter treinado nem jogado 5 20,0
3. APERFEIÇOAMENTO Frequência Percentual (%)
Ter treinado 6 25,0
Ter Jogado 4 16,7
Precisa ter treinado e jogado 5 20,8
Não precisa ter treinado nem jogado 9 37,5
4. INICIAÇÃO Frequência Percentual (%)
Ter treinado 6 25,0
Ter Jogado 6 25,0
Precisa ter treinado e jogado 1 4,2
Não precisa ter treinado nem jogado 11 45,8
5. PRÉ-TÊNIS Frequência Percentual (%)
Ter treinado 7 29,2
Ter Jogado 3 12,5
Precisa ter treinado e jogado 1 4,2
Não precisa ter treinado nem jogado 13 54,2
6. NÃO É NECESSÁRIO Frequência Percentual (%)
Ter treinado 2 9,5
Ter Jogado 2 9,5
Precisa ter treinado e jogado 17 81,0
90
rendimento. Em contraste com os resultados encontrados acima, observa-
se os do estudo de García (2001), onde os treinadores espanhóis
consideraram que é importante que o professor tenha treinado algum atleta
de aperfeiçoamento (50%) ou alcançado níveis de jogo nessa qualidade
(20%) e, por outro lado, 75% apontando necessidade de nível de jogo de
alto rendimento e 45% na experiência de treinamento de algum atleta
nesse nível.
A percepção de que os professores responsáveis pela formação
inicial de treinadores de tênis não precisam ter jogado, nem treinado algum
atleta (com 45,8% das intenções) no nível de jogo de alto rendimento abre
uma reflexão de que as experiências vividas com o tênis de alto nível
podem provir com qualidade através de outras atividades, além daquelas
realizadas dentro da quadra, seja jogando ou treinando alguém.
Considerando que somente 19,2% dos treinadores investigados atingiram
os níveis mais altos de competição no tênis, então o resultado pode
também estar vinculado à autopercepção dos treinadores sobre as suas
próprias competências para assumir as funções como professores da
formação inicial de treinadores. Desta forma, o resultado encontrado
espelha, para estes professores, suas próprias experiências e
competências adquiridas.
Tendo em vista que a minoria dos treinadores investigados (19%)
considera que não há necessidade que o professor responsável pela
formação inicial de treinadores de tênis tenha treinado algum atleta ou
mesmo jogado tênis, observa-se a importância que os treinadores dão à
experiência na modalidade considerando, inclusive, que o professor seja
um ex-tenista, conforme cita o participante R.K: “Muitas vezes a gente não
pode perder um ex-tenista; ele é um profissional que pode trazer uma
grande experiência, mesmo que ele não tenha o curso de Educação
Física.” (quadro 6). Contrastando com o estudo de García (2001), todos os
treinadores espanhóis consideraram que era necessário que o professor
91
tivesse pelo menos a experiência de jogar ou treinar algum atleta em
qualquer nível de tênis.
92
Quanto ao processo de formação permanente dos treinadores, em
terço dos treinadores avaliam que ainda tem que melhorar. Os treinadores
(GARCÍA, 2001).
93
Quadro 7. Percepção dos treinadores investigados sobre o tipo de
atividades de formação permanente que estão relacionadas à atualização
ou melhora do nível de competência dos treinadores de tênis de alto
rendimento.
Leitura de modo geral, tanto de livros sobre tênis como livros sobre temas gerais (R.K).
participantes.
vezes não têm tanta abertura como naquela ocasião para relacionar-se e
95
Alguns fatores podem estar relacionados com a impossibilidade dos
Falta de tempo em razão das constantes viagens solicitadas pelo ofício de treinador de
tênis de alto rendimento (R.N.S).
96
promove o afloramento de conhecimentos empíricos até então suprimidos
devida profundidade.
do tênis no Brasil: “[...] o tênis é muito camuflado! Essa é uma das grandes
97
permanente dos treinadores de tênis no Brasil, dos professores de
permanente.
98
mesmo as dificuldades econômicas. Apesar da leve discrepância entre os
como treinadores de tênis, enquanto que 13,3% deles recebem ainda mais.
99
A rotina didática, prática e teórica dos eventos de formação
em Educação Física.
100
importante refletir se os cursos não apresentam novidades porque os
Caracterização geral
Variável Características
Tempo de experiência como treinador Bastante tempo de experiência (25,13 anos ± 11,30).
101
Quadro 10. Perfil da formação inicial dos treinadores de tênis de alto
rendimento no Brasil.
Formação Inicial
Variável Características
Certificação no Sistema Nacional de Mais da metade dos treinadores são certificados pelo
Graduação Profissional (SNGP) da SNGP (58,1%).
CBT
Formação Permanente
Variável Características
102
De forma geral, a formação inicial dos treinadores de tênis de alto
tênis. É evidente que outros fatores podem ser responsáveis pelo sucesso
103
5 CONCLUSÕES
(25,13 anos ± 11,30) e bom nível de jogo. A maioria dos treinadores tem média
do Brasil.
105
mostrarem suas vulnerabilidades de conhecimento. Paralelamente, foi
que haja uma ampla discussão sobre o perfil do treinador ideal, para que a
treinadores de tênis, desde a iniciação até o alto rendimento. Sem dúvida, para
106
6 SUGESTÕES
Com o objetivo de tornar este trabalho uma referência para uma ampla
discussão sobre a formação de treinadores de tênis no Brasil, é importante que
se atente ao processo de mudança instaurada pela promulgação da lei
9696/98, que trata sobre a regulamentação do profissional em Educação
Física. O Brasil passa por um processo de transformação legal do exercício da
profissão como treinador, independente da modalidade. É importante que haja
um alinhamento de interesse entre as esferas da autarquia nacional e do
esporte, afim de que sejam elaborados planos de curto, médio e longo prazos
para manter e, especialmente, elevar a quantidade e qualidade dos treinadores
que intervirão no tênis nacional. Segundo a lei, todos os novos treinadores que
virão a trabalhar na área precisarão ter formação de nível superior em
Educação Física, o que forçará uma mudança na cultura de formação dos
treinadores de tênis no Brasil. Diante deste quadro, duas alternativas parecem
apontar em primeira instância: trazer o provisionado que tenha interesse para o
curso de Educação Física, para que o tênis mantenha e qualifique seus
interventores; e incentivar os atuais jovens tenistas a ingressarem no curso de
graduação em Educação Física para que logo sejam os próximos e imediatos
interventores. Com essas e outras medidas será possível impedir o fardo de
morte do tênis nacional pela diminuição radical de treinadores e, ainda, elevá-lo
ao patamar das grandes potências do tênis mundial.
Sugere-se ainda que novos estudos sejam elaborados utilizando-se do
QUAFIPETAR e do QUALI-QUAFIPETAR, tanto com uma amostra maior,
utilizando-se de técnicas de amostragem estatística com objetivo de maior
generalização de resultados, ou ainda novas pesquisas de aprofundamento
qualitativo sobre a formação de treinadores e professores de tênis, analisando
mais detalhadamente os diferentes grupos envolvidos no ensino e treinamento
de tênis no Brasil.
REFERÊNCIAS
BLOOM, G., SALMELA, J., SCHINKE, R. Opinion des entraîneurs experts sur
la formation des aspirants entraîneurs. Sport, v. 38, n. 3, p. 46-51, 1995.
109
CERVO, A. L.; BERVIAN P. A. Metodologia científica. 3ª ed. São Paulo:
McGraw-Hill, 1983. 249p.
CÔTÉ, J., SALMELA, J., TRUDEL, P., BARIA, A., RUSSEL, S. The Coaching
Model: A Grounded Assessment of Expert Gymnastic Coaches' Knowledge.
Journal of Sport & Exercise Psychology, p. 1-17, 1995.
110
DEMERS, G., WOODBUM, A., SAVARD, C. The development of an
undergraduate competency-based coach education program. The Sport
Psychologist, n.20, p. 162-173, 2006.
GARCÍA, Juan Pedro Fuentes; RIVAS, David Sans; MONDÉJAR, Luis Antonio
Ramos; ARROYO, Perla Moreno; ÁLVAREZ, Fernando Del Villar. Análisis del
pensamiento de los entrenadores españoles de tenis de alta competición con
relación al diseño de las nuevas titulaciones. Kronos – La Revista
Universitaria de la Educación Física y el Deporte. v 1, p.39-44, 2003.
GOULD, D.; KRANE, V.; GIANNINI, J.; HODGE, K. Educational Needs of Elite
US national team, Pan American, and Olympic coaches. Journal of Teaching
in Physical Education, v. 9, p. 332-344, 1990.
111
HASTAD, D.N.; LACY, A.C. Measurement and Evaluation in Physical
Education and Exercise, 1994.
IBAÑEZ, S.; DELGADO, M.; LORENZO, M.; DEL VILLAR, F.; RIVADENEIRA,
M. El entrenador de baloncesto. In: Experiências de formación de docentes
y entrenadores em El âmbito de La actividad física y del deporte. Madrid:
Ministerio de educación y Cultura; Consejo Superior de Deportes. 1997. p. 83-
129.
IRWIN, G.; HANTON, S.; KERWIN, D. G. Reflective practice and the origins of
elite coaching knowledge. Reflective Practice, v. 5, n. 3, p. 425-442, 2004.
KNOWLES, Z.; BORRIE, A.; TELFER, H. Towards the reflective sports coach:
issues of context, education and application. Ergonomics, v.48 (11-14), p.
1711-1720, 2005.
113
NELSON, L. J.; CUSHION, C. J.; POTRAC, P. Formal, non formal and informal
coach learning: a holistic conceptualisation. International Journal of Sports
Science & Coaching, v. 1, p. 247-259, 2006.
SALMELA, J. H. Great Job Coach: getting the edge from proven winners.
Ottawa: Potentium, 1996.
SFARD, A. On two metaphors for learning and the dangers of choosing just
one. Educational Researcher, v. 27, n. 2, p. 4-13, 1998.
WRIGHT, T.; TRUDEL, P.; CULVER, D. Learning How to coach: the different
learning situations reported by youth ice hockey coaches. Physical Education
and Sport Pedagogy, v. 12, n. 3, p.127-144, 2007.
116
APÊNDICE A – ENTREVISTA DO TIPO “HISTÓRIA DE VIDA”
117
ENTREVISTA EM PROFUNDIDADE
(Tipo História de Vida)
O que você considera ter sido o seu grande diferencial em relação aos
outros tenistas que o tornou o melhor do tênis mundial naquele período?
GK – Basicamente, considero ter sido a minha habilidade de usar as
ferramentas (leiam-se os arsenais de desempenho técnicos, táticos, físicos e mentais)
na hora do jogo.
118
O que é um bom técnico no seu ponto de vista?
GK – É aquele que tem a visão do todo e domina ao máximo todas as áreas do
treinamento desportivo (fundamentalmente do tênis), conhecendo, utilizando,
coordenando e participando de todos os tipos de treinamento para a performance
ideal.
Venho observando uma descendência na qualidade dos técnicos do Brasil,
basicamente por duas razões que julgo importante: a primeira é que os antigos bons
técnicos (contextualizados, com grandes experiências e com ótima formação
acadêmica e profissional) parecem ter cansado das suas funções e saíram do cenário
competitivo e de formação de atletas de base. A segunda razão é a imaturidade
experimental e de conteúdo dos novos técnicos e demais profissionais que estão
formando a nova geração de tenistas profissionais, que entraram durante ou logo após
o “boom” do tênis brasileiro, com a minha ascensão como destaque e ídolo nacional.
Além do mais, observo que atualmente os treinadores não utilizam um sistema
único de treinamento (nem próprios, nem generalizados ou padrão) para controlar as
“n” variáveis de um processo de treinamento. Não há o controle das variáveis técnicas
e táticas do treinamento técnico, nem mesmo das variáveis dos treinamentos
complementares, como o físico e o mental. Observo que o “main coach” (posição
naturalmente assumida pelo técnico) deve, para isso, ter pleno conhecimento das
ciências do esporte. Três fatores são fundamentais na bagagem de um bom técnico de
tênis de alto rendimento: nível de formação acadêmica e especializada, experiência e
sistematização (planejamento e avaliação) do treinamento.
119
APÊNDICE B – TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA USO DE
120
121
APÊNDICE C – CARTA DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE
ÉTICA
122
123
APÊNDICE D – ESTUDO PILOTO
124
1 ESTUDO PILOTO
Brasil;
um todo;
na pesquisa.
1.2 MÉTODO
126
técnicas de pesquisa, tendo como objetivo a construção de um instrumento de
(THOMAS e NELSON, 2002), tendo em vista que esta etapa do estudo exigia a
1.2.3 Instrumentos
Tênis de Alto Rendimento (ANEXO E), que tem por objetivo apresentar
sexo, melhor ranking na ATP e WTA de um(a) tenista que tenha treinado, ano
127
um profissional em Educação Física, treinador de tênis e de nacionalidade
128
isso, não altere a concentração dos sujeitos para as respostas ao questionário.
posterior à coleta.
129
nominais. Para tanto, a análise das dimensões do construto foi realizada
dos sujeitos e das demais questões do estudo piloto revelou que somente
130
A validação de clareza e de conteúdo do Questionário de Avaliação da
Brasil.
(tabela 1).
131
Todas as questões apresentaram índices de clareza satisfatórios (acima
redação dos itens (itens 3, 4, 6, 9, 11, 13, 14, 16, 24, 28, 34 e 36) da questão
com índice de clareza muito próximo ao adequado (0,78), não foi reformulada
do estudo piloto, já que esta foi a última questão a ser respondida e, ainda,
33 questões passaram por revisão do enunciado e/ou dos itens (Q9, Q11, Q12,
Q13, Q17, Q19, Q21, Q22, Q24, Q26, Q28 e Q29) a fim de deixar estas
Brasil, que não permite formação externa à Educação Física enquanto docente
132
da disciplina de Tênis em Instituições do Ensino Superior de Educação Física e
Análise Fatorial Exploratória com rotação varimax, mas não foi utilizada em
formação de treinadores).
questões Q8, Q24, Q25, Q26, Q27, Q28, Q29, Q30, Q31 e Q32; assim como
questões Q4, Q9, Q10, Q11, Q13, Q14, Q15, Q16, Q17, Q18, Q19 e Q20.
(tabela 3).
134
Tabela 3: Consistência interna (α de Cronbach) dos construtos do
QUAFIPETAR.
α de Cronbach
Construto
Versão brasileira Versão original
Cronbach 0,49 para o fator “formação inicial”, 0,84 para “formação permanente”
utilizado na pesquisa.
135
O estudo piloto representou uma importante e fundamental etapa da
136
análise fatorial foi a única testagem que não seguiu a rigor a projeção
metodológica esperada, o que sujeitou à nova proposta de testagem pela
validação confirmatória realizada por uma comissão de especialistas, formada
por cinco doutores pesquisadores da área da Educação Física com
conhecimento na área de formação de treinadores.
A descrição do perfil do profissional e da formação inicial e permanente
da amostra (apêndice E: Artigo do estudo piloto) indicou que a faixa etária dos
treinadores de tênis é a preconizada pelos estudos relacionados à intervenção
de treinadores em outros países e de outras modalidades, apresentando em
sua experiência muitos anos de prática de tênis e bom nível de jogo. A
expertise adquirida pela prática parece dar suporte de intervenção para a
grande maioria dos treinadores, visto que a maior parte deles não tem
graduação em Educação física. A renda gerada pela profissão está, em sua
maioria, entre 3 e 10 vezes mais que a média da população ocupada do Brasil.
Do ponto de vista formativo, o piloto mostrou que a maioria dos treinadores de
tênis realizou sua formação inicial fora da aprendizagem formal em Ciências do
Esporte, fundamentando-se em aprendizagens informais e não-formais para
formar-se como treinador, ou ainda optando por aprendizagem formal em
outras áreas profissionais como Direito, Odontologia, Administração em
Comércio Exterior e Ciências Contábeis, áreas sem muita intersecção com o
esporte de rendimento.
Paralelamente ao encontrado em outros estudos, onde profissionais
manifestaram que a adequada competência para exercer a função de treinador
é aquela em que se encaixa no seu próprio perfil, este estudo evidenciou o
mesmo, com os profissionais que possuem graduação em Educação Física
salientando a importância da formação para a intervenção como treinador, e
com os provisionados percebendo que o nível médio do ensino regular é o
adequado para assumir a disciplinas específicas de tênis em encontros de
formação permanente.
137
APÊNDICE E – FORMAÇÃO INICIAL E PERMANENTE DE
138
FORMAÇÃO INICIAL E PERMANENTE DE TREINADORES DE TÊNIS DE
ALTO RENDIMENTO NO BRASIL: ESTUDO PILOTO
RESUMO
INTRODUÇÃO
existam cerca de sete mil professores de tênis (KIST, 2011). Entretanto, dados
140
No seu estudo de doutorado sobre a formação técnica de jovens tenistas
deixada pela falta de estudos neste campo tem relação direta com a baixa
dos treinadores de tênis que, segundo reforçam Knowles et al; (2005), poderá
141
atletas, qual é o caso de Thomaz Bellucci. Em uma notícia vinculada no jornal
Diário Catarinense, assim que rompeu com o último técnico, foi publicado o
seguinte: “[...] O rompimento ocorre dois dias depois de Bellucci dizer que
faltam técnicos competentes no Brasil [...] O tenista já foi comandado por três
que tratem sobre a formação de treinadores de tênis de alto nível, o que implica
Wright et al; (2007), Côté (2006), Cushion et al; (2003), Cushion e Jones
142
quais apontam características comuns em sua estrutura e são oferecidos por
no Brasil.
MÉTODO
Brasil.
relevantes para o estudo, como idade, sexo, melhor ranking na ATP e WTA de
um(a) tenista que tenha treinado, ano do melhor ranking do seu(sua) atleta,
entre estas, com algumas questões utilizando uma escala Likert de 5 pontos (1
144
O preenchimento do instrumento pelos treinadores aconteceu em um
RESULTADOS E DISCUSSÕES
de etnia branca e 11,8% negra, com média de idade de 38,58 ± 8,95 anos,
N x DP Mínimo Máximo
Idade (anos) 24 38.58 8.95 23 63
Melhor ranking da ATP de atleta profissional que foi 9 621.78 512.20 26 1300
treinador
Melhor ranking da WTA de atleta profissional que foi 3 202.67 110.82 128 330
treinador
Ano em que o atleta atingiu o melhor ranking 9 2001 8.37 1986 2010
Tempo de prática de tênis (anos) 24 27.79 11.10 8 57
Tempo de prática (anos) como treinador de tênis 23 17 9.22 2 40
145
Devido à importância dos treinadores apresentarem maturidade,
sido estudada por alguns autores (REZENDE, 2009 e IBAÑES et al; 1997). As
normais e que existe apenas um escore atípico na variável (63 anos) (gráfico
1).
Ibañes et al; (1997), que tratam sobre a idade mínima para ascender à carreira
com grande parte dos treinadores nas faixas etárias mais jovens, pode estar
1300 na ATP ou WTA, oito afirmaram que nenhum dos seus atletas marcou
questão. Dos treinadores, 83,3% trabalham somente com tênis, não exercendo
nenhuma outra função profissional, enquanto que metade dos 16,7% restantes
tênis.
do treinador de tênis de alto rendimento (gráfico 2), e seu estudo pode revelar
41,7
45
% dos treinadores
40 29,2
35
30
25 16,7
20 8,3
15 4,2
10
5
0
Até 3 salários 3 a 6 SM 7 a 10 SM Mais de 10 Não
mínimos (SM) SM responderam
147
A renda média mensal dos treinadores investigados é de até 3 salários
R$314,70 no nordeste.
O nível de jogo dos treinadores de tênis, com base nos critérios da CBT,
70,8
80
% dos treinadores
60
40
16,7
20 4,2 4,2 4,2
0
Profissional Primeira Segunda Terceira Nenhuma
(pontos na classe classe classe
ATP ou
WTA)
Nível de jogo
que 87,5% deles jogou torneios no mais alto nível federativo do país e, ainda,
%
Graduação N %
acumulado
Especialização 1 4,5 4,5
Licenciatura 1 4,5 9,1
Bacharelado 2 9,1 18,2
Licenciatura e Bacharelado 1 4,5 22,7
Ensino Médio 8 36,4 -
Nenhum dos anteriores 9 40,9 -
149
Dos treinadores de tênis de alto rendimento que se formaram em
Física e Esportes preocupa, pois, segundo Cassidy et al; (2009), boa parte da
uma noção mais aproximada das exigências de conhecimento teórico que não
%
Graduação N %
acumulado
Especialização 1 4,4 4,4
Bacharelado 3 13,0 17,4
Licenciatura e Bacharelado 8 34,8 52,2
Ensino Médio 8 34,8 -
Nenhum dos anteriores 3 13,0 -
150
Os resultados do perfil de formação inicial também apontam que 52,2%
e Siedentop e Eldar (1989). Neste estudo, pode-se verificar que grande parte
151
Tabela 4: Características de certificação dos treinadores de tênis de alto
rendimento pelo Sistema Nacional de Graduação Profissional (SNGP) da CBT
%
Graduação N %
acumulado
Instrutor 1 4,2 4,2
Treinador 6 25,0 29,2
Treinador Nacional 3 12,5 41,7
Técnico Nacional 3 12,5 54,2
Técnico Master 4 16,7 70,8
Nenhum desses 4 16,7 -
Outro 3 12,5 -
Onde: Instrutor representa a menor graduação do sistema e Técnico Master representa a maior.
65,0
80
60 10,0 20,0
treinadores
40 5,0
20
0
% dos
(60%) acredita que o professor deve ter, pelo menos, graduação, mestrado ou
nessas atividades, de forma que sua avaliação se torna relevante (gráfico 5).
5,3
Péssimo
42,1 26,3 Ruim
Regular
26,3 Boa
(gráfico 6).
10,5 Normal
Elevado
42,1
42,1 Muito elevado
vezes não têm tanta abertura como naquela ocasião para relacionar-se e trocar
154
Fatores limitantes para a participação dos treinadores de tênis
em atividades de formação permanente
35,0 20,0
Dificuldades econômicas
45,0 Ocupações e responsabilidades familiares
Não poder deixar de atender ao seu trabalho
%
22,2 16,7
5,6 11,1
44,4
%
Escassa existência de atividades com rigor científico promovidas pelos órgãos federativos
Escassa adaptação das atividades de índole científica às necessidades e nível de compreensão dos treinadores
Atividades excessivamente estereotipadas (parecidas, monótonas, repetição de conteúdos)
Atividades pouco motivantes
Número insuficiente de atividades de aplicação prática
atividades com rigor científico adotadas nos cursos, e 11,1% consideram que
CONCLUSÕES
maioria dos treinadores tem média de renda familiar entre 3 e 10 vezes maior
156
em Comércio Exterior e Ciências Contábeis, áreas sem muita intersecção com
o esporte de rendimento.
que haja uma ampla discussão sobre o perfil do treinador ideal, para que a
REFERÊNCIAS
GARCÍA, Juan Pedro Fuentes; RIVAS, David Sans; MONDÉJAR, Luis Antonio
Ramos; ARROYO, Perla Moreno; ÁLVAREZ, Fernando Del Villar. Análisis del
pensamiento de los entrenadores españoles de tenis de alta competición con
relación al diseño de las nuevas titulaciones. Kronos – La Revista
Universitaria de la Educación Física y el Deporte. v 1, p.39-44, 2003.
GOULD, D.; KRANE, V.; GIANNINI, J.; HODGE, K. Educational Needs of Elite
US national team, Pan American, and Olympic coaches. Journal of Teaching
in Physical Education, v. 9, p. 332-344, 1990.
IBAÑEZ, S.; DELGADO, M.; LORENZO, M.; DEL VILLAR, F.; RIVADENEIRA,
M. El entrenador de baloncesto. In: Experiências de formación de docentes
y entrenadores em El âmbito de La actividad física y del deporte. Madrid:
Ministerio de educación y Cultura; Consejo Superior de Deportes. 1997. p. 83-
129.
159
ISIDRO, A. S. M. Formação de treinadores em Portugal: condições de
acesso, valorização da formação inicial e estratégias de formação contínua.
Porto: Universidade do Porto, 2009. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de
Desporto, 2 Ciclo em Desporto para Crianças e Jovens, Universidade do
Porto, Porto, 2009.
KIST, César. Tênis Show. Porto Alegre: 2007. Entrevista concedida à Cláudia
Coutinho. Disponível em: <>.
http://tenisshow.clicrbs.com.br/entrevistas_det.php?id=43. Acessado em: 15 de
fevereiro de 2011.
KNOWLES, Z.; BORRIE, A.; TELFER, H. Towards the reflective sports coach:
issues of context, education and application. Ergonomics, v.48 (11-14), p.
1711-1720, 2005.
NELSON, L. J.; CUSHION, C. J.; POTRAC, P. Formal, non formal and informal
coach learning: a holistic conceptualisation. International Journal of Sports
Science & Coaching, v. 1, p. 247-259, 2006.
160
PIÉRON, M. Pedagogía de la actividad física y el deporte. 3ª ed. Málaga:
Unisport, 1988.
SFARD, A. On two metaphors for learning and the dangers of choosing just
one. Educational Researcher, v. 27, n. 2, p. 4-13, 1998.
TRUDEL, P.; GILBERT, W. Coaching and Coach Education. In: Kirk, D.;
Macdonald, D.; O‟Sullivan, M. M. (Eds.). The Handbook of Physical
Education. London: Sage, 2006. p. 516-539.
WRIGHT, T.; TRUDEL, P.; CULVER, D. Learning How to coach: the different
learning situations reported by youth ice hockey coaches. Physical Education
and Sport Pedagogy, v. 12, n. 3, p.127-144, 2007.
161
APÊNDICE F – VALIDAÇÃO DO QUESTIONÁRIO
162
VALIDAÇÃO DO QUESTIONÁRIO “QUAFIPETAR” PARA ANÁLISE DA
FORMAÇÃO INICIAL E PERMANENTE DE TREINADORES DE TÊNIS DE
ALTO RENDIMENTO NO BRASIL
RESUMO
INTRODUÇÃO
treinadores caracterizava-se não só por uma dispersão como também pela falta
164
realizada com os treinadores brasileiros, afim de melhor compreender o
construto e fidedignidade.
165
MÉTODO
Minas Gerais, Rio Grande do Sul, São Paulo, Bahia, Ceará e Amazonas, todos
9,09), com experiência de 25,13 anos ± 11,30 como tenistas e de 15,30 anos ±
166
e adaptado de García (2001). O Questionário de Caracterização Geral dos
aparente e fidedignidade.
pesquisador.
167
A tradução e adaptação transcultural do questionário quantitativo de
tradução proposta por Beaton et al; (2000). Assim, este estudo foi desenvolvido
Brasil.
168
A confiabilidade da escala foi avaliada através da consistência interna,
fundamentam. Uma testagem prévia de análise fatorial foi realizada pelo teste
de Análise Fatorial Exploratória com rotação varimax, mas não foi utilizada em
32 questões do QUAFIPETAR.
(quadro 1).
Análise Testes
* Uma testagem prévia de análise fatorial foi realizada pelo teste de Análise Fatorial Exploratória com
rotação varimax, mas não foi utilizada em virtude da inadequação dos diferentes níveis usados na escala
com relação às exigências estatísticas que permitissem a realização da análise. Para suprir a
necessidade de análise dimensional do instrumento, foi utilizada a análise confirmatória com doutores
especialistas.
169
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Brasil.
(tabela 1).
170
Tabela 1 – Índices de “validade – clareza” das questões do QUAFIPETAR
(LIMA e ANDRADE, 2011).
Questão Índice Questão Índice
Q1 1,00 Q18 0,95
Q2 1,00 Q19 0,92
Q3 1,00 Q20 0,93
Q4 0,98 Q21 0,96
Q5 0,97 Q22 0,94
Q6 0,93 Q23 0,96
Q7 0,82 Q24 0,85
Q8 0,86 Q25 0,92
Q9 0,80 Q26 0,92
Q10 0,86 Q27 0,98
Q11 0,84 Q28 0,91
Q12 0,86 Q29 0,86
Q13 0,97 Q30 0,93
Q14 0,94 Q31 0,90
Q15 0,96 Q32 0,88
Q16 0,92 Q33 0,78
Q17 0,96
*Média geral da validade de clareza do instrumento: 0,92 ± 0,06.
redação dos itens (itens 3, 4, 6, 9, 11, 13, 14, 16, 24, 28, 34 e 36) da questão
com índice de clareza muito próximo ao adequado (0,78), não foi reformulada
do estudo piloto, já que esta foi a última questão a ser respondida e, ainda,
171
Em razão das sugestões acrescentadas pelos treinadores para o
33 questões passaram por revisão do enunciado e/ou dos itens (Q9, Q11, Q12,
Q13, Q17, Q19, Q21, Q22, Q24, Q26, Q28 e Q29) a fim de deixar estas
Brasil, que não permite formação externa à Educação Física enquanto docente
172
Tabela 2 – Índices de “validade – conteúdo” das questões do QUAFIPETAR
(LIMA e ANDRADE, 2011)
Questão Índice Questão Índice
Q1 1,00 Q18 0,92
Q2 1,00 Q19 0,91
Q3 0,99 Q20 0,88
Q4 0,99 Q21 0,96
Q5 0,97 Q22 0,95
Q6 0,89 Q23 0,94
Q7 0,81 Q24 0,76
Q8 0,87 Q25 0,92
Q9 0,75 Q26 0,89
Q10 0,84 Q27 0,98
Q11 0,83 Q28 0,91
Q12 0,83 Q29 0,87
Q13 0,96 Q30 0,93
Q14 0,86 Q31 0,90
Q15 0,91 Q32 0,88
Q16 0,92 Q33 0,81
Q17 0,95
*Média geral da validade de conteúdo aparente do instrumento: 0,90 ± 0,07.
173
Q12, Q21, Q22 e Q23; da “FORMAÇÃO PERMANENTE” ficaram definidas as
questões Q8, Q24, Q25, Q26, Q27, Q28, Q29, Q30, Q31 e Q32; assim como
questões Q4, Q9, Q10, Q11, Q13, Q14, Q15, Q16, Q17, Q18, Q19 e Q20.
(tabela 3).
α de Cronbach
Construto
Versão brasileira Versão original
“formação geral” (construto nos quais as questões fazem referência tanto para
174
para o construto “formação inicial”, ele está inserido no instrumento
CONCLUSÕES
principalmente nas ciências sociais, esse não pode ser generalizado para todas
as populações de treinadores.
175
REFERÊNCIAS
176
CRESPO, Miguel. 2008. Desarollo de competencias y formación permanente
del técnico de tênis. In: CONGRESO NACIONAL DE LA REAL FEDERACIÓN
ESPAÑOLA DE TENIS. 2008, San Sebastián. Anais... San Sebastián: S/E,
2008. p.1-6.
GARCÍA, Juan Pedro Fuentes; RIVAS, David Sans; MONDÉJAR, Luis Antonio
Ramos; ARROYO, Perla Moreno; ÁLVAREZ, Fernando Del Villar. Análisis del
pensamiento de los entrenadores españoles de tenis de alta competición con
relación al diseño de las nuevas titulaciones. Kronos – La Revista
Universitaria de la Educación Física y el Deporte. v 1, p.39-44, 2003.
GOULD, D.; KRANE, V.; GIANNINI, J.; HODGE, K. Educational Needs of Elite
US national team, Pan American, and Olympic coaches. Journal of Teaching
in Physical Education, v. 9, p. 332-344, 1990.
TRUDEL, P.; GILBERT, W. Coaching and Coach Education. In: Kirk, D.;
Macdonald, D.; O‟Sullivan, M. M. (Eds.). The Handbook of Physical
Education. London: Sage, 2006. p. 516-539.
WRIGHT, T.; TRUDEL, P.; CULVER, D. Learning How to coach: the different
learning situations reported by youth ice hockey coaches. Physical Education
and Sport Pedagogy, v. 12, n. 3, p.127-144, 2007.
178
APÊNDICE G – RESULTADOS DE CLAREZA E VALIDADE
DO QUAFIPETAR
179
180
181
ANEXO A – VERSÃO ORIGINAL DO INSTRUMENTO DE
GARCÍA (2001)
182
183
184
185
186
187
188
189
190
191
192
193
194
ANEXO B – QUESTIONÁRIO DE ANÁLISE DA FORMAÇÃO
195
196
197
198
199
200
ANEXO C – QUESTIONÁRIO DE ANÁLISE DA FORMAÇÃO
VERSÃO FINAL
201
202
203
204
205
206
ANEXO D – TERMO DE CONSENTIMENTO
207
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO – PROPPG
Você está sendo convidado a participar de um estudo que têm como objetivo principal
verificar parâmetros estatísticos de um instrumento (questionário) que visa analisar a formação
inicial e permanente dos treinadores de tênis de alto rendimento no Brasil. Após sua aceitação,
serão previamente marcados a data e horário para a coleta de dados referente à aplicação do
questionário.
O estudo não oferecerá riscos, pois todas as medidas são formas não invasivas,
através de questionários. Os dados e informações coletas serão tratados com total sigilo e
respeito. A identidade de todos os participantes será preservada, pois cada indivíduo será
identificado por um número. O que nos importa é a informação dos técnicos e não quem
forneceu as informações.
Os benefícios e vantagens deste estudo serão contribuir com a validação de um
instrumento para a língua portuguesa do Brasil, oferecendo suporte a pesquisas futuras na
área da formação de treinadores de alto rendimento.
As pessoas que estarão acompanhando o estudo serão estudantes de mestrado e de
graduação em Educação Física, todas orientadas pelo Prof. Dr. Alexandro Andrade,
coordenador do Laboratório de Psicologia do Esporte e do Exercício - LAPE.
Salientamos que você poderá se retirar do estudo a qualquer momento.
Solicitamos a vossa autorização para o uso de seus dados para a produção de
artigos técnicos e científicos. A sua privacidade será mantida através da não-
identificação do seu nome.
Agradecemos a vossa participação e colaboração.
PESSOA PARA CONTATO Fone: (48) 3321 8652 (48) 8406 3333
Prof. Dr. Alexandro Andrade ENDEREÇO: Rua Pascoal Simone, 358. Coqueiros, Florianópolis/SC
TERMO DE CONSENTIMENTO
Declaro que fui informado sobre todos os procedimentos da pesquisa e, que recebi de forma
clara e objetiva todas as explicações pertinentes ao projeto e, que todos os dados a meu
respeito serão sigilosos. Eu compreendo que neste estudo, as medições dos
experimentos/procedimentos de tratamento serão feitas em mim sem nenhum risco a minha
integridade física e psicológica.
Declaro que fui informado que posso me retirar do estudo a qualquer momento.
Assinatura _____________________________________
Local:__________________________, ____/____/____ .
208
ANEXO E – QUESTIONÁRIO DE CARACTERIZAÇÃO GERAL
209
210
ANEXO F - QUESTIONÁRIO QUALITATIVO ORIGINAL DE
211
212
213
ANEXO G – VERSÃO FINAL DO ROTEIRO DE
2011)
214
QUALI-QUAFIPETAR (LIMA e ANDRADE, 2011)
SUJEITO: ______________________________________________________________
DADOS GERAIS
1 – Você poderia nos relatar, de maneira geral, como chegou à situação que atualmente ocupa
no mundo do tênis, quando começou e porque razão começou a praticá-lo?
A. FORMAÇÃO RECEBIDA
2 – Quais titulações, sejam elas do nível ou tipo que sejam – pela via acadêmica, pela
federativa, pela privada, etc. – você considera que ajudam o treinador de tênis de alto
rendimento a ser mais competente?
6 – Que tipo e quantidade de atividades de formação permanente (sejam quais tipos forem)
estão relacionados à atualização ou melhora do nível de competência do treinador de alto
rendimento?
215
ANEXO H – DESCRIÇÃO DA ENTREVISTA COM O SUJEITO I.K.
216
QUALI-QUAFIPETAR (LIMA e ANDRADE, 2011)
DADOS GERAIS
1 – Você poderia nos relatar, de maneira geral, como chegou à situação que
atualmente ocupa no mundo do tênis, quando começou e porque razão começou a
praticá-lo?
Sempre fui um entusiasta da emoção que o esporte propicia quando se está em
quadra e, aos 17 anos, fui jogar no circuito profissional. Tenho o 2 grau incompleto,
sou um autodidata e penso que o treinador precisa ser completo; é muito importante o
treinador aliar a prática com a teoria. Como atleta (já pensando em ser um treinador)
fui para a Suécia, Argentina e Estados Unidos, além de outros países, e montei o meu
próprio método de ensino com tudo o que aprendi. Como jogador, fui 81 do ranking
de simples e 20 do ranking de duplas da ATP. Comecei em Novo Hamburgo (RS) e a
minha formação inicial foi marcada pela experiência com treinadores dos centros de
tênis dos diversos países que passei. Fiz todos os cursos da Confederação Brasileira
de Tênis (CBT) e da International Tennis Federation (ITF). Se eu tivesse a
oportunidade de fazer um curso de Educação Física à distância, eu o faria. Penso que
o ensino à distância seria uma boa opção para a formação dos treinadores nas
ciências do esporte, para que se tenha conhecimento sobre as várias situações que
acontecem no tênis, e tornem os treinadores mais completos como profissionais.
Como treinador, tive e tenho até hoje vários bons atletas de alto rendimento. Vejo que
é muito importante e é necessária a organização do tênis brasileiro de fora para dentro
da quadra. A parceria duradoura e a cumplicidade entre técnico e atleta é muito
importante para a carreira do atleta, assim como foi o caso do Guga com o Larri
Passos.
A. FORMAÇÃO RECEBIDA
2 – Quais titulações, sejam elas do nível ou tipo que sejam – pela via acadêmica, pela
federativa, pela privada, etc. – você considera que ajudam o treinador de tênis de alto
rendimento a ser mais competente?
Considero as formações acadêmicas e informais. O ideal seria um alinhamento entre
as Universidades e a CBT.
217
C. PARTICIPAÇÃO EM ATIVIDADES DE FORMAÇÃO PERMANENTE
5 – Que nível de tênis você considera que deve ter uma pessoa para ser um treinador
de tenistas de alto rendimento? Que experiências como treinador deve ter uma pessoa
(iniciação, aperfeiçoamento...) para chegar a ser um bom treinador de tênis de alto
rendimento?
Deve ter, pelo menos, um nível de jogo médio para cima. Com esse nível, precisa ter
passado pela experiência de todas as etapas de ensino do tênis e experiência no
circuito profissional de tênis.
8 – De que maneira você acredita que se poderia facilitar uma maior participação e/ou
aproveitamento dos treinadores de alto rendimento em atividades de formação
permanente?
Através dos cursos à distância, pela internet. Outra importante maneira seria setorizar
os cursos por região, para facilitar o acesso dos treinadores ao evento.
218
ANEXO I – REQUISITOS BÁSICOS E NORMAS DE
(CBT, 2010)
219
Requisitos básicos e normas de funcionamento
para ingressar no sistema SNGP:
1. Aprovação nos cursos de Nível I da CBT realizados até dezembro de 2004, ou
aprovação nos cursos de Nível I da ITF, ou aprovação nos cursos oficiais da CBT: Módulo A,
Módulo B e Módulo C (a partir de 2005).
220
Como melhorar a Graduação Profissional
Uma vez que o profissional esteja inserido no SNGP, este poderá conquistar pontos e
ascender no sistema somente através dos cursos, congressos, simpósios e workshops oficiais
ou outorgados pela CBT.
221
ANEXO J – NOTÍCIA VINCULADA NO JORNAL DIÁRIO
222
223
ANEXO K – LEI 9696/98, PUBLICADA NO D.O.U DE 2 DE
224
225