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03 Dicas para escolha do repertório

Larry Levy

04 Menos é Mais
Paulo Lira

07 Liderando Louvor com Violão


Fabiano Alves

11 O Lugar do Contrabaixo
Peter Davyduck

13 Ministrando Louvor no Período de Oração


Larry Levy

16 Recebendo Novos Membros na Equipe


Fabiano Alves

19 O Poder dos Teclados


Paulo Lira

26 A Bateria na Adoração
Marcio Miguel

30 A Função do Backing Vocal


Jessie Lane Clarke

33 A Guitarra no Período de Louvor


Raphael Costa

VINEYARD BRASIL - 2019


ECIDNÍ
DICAS PARA
3. Escolha algumas músicas com letras e nas
melodias simples. Tudo está se envolvendo

ESCOLHA DO
constantemente, sempre partindo do simples
para o complexo, e então voltando ao simples.
Essa é uma verdade em todas as músicas, e se

REPERTÓRIO torna verdadeiro quando a música de adoração


é composta. As pessoas realmente precisam de

Por Larry Levy músicas simples, músicas que elas não tenham
que ficar se esticando para ler a próxima linha
1. Escolha algumas músicas que da transparência, e que possam deixar o lado
proclamem os grandes temas da fé cristã: esquerdo do cérebro descansar um pouco.
glória, amor e santidade de Deus; a cruz
de Cristo; a graça de Deus; o reino de 4. Selecione músicas que tenham o mesmo
Deus entre nós. A intimidade na adoração 'fluir'. Muitos temas diferentes tornam a coisa
cresce à medida que verdadeiramente confusa. Mudanças em tonalidades
entendemos os atributos do Deus a quem descendentes podem auxiliá-lo (ex: C para D
estamos expressando o nosso amor. para G). Tente passar de uma música para a
outra sem interrupções. Não se preocupe se
2. Em primeiro lugar, selecione músicas acontecer um período de silêncio e reflexão
conhecidas. Se, por exemplo, você for antes de iniciar a próxima música.
cantar seis músicas, precisa ter três
músicas que sejam muito bem 5. Escolha músicas que proporcionem
conhecidas, duas que sejam familiares e momentos de adoração espontânea ao final.
uma música que seja nova. Nunca houve Isso pode se tornar algo inapropriado se
tantas músicas de louvor como agora! fizermos em todas as músicas, mas no tempo
Existem as composições dos músicos em certo reforça o que estamos fazendo. O objetivo
nossas igrejas. Eu creio que existe uma não é atravessar as músicas, mas conduzir as
rica reserva de hinos que podem ser pessoas em adoração para que a Noiva (a
adaptados ao nosso estilo, e que Igreja) e o Noivo (Jesus) possam se beijar e se
poderiam fazer uma conexão com as abraçar mutuamente. Como você deve ter
igrejas históricas. Lembre-se: ao cantar percebido, nós não falamos nada sobre
uma música nova, faça isso por algumas andamento, ritmo, tamanho ou talento da
semanas até que as pessoas se equipe de louvor, entre muitos outros aspectos.
familiarizem com ela.
MENOS É MAIS É importante ter como referência, por
exemplo, um arranjo feito para orquestra. A

Por Paulo Lira maioria das pessoas acha uma grade algo
muito intrigante e complexo, mas se você
Desde que comecei a tocar em uma
escutar cada instrumento individualmente, vai
equipe de louvor, percebi que nem tudo
perceber que alguns deles tocam somente
o que eu tocava era bom. E olha que eu
algumas notas durante uma peça de dez
tentava aplicar tudo o que sabia, como
minutos. Cada um tem seu momento de
encaixar “aquele acorde” que havia
aparecer ou de compor um naipe. No final,
aprendido naquela semana em
você escuta algo rico e muito claro.
praticamente todas as músicas. Era
como se houvesse muito glacê para
Cada vez que escuto um arranjo de alguma
pouco bolo. Mas o que estava dando
música que faz sucesso percebo que ela é
errado? Tenho certeza de que eu
mais simples do que o que eu teria feito.
tentava dar o melhor de minha música
Melodias nas pontes que soam como
para Deus. Mas o que define o que é “o
assinaturas, acordes abertos e puros com
melhor”? Quanto mais dissonante e
ritmos previsíveis.
repleta de extensões for a harmonia, e
quanto mais “quebradeira” e contra-
Uma melodia que possa ser assobiada por
tempos tiver um arranjo, mais rica esta
qualquer um, é uma música acessível. Isso
música será, certo? Nem sempre.
também facilita ao ser reproduzida por uma
banda. Acordes fáceis colocados no lugar
Com o tempo e conselhos de músicos
certo, baixo tocado com um bumbo
mais experientes, notei que uma boa
acentuando a levada, tonalidade acessível
música era aquela em que todos na
para a maioria dos cantores... Ah, os
banda encontravam seu lugar, como se
cantores! Enfim, uma música simples é uma
pudessem falar e ser respondidos,
música que não chama atenção para si
fazendo assim com que a música
mesma e permite que as pessoas atentem
respirasse. O grande desafio aqui é o de
para o que realmente é importante. No caso
dar para cada instrumento que compõe
da Igreja, a adoração a Jesus.
sua equipe algo distinto e simples para
tocar (ou não tocar). No final, avalie se o
O conhecimento musical, como já disse
arranjo permite que todos estejam sendo
antes, não é o único responsável por uma
ouvidos, respeitando sempre a dinâmica
boa música, mas saber aplicá-lo sim. E este
da música, sendo esta intensa ou não.
amadurecimento leva tempo.
Em uma equipe de louvor procure providenciar uma boa estrutura para todos os
músicos, experientes ou iniciantes, tais como cifras, partituras, ensaios, gravações das
músicas que serão tocadas no culto etc. Alguns músicos têm mais facilidade lendo,
outros tirando uma música de ouvido. Procure nivelar sua equipe pelo básico. Nem muito
profissional, nem muito amador, respeitando a fase de amadurecimento musical em que
cada integrante se encontra, mas deixando claro onde você quer que ele chegue,
estimulando e encorajando-o.

Há pessoas que acreditam que o ensaio prejudica a espontaneidade do período da


adoração, tornando-o algo frio e mecânica. Mas, ao contrário disso, a prática do
ensaio não só promove a união entre os músicos envolvidos, como também cria
um ambiente de aprendizado mútuo e proporciona mais segurança na execução
das músicas. O que gera mais liberdade e espontaneidade no período da
adoração, dando para o músico condições de se expressar melhor, sabendo qual o
seu papel. Particularmente, vejo o ensaio como um passo prático de adoração a Deus,
entregando a Ele um período de adoração com preparo, dedicação e excelência.

O que fazer durante um período instrumental no louvor? Ou o que tocar quando o


dirigente simplesmente aponta para você executar um solo durante uma ponte ou o
refrão da música? Improvisação é a arte de expressar algo espontâneo, inspirado no
momento, algo singular. Improvisação também é algo para ser praticado durante os
ensaios, pois requer conhecimentos mínimos de escalas, harmonias e estilos, além de
amadurecimento musical. Músicos que já improvisam com facilidade costumam tocar
séries intermináveis de arpejos seguidos de escalas cromáticas e diatônicas,
ascendentes ou descendentes, e o mais rápido possível.

O alvo aqui seria o de, com uma ou poucas notas, expressar um sentimento tão
profundo quanto o de uma escala formada por um grupo de semi-fusas. Lembre-se:
MENOS É MAIS. A atenção não deve estar focada no solo, mas no inspirador dele.
Afinal, quem tem sido sua inspiração musical? Procure observar o que o Pai está
fazendo naquele momento, e traduzir isto em notas.
Não tenha medo de errar, arrisque! Se você sente que Deus
está ministrando para seu povo sobre misericórdia, com fé,
toque arrependimento. Enfim, improvisar também é entoar um
cântico novo. Miles Davis, um dos maiores gênios do jazz,
uma vez disse: “Eu já sei tocar todas as notas, agora num solo
procuro a ausência delas”.

Ah, finalmente os cantores. O grupo mais importante dentro da


equipe de louvor, e ainda assim o grupo de menor preparo
musical na maioria das igrejas (afinal, todo mundo sabe
cantar, certo?) Não posso deixar de enfatizar o quanto é
importante que as pessoas que se propõem a cantar na
equipe de louvor busquem treinamento técnico nesta área. A
voz é o instrumento mais complexo e mais perfeito que existe.
Necessita de muito cuidado e preparo.

O estudo técnico da voz ajuda na pronúncia ou articulação das


palavras como também na respiração, dinâmica e afinação da
voz, além de dar embasamento prático e teórico para
harmonização vocal. Harmonização vocal é a adição de uma
ou mais vozes diferentes da melodia, baseadas na harmonia
ou acordes de uma música. Sempre que um arranjo vocal for
feito, procure respeitar a dinâmica natural da música. Portanto,
onde houver mais tensão, geralmente no refrão, acrescente
vozes à melodia, enchendo o arranjo com mais harmonia.
Porém, onde a música não pedir tensão, geralmente nas
estrofes, deixe a melodia sozinha, com menos harmonia.

Se você está montando um backing vocal (e não um coral), as


vozes que o compõem o podem ser simples. No coral você
pode ter várias vozes por naipe. Por exemplo: 4 tenores, 4
baixos, 4 contraltos e 5 sopranos. No backing vocal é
suficiente ter 1 contralto, 1 tenor e uma voz masculina ou
feminina cantando a melodia, como que um reforço nos
momentos de maior tensão apoiando o solista ou dirigente.
Ensaie sempre, tire todas as dúvidas que aparecerem durante o ensaio. Não menospreze
a sua parte no vocal, por menor que ela seja. Procure pensar no arranjo como um todo, e
não apenas a sua parte microscopicamente. O mais importante é que quando você
estiver cantando, sua função é a de adoração para que as pessoas possam te seguir
sem distrações. Este não deve ser um momento de performance vocal, mas de apontar
para Jesus.

Paulo Lira, é tecladista, produtor musical, casado com Greta Lira.

LIDERANDO
Com um violão na mão você pode fazer uma
festa. Ele é harmônico e ao mesmo tempo

LOUVOR COM
percussivo. Com o violão você pode conferir
à música não apenas o tom no qual ela será
executada, mas também a rítmica. Isso faz

VIOLÃO do violão um instrumento ótimo para ser


usado quando você não tem uma banda
completa. Mas existem diferenças entre o
Por Fabiano Alves
uso do violão em uma banda e em um grupo
O violão talvez seja o instrumento pequeno, e isso é uma grande dificuldade
mais popular e prático que existe, pelo que vejo entre “violeiros” que encontro por
menos no Brasil. É fácil encontrar aí.
alguém que saiba tocar alguns
acordes no violão. Creio que é Em banda, “menos é mais”. Cada músico
exatamente a praticidade que faz dele precisa procurar o seu lugar, e preencher o
o instrumento mais tocado pela espaço que cabe a ele, sem atropelar todo
galera. mundo.
Não é diferente com o violão. Muitas Para que nossa equipe de louvor não seja
vezes uma grande dificuldade é assimilar “de um arranjo só”, precisamos dar
o princípio de que em determinados espaço para diversas introduções,
momentos você pode até mesmo parar mesmo que para isso o violão precise
de tocar. Geralmente, o violonista começa estar de fora.
treinando sozinho, ou em grupos
pequenos. Isso confere a ele a sensação Quando estávamos produzindo a música
de que a música sempre depende do “Amo a Ti”, do CD Atitude, perguntei para
preenchimento do violão com levadas o produtor Paulo Lira: — “Como será o
cheias e repetidas. Fato é que o violão violão nessa música?” Ele me disse: —
geralmente é o instrumento que oferece a “Acho que não precisa nem de violão. Já
base para a música, mas o piano (órgão, está lindo assim”. Pra mim era um
pads, etc...) e a guitarra também podem conceito novo. Mas não é que estava
fazer isso muito bem. lindo mesmo!

Como isso pode funcionar na prática? Mesmo antes de me converter, minhas


Diminuindo o número de batidas e primeiras apresentações em público com
acrescentando sonoridade. Diminua as um violão aconteceram em reuniões
batidas e permita que seu violão soe religiosas. Eu tocava um Tonante (meu
os acordes. Agora, aonde você vai tirar é primeiro violão) e minha mãe liderava o
uma questão de ouvir o resto da banda e período de cânticos de uma reunião de
procurar seu espaço. Se você não grupo caseiro da igreja, há 12 anos.
consegue perceber o espaço deixado
pela banda, peça ajuda a um músico mais Apesar de eu não gostar muito daquela
experiente. experiência difícil, eu sabia que de
alguma forma estava contribuindo para o
Às vezes ouvimos bandas “de um arranjo serviço daquele grupo. E as pessoas
só”. O que seria isso? Aquela em que o também reconheciam isso. No final da
violão sempre começa a música. Isso reunião, as senhoras até me davam
geralmente acontece quando o líder de pastéis a mais por eu ser o músico da
louvor toca o violão. equipe.
Minha mãe, como uma boa cristã, arrastava as músicas ao máximo que elas
podiam ser arrastadas. Era duro de acompanhá-la. Aprendi muito com aquele
pequeno grupo de pessoas que insistiam em fazer do meu trabalho o mais
difícil possível. Por exemplo, aprendi que as músicas que funcionam melhor
em grupos caseiros são as médias. Se você toca uma música lenta demais,
ela praticamente não anda. Se você toca uma rápida, ela se tornará uma
média e perderá a característica. Se você usa uma música média, terá uma
boa chance de sucesso. Além disso, gostaria de compartilhar algumas coisas
que hoje tento aplicar quando estou à frente de um grupo pequeno, tocando
meu violão, seja liderando louvor ou não.

Tocando em um grupo pequeno, use toda a sua criatividade para conferir à


música dinâmicas diferentes, e não permitir que ela fique monótona. Não seja
um músico de uma levada só. Busque formas diferentes para se tocar uma
música. No que diz respeito também à dinâmica, é necessário pesar a mão
ou maneirar de acordo com a tensão que você deseja dar à música.

Muitas vezes, percebo também pessoas querendo executar apenas com o


violão arranjos que foram montados para uma banda inteira. Não caia nessa,
porque você corre um sério risco de deixar a música sem sentido, e até
mesmo dificultar para as pessoas que não entendem de música como você.
Busque introduções simples. Ao invés de ditar frases, dê às pessoas a
segurança da tonalidade em que a música será executada. Em um grupo
pequeno você pode acrescentar também instrumentos básicos de percussão
como ovinho, pandeiro e o djembe (que é muito indicado por sua variedade
de sons graves e agudos). Isso é uma grande ajuda em grupos como aquele
da igreja em que eu tocava, que nunca acompanhava o ritmo das músicas.
Uma dica também importante — e que pode até parecer ridícula — é sobre a
afinação. Afine seu violão SEMPRE antes de um período de louvor ou
ensaio. As cordas do violão são sensíveis à mudança de temperatura, e por
isso tanto o frio quanto o calor podem desafiná-lo. E também alguns violões
têm dificuldade para manter a afinação. Não confie no seu ouvido somente.
Invista em um afinador eletrônico. Se o seu afinador tiver calibragem, não se
esqueça que o padrão (ou diapasão) é 440hz.
Violão para principiantes - O tipo de violão depende do estilo musical que você
pretende executar. Por exemplo, na Vineyard hoje, o estilo que mais é tocado é o folk-
rock. Para esse estilo, violões de nylon não combinam. Mas isso não quer dizer que o
violão de aço é sempre melhor. Um dedilhado ou um “swing à brasileira” em um violão
de nylon também tem o seu lugar. Depende do estilo que sua igreja e sua banda estão
acostumados a usar. Em se tratando de um grupo pequeno, em que você precisa tocar
sem amplificação alguma, o de aço é mais recomendado por causa do maior volume de
som em relação ao violão de nylon. São dicas simples, mas que fazem diferença.

Violão avançado - Hoje está na moda o uso do capotraste — que muita gente conhece
como abraçadeira. Eu estava assistindo a um DVD de adoração super moderno de um
evento que acontece nos EUA, e oito entre 10 músicas foram tocadas com capotraste.
Particularmente, eu aderi a essa moda. Há quem diga que capotraste é coisa de
preguiçoso, que não gosta de fazer pestana. Mas fato é que o capotraste confere a
mobilidade de executar a música em um mesmo tom com timbres dos mais variados.
Use o capotraste e execute a mesma seqüência de acordes em formatos diferentes (Ex:
G em forma de D). Isso funciona mais ou menos assim: com um conhecimento básico a
respeito de escalas, você transpõe o tom da música para o formato que você deseja
usar, subindo no braço do violão o número de casas correspondente ao número de tons
ou semi-tons que formam o intervalo entre o tom da música e o acorde que você vai
utilizar, e toca como se tivesse encurtado um pedaço do braço do violão.

Se também em alguma música você tem todos os acordes em formato de pestana e não
quer mudar o tom original, use o capotraste. Principalmente em um período de louvor em
que você precisa executar cinco ou seis músicas consecutivas, pegar no meio uma
música cheia de pestanas pode ser uma experiência dolorosa.

Tocando com o coração - Como em qualquer outra atividade no Reino ou, mais
especificamente, em uma equipe de louvor, nós músicos devemos lembrar que nosso
papel é servir. Facilitar que as pessoas se conectem com o Pai é o princípio de onde
deve partir nosso bom senso para todas as nossas idéias musicais. Meu coração pende
para dois lados: como músico, anseio por uma música cheia de qualidade e com
diversidade de ritmos; como líder de louvor, olho para as pessoas a minha frente e
penso em como eu posso ajudá-las a se encontrar com o Pai.
LOUVOR COM VIOLAO 4O grande desafio é somar essas coisas. O violão tem sido para
mim um companheiro diante de Deus. Se o meu violão falasse, e fosse fofoqueiro, eu
teria sérios problemas! Ao invés de usar a praticidade do violão para se exibir em rodas
de pessoas, use-o diante de Deus.

Fabiano Alves é um dos líderes de louvor da Vineyard em Piratininga (SP) e é o


coordenador de treinamento da Vineyard Music Brasil.

O LUGAR DO Mesmo com esses grandes baixistas existe


um solo comum no qual eles se firmam que

CONTRABAIXO
é função.

Como você pode chegar a tocar um baixo


Por Peter Davyduck "funcional" e encontrar o seu lugar na
adoração? A resposta é ouça, e ouça
Nós todos sabemos o lugar do violão
muito! Comece ouvindo a música que
numa equipe moderna de louvor, mas
você vai tocar.
e nós, os baixistas? Com as
constantes mudanças de estilo
Ritmicamente, será que essa música
encontradas nos cultos, pode ser um
precisará de uma décima sexta linha
pouco confuso saber qual é a nossa
sincopada, ou será uma canção
função. Será que devemos todos ser
contemplativa que requer notas cheias? E
como Abraham Laboriel, mantendo o
ainda, o mais importante, o que a bateria
ritmo firme como Jon Thatcher, ou
está fazendo? Como baixistas, nós
termos o estilo funk de Fred
devemos ser a ligação entre a harmonia e
Hammond?
o ritmo da música.
Os nossos dedos precisam estar trabalhando atrelados ao bumbo e a caixa. Apenas isso
irá fazer com que as seções rítmicas sonoras que estão perdidas possam fazer sentido.

2) Ouça a harmonia
Harmonicamente, a música precisa de uma base rítmica, ou será que existe espaço para
algo mais elaborado? Talvez este seja o ponto fraco para a maioria dos baixistas. Quem
quer ficar tocando apenas “1-4-5-1”? Mas ser esperto pelo simples fato de ser esperto,
não é nunca uma boa opção não importa qual seja o lance. Esta frase não existe para
engessar sua criatividade, mas sim, encorajá-lo a esperar e tocar apenas o que é
necessário. Lembre-se que estamos oferecendo a tela de fundo para ótimas letras.

3) Ouça o líder
É claro que falando em ouvir, nós temos que ouvir e seguir o líder de louvor. Cultive um
bom relacionamento com eles, e procure saber que tipos de ritmos eles preferem ouvir.

Baixista, assuma o seu lugar


Finalmente, não se esqueça de ouvir para onde o Espírito está te conduzindo. O Espírito
Santo não nos guia apenas na nossa vida diária, mas também em todos os nossos
esforços artísticos. O hábito de ouvir irá te ajudar a servir melhor a música, dessa
maneira, ser servo é o que há de mais importante. Assuma o seu lugar, e sirva com toda
a sua capacidade.

Peter Davyduck é baixista freelancer e professor na região de Vancouver. Além de


tocar em inúmeras gravações da Vineyard Music Canada, Peter também se
mantém ocupado tocando com Graham Ord, Brian Doerksen e outros. Peter e sua
esposa Shelley freqüentam a Friends Langley Vineyard na Colúmbia Britânica,
Canadá.
Ministrando
essa minha jornada, pude experimentar que
esse pode ser o momento mais precioso

louvor no
durante um culto.

E é por isso que resolvi escrever esse artigo. Se

perído de esse momento é tão especial, porque não nos


preparamos pra ele, assim como nos

oração preparamos para o período de louvor? É certo


que nem sempre podemos saber a direção em
que o Espírito irá soprar, mas na tentativa de
Por Fabiano Alves
ser assertivo, entre uma “bola fora” e outra,
Imagine a seguinte situação: “O pastor aprendi algumas dicas que gostaria de deixar
está encerrando sua pregação. Sua aqui registradas. Espero que possam ajudar.
equipe de louvor já está tranqüilamente
sentada, com a sensação de dever O QUE TOCAR?
cumprido após ter liderado um período Se você montou sua lista de musicas para o
de louvor de quatro a cinco musicas. Mas período de louvor baseado no tema da
inesperadamente, o pastor suavemente pregação da noite, provavelmente você já tem
convida a igreja a responder a palavra de uma grande pista do que tocar no período de
Deus, em atos físicos como ficar de pé ministração. Por isso é fundamental que você
ou ir até a frente, no que costumamos converse com o pastor sobre o culto de
chamar de “altar”, para receber uma domingo durante a semana. Vez ou outra, repito
oração por algo específico. a musica que escolhi para o momento de
intimidade no período de louvor durante a
A equipe de louvor sobe até plataforma ministração. Mas isso não impede que eu
onde estão os instrumentos, e depois de escolha uma musica especifica para esse
uma breve conversa com o pastor, ou momento.
simplesmente por inspiração divina, sem
distrair a igreja, tenta tocar o que está no É muito importante que toda a equipe de louvor
coração de Deus, participando esteja atenta a pregação, observando para
ativamente desse processo”. Tenho onde o Vento está soprando. Muitas vezes eu
lidado com momentos como esse desde decidi que musica seria feita num provável
que comecei a liderar louvor, e durante tempo de ministração enquanto Deus falava
comigo através da pregação.
Se você já tiver uma musica em mente, submeta ao pastor
antes de começar a tocá-la, mas faça isso discretamente, sem
“desligá-lo” do que ele está fazendo. Ao fazer isso, esteja aberto
para uma sugestão repentina dele. Se a banda não souber tocar
a musica, opte por um arranjo mais simples, como apenas
teclado e voz, ou violão e voz, mas valorize a sugestão do
pastor. Se você tiver um grupo de músicos experientes, mesmo
que não conheçam a musica, na segunda vez que ela for tocada
todos estarão te acompanhando.

COMO TOCAR?
Em primeiro lugar, sugiro que você peça para a banda inteira
estar pronta pra tocar junto com você, mesmo que no processo
você não use todo mundo.Se a musica que você escolheu tem
em seu arranjo uma introdução ligeiramente “pesada”, considere
a possibilidade de começá-la diferente. Pense numa maneira de
suavizar, começando apenas com teclado ou violão, e
acrescentando outros elementos aos poucos.

Esteja atento as intervenções do pastor enquanto toca ou canta.


Lembre-se que o líder nesse momento é o pastor, e você está
apenas apoiando seu trabalho. Se o coro da musica é o que
você sente que Deus está falando ou quer ouvir naquele
momento, gaste um tempo com ele. Não tenha pressa de cantar
a musica inteira.

Se as pessoas estiverem recebendo oração, cuide para que


o volume da banda não atrapalhe. Não esqueça a banda pra
trás. Lembre que, especialmente num momento que pode tomar
uma atmosfera espontânea como esse, a banda precisa muito
dos seus sinais e deixas. Assim que você subir, rapidamente já
converse com a banda sobre seus planos.
QUANDO TOCAR?
Se seu pastor já espera a banda no final de cada culto, não espere que ele chame.
Esteja atento à conclusão da mensagem e fique num lugar onde o pastor possa te ver.
Com um simples olhar você pode entender o que deve fazer. Quando o pastor terminar o
culto, considere a possibilidade de continuar tocando por mais alguns minutos. Algumas
pessoas podem ainda permanecer ali com o Senhor, e nós podemos ajudá-la
musicalmente mesmo após o culto. De preferência, não cante enquanto o pastor fala.
Se ele começar a falar enquanto você canta, De um passo para trás, diminuindo o
volume ou mesmo parando de cantar por um tempo.

Essas são algumas dicas que podem ajudar, mas acima disso tudo, nunca se esqueça
que o líder de louvor é muito mais que um cantor. Estamos nessa função com a nobre
tarefa de perceber o que Deus está fazendo e comunicar isso musicalmente a nossa
comunidade. Quanto mais seu relacionamento com Deus estiver bem “afinado”,
mais naturalmente você irá reagir a um período de ministração, e maior será seu
entrosamento com o seu pastor.
RECEBENDO
Ou então preferimos suportar as falhas de
caráter de alguém simplesmente porque

NOVOS MEMBROS
precisamos muito de seu talento.

Vamos colocar dessa maneira: Para fazer

NA EQUIPE DE parte de uma equipe de louvor, a primeira


coisa que a pessoa precisa é talento musical.

LOUVOR Isso não quer dizer que o caráter não é


importante. Mas nosso trabalho é
essencialmente musical. Existem diversas
Por Fabiano Alves
outras tarefas na igreja que uma pessoa de
Qual é o principal requisito para bom caráter e nenhum talento musical pode
incluir alguém em minha equipe de realizar. Se incluirmos essa pessoa no
louvor? Como devo proceder para ministério de louvor, podemos estar
convidar alguém para fazer parte de privando-a de fazer parte daquilo que Deus
minha equipe de louvor? E se a realmente a criou para fazer. Fato é que a
pessoa não estiver musicalmente equipe de louvor é “desejada” por sua
pronta para a tarefa? exposição na principal reunião da maioria das
Constantemente nos deparamos com igrejas – o culto de domingo. Por isso
essas e outras perguntas em nossos devemos estar atentos.
seminários de treinamento. Essas são
dúvidas comuns aos nossos líderes de Um experiente líder de louvor e amigo meu
equipes de louvor. Quem nunca teve uma vez me disse: “Fabiano, tenha cuidado
que lidar com uma pessoa musicalmente em incluir pessoas em sua equipe, pois é
despreparada ou um grande músico de muito fácil colocar, mas incomparavelmente
caráter duvidoso? mais difícil tirar”. Com o tempo descobri que
ele tinha razão. Seguem então algumas dicas
A verdade é que preferimos, às vezes, para ajudá-lo nesse processo. Elas não
abaixar o volume do microfone de uma garantem 100% de acerto. Eu mesmo já me
pessoa que desafina muito a ter que arrependi por ter trazido algumas pessoas
dizer não a ela quando ela nos diz: para minha equipe. Contudo, aos poucos,
“Irmão, eu tenho um chamado para vamos ganhando discernimento no Senhor
louvor. Deus já me falou isso. Você pode para essa tarefa tão difícil, porém tão
me incluir na escala?” importante.
ANTES DE TUDO, CERTIFIQUE-SE DE QUE O CANDIDATO ESTEJA SENDO
PASTOREADO

Em nossa comunidade, o pastoreamento costuma acontecer no contexto do que


chamamos de grupos caseiros (pequenos grupos de discipulado e comunhão). Talvez
você não tenha informações suficientes sobre a vida do “candidato”, mas o líder dele
pode ajudar com isso. Então use esse recurso. Se essa pessoa não está engajada em
um processo de discipulado e pastoreamento em sua igreja, meu conselho é que você
não assuma o risco sem que antes saiba algumas questões importantes sobre ela como:
desejo de servir, capacidade de trabalho em grupo, submissão à liderança, coração para
adoração etc.

1) FAÇA UMA AUDIÇÃO MUSICAL


Se o candidato já canta ou toca em algum outro contexto, vá ouvi-lo e vê-lo em ação. Se
não, marque uma audição com ele. Você pode ter um músico experiente ao seu lado
para ajudá-lo. Ouça a pessoa com carinho e atenção. A partir dessa audição, você pode
lhe dar três respostas diferentes: “Você está pronto”, “você tem talento, mas precisa
estudar mais” ou “acho que música não é a sua aptidão”. Sei que isso é delicado.
Dependendo da resposta, o “candidato” pode ficar muito triste com você. É possível que
algumas pessoas passem a sentir raiva de você. Simplesmente faça sua parte, tratando
do assunto com a maior demonstração de carinho e amor possível. E entregue o resto a
Deus. Esteja tranquilo sobre o fato de que você irá ser muito mais útil ao “candidato” se
for sincero com ele. Incluir uma pessoa musicalmente despreparada pode se tornar uma
situação constrangedora para sua equipe, para a igreja e, o pior, pode expor o
“candidato” a situações desconfortáveis por causa das suas limitações.

2) INCLUA DE ACORDO COM A NECESSIDADE DA EQUIPE


Para que você não tenha dificuldade em organizar suas escalas, inclua pessoas apenas
nos lugares onde você está precisando. Cuidado para não desequilibrar sua equipe, por
exemplo, com um número muito grande de cantoras em relação aos cantores e músicos.
Tenha em mente quantas vagas você tem para cada área (baterista, baixista, guitarrista,
vocal masculino, vocal feminino etc.) e trabalhe dessa maneira.
3) PREPARE A SUA EQUIPE PARA RECEBER NOVOS
MEMBROS

Cuide para que a logística de funcionamento da equipe não funcione


apenas para músicos extremamente experientes porque, se agir
assim, você nunca terá lugar para novos.
Há alguns anos tínhamos uma equipe pequena, mas formada por
músicos experientes. Uma banda de adolescentes nasceu no meio
da igreja e logo me vi diante do desafio de trazê-los para nossa
equipe. Porém a estrutura era desapropriada para receber novos
membros. Um exemplo disso era o repertório, formado por um
número imenso de músicas e, muitas delas, muito antigas. Os
“meninos” teriam muita dificuldade em assimilar todo aquele
repertório. Minha decisão foi reduzi-lo. Junto com os outros ministros
de louvor da igreja, diminuí consideravelmente nosso repertório, e
assim o tornei mais acessível aos novatos. Essa e outras medidas
podem ser tomadas para tornar sua equipe acessível. Outra medida
que tomamos foi a de pedir para que os ministros de louvor
enviassem a lista de músicas a serem executadas no culto pelo
menos com três dias de antecedência. Essa medida também
facilitou para os novos. Com isso eles tinham mais tempo para se
preparar.

Concluindo, gostaria de encorajá-lo a ser um líder inclusivo.


Essa é uma tarefa desafiadora, talvez a mais difícil para um líder
de louvor, mas extremamente necessária e recompensadora.
Esteja atento, pois Deus estará levantando pessoas especiais a
sua volta o tempo todo. É preciso reconhecer isso e ser suporte
para o que Deus quer fazer através de outros.

Deus o abençoe.

Fabiano Alves
Pastor de louvor
O PODER DOS . Apesar de o teclado ser tão útil por causa
de sua versatilidade e abrangência de sons

TECLADOS
diferentes, isso pode se tornar um grande
revés nas mãos de um músico amador e, até
mesmo, de um pianista profissional. Saber
Por Paulo Lira
como utilizar o teclado em uma banda vai
Apesar de ser impossível precisar quando o
depender de vários fatores que devem ser
primeiro sintetizador foi criado, o instrumento
considerados, tais como: estilo musical de
que inspirou a criação dos teclados atuais foi
sua banda, estilo ou arranjo da música em
o órgão de tubos pela sua semelhança
questão e se sua banda tem um ou mais
estrutural. Provavelmente, o primeiro
instrumentos harmônicos além do teclado
instrumento que daria origem a história dos
como, por exemplo, o violão.
´synths´ foi o Telhamonium, inventado em
1897 pelo engenheiro Thadeus Cahill, que
Se sua banda tiver um segundo instrumento
pesava 200 toneladas e ocupava todo um
harmônico além do teclado, procure
andar de um prédio em Nova York.
observar o que os outros instrumentos
harmônicos estão fazendo.
Hoje podemos encontrar teclados que
carregam em si mesmos um estúdio de
Por exemplo, se o violão já está fazendo a
gravação completo, podendo até gravar
´levada´ da música, com acordes abertos,
sons acústicos e organizá-los em um
procure tocar com um timbre que soe
seqüenciador interno com poderosos
distinguível do violão e que não precise ser
recursos de edição. A verdade é que
tocado o tempo todo. Desta forma seu
atualmente os teclados são instrumentos tão
timbre somará ao do violão e permitirá que a
comuns em nosso meio que a impressão
música respire.
que temos é de que eles sempre existiram.
São instrumentos extremamente úteis nas
mãos de produtores musicais, arranjadores,
professsores e, claro, músicos.

Os teclados são tão versáteis que podem


ser tocados sozinhos como instrumento de
solo ou acompanhamento, como também
podem interagir com uma banda completa
preenchendo espaços na música com sons
de efeitos.
Caso os outros instrumentos harmônicos
O BOM USO DOS PEDAIS
deixem para os teclados o papel de fazer a
´levada´ da música, procure usar um timbre Ao tocar uma música com o timbre do piano,

como o do piano e deixe que a banda procure usar o pedal de sustain, pois todo

preencha os espaços, permitindo assim que piano possui um e usá-lo faz parte do

a música respire. instrumento. Se você não souber usá-lo,


procure a ajuda de um professor de piano
Tocar o tempo todo, além de prejudicar a para que o som não fique picado ou
dinâmica de uma música, desgasta o embolado.
frescor do som de seu instrumento. Tocar
apenas se for necessário tornará suas
idéias musicais mais ricas e possibilitará Pedais de expressão ou de volume também
que todos sejam ouvidos. são muito úteis para obter realismo na
execução e podem lhe dar mais liberdade,
Tome cuidado com o que você faz com a pois libera o uso das mãos em controles que
sua mão esquerda, especialmente se sua podem ser efetuados pelos pés.
banda já tiver um baixista. Deixe o baixo Muitos tecladistas usam o pedal de
para ele, pois desta forma o que o contra- expressão para controlar o som do segundo
baixo fizer vai soar limpo e claro. A layer (som que fica por baixo, como uma
alternativa é usar a mão esquerda para tocar segunda camada).
parte da harmonia distribuída nas duas
mãos.
COMO ESCOLHER UM INSTRUMENTO
Quanto aos timbres que devem ser usados, Mesmo na hora de adquirir um teclado essas
isso é uma questão de gosto e não há regra, coisas devem ser levadas em conta. Procure
a não ser o bom-senso. Caso você use comprar um teclado que possua: (a) entrada
timbres derivados de instrumentos acústicos para pedal de sustain; (b) teclas sensitivas
como o de uma flauta, por exemplo, procure (teclas que respondem a intensidade do
observar o que um flautista faz com o seu toque); (c) entrada e saída MIDI (MIDI
instrumento para que você não saia por aí IN/MIDI OUT); (d) timbres básicos que o
fazendo acordes com seu som de flauta — agradem como os de piano acústico, piano
não que haja algo de errado em fazer isso, elétrico (tipo Rhodes), órgão e pads (Warm
mas procure fazer com que sua imitação soe Pads).
realística.
Quanto à marca e modelo, procure comprar algo que seja acessível e que atenda as suas
necessidades, pois nem sempre o mais caro é o melhor. Mas dê preferência às marcas que
têm mais tradição no mercado — Korg, Roland, Yamaha, Kurzweil e Casio —, pois até a
disponibilidade de assistência técnica deve ser considerada.

Você vai encontrar teclados de segmentos e propostas distintas, e por isso é importante que
você identifique o propósito de seu uso (veja quadro ´Escolha o perfil do seu instrumento´).

TECLADOS X ARRANJOS
Devido à facilidade de poder ouvir e criar seqüências de timbres de toda espécie é que vemos
mais e mais arranjadores usando os teclados para produzir, e mais tecladistas se tornando
arranjadores e produtores. O processo de experimentação não tem limites. Contudo, é de
extrema importância que o tecladista faça suas experiências baseadas em seus conhecimentos
musicais.

No caso de um produtor ou arranjador que toque outro instrumento diferente do teclado ou


piano, é necessário que ele saiba tocar algum instrumento harmônico, como o violão. Portanto,
é necessário que ele possua conhecimentos de harmonia, arranjo, estilos e formas musicais,
além de uma boa noção do papel que os instrumentos que ele vai utilizar ocupam e como
devem ser executados. O estudo musical para quem quer se dedicar à música como
instrumentista, arranjador ou produtor deve fazer parte de sua vida — e não tem fim. Quanto
mais você conhece, mais você descobre que tem mais para aprender.

O LÍDER DE LOUVOR TECLADISTA


Liderar louvor e tocar teclado ao mesmo tempo não é uma tarefa fácil. Admiro os músicos que
fazem isso e, na verdade, tive a oportunidade e a honra de conhecer dois tecladistas-cantores
que se tornaram referência de músicos profissionais e de pessoas que dedicam suas vidas e
tudo o que fazem para o Reino de Deus: Gerson Ortega e Nilson Ferreira. Estes dois ministros
de música me mostraram que não só é possível tocar teclado e cantar ao mesmo tempo, mas é
possível fazer isso muito bem. Uma vez perguntei ao Nilson como ele conseguia cantar o tenor
e tocar teclado ao mesmo tempo, e ele me disse que para ele era só imaginar o som que você
gostaria de ouvir dos dois instrumentos (teclado e voz) como produto final e deixar seu corpo
(mãos e voz) fazerem o resto.
Isso exige muitas ´horas de vôo´ e uma grande
independência entre as funções dos dois instrumentos em
questão. Contudo, isso não é impossível e, na realidade, liderar
louvor com um instrumento nas mãos torna mais fácil para
conduzir sua equipe, pois a harmonia e as indicações das
seções musicais — refrão, estrofe etc. — estão em suas mãos.
Mas se em algum momento o instrumento atrapalhar sua
li¬derança no louvor, sugiro que você pare de tocá-lo naquele
momento e passe a liderar mais sua equipe, pois o período de
louvor não deve ser usado como um momento de estudo
pessoal.

MAIS DE UM
Em equipes ou bandas que têm dois (ou mais) tecladistas,
procure fazer como no caso do violão. Se um teclado estiver
tocando com timbre de piano, toque com qualquer outro timbre,
exceto piano. Parece óbvio, mas já vi equipes de louvor em
que os músicos estavam tão concentrados em tocar seu
próprio instrumento que se esqueceram de que estavam
tocando em um grupo, e não individualmente.

Não toque o tempo todo, e se for possível planeje com


antecedência o que os dois teclados devem fazer em cada
música. Lembre-se que quanto mais instrumentos sua banda
tiver, menos você vai tocar. Afinal, a banda deve soar como um
instrumento só, cada um no seu lugar, mesmo que para isso
seja necessário que você não toque em determinado momento.
Não tem problema. O importante é somar aonde for necessário
somar.
ESTUDO E PRÁTICA
Além do estudo musical formal, como o conhecimento teórico e a leitura de partituras, o
estudo ´popular´ também é importante. O músico completo é aquele que domina toda a
linguagem musical, seja através de partituras, cifras ou simplesmente a identificação das
notas pelo ouvir — o famoso ´tocar de ouvido´. Quanto mais o músico aprimorar todas as
facetas da linguagem musical disponíveis, melhor será sua própria compreensão musical
como também sua comunicação com outros músicos, sem falar de sua versatilidade como
instrumentista ou produtor musical-arranjador.

A música é uma arte que usa o sentido da audição para ser propagada, compreendida e
assimilada, portanto, antes de qualquer coisa, a música deve ser algo criado para ser
ouvido — e não debatido. Músicos que não têm interesse em desenvolver seu ouvido
musical e se prendem a simplesmente ler o que está escrito, estão limitando algo que a arte
veio para liberar: a criatividade.

Da mesma forma, quem só consegue tocar o que soa bem mas nem faz idéia do que está
fazendo, fica limitado por não ter segurança nenhuma, uma vez que o que ele toca não tem
fundamento algum. Pode até estar correto, mas lhe falta direcionamento, pois seu
conhecimento se baseia apenas em sua experiência.

É importante, sim, estudar a riqueza da música documentada em partituras, pois é a origem


do conhecimento da história musical da humanidade, assim como é importante não ficar
preso a isso e um dia perceber que o tempo passou, mas sua musicalidade está quatro
séculos atrasada.

Portanto, procure tocar tudo o que você escutar: jingles do rádio, vinhetas de TV, temas de
filmes, músicas de CDs, vinis, fitas cassetes, a música que toca em sua cabeça etc.
Procure também ler tudo que estiver ao seu alcance: exercícios técnicos, peças eruditas,
peças populares, temas folclóricos, hinários e uma infinidade de materiais disponíveis.
Lembre-se: o mundo musical é muito maior do que podemos imaginar e não dá para
prendê-lo na caixinha da comodidade, da miséria e da ignorância.
O INSTRUMENTO
O teclado é um instrumento completo, pois com ele você pode tocar a harmonia, o
contra-baixo e a melodia de uma música qual¬quer ao mesmo tempo,
independentemente do estilo. Por essa razão muitos compositores usam o piano ou os
teclados para compor ou arranjar suas canções, mesmo aqueles que não são pianistas
ou tecladistas. E é exatamente por isso que o teclado é um instrumento de fácil
utilização e adaptação em qualquer situação: sozinho ou em banda.

Ao mesmo tempo que o teclado é um instrumento que pode resolver o problema


sozinho, lembre-se que quanto mais instrumentos uma banda tiver, menos você vai
tocar. Em alguns casos, é melhor nem mesmo tocar. Nestes momentos, procure olhar
para seu teclado como um processador de efeitos sonoros — aquele som que aparece
não se sabe de onde e nem para onde foi, mas que acrescenta novidade ao arranjo de
forma discreta e original. A cereja no bolo!

Procure desenvolver na música que você toca a essência do conceito ´menos é mais´.
Este é um grande diferencial especialmente para os tecladistas que fazem parte de
equipes de louvor. Portanto, gaste tempo com seu instrumento pesquisando novos
sons, experimentando e criando novos timbres; Lembre-se que é você quem determina
o limite de sua música — pois para a música, criada por Deus, através de Deus e para
Deus, não há limites.

A ESCOLHA DO INSTRUMENTO
TECLADOS ARRANJADORES (conhecidos como teclados inteligentes). São teclados
que praticamente dispensam a banda, pois neles, com o aperto de um botão, você
consegue um arranjo completo com bateria, contra-baixo, guitarra, orquestra etc. Tudo
em um único instrumento. È o ´teclado faz tudo´! São bastante comuns em restaurantes,
bailes de formatura e escolas de teclado. Porém a qualidade de seus timbres deixam um
pouco a desejar.

SAMPLERS São teclados que possuem uma função bastante específica — criar
amostras de sons gerados por uma fonte externa. São ´copiadores de sons´. Se você
estiver pensando em usar seu teclado em um estúdio, esta seria sua melhor opção, pois
estes teclados podem copiar com fidelidade e alta qualidade qualquer som externo. Sons
de automóveis, instrumentos acústicos, animais, sons da natureza, sua própria voz etc.
Porém seu uso é bastante técnico e pouco prático se você precisa das coisas feitas sem
perder tempo, como trocar de timbre, por exemplo.

WORKSTATIONS são teclados que possuem ótimos timbres em grande quantidade (às
vezes milhares de sons). Os sons são, em sua maioria, produzidos sinteticamente, e não
acusticamente como é o caso do sampler. Porém, hoje são tão realísticos quanto estes.
Além disso, são mais fáceis de operar ao vivo por serem organizados em grupos —
pianos, cordas, baixos, sopros etc. — e possuem um seqüenciador interno que possibilita
gravar dezesseis ou mais canais de sons internos disponíveis nele.
.
SINTETIZADORES São teclados que simplesmente possuem timbres que podem ser
editados e armazenados em uma memoria RAM interna do instrumento. São
extremamente fáceis de usar por serem dedicados ao público que toca ao vivo e que não
pode perder tempo com programações feitas na hora no palco. Geralmente, seus
parâmetros para edição são de fácil acesso e visualização. Por não terem seqüenciador,
ritmos prontos com orquestra, nem o recurso de copiar amostras de sons externos é o
instrumento de menor custo hoje no mercado. No entanto, nem todos os modelos
possuem timbres de alta qualidade.

Paulo Lira é músico profissional, arranjador e produziu os álbuns ´Entrega´


,’Grande Deus´ e ‘Meu Respirar – Piano’ da VM Brasil.
A BATERIA NA realizadas as reuniões, o número de
pessoas que freqüentam os cultos, além

ADORAÇÃO de, muitas vezes, a falta de habilidade


das pessoas que tocam - que em diversos
casos ignoram a necessidade do estudo
Por Marcio Miguel do instrumento.

Muita gente afirma que existem duas


classificações para as pessoas que tocam A seguir, gostaria de citar alguns pontos

algum instrumento: os músicos e os que, a meu ver, são determinantes para o

bateristas. Outros afirmam a mesma idéia uso adequado da bateria no contexto

dizendo que o baterista é o cara que gosta congregacional.

de andar com os músicos.


A ESCOLHA DO INSTRUMENTO
Bateristas são geralmente taxados de
O primeiro passo para alguem ingressar
rebeldes, barulhentos, pessoas indomáveis.
no ministério de louvor - depois de ter o
Foram e até hoje são alvos de muita
aval de seu pastor - é dominar
observação dentro das igrejas. O pessoal
tecnicamente a área em que pretente
mais jovem tende a admirá-los, porém os
atuar.Ninguem confia a construção de um
mais idosos têm o profundo pavor e
prédio a um médico, economista ou
resistência quanto a sua inclusão na equipe
advogado, pois não têm conhecimento
de louvor.
técnico para isso.

No entanto, o que nós, bateristas, podemos


Da mesma forma, não cabe uma pessoa
fazer para nos tornarmos mais agradáveis e
que não tem habilidade com um
contribuir de uma forma construtiva com a
determinado instrumento desejar cupar a
igreja onde servimos?
função de músico.Infelizmente, isso
Existem diferentes pontos de vista em
acontece muito dentro das igrejas. É
relação ao uso ou não do instrumento na
imprescindível que o baterista busque o
igreja. uito embora eu seja baterista, em
acompanhamento de um professor
alguns casos acho dispensável o uso da
experiente, que lhe dará amplas condições
bateria, devido a fatores como a acústicas
de conhecer o instrumento.
do salão onde são
NA MEDIDA CERTA
Sem duvída, o bom - senso é o grande diferencial de um
músico disciplinado.É muito bom ver bateristas perfeitos
tecnicamentes tocar de maneira simples, valorizando a
nitidez da levada, mantendo o andamento sem variações,
tocando com dinânica, economizando notas e viradas e,
consequentemente, deixando a música soar da maneira
como ela pede.Em alguns casos, ter bom senso é não
tocar, pois algumas músicas pedem para que se substitua
a bateria por um simples chocalho.Ter bom senso é
escolher até o tipo de baqueta que deve ser usada em
uma determinada reunião. Antes de começar a tocar,
procure verificar qual é a real necessidade daquele
momento. Será que a reunião com 15 pessoas requer que
a beteria seja tocada? Será que um salão com telhados
de folha de zinco e com fiso frio, suporta uma bateria com
10 tambores, oito pratos e microfones em todas as peças?
Ter bom senso, no contexto que falamos, vai além de
como tocar e abrange toda a concepção de alguem que
pretende servir às pessoas com sua música.

ESPÍRITO DE EQUIPE
O baterista precisa saber qual é a sua função dentro de
um time. Durante o período de louvor, as pessoas da
congregação precisam ouvir nitidamente a voz de quem
está dirigindo a música, ou seja, da pessoa que está
cantando a melodia da música. A função do baterista,
juntamente com o baixista, é dar suporte para a banda;
tocar de maneira que a pessoa que está cantando possa
ser ouvida por toda a congregação; dar ritimo para que
todos toquem e cantem juntos. O baterista pode ser o
melhor músico da banda, porém se ele não for capaz de
cumprir seu papel, com certeza o máximo que poderá
fazer com todo seu talento será atrapalhar a banda toda.
O MÚSICO BATERISTA

Outra dica que me ajudou muito - e que geralmente funciona com os bateristas, segundo
seus próprios depoimentos - se refere ao fato de como estudar um outro instrumento
harmônico pode contribuir para o seu melhor desempenho. Particularmente, posso dizer
que estudar harmonia e tocar piano (mesmo que não muito bem!) me ajudou a
compreender as diferentes formas musicais, os estilos e pulsações, as diferentes faces
da dinâmica - isto é, quando suavizar; quando colocar mais notas; e quando deixar soar.

Trocando em miúdos, a harmonia e a percepção me auxiliam muito na hora de tocar.


Aprender a ler partitura foi outra grande conquista que me possibilitou compreender
rapidamente o que o arranjador está querendo. Fica mais fácil falar a mesma língua dos
pianistas, violonistas, baixistas, guitarristas e qualquer outro músico quando sabemos
exatamente o que eles estão dizendo em relação a compassos, duração das notas,
ligaduras e coisas desse tipo.

CUSTO X BENEFÍCIO

Escolher a bateria ideal e cuidar de sua manutenção são outras dificuldades dos
bateristas. Nem sempre os produtos importados significam garantia de boa compra.
Muitos fabricantes nacionais têm buscado a excelência - com êxito, em diversos casos -
dos produtos importados. Hoje é muito comum ver pratos "made in Brazil" com a mesma
sonoridade e acabamento dos pratos internacionais que estamos acostumados a comprar.
E o melhor: por um preço muito inferior.

Portanto, o maior desafio não é escolher qual marca comprar, qual a procedência do
material, mas sim escolher o instrumento que irá se adequar à estrutura do local onde
será utilizado. Procure otimizar o som do instrumento que você tem. Muitas vezes uma
simples troca de peles ou o uso de abafadores externos proporcionam grandes avanços
na busca pelo som ideal. Em salões pequenos, geralmente utilizamos baterias com
polegadas menores, por serem mais simples de afinar e proporcionarem volumes mais
equilibrados.
Em grandes templos, onde centenas de pessoas se reúnem, o mais adequado seria ter
uma bateria com tambores maiores, "microfonadas" por um técnico de som profissional,
que realmente entenda o que está fazendo. Em alguns casos, com revestimento acrílico
para impedir que os microfones da baterias interfiram nos vocais e vice-versa.

Finalizando, gostaria apenas de ressaltar a necessidade de entendermos qual é o nosso


papel dentro do Reino de Deus. Todo artista é influenciador e formador de opinião pelo
fato de estar em evidência. Essa realidade gera um grande compromisso de entender
qual é o nosso verdadeiro chamado dentro do ministério, pois através do nosso exemplo
podemos edificar tanto quanto destruir a vida de muitas pessoas que nos observam.
Precisamos entender que não estamos na igreja apenas para tocar, para ser notados,
nem para ter prestígio com as pessoas, mas sim para abençoar o próximo e cooperar
para edificação da igreja. O fato de tocarmos bateria (ou qualquer outro instrumento) é
apenas um talento muito especial que Deus colocou em nossas mãos para servirmos às
pessoas com alegria e gratidão.

Marcio Miguel, casado, é baterista da equipe de louvor da Comunidade Vineyard de


Piratininga (SP) e participou de todas as produções do Ministério Vineyard no
Brasil.
A FUNÇÃO DO Por algum tempo foi difícil para eu crer que o
Senhor não estava brincando sobre o meu

BACKING VOCAL
amor por cantar. Ao perceber que Ele havia
colocado esse desejo em mim com um
propósito, isso me trouxe muita alegria e
Por Jessie Lane Clarke
liberdade, e é claro me fez querer cantar
Eu tenho sido backing vocal em equipes de ainda mais. Eu sou muito grata a Deus por
louvor e em outras áreas por dez anos. É este dom. Desde que eu percebi que Ele
tanto tempo que isso se torna espantoso. Eu havia me dado este dom com um propósito,
me lembro que sempre quis ser cantora – eu tenho me conscientizado que Deus está
rodando pelo meu mundo com a minha investindo em mim e está me ensinando
escova de cabelo, colher, ou escova de sobre a adoração, e também me livrando
dente, cantando totalmente fora do tom, não das situações desagradáveis do caminho.
importando o que estivesse sendo tocado no
rádio. Quando éramos crianças, minha irmã Eu continuo cantando como uma backing
e eu nos deitávamos na cama imitando as vocal, e em certas ocasiões eu também
canções – uma tentando convencer a outra conduzo o louvor. Eu penso que o segredo
que aquela era a música que tínhamos para ser um bom cantor de backing vocal
ouvido no radio – e a minha irmã ficava é entender que a nossa voz é um
brava, pois ela estava cantando uma música instrumento e um dom.
e eu a interrompia cantando outra música,
mais alto ainda. Hoje em dia é o meu marido Você tem a oportunidade e o potencial de ter
Darren que fica chateado comigo quando eu um dom, e trazê-lo ás pessoas.
começo a cantar no meio das nossas
conversas – isto é muito desagradável, não
é? Eu estou tentando melhorar.

Entretanto, a verdade é que Deus me


planejou com esta paixão – quando eu
canto, eu sinto a satisfação do Senhor. Isso
me faz perceber que Deus tinha um plano ao
usar a minha voz, e todos esses anos depois
eu olho para trás e louvo mais ainda a Deus
por todas as oportunidades que ele tem me
dado.
Em primeiro lugar, a sua adoração é uma oferta ao Senhor. Como
membro de uma equipe de louvor, constantemente eu tenho que
estar certa que esta é a minha motivação principal, pois Deus
merece nada menos do que isso. É muito fácil mudar de direção em
relação a isso. Mas quando os nossos corações estão no lugar certo,
existe pouca pressão e há muita alegria. Deus então é glorificado.

Como uma cantora de backing vocal você é um suporte vital


para o líder de louvor.

Você também é um exemplo para toda a congregação seguir. Se eu


fosse transmitir as lições que eu tenho aprendido, seja através dos
meus próprios erros ou através da graça de aprender com os erros
dos outros, eu diria o seguinte: Ouça bastante! Ouça a banda e tudo
o que estiver acontecendo. Preste atenção e esteja aberto a
qualquer coisa que Deus queira falar ou fazer. Deixe de lado seus
interesses e aprenda a ceder Seja sensível ao líder de louvor –
obedeça à liderança dele ou dela – e siga o fluir do que Deus está
fazendo. Esteja certo de que você não está “tomando a frente” ou
travando uma batalha com o líder de louvor, seja musicalmente ou
por causa dos temas. Isto é crucial se você está fazendo as coisas
de boa vontade. Também seja sensível aos outros membros da sua
equipe e ao que eles estão fazendo.

Os choques ocorrem com muita facilidade. Lembre-se que há


momentos para cantar, e há momentos para permanecer em
silêncio. Faça muitas perguntas Preste atenção ao que líder deseja
em termos de improvisação, ás liberdades que devem ser tomadas e
ás contribuições proféticas – o que ele/ela querem e precisam de sua
parte? Proteja os seus relacionamentos dentro da sua equipe de
louvor. Seja um encorajador. Não subestime o poder da unidade
e dos relacionamentos que honram ao Senhor. Se você está
cantando com outros vocalistas, tenham um tempo para orarem
juntos. Isto tem feito muita diferença para mim todas às vezes.
Lembre-se que a sua voz é um instrumento. Não menospreze sua parte. Aproveite o
tempo para trabalhar as partes e as harmonias. Um bom vocal é crucial. As pessoas
seguem aquilo que elas estão conseguindo ouvir. Seja criativo com as suas harmonias
Procure não ficar preso a uma rotina. Entretanto, esteja ciente de que “ser mais criativo”
não significa “melhor”. Lembre-se de pensar no som como um todo, não apenas na sua
voz individualmente – você não está cantando sozinho – você é parte de uma equipe.
Ter essa sensibilidade fará com que você se diferencie como uma cantora de backing
vocal.

Saiba que o backing vocal é uma habilidade diferente do vocal principal. Só porque
você é capaz de fazer uma dessas habilidades bem, não significa que automaticamente
você pode fazer a outra (mas sabendo como fazer uma, isso pode lhe ajudar a fazer a
outra bem). Reconheça a diferença entre essas duas habilidades. Isso pode soar
comum, mas muitas pessoas pensam que só porque tem uma grande voz – afinação
perfeita, paixão, entonação – elas serão grandes cantoras de backing vocal. Não
necessariamente. Pessoas distraídas, fora de lugar, e que planejam atrair a atenção
para si mesmas são péssimas cantoras de backing vocal.

Ser Backing Vocal de um grupo de louvor é diferente de ser Backing Vocal de uma
banda “normal” Você não é uma estrela. Você não está se apresentando. Você é um
exemplo. Então, seja um bom exemplo de adorador no púlpito e fora dele. Demonstre
uma vida de adoração, envolva-se. Quando o líder disser “vamos dançar”, ou “vamos
entoar um cântico ao Senhor’, o seu papel é fazer isso! Faça o que tem que ser feito.
Dependendo de seu humor, isso pode ser difícil porque você quer ser real ali... mas a
sua prioridade é servir e liderar pelo exemplo”.

Proteja o seu instrumento Cuide da sua voz. Mas seja sensível, não se tornando um
chupador de pastilhas psicótico, ou um inimigo dos produtos feitos de leite, ou um
fanático que “deve sempre ter um humidificador de ambientes” que perdeu todo o senso
de perspectiva. É sempre bom ser equilibrado! Procure conhecer a sua voz, entender o
que é bom, o que te auxilia e o que não te faz bem – e se doer – PARE.

Uma palavra final Não se perca na adoração a ponto de não saber o que está
acontecendo ao seu redor (deixas, etc), mas ao mesmo tempo não fique tão preso à
música a ponto de perder o seu objetivo principal – adorar.
Seja você mesmo, mas seja profissional, e eu tenho que dizer... vista- se com
moderação. Lembre-se que todos não estão te olhando como você imagina. Tente abrir
os seus olhos ocasionalmente e você verá que todos NÃO estão olhando para você! Não
exija muito de si mesmo; relaxe e sinta a presença de Deus, sinta a alegria de Deus
sobre o Seu povo, veja o que Ele está fazendo com o Seu povo –é como se o Céu estive
aqui na Terra.

Jessie Clarke nasceu e foi criada na Inglaterra, mas se mudou para costa central da
Califórnia aos 19 anos. Jessie começou a cantar aos 16 anos, na sua Igreja natal, a
the St. Albans Vineyard, e começou a cantar com Matt Redman & Graham Ord no
final da adolescência. Desde então ela tem cantado em muitas gravações da VM
(USA) com Darren Clarke and Ryan Delmore, entre outros. Os Clarkes tem escrito
várias canções de adoração, incluindo ‘I love Your Presence’ .

A GUITARRA NO Apesar disso, a guitarra ainda é considerada


um instrumento relativamente novo. A cada dia

PERÍODO DE novas maneiras de se tocar são inventadas,


fazendo da guitarra um instrumento cada vez

LOUVOR
mais versátil.

Para ser um bom guitarrista nos dias de


Por Raphael Costa hoje não basta apenas fazer solos
'mirabolantes'. Um bom guitarrista é aquele
A guitarra definitivamente conquistou se que se preocupa com a sua sonoridade
u espaço. Hoje a guitarra está presente (timbre), que tem um bom conhecimento de
em quase todos os estilos musicais, do harmonia e que sabe exatamente qual é a
jazz ao rock e do reggae ao funk. sua função dentro de uma banda.
Guitarra x violão
Muita gente me pergunta se existe diferença entre guitarra e violão. Existe, e muita!
Apesar de teoricamente o violão e a guitarra serem 'iguais' (possuem seis cordas,
mesma afinação, mesmos acordes), na prática eles tem funções completamente
diferentes. O violão é usado (principalmente no contexto de louvor) como instrumento de
base, enquanto a guitarra é um instrumento de detalhes, a 'cobertura do bolo'. É claro
que existem momentos em que a guitarra faz a base, mas no geral, principalmente se
você tiver um piano ou um violão (ou os dois!), sua função será de preencher os espaços
deixados pelos outros instrumentos. Uma boa dica seria ouvir o que os outros músicos
estão tocando antes de decidir o que você vai tocar.

Base x solo
Na verdade, essa história de ter uma guitarrista somente para base e outro apenas para
solo praticamente não existe mais. O guitarrista moderno tem que estar preparado para
fazer bem as duas funções. Dificilmente alguém vai chamar um guitarrista apenas tocar
apenas solo. Lembre-se: a palavra chave para o guitarrista de hoje é versatilidade. Um
bom solo é mais do que saber qual escala usar é preciso entrar no clima da música,
captar a idéia e fazer o que a música está querendo comunicar. Por exemplo: se você
fizer um solo na música 'Me Derramar', é melhor ir por um caminho mais melodioso em
vez de querer mostrar todas as suas habilidades técnicas em oito compassos,
entendeu?

Segredos do bom guitarrista


Existem pessoas que tem maior facilidade em aprender um instrumento do que outras,
porem uma coisa que todo bom músico tem em comum são muitas horas de estudo. Não
existe fórmula mágica para aprender um instrumento, portanto minha dica é que todo
estudo seja acompanhado por um bom professor que vai saber direcionar corretamente
as técnicas que você deverá aprender no momento certo. Outra coisa importante é ter
humildade para saber que sempre temos muito que aprender com os outros. Humildade
é essencial para se desenvolver como músico.
A seguir, algumas dicas práticas para chegar lá:

1) Ouça muita música - Compre um bom fone de ouvido,


vá para seu quarto, apague a luz e ouça com muita atenção;

2) Ouça de tudo – Não tenha preconceito com algum estilo


musical, amplie seus horizontes. Em todos os estilos
musicais você vai encontrar música boa e música ruim;

3) Invista no seu equipamento – É muito melhor você ter


apenas uma boa guitarra, um bom amplificador e um bom
pedal delay do que ter um monte de equipamento ruim que
só vai ‘te dar dor de cabeça’.

4) Estude, estude, estude - Procure um bom professor,


bons músicos, freqüente cursos, clínicas e workshops
sempre que possível, mantenha-se atualizado;

5) Divirta-se - Nada disso faz sentido se tocar guitarra não


for algo prazeroso. Mantenha seu coração perto do Pai e o
adore com sua guitarra e com sua vida.

Raphael Costa é músico, arranjador e produtor. Ele


assina a produção do álbum Mais que Paixão do
ministério Vineyard Music Brasil ao lado de Amauri
Muniz, entre outros projetos já realizados.
Vineyard Music Brasil é o ministério de louvor e adoração das igrejas
da Vinha (Vineyard) no Brasil. Queremos influenciar a atividade da
adoração através da música, encorajando pessoas em toda parte a
buscar um relacionamento mais profundo com Deus.

Nossa missão:
1. Documentar a música de louvor e adoração da Vineyard no
Brasil;
2. Distribuir a música de louvor e adoração da Vineyard nos países de
língua portuguesa;
3. Equipar a Igreja com recursos de adoração que ajudem na busca
por intimidade com Deus;

OBRIGADO!

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