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Aula 03

Legislação Específica (Lei Orgânica e LC nº 840/2011) p/ Secretaria de Saúde-DF

Professor: Marcelo Kessler


Legislação Aplicada aos Servidores do DF
Teoria e exercícios comentados
Prof. Marcelo Kessler Aula 03

Olá colegas,

A ressaca da eliminação da seleção brasileira ainda está


doendo, né? Pelo menos agora vocês poderão focar ainda mais nos
estudos para o nosso concurso e, quem sabe, assistir a próxima Copa
lá na Rússia! rsrs

A aula de hoje tratará da tributação, do orçamento e da


ordem econômica do DF. É uma aula que tem muitos conceitos relaci-
onados a AFO, o que não cai na prova de vocês. Por isso mesmo acre-
dito que seja uma aula de menor importância, cuja matéria tem pou-
cas chances de figurar na nossa prova. Todavia, com a banca colocou
a LODF inteira no nosso conteúdo programático, temos que abordar
todos os dispositivos da Lei.

Então é isso... vamos direto a aula para concluir mais


um passo rumo à aprovação!

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Teoria e exercícios comentados
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AULA 03
Título IV – Da Tributação e do Orçamento do Distrito Federal
Título V - Da Ordem Econômica do Distrito Federal
SUMÁRIO PÁGINA
1. Da Tributação e do Orçamento do DF 02
2. Da Ordem Econômica do DF 19
4. Resumo 26
5. Questões comentadas 28
6. Lista das questões apresentadas 37
7. Gabarito 40

DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO DO DF

Dos Princípios Gerais

Para que possamos compreender melhor esse Título da


LODF, vamos buscar no art. 3º do Código Tributário Nacional o
conceito de tributos:

“tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em


moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não
constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobra-
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da mediante atividade administrativa plenamente vincu-


lada.”

Embora haja razoável controvérsia acerca dos elementos


que estariam abarcados pela definição de tributos, a LODF parece ter
adotado a escola tricotômica, a qual estabelece existirem três tipos de
tributos (impostos, taxas e contribuições de melhoria). Vamos definir
cada uma dessas três modalidades de tributos:

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 Impostos: tributo não vinculado cuja obrigação


tem por fato gerador uma situação independente
de qualquer atividade estatal específica, relativa
ao contribuinte, ou seja, o imposto não é devido
em função de uma contraprestação estatal
específica. Segundo a doutrina, a hipótese legal
de incidência dos impostos descreve um fato eco-
nômico concernente ao contribuinte. Para exempli-
ficar, o cidadão não paga IPVA porque o Estado
mantém conservadas as vidas públicas (contra-
prestação estatal específica), e sim porque possui
um carro (fato econômico concernente ao contri-
buinte).

 Taxas: diferentemente dos impostos, as taxas


constituem espécie de tributo vinculado, cujo pa-
gamento decorre de uma atividade estatal especí-
fica relativa ao contribuinte. Dessa forma, o cida-
dão pagará taxas em função de um serviço público
colocado a sua disposição (taxas de serviço, como
aquela paga para tirar a carteira de motorista, ta-
xa para expedição de certidões, etc.) ou em razão
do poder de polícia do DF (taxa de inspeção sani-
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tária, taxa de alvará de funcionamento, etc).

 Contribuição de Melhoria: modalidade extre-


mamente específica que, assim como as taxas, é
classificada como uma espécie vinculada de tribu-
to. Sua cobrança só poderá ser efetuada quando
houver valorização de imóveis particulares em
função da realização de obras públicas. Como
exemplo, suponhamos a situação em que a cons-

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trução de uma ponte valorize sobremaneira os


imóveis de determinado bairro (situação totalmen-
te hipotética para os moradores do final do lago
sul, rsrsrs). Nesse caso, o ente da federação res-
ponsável pela obra poderia cobrar contribuição de
melhoria dos donos dos imóveis valorizados. Im-
portante ressaltar que a parcela paga por cada um
dos beneficiados não poderia exceder à valorização
percebida pelo seu imóvel e que a soma das con-
tribuições também não poderia ser maior que o
montante investido na obra.

Agora que já temos conhecimento das três espécies de


tributos tratadas na LODF, vejamos o que o art. 125 da Lei Distrital
dispõe sobre elas:

Art. 125. Compete ao Distrito Federal instituir os seguintes


tributos:
I – impostos de sua competência previstos na Constituição
Federal;
II – taxas em razão do exercício do poder de polícia ou pela
utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos de sua
atribuição, específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte
ou postos a sua disposição;
III – contribuição de melhoria, decorrente de obras públi-
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cas.
§ 1º A função social dos impostos incorpora o princípio de
justiça fiscal e o critério de progressividade a ser observados
na legislação.
§ 2º Sempre que possível, os impostos terão caráter pes-
soal e serão graduados segundo a capacidade econômica
do contribuinte, facultado à administração tributária, espe-
cialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identifi-
car o patrimônio, rendimentos e atividades econômicas do
contribuinte, respeitados os direitos individuais e nos termos
da lei.

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§ 3º As taxas não poderão ter base de cálculo própria


de impostos.
§ 4º Nenhuma taxa, à exceção das decorrentes do exercício
do poder de polícia, poderá ser aplicada em despesas estra-
nhas aos serviços para os quais foi criada.
Delegação da capaci-
dade tributária (ativi- § 5º O Distrito Federal poderá, mediante convênio com a Uni-
dade de arrecadar
tributos) ão, Estados e Municípios, delegar ou deles receber encargos
de administração tributária.
Notem que se aplica § 6º O Distrito Federal poderá instituir contribuição cobrada
à previdência de ser-
vidores, e não previ-
de seus servidores para custeio, em benefício destes, de
dências privadas! sistema de previdência e assistência social.

Encerrando a seção que cuida dos princípios gerais,


temos aquela que talvez seja a informação mais importante da aula:
ao DF competem os impostos reservados aos Estados e aos
Municípios. Esse dispositivo é consectário lógico da lição que vimos
em aulas anteriores, a respeito das competências do DF – o DF
acumula as competências de Estados e Municípios.

Ao DF competem, cumulativamente, os impostos reservados


aos Estados e aos Municípios

Impostos estaduais Impostos Municipais


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ITCD – imposto por transmissão IPTU – imposto sobre propriedade


causa mortis e doação de quaisquer predial e territorial urbana;
bens e direitos;
ITBI – imposto sobre transmissão
ICMS – imposto sobre operações inter vivos, por ato oneroso, de bens
relativas à circulação de mercadorias imóveis e de direitos reais sobre
e sobre prestações de serviços de imóveis, exceto os de garantia, bem
transporte interestadual e intermu- como cessão de direitos a sua aqui-
nicipal e de comunicação; sição;

IPVA – imposto sobre propriedade ISS – imposto sobre serviços de


de veículos automotores. qualquer natureza.

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Das Limitações do Poder de Tributar

O art. 128 da LODF elenca diversos princípios que regem


a atividade de tributação, bem como limitações ao poder de tributar.
Podemos também considerar que esses princípios e limites ao poder
de tributar consubstanciam-se em direitos e garantias ao contribuinte,
uma vez que foram criados para evitar que o legislador, de forma
arbitrária, majorasse ou instituísse novos tributos pegando o
contribuinte “desprevenido” e interferindo em muitos de seus direitos
fundamentais, sobremaneira no direito de propriedade.

Vejamos os princípios expressos da LODF:

 Princípio da legalidade (art. 128, I, da LODF): é vedada a insti-


tuição ou majoração de tributos senão por meio de lei. Alguns au-
tores preferem chamá-lo de princípio da reserva-legal tributária,
uma vez que é exigida lei em sentido formal;
 Princípio da isonomia (art. 128, II, da LODF): é vedado instituir
tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em si-
tuação equivalente. Percebam que, caso os contribuintes não se
encontrem em situação equivalente, será permitido ao DF oferecer
tratamento diferenciado a eles – ideia central do princípio da iso-
nomia: igualdade entre iguais e desigualdade entre desiguais, no
limite de suas desigualdades.
 Princípio da irretroatividade tributária (art. 128, III, a, da
LODF): princípio fundado no corolário da segurança jurídica. Se-
gundo a norma, lei que institua tributo (ou aumente sua alíquota)
não poderá incidir sobre fato gerador anterior à sua entrada em
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vigência. Para ilustrar a situação, vamos a um exemplo bobo: o


governo decide instituir um imposto para aquisição de carros no-
vos. Tal imposto só poderá ser cobrado daqueles que adquirirem o
carro a partir da entrada em vigor da nova lei, não sendo possível
cobrá-lo de quem comprou carro anteriormente.
 Princípio da anterioridade do exercício financeiro (art. 128,
III, b, da LODF): Princípio que impede que lei que majore ou crie
novos tributos produza efeitos no exercício em que foi editada. As-
sim, não há restrições à publicação e à vigência da lei, mas a nor-
ma só poderá produzir efeitos em exercício financeiro posterior.
Existem tributos que não precisam observar esse princípio, mas

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como nenhum deles é de competência do DF, não vamos detalhar


a matéria.
 Princípio do não-confisco (art. 128, IV, da LODF): princípio bem
simples, que veda o caráter confiscatório dos tributos, ou seja,
proíbe que os valores dos tributos cobrados sejam muito altos, a
ponto de caracterizar o confisco dos bens do contribuinte. De acor-
do com o princípio do não-confisco, haveria um limite máximo (po-
rém indeterminado) que pode ser cobrado do cidadão contribuinte
a título de tributo.
 Princípio da liberdade de tráfego (art. 128, V, da LODF): a
nossa Constituição estabelece o direito de livre locomoção. Dessa
forma, qualquer tributo que tenha como fato gerador a simples
travessia de fronteiras intermunicipais ou interestaduais não será
permitido, posto que produziria efeitos impeditivos à livre circula-
ção de pessoas e objetos. Esse princípio não veda a tributação
em operações econômicas interestaduais, tal qual se dá com a
cobrança de ICMS.
 Princípio da não discriminação tributária (art. 128, VII, da
LODF): veda que sejam instituídas diferentes alíquotas sobre bens
e serviços em função de sua origem ou destino. Tal princípio tem
por objetivo evitar a guerra fiscal entre os Estados, o que ocasio-
naria a existência de zonas preferenciais de trânsito de mercadori-
as em detrimento de outras, ferindo o princípio federativo.
 Princípio da anterioridade nonagesimal (art. 128, § 5º, da
LODF): segundo esse princípio, a majoração e instituição de novos
tributos só poderá gerar efeito sobre os contribuintes após decorri-
do o prazo de 90 dias da publicação da lei que instituiu as novas
regras. No caso específico das contribuições para a seguridade so-
cial – de que trata o art. 128, § 5º, da LODF –, aplica-se apenas o
princípio da anterioridade nonagesimal. Todavia, para os demais
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tributos, ressalvadas as exceções que vocês estudarão no âmbito


do curso de Direito Constitucional, o princípio da anterioridade no-
nagesimal é aplicado em conjunto com o princípio da anterioridade
do exercício financeiro.

Ainda na seção que cuida das limitações ao poder de


tributar, temos também as hipóteses de imunidades. Da mesma forma
que os princípios acima estudados, vocês perceberão que as
imunidades contidas na LODF são, em essência, as mesmas que a CF
prevê em seu bojo.

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E não poderia ser diferente, uma vez que as imunidades


nada mais são do que limitações ao poder de tributar, ou seja, estão
relacionadas às competências tributárias, as quais estão delimitadas
pela CF. Dessa forma, considerando que a matéria será
detalhadamente abordada no curso de Direito Constitucional, veremos
o tema de forma resumida:

Art. 128. Sem prejuízo de outras garantias assegu-


radas ao contribuinte, é vedado ao Distrito Federal:
A chamada imunidade recíproca.
Estende-se às autarquias e às
(...)
fundações dos respectivos entes
da federação. A citada imunidade
VI – instituir impostos sobre:
alcança patrimônio, renda e ser-
a) patrimônio, renda ou serviços da União, Estados e
viços vinculados a suas finalida-
des essenciais ou delas decor- Municípios;
rentes. Não alcança patrimônio,
renda e serviços relacionados b) templos de qualquer culto;
Não alcança
com a exploração de atividades
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políti- os sindicatos
econômicas.
patronais,
cos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais apenas os
dos trabalhadores, das instituições de educação e as- de trabalha-
dores
sistência social sem fins lucrativos, atendidos os
requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a
sua impressão

Primeiramente, notem que o inciso VI não fala em


tributos, limitando-se a dispor sobre impostos. Daí concluímos que as
imunidades tributárias constantes da CF e reproduzidas na LODF
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impedem a cobrança de IMPOSTOS de determinadas entidades ou


sobre determinados produtos, não havendo restrições à cobrança de
taxas ou contribuições de melhoria.

As imunidades sobre patrimônio, renda ou serviços de


templos de qualquer culto, de partidos políticos e suas fundações, de
entidades sindicais e de instituições de educação e assistência social
sem fins lucrativos também estão limitadas às suas atividades
finalísticas. Assim, se determinada igreja presta, no estacionamento

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de sua propriedade, serviços de lava-jato ou se um partido político


possui um imóvel alugado para um particular, os impostos cabíveis
incidirão normalmente sobre o serviço/patrimônio diverso da atividade
precípua da entidade possuidora de isenção.

Já no que diz respeito à imunidade que recai sobre


livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão,
importante ressaltar que se restringe aos produtos elencados na
LODF, não podendo ser estendida à tinta utilizada na impressão ou a
mídias digitais de conteúdo literário, por exemplo.

IMUNIDADES (apenas para IMPOSTOS)

Imunidade Recíproca: alcança o patrimônio, renda ou serviços da União,


Estados e Municípios, inclusive das autarquias e fundações do Poder Públi-
co, desde que relacionados às suas atividades precípuas. Patrimônio, renda
e serviços ligados à exploração econômica não são contemplados com a
isenção.

Imunidade Religiosa: incide sobre templos de qualquer culto. Também


está adstrita ao patrimônio, renda ou serviços essenciais relacionados à
atividade religiosa exercida pelo templo.

Imunidade dos partidos políticos, das entidades sindicais dos tra-


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balhadores, das instituições de educação e assistência social sem


fins lucrativos: abrange o patrimônio, renda ou serviços dos partidos polí-
ticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores,
das instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos, aten-
didos os requisitos da lei. Notem que existem requisitos a serem atendidos
para que as entidades sejam beneficiadas pela imunidade. Assim como nos
demais casos, apenas o patrimônio, a renda e os serviços essenciais à ati-
vidade finalística das entidades serão alcançados pela imunidade.

Imunidade cultural: imunidade sobre livros, jornais, periódicos e o papel


destinado a sua impressão. Limita-se aos produtos elencados, não alcan-
çando tinta de impressão ou mídias digitais, por exemplo.

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Além das imunidades, a LODF também prevê a


possibilidade de que sejam concedidas isenções, reduções ou
aumentos de tributos, desde que decorrentes de lei. Essas medidas
são instrumentos de fomento do Estado, que poderá isentar ou reduzir
a carga tributária incidente sobre determinados serviços que deseja
incentivar, ou aumentar os tributos que incidem sobre determinada
prática que pretende desestimular.

Com exceção à isenção relacionada às operações de


transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária, a
qual já possui amparo na LODF, as demais isenções, anistias e remissões
deverão obedecer a alguns requisitos, quais sejam:

I – só poderão ser concedidos ou revogados por meio de lei


específica, aprovada por dois terços dos membros da
Câmara Legislativa, obedecidos os limites de prazo e valor;
II – não serão concedidos no último exercício de cada
Art. 135 (...)
5º Observar-se-á a lei com-
legislatura, salvo os benefícios fiscais relativos ao imposto
plementar federal para: sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre
(...)
ICMS
prestações de serviços de transporte interestadual e intermu-
VII – regular a forma como,
mediante deliberação dos
nicipal e de comunicação, deliberados na forma do inciso VII
Estados e do Distrito Fede- do § 5º do art. 135, e no caso de calamidade pública, nos
ral, isenções, incentivos e termos da lei;
benefícios fiscais serão
concedidos e revogados. III – não serão concedidos às empresas que utilizem em
seu processo produtivo mão-de-obra baseada no trabalho de
crianças e de adolescentes, em desacordo com o disposto no
art. 7°, XXXIII, da Constituição Federal.
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Parágrafo único. Os convênios celebrados pelo Distrito Federal


na forma prescrita no art. 155, § 2º, XII, g, da Constituição
Federal, deverão observar o que dispõe o texto constitucional
e legislação complementar pertinente.

Dos Impostos do DF

Pessoal, os arts. 132 a 141 da LODF versam sobre os


impostos que competem ao Distrito Federal e algumas particularidades
sobre eles. Não acho proveitoso tratar individualmente cada um dos

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impostos, visto que não existem pontos relevantes em relação à


legislação existente nas demais unidades da federação. Ademais, não
encontrei nenhuma prova que abordasse esses tópicos. Dessa forma,
pedirei que vocês deem uma olhada em tais artigos e, havendo
dúvidas, utilizem o nosso fórum de perguntas.

Acredito que o mais relevante sobre esse assunto seja


que vocês saibam que o DF terá competência para instituir os tributos
estaduais e municipais, conforme visto no início da aula. São eles:

Ao DF competem, cumulativamente, os impostos reservados


aos Estados e aos Municípios

Impostos estaduais Impostos Municipais

ITCD – imposto por transmissão IPTU – imposto sobre propriedade


causa mortis e doação de quaisquer predial e territorial urbana;
bens e direitos;
ITBI – imposto sobre transmissão
ICMS – imposto sobre operações inter vivos, por ato oneroso, de bens
relativas à circulação de mercadorias imóveis e de direitos reais sobre
e sobre prestações de serviços de imóveis, exceto os de garantia, bem
transporte interestadual e intermu- como cessão de direitos a sua aqui-
nicipal e de comunicação; sição;
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IPVA – imposto sobre propriedade ISS – imposto sobre serviços de


de veículos automotores. qualquer natureza.

Da Repartição das Receitas Tributárias

Além das taxas, das contribuições de melhoria – se


existentes – e do resultado da arrecadação dos impostos acima
elencados, constituem receita tributária do DF:

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 100% do imposto de renda incidente na fonte sobre os ren-


dimentos pagos, a qualquer título, pelo Distrito Federal,
suas autarquias e pelas fundações que instituir e mantiver;
 20% do produto da arrecadação do imposto residual que a
União instituir (art. 154, I, da Constituição Federal, que atribui
competência tributária residual à União);
 50% do produto da arrecadação do imposto da União sobre a
propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis nele situa-
dos. Caso o DF opte por fiscalizar e arrecadar tal imposto, terá di-
reito a 100% da arrecadação.
 a parcela que lhe couber do Fundo de Participação dos Municí-
pios – FPM – e do Fundo de Participação dos Estados e do DF –
FPE;
 a parcela que lhe couber, proporcional a exportação de produtos
industrializados, do montante de 10% do IPI;
 100% do IOF sobre o ouro.

Das Finanças Públicas

Não são muitos os pontos importantes relacionados às


finanças públicas para a nossa prova.

Quando vocês estudam AFO, aprendem a diferença do


orçamentário para o financeiro. Enquanto o aspecto orçamentário está
mais ligado ao planejamento e à autorização, a questão financeira está
relacionada à concretização, ao dinheiro propriamente dito. Se
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estamos falando de financeiro, precisamos saber de onde vem o


dinheiro que será utilizado pela Administração Distrital, ou seja, o que
compõe a receita pública. Segundo a LODF, a receita pública será
constituída por:

I – tributos;
II – contribuições financeiras e preços públicos;
III – multas;
IV – rendas provenientes de concessão, permissão, ces-
são, arrendamento, locação e autorização de uso;

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V – produto de alienação de bens móveis, imóveis, ações


e direitos, na forma da lei;
VI – doações e legados com ou sem encargos;
VII – outras definidas em lei.

Vejam que o dispositivo da LODF que elenca as parcelas


que compõem a receita pública prescinde de maiores comentários.
Observem apenas que o inciso I, ao elencar “tributos” se refere à todo
aquele montante que vimos anteriormente, o qual engloba os tributos
arrecadados pelo DF e aqueles outros (100% do imposto de renda
sobre os rendimentos pagos pelo DF, 20% dos impostos residuais,
etc.)

Além disso, acredito ser suficiente que temos três


pontos importantes:

1 - O Banco de Brasília – BRB – é o agente


financeiro do tesouro do DF e o organismo fundamental de
fomento da região. É lá que ficará depositado todo o produto da
arrecadação de toda e qualquer receita do DF. Também será no BRB
que depositadas e movimentadas as disponibilidades de caixa e os
recursos colocados à disposição das Administrações Direta e Indireta
distritais. E os pagamentos dos servidores e empregados? “(...) serão
efetuados pelo Banco de Brasília – BRB –, para concretizar-lhe e
preservar-lhe a função social.” Para facilitar, podemos considerar que
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toda a movimentação financeira do DF será realizada pelo BRB;

2 – Os recursos financeiros correspondentes às dotações


orçamentárias da CLDF e do TCDF serão repassados aos respectivos
órgãos em duodécimos, até o dia 20 de cada mês – por isso vocês
receberão o salário de vocês no dia 20 de cada mês!;

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3 – Serão objeto de Lei complementar, observada a CF,


a legislação federal e as resoluções do Senado Federal, os normativos
que versem sobre:

I – finanças públicas;
II – emissão e resgate de títulos da dívida pública;
III – concessão de garantia pelas entidades públicas do
Distrito Federal;
IV – fiscalização das instituições financeiras do Distrito
Federal

Do Orçamento

Pessoal, não iremos abordar detalhadamente a


matéria relativa ao orçamento constante da LODF porque a grande
maioria de seus dispositivos é mera reprodução do que é veiculado
pela Constituição Federal. Dessa forma, o assunto será abordado de
forma completa pelo professor de Administração Financeira e
Orçamentária, pessoa muito mais preparada para dispor sobre o tema
do que esse que vos fala (ou escreve, rsrs).

Dessa forma, especialmente nesse tópico, nos ateremos


realmente apenas às peculiaridades da LODF, que são poucas. Sob
esse prisma, gostaria de ressaltar os arts. 147 e 148, que trazem uma
definição do que seria o orçamento e uma consideração importante
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sobre as Administrações Regionais:

Art. 147. O orçamento público, expressão física, social,


econômica e financeira do planejamento governamental, será
documento formal de decisões sobre a alocação de recursos e
instrumento de consecução, eficiência e eficácia da ação go-
vernamental.
Art. 148. Na elaboração de seu orçamento, o Distrito Federal
destinará anualmente às Administrações Regionais recur-
sos orçamentários em nível compatível, com critério a ser de-
finido em lei, prioritariamente para o atendimento de despe-
sas de custeio e de investimento, indispensáveis a sua ges-
tão.

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Parágrafo único. Para os fins preconizados no caput, as


Regiões Administrativas constituem-se individualmente
em órgãos.

Achei interessante ressaltar o art. 147 porque, ao


contrário do que acontece na CF, a LODF traz explicitamente um
conceito de orçamento, o qual poderia ser tranquilamente objeto de
cobrança em prova.

O mesmo acontece com o parágrafo único do art. 148.


Segundo o dispositivo, ao elaborar o orçamento, o Governo deverá
destinar recursos às Administrações Regionais e, para esse fim, elas
deverão ser consideradas como órgãos. Esse dispositivo vai ao
encontro do que tratamos em aula pretérita, em que falamos que, em
função da vedação à divisão do DF em Municípios, foi realizada a
desconcentração territorial da Administração, mediante a criação das
Regiões Administrativas. OBS: não se esqueçam que o termo utilizado
pela LODF é “descentralização administrativa”, embora trate-se de
hipótese de desconcentração.

Feita essa consideração, voltemos ao Orçamento. Leis


de iniciativa do Governador estabelecerão:

 Plano Plurianual – PPA;


Leis Ordinárias, de
 Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO;
iniciativa do Poder
Executivo.  Lei Orçamentária Anual – LOA.
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O PPA, o qual conterá as diretrizes, objetivos e metas


(DOM) da Administração Pública do DF no horizonte de 4 anos,
possui uma peculiaridade em relação ao âmbito Federal. Vejamos o
que dispõe o §2º do art. 149:
O PPA deverá:
1 – ser compatível com o Pla-
§ 2º A lei que aprovar o plano plurianual, compatível
no Diretor de Ordenamento com o plano diretor de ordenamento territorial, es-
Territorial; tabelecerá, por região administrativa, as diretrizes,
2 – dispor, de forma regionaliza-
objetivos e metas, quantificados física e financeiramen-
da, por região administrativa,
sobre as diretrizes, os objetivos e te, da administração pública do Distrito Federal, no hori-
as metas da administração públi- zonte de quatro anos, para despesas de capital e outras
ca distrital.

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delas decorrentes, bem como as relativas a programas


de duração continuada, a contar do exercício financeiro
subseqüente.

A LDO, a qual deverá ser compatível com o PPA, conterá


as metas e prioridades (MP) da Administração Pública Distrital para o
exercício financeiro subsequente, não havendo nenhuma peculiaridade
da LDO distrital em face da LDO federal que mereça ser resalvada.
Dessa forma, a LDO distrital, tal qual a federal, deverá:

 incluír as despesas de capital para o exercício financei-


ro subseqüente;
 orientar a elaboração da lei orçamentária anual;
 dispor sobre as alterações da legislação tributária;
 estabelecer a política tarifária das entidades da admi-
nistração indireta e a política de aplicação das agências
financeiras oficiais de fomento;
 definir a política de pessoal a curto prazo da adminis-
tração direta e indireta do Governo.

Já a LOA distrital, assim como a federal, será composta


pelos:

I - o orçamento fiscal referente aos Poderes do Distrito


Federal, seus fundos, órgãos e entidades da administra-
ção direta e indireta, inclusive fundações instituídas ou
mantidas pelo Poder Público;
II - o orçamento de investimento das empresas em
02763616100

que o Distrito Federal, direta ou indiretamente, detenha


a maioria do capital social com direito a voto;
III - o orçamento de seguridade social, abrangidas
todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da admi-
nistração direta e indireta, bem como os fundos e funda-
ções instituídos ou mantidos pelo Poder Público.

Tal qual o PPA, a LOA possui peculiaridades em função


da divisão do DF em Regiões Administrativas. Vejamos o que dispõe §
7º do art. 149:

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§ 7º Integrarão o projeto de lei orçamentária, além da-


queles definidos em lei complementar, demonstrativos
específicos com detalhamento das ações governamen-
tais, dos quais constarão:
I - objetivos, metas e prioridades, por Região Admi-
nistrativa;
II - identificação do efeito sobre as receitas e despesas,
decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e
benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia,
referidos no art. 131;
III - demonstrativo da situação do endividamento, no
qual se evidenciará para cada empréstimo o saldo deve-
dor e respectivas projeções de amortização e encargos
financeiros correspondentes a cada semestre do ano da
proposta orçamentária.
(...)
§ 10. O orçamento anual deverá ser detalhado por
Região Administrativa e terá entre suas funções a re-
dução das desigualdades inter-regionais

Outra peculiaridade do processo orçamentário distrital


em relação ao federal está na matéria atinente às datas de envio e
devolução dos projetos de lei. Para facilitar a comparação, vamos
resumir a matéria na tabela a seguir:

02763616100

Distrito Federal União


envio devolução envio devolução
Apenas no pri-
meiro ano do PPPA 1º/08 15/12 31/08 22/12
mandato
PLDO 15/05 30/06 15/04 17/07
PLOA 15/09 15/12 31/08 22/12

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Enquanto na União, a sessão legislativa não será interrompida sem a vota-


ção do projeto de LDO, no Distrito Federal regra similar se aplica à votação
do projeto de LOA. Assim, no DF a sessão legislativa não será inter-
rompida sem a votação do projeto de LDO e também não será en-
cerrada sem a votação do projeto de LOA.

Por fim, considerando os grandes problemas já


verificados em todas as esferas da federação relacionadas às verbas
de publicidade, a LODF trouxe dispositivo que, ao consagrar o princípio
da transparência, busca mitigar a malversação dos recursos públicos:

§ 9º As despesas com publicidade do Poder Legislati-


Essa regra sobre a destina- vo e dos órgãos ou entidades da administração direta e
ção mínima de 10% para indireta do Poder Executivo serão objeto de dotação
veículos alternativos de orçamentária específica, destinando-se, no mínimo,
comunicação foi recente-
dez por cento do seu total para contratação de veícu-
mente colocada na LODF,
por meio da Emenda à
los alternativos de comunicação comunitária im-
LODF nº 74, a fim de fo- pressa, falada, televisada e online sediados no Dis-
mentar o crescimento des- trito Federal.
ses meios de comunicação.

DA ORDEM ECONÔMICA DO DF
02763616100

Dos Princípios Gerais

O artigo 158 elenca traz informações importantes sobre


a ordem econômica. Observemos o seu enunciado:

Art. 158. A ordem econômica do Distrito Federal, fun-


dada no primado da valorização do trabalho e das
atividades produtivas, em cumprimento ao que esta-
belece a Constituição Federal, tem por fim assegurar
a todos existência digna, promover o desenvolvi-
mento econômico com justiça social e a melhoria

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da qualidade de vida, observados os seguintes prin-


cípios:
I - autonomia econômico-financeira;
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
IV - livre concorrência;
V - defesa do consumidor;
VI - proteção ao meio ambiente;
VII - redução das desigualdades econômico-sociais;
VIII - busca do pleno emprego;
IX - integração com a região do entorno do Distrito Fe-
deral;
X – fomento à inovação, dando-se prioridade à pesquisa
em desenvolvimento científico e tecnológico superior e,
principalmente, ao ensino técnico profissionalizante
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício
de qualquer atividade econômica, independentemente de
autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previs-
tos em lei.

Vejam que o mesmo dispositivo elenca os fundamentos,


os objetivos (ou fins) e os princípios que regem a atividade econômica.
Vamos separá-los para facilitar o entendimento de todo o artigo:

02763616100

ORDEM ECONÔMICA
Fundamentos Objetivos (fins) Princípios

valorização do traba- assegurar a todos autonomia econômico-financeira;


lho e das atividades existência digna; propriedade privada;
produtivas promover o desenvol- função social da propriedade;
vimento econômico
livre concorrência;
com justiça social;
defesa do consumidor;
melhoria da qualidade
de vida proteção ao meio ambiente;
redução das desigualdades econômico-
sociais;

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busca do pleno emprego;


integração com a região do entorno do Dis-
trito Federal;
fomento à inovação, dando-se prioridade à
pesquisa em desenvolvimento científico e
tecnológico superior e, principalmente, ao
ensino técnico profissionalizante

Não vejo como necessários maiores esclarecimentos


acerca dos fundamentos e dos objetivos da ordem econômica do DF.
No que diz respeito aos princípios, chamo atenção para o princípio da
autonomia econômico financeira, uma vez que este diverge do
estabelecido pela CF, que elenca a soberania nacional como um de
seus princípios. Inclusive, vocês já devem ter percebido uma questão
que relacione qualquer tipo de soberania com o DF provavelmente
estará errada.

Também é importante que vocês tenham atenção para o


princípio da integração o com a região do entorno do DF. Não é a
primeira vez que vimos dispositivo que verse sobre a matéria, sendo
imprescindível que vocês tenham em mente que, embora não pertença
ao território do DF, o entorno deve ser considerado quando da
elaboração das políticas públicas em âmbito distrital.

Feitas essas considerações iniciais, vamos às formas de


atuação do Estado na economia. O Poder Público poderá atuar de
02763616100

forma direta (por meio de pessoas jurídicas por ele constituídas) ou


de forma indireta (exercendo atividade de incentivo – positivo ou
negativo -, fiscalização e planejamento) na economia. A atuação de
forma direta é menos comum, uma vez que o Estado não é (ou não
deveria ser) um empresário. Todavia, por vezes é necessária a
atuação direta do Poder Público na economia e, no do DF, o art. 159
da LODF elenca as situações em que isso se faz necessário:

Art. 159. O Poder Público só participará diretamente na


exploração da atividade econômica nos casos previs-

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tos na Constituição Federal e, na forma da lei, como


agente indutor do desenvolvimento sócio-econômico do
Distrito Federal, em investimentos de caráter estra-
tégico ou para atender relevante interesse coleti-
vo.

§ 1º A empresa pública, a sociedade de economia mista


e outras entidades que explorem atividade econômica
sujeitam-se ao regime jurídico próprio das empre-
sas privadas, inclusive quanto às obrigações trabalhis-
tas e tributárias.
§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia
mista não poderão gozar de privilégios fiscais que não
sejam extensivos às do setor privado.
§ 3º Na aquisição de bens e serviços, os órgãos da ad-
ministração direta e indireta, sem prejuízo dos princípios
da publicidade, transparência das contas públicas, legi-
timidade e economicidade, darão tratamento prefe-
rencial, nos termos da lei, a atividades econômicas
exercidas em seu território e, em especial, a empre-
sas brasileiras de capital nacional.

Dessa forma, sempre que o setor privado não se


interessar por determinada área necessária ao bem estar da população
ou quando determinado setor for estrategicamente interessante para o
poder público, este poderá atuar diretamente na economia (exemplos
no DF: BRB, Terracap, Novacap, etc.) 02763616100

Notem que nos casos em que o Estado optar por atuar


diretamente na ordem econômica por meio de suas empresas, estas
estarão submetidas às mesmas obrigações e deveres que as empresas
privadas, não gozando de benefícios que não sejam extensíveis às
demais. Isso ocorre porque, caso as empresas do governo possuíssem
vantagens não percebidas pelas empresas privadas, seria criada um
cenário de quebra de isonomia e desestímulo à participação do setor
privado na economia nacional.

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Na verdade, o que acontece é que as empresas públicas


e sociedades de economia mista que atuam no mercado acabam
sofrendo certa desvantagem em relação às empresas do setor privado
que com elas competem. Isso porque o regime jurídico observado
pelas empresas integrantes da Administração Pública é
predominantemente privado, sendo ainda impostas, ainda que de
forma menos rigorosa, algumas regras do setor público (licitação e
admissão por concurso público, por exemplo).

Para finalizar a questão da atuação direta do Estado na


economia, vejamos duas regras que devem ser observadas pelas
empresas públicas e sociedades de economia mista constituídas pela
Administração Distrital:
Essa regra não é aplicável às I - composição de pelo menos um terço da diretoria
instituições FINANCEIRAS
controladas pelo DF. Nesse
executiva por representantes de seus servidores,
caso específico, será escolhidos pelo Governador entre os indicados em lista
FACULTADA a participação tríplice para cada cargo, mediante eleição pelos servido-
de um empregado público no res, atendidas as exigências legais para o preenchimento
Conselho de Administração.
dos referidos cargos;
II - assinatura de contratos de gestão que estabele-
çam metas de desempenho e responsabilidade, bem
como assegurem a autonomia necessária ao alcance dos
resultados estabelecidos.

No que diz respeito à atuação indireta do Estado na


economia exercendo as funções de planejamento, incentivo e
fiscalização. Nesse contexto, lei deverá dispor sobre as diretrizes do
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planejamento governamental do DF, o qual deverá incorporar e


compatibilizar os seguintes instrumentos/ações:

Leis Complementares  o Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT) e


os Planos de Desenvolvimento Local (PDLs);
 as ações de integração com a região do entorno do
Distrito Federal;
 o plano plurianual;
 as diretrizes orçamentárias;
 o orçamento anual.

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Bom... já vimos em tópico precedente aspectos sobre o


PPA, a LDO e a LOA. No que diz respeito ao PDOT e aos PDLs, embora
a LODF reserve grande atenção ao tema, os artigos que detalham os
referidos instrumentos não constam do nosso edital. Dessa forma, não
precisamos saber detalhes sobre os citados planos, bastando para a
nossa prova o seguinte:

 O PDOT é o instrumento básico da política de expan-


são e desenvolvimento urbanos, de longo prazo (vi-
gência de 10 anos, com possibilidade de revisão a cada
5 anos) e natureza permanente;
 Os PDLs são instrumentos complementares da po-
lítica de expansão e desenvolvimento urbanos do DF
 As ações de integração com a região do entorno do
Distrito Federal são constituídas pelo conjunto de po-
líticas para o desenvolvimento das áreas do en-
torno, com vistas a integração e harmonia com o
Distrito Federal, em regime de corresponsabilidade
com as unidades da Federação às quais perten-
cem, preservada a autonomia administrativa e finan-
ceira das unidades envolvidas.

Pessoal, encerramos por aqui a nossa aula. Os arts. 176


a 199, embora constem do nosso edital, prescindem de maiores
esclarecimentos (e para ser bem sincero, são de menor relevância,
sendo raríssimamente abordados em provas de LODF). Dessa forma, a
fim de poupar o precioso tempo de vocês, sugiro que façam uma
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rápida leitura desses dispositivos na véspera da prova, só para saber


que eles existem.

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Enfim, acabamos! Como eu disse no começo da aula,


tenham certeza de que essa é uma das partes da matéria menos im-
portante para a nossa prova. A parte que cuida do orçamento é bas-
tante relevante para AFO, mas não para LODF! Vocês notarão isso na
nossa bateria de exercícios de hoje, que mesmo contendo exercícios
de outras bancas, é bastante menor que as anteriores.

No mais, já sabem, né!? Quaisquer dúvidas, entrem em


contato por meio do fórum ou pelo e-mail

marcelokessler@estrategiaconcursos.com.br

Abraços e bons estudos!

02763616100

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RESUMO
Ao DF competem, cumulativamente, os impostos reservados
aos Estados e aos Municípios

Impostos estaduais Impostos Municipais

ITCD – imposto por transmissão IPTU – imposto sobre propriedade


causa mortis e doação de quaisquer predial e territorial urbana;
bens e direitos;
ITBI – imposto sobre transmissão
ICMS – imposto sobre operações inter vivos, por ato oneroso, de bens
relativas à circulação de mercadorias imóveis e de direitos reais sobre
e sobre prestações de serviços de imóveis, exceto os de garantia, bem
transporte interestadual e intermu- como cessão de direitos a sua aqui-
nicipal e de comunicação; sição;

IPVA – imposto sobre propriedade ISS – imposto sobre serviços de


de veículos automotores. qualquer natureza.

IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS (apenas para IMPOSTOS)

Imunidade Recíproca: alcança o patrimônio, renda ou serviços da União,


Estados e Municípios, inclusive das autarquias e fundações do Poder Públi-
co, desde que relacionados às suas atividades precípuas. Patrimônio, renda
e serviços ligados à exploração econômica não são contemplados com a
isenção.

Imunidade Religiosa: incide sobre templos de qualquer culto. Também


está adstrita ao patrimônio, renda ou serviços essenciais relacionados à
atividade religiosa exercida pelo templo.
02763616100

Imunidade dos partidos políticos, das entidades sindicais dos tra-


balhadores, das instituições de educação e assistência social sem
fins lucrativos: abrange o patrimônio, renda ou serviços dos partidos polí-
ticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores,
das instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos, aten-
didos os requisitos da lei. Notem que existem requisitos a serem atendidos
para que as entidades sejam beneficiadas pela imunidade. Assim como nos
demais casos, apenas o patrimônio, a renda e os serviços essenciais à ati-
vidade finalística das entidades serão alcançados pela imunidade.

Imunidade cultural: imunidade sobre livros, jornais, periódicos e o papel


destinado a sua impressão. Limita-se aos produtos elencados, não alcan-

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çando tinta de impressão ou mídias digitais, por exemplo

Datas de envio/devolução das leis orçamentárias


Distrito Federal União
envio devolução envio devolução
Apenas no pri-
meiro ano do PPPA 1º/08 15/12 31/08 22/12
mandato
PLDO 15/05 30/06 15/04 17/07
PLOA 15/09 15/12 31/08 22/12

IMPORTANTE
Enquanto na União, a sessão legislativa não será interrompida sem a vota-
ção do projeto de LDO, no Distrito Federal regra similar se aplica à votação
do projeto de LOA. Assim, no DF a sessão legislativa não será inter-
rompida sem a votação do projeto de LDO e também não será en-
cerrada sem a votação do projeto de LOA.

ORDEM ECONÔMICA
Fundamentos Objetivos (fins) Princípios

valorização do trabalho e assegurar a todos existên- autonomia econômico-financeira;


das atividades produtivas cia digna; propriedade privada;
promover o desenvolvi- função social da propriedade;
mento econômico com
livre concorrência;
justiça social;
defesa do consumidor;
melhoria da qualidade de
vida proteção ao meio ambiente;
02763616100

redução das desigualdades eco-


nômico-sociais;
busca do pleno emprego;
integração com a região do en-
torno do Distrito Federal;
fomento à inovação, dando-se
prioridade à pesquisa em desen-
volvimento científico e tecnológico
superior e, principalmente, ao
ensino técnico profissionalizante

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QUESTÕES COMENTADAS

(Cespe – PGDF/2013) Considerando que uma autarquia federal que não


vise à exploração da atividade econômica e não cobre tarifa ou preço por
serviços prestados tenha adquirido um prédio para instalação de sua admi-
nistração no DF, julgue os itens que se seguem, relativos a essa situação
hipotética, à competência tributária e às regras de limitação dessa compe-
tência.

1) Caso o prédio em questão seja vendido para uma pessoa física, essa
operação ficará sujeita ao pagamento de ITBI, uma vez que a limita-
ção do poder de tributar não mais se aplicará.

Item Certo: Pessoal, vimos na aula que a CF prevê, e a LODF reproduz,


a chamada imunidade tributária recíproca, por meio da qual fica ve-
dada a cobrança de impostos sobre patrimônio, renda ou serviços dos
demais entes da federação. Ocorre que n ocaso em análise, quando a au-
tarquia federal vende o imóvel para pessoa física, o mesmo deixa de ser
um bem da autarquia federal. Ademais, o ITBI é um imposto cobrado do
comprador do imóvel, ou seja, não há que se falar em cobrança de im-
posto da União, uma vez que quem arcará com a despesa será a pessoa
física que está adquirindo o imóvel.

2) O DF pode instituir contribuições parafiscais, inclusive destinadas à in-


tervenção no domínio econômico, desde que o faça por lei comple-
02763616100

mentar.

Item Errado: Pessoal, no âmbito do direito tributário, a competência re-


sidual é da União, ou seja, compete à União instituir novos tributos além
daqueles por ela elencados. Assim, ao DF cabem os tributos de compe-
tência dos Estados e Municípios já constantes do Texto Constitucional. Já
no caso de novos tributos (como aquele de uma contribuição para inter-
venção no domínio econômico – CIDE), compete à União a sai instituição,
conforme dispõe o art. 149 da CF:

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Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir con-


tribuições sociais, de intervenção no domínio econômico
e de interesse das categorias profissionais ou econômicas,
como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, ob-
servado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem
prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às con-
tribuições a que alude o dispositivo

3) Na hipótese considerada, o DF não poderá cobrar IPTU do prédio da


autarquia federal em razão do princípio da uniformidade.

Item Errado: De fato o DF não poderia cobrar o IPTU da referida autar-


quia federal. Ocorre que essa vedação encontrara amparo no Princípio da
imunidade tributária recíproca, e não no princípio da uniformidade, con-
forme afirma o item.

4 - (Esaf – PGDF/2007 - adaptada) O Distrito Federal, entidade integran-


te da República Federativa do Brasil, pode instituir contribuição para o cus-
teio de sistemas de previdência e assistência social de seus servidores; im-
posto sobre serviços de qualquer natureza; e taxas, em razão do exercício do
poder de polícia.

Item Certo: É exatamente isso! Vimos que o ISS e as taxas cobradas


em razão do exercício do poder de polícia exercido pelos seus ór-
gãos/entidades são de competência do DF. Alguma dúvida poderia residir
na hipótese de instituição de contribuição para o custeio de sistemas de
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previdência e assistência social de seus servidores, mas essa é a única


contribuição cuja instituição não compete exclusivamente à União. Veja-
mos o que estabelece a LODF:

art. 125: (...)

§ 6º O Distrito Federal poderá instituir contribuição co-


brada de seus servidores para custeio, em benefício des-
tes, de sistema de previdência e assistência social.

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5 - (Funiversa – ADASA/2009 – adaptada) O imposto sobre propriedade


rural será fiscalizado e cobrado pelos municípios que assim optarem, na for-
ma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer forma de
renúncia fiscal.

Item Certo: É isso o que dispõe a LODF, em reprodução do texto consti-


tucional. O Imposto sobre propriedade territorial rural – ITR – comporá a
receita do DF. Caso seja fiscalizado e arrecadado pela União, 50% do
montante arrecadado referente aos imóveis em seu território será parte
de sua receita. Caso opte por fiscalizar e arrecadar ele próprio o referido
imposto, terão direito a 100% do valor arrecadado. Mas o DF só poderá
fazer a opção de se responsabilizar pelo imposto se isso não implicar re-
dução ou qualquer forma de renúncia fiscal, conforme dispõe o art. art.
153, § 4º, III, c/c o art. 158, II, da CF:

Art. 158. Pertencem aos Municípios:


(...)
CF, art. 153, § 4º, III: será II - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do
fiscalizado e cobrado pelos
Municípios que assim optarem, imposto da União sobre a propriedade territorial rural,
na forma da lei, desde que
não implique redução do relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a
imposto ou qualquer outra
forma de renúncia fiscal. totalidade na hipótese da opção a que se refere o
art. 153, § 4º, III;

6 - (Funiversa – ADASA/2009 – adaptada) É vedado ao DF delegar sua


capacidade tributária.
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Item Errado: Pessoal, aqui é simples. O DF não poderá delegar sua ca-
pacidade tributária (capacidade de cobrar tributos) àqueles cuja personali-
dade jurídica não seja de pessoa pública. Todavia, poderá sim delegá-la a
outros entes federados e até mesmo às suas autarquias (todos com per-
sonalidade jurídica de direito público). Vejamos o que dispõe a LODF:

Art. 125
§ 5º O Distrito Federal poderá, mediante convênio
com a União, Estados e Municípios, delegar ou deles re-
ceber encargos de administração tributária.

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7 - (Cespe – CLDF/2006) O princípio da anterioridade tributária significa


que nenhum tributo pode ser instituído ou majorado no mesmo exercício que
venha a ser cobrado pelo fisco; a razão desse princípio deriva da necessidade
de que as receitas tributárias decorrentes dessa cobrança estejam previstas
na lei orçamentária, a fim de se ordenarem a receita e a despesa do poder
público.

Item Errado: Embora existam tributos que não precisam observar o


princípio da anterioridade tributária, isso não tornaria o item errado, uma
vez que ele fala da regra geral. O erro da afirmativa está em sua parte
final: o princípio da anterioridade tributária é uma garantia ao contribuin-
te de que ele não será pego de surpresa com o aumento de um tributo,
nada tendo a ver com a necessidade de previsão em lei orçamentária,
uma vez que essa pode ser alterada no decorrer do exercício financeiro.

8 - (Funiversa – ADASA/2009 – adaptada) A imunidade tributária diz


respeito aos impostos, não alcançando as contribuições.

Item Certo: Foi exatamente isso que vimos na aula. A propósito, vamos
aproveitar para relembrar as imunidades previstas na LODF:

IMUNIDADES (apenas para IMPOSTOS)

Imunidade Recíproca: alcança o patrimônio, renda ou serviços da União,


02763616100

Estados e Municípios, inclusive das autarquias e fundações do Poder Públi-


co, desde que relacionados às suas atividades precípuas. Patrimônio, renda
e serviços ligados à exploração econômica não são contemplados com a
isenção.

Imunidade Religiosa: incide sobre templos de qualquer culto. Também


está adstrita ao patrimônio, renda ou serviços essenciais relacionados à
atividade religiosa exercida pelo templo.

Imunidade dos partidos políticos, das entidades sindicais dos tra-


balhadores, das instituições de educação e assistência social sem
fins lucrativos: abrange o patrimônio, renda ou serviços dos partidos polí-
ticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores,

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das instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos, aten-


didos os requisitos da lei. Notem que existem requisitos a serem atendidos
para que as entidades sejam beneficiadas pela imunidade. Assim como nos
demais casos, apenas o patrimônio, a renda e os serviços essenciais à ati-
vidade finalística das entidades serão alcançados pela imunidade.

Imunidade cultural: imunidade sobre livros, jornais, periódicos e o papel


destinado a sua impressão. Limita-se aos produtos elencados, não alcan-
çando tinta de impressão ou mídias digitais, por exemplo

9 - (Esaf – PGDF/2007 - adaptada) Não há incidência de qualquer impos-


to quando há doação apenas de direitos.

Item Errado: Pessoal... esse é um tipo de questão que eu acho pratica-


mente impossível que caia na nossa prova. Mas mesmo assim coloquei
aqui, para mostrar que pode ser que aconteça, e por isso pedi que vocês
leiam rapidamente o que a LODF apresenta sobre cada um dos impostos.
Como o item fala sobre qualquer imposto, basta que achemos um que in-
cida sobre doação de direitos que a afirmativa estará errada. Então vamos
à definição de ITCD que apresentei na aula:

ITCD – imposto por transmissão causa mortis e doação


de quaisquer bens e direitos

10 - (Cespe – PGR/2004) A Lei de Diretrizes Orçamentárias deve compre-


02763616100

ender as metas e prioridades da administração pública, incluindo as despesas


de capital para o exercício financeiro seguinte, orientar a elaboração da lei
orçamentária anual e, ainda, dispor sobre critérios e a forma de limitação de
empenho nas hipóteses previstas na lei de responsabilidade fiscal.

Item Certo: O item elenca alguns dos elementos que devem estar pre-
sentes na LDO. Questão típica de uma prova de AFO.

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11 - (Cespe – DFTRANS/2008) A LODF estabelece que o orçamento anual


do DF deve ser detalhado por região administrativa.

Item Certo: Exatamente! Ressaltamos na aula que essa é uma das parti-
cularidades da LOA do DF em relação à LOA federal. O orçamento anual
distrital deverá ser detalhado por região administrativa, tendo como uma
de suas finalidades reduzir as desigualdades inter-regionais.

12 - (Cespe – DFTRANS/2008) À administração pública do DF é vedada a


concessão de subvenções ou auxílios a entidades de previdência privada.

Item Certo: Notem que o item faz menção às entidades de previdência


privada! A afirmativa retirada das vedações constantes do art. 151 da
LODF, senão vejamos:

Art. 151. São vedados:

(...)

X - a concessão de subvenções ou auxílios do Poder Pú-


blico a entidades de previdência privada.

13 - (Cespe – DFTRANS/2008) A ordem econômica do DF deve observar


os princípios da propriedade privada, livre concorrência, da proteção ao meio
ambiente e da reserva de quotas aos afro-descendentes nas universidades
públicas.
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Item Errado: Essa era fácil, né? Reserva de quotas aos afro descenden-
tes, embora prevista em lei, está longe de ser um princípio constante da
LODF. E se assim o fosse, não seria um prncípio norteador da ordem eco-
nômica, não é?

14 - (Cespe – DFTRANS/2008) A exploração da atividade econômica é


vedada ao poder público, mesmo na condição de agente indutor do desen-
volvimento socioeconômico do DF.

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Item Errado: Vimos durante a aula que o Poder Público poderá exercer
direta e indiretamente a atividade econômica. A forma direta de exercícida
atividade econômica caracteriza-se pela existência de um Estado Empresá-
rio, o qual atua por meio de empresas e sociedades de economia mista em
áreas cujo desenvolvimento precisa de algum tipo de indução, em áreas
de caráter estratégico ou para atender relevante interesse coletivo.

15 – (simulado) A imunidade religiosa alcança impostos e contribuições


incidentes sobre o patrimônio, renda ou serviços essenciais relacionados à
atividade religiosa exercida por determinado templo.

Item Errado: Como vimos em questão anterior, todas as imunidades


tributárias (recíproca, religiosa, cultural, sobre partidos políticos, etc.) refe-
rem-se apenas aos impostos, não alcançando os demais tributos.

16 – (simulado) As empresas públicas e sociedades de economia mista dis-


tritais, terão pelo menos um terço de sua diretoria composta por represen-
tantes dos servidores, escolhidos pelo governador e indicados em lista trípli-
ce para o cargo. Essa regra não é aplicável à instituições financeiras contro-
ladas pelo DF.

Item Certo:É exatamente o que dispõe a LODF. Vejam que os servi-


dores primeiramente escolhem três representantes, por meio de eleição, e
encaminham os três nomes para o governador, o qual escolherá aquele que
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achar mais adequado. Esse procedimento se repetirá paraum terço dos car-
gos da diretoria.

17 – (simulado) As empresas públicas e sociedades de economia mista dis-


tritais que exploram atividade econômica poderão, respeitado o interesse
público, gozar de privilégios fiscais que não sejam extensivos ao setor priva-
do.

Item Errado: Pessoal, as empresas públicas e sociedades de econo-


mia mista que exploram atividade econômica sujeitam-se ao regime próprio

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das empresas privadas (aplicando-se, subsidiariamente, o regime público).


Qualquer privilégio a que estas tenham direito fere a isonomia e prejudica a
iniciativa privada, essencial para o crescimento do país. Portanto, o legislador
tratou de vedar tal possibilidade, conforme art. 159, § 2º da LODF.

18 – (simulado) São objetivos da Ordem Econômica do DF a autonomia


econômico-financeira e a função social da propriedade.

Item Errado: Autonomia econômico-financeira e função social da


propriedade são PRINCÍPIOS da ordem econômica Distrital. Vamos relembrar
o visto na aula:

ORDEM ECONÔMICA
Fundamentos Objetivos (fins) Princípios

valorização do trabalho e assegurar a todos exis- autonomia econômico-


das atividades produtivas tência digna; financeira;
promover o desenvolvi- propriedade privada;
mento econômico com função social da proprie-
justiça social; dade;
melhoria da qualidade de livre concorrência;
vida
defesa do consumidor;
proteção ao meio ambien-
te;
redução das desigualda-
des econômico-sociais;
busca do pleno emprego;
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integração com a região
do entorno do Distrito
Federal.

19 – (simulado) Diferentemente do que ocorre na União, no DF a sessão


legislativa não será encerrada sem a votação do projeto de LOA.

Item Certo: Exatamente isso! Vimos durante nossa aula que, en-
quanto a CF veda apenas a interrupção da sessão legislativa sem a votação
do projeto te LDO, a LODF veda tanto a interrupção da sessão legislativa
sem a votação do projeto te LDO quanto o encerramento da sessão sem a
votação do projeto de LOA

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20 – (simulado) A LOA Distrital é composta pelo orçamento fiscal, orça-


mento de investimentos e orçamento da seguridade social.

Item Certo: Questão bobinha só para vocês relembrarem um dos


conceitos básicos de AFO.

21- (simulado) Por acumular as competências de Estado e de Município em


matéria tributária, constitui receita tributária do DF 50% do imposto de renda
incidente na fonte sobre os rendimentos pagos, a qualquer título, pelo Distrito
Federal, suas autarquias e pelas fundações que instituir e mantiver.

Item Errado:O item apresenta um pequeno erro que faz toda a dife-
rença. O percentual do imposto de renda incidente na fonte sobre os
rendimentos pagos, a qualquer título, pelo Distrito Federal, suas au-
tarquias e pelas fundações que instituir e mantiver que constitui recei-
ta distrital é de 100%.

22 – (simulado) A lei que aprovar o plano plurianual, compatível com o


plano diretor de ordenamento territorial, estabelecerá, por Cidade Satélite,
as diretrizes, objetivos e metas, quantificados física e financeiramente, da
administração pública do Distrito Federal, no horizonte de quatro anos, para
despesas de capital e outras delas decorrentes, bem como as relativas a
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programas de duração continuada, a contar do exercício financeiro subse-


qüente.

Item Errado: O item é quase a cópia fiel do § 2º, do art. 149 da


LODF. Ocorre que as diretrizes, objetivos e metas não serão estabelecidos
por cidade satélite, e sim por Região Administrativa. Inclusive, estranhem
sempre que o termo “cidade satélite” aparecer na prova de vocês. Haverá
grande chance de o item estar errado.

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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

(Cespe – PGDF/2013) Considerando que uma autarquia federal que não


vise à exploração da atividade econômica e não cobre tarifa ou preço por
serviços prestados tenha adquirido um prédio para instalação de sua admi-
nistração no DF, julgue os itens que se seguem, relativos a essa situação
hipotética, à competência tributária e às regras de limitação dessa compe-
tência.

1) Caso o prédio em questão seja vendido para uma pessoa física, essa
operação ficará sujeita ao pagamento de ITBI, uma vez que a limita-
ção do poder de tributar não mais se aplicará.

2) O DF pode instituir contribuições parafiscais, inclusive destinadas à in-


tervenção no domínio econômico, desde que o faça por lei comple-
mentar.

3) Na hipótese considerada, o DF não poderá cobrar IPTU do prédio da


autarquia federal em razão do princípio da uniformidade.

4 - (Esaf – PGDF/2007 - adaptada) O Distrito Federal, entidade integran-


te da República Federativa do Brasil, pode instituir contribuição para o cus-
teio de sistemas de previdência e assistência social de seus servidores; im-
posto sobre serviços de qualquer natureza; e taxas, em razão do exercício do
poder de polícia.

5 - (Funiversa – ADASA/2009 – adaptada) O imposto sobre propriedade


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rural será fiscalizado e cobrado pelos municípios que assim optarem, na for-
ma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer forma de
renúncia fiscal.

6 - (Funiversa – ADASA/2009 – adaptada) É vedado ao DF delegar sua


capacidade tributária.

7 - (Cespe – CLDF/2006) O princípio da anterioridade tributária significa


que nenhum tributo pode ser instituído ou majorado no mesmo exercício que
venha a ser cobrado pelo fisco; a razão desse princípio deriva da necessidade
de que as receitas tributárias decorrentes dessa cobrança estejam previstas

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na lei orçamentária, a fim de se ordenarem a receita e a despesa do poder


público.

8 - (Funiversa – ADASA/2009 – adaptada) A imunidade tributária diz


respeito aos impostos, não alcançando as contribuições.

9 - (Esaf – PGDF/2007 - adaptada) Não há incidência de qualquer impos-


to quando há doação apenas de direitos.

10 - (Cespe – PGR/2004) A Lei de Diretrizes Orçamentárias deve compre-


ender as metas e prioridades da administração pública, incluindo as despesas
de capital para o exercício financeiro seguinte, orientar a elaboração da lei
orçamentária anual e, ainda, dispor sobre critérios e a forma de limitação de
empenho nas hipóteses previstas na lei de responsabilidade fiscal.

11 - (Cespe – DFTRANS/2008) A LODF estabelece que o orçamento anual


do DF deve ser detalhado por região administrativa.

12 - (Cespe – DFTRANS/2008) À administração pública do DF é vedada a


concessão de subvenções ou auxílios a entidades de previdência privada.

13 - (Cespe – DFTRANS/2008) A ordem econômica do DF deve observar


os princípios da propriedade privada, livre concorrência, da proteção ao meio
ambiente e da reserva de quotas aos afro-descendentes nas universidades
públicas.

14 - (Cespe – DFTRANS/2008) A exploração da atividade econômica é


vedada ao poder público, mesmo na condição de agente indutor do desen-
volvimento socioeconômico do DF.
15 – (simulado) A imunidade religiosa alcança impostos e contribuições
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incidentes sobre o patrimônio, renda ou serviços essenciais relacionados à


atividade religiosa exercida por determinado templo.

16 – (simulado) As empresas públicas e sociedades de economia mista dis-


tritais, terão pelo menos um terço de sua diretoria composta por represen-
tantes dos servidores, escolhidos pelo governador e indicados em lista trípli-
ce para o cargo. Essa regra não é aplicável à instituições financeiras contro-
ladas pelo DF.

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17 – (simulado) As empresas públicas e sociedades de economia mista dis-


tritais que exploram atividade econômica poderão, respeitado o interesse
público, gozar de privilégios fiscais que não sejam extensivos ao setor priva-
do.

18 – (simulado) São objetivos da Ordem Econômica do DF a autonomia


econômico-financeira e a função social da propriedade.

19 – (simulado) Diferentemente do que ocorre na União, no DF a sessão


legislativa não será encerrada sem a votação do projeto de LOA.

20 – (simulado) A LOA Distrital é composta pelo orçamento fiscal, orça-


mento de investimentos e orçamento da seguridade social.

21- (simulado) Por acumular as competências de Estado e de Município em


matéria tributária, constitui receita tributária do DF 50% do imposto de ren-
da incidente na fonte sobre os rendimentos pagos, a qualquer título, pelo
Distrito Federal, suas autarquias e pelas fundações que instituir e mantiver.

22 – (simulado) A lei que aprovar o plano plurianual, compatível com o


plano diretor de ordenamento territorial, estabelecerá, por Cidade Satélite,
as diretrizes, objetivos e metas, quantificados física e financeiramente, da
administração pública do Distrito Federal, no horizonte de quatro anos, para
despesas de capital e outras delas decorrentes, bem como as relativas a
programas de duração continuada, a contar do exercício financeiro subse-
qüente.

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GABARITO

1–C 7–E 13 – E 19 – C

2–E 8–C 14 – E 20 – C

3–E 9–E 15 – E 21 – E

4–C 10 – C 16 – C 22 – E

5–C 11 – C 17 – E

6–E 12 – C 18 – E

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