3 JOÃO

ANDAR NA VERDADE COOPERAÇÃO COM A VERDADE

Introdução
No dia seguinte a igreja faria o primeiro culto de uma nova
congregação. Nada estava organizado, pois o pastor da igreja não havia
tomado as providências...

ANDAR NA VERDADE COOPERAÇÃO COM A VERDADE

Em outras palavras, ter uma vida baseada na Palavra de Deus produz
envolvimento na expansão da obra de Deus.

Desenvolvimento
No início da igreja havia muitos pregadores itinerantes. Pessoas que
iam de cidade em cidade pregando o evangelho nas ruas, praças,
sinagogas e tantos outros lugares. Muitos desses pregadores também
eram responsáveis por manter as igrejas no ensino correto. Eles iam de
igreja em igreja para ensinar e ajustar eventuais desvios da sã doutrina.
Isso acontecia porque o Novo Testamento ainda não existia. O perigo de
serem enganados por pessoas que ensinavam o errado era grande. Além
disso, havia o perigo da igreja não viver uma vida santa, correta, que
agradasse a Deus. Pois o ensino correto guia para uma vida correta.
Então, os apóstolos e seus cooperadores iam de cidade em cidade
pregando o evangelho e ensinando as igrejas para que elas não fossem
enganadas e vivessem de maneira correta. Além disso, cartas também
eram escritas para as igrejas, a fim de corrigir tanto o ensino errado
quanto um estilo de vida que não agradasse a Deus.
 Nesse contexto, João escreve para Gaio. Ele escreve porque seus
esforços missionários estavam sendo prejudicados por um dos líderes da
igreja. E João não queria que Gaio, um dos líderes, fosse mal influenciado.
João não queria que Gaio fosse um obstáculo para a obra missionária.
No início da carta, João afirma que seu amor por Gaio era baseado na
Palavra de Deus (3Jo 1.1). E, da mesma forma como a vida espiritual de
Gaio ia bem1, João lhe desejava uma vida física saudável em todos os
sentidos (3Jo 1.2)2. A razão (γάρ) desse desejo era o testemunho de Gaio.
Gaio era um líder cuja vida estava baseada na Palavra de Deus (3Jo 1.3-
4)3. Gaio andava na verdade. Vivia guiado pela Palavra de Deus. Assim,
João escreve para que ele continue vivendo na verdade.
Em seguida, João demonstra sua provação pelo estilo de vida que
gaio tinha. Gaio demonstrava amor constante pelos que serviam na obra
de Cristo. Gaio era um líder. Ele sabia que a pregação do evangelho
precisava ser viabilizada. Por isso, ajudava os missionários, os pregadores
itinerantes. Ele os recebia em sua casa e viabilizava a continuidade da
viagem por meio de ofertas e apoio em oração. O verbo “encaminhar”
significa prover tudo o necessário para a continuidade do trabalho da
expansão missionária.
Veja a ligação: Gaio andava na verdade – Andar na verdade implica
amar os irmãos – amar os irmãos implica cuidar daqueles que trabalham
na expansão do evangelho – cuidar dos que trabalham na expansão do
evangelho significa ser cooperador da verdade.
Aqueles missionários não haviam aceitado ajuda dos descrentes a
quem eles pregavam. Isso era muito comum no mundo antigo. Pregadores

1 “alma próspera” significa alguém cuja vida espiritual é saudável. Uma vida pautada na Palavra de Deus.
2 Saúde física, prosperidade financeira, etc.
3 Da mesma forma como o amor de João estava.
de deusas da Síria e outras religiões costumavam ser ajudados por muitas
pessoas, pois acreditava-se que isso traria a bênção dos deuses para a
pessoa4. Mas aqueles irmãos, seguindo o princípio ensinado por Jesus (Mt
10.8), não aceitaram ajuda financeira dos não cristãos.

Conclusão
A história do no século XVII deixou registrada parte da vida de dois
irmãos, conhecidos como irmãos Morávios. Estes dois jovens se sentiram
chamados para evangelizar uma pequena ilha na costa oeste da África. Era
uma “ilha de escravos” onde nativos africanos trabalhavam forçosamente
em minas até a morte. Motivados pelo desafio de pregar o evangelho,
tentaram ir até a ilha, mas foram impedidos. Não vendo outra forma de
chegar os dois jovens venderam-se como escravos aos donos das minas e
com o dinheiro compraram duas passagens de ida em um navio que os
levaria até lá. Assim deram toda a vida que tiveram, trabalhando como
escravos e falando longamente acerca de Cristo. Conta-se que muitos se
converteram, mas eles nunca mais foram vistos.
Os irmãos Morávios eram cooperadores da verdade. Fizeram tudo
que podiam para que mais pessoas entregassem suas vidas a Cristo.

ANDAR NA VERDADE COOPERAÇÃO COM A VERDADE

4 Stephen S. Smalley, 1, 2, 3 John, vol. 51, Word Biblical Commentary (Dallas: Word, Incorporated, 1989), 351.
Notas:

ἐν τῇ ἀληθείᾳ περιπατοῦντα5: “Andar na verdade” descreve o estilo de vida que

expressa o caráter de Deus baseado na Bíblia. O compromisso com Deus e com a Sua
verdade é expresso em uma conduta que pode ser vista pelos outros. É o mesmo
conceito que foi desenvolvido em 1 João 4: 7-11 sobre o amor. Assim como o amor de
Deus em nós se expressa através de nós e assim o revela ao mundo, assim também,
Sua verdade expressa através de nossas vidas revela que conhecemos a Ele que é
verdadeiro.6

Most interpreters understand John to be implying by this that Diotrephes is not a

believer and will refer to many of the same verses as Harris (Burdick, 458; Harris, 267;
Lenski, 590; Yarbrough, 383). Thus Marshall (92) says, “It is clear that the lack of
Christian character is to be regarded as a mark of the absence of true Christian
experience.” Kistemaker (400) argues from the perfect with the negative οὐχ “signifies
that the one who does evil has never seen God in the past and consequently not in the
present either” (so too, Smalley, 359). Lenski (589) paraphrases John’s words well.
“Copy the good because doing this is evidence that one is from God, but shun the base
because to do the base is evidence that one has not even gotten near enough to have
as much as caught a glimpse of God” (Lenski, 589).7

11 Nesta subunidade final do corpo da
epístola, João consegue o objetivo
central desta carta. Ele quer que Gaio se
comporte de maneira diferente de
Diótrefes e receba Demétrio como
11 In this final subunit of the body of the
epistle, John gets down to the central
purpose of this letter. He wants Gaius to
behave differently from Diotrephes and
to receive Demetrius as he has received

5 Eberhard Nestle et al., The Greek New Testament, 27th ed. (Stuttgart: Deutsche Bibelgesellschaft, 1993), 3 Jn 4.
6 Gary W. Derickson, First, Second, and Third John, ed. H. Wayne House, W. Hall Harris III, and Andrew W. Pitts,
Evangelical Exegetical Commentary (Bellingham, WA: Lexham Press, 2012), 665.
7 Gary W. Derickson, First, Second, and Third John, ed. H. Wayne House, W. Hall Harris III, and Andrew W. Pitts,

Evangelical Exegetical Commentary (Bellingham, WA: Lexham Press, 2012), 694–695.

recebeu tantos outros servos de Cristo
(ver versículos 5-6).
Acredita-se que Gaio esteja um pouco
assustado com a perspectiva de desafiar
a política que Diotrefes tentou impor na
igreja. John, obviamente, não quer
nenhum conflito potencial com
Diotrephes para impedir que Gaius faça
o que é certo. Por outro lado, Gaius já
recebeu os irmãos (versículos 5-8), algo
que Diotrephes se recusou a fazer
(versículo 10). Parece bem possível que,
no caso de Gaius, Diotrephes olhou para
o outro lado. Se Gaius era um homem de
algum jeito, como sua inclinação para a
hospitalidade implica, ele também pode
ter sido uma fonte importante para o
apoio financeiro da igreja. Se assim for,
Diotrephes não seria o último líder a
fazer subsídios especiais para um irmão
cristão bem-sucedido, cuja entrega
generosa ele desejava manter!
Alternativamente, Diotrephes só
recentemente iniciou sua política de
excombatir aqueles que queriam ajudar
os evangelistas itinerantes, de modo que
um confronto sobre qualquer coisa que
Gaius fizesse agora fosse grande no
horizonte. Como muitos indivíduos
graciosos em nossos dias, Gaius pode ter
aborrecido o confronto - especialmente
com pessoas intencionais como
Diotrephes - para que ele possa ter
precisado dessas palavras de John para
inculcar nele a espinha dorsal necessária.
Gaius, portanto, é dito para não imitar o
que é mal. Seria absolutamente absurdo
sugerir que, como ele era obviamente
um crente nascido de novo, ele não
poderia ter feito isso. Tal sugestão seria
ridícula no seu rosto. Mas se ele imitasse
... mal, poderia então ser dito dele que
ele não tinha visto Deus! Por outro lado,
se ele fizesse o certo, poderia dizer-se
que ele era de Deus.
Nós já conhecemos esses tipos de
expressões em First John. Ser de Deus é
so many other servants of Christ (cf.
verses 5–6).
Gaius might reasonably be expected
to be somewhat daunted by the
prospect of challenging the policy
Diotrephes tried to enforce on the
church. John obviously does not want
any potential conflict with Diotrephes to
deter Gaius from doing the right thing.
On the other hand, Gaius already has
received the brethren (verses 5–8),
something which Diotrephes has refused
to do (verse 10). It seems quite possible
that in Gaius’s case, Diotrephes looked
the other way. If Gaius was a man of
some means, as his penchant for
hospitality implies, he may also have
been a major source for the financial
support of the church. If so, Diotrephes
would not be the last leader to make
special allowances for a well-to-do
Christian brother whose generous giving
he wished to retain!
Alternatively, Diotrephes may only
recently have begun his policy of
excommunicating those who wanted to
help the traveling evangelists, so that a
confrontation over anything Gaius did
now would loom large on the horizon.
Like many gracious individuals in our
own day, Gaius may have abhorred
confrontation—especially with willful
people like Diotrephes—so that he may
well have needed these words from John
to instill in him the necessary backbone.
Gaius, therefore, is told not to
imitate what is evil. It would be utterly
absurd to suggest that, since he was
obviously a born again believer, he could
not possibly have done so. Such a
suggestion would be ridiculous on its
face. But if he did imitate … evil, it could
then be said of him that he had not seen
God! Conversely, if he did the right thing,
it could be said that he was of God.
We have already met these types of
expressions in First John. To be of God is
uma expressão fluida que significa
geralmente que a ação da pessoa em
questão tem sua fonte ou inspiração em
Deus (ver 1 João 3: 10b e discussão). Nós
também somos ditos em 1 João 3: 6,
"Quem pecar não o viu nem o
conheceu", isto é, o pecado é sempre
um ato realizado na ignorância espiritual
e na escuridão. O pecador age
pecaminosamente precisamente porque
perdeu de vista Deus (veja a discussão
abaixo de 1 João 3: 6).
Como observamos, especialmente sob a
discussão de 1 João 3: 9, não é mais
possível apelar para o tempo presente
grego para evitar o significado direto de
tais afirmações e para derrubá-las com
um significado como "continuar" ou
"Continua fazendo" isso ou aquilo. Aqui,
o particípio presente articular grego é
usado nas frases traduzidas, o que faz o
bem (grego: Ho agathopoiōn) e aquele
que faz o mal (grego: ho kakopoiōn), mas
essas expressões não implicam mais do
que a ação. Esses particípios podem
expressar ações que ocorrem apenas
uma vez (por exemplo, João 6:33, grego:
ho katabainōn "Ele que desce") ou ações
que não estão mais ocorrendo (por
exemplo, João 9: 8, grego: ho
kathēmenos kai prosaitōn " aquele que
se sentou e implorou "). A natureza da
construção grega usada por John é tal
que as declarações permanecem
verdadeiras, seja bom ou mal, é feito
uma ou várias vezes. Para reivindicar o
contrário é apelar para uma gramática
imprecisa e espúria.
Gaius, portanto, está sendo informado
de que, se ele se recusasse a imitar o mal
que Diotrephes faz, e em vez disso faz
bem recebendo Demetrius (versículo
12), então, ao agir, ele será de Deus. Ou
seja, ele se comportará de tal forma que
Deus mesmo é a fonte do que está
fazendo. Alternativamente, se ele imita
Diotrephes e faz o mal, ele estará agindo
a fluid expression signifying usually that
the action of the person in question has
its source or inspiration in God (cf. 1
John 3:10b and discussion). We are
likewise told in 1 John 3:6, “Whoever
sins has neither seen Him nor known
Him;” that is, sin is always an act
performed in spiritual ignorance and
darkness. The sinner acts sinfully
precisely because he has lost sight of
God (cf. the discussion under 1 John 3:6).
As we have noted, especially under
the discussion of 1 John 3:9, it is no
longer tenable to appeal to the Greek
present tense to evade the
straightforward meaning of such
statements and to water them down
with a meaning like “continues to” or
“keeps on doing” this or that. Here the
Greek articular present participle is used
in the phrases translated He who does
good (Greek: Ho agathopoiōn) and he
who does evil (Greek: ho kakopoiōn),
but these expressions imply no more
than that the action is performed. Such
participles can express actions that occur
only once (e.g., John 6:33, Greek: ho
katabainōn “He who comes down”) or
actions that no longer are occurring (e.g.,
John 9:8, Greek: ho kathēmenos kai
prosaitōn “he who sat and begged”). The
nature of the Greek construction used by
John is such that the statements remain
true whether good or evil is done once
or many times. To claim otherwise is to
appeal to inaccurate, spurious grammar.
Gaius, therefore, is being told that if
he refuses to imitate the evil which
Diotrephes does, and instead does good
by receiving Demetrius (verse 12), then
in so acting he will be of God. That is, he
will be behaving in such a way that God
Himself is the Source of what he is doing.
Alternatively, if he imitates Diotrephes
and does evil, he will be acting out of
spiritual blindness and will have had no
vision or perception of God before his
 por cegueira espiritual e não terá visão
nem visão de Deus diante de seu
coração. Deus perdeu a visão, Ele não foi
visto, quando alguém faz o mal. Em
outras palavras, essa pessoa está
"andando na escuridão" (ver 1 João 1: 6).
Essa maneira vigorosa de colocar as
escolhas que enfrentam Gaius é
claramente destinada a inculcar a ele a
determinação de manter seus olhos em
Deus e permitir que Deus seja a
verdadeira Fonte do que ele faz. Neste
aspecto, não há dúvida de que Demétrio
deve ser recebido e Diótrefes ignorado!
Zane Clark Hodges, A Epístola de João:
Caminhando à Luz do Amor de Deus
(Irving, TX: Grace Evangelical Society,
1999), 289-290.
8Zane Clark Hodges, The Epistle of John: Walking in the Light of God’s Love (Irving, TX: Grace Evangelical Society,
1999), 289–290.
heart. God has been lost sight of, He has
not been seen, when someone does evil.
In other words, such a person is “walking
in darkness” (cf. 1 John 1:6).
This forceful way of putting the
choices that confront Gaius is clearly
intended to instill in him the
determination to keep his eyes on God
and to allow God to be the true Source
of what he does. In this light, there can
be no question that Demetrius must be
received and Diotrephes ignored!8