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Índice

Lista de Figuras .............................................................................. 4

Introdução ..................................................................................... 5

Custo Mínimo ................................................................................. 6

Monofásico: ................................................................................. 6

Bifásico:...................................................................................... 6

Trifásico:..................................................................................... 6

Potência Pico .................................................................................10

Potência Pico .................................................................................11

Calculando a quantidade de módulos ................................................12

Potência do Inversor ......................................................................13

Temperatura .................................................................................15

Coeficiente de Temperatura da Corrente em Curto Circuito: .............16

Coeficiente de Temperatura da Tensão em Circuito Aberto: ..............16

Coeficiente de Temperatura da Potência Máxima: ............................16

Dados Elétricos e Condições Padrões de Ensaio STC ...........................17

Cálculos de Temperatura ..............................................................19

Parâmetros corrigidos de acordo com a temperatura .......................20

Aplicando o Método .....................................................................23

Equação de estimativa de produção energética: .................................26

Referências Bibliográficas ................................................................29

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Lista de Figuras

Figura 1 - Efeito causado pela variação da temperatura das células - Fonte:


Manual de Engenharia FV CRECESB ..........................................................16

Figura 2 - Características de Temperatura módulo CS6X-320P - fonte:


Canadian Solar – Divulgação ...................................................................17

Figura 3 - Dados Elétricos dos módulos CS6K - Fonte: Canadian Solar –


Divulgação ............................................................................................18

Figura 4 - Dados climatológicos para Belo Horizonte. Fonte:


https://pt.climate-data.org/america-do-sul/brasil/minas-gerais/belo-horizonte-
2889/ ...................................................................................................24

Figura 5 - Temperatura Média no Brasil 2014 - Fonte: www.inmet.org.br


...........................................................................................................24

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Introdução
Como visto na última unidade, os vários tipos de radiação influenciam
drasticamente no desempenho dos sistemas.

Nesta unidade vamos aprender como utilizar estes dados vistos


anteriormente, é importante primeiramente ao iniciar o projeto descobrir a
média de consumo de energia do cliente, além de claro, a localização do seu
imóvel.

Como conseguir estas informações, sendo que na maioria dos casos nem
o próprio cliente sabe. O ideal aqui é sempre iniciar a conversa com o cliente
instruindo-o de que é necessário o envio de uma cópia de sua conta de energia.
É importante neste momento passar confiança ao cliente, e fazer com que ele
entenda que a sua empresa e você são sérios.

Caso mesmo assim ele não lhe mande a sua conta de energia, você terá
que pedir para que ele confirme nela a média dos últimos meses de consumo, é
importante se concentrar na média anual, ou seja, a produção de todos os meses
somados, dividido por 12.

Com a conta em mãos vai ser possível verificar esta média, e a sua
localização, portanto o projeto se inicia na conta do cliente.

É importante saber que se o cliente tem outros imóveis, outros ramais, ou


outros pontos de consumo de energia, é necessário também somar todos o
consumo de cada mês e dividir pelos meses no ano. E no final somar todos os
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resultados de todos os imóveis, caso ele queria suprir a energia de todos estes
imóveis.

Custo Mínimo
Como nosso foco são os sistemas conectados à rede, já entendemos o
conceito de “On-Grid” visto anteriormente em outras unidades. Com este
conceito em mente, é importante saber que haverá sempre um custo mínimo de
disponibilidade da rede, o que significa este custo?

Para ter acesso a rede da distribuidora, é necessário pagar uma taxa


mensal, esta taxa é conhecida como custo de disponibilidade, este também é o
custo por manter a rede da distribuidora em funcionamento, custos com
manutenção, linhas, etc.

Este custo é normalmente dividido em 3:

Monofásico: Este é o menor deles, e compreende imóveis e instalações usando


apenas uma fase, por isso conhecida como monofásica, normalmente esta
conexão se dá em 127 volts. E seu custo é de 30 kWh mensais.

Bifásico: Mais comum em residências, são duas fases, ambas de 127v (entre
fase e neutro). Seu custo mínimo é de 50 kWh.

Trifásico: Custo mínimo aqui é de 100 kWh, e normalmente é encontrado em


instalações comerciais e residências maiores. E podem ser 127v, 220v, 380v e
440v.

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Ou seja, dependendo da instalação o seu custo mínimo vai variar, ainda
existe outro fator, que é o custo de iluminação pública que é um valor bem
baixo, mas que está presente na maioria das contas de energia.

É importante considerar estes custos, pois mesmo que você consiga gerar 100%
da energia que seu cliente consome, não será possível zerar sua conta de
energia.

Para ter um sistema cujo investimento é o menor possível, e ao mesmo


tempo reduzir ao máximo a conta de energia, é importante gerar o valor total
menos o custo mínimo, ou seja, se o cliente possui uma instalação trifásica que
consome 300 kWh, você terá que ajustar o sistema para produzir cerca de 200
kWh, e não os 300 kWh. Claro que, o tamanho de um sistema é, em última
instância, uma decisão do cliente. Na SOLIENS, gostamos de ofertar diferentes
tamanhos de sistema para os clientes, e orientamo-nos quanto as vantagens e
desvantagens de cada tamanho.

Existem situações em que o cliente vai querer gerar mais, pois planeja
crescer, ou aumentar seu consumo no futuro. Este é um movimento natural, em
que todos nós iremos consumir eventualmente mais energia do que hoje. Caso
ele queira produzir mais, é sempre importante explicar que este excesso de
produção vai ser armazenado na forma de créditos energéticos, que podem ser
consumidos por um período de 5 anos a partir da geração.

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Ec = Emm – CD

Ec = Energia de Compensação em Média Mensal – em kWh/mês

Emm = Consumo de Energia em Média Mensal – em kWh/mês

Cd = Custo de disponibilidade – em kWh/mês

Portanto a equação fica assim:

Ec = Emm - Cd = 300kWh/mês – 100 kWh/mês

Ec=200 kWh/mês

Portanto qualquer projeção financeira, orçamento, pré-projeto, deve levar este


custo em consideração.

O cálculo pode ser diário também:

𝐸𝑐
Ecd =
30

30 vai ser a quantidade média de dias do mês.

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200 𝑘𝑊ℎ/𝑚ê𝑠
Ecd= ≅ 6,67 𝑘𝑊ℎ/𝑑𝑖𝑎
30

A produção média diária deverá ser superior a 6,67 kWh durante o ano.

É importante dizer que este ainda não é o valor de produção do sistema,


este valor final vamos ver a frente.

Neste ponto em diante utilizaremos as unidades de radiação solar


estudadas na unidade 1 deste módulo.

Continuando com este exemplo, vamos então verificar a localização do


consumidor, por exemplo, Tiradentes, Minas Gerais. Na época do nosso projeto
utilizamos a base de dados SWERA. Infelizmente o SWERA saiu do ar. No lugar
dele, você pode utilizar o site do CRECESB, conforme já mostramos na aula
“2.1.2 Como coletar dados Solares”.:

Para a localidade do nosso projeto, o valor de irradiação será a média


anual em base diária encontrada no antigo site do SWERA, que foi de 5,129
kWh/m².dia.

Levando esta informação em conta, vamos fazer os primeiros cálculos para


entender quanta potência será produzida por este gerador.

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Potência Pico

Usaremos a seguinte equação:

𝑬𝒄𝒅
Ppico =
𝑯𝑺𝑷

Ppico = Potência-pico do Sistema – em kWp (potência em condições de


laboratório, para teste dos módulos)

Ecd = Energia de compensação em Média Diária – em kWh/dia

O HSP reflete o número de horas em que a irradiância solar


permanece constante e igual a 1 kW/m². O HSP não precisa ser calculado, basta
que você utilize diretamente os valores encontrados no CRECESB. Conforme
imagem abaixo, o HSP em Belo Horizonte para o ângulo igual a latitude é de
5,36 horas/dia:

A fórmula abaixo serve apenas para demonstrar de onde vem a unidade


horas/dia. Em Tiradentes:

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𝑘𝑊ℎ
𝐼𝑟𝑟𝑎𝑑𝑖𝑎çã𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑛𝑜 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙𝑎çã𝑜 5,129 [ 2 ]
HSP = = 𝑚 .𝑑𝑖𝑎
𝑘𝑊 = 5,129 h/dia
𝐼𝑟𝑟𝑎𝑑𝑖𝑎çã𝑜 𝑃𝑎𝑑𝑟ã𝑜 1 [ 2]
𝑚

HSP: Valor médio de horas de sol pleno, onde a irradiação é constante e igual
a 1 kW/m²

Irradiância solar média anual no local de instalação: Valor da média anual


no local de instalação encontrada no site do CRECESB – em kWh/m².dia

Irradiação Padrão = 1 kW/m². Valor padrão de irradiação solar - em kW/m²

Potência Pico
Vamos calcular a potência pico do nosso sistema:

𝐸𝑐𝑑
Ppico = 𝐻𝑆𝑃

Ppico = Potência-pico do sistema – em kWp (potência em condições de


laboratório, para teste dos módulos)

Ecd = Energia de compensação em Média Diária – em kWh/dia

HSP = Valor médio anual da radiação solar em horas – em h/dia

𝐸𝑐𝑑 6,67 𝑘𝑊ℎ/𝑑𝑖𝑎


Ppico = → Ppico = ≅ 1,30 kWp
𝐻𝑆𝑃 5,129 ℎ/𝑑𝑖𝑎

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Simples, dessa forma temos o valor de potência do sistema, é com este
valor que você vai trabalhar, seja ao encomendar seu sistema para o fornecedor,
seja ao entrar em contato com a distribuidora ou até mesmo explicar a potência
dele para o cliente.

Sempre bom lembrar que nesta fase ainda não temos o valor preciso, pois
você ainda não fez a vistoria técnica, não avaliou o telhado, não colocou neste
cálculo os valores de inclinação e nem avaliou as perdas devido a temperatura
do loca, sombreamento e etc. Portanto esta estimativa terá de ser usada em um
primeiro momento com o cliente, para um orçamento.

Calculando a quantidade de módulos

Com base no valor de potência pico, vamos calcular a quantidade de


módulos fotovoltaicos:

𝑃𝑝𝑖𝑐𝑜∗1000
Nm = 𝑊𝑝

Nm = Número de módulos que serão usados no sistema

Ppico = Potência-pico do sistema em kWp

Wp = Potência-pico do módulo fotovoltaico em Wp (Watt-pico)

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1000 = 1kW = 1.000 Watts

Para este exemplo vamos usar um módulo genérico que agora em 2018
se popularizou bastante, é um módulo de 320 kWh policristalino. Que está cada
vez mais comum nos fornecedores:

𝑃𝑝𝑖𝑐𝑜∗1000 1,30 𝑘𝑊𝑝∗1000


Nm = → Nm = ≅ 4 unidades
𝑊𝑝 320 𝑊𝑝

Estes acima, como dito anteriormente, são valores superficiais, como


veremos a diante ainda entrarão outras variáveis nestes cálculos.

Potência do Inversor

Vamos calcular a potência ideal do inversor que será usado neste sistema,
o inversor é peça chave no Sistema FV, como verificado nas unidades anteriores.
Vamos descobrir qual a potência pico ideal para que este sistema trabalhe em
harmonia.

Após encontrar o número de módulos e sua potência, vamos entender qual


a potência necessária para conversão desta energia CC em energia AC. O
sistema tem 1,30 kWp de potência pico, portanto vai precisar também de um
inversor com potência semelhante, vamos procurar um modelo que atenda a
esta necessidade, em alguns projetos grandes, teremos que associar vários
inversores, para atingir o valor da geração.

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Até aqui, você viu como são feitos os cálculos básicos de um sistema FV,
levando em conta irradiação da localização, consumo do cliente e a potência do
gerador FV. Anexada a esta unidade você vai encontrar uma planilha que faz
estes cálculos para você, incluindo as perdas, gerando uma previsão muito mais
precisa.

Para finalizarmos esta seção vamos revisar o conteúdo:

Mensal:

Ec=Emm-Cd = 300kWh/mês – 100 kWh/mês = Ec=200 kWh/mês

Diária:

200 𝑘𝑊ℎ/𝑚ê𝑠
Ecd= ≅ 6,67 𝑘𝑊ℎ/𝑑𝑖𝑎
30

Potência Pico:

𝐸𝑐𝑑 6,67 𝑘𝑊ℎ/𝑑𝑖𝑎


Ppico = → Ppico = ≅ 1,30 kWp
𝐻𝑆𝑃 5,129 𝐻𝑆𝑃

Quantidade de Módulos:

𝑃𝑝𝑖𝑐𝑜∗1000 1,30 𝑘𝑊𝑝∗1000


Nm = → Nm = ≅ 4 unidades
𝑊𝑝 320 𝑊𝑝

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Inversor = Ppico = 1,30 kWp

Caso a edificação ainda esteja em processo de construção, e não se tenha ideia


de qual será o consumo, sugerimos acompanhar o consumo do cliente, seja em sua
casa anterior ou o comportamento padrão dele. Pode-se também fazer uma soma do
consumo de todos os equipamentos elétricos que poderão ser usados dentro do imóvel
em kWh, este processo é um pouco demorado, mas podem-se encontrar planilhas na
internet com este intuito, que facilitarão o trabalho.

Temperatura

Outro conceito que devemos nos atentar é o coeficiente de temperatura, pois ele
afeta a produção de energia. Quanto mais alta a temperatura, maior será a perda na
produção de energia. É por este motivo que as vezes a produção em Minas Gerais (que
tem uma irradiação elevada) supera a qualidade de produção de determinadas épocas
do ano no Nordeste, por exemplo. É sempre bom lembrarmos que a produção de
energia de um sistema fotovoltaico está diretamente ligada a abundância de luz
(irradiância) e não de calor.
A figura abaixo mostra as curvas I-V para diversas temperaturas nas células que
compõe os módulos. Veja que a corrente sofre uma elevação muito pequena enquanto
a temperatura cresce, já a tensão gerada pelos módulos sofre uma queda muito grande
a medida que a temperatura cresce. E como a potência gerada pelos módulos é dada
pelo produto da tensão versus a corrente (P=V x I), o aumento da temperatura acarreta
em uma perca da potência gerada pelos módulos.

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Figura 1 - Efeito causado pela variação da temperatura das células - Fonte: Manual de Engenharia
FV CRECESB

Os coeficientes de temperatura dos módulos serão encontrados nos datasheets


(folha técnica) deles. Serão fornecidos pelo menos 3 coeficientes:

Coeficiente de Temperatura da Corrente em Curto Circuito:

Corrente de curto circuito variando em função da temperatura das células. O


coeficiente positivo faz com que a corrente aumente quanto maior for a temperatura.

Coeficiente de Temperatura da Tensão em Circuito Aberto:

Coeficiente negativo que faz a tensão cair à medida que a temperatura


aumenta.

Coeficiente de Temperatura da Potência Máxima:

A Potência-pico varia em função da temperatura das células, o coeficiente


negativo faz com que a potência diminua com a elevação da temperatura.
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Figura 2 - Características de Temperatura módulo CS6X-320P - fonte: Canadian Solar –
Divulgação

Esses coeficientes servem para verificar os valores reais de potência, tensão e


corrente gerado pelos módulos em função da temperatura.

Os coeficientes são baseados na variação de temperatura na superfície dos


módulos, que é diferente da variação da temperatura ambiente. Entende-se aqui
como superfície dos módulos como a temperatura nas células dos módulos

É importantíssimo a compreensão destes conceitos, e a inserção deles no


dimensionamento. Caso você esteja usando um software de dimensionamento, estes
cálculos serão feitos de forma automática. Para alguns, os softwares não serão
acessíveis no início, portanto, vamos ensinar como fazê-los por aqui.

Antes de falarmos da temperatura, vamos falar um pouco dos dados


elétricos contidos na folha de dados dos módulos

Dados Elétricos e Condições Padrões de


Ensaio STC

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Os módulos fotovoltaicos geralmente são identificados pela sua potência
Elétrica de pico (Wp). O que se deve levar em consideração é que a potência de
pico utilizada para identificar e comprar os módulos fotovoltaicos, não é a
potência real gerada pelo módulo. Tanto a potência, quanto os valores de tensão
e corrente que são mostrados na folha de dados dos módulos, são dados que
foram medidos quando os módulos foram expostos a irradiância e a temperatura
controladas.

Essas condições padrões de ensaio são conhecidas como STC. As


condições padrões de ensaio são as seguintes:

• Irradiação controlada padrão de 1.000W/m²


• Temperatura das células dos módulos de 25ºC

Ou seja, nos dados elétricos mostrados abaixo, a potência máxima (Pmáx)


de 260W, só é gerada caso o módulo seja submetido a uma irradiância padrão
de 1.000W/m² e quando a temperatura das suas células é de 25ºC. No mundo
real, isso nunca vai acontecer pois, conforme veremos a seguir, a temperatura
das células é de 30ºC a mais que a temperatura do local onde o módulo estiver
instalado.

Figura 3 - Dados Elétricos dos módulos CS6K - Fonte: Canadian Solar – Divulgação

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Cálculos de Temperatura

A temperatura média de uma célula em operação vai ser sempre superior à


temperatura do ambiente, resultado direto do efeito fotovoltaico que gera calor. De
forma simplificada podemos calcular a temperatura na superfície dos módulos:

Tmod = Tamb + Kt x G
Tmod (°C): Temperatura na superfície do módulo.
Tamb (°C): Temperatura ambiente do local de instalação
G (W/m²): irradiância incidente sobre o módulo. Utilizamos por padrão
1000W/m²
Kt (ºC/W.m-²): coeficiente térmico para o módulo. Pode ser adotado o valor
padrão 0,03 ºC/W.m-².
Tmod = Tamb + 1000 x 0,03 → Tmod = Tamb + 30ºC

Portanto quando você adquire um módulo para o seu cliente, é fundamental levar
a temperatura em consideração, já que o fabricante vai lhe dizer que o módulo gera,
por exemplo, 320 Watts em condições de teste, mas essa não é a potência real pois
haverá percas devido a temperatura.
Importante frisar que a produção de energia não necessariamente vai ser mais
maior no Sul do que no Nordeste, pois estamos falando somente de temperatura, e
como visto nas unidades anteriores, temos que levar em conta a irradiância, que será
muito menor no Sul do que no Nordeste. Ou seja, o ganho de eficiência pela baixa
temperatura no Sul será muito pequeno comparado a ao ganho por irradiação solar no
Nordeste.
A capacidade de geração é proporcional à irradiância, e inversamente
proporcional à temperatura da célula.

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Parâmetros corrigidos de acordo com a temperatura

Vamos agora corrigir todos os valores dos parâmetros elétricos dos


módulos de acordo com a temperaturas

Os valores que serão corrigidos serão:

Potência de Pico nominal máxima (Pmax) – É a máxima potência gerada


pelos módulos fotovoltaicos

Tensão de Circuito Aberto (Voc) – É a máxima tensão que o módulo pode


gerar, que é verificada entre os terminais de uma célula fotovoltaica

Corrente Máxima em Curto-Circuito (Isc) – É máxima corrente que se pode


obter e é medida quando a tensão nos terminais dos módulos é igual a zero.

Tensão em Máxima Potência (Vmpp) – É a tensão que pode ser verificada


no módulo quando o mesmo está gerando a máxima potência

Corrigindo os valores de acordo com a temperatura.

As formulas para correção de temperatura são as mesmas para potência,


corrente e tensão. É preciso atentar-se apenas para a substituição dos valores
e coeficientes corretos. Os valores serão corrigidos de acordo com as médias de
temperatura média, máxima e mínima da cidade em que o sistema será
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instalado. Um site muito utilizado para encontrar as temperaturas em
determinado local é o Climate-data.org: https://pt.climate-data.org/. Abaixo
serão apresentadas as fórmulas para os cálculos de correção de acordo com a
temperatura.

A Soliens fornecerá uma planilha para que esses cálculos sejam feitos de
forma automática. Essa planilha estará disponível na aula de Dimensionamento
Final.

Potência-Pico dos Módulos

A formula para calcular a potência-pico dos módulos (Pmax) corrigidas de


acordo com a temperatura é dada por:

Pmax= Pmáxstc × (1 + 𝜸 × (Tmód – 25º)) : Potência máxima corrigida

Onde,

Pmáxstc: Potência máxima em condições padrões de ensaio. Retirado da folha


de dados dos módulos. Atenção: utilizar a tabela STC. – Em Watts

𝛄: Coeficiente de temperatura para Pmáx. Retirado da folha de dados dos


módulos – em %/°C

Tmod: Temperatura na superfície dos módulos – em °C

T: Temperatura no local de instalação. – em °C

Tensão em circuito aberto (Voc)

A formula para calcular a tensão de circuito aberto (Voc) dos módulos


corrigidas de acordo com a temperatura é dada por:

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Voc(T) = Vocstc × (1 + 𝛃Voc × (Tmod – 25º)): Tensão máxima em circuito
aberto

Onde,

Vocstc: Tensão de circuito aberto em condições padrões de ensaio. Retirado da


folha de dados dos módulos. Atenção: utilizar a tabela STC

𝛃Voc: Coeficiente de temperatura para Voc. Retirado da folha de dados dos


módulos – em %/ºC

Tmod: Temperatura na superfície dos módulos – em °C

T: Temperatura no local de instalação. – em °C

Corrente Máxima em Curto Circuito. (Isc)

A formula para calcular a corrente máxima de curto circuito (Isc) dos


módulos corrigidas de acordo com a temperatura é dada por:

Isc = Iscstc × (1 + 𝛂 Isc × (Tmod– 25º)): Corrente máxima em curto circuito

Onde,

Iscstc: Corrente de curto circuito em condições padrões de ensaio. Retirado da


folha de dados dos módulos. Atenção: utilizar a tabela STC.

𝛂 Isc: Coeficiente de temperatura para Isc. Retirado da folha de dados dos


módulos – em %/ºC

Tmod: Temperatura na superfície dos módulos – em °C

T: Temperatura no local de instalação. – em °C

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Tensão em Máxima Potência (Vmpp)

Vmpp: Vmppstc × (1 + 𝛃Vmpp × (Tmod– 25º)): Tensão em máxima potência

Vmppstc: Tensão em máxima potência em condições padrão de ensaio.


Retirado da folha de dados dos módulos. Atenção: utilizar a tabela STC.

𝛃Vmpp: Coeficiente de temperatura para Vmpp. Retirado da folha de dados dos


módulos.

Tmod: Temperatura na superfície dos módulos – em °C

T: Temperatura no local de instalação. – em °C

Aplicando o Método

Vamos tomar o exemplo de um módulo fotovoltaico com potência-pico de 320


Wp, cujo coeficiente de temperatura para a potência-pico seja de -0,41%/°C,
calcularemos a sua potência-pico para a cidade de Belo Horizonte.

Uma das bases de dados para temperatura média que poderá ser encontrada no
Brasil é o “Instituto Nacional de Meteorologia - INMET”, ou também pode ser utilizado
o site https://pt.climate-data.org

O site PT-CLIMATES fornece uma tabela com as temperaturas média, mínima e


máxima de qualquer cidade e apresenta esses dados em forma de tabela:

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Figura 4 - Dados climatológicos para Belo Horizonte. Fonte: https://pt.climate-data.org/america-
do-sul/brasil/minas-gerais/belo-horizonte-2889/

É possível encontrar bases de dados pagas. Para uma melhor estimativa, nós
sugerimos que você compre uma licença de um dos softwares, que já incluem bases
de temperatura e de insolação, assim que você tiver demanda suficiente na contratação
de seus sistemas. – Falaremos sobre diferentes pacotes de software de cálculo mais à
frente.

Figura 5 - Temperatura Média no Brasil 2014 - Fonte: www.inmet.org.br

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Vamos executar os cálculos anteriores neste exemplo

Dados:

Temperatura média ambiente em Belo Horizonte = 29ºC


HSP = 5,2 h/dia
Módulo: 320 Wp

Cálculos:

Eger = Pmáx,Tambmédia * HSP

Onde,

Eger (Wh/dia): Estimativa de geração de energia pelo módulo fotovoltaico

Pmax,Tambmedia (Wp): Potência máxima corrigida para uma temperatura ambiente


média
A temperatura na superfície dos módulos pode ser dada por:
Tmod = 29 + 30 = 59ºC

E a potência máxima corrigida para a temperatura ambiente média:

Pmax,Tambmédia = Pmáxstc × (1 + 𝛾 × (Tmód – 25º)) → Pmax = 320× (1


+(−0,41/100)× (59 – 25º)) = 275,39W

Portanto, espera-se que o módulo fotovoltaico de 320 Wp, com coeficiente de


temperatura da potência-pico no valor de “-0,41%/°C”, apresente, em Belo Horizonte,
a potência-pico compensada de 275,39 Wp, em média anual.

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Ktemp = (1 - (275,39 𝑊)/(320 𝑊) ) x 100 = 13,9% : Percentual de perda da potência
gerada devido a temperatura

Equação de estimativa de produção


energética:
Eger = Pmáx,Tambmédia * HSP

Eger: Estimativa de geração de energia pelo módulo fotovoltaico – Em Wh/dia

Pmax,Tambmedia: Potência máxima corrigida para uma temperatura ambiente


média - Em W

Eger = 275,39 W x 5,2 h = 1.432,04 Wh/dia = 1,43 kWh/dia

Como toda máquina, o gerador solar fotovoltaico não é 100% eficiente. Para
fornecermos o melhor sistema possível ao nosso cliente, é necessário levar em conta
as ineficiências de um sistema. Abaixo temos uma tabela com as diferentes perdas a
serem consideradas.

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Símbologia Valores
Coeficiente de Perda por Descrição
(padrão SOLIENS) Típicos
Causadas por objetos ao redor, ou
Sombreamento Ksomb 1% a 10%
sobre os módulos fotovoltaicos.
Acúmulo de partículas de poeira,
fuligem, fezes de pássaros,
Sujeira Ksuj etc.,sobre os módulos 2% a 10%
fotovoltaicos; entre os períodos
de limpeza.
Considerada quando a tolerância
de potência-pico dos módulos
Tolerância de Potência Ktol 1,5% a 3%
fotovoltaicos tem algum valor
negativo.
Provocada pelas diferenças de
Mismatching Kmis características elétricas entre os 1% a 2 %
módulos fotovoltaicos.
A potência-pico dos módulos
fotovoltaicos diminui com a
Fator Temperatura Ktemp 5% a 20%
elevação de sua temperatura de
operação.
Perdas por efeito Joule no circuito
Cabeamento CC Kcc 0,5% a 1%
CC.
Perdas durante, ou entre os
períodos de rastreamento do
SPMP Kspmp 1% a 2 %
ponto de máxima potência do
painel fotovoltaico.
Perdas durante a conversão da
energia CC em CA. Não existe
Conversão CC/CA Kinv 1% a 10%
inversor com eficiência de 100%
ainda.
Perdas por efeito Joule no circuito
Cabeamento CA Kca 0,5% a 1%
CA.
Somatório de perdas, para um
18% a 24%
sistema típico

Tabela 1 - Coeficientes de Perda - Fonte: Green Rhino Energy (www.greenrhinoenergy.com)

Tomemos como exemplo um sistema típico, com 20% total de perdas. O


rendimento global do sistema seria, portanto, 80% de sua potência nominal.
(100-%20%=80%). Deveremos então dividir o valor inicial encontrado como
potência do sistema, pelo valor de rendimento global em decimal (neste caso
0,80), para encontrar o valor de potência a ser instalado. Em nossa tabela de
análise financeira, este cálculo é feito automaticamente. Explicaremos em
unidade mais à frente.

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Esta unidade foi uma introdução aos cálculos que iremos usar adiante no
dimensionamento do sistema, tanto no dimensionamento inicial quanto no
dimensionamento final.

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Referências Bibliográficas

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