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2011
https://www.youtube.com/watch?v=YMDAB-nZhFo
Judith Butler, philosopher and author, talking about Adorno and Benjamin's dispute over Kafka's
articulation of the phantasmagoric form. In this lecture, Judith Butler discusses Adorno and
Benjamin's correspondence, reconciling Marx with the messianic, Benjamin's essays on Baudelaire,
the structure of consumer desire and empathy as a methodology in relationship to Franz Kafka,
Theodor W. Adorno, Walter Benjamin, Karl Marx and Charles Baudelaire focusing on commodity
fetishism, history, time, life, illumination, mysticism, positivism, mediation, exchange value and the
atypical. Public open lecture for the students and faculty of the European Graduate School EGS
Media and Communication Studies department program Saas-Fee Switzerland Europe. 2011. Judith
Butler.
- Ao invés, a forma mercadoria e a relação de valor dos produtos do trabalho [na qual aquela se
representa] não tem a ver absolutamente nada com a sua natureza física [nem com as relações
materiais dela resultantes]. É somente uma relação social determinada entre os próprios homens
que adquire aos olhos deles a forma fantasmagórica de uma relação entre coisas. Para encontrar
algo de análogo a este fenómeno, é necessário procurá-lo na região nebulosa do mundo religioso.
Aí os produtos do cérebro humano parecem dotados de vida própria, entidades autónomas que
mantêm relações entre si e com os homens. O mesmo se passa no mundo mercantil com os
produtos da mão do homem. É o que se pode chamar o fetichismo que se aferra aos produtos do
trabalho logo que se apresentam como mercadorias, sendo, portanto, inseparável deste modo-de-
produção. [Este carácter fetiche do mundo das mercadorias decorre, como mostrou a análise
precedente, do carácter social próprio do trabalho que produz mercadorias.]
- A recente descoberta científica, de que os produtos do trabalho, enquanto valores, são [objectiva]
pura e simplesmente a expressão do trabalho humano gasto na sua produção, marca uma época na
história do desenvolvimento da humanidade, mas não dissipou de modo algum a fantasmagoria
que faz aparecer o carácter social do trabalho como uma qualidade das coisas, dos próprios
produtos. O que é verdadeiro apenas para esta forma particular de produção, a produção mercantil
—; a saber, que o carácter [especificamente] social dos mais diversos trabalhos [privados,
independentes uns dos outros], consiste na sua igualdade como trabalho humano, e reveste uma
forma objectiva, a forma-valor dos produtos do trabalho -, isso parece aos olhos dos homens
imersos nas engrenagens das relações da produção de mercadorias, hoje como antes daquela
descoberta, tão definitiva e tão natural como a forma gasosa do ar que permaneceu idêntica mesmo
depois da descoberta dos seus elementos químicos.
BUTLER, Judith. Odradek and Capitalism. Palestra na European Graduate School EGS, Media
and Communication Studies Department Program Saas-Fee, Suíça, 2011. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=YMDAB-nZhFo>. Acesso em 20 jul. 2018.
MARX, Karl. O capital. Volume I. 1ª ed. 1867. Tradução de: J. Teixeira Martins e Vital
Moreira. Transcrição desta edição: Alexandre Linares. HTML por: José Braz. [In: Centelha -
Promoção do Livro, SARL, Coimbra, 1974.] Marxists Internet Archive: s./ local, 2005.
Disponível em: <https://www.marxists.org/portugues/marx/1867/ocapital-
v1/vol1cap01.htm#c1s4>. Acesso em 20 jul. 2018.