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HISTÓRIA DO TITANIC

A história do Titanic e dos dois outros navios gémeos começa num jantar na mansão londrina

de James P. Morgan, sócio maioritário dos maiores estaleiros do mundo, Harland & Wolff.

Nesse jantar do dia 10 de Junho de 1907 com Bruce Ismay, presidente da “White Star Line”,

foi decidida a construção dos três maiores navios do mundo: O Olympic, o Titanic e o

Jagantic que, após a tragédia com o Titanic, seria rebaptizado de Britanic.

Era objectivo desta companhia concorrer na rota do Atlântico com a Cunard Line, proprietária

das embarcações MAURiTANIA e LUSITANIA.

Curiosamente ou talvez não, a casa onde nasceu o Titanic, é hoje a embaixada da Espanha

no Reino Unido.
Embora a companhia de navegação “White Star Line” tivesse sido fundada em 1869 na

Inglaterra, desde 1902 fazia parte de uma holding norte-americana chamada “International

Mercantil Marine”.

O seu presidente era Bruce Ismay, apontado por muitos historiadores como o principal

causador da tragédia do Titanic.

Bruce Ismay era passageiro do Titanic na viagem de inauguração e foi ele quem deu ordens

ao capitão Smith para viajar à velocidade máxima, mesmo numa zona de icebergs.
Não morreu no acidente porque tomou o lugar de uma senhora num dos botes salva-vidas.

Foi posteriormente rejeitado pela sociedade britânica, tendo morrido só na sua mansão nos

arredores de Londres.

Um ano e meio depois do jantar na mansão de James Morgan, foi iniciada a construção do

Titanic. Era a manhã do dia 31 de Março de 1909.

Embora nos estaleiros “Harland & Wolff” trabalhassem mais de 14 mil operários, apenas

1700 homens trabalharam duramente durante 27 meses para acabar a construção do

Titanic.

Para a construção foram necessárias 27 mil toneladas do melhor aço. O casco era composto

por chapas de aço de 2,5cm de expessura que se uniam com mais de 3 milhões de rebites.

Note-se que nessa altura ainda não tinha sido inventada a soldadura, usando-se rebites para

a união das chapas.

A construção do navio custou à White Star Line 10 milhões de dólares de 1912, uma

astronómica soma para a época, correspondendo a uns 1000 milhões de Euros.

O dinheiro para financiar esta construção veio dos Estados Unidos, mais concretamente de

James Morgan.

Foi lançado à água no dia 31 de Maio de 1911 pelas 12 horas. A este acto tão importante

assistiram, para além do presidente da Câmara de Belfast, James Morgan e todos os

directores, pessoal da empresa construtora e da companhia de navegação e mais de 100 mil

pessoas que se amontoaram pelos arredores dos estaleiros para presenciarem o nascimento

do navio dos sonhos.

Foi um acto impressionante, como tudo o que estava relacionado com o Titanic, por

exemplo, as suas dimensões: Desde a coberta principal até à quilha tinha 57 metros de

altura, desde a proa até à popa 270 metros de comprimento e 30 de largura. Na coberta do

Titanic poderiam ter sido construídos 3 campos de futebol. Cada uma das 3 âncoras pesava

15 toneladas. O casco pesava 46 mil toneladas de peso bruto. As duas hélices laterais de 3

pás, mediam 7 metros de diâmetro e pesavam 38 toneladas cada uma. A hélice do meio, de

4 pás, media 5 metros e pesava 22 toneladas.

Era capaz de deslocar 52.250 toneladas. A propulsão era assegurada por 29 caldeiras com

159 fornalhas, proporcionando uma potência total de 46.000 hp e 3 hélices permitiam uma

velocidade de até 24 nós. Tinha capacidade para 3547 pessoas (passageiros e tripulação).
O Titanic teve a sua construção (sob número de quilha 401 da Harland & Wolff) iniciada a 31

de Março de 1909 tornando-se o maior objeto móvel construído pelo homem.

Em Julho de 1911 é marcada a data da viagem inaugural do Titanic : 20 de Março de 1912 .

Devido ao embate do Olympic com o cruzador da marinha britânica Hawke, ficando com

importantes avarias que obrigaram o estaleiro a fornecer homens e materiais para efectuar

as reparações do Olympic, a primeira viagem do Titanic foi adiada para o dia 10 de Abril de

1912.

A 3 de Fevereiro de 1912, O Titanic deu entrada na Thompson Graving Dock, concluíram-se

os acabamentos e iniciaram-se os testes de mar onde foram realizadas manobras para testes

da embarcação e dos seus equipamentos.

No dia 2 de Abril partiu, sob o comando do Capitão Bartlett, para Southampton (a 570

milhas), o porto base para as viagens que começaria a realizar. Onde chegou na madrugada

do dia 4 e iniciou o carregamento de carga e suprimentos, além de receber a bordo a maior

parte da tripulação.

A embarcação ficou pronta para zarpar na sua viagem inaugural no dia 9 de Abril.

No dia 10 de Abril, às 07:30 tomou o comando o Capitão Edward J. Smith, antigo

comandante da Olympic.
Este capitão tinha sido escolhido com cuidado. Era o mais experiente da companhia, em 35

anos de trabalho nunca sofrera nenhum acidente de maior. Era chamado o “capitão dos

ricos” uma vez que era ele quem comandava os navios de luxo que transportavam

milionários e famosos. Depois de 35 anos de trabalho esta seria a sua última viagem

esperando--o uma merecida reforma!

Das 09:30 às 11:00 foi realizado o embarque dos passageiros das 2a. e 3a. classes. Os

passageiros da 1a. classe embarcaram às 11:30.

Era meio-dia em ponto quando o Titanic soltou as amarras do cais número 44 da White Star

Line no porto inglês de Southempton.

2208 pessoas entre passageiros e tripulantes viajaram a bordo do maior navio do mundo

que efectuava a sua viagem inaugural. Ironicamente esta seria a sua primeira e última

viagem.

O Titanic partiu sendo levado por rebocadores para fora do porto. Um incidente ocorreu

quando O Titanic já navegando pelos seus próprios meios passou próximo da embarcação

New York. A deslocação da água que o seu movimento provocou fez com que as amarras da

outra embarcação se quebrassem e a popa da mesma fosse na sua direcção. Graças a uma

rápida intervenção da tripulação da New York a colisão foi evitada por apenas 2 metros.

Depois de saído do porto de Southempton, o Titanic dirigiu-se ao porto francês de Cherbourg

ancorando na sua doca já que um navio tão grande não cabia no interior do porto.

Aí, e por meio de botes, subiram passageiros, principalmente de primeira e segunda classe.

No porto irlandês de Queenstown embarca passageiros de terceira classe, mercadoria e

correio. Deixou este porto na tarde do dia 11.

Era a última escala antes de chegar a New York.

Willian Murdock teve um papel muito importante na história do Titanic, tanto pelo papel que

desempenhava no navio, como pelo seu comportamento pessoal e coragem demonstradas

no momento da colisão com o iceberg.

Murdock era o 1º oficial do navio e era ele que se encontrava ao comando quando se deu o

choque. Em décimos de segundo teve de decidir o que fazer e a primeira ordem foi fechar de

imediato as portas estanques.


O papel deste oficial também foi importante durante a evacuação dos passageiros. Era o

responsável pela coberta “A” e, ao contrário do que se passava nas outras cobertas, ordenou

que enchessem completamente os botes salva-vidas mesmo que fosse com homens. Graças

a esta ordem 80% dos homens que se salvaram a ele devem a vida.

Na coberta “B” não foi permitido o embarque de nenhum homem e estes arrearam só com

mulheres e crianças de forma que só levaram metade das pessoas que se poderiam ter

salvo. Alguns botes foram lançados ao mar com 14 ou 15 pessoas enquanto que a sua

capacidade era para 72.

Murdock morreu congelado no mar por já não ter forças para entrar para o último dos botes

salva-vidas que ele ajudara a lançar à água.

A esplêndida coberta superior era utilizada pelos passageiros de primeira classe para

passear, conversar e apanhar sol, podendo usar para tal confortáveis cadeiras reclináveis.

Foi graças a algumas destas cadeiras que, atiradas à água e flutuando no mar gelado,

permitiram que alguns passageiros se salvassem.


Um dos símbolos da beleza, do esplendor e do luxo do Titanic era a grande escalinata de

proa. Ao entrar, depois de um passeio pela coberta, notava-se como a luz natural penetrava

pela cúpula de ferro e vidro reflectindo a sua luz nas pálidas madeiras de carvalho e nas suas

douradas balaustradas.

Na parede do patamar superior podia ver-se um painel também de carvalho talhado, com

um relógio cercado por duas figuras que simbolizavam a honra e a glória que estavam por

cimadeste, demonstrando como a honra e a glória devem estar sempre acima do tempo.

Por esta grande escalinata desciam os passageiros da primeira classe à sala de jantar.

Muito perto da sala de fumo da primeira classe existia o luxuosíssimo restaurante francês “A

la Carte”. Este restaurante, administrado por uma empresa hoteleira francesa, era muito

selecto mesmo para os passageiros de primeira classe que tinham de pagar um suplemento

para comer na sua luxuosa sala.


A fim de satisfazer os gostos dos passageiros de primeira classe, existiam oito estilos

diferentes de decoração das cabines. Em qualquer deles ressaltava o luxo e o conforto que

tinham aqueles quartos, móveis de carvalho, painéis esculpidos à mão, uma sala de jantar e

casa de banho completa com água quente e fria.

Mesmo os quartos reservados à terceira classe eram muito bons para a época e podem ser

ainda hoje comparados aos de segunda dos navios actuais.

Era, sem dúvida, o hotel mais luxuoso do mundo e cada passageiro da primeira classe pagou

o equivalente a 80 mil euros para embarcar no navio.

No entanto teve vida curta, apenas quatro dias: de quinta, dia 11, a domingo, dia 14.

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