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Pequenos
N˚ 2
Jan-Abr
2008
Conjuntura
Econômica
Foco excessivo
na Selic dificulta
debate sobre
custo do crédito
Meios
Eletrônicos de
Pagamento
para MPE
Seminário
dá visibilidade
às bandeiras
regionais
Fundos Públicos
Federais de
Financiamento
Ampliação do
acesso dá
sustentação ao
Investir para
desenvolvimento
socioeconômico
Cooperativismo
de Crédito
Recursos do FCO
continuar crescendo
são estratégia de Chamada Pública define regras de apoio à
expansão constituição de Sociedades de Garantia de Crédito
Novo Portal Sebrae.
Tão fácil de usar que
todo mundo vai querer
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www.sebrae.com.br
Carta ao leitor
O
Sebrae aperfeiçoa estratégias para fazer frente aos desa-
fios de um Brasil em crescimento. Convido os leitores da
Paulo Okamotto Pequenos Negócios & Finanças, publicação periódica
Presidente do Sebrae da Unidade de Acesso a Serviços Financeiros, a fazerem uma re-
flexão sobre a principal matéria de capa, que trata do apoio do
Sebrae à constituição de Sociedades de Garantias de Crédito.
Esse apoio está explicitado em uma Chamada Pública com du-
ração de dois anos e mostra bem quanto o Brasil mudou nos últi-
mos anos. Se antes a nossa grande preocupação era a de prover
“Chegou a hora de colhermos os soluções referentes ao mais básico dos créditos, os de giro, hoje
frutos de nossa perseverança e também trabalhamos para viabilizar financiamentos de longo prazo
continuarmos plantando soluções que resultem no acesso pelo segmento à tecnologia e a mercados.
Com o Brasil crescendo, os empresários de pequenos negócios
inovadoras que tragam o passam a contar com horizontes para novas apostas.
futuro mais para perto.” Outra matéria que reflete a chegada desses novos tempos
é a do Seminário “Meios Eletrônicos de Pagamento para Mi-
cro e Pequenas Empresas”. O acompanhamento do Sistema de
06 Artigo
Conjuntura Econômica
26 Fundos Contitucionais
Prioridade declarada para
Aumento dos juros é oportunidade os pequenos
para se discutir spreads
12 Sociedades de 30 FAT/PROGER
Linhas ampliadas
Garantia de Crédito e mais competitivas
Projetos contarão com o
apoio do Sebrae
33 Agenda
Eventos Sebrae/UASF
16 Meios Eletrônicos
de Pagamento
Seminário dá visibilidade
às bandeiras regionais 34 BNDES
Crédito via leilão eletrônico
22 Entrevista
Cartões de crédito: 36 CAIXA
Regulamentação ou Momento econômico
auto-regulação? alavanca aplicações
40 Fundo de Aval
Procura pelo FAMPE supera expectativas
Tiragem
10 mil exemplares
Impressão
Charbel
42 Banco do Nordeste
Trabalho integrado para potencializar resultados
Produção Editorial
46 Banco da Amazônia
Novas estratégias e diretrizes Janeiro-Abril de 2008
de política socioambiental
Para envio de comentários e
sugestões:
50 Cooperativismo de Crédito
Acesso ao FCO é estratégia de expansão
joao.silverio@sebrae.com.br
E
Márcia Gouthier/ASN
m meio a indicadores internos positivos inéditos
sobre consumo, renda, investimentos e emprego,
o Banco Central, de olho no comportamento da in-
flação, agiu preventivamente, na reunião de abril, e au-
mentou em meio ponto percentual a taxa básica de juros
(Selic), a que remunera os títulos públicos e baliza as
decisões do mercado financeiro. Com a decisão, a taxa
anual passou para 11,75%.
As decisões do Comitê de Política Monetária (Co-
pom) do Banco Central são acompanhadas com lupa
pelos agentes econômicos e políticos, seja em que con-
texto se dê. O interessante é que a última decisão foi to-
mada , em meio a uma crise internacional, mas olhando-
carlos alberto dos santos se muito mais para fatores inflacionários endógenos do
Diretor de Administração e Finanças
do Sebrae Nacional
que exógenos. A escalada das cotações internacionais
do petróleo passou, por exemplo, ao largo da decisão do
Comitê, que continua trabalhando com uma variação de
4% , este ano, para os preços administrados.
Crédito/PIB:
Crédito/PIB: Países
Emergentes Selecionados Crédito/PIB:
Crédito/PIB: Brasil vs.
140 200
120
100 150
80
100
60
40 35 50 35
20
0 0
ni o
U ein
do
R
Fonte: Banco Central
debate, igual ou superior relevância dada aos movimen- de risco dos tomadores de crédito e , neste caso, as
tos da Selic. Isso porque pesam enormemente no custo Sociedades de Garantias de Crédito, em processo
final do crédito. Só uma discussão técnica adequada e de disseminação, com o apoio do Sebrae, podem
que envolva um grande número de atores pode contribuir cumprir papel importante.
para mudanças nessa área a partir de uma pauta que A redução dos spreads depende também da contí-
passe não só pelo Executivo, mas também pelo Legisla- nua expansão do crédito em nosso país e do aumento
tivo e por decisões negociais dos agentes financeiros. da concorrência no mercado financeiro. Insisto, a Selic
A redução das pressões inflacionárias depende baliza o financiamento da divida pública. É, por isso, um
de uma aceleração nos investimentos que atenda a importante referencial para os agentes financeiros. Mas
atual demanda interna bastante aquecida. E a re- para o tomador micro ou pequena empresa, o importante
dução dos custos de capital é fator fundamental de é o custo final do crédito que ultrapassa, em muito, essa
estímulo aos investimentos. Spreads menores de- taxa básica.
pendem sim da cunha fiscal, mas também de outras Infelizmente, constatamos que a queda acentuada
variáveis como a minimização de custos adminis- da Selic, nos últimos 18 meses, não produziu impactos,
trativos dos agentes financeiros , via ampliação da na mesma proporção, nos juros praticados pelo merca-
carteira de clientes. Outra, é a melhoria do perfil do. Num cenário de evolução do crédito contratado e,
Mercados de Exportação
Jan-Fev 2003 Jan-Fev 2008
A diversificação dos mercados para a colocação dos produtos brasileiros minimiza problemas
para a Balança Comercial decorrentes da desaceleração da economia americana
conseqüentemente, de redução dos custos da oferta; de tas, consumo puxado pelo aumento da massa salarial e
indicadores econômicos positivos e de queda na inadim- do crédito, investimentos também em alta, a decisão do
plência, a não redução dos custos para o tomador final Banco Central é puramente prudencial. Tem por objetivo
leva à conclusão de que parte da queda verificada na corrigir o hiato, a defasagem entre os resultados decor-
taxa básica serviu para ampliar as margens de lucros rentes dos investimentos já feitos ou programados e o
dos agentes financeiros. O foco demasiando nas deci- aumento da demanda.
sões do Copom tem embaçado o debate sobre os custos O Brasil caminha a passos largos para se tornar um país
da concessão do crédito em nosso país. ‘normal’. Para que isso se consolide e seja um processo
sem volta, é preciso que a condução das políticas monetária
Mais defesas – A decisão do Copom, ao mesmo tempo e fiscal, tenha um grande grau de credibilidade e previsi-
que expõe um ponto desfavorável, a interrupção da traje- bilidade. Só assim os agentes econômicos podem planejar
tória da queda das taxas de juros, mostra que o país têm sem preocupações com mudanças bruscas de rota.
defesas para enfrentar instabilidades externas que, no pas- É fato que essa condição de normalidade tam-
sado, forçaram decisões traumáticas por parte da Autorida- bém significa que precisamos, entre outras coisas,
de Monetária. Não aconteciam apenas ajustes na trajetória de taxas de juros mais compatíveis com as que vi-
dos juros, mas verdadeiros choques para conter evasão de goram no mercado internacional. Uma meta ainda a
divisas, por exemplo. O ajuste anunciado, em abril, pode ser ser perseguida, levando-se em conta nosso histórico
mais forte do que muitos esperavam, mas ainda é um ajuste de descontrole fiscal e monetário, de indexação da
e focado em pressões internas sobre preços. economia, da memória inflacionária ainda vigorando
Com as contas públicas equilibradas, reservas robus- entre os agentes econômicos.
-20
Jan Jan Jan Jan Jan Jan Fev
02 03 04 05 06 07 08
Reservas Internacionais
Reservas Internacionais O grau de confiança para se reforçar expectativas
que estimulem e facilitem o investimento, o motor de
200
195,2 qualquer economia, vem sendo obtido às duras penas,
nos últimos anos, em torno da política de metas de infla-
160
ção. O governo, ao fixar a meta de 4,5% para este ano,
120
delegou ao Banco Central o exercício pleno dos instru-
80 mentos de política monetária para obtê-la.
Abr
40 15,9 Existe sempre um hiato entre a decisão de se investir
0
e a efetivação do investimento. Essa corrida é da natu-
Jan
02
Jan
03
Jan
04
Jan
05
Jan
06
Jan
07
Mar
08
reza da economia de mercado. O importante é que esta-
mos passando por momentos de bastante otimismo com
relação à economia brasileira. A disposição de investir
é evidente.
Dívida Externa Líquida
Dívida Externa Líquida
Registra-se um aumento vigoroso do consumo das
famílias, 8,16% no primeiro trimestre de 2008, maior
Jun
200 166,7 que o crescimento do PIB. A demanda doméstica tor-
160 nou-se motor do crescimento da economia, superando
US$ bilhões
PIB: Contribuição
PIB: Contribuição da Demandada Demanda
Doméstica e externa ao Crescimento
Consumo das Famílias
Consumo das Famílias
4 4
%
p.p
2 2
0
0
-2
-2
-1,8
-4
-4 1T 1T 1T 1T 1T 1T 1T 1T 1T 1T
1T 1T 1T 1T 99 00 01 02 03 04 05 06 07
03 04 05 06 07
Demanda doméstica, puxada pelo maior consumo familiar, sustenta o crescimento continuado do Produto Interno Bruto
famílias. O investimento cresce mais que o consumo que otimista quanto ao ciclo virtuoso da economia, porque
por sua vez cresce mais que o PIB. Também o comporta- potencializa a perspectiva de crescimento continuado
mento dos investimentos diretos nos permite continuar nos próximos anos.
Marca inédita
Brasil atinge ‘Grau de investimento’
O mês de abril encerrou-se com uma excelente bido no aumento do fluxo de recursos externos, o
notícia. A agência de classificação de risco Standard que comprova consenso entre investidores de que o
and Poor’s concedeu ao Brasil o patamar de ‘Grau de Brasil se tornou menos vulnerável a choques finan-
investimento’. Passamos, assim, a figurar no mapa ceiros e econômicos.
dos grandes investidores institucionais (fundos de O país cortou sua dependência do Fundo Mo-
pensões) de países desenvolvidos que, por regras netário Internacional, há alguns anos, e quitou
estatutárias, só podem investir em ativos conside- a dívida com a instituição em 2005, depois de a
rados de baixo risco. economia emergir de uma crise de confiança que
O ‘Grau de investimento’ reflete a maturidade das durou de 1999 a 2002. Juntamente com a explo-
instituições brasileiras e de políticas implantadas que são dos preços das commodities, o novo status
tem resultado em redução da carga fiscal e da dívida de ‘Grau de investimento’ impulsionará ainda
externa. Reflete também as crescentes perspectivas de mais o crescimento brasileiro, especialmente le-
crescimento, demonstradas pelo Brasil. vando-se em conta as recentes descobertas de
A nova avaliação indica ainda a crescente resis- grandes jazidas de petróleo pela Petrobras. Além
tência da economia a choques externos. E não foi disso, cria um cenário propício ao aprofundamen-
exatamente uma surpresa. Já estava sendo perce- to de reformas estruturais.
Márcia Gouthier/ASN
Seja qual for o tamanho do empreendimento, vai precisar, em algum momento, de recursos de terceiros para investimentos
ou giro. Se o empresário integra uma SGC poderá obtê-los mais fácil e rapidamente
O
Sebrae definiu, por meio de Chamada Pública indispensável à ampliação contínua do crédito para mi-
aprovada pela Diretoria-executiva, em 27 de cro e pequenas empresas.
março, o apoio à constituição de Sociedades de A disseminação de sociedades de garantia em todo
Garantia de Crédito (SGC) em todo o Brasil. A Chamada o território nacional é determinante para a construção
tem duração de dois anos e seu objetivo é o de selecio- do Sistema, previsto na Lei Geral das Micro e Peque-
nar projetos em busca de apoio técnico e/ou financeiro. nas Empresas, que pressupõe também a construção de
A organização de um Sistema Nacional de Garantias é fundos garantidores de primeiro e segundo pisos. Tem
por objetivo contribuir para a expansão do acesso aos A idéia do Sebrae é fazer aportes médios de R$ 3 mi-
serviços financeiros sob melhores condições de custos lhões em pelo menos dez projetos de diferentes estados
e prazos, tendo como foco o aumento da competitivi- e regiões do País. Na verdade, trata-se de abrir caminho
dade do segmento. para que empresas de grande porte e outras instituições,
O desenho do sistema é simples porque as atri- financeiras ou não, participem da empreitada.
buições de cada conjunto de atores são bastante Okamotto avalia que o momento é ideal para
definidas. Mas envolve muita organização, muita apostas em inovações que resultem em maior com-
articulação e comprometimento entre as partes. petitividade das micro e pequenas empresas. O Brasil
Para o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, o está em crescimento constante há pelo menos cinco
Sistema pode se transformar em um grande sucesso anos; as soluções para o que era o grande proble-
de parceria público/privada: micro e pequenos em- ma do segmento – a falta de acesso a capital de giro
presas na base, contribuindo financeiramente para – estão bem encaminhadas. Os bancos já vêem os
usufruir dos avais sobre os empréstimos pretendidos; pequenos negócios com novos olhos, o que significa
entidades apoiadoras como o Sebrae arcando com a acesso mais fácil e mais barato ao crédito de curto
construção da infra-estrutura e capacitação; grandes prazo, a partir de mecanismos simplificados de ga-
empresas, agências de desenvolvimento e organismos rantias com a antecipação de recebíveis (desconto de
multilaterais de crédito contribuindo para a formação cheques, duplicatas e mesmo daquilo que é faturado
dos Fundos Garantidores. por meio de cartões de crédito).
A elaboração da Chamada Pública contou com a contribuição de um grupo de trabalho, sob a supervisão do Diretor Carlos
Alberto dos Santos. “O documento aprovado pela Direx tem a função de deixar clara a intenção do Sebrae de contribuir com
eficácia e agilidade no processo de articulação para constituição de Sociedades de Garantias em todo o país; de contribuir
para que a Lei Geral seja implementada de forma abrangente”, ressalta. Na foto, da esquerda para direita, integrantes do GT:
Edival Passos e Dora Parente (BA); Celso Augusto e Maria Isabel Guimarães (PR); diretor Carlos Alberto; Taniara Castro (RJ);
Alexandre Guerra (BSB); Alessandro Chaves (MG); Graziele Amaral e Roberto Marinho (BSB). Março de 2007.
Márcia Gouthier/ASN
Seminário dá
visibilidade às ban
Seminário enfatiza a necessidade de regulamentação para a indústria de cartões de crédito e dá vis
Márcia Gouthier/ASN
O
mercado de cartões de crédito precisa de regula- A necessidade de regulamentação foi enfatizada pelo
mentação que permita a disseminação de seu uso presidente do Conselho Deliberativo Nacional (CDN), sena-
entre micro e pequenos negócios, por meio prin- dor Adelmir Santana, na abertura do Seminário “Meios Ele-
cipalmente da redução de seus custos operacionais. Uma trônicos de Pagamento para Micro e Pequenas Empresas”
das idéias é a regulamentação compartilhada pelo Banco promovido pelo Sebrae, por meio da Unidade de Acesso
Central e órgãos de defesa da concorrência, o Conselho a Serviços Financeiros, em 27 de março, em Brasília.
Administrativo de Defesa Econômica (CADE), que tem a O seminário reuniu especialistas do setor privado e
finalidade de orientar, fiscalizar, prevenir e apurar abusos do governo, entidades representativas do empresariado
de poder econômico e a Secretaria de Direito Econômico e do setor financeiro. A iniciativa faz parte da estratégia
(SDE) que atua em defesa da concorrência. articuladora do Sebrae de promover a aproximação entre
44% 43%
16% Transferência de Crédito
Cheque
Cartão de Débito
24%
Cartão de Crédito
Débito Direto
7% 8% 15%
14% 11% 19%
Fonte: Banco Central
a oferta e a demanda por produtos financeiros, tendo em de 48 horas. O senador tem vários projetos em trami-
vista as mudanças e ajustes que permitam uma maior tação dispondo sobre a regulamentação do mercado
eficiência dos Meios Eletrônicos de Pagamento, em ge- de cartões. Mas deixou claro aos participantes, entre
ral, e de cartões, em particular, em favor da produção de eles representantes das administradoras, que muitos
bens e serviços, geração de emprego e renda. dos problemas podem ser resolvido pelo diálogo, pela
O mercado de cartões registra crescimento verti- negociação entre as partes interessadas.
ginoso e vem sendo acompanhado com maior atenção
pelo Banco Central. Para se ter idéia, em 2000 foram Novo contexto – “Vivemos hoje um verdadeiro boom
feitas, por meio de cartões, 900 milhões de transações do crédito que também acontece em direção às micro e
que somaram R$ 59 bilhões. Em 2006, segundo o Banco pequenas empresas. Antes, o ponto forte era a discussão
Central, esses números passaram para, respectivamen- do acesso a capital de giro. Hoje, a conjuntura interna
te, 3,6 bilhões e R$ 220 bilhões. Atualmente existem em bastante favorável nos permite avançar para temas ainda
torno de 400 milhões de cartões ativos em todo o País. maiores, mais abrangentes, como o acesso a tecnologias
São indiscutíveis os avanços que os meios eletrôni- bancárias capazes de dar efetiva competitividade ao seg-
cos de pagamento representam. Trouxeram mais como- mento”, avalia o diretor de Administração e Finanças do
didade e segurança tanto para quem vende como para Sebrae, Carlos Alberto dos Santos.
quem compra. Aumentam o faturamento e possibilitam O Brasil – ressalta – vive hoje uma situação inédita
a boa gestão financeira dos negócios, além de resulta- no mercado de crédito que dificilmente poderia ter sido
rem em maior eficiência econômica. Mas, mudanças são imaginada no início da década. “Estamos discutindo a
necessárias, explicou o senador Adelmir. redução do número de parcelas no financiamento de al-
Os custos de 4% sobre cada operação, cobrados guns tipos de bens, quando no passado discutíamos a
dos lojistas pelas administradoras são pelo menos inexistência de linhas de financiamento”, ressaltou.
70% maiores do que os vigentes nos Estados Unidos. Para o diretor, o atual contexto favorece a missão ar-
Além disso, no Brasil, quem vende demora no mínimo ticuladora do Sebrae, o papel de facilitador na construção
30 dias para receber, enquanto nos EUA este prazo é de soluções. E elas precisam se dar, no que se refere aos
meios eletrônicos de pagamento, via redução dos custos tecnologia e à informação. Para o diretor Técnico, Luiz
operacionais e de tecnologia adequada às necessidades Carlos Barboza, se há alguns anos atrás isso era privi-
dos pequenos negócios. “O mundo mudou, o Brasil mu- légio das grandes corporações, hoje não é mais.
dou. E quando falamos de meios eletrônicos de pagamen- “Hoje temos internet banda larga em todo o território
to estamos focando os negócios, em geral. Tive oportuni- nacional, permitindo que transações comerciais e trans-
dade de constatar – em visita à favela da Rocinha no Rio ferências de recursos sejam feitas em igual velocidade
de Janeiro, acompanhando representantes de organismos por grandes, médias ou pequenas empresas”, ressaltou.
internacionais de crédito – a força econômica dos peque- Mas, se há tecnologia para a distribuição dos benefícios,
nos negócios, onde quer que estejam instalados. Andando a questão do custo não está resolvida. “Nosso trabalho
pela Rocinha, vimos a placa de uma conhecida bandeira é o de contribuir para uma maior equalização de custos
em uma pequena loja de confecções. A proprietária nos entre grandes e pequenos, também no que se refere a
informou que sem o cartão venderia muito pouco”. meios eletrônicos de pagamento. A causa que nos mobi-
Segundo Carlos Alberto, o papel do Sebrae, explicita- liza é a promoção da competitividade e da sustentabili-
do no Seminário ‘Meios Eletrônicos de Pagamento para dade do segmento que apoiamos”, explicou.
Micro e Pequenas Empresas’, é o de promover o diálogo Para o diretor, essa equalização de custos pode vir por
entre a oferta e a demanda por serviços financeiros. “Nos- meio da massificação dos meios eletrônicos. O volume de
so objetivo é contribuir para dar maior escala e reduzir os transações pode ser pequeno se levado em conta o porte
custos das operações, tendo como foco o segmento que de uma empresa isoladamente, mas significativo se con-
apoiamos. A Lei Geral da Micro e Pequena Empresa deu siderado um grupo de empresas. Barboza enfatizou que a
um novo contexto ao trabalho do Sebrae e parceiros. Não atual conjuntura econômica favorece o debate e ousadias
podemos continuar convivendo com uma situação em que nas soluções. “O Produto Interno Bruto cresce há cinco
os custos das transações com cartões sejam mais pesados anos. Não vivemos uma bolha de crescimento. As pesqui-
para o segmento do que a carga tributária”. sas demonstram que os empresários de micro e pequenos
negócios estão cada vez mais preparados. Um grande nú-
Tecnologias bancárias – Pesquisas comprovam mero deles tem experiência no ramo, escolaridade e de-
que um dos fatores que contribuem para a permanên- dicam-se com exclusividade à atividade escolhida. Estão
cia dos empreendimentos no mercado é o acesso à ligados ao componente “custos”, em estratégias de pla-
2.500
2.000
1.500
1.000
500
0
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Cheque Cartão de débito Cartão de crédito
Débito direto Transferências de Crédito
Monitoramento
Acompanhar a evolução do mercado, agindo como catalisador de possíveis conflitos;
Regulação, se necessário.
Regulação ou
O que é melhor para o
A
s reclamações dos usuários de cartões
de crédito, empresário ou consumidor,
são relevantes. Juros altos, taxas ope-
racionais elevadas, prazo excessiva-
mente longo (dia do faturamento mais
30 dias) para repasse do valor faturado ao caixa do
empreendimento. O consultor do Senado Federal e
Márcia Gouthier/ASN
parte de uma firma ou proibindo determinada fusão. nanceiro Nacional e define como instituição financeira
Esses órgãos não têm como atribuição acompanhar as as pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas
práticas de uma indústria, mesmo que apresente alto que tenham como atividade principal ou acessória a
grau de concentração. É importante enfatizar que há coleta, intermediação ou aplicação de recursos finan-
estudos teóricos mostrando que o alto grau de concen- ceiros próprios ou de terceiros. Essa mesma Lei tam-
tração na indústria de cartões não é um arranjo neces- bém prevê que o Banco Central regulará as condições
sariamente ruim. E empiricamente observa-se que, na de concorrência entre instituições financeiras, coibin-
maioria dos países, bandeiras como Visa e Mastercard do-lhes os abusos. Pode-se, assim, interpretar que
detêm mais de 80% do mercado.
Márcia Gouthier/ASN
Público Alvo
187,2 milhões de População urbana, 18 anos ou
brasileiros mais, rendimentos pessoais
superiores a R$ 150
102,1 milhões
Público Alvo
54,5%
Fonte: Itaucred
Recursos diponíveis e
prioridade declarad
Desafio é ampliar de forma consistente o acesso por parte de micro e pequenas emp
O
s recursos dos Fundos Constitucionais de Financiamento do Norte (FNO),
Fabio Leon Moreira
Nordeste (FNE) e Centro-Oeste (FCO) estão mais acessíveis às micro e pe-
quenas empresas e produtores rurais. Desde janeiro deste ano, os juros es-
tão menores e os orçamentos maiores. “Ninguém pode dizer que está deixando de
atender clientes de qualquer porte por falta de recursos”, afirma Antonio Roberto
Albuquerque Silva, diretor do Departamento de Gestão dos Fundos de Desenvolvi-
mento Regional do Ministério da Integração Nacional.
Em 2008, os recursos disponíveis, no âmbito dos Fundos, somam R$ 11 bilhões,
um incremento importante em comparação aos R$ 9,7 bilhões de 2007. Em 2006
foram efetivamente contratadas operações no valor de R$ 7 bilhões. Balanço do
Ministério da Integração demonstra que a disponibilidade de recursos vem apre-
“Ninguém pode sentando crescimento constante e expressivo desde 2005, quando as aplicações
dizer que está totalizaram R$ 6,6 bilhões. Tendo como pano de fundo o bom desempenho da eco-
deixando de nomia, o número de operações aumenta ano após ano.
Industrial 20,1%
Turismo 1,3%
Rural 53,2% Infra-Estrutura 6,5%
Mudanças – Desde 1º de janeiro de 2008, os juros pagarem as parcelas da dívida no vencimento terão re-
do FNO, FNE e do FCO estão mais baixos para a maio- dução de 25% na taxa. Nas demais regiões, essa redu-
ria dos segmentos atendidos. A taxa de 5%, vigente ção é de 15%, não importando o porte do beneficiário
em 2007, para mini-produtores e suas cooperativas e ou a natureza das operações.
associações, não mudou este ano. Mas mesmo assim
continua sendo a mais baixa de todos os segmentos. Sobram recursos – Todos os anos sobram recursos
Também não houve mudanças nos percentuais do mé- nos fundos constitucionais. Na previsão orçamentária de
dio produtor (7,25% ao ano) e nem no das empresas 2008, “as disponibilidades de exercícios anteriores” che-
de pequeno porte (8,25% ao ano). Mas, nas operações gam a R$ 5,3 bilhões, volume um pouco maior que os R$
rurais, a taxa para o pequeno produtor caiu de 7,25% 5,2 bilhões da previsão de 2007. A redução dos encargos
para 6,75% ao ano. Houve redução idêntica para as financeiros para os tomadores de recursos dos fundos é
microempresas industriais, agroindustriais, de infra- uma das estratégias de ampliação do acesso.
estrutura, turismo, comércio e de serviços. Para o diretor de Gestão dos Fundos Constitucio-
Outro incentivo aos tomadores de recursos, o bô- nais, a redução das taxas de juros e o esforço de di-
nus de adimplência, foi mantido. Assim, os tomadores vulgação precisam de “ações externas ao crédito”que
da região do semi árido nordestino, por exemplo, que possam melhorar o desempenho dos fundos. Entre
elas, as de capacitação empresarial e de melhoria da Na questão das garantias, exigência que impede o aces-
qualidade do sistema de informações das micro e pe- so da grande maioria das empresas ao crédito, o diretor
quenas empresas. acredita que a organização de fundos de aval e das So-
“Não basta a empresa ser formal, ela tem que ser ciedades de Garantias podem ajudar tanto na qualidade
formal e organizada também”, ressalta Antônio Roberto. como no acesso ao crédito.
administração
FCO
• Ministério da Integração
Nacional;
• Banco do Brasil S.A.;
Linhas ampliadas e
MTE desenvolve nova metodologia para aferição dos impactos da aplicação dos recurs
O
O Ministério do Trabalho e Emprego quer dar maior transparência aos
Victor Soares
impactos socioeconômicos dos programas de crédito operados com de-
pósitos especiais do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Para isso,
por meio de convênio com Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE);
da Universidade de São Paulo (USP), está desenvolvendo uma metodologia es-
pecial de aferição dos resultados e fazendo avaliações externas com aplicação
de questionários e visitas in loco.
O objetivo, segundo o Secretário de Políticas Públicas e Emprego, Ezequiel Nas-
cimento, é o de contribuir, por meio dos ajustes que se fizerem necessários, para
maior eficácia e abrangência dos programas. O MTE faz, desde 2006, várias ações
para melhorar as condições e ampliar o acesso às linhas de financiamento ampara-
“Monitoramento das com recursos do FAT. Entre elas, o acompanhamento das operações de crédito
para ajustes concedidas pelo critério de amostragem.
contínuos nas As ações em curso, na avaliação do secretário, é um avanço em relação às
anteriores. A intenção é dar ainda maior consistência aos dados recolhidos, por se
linhas de crédito.” tratarem de importantes subsídios que reforçam o papel do Ministério de monitorar
o grau de aderência dessas linhas às normas e critérios operacionais previstos nas
Ezequiel nascimento
Resoluções do Conselho Deliberativo do FAT (CODEFAT) e nos Planos de Trabalho
Secretário de Políticas
Públicas e Emprego – MTE firmados com os agentes financeiros dos programas.
mais competitivas
sos do Fundo
Segundo Nascimento, o acompanhamento e a avalia- e/ou renda, atenuar as desigualdades sociais e regio-
ção das linhas de crédito possibilitarão o contínuo ajuste nais, além de se constituírem em alternativa de conces-
do PROGER refletido em medidas como a redução de en- são de financiamento a setores detentores de menores
cargos financeiros aos tomadores finais; aprimoramento chances de acesso ao crédito.
dos mecanismos de garantias; melhores condições de Com os recursos do PROGER podem ser financiadas a
acesso aos financiamentos e mais foco dos recursos implantação, reforma e modernização de empreendimen-
do FAT para os pequenos empreendimentos. As linhas tos; a aquisição de máquinas e equipamentos, bem como
do PROGER destinadas ao segmento possibilitaram, so- outros itens necessários à viabilização do negócio, em con-
mente em 2007, a contratação de mais de 64 mil opera- dições mais acessíveis, ou seja, encargos financeiros em
ções que totalizaram aproximadamente R$ 2 bilhões em condições que não se encontram similares no mercado do
recursos aplicados. setor bancário privado, tornando-se mais competitivas e
O apoio do Fundo de Amparo ao Trabalhador se dá por com melhor adequação às exigências de mercado.
meio de linhas de financiamento operadas pelo Banco do Além das condições mais acessíveis, algumas linhas
Brasil, Banco do Nordeste, Caixa Econômica Federal, Banco contam com o Fundo de Aval para Geração de Emprego
da Amazônia, Banco Nacional de Desenvolvimento Econô- e Renda – FUNPROGER –, que tem como objetivo conce-
mico e Social e pela Financiadora de Estudos e Projetos. der aval complementar aos pequenos empreendedores,
Essas linhas, comumente chamadas de PROGER, fo- mediante o pagamento de uma taxa que varia de acordo
ram criadas objetivando principalmente melhorar a qua- com o prazo de financiamento, reduzindo as exigências
lidade de vida da população brasileira, gerar empregos de garantias junto ao banco.
O
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
está prestes a dar mais um grande passo para a viabilidade das mi-
cro e pequenas empresas brasileiras. Com o objetivo de otimizar os
critérios de escolha para a liberação de créditos destinados ao segmento, o
BNDES deve lançar, até setembro, o produto leilão eletrônico para dar mais
agilidade à concessão do crédito, além de reduzir seus custos. A dinâmica
é simples: os empresários interessados especificam as suas necessidades
de investimento, os agentes fazem a avaliação do quanto será investido e o
lance inicial é determinado.
“A internet “O arremate será concluído quando um deles considerar satisfatório o mon-
vai funcionar tante lançado. Esse leilão eletrônico, entretanto, não colocará em segundo pla-
no tudo o que já foi desenvolvido pela instituição no que se refere ao acesso a
como elemento
crédito. Nesse caso, a internet vai funcionar mais como elemento facilitador do
facilitador” que como uma substituição a outros projetos tão amplamente bem sucedidos”,
explica o economista e gerente do Departamento de Suporte e Controle do ban-
Edson Luiz Moret co, Edson Luiz Moret de Carvalho.
Departamento de Um bom exemplo é o cartão BNDES. Além de oferecer aos micro e pequenos
Suporte e Controle
empresários uma taxa de juros bastante convidativa, em torno de 1,02% ao
mês, o limite de crédito aberto pode ser fixado em até sembolso para o segmento em 2008 é de R$ 6,7 milhões.
R$ 250 mil por cartão. Os prazos de parcelamento ofe- Os fornecedores que participam dos serviços ofere-
recidos são flexíveis e variam de 3 a 36 meses. Os cri- cidos pelo cartão BNDES movimentam cerca de 70 mil
térios para obter o cartão transcorrem dentro de rígidas produtos de variados setores que estão expostos em de-
normas que priorizam, entre outras determinações, que talhes no portal www.cartaobndes.gov.br. A quantidade
as empresas estejam em dia com quatro documentos: impressiona também pela variedade que vai desde com-
a Certidão Negativa de Débito do Instituto Nacional de putadores até caminhões, incluindo insumos dos setores
Seguro Social (INSS); o Certificado de Regularidade do de fabricação de móveis, têxtil e de confecção, coureiro-
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS); Certi- calçadista, entre muitos outros.
dão Conjunta de Débitos Relativos a Tributos Federais e O cartão BNDES financia, por exemplo, a edição de
à Dívida Ativa da União e a Comprovação de Regulari- CDs e DVDs de produção nacional feita por gravadoras,
dade quanto à entrega da RAIS. locadoras de vídeo ou distribuidoras de filmes a empre-
No ano passado, os desembolsos para o cartão sas fabricantes destes itens. No setor editorial, o cartão
BNDES atingiram R$ 509 milhões, um crescimento de BNDES financia a encomenda de tiragem de livro im-
126% em relação aos desembolsos do ano anterior presso realizada por editoras a empresas gráficas,
(R$ 225 bilhões em 2006). Apenas em janeiro de 2008, foram além da compra do papel para impressão de livros. To-
emitidos 130 mil cartões que correspondem a um crédito já dos esses nichos são integrados por um grande número
aprovado para MPE de R$ 3,3 bilhões. Já a previsão de de- de micro e pequenas empresas.
Momento econômico
alavanca APLICAÇ
Instituição aprimora procedimentos e aposta em parcerias que acelerem
A
Caixa Econômica Federal (CAIXA) aprimora seus procedimentos de conces-
Divulgação
são de crédito e demais serviços financeiros para atuar cada vez mais em
sintonia com micro e pequenas empresas. Em 2008, as operações no âmbi-
to do PROGER Urbano deverão totalizar cerca de R$ 755 milhões, dos quais R$ 725
milhões serão destinados às operações para investimentos de linhas específicas
MPE, cooperativas e associações de produção, como também para professores da
rede pública e privada, além de profissionais liberais (equipamentos para a infra-
estrutura de trabalho, incluindo os de informática). Os R$ 30 milhões restantes se-
rão destinados a empreendedores informais. A informação é do gerente Nacional
de Aplicações, Luigi Tenório de Andrade.
A expansão das linhas de crédito e do público-alvo não tem trazido desconforto
“Em 2007, a na atuação da CAIXA com relação aos níveis da inadimplência. Isso porque – se-
CAIXA destinou gundo Luigi – continua em vigor a política de assessoramento gerencial, marcada
R$ 900 milhões pelo rigor na análise das solicitações de crédito que inclui avaliações sobre o his-
tórico financeiro e contábil dos interessados.
ao segmento No caso das micro e pequenas empresas, continua válida a exigência de
das micro um plano de negócios que contemple, além dos volumes pretendidos, dados
e pequenas como abrangência do mercado consumidor, pontos fortes e fracos em relação à
concorrência, o objeto dos financiamentos, o incremento da receita projetada,
empresas,
entre outros aspectos. As avaliações de risco do crédito para concessão do
resultado crédito solicitado são feitas por processo automatizado que obedece à meto-
de 44.501 dologia própria da instituição.
contratações.” “Acompanhamos também dados relativos ao nível de ocupação do empre-
endimento e outras informações técnicas e negociais. Estamos atentos a tudo
que possa subsidiar o encaminhamento da análise de crédito para que haja
Luigi Tenório
de Andrade uma perfeita sintonia entre nós como instituição e os clientes”, explica Luigi.
Gerente Nacional Os planos de negócios são indispensáveis – explica – para a aferição da viabi-
de Aplicações lidade técnica do projeto. Para isso, ele considera importante que empresários
de pequenos negócios se valham da prestação de entidades especializadas em
assessoramento técnico-gerencial como o Sebrae.
Em 2007, a CAIXA destinou R$ 900 milhões ao segmento das micro e pequenas
empresas, resultado de 44.501 contratações. Deste total, a linha de capital de giro,
sem destinação específica, foi responsável por 25.145 das operações que somaram
R$ 386 milhões. A linha FAT Giro Setorial específica destinada aos segmentos da
O
Ivo Gonzalez Banco do Brasil fixou “metas bastante audaciosas” para este ano. Se-
gundo José Carlos Soares, Diretor de Micro e Pequenas Empresas, até o
final de 2008 espera-se liberar R$ 34,5 bilhões em créditos para o seg-
mento, dos quais R$ 8,9 bilhões em financiamentos para investimentos produ-
tivos, principalmente linhas com recursos do FAT (Proger Urbano Empresarial e
Proger Turismo Investimento) e do FCO, este voltado ao atendimento da demanda
nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e no Distrito Federal. O
Banco do Brasil é o gestor dos recursos do Fundo Constitucional do Centro-Oeste
e o principal operador do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
A meta deste ano representa um incremento de 42% em relação aos R$ 24,3
“A estabilidade bilhões concedidos em 2007 e a manutenção de uma trajetória de crescimento
econômica deu sistemático dessa carteira à taxa de dois dígitos. Em relação a 2006, o aumento foi
de 34%, quando a liberação chegou a R$ 18,1 bilhões.
aos empresários
e dirigentes de Bons resultados – José Carlos Soares explica que esses bons resultados
empresas de decorrem da estabilidade econômica, que deu aos empresários e dirigentes de
empresas de pequeno porte a confiança para fazerem investimentos de longo pra-
micro e pequeno
zo e não só obterem recursos para operações do dia-a-dia (capital de giro). A Lei
porte confiança Geral da Micro e Pequena Empresa, avalia, tem contribuído para a estabilidade
para fazerem desse cenário, uma vez que trouxe a desburocratização tributária, dando garantia
investimentos de de estabilização dos custos ao tomador. Outras mudanças recentes, segundo ele,
contribuíram para o cenário favorável às MPE, como por exemplo, o incremento
longo prazo.” das compras governamentais. Em 2007, essas aquisições totalizaram R$ 9 bilhões
frente a R$ 2 bilhões, em 2006.
José Carlos Soares “Então, tudo isso requer crédito e o volume de empréstimos para as MPE vem
Diretor de Micro e Pequenas crescendo a taxas bastante elevadas nos últimos anos. O BB quer continuar na
Empresas do BB
liderança desse mercado, razão pela qual as metas para o corrente ano são arro-
jadas com ênfase nas operações de longo prazo. Essas operações darão ao setor
produtivo condições para suprir a demanda oriunda do crescimento do País a taxas
superiores a 4,5%, nos próximos anos”, afirma.
Márcia Gouthier/ASN
Recursos de
fundos federais
podem ser
empregados em
instalações para
melhor atendimento
da clientela
FAT-Proger – Em relação ao Programa de Geração de Emprego e Renda (Proger) que recebe recursos do Fundo de Amparo ao
Trabalhador, os números são bem mais abrangentes. Na linha Fat Proger Urbano foram desembolsados no ano passado R$ 2,1
bilhões para 71.702 micro e pequenas empresas. Pelo menos 78% foram garantidos pelo Funproger, o fundo de aval das garan-
tias do Proger. Em 2008, o BB estima crescimento de 37% nas operações de crédito e desembolso superior a R$ 3 bilhões.
Repasse a parceiros – Este ano, o BB está empreendendo uma estratégia de repasse de recursos para insti-
tuições financeiras parceiras, visando facilitar o acesso ao crédito a mini e pequenos tomadores e às MPE e atender
determinação do Conselho Gestor do FCO de direcionar 51% dos recursos do fundo para este segmento. Os recursos
já estão à disposição dos parceiros. O Sicredi receberá R$ 20 milhões para repasses no Mato Grosso e Mato Grosso
do Sul. Goiás será beneficiado com recursos intermediados pelo Bancoob (R$15 milhões) e pela Agência de Fomento
do estado (R$ 10 milhões). O BB reservou R$10 milhões para o Banco de Brasília.
APL – Os Arranjos Produtivos Locais (APL), exemplo de grande sintonia das ações do Sebrae com o BB, ganharão no
segundo semestre de 2008 uma linha de crédito exclusiva para capital de giro, batizada de BB Giro APL. O BB hoje atua
juntamente com o Sebrae em 149 APL, envolvendo 561 municípios. Já foram liberados créditos de aproximadamente
R$ 1 bilhão distribuídos para 12 mil empreendimentos. A nova linha de crédito com recursos do próprio BB é destinada
exclusivamente para empresas que faturam até R$ 2,4 milhões por ano, em conformidade com a Lei Geral.
A
s mudanças nas regras do Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas,
Fabio Leon Moreira
promovidas pelo Sebrae no ano passado, apresentaram efeito significativo
já no primeiro bimestre de 2008. O gerente-executivo da Diretoria de Micro
e Pequenas Empresas do Banco do Brasil, Kedson Pereira Macedo, informa que
em janeiro e fevereiro já foram contratadas 3.486 operações com o aval do Fampe,
fazendo com que as garantias concedidas atingissem R$ 70 milhões. Durante todo
ano de 2007, o fundo foi utilizado em apenas 507 operações do BB.
“Com as alterações de limites de aval e do valor máximo da garantia, o
Fampe está mais competitivo e melhor de ser operado”, afirmou. A expectativa
é que passe a ter um desempenho semelhante ao do Funproger – o Fundo de
Aval do Programa de Geração de Emprego e Renda (Proger) – também operado
“Com as pelo Banco do Brasil.
alterações “Podemos dizer que há uma revitalização da nossa atuação, depois da assina-
de limites tura de um novo aditivo ao convênio que tínhamos com o Sebrae. Foi revista uma
série de condições do Fampe, que agora, por exemplo, pode cobrir até 80% do valor
de aval e do do empréstimo obtido, independentemente de a empresa tomadora fazer parte ou
valor máximo não de Arranjos Produtivos Locais. O Fundo foi revigorado”, explica.
da garantia, Os resultados relacionam-se também à nova estratégia do Banco do Bra-
sil de oferecer o Fampe como opção às empresas clientes com faturamento
o Fampe
bruto anual de até R$ 2.4 milhões (montante que, segundo a Lei Geral, en-
está mais quadra um empreendimento como micro ou pequeno) nos empréstimos con-
competitivo e cedidos por meio das linhas de crédito Proger Urbano Empresarial e Proger
melhor de ser Turismo Investimento.
Outras ações internas do BB estão contribuindo para melhorar o ambiente
operado.” das micro e pequenas empresas. Todo o processo das linhas de crédito para
o segmento foi automatizado. Uma vez contratada a operação, a liberação
Kedson Macedo
do dinheiro se dá via internet, telefone ou operador da agência. “São mul-
Gerente-executivo
Diretoria de Micro e Pequena ticanais para a liberação de crédito e o Fampe é atrelado automaticamente,
Empresas do Banco do Brasil
sem precisar de nenhum tipo de operação manual, dando celeridade ao ne-
gócio”. Hoje, uma operação do Proger Urbano Empresarial de até R$ 50 mil,
tivas
Há 14 anos Carlos Augusto Gomides Araújo é diretor-proprietário da
Consolitur Turismo, localizada em um conhecido shopping de Brasília. Mes-
mo a longevidade do negócio e a demonstração de capacidade de paga-
mento não foram suficientes para obtenção dos empréstimos pretendidos.
Por isso, as três operações solicitadas ao Banco do Brasil só puderam ser
efetivadas com a utilização do FAMPE, a primeira delas em 1999.
das durante todo o ano de 2007 Depois de trabalhar em uma companhia área internacional, Carlos deci-
diu que era hora de alçar vôo solo. Antes da loja no shopping, estabeleceu-
se em Sobradinho, cidade satélite de Brasília. Em maio deste ano, inau-
gurou outra filial, desta vez no Sudoeste, uma área de classe média alta,
de um cliente cadastrado, leva menos praticamente emendada ao desenho original da cidade, o chamado Plano
de 24 horas para ser deferida. Para Piloto. Para começar, além da experiência adquirida no antigo emprego, ele
quem ainda não é cadastrado, ou seja, procurou se informar bastante sobre a atividade e nichos de mercado, como
ainda não tem limite de crédito defi- a prestação de serviços na forma de pacotes executivos para embaixadas
nido, o tempo estimado pelo banco com sede em Brasília.
é de 72 horas. Por ter uma empresa organizada e transparente na contabilidade, Car-
As principais linhas de crédito que los não considera trabalhoso o processo de análise de crédito feito por
utilizam o Fampe são: o Proger Urbano qualquer banco antes de conceder empréstimos. No caso de operações
Empresarial e o Proger Turismo Investi- que contam com o FAMPE, na complementação de garantias, essa análise
mento, ambas constituídas com recur- é ainda mais cuidadosa. É um equívoco – explica o empresário – achar que
sos do Fundo de Amparo ao Trabalhador o agente financeiro vai baixar guarda.
(FAT), além do FCO Empresarial, que re- “Todas as etapas, desde o levantamento da recei-
passa recursos do Fundo Constitucional ta até a movimentação de caixa, foram essenciais
do Centro-Oeste e é voltado ao atendi- à transparência da parceria estabelecida entre
mento da demanda por crédito nos es- minha empresa, o Banco do Brasil e o Sebrae
tados de Mato Grosso, Mato Grosso do por intermédio do FAMPE. Recursos para inves-
Sul, Goiás e no Distrito Federal. timentos são indispensáveis ao fortalecimento
de qualquer negócio”, explica. Os empréstimos
contratados por Carlos foram aplicados em equi-
pamentos como microcomputadores, instalações
e material de escritório.
U
m dos desafios do Banco do Nordeste para o período de 2008 a 2011 é o de se
Divulgação
consolidar como o principal agente financeiro das micro e pequenas empre-
sas na região. Para isso, tem como meta elevar significativamente o volume
de suas aplicações no segmento com recursos próprios ou oriundos do FNE.
Em 2007, essas aplicações totalizaram R$ 750 milhões, valor muito superior
aos R$ 600 milhões projetados. Para este ano, estima-se que atingirão R$ 1 bilhão
em dezembro (metade do FNE). Até 2011, a expectativa é que a alocação de recur-
sos do Fundo para as MPE, na forma de créditos para investimentos e capital de
giro, alcance um patamar mínimo de 15%. Este percentual representa o dobro dos
recursos hoje alocados (em torno de 6%).
As microempresas localizadas no semi-árido, que representam 63% do terri-
“Os resultados tório nordestino, podem dispor de crédito para capital de giro com taxa a partir de
alcançados 0,98% ao mês. O Banco do Nordeste reduziu as taxas de juros de seus empréstimos
e projetados na linha ‘Giro Insumos Conterrâneo’. A linha contempla aquisição de matéria-pri-
ma ou formação de estoques para empresas industriais, agroindustriais, turísticas,
referem-se comerciais e de prestação de serviços, de qualquer porte. Os encargos, porém, são
a micro e mais favorecidos para as de menor porte.
pequenas Segundo o gerente de Negócios de Micro e Pequena Empresa, Henrique Jorge
Tinoco, a redução das taxas foi possível porque parcela dos recursos dessa linha
empresas
de crédito é proveniente do FNE. “Isso fortalece nossa orientação estratégica de
como definida disponibilizar custos diferenciados para o segmento e nos coloca em posição bas-
na Lei Geral, tante competitiva no mercado bancário ”, avalia Tinoco.
aquelas com O trabalho dos últimos anos, seja de articulação interna ou com parceiros
como o Sebrae, tem por objetivo fazer o BNB cada vez mais presente em todos os
faturamento municípios. Para isso, a instituição adotou uma estratégia que abrange, além da
ano até R$ 2,4 concessão de crédito com as melhores condições do mercado, a simplificação e
milhões.” padronização dos processos de crédito em operações até R$ 50 mil e para aquelas
realizadas com o apoio de empresas âncoras. Também tem firmado acordos ope-
Henrique racionais com entidades representativas de classe em cada um dos estados onde
Jorge Tinoco atua, incluindo o norte de Minas Gerais e do Espírito Santo, em torno de metas de
Banco do Nordeste produção, de acesso a serviços financeiros, à tecnologia e a mercados.
Os recursos do FNE são relevantes para atuação do Banco do Nordeste. Mas, em
se tratando de micro e pequenos empreendedores urbanos e rurais, essa atuação é
Taxas atrativas
Juros fixos sem indexador para operações de investimentos:
• Microempresas: 7,25% ao ano (custo efetivo a partir de 5,06% ao ano, considerando
o bônus adimplência);
• Pequenas empresas: 8,25% ao ano (custo efetivo a partir de 6,19% ao ano, considerando
o bônus adimplência).
Bônus adimplência no semi-árido:
• 15% para as microempresas;
• 25% para pequenas empresas.
Márcia Gouthier/ASN
Apoio a franquias
Divulgação
O BNB lançou no início de 2007, com recursos do FNE, uma linha de financia-
mento para incentivar investimentos em franquias na região. A linha faz parte da
estratégia de negócios da instituição de atuar de forma diferenciada em empresas
âncoras, levando-se em conta que são fatores de multiplicação e fortalecimento de
micro e pequenos negócios. “A região está crescendo muito, com uma velocidade
maior que o resto do País, o que está impactando o planejamento com relação a
franquias”, informa o Superintendente de Negócios do BNB, José Valter. José Valter
A intenção é contribuir para a multiplicação de franqueados de marcas nacionais, Banco do Nordeste
como também para a criação de marcas próprias. As condições para a nova linha são
bastante atraentes: juros a partir de 5,06% ao ano e prazo de até 12 anos para pagamento, de acordo com a
capacidade de pagamento do empreendimento. Outras iniciativas importantes em vigor tem como foco o for-
talecimento da cadeia de MPE fornecedoras da Petrobras e de empresas concessionárias de energia.
Pequenos&Negócios
Pequenos Negócios Finanças&
| Ed.
Finanças
nº 2, |jan-mar
Nº 2 |de
Jan-Abr
2008 45
FNO/Banco da Amazônia
Juraci Xangai
Novas estratégias
e diretrizes de
política socioambiental
A Instituição faz amplo trabalho de divulgação das potencialidades
e condições favorecidas das linhas de crédito nos estados com o suporte do FNO
O
Banco da Amazônia (BASA), este ano, vai aplicar em torno de R$ 2 bi-
Divulgação
lhões do FNO nos sete estados da região Norte. Desse total 15% se-
rão destinados ao Acre, Amapá e Roraima; outros 15% para Amazonas,
Rondônia e Tocantins e 25% para o Pará, com ênfase no segmento das micro e
pequenas empresas. Ao todo deverão ser beneficiar 97 mil empreendimentos e
gerar 350 mil novos postos de trabalho.
“A aplicação desses recursos deve e pode ser compatível com as boas
práticas ambientais e contribuir para a expansão do PIB regional, com impac-
tos, inclusive, na administração orçamentária estadual, por meio do aumen-
to da arrecadação tributária”, avalia o gerente de Desenvolvimento do Basa,
Oduval Lobato Neto.
“A maior
utilização dos Balanço – No exercício de 2007, o BASA aplicou R$ 1,7 bilhão no fomento regional,
recursos do dos quais 1,1 bilhão providos pelo FNO, um incremento de 38% em relação a 2006.
No crédito de sustentação econômica, cuja destinação principal é suprir as
FNO deve-se ao necessidades de custeio e de capital de giro das empresas, o saldo das operações
amplo trabalho ativas atingiu R$787,1 milhões, contemplando 51.835 operações.
de divulgação.” Segundo Oduval, a maior utilização dos recursos do FNO deve-se ao amplo
trabalho de divulgação das potencialidades e condições favorecidas das linhas
Oduval Lobato Neto de crédito feito pelo Basa. “A aplicação desses recursos vem sendo discutida em
Banco da Amazônia
encontros estaduais de planejamento”, explica.
Avanços
O BASA mudou recentemente as condições de financiamento para quem deseja moder-
nizar seus empreendimentos e a infra-estrutura com aquisição de máquinas, equipamentos
e veículos ou simplesmente ampliar seu capital de giro. As mudanças estão resultando em
processos de crédito menos burocráticos e maior dinamismo de atuação. Veja:
Aperfeiçoou o cadastro de prestadores de serviços que agora abrange profissionais
autônomos e órgãos conveniados responsáveis pela prestação de assistência técnica ou
avaliação de bens oferecidos em garantia no momento da solicitação do crédito;
O novo cadastro elimina o antigo credenciamento de projetistas (empresas/profissio-
nais autônomos) que tinham o “monopólio” da oferta de serviços de elaboração de projetos
e /ou orientação técnica e gerencial em nível de empresa/imóvel;
Dispensou a apresentação de projetos na solicitação de financiamentos de máqui-
nas, veículos de transporte de carga e de passageiro e/ou equipamentos isolados;
Adotou novos critérios de
garantias nos financiamentos
Denison Silvan
de bens de capital, de capital
de giro não associado a inves-
timento; e rural. Isso resultou
na ampliação do valor do bem a
ser financiado que poderá che-
gar até 100%;
Definiu novos prazos para
operações na área de crédito
de capital de giro que podem
chegar agora a 60 meses.
Acesso ao FCO é
estratégia
Recursos mais baratos vão impactar diretamente a produtividade das micro e
O
Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO) começa a ficar ainda mais
Divulgação
acessível às micro e pequenas empresas da região, por meio das coope-
rativas de crédito. A partir de convênios já assinados entre o Banco do
Brasil e os Sistemas Cooperativos Sicoob e Sicredi, os associados vão usufruir,
não só de um maior volume de recursos, como de apoio técnico para facilitar a
obtenção dos empréstimos e formas de bem aplicá-los. Estratégias para esti-
mular a adesão de novos micro e pequenos empreendedores, que envolvam a
qualificação e treinamento de pessoal para as avaliações de crédito, já estão em
avançadas negociações.
O presidente do Sicoob Goiás Central, José Salvino de Menezes, conta que
a assinatura do convênio com o Banco do Brasil, concluída em dezembro passa-
“O acesso ao do, foi recebida com entusiasmo pelos empreendedores goianos. O acesso ao
FCO era uma FCO era uma reivindicação antiga das cooperativas locais. “Estamos aguardan-
reivindicação do que o Banco do Brasil defina os limites do repasse para o Sistema Sicoob
em Goiás, para que possamos atender o mais rápido possível os associados”,
antiga das explica Salviano.
cooperativas O diretor-presidente do Banco Cooperativo do Brasil (Bancoob), Antônio de
locais” Azevedo Bonfim, afirma que esses recursos vão impactar positivamente a com-
petitividade das empresas tomadoras porque as taxas de juros são inferiores
José Salvino às demais linhas disponíveis no mercado e os prazos são compatíveis com as
de Menezes estratégias de investimento.
Presidente do Sicoob Bonfim destaca que as operações com recursos do FCO são parte da estratégia
Goiás Central
de expansão do cooperativismo de crédito com foco em micro e pequenos empre-
endedores que o Sicoob vem desenvolvendo no Centro-Oeste. O Bancoob, como
braço financeiro do sistema, incentiva parcerias que representem mais funding e
profissionalismo para estimular o cooperativismo não só no Centro-Oeste como nas
demais regiões. A tendência mundial do segmento – explica – é a centralização
das operações sob a forma de parcerias, acordos, incorporações e fusões.
O Bancoob dá ao processo de captação e contratação de recursos um trata-
mento igualitário, disponibilizando limites operacionais para as cooperativas. A
soberania das assembléias, a autogestão cooperativa, o rigor das políticas de
crédito e o monitoramento das cooperativas centrais em conjunto, fortalecem a
quadro com 2.218 associados, entre pessoas jurídicas e físicas, de renda ou fa-
Divulgação
turamento médio/ ano de R$ 307.595,00.
O sucesso levou a cooperativa a rever seu planejamento. A instituição estu-
da a abertura de mais um ponto de atendimento em Campo Grande, levando-se
em conta a possibilidade de acesso a diversas linhas de funding. O presidente
da Central SICREDI-MT, João Carlos Spenthof, explica que as operações com
repasses do FCO Empresarial financiarão todos os bens e serviços necessários
à implantação, ampliação ou modernização de empreendimentos dos setores in-
dustrial, agroindustrial, turístico, comercial e de serviços, independente de haver
capital de giro associado. Também poderão financiar a aquisição de insumos no
setor turístico, entre outros.
“ Nossas “Quanto às operações de repasse para o FCO Rural, poderemos financiar
cooperativas investimentos fixos e semifixos, além do custeio associado a projeto de inves-
fazem adequações timento e empreendimentos destinados ao beneficiamento e transformação de
matéria-prima regional in natura, de origem agropecuária e de produção pró-
para terem como pria”, ressalta Spenthof.
associados É grande a expectativa em torno da operacionalização desses recursos que
empresários de poderá alavancar inúmeros projetos nas regiões onde o Sicredi atua. Em parceira
com o Banco do Brasil, a Central SICREDI-MT auxiliará no processo de análise e
micro e pequenos
liberação do crédito para o segmento das MPE, aumentando, com isso, a dinâmi-
negócios” ca de aplicação de recursos na região.
Elenilton
Spenthof ressalta que o foco do Sicredi, ao trabalhar com recursos do FCO,
Silva e Souza é exatamente o de melhor atender as MPE. O plano de ação em execução está
Supervisor de voltado para financiar todos os bens e serviços necessários à implantação, am-
Desenvolvimento de
Linhas de Crédito pliação, modernização, adequação ambiental e sanitária, além de promover a
Banco Cooperativo SICREDI interiorização do desenvolvimento, ampliando as oportunidades de emprego de
Divulgação
Programa de Apoio ao
O Sebrae considera o cooperativismo de crédito
uma alternativa bastante consistente para amplia-
ção do acesso de micro e pequenos empresários ao
crédito e demais serviços financeiros com redução
significativa de custos e da burocracia.
A atuação do Sebrae nesse segmento parte
da premissa de que as cooperativas de crédito
são agentes vocacionadas para o atendimento
de micro e pequenos negócios, promovendo o de-
senvolvimento local e sustentável na medida em
que aplicam os recursos no mesmo território onde
atuam; capazes de alavancar, inclusive, capital de
terceiros. Também apresentam um grande poten-
cial de participação no sistema financeiro.
“Estamos
Algumas premissas da atuação do Sebrae revendo o nosso
O crédito como um elemento agregador; planejamento
Cooperativismo de crédito brasileiro como sujeito; para melhor.
Empreendedores e micro e pequenas empresas como públicos; Estudamos abrir
Fomento à poupança e desenvolvimento territorial como objetivo; mais um ponto
Otimização e racionalidade; de atendimento
Orientação por demanda;
em Campo
Sustentabilidade;
Grande”
Independência;
Abrangência sistêmica e nacional; João carlos Spenthof
Respeito aos sistemas organizados e seu fortalecimento; Presidente da Central
Sicredi-MT
Ação integrada e estruturante.
Cooperativismo de Crédito
A instituição tem convênios com cinco impor- viabilizar por meio da racionalização de custos
tantes sistemas cooperativos de crédito: Sicoob, e de processos de gestão.
Sicredi, Unicredi, Ecosol e Cresol. Por meio desses Governança: há uma relação direta entre
convênios, contribui para a construção de uma cul- a profissionalização das cooperativas, a qua-
tura de cooperação e associativismo; a viabilidade lificação dos seus quadros, a infra-estrutura,
econômico-financeira e governança das cooperativas o envolvimento dos associados e a sua parti-
a qualificação profissional de seus dirigentes e a con- cipação no mercado.
solidação metodológica operacional e de gestão. Qualificação profissional: setor com alto ní-
vel de especificidades, sistemicamente “novo” e
Alguns desafios carente de especialistas.
Cultura da cooperação: baixa participação, Distribuição geográfica: estímulo às fu-
concentração das decisões em mãos de poucos. sões e incorporações no sul, sudeste e centro-
Viabilidade econômico-financeira: a co- oeste e à disseminação e estruturação de novas
operativa é uma empresa e como tal, precisa se cooperativas no Norte e Nordeste.
D
urante menos de meia hora em que ficou
aberta ao público, antes da solenidade ofi-
cial de inauguração, na noite de 18 de abril
último, com a presença de autoridades estaduais e
municipais, além de lideranças empresariais e repre-
sentantes do Sebrae, a Cooperativa de Crédito do Sul
do Maranhão, a Credisul, com sede em Grajaú, rece-
beu dois depósitos de valores significativos.
A realização dos depósitos, como primeiras ope-
rações bancárias, foi registrada com entusiasmo pelo
presidente da Cooperativa, José Aneirão, e não passou
despercebida ao diretor de Administração e Finanças
do Sebrae Nacional, Carlos Alberto dos Santos, pre-
sente à solenidade.
“Isso mostra a confiança dos associados no pro-
jeto que é de longuíssimo prazo e vai mudar a face
socioeconômica de uma região tão promissora como
o sul do Maranhão. Fica claro que as cooperativas
são também instituições de captação e administra-
ção de poupanças e não apenas fornecedoras de Grajaú é um importante pólo de produção de gesso, tendo o Distrito Federa
crédito”, afirmou Carlos Alberto. para fruticultura e agronegócios. Açailândia produz ferro-gusa e tem o ma
Fotos: Divulgação
“Temos
estratégias
para ampliar
rapidamente
nossa base de
associados,
empresários
al como principal mercado para placas utilizadas em construções e decorações. Além disso, tem vocação
aior rebanho bovino do Maranhão. rurais e
urbanos.”
nos municípios de Barra do Corda, Arame, Sítio Novo, Formosa da Serra Negra,
Jenipapo dos Vieiras, Fernando Falcão, Tuntum e Itaipava do Grajaú e tam-
bém tem estratégias para ampliar rapidamente a base de associados, formada
atualmente por produtores rurais, proprietários também de pequenos e micro
empreendimentos urbanos.
Para apressar o processo de abertura, as duas cooperativas foram criadas
como cooperativa de crédito rural. Mas o passo imediato é adaptarem-se ao
regime de livre adesão, permitindo associados de diferentes atividades e portes.
“Por isso contaram e continuarão contando com nosso apoio”, informa Walter
Monteiro, assessor da Superintendência do Sebrae/MA, que ao lado de Wam-
“O passo berg Amaral, hoje no Sebrae/PE, foram os grandes articuladores, com o apoio do
Sebrae Nacional, do processo de constituição dessas duas primeiras cooperati-
imediato dessas
vas de crédito maranhenses.
cooperativas é
adaptarem-se Obstinação – Passaram-se cinco anos até que todas as exigências do Banco
ao regime de Central e do Sistema Sicoob, ao qual são filiadas, fossem plenamente atendidas.
Os dois processos envolveram muita mobilização empresarial, idas e vindas a Bra-
livre adesão.” sília, missões técnicas a cooperativas já consolidadas de outros estados, além da
Walter monteiro presença de representantes do Banco Central e Sebrae Nacional em Imperatriz,
Assessor de Grajaú e Açailândia. “O processo foi árduo, mas gratificante. Nasceram duas coo-
Superintendência do
Sebrae/MA perativas fortes, bem instaladas, exemplos que poderão ser replicados não só no
Maranhão, mas em todo o Nordeste”, ressalta Wamberg.
O presidente da Credima, Luiz Costa Coelho, empresário do ramo de confecções
e calçados, está entusiasmado com suas novas funções. Isso porque conta com
o apoio dos integrantes do Centro Empresarial de Açailândia, que congrega três
fortes entidades: a Associação Comercial, o Sindicato do Comércio Varejista e da
Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL).
Em Açailândia essas entidades dão, para todo o Bra- projeto, que envolveu superação de vários e difíceis
sil, o exemplo de funcionarem de forma integrada, cada trâmites junto ao Banco Central e ao Sistema Sicoob.
uma no âmbito de suas atribuições e responsabilidades, E o melhor, essas cooperativas atenderão uma série de
diferentes e complementares, repartindo um mesmo municípios. Darão, certamente, o resultado que espe-
prédio, de projeto arrojado e recém construído. Outras ramos – o de acelerar o desenvolvimento socioeconô-
entidades, como as dos pecuaristas de leite e de corte mico do Maranhão”, afirmou.
também são apoiadoras da cooperativa. Segundo o secretário, as duas cooperativas só se
tornaram realidade porque contaram com uma equipe
Região estratégica – O secretário de Indústria e Co- aguerrida que acreditou mesmo diante de cada percal-
mércio e presidente do Conselho Deliberativo Estadual (CDE) ço encontrado, quando o mais fácil era desistir. Ele en-
do Sebrae no Maranhão, Júlio César Teixeira de Noronha, fatizou que o Sebrae Nacional realmente liderou este
avalia que a criação da Credisul de Grajaú e da Credima processo para que as cooperativas de fato se concre-
de Açailândia, vai materializar as potencialidades do sul do tizassem. “Elas serão certamente modelos de suces-
Maranhão, seja no meio rural ou no urbano. “Investidores já so que podem ser replicados em prol do desenvolvi-
identificam a região como estratégica para o agronegócio, a mento regional com maior empregabilidade e melhor
agropecuária e a prestação de serviços”, ressaltou. distribuição de renda.”
Com as cooperativas – continuou – o setor produ- “Começamos a romper a inércia que nos colocava
tivo da região vai ter acesso a crédito sem burocracia. em posição de atraso em relação aos demais estados
“As instalações modernas e confortáveis disponibiliza- do Nordeste. Com integração de propósitos saberemos,
das aos associados e à clientela em geral são exemplo certamente, aproveitar as oportunidades no horizonte
da seriedade de todo o processo de construção desse que se descortina”, concluiu.
P
or recomendação da Diretoria-Executiva do Sebrae UASF e UAM também trabalharão afinadas no projeto
Nacional, as unidades de Acesso a Serviços Finan- de internacionalização que engloba um universo de 1.000
ceiros e a de Acesso a Mercado já estão traba- pequenas empresas apoiadas pelo Sebrae, já mapeadas e
lhando juntas em várias frentes para potencializar resul- com expertise em exportação de produtos. A UASF seguirá
tados, levando-se em conta o objetivo maior de promoção uma pauta com as instituições financeiras parceiras para que
continuada da competitividade das micro e pequenas a UAM lhes apresente o programa de internacionalização.
empresas. Uma delas é a de ampliar o acesso a Meios
Eletrônicos de Pagamento tendo como foco projetos como Saiba mais
o “Bolsa de Negócios”. Uma das idéias é ampliar o uso,
Bolsa de negócios – é uma ferramenta virtual para
entre os empresário atendidos, do Cartão BNDES.
divulgar ofertas e facilitar a procura de produtos e
O trabalho conjunto também identificou que o projeto
serviços. O funcionamento da Bolsa se dá pelo cru-
“Centrais de Negócios” tem grande aderência com a gran-
zamento de oportunidades e demandas de acordo
de prioridade da UASF que é a disseminação das Socieda-
com o interesse, perfil e necessidade de negócio de
des de Garantias de Crédito. As “Centrais de Negócios”
cada usuário. Os negócios não se efetivarão de forma
podem ser potenciais candidatas à constituição dessas so-
virtual. O objetivo do projeto é dar maior competitivi-
ciedades, conforme Chamada Pública lançada pelo Sebrae
dade às MPE por meio da inclusão digital.
no final de março. Assim, as centrais estarão incluídas no
Centrais de Negócios – As ações do projeto vi-
esforço da UASF de divulgação da Chamada Pública.
sam à organização de grupos de empresários e
empreendedores para implementação de processos
conjuntos de compras e vendas que lhes permitam
Gerentes Alexandre Guerra (UASF) e Raíssa Rossiter (UAM) ganhos de escala e maior participação no mercado.
e suas respectivas equipes
Márcia Gouthier/ASN
Finanças
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