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UBAJARA-CE
Dezembro de 2017
FRANCISCO DAMASCENO FERREIRA
UBAJARA-CE
Dezembro de 2017
FRANCISCO DAMASCENO FERREIRA
BANCA EXAMINADORA
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Orientador: Profº. Dr. Rafael Ricarte da Silva
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1º Examinador: Profª. Ms. Luciane Azevedo Chaves
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Coordenador (a) do curso: Juliana Magalhães Linhares
Ubajara-CE
Dezembro de 2017
A Deus, que nos criou e assim nos deu a
possibilidade de escrever a nossa
história.
A minha família.
Aos meus professores.
E meus amigos.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, por até aqui ter me ajudado, Ele que é o meu alicerce e sempre
está comigo nas horas mais difíceis.
A minha família. A minha filha, Ana Dávyla e minha esposa, Mara Melo que sempre
tem me apoiado, e são a minha razão de levantar e lutar todos os dias.
Ao meu pai, Agenor e minha mãe, Francilene aos quais eu devo minha vida, pois
eles são as razões de minha existência, em especial ao meu pai que já não se
encontra mais em nosso meio, mas que sempre lutou pelo meu melhor.
Aos professores do INTA pela paciência, dedicação, compromisso e orientação, e
em especial a Profª. Euzélia Gomes, pela dedicação à minha turma.
Enfim, sou grato a todos que me ajudaram a concluir este curso.
This work aims to present the functioning of education within the prison system of the
state of Ceará, as well as to bring some of the history of prisons around the world
and its educational and punitive methods used over time, bringing benefits and
losses to prisoners in compliance with prison sentence in a closed regime.
Legislation that regulates the execution of the sentence and educational practice
within the Brazilian prison system through federal laws and, at the state level through
its own laws and regiments. The courses of professional training, the compulsory
education of 1st grade, integrating in the school system of the Federative Unit.
Professional education in the level of initiation or technical improvement. The
possibility of educational activities developed through agreements with private
entities, that install schools or offer specialized courses within the Prison Units. What
the State of Ceará through its secretariat, Secretariat of Justice and Citizenship
(SEJUS), and its coordinators and also in conjunction with other entities, has done to
bring these benefits to the prisoners of the prison system of Ceará, so that at the end
of their sentences are reinserted into social life with some vocational training and a
basic or higher level of education. The projects implemented to improve the
education of prisoners in the Prison Units of the State of Ceará.
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 10
INTRODUÇÃO
dedicação dos internos, pode se dizer que seria um esforço em vão por parte do
estado e da sociedade, pois na atualidade a faixa etária dos presos são de 18 a 25
anos de idade. Isso sem contar com os menores que entram na vida do crime aos
13 ou 14 anos de idade. No entanto, são pessoas que não tinham nenhum interesse
em seguir uma vida “normal” quando estavam em liberdade, muito pelo contrário,
aderiram à vida do crime, e não será somente nos presídios e nos núcleos para
menores que irão buscar oportunidades de mudar de vida ou tentar recuperar o
tempo perdido. A mudança virá de muito além do que o estado oferece, dependerá
da família, da comunidade, do investimento nos jovens, e da conscientização da
sociedade em criar e difundir políticas públicas e deixar de ser inerte, pois aquele
que vai preso volta para a sociedade mais cedo ou mais tarde.
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1
Vide BUENO, Silveira. Minidicionário da Língua Portuguesa. 32. Ed. Compacta. São Paulo: Lisa. 2006, p.743.
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Assim, a pena pode ser uma retribuição, ou seja, uma compensação do mal
causado pelo crime. É decorrente de uma exigência de justiça, quer seja como
compensação da culpabilidade, punição pela transgressão do direito, quer seja
como expiação do cliente. Apesar de a pena ainda conter um caráter retributivo – de
compensação do mal causado – tomou o sentido de sanção legal. A ideia de
retribuição pelo delito cometido só passou a ser nitidamente superada no sec. XVIII,
a partir de 1974, com a publicação do livro “Dos delitos e das penas” do autor
Cesare Beccaria. Mesmo tendo alguns de seus posicionamentos anteriormente sido
empregados por Grócio e Montesquieu, Beccaria contribuiu de forma significativa
para a reforma do Direito Penal e consequente humanização das penas e prisões,
em combate à crueldade que imperava como forma punitiva. Tal perspectiva
humanizadora resultou no novo entendimento de Defesa Social de Marc Ancel, que
faz surgir a teoria ressocializadora. Deste modo, através das obras destes
renomados autores, já era possível observar no horizonte um sistema prisional mais
humanizado e com o intuito de reinserção daqueles que se encontravam nos
cárceres.
Com base nas formulações acima, pode-se concluir que a prisão, apesar de
ter galgado alguns avanços em sua forma de atendimento, ainda enfrenta, nos dias
atuais, muitos desafios, no sentido de não ter conseguido alcançar, de fato, uma de
suas múltiplas funções sociais, qual seja: a de reinserir o detento no convívio social
de forma plena e participativa. Em verdade, a instituição prisional vem-se definindo,
historicamente, muito mais como lugar de punição, unidade ou blocos de cela, onde
são desenvolvidas atividades que visam (re) socializar o público interno, no sentido
de devolver a eles hábitos de socialidade, numa tentativa de adequá-los ao convívio
social. É bem verdade que o Estado do Ceará tem se esforçado para conseguir
devolver à sociedade seus detentos socializados, mas por não cobrar os deveres
dos internos, muitos não buscam as oportunidades oferecidas e, quando saem,
voltam a reincidir por não terem nenhuma capacitação profissional.
sentenciado e preso, após sair do cárcere não irá para outro planeta, retornará para
esta mesma sociedade, que agora o rejeitará ainda mais. Ele leva agora uma marca,
um “estigma”, como diz Goffman.
2
Vide FRAGOSO, Cláudio Heleno. Lições de Direito..., op. Cit., p. 59.
21
Segundo Foucault (1987, 13ª Ed.), a forma geral de uma aparelhagem para
tornar indivíduos dóceis e úteis, por meio de um trabalho preciso sobre o corpo,
criou a instituição prisão antes que alei a definisse como pena. A aplicação da pena
de prisão, como sanção autônoma demorou muito a surgir na história do direito
penal, prevalecendo até então, com raras exceções, sua imposição como fase
preliminar das penas corporais, principalmente a de morte.
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3
FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. História da violência nas prisões. 28. ed. Petrópolis: Vozes, 2004.
p. 30-32.
4
GARCIA, Basileu. Instituições de Direito Penal. 4. ed. São Paulo: Max Limonade, 1975, p. 53.
5
Vide OLIVEIRA, Edmundo. Futuro Alternativo das Prisões. Rio de Janeiro: Forense, 2202.
6
Vide FRAGOSO, Cláudio Heleno, op. cit., p. 278.
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Segundo o aludido autor, a prisão sempre fez parte de um campo ativo, onde
abundaram os projetos, os remanejamentos, as experiências, os discursos teóricos,
os testemunhos, os inquéritos, tudo servindo de base e de exemplo para outras
atividades no meio jurídico e social. No início da década de 1980, surgiu a
necessidade de uma lei que regulamentasse em âmbito nacional a execução das
penas de prisão, criou-se em 1984 a Lei 7.210/84, Lei de Execuções Penais, que
contém recomendações e diretrizes, formuladas pela Organização das Nações
Unidas – ONU, e editada pelo ministério da Justiça. E, com a necessidade de
regulamentar as ações desenvolvidas no âmbito do Sistema Penitenciário cearense,
para o pleno desempenho das atividades das unidades prisionais, foi aprovado o
Regimento Geral dos Estabelecimentos Prisionais do Estado do Ceará, Portaria Nº
0240/2010. O Art. 8º, IV, da referida portaria, diz que: os estabelecimentos
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com a comunidade, mas a sociedade também precisa se desarmar contra eles. Mais
do que se desarmar contra seus potenciais e reais agressores, a sociedade deve
criar instâncias de atenção e acolhimento, de educação, de orientação, de inclusão e
geração de oportunidades através das suas organizações e de projetos específicos.
O sistema penitenciário não tem o poder de reintegrar ninguém à sociedade – ele é
reconhecidamente desintegrador. Embora estejamos diante de um paradoxo,
somente a sociedade como instância de organização superior a qualquer instituição
ou grupo localizado, pode acionar dispositivos inclusivos em relação aos seus
reclusos e orquestrar a integração de pessoas presas ao seu convívio.
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Seção V
Da Assistência Educacional.
O interno de iniciais F.A.P.S., 52 anos, fez o Enem PPL duas vezes, obteve
aprovação e não conseguiu autorização judicial para cursar. Desta vez, a equipe de
educação da Sejus matriculou o interno na modalidade de Ensino a Distância (EaD).
O interno fez a prova novamente, foi aprovado e desta vez ele tem a certeza de que
conseguirá cursar Serviço Social de dentro da unidade. “É gratificante lutar por um
objetivo em meio às dificuldades. Todos sabem como é difícil a vida dentro de uma
penitenciária... então. Vocês vão ouvir muito falar de mim ainda. E bem!”. Festeja o
interno.
O que dificulta é que são raros os sujeitos e movimentos que se abrem para
acolher o egresso como um apoiador direto, mesmo na condição de pessoa livre,
nos casos de liberdade condicional. Parece-nos que, de alguma forma, é fechada a
inserção de egressos nessa luta. Quando participam são público alvo. Recebem
atendimentos, atenção apoio, informação útil, mas pouco participam desse
processo. Na maioria das vezes, não se sentem convocados a participar desse
trabalho, onde eles têm muito a aprender e a ensinar. Será que não facilitamos ou
mesmo abrimos o acesso a se identificarem com estas causas de luta? Eis aí um
desafio a ser colocado na agenda política do tempo presente.
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Projetos de inclusão social: Mundo Melhor (746 internos), O Pão de Cada Dia
(240), Querer (180), Sou Capaz (158), Criando Oportunidades (121), Mãos Livres
(100), Plantando o Amanhã (80), Reciclovidas (54), Fabricando Oportunidades (40),
Promil (38), Cadeias Produtivas (39) e Fábricas (18). Projetos para egressos: De
Portas Abertas (180 egressos), Vivendo e Empreendendo (42), Coaching por um
Ceará Pacífico (30) e Celebrando a Restauração.
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4 CONCLUSÃO
Assim, com todos os benefícios ofertados nas unidades prisionais, tanto para
o bem como para o mal, seu destino vai depender do que cada um escolher,
segundo a sua cultura, modo de vida deixado do lado de fora, e criar uma noção de
que toda essa vida na marginalidade só lhe oferecerá dois caminhos, quais sejam: a
realidade em que se encontra, mas que ainda tem a chance de uma mudança, ou o
cemitério, ao qual não há mais volta nem pós arrependimento.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. 13°. Ed., Trad. De Lígia
Pondé Vassalo. Petrópolis: Vozes, 1987.
GARCIA, Basileu. Instituições de Direito Penal. 4ª. Ed. São Paulo: Max Limonade,
1975.
GOFFMAN, Erving. Manicômios, Conventos e Prisões. 7ª. Ed. São Paulo: Editora
Perspectiva S.A, 2001.
http://tribunadoceara.uol.com.br/noticias/ceara/detentos-cearenses-realizam-enem-
nesta-segunda-e-terca/
http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/nacional/online/ceara-e-o-7-
estado-com-a-maior-populacao-carceraria-1.1322785
http://www.ceara.gov.br/2017/06/30/educacao-que-liberta-internos-do-sistema-
prisional/
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https://www.opovo.com.br/jornal/cotidiano/2017/03/projetos-mudam-a-realidade-de-
presos-e-egressos-do-sistema-no-ceara.html
http://www.sejus.ce.gov.br/index.php/component/content/article/58-cidadania-
interna/1827-censo-penitenciario
OLIVEIRA, Edmundo. Futuro Alternativo das Prisões. Rio de Janeiro: Forense, 2202.