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Por: Edilson Elias Manhiça

Exposição à língua

No contexto da aprendizagem escolar pode considerar-se a exposição a língua muito


limitadora e insuficiente, na medida em que se os alunos são expostos à língua de forma
natural, eles podem incorrer no risco de não adquirir todos dados linguísticos, isto é,
códigos formais necessários para desenvolver perfeitamente a língua exposta.

E ainda por cima, a exposição à língua abre espaço para que os alunos desenvolvam regras
incompletas e erradas sobre a determinada língua, pois, com a falta de reforço permanente
as possibilidades de desenvolver códigos errados tornam-se ainda maiores.

Além dos aspectos à cima mencionados, o facto de ser impossível colocar o aluno a
desenvolver os códigos de cada elemento linguístico numa multiplicidade de contextos,
também constitui um factor limitador para o aperfeiçoamento e descoberta das regras e
significados da língua exposta.

Deste modo, torna-se necessário expor a língua aos alunos sistematicamente sendo
permanentemente assistidos e estimulados nas suas descobertas. No entanto, esta
permanente assistência deve ser acompanhada dum processo de reflexão consciente sobre
o uso e funcionamento das regras gramaticais da língua. De outro modo, dificultar-se-ia
o processo de descoberta.

Para comunicar numa língua, não basta ser capaz de formular enunciados sem erros, é
necessário saber que modos interlocutivos são apropriados para cada situação, para a
realização do objectivo que se pretende alcançar. Por esse motivo, estariam de certa forma
limitados os indivíduos que tenham aprendido em contexto escolar a produzir enunciados
correctos na LE, pois não fariam o uso apropriado dos modos interlocutivos, assim sendo,
não seriam, de modo algum, capazes de comunicar devidamente nessa língua perante
situações de comunicação real.

Portanto, no ensino de uma língua não se podem limitar os alunos ao desenvolvimento da


competência linguística, isto é, deve-se abranger ao domínio do desenvolvimento da
competência comunicativa. Só assim, os alunos produziriam enunciados correctos do
ponto de vista linguístico (gramatical) e adaptar-se-iam à situações reais de comunicação.

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