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Aula 12

Peças Práticas p/ Delegado Polícia Civil-PE (com videoaulas)

Professor: Vinicius Silva


Peça Prática para Delegado de Polícia
Pernambuco
Prof. Vinícius Silva – Aula 12
AULA 12: Representação por identificação
criminal (art. 3°, da Lei n° 12.037/2009).

SUMÁRIO PÁGINA
1. Apresentação 01
2. Aspectos teóricos acerca da identificação criminal. 02
3. Representação por identificação criminal. 09
4. Modelo Representação por identificação criminal. 12
5. Questão de prova 20
6. Respostas das questões propostas na aula 11 24

1. Apresentação

Olá futuro Delta,

O nosso curso continua e chega a nossa última aula, é com muito prazer
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que apresento a vocês a aula de identificação criminal para fins de


investigação criminal. É uma aula muito tranquila e a probabilidade de
cair essa representação em prova é bem baixa, embora possível a sua
cobrança.

Vamos estudar um pouco da Lei n° 12.037/2009, que carrega a


regulamentação acerca da identificação criminal e também traz a nova
possibilidade de identificação criminal para fins de investigação policial,
quando for essencial a ela.

Após os aspectos teóricos sobre a medida, vamos entrar nos aspectos


relativos à peça que o delegado pode produzir sempre que achar
necessária e cabível a identificação criminal do suspeito.

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É uma peça que pode até vir misturada com outras cautelares na mesma
peça, principalmente quando estivermos diante de um litisconsórcio em
que vários suspeitos são investigados e em relação a algum deles tenha
que ser feita uma identificação criminal para fins de prosseguimento da
investigação, principalmente para mostrar que há fortes indícios de
autoria, ou até mesmo para a comprovação dela.

É uma matéria que encontra guarida constitucional, ou seja, teremos que


comentar alguns pontos relativos ao art. 5°, LVIII, da CF/88, pois ela
prevê um direito fundamental que merece ser explorado na exposição
teórica da aula.

2. Aspectos teóricos acerca suspensão da permissão ou da


habilitação para dirigir veículo

Inicialmente, vale a pena mencionar que estamos diante de uma medida


cautelar probatória, ou seja, é uma medida cautelar que tem a função de
meio de obtenção de prova, ou seja, através da identificação criminal
vamos obter alguma fonte de prova, assim como é a interceptação das
comunicações telefônicas e a busca domiciliar, por meio das quais o
delegado de polícia traz para o inquérito mais elementos de informação
que corroboram a sua tese de indiciamento ou subsidiam ela.

Primeiro vamos analisar o art. 5°, LVIII, da CF/88:

LVIII - o civilmente identificado não será


submetido à identificação criminal, salvo
nas hipóteses previstas em lei;

Veja que o dispositivo constitucional prevê que a identificação civil suprirá


a identificação criminal, ressalvadas as hipóteses legais.

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Professor, e o que
seria a identificação
criminal?

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Identificar criminalmente é identificar
que uma pessoa está ligada a um crime
e esse procedimento pode ser feito por
meio de impressão digital, fotografia e
DNA

Essa identificação criminal não seria feita, em tese, por meio de


documento civil, mas de impressão digital e fotografia. Na verdade a
CF/88 trouxe um novo regramento, prevendo que quando o suspeito ou
investigado trouxer seu documento de identificação civil, não seria
necessária a sua identificação criminal, ressalvadas as hipóteses da lei.

Assim, o procedimento de identificação criminal foi excepcionado, ou seja,


se o suspeito apresentar sua identidade, por exemplo, não seria
necessário identifica-lo civilmente. No entanto, caso não seja apresentado
nenhum documento de identificação civil, será cabível a identificação
criminal.

Os documentos que servem para a identificação civil são previstos na Lei


n° 12.037/09 e são:

Art. 2º A identificação civil é atestada por


qualquer dos seguintes documentos:

I – carteira de identidade;

II – carteira de trabalho;

III – carteira profissional;


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IV – passaporte;

V – carteira de identificação funcional;

VI – outro documento público que permita


a identificação do indiciado.

Veja que não apenas a carteira de identidade serve para identificar


civilmente o suspeito.

No entanto, o delegado de polícia pode, de ofício, determinar a


identificação criminal mesmo que tenha sido apresentado o documento
civil, em algumas hipóteses, elas estão previstas no art. 3°, da Lei:

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Art. 3º Embora apresentado documento de


identificação, poderá ocorrer identificação
criminal quando:

I – o documento apresentar rasura ou tiver


indício de falsificação;

II – o documento apresentado for


insuficiente para identificar cabalmente o
indiciado;

III – o indiciado portar documentos de


identidade distintos, com informações
conflitantes entre si;

IV – a identificação criminal for essencial


às investigações policiais, segundo
despacho da autoridade judiciária
competente, que decidirá de ofício ou
mediante representação da autoridade
policial, do Ministério Público ou da defesa;

V – constar de registros policiais o uso de


outros nomes ou diferentes qualificações;

VI – o estado de conservação ou a
distância temporal ou da localidade da
expedição do documento apresentado
impossibilite a completa identificação dos
caracteres essenciais.

Veja que as hipóteses acima, em sua maioria são situações em que o


próprio delegado de polícia determina a identificação, de ofício,
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sem a necessidade de reportar-se ao juiz por meio de


representação.

A maioria; pois temos uma exceção no rol acima, que é a do inciso IV,
acima destacado, que trouxemos abaixo:

IV – a identificação criminal for essencial


às investigações policiais, segundo
despacho da autoridade judiciária
competente, que decidirá de ofício ou
mediante representação da autoridade
policial, do Ministério Público ou da defesa;

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Veja que a hipótese em que o delegado deverá representar ao juiz é a do
caso em que a identificação não se serve para realmente identificar
alguém que está na sua frente sem identificação civil, mas uma hipótese
em que o delegado necessita da identificação para prosseguir nas
suas investigações, ou seja, é uma hipótese em que a identificação se
prestará a esclarecer, provavelmente a autoria delitiva.

Trata-se de uma técnica de investigação, que ficou regulamentada pela


Lei n° 12.037/09 e temos que verificar como produzir a peça relativa à
atividade de polícia judiciária cabível para proceder a esse tipo de
obtenção de prova.

A identificação criminal abrange, como dito acima, os processos


dactiloscópico e fotográfico, no entanto, a identificação pode conter
mais um processo de identificação, que é a coleta de material
biológico para traçar o perfil genético.

No entanto, um detalhe precisa ser dito: essa forma de identificação deve


ser levada a efeito apenas quando o juiz determina, ou seja, o delegado
de polícia ao determinar a identificação criminal nos casos especificados
em lei, vistos acima, só pode fazê-la por meio dos dois procedimentos
iniciais, e é por isso que você geralmente vê em um inquérito policial uma
folhinha contendo as marcas de impressão digital do investigado, bem
como as fotografias de frente e de perfil, mas dificilmente você encontra a
identificação biológica, através do DNA do investigado.

Essa hipótese não se faz muito frequente, pois só pode ser realizada por
meio de decisão judicial nesse sentido, oportunidade em que o delegado
de polícia irá representar ao juiz competente para que ele defira a medida
identificativa. Essa é a previsão do art. 5°:

Art. 5º A identificação criminal incluirá o


processo datiloscópico e o fotográfico, que
serão juntados aos autos da comunicação
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da prisão em flagrante, ou do inquérito


policial ou outra forma de investigação.

Parágrafo único. Na hipótese do inciso IV


do art. 3o, a identificação criminal poderá
incluir a coleta de material biológico para a
obtenção do perfil genético. (Incluído pela
Lei nº 12.654, de 2012)

Veja que a hipótese de coleta do material biológico só ocorre no caso do


inciso IV do art. 3°, ou seja, para fins de investigação policial, situação

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em que a determinação da identificação será determinada pelo juiz e não
de ofício, pelo delegado de polícia.

Pelo delegado de polícia, de Pelo juiz, através de decisão


ofício judicial
I – o documento apresentar IV – a identificação criminal for
rasura ou tiver indício de essencial às investigações
falsificação; policiais, segundo despacho da
autoridade judiciária
II – o documento apresentado competente, que decidirá de
for insuficiente para identificar ofício ou mediante
cabalmente o indiciado; representação da autoridade
policial, do Ministério Público
III – o indiciado portar ou da defesa;
documentos de identidade
distintos, com informações
conflitantes entre si;

V – constar de registros
policiais o uso de outros nomes
ou diferentes qualificações;

VI – o estado de conservação
ou a distância temporal ou da
localidade da expedição do
documento apresentado
impossibilite a completa
identificação dos caracteres
essenciais.

As hipóteses da coluna da direita são casos em que o delegado de polícia


desconfia da autenticidade do documento apresentado, ou seja, você não
sabe quem é a pessoa e precisa saber quem é a pessoa que apresenta o
documento suspeito, você não quer obter uma prova contra ela. Nesses
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casos não há necessidade de decisão judicial e só abrange os dois


métodos, que são a impressão digital e a fotografia.

Por outro lado, a identificação pela qual você vai representar não visa
identificar alguém, na verdade você já conhece a identidade do suspeito,
é público e notório que você sabe quem é o suspeito, você precisa, na
verdade, é de um meio que possa comprovar que aquele suspeito estava
na cena do crime, o que corrobora o indício inicial de autoria delituosa, ou
outra forma de obtenção de elementos de informação.

Fique ligado nessa diferença, na identificação criminal determinada


pela autoridade judicial, você precisa obter prova em relação a

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uma pessoa que você já sabe de quem se trata, só precisa
comprovar sua tese investigativa.

É o caso clássico dos dois copos de cerveja que são encontrados na cena
do crime, em que você delegado de polícia tem um suspeito que estaria
com a vítima no momento em que foi morta, mas precisa de uma
comprovação da autoria. Ou seja, você já sabe quem é o suspeito, ou
seja, você conhece a identidade dele, só quer obter prova de que ele
bebeu cerveja com a vítima no local do crime minutos antes de ela ser
morta.

Ou então em casos de estupro, nos quais é coletado sêmen no corpo da


vítima e você possui um forte suspeito, que pode até ser um membro da
família, o que ocorre com frequência nos casos de estupros de
vulneráveis, mas precisa comprovar a sua tese de investigação e a
comparação do material biológico contido no sêmen precisa ser
comparado com o material biológico do suspeito.

Veja que se trata de uma medida altamente invasiva na esfera particular


do suspeito/investigado, e por isso é sujeita à reserva de jurisdição,
ou seja, só pode ser determinada pelo juiz, ou seja, depende de decisão
judicial nesse sentido.

Professor, essa medida


não viola o princípio do
nemo tenetur se detegere?

Não Aderbal, mais uma vez vamos usar a


técnica da ponderação. Assim como na
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interceptação telefônica, não há violação


ao princípio.

Veja que não podemos utilizar o princípio para acobertar a prática


criminosa, o ordenamento jurídico está aí para proteger a sociedade, ou

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seja, devemos ter como objetivo final proteger a coletividade, assim não
caberá alegar violação a esse princípio de modo a acobertar a prática
delituosa e macular a prova eventualmente obtida por meio da coleta do
material biológico.

De acordo com a doutrina, o que não pode haver é uma obrigatoriedade


para que o investigado seja submetido à produção de prova contra si
mesmo, ou seja, não pode a autoridade policial, mesmo com decisão
judicial favorável, obrigar o investigado a fazer uma coleta de sangue, por
exemplo. Mas a autoridade policial pode se valer de uma busca domiciliar
para conseguir um fio de cabelo ou outro material que carrega o DNA do
investigado; até mesmo a coleta de algum material no local do crime,
como a saliva no copo de cerveja do exemplo acima.

Assim, a autorização judicial será dada no sentido de permitir que se faça


o exame biológico para traçar o perfil genético do investigado, sem que
haja a necessidade de comportamentos ativos deste no sentido de
produzir prova contra si mesmo.

Quando vestígios de material biológico são encontrados no próprio local


do crime, não há necessidade de que seja feita uma representação dessa
natureza para obtenção do perfil genético, pois o próprio art. 6°, VII, do
CPP autoriza tal prática.

A peça que estamos estudando é mais utilizada no curso da investigação,


momento em que precisamos comprovar que um suspeito, cuja
identificação é conhecida, é o provável autor do delito.

Formas de identificação criminal por decisão


judicial
Datiloscópica
Fotográfica
Biológica
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Esse requerimento pode ser feito mediante representação do delegado de


polícia, mediante requerimento do MP ou ainda da defesa, nos termos do
art. 4°, IV, da Lei:

IV – a identificação criminal for essencial


às investigações policiais, segundo
despacho da autoridade judiciária
competente, que decidirá de ofício ou
mediante representação da autoridade
policial, do Ministério Público ou da defesa;

Veja que esse dispositivo é que dará a nossa legitimidade para


representar e deverá estar contido no nosso preâmbulo.

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Esses são os principais aspectos teóricos envolvendo a peça de


representação por identificação criminal do investigado para fins de
investigação policial.

Vamos passar agora aos principais pontos da peça que você deverá
produzir.

3. Representação por medida cautelar diversa da prisão

3.1 Legitimação

A legitimação para representar por essa medida está consubstanciada no


próprio art. 3°, IV, da Lei n° 12.037/09. Vejamos:

IV – a identificação criminal for essencial


às investigações policiais, segundo
despacho da autoridade judiciária
competente, que decidirá de ofício ou
mediante representação da autoridade
policial, do Ministério Público ou da defesa;

Portanto, a legitimidade ao delegado é dada pelo próprio art. 4°, IV, da


Lei n° 12.037/09.

Essa legitimação deverá constar no seu preâmbulo, de modo a legitimar


a sua representação.

3.2 Fundamentos de fato ou Fatos

Aqui é a mesma coisa das aulas anteriores, acostume-se a resumir ou


parafrasear um texto. Sugiro a você algumas técnicas de resumo de
textos, que você encontra em um bom livro de produção textual.
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Você vai resumir com suas próprias palavras os fatos ocorridos, sempre
destacando aqueles que vão servir de base para a sua fundamentação
jurídica.

Lembre-se de que para lhe dar um norte de como narrar os fatos sem ser
repetitivo em relação ao que já foi mencionado no enunciado, vale a pena
utilizar a regrinha da resposta às perguntas abaixo:

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O que?

Quem?

Quando? ACONTECEU

Onde?

Por que?

Se você conseguir responder a essas perguntas com um texto bem


objetivo, sua narrativa dos fatos certamente ficará muito boa e a
pontuação dessa parte estará garantida.

Procure treinar essa parte quando estiver escrevendo um e-mail, ou até


quando estiver contando uma história a algum colega.

No caso da representação por identificação criminal, é bom


ressaltar nos fatos que há um suspeito e os elementos que
comprovam ser possível o exame e a posterior identificação.

Cuidado para não entrar na fundamentação nesse tópico, aqui


você terá apenas de relatar os fatos que darão base para a sua
fundamentação jurídica.

3.3 Fundamentos jurídicos

A fundamentação jurídica, como sempre, é a parte que vai lhe dar mais
pontos, nela você vai mostrar todo seu conhecimento jurídico sobre a
medida cautelar pela qual representa.

Nesse ponto você vai dividir sua fundamentação em 3 partes.


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A primeira será relativa à prática delituosa, na qual você vai tipificar


o crime. Aqui você mostrará que sabe identificar o crime que ocorreu em
meio à historinha que foi contada no enunciado. Existem provas, como a
da PCDF de 2009, em que você deveria tipificar a conduta de cada um
dos envolvidos, portanto é de suma importância saber qual crime ocorreu.

Algumas provas já afirmam no enunciado o crime que ocorreu, o que


torna a sua tarefa mais simples nesse ponto, no entanto, outras em que a
história é longa e cheia de personagens pode levar você a uma dificuldade
em tipificar.

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Sugiro que você estude o princípio da consunção e também o do ne bis in
idem, por meio do qual você pode sempre se valer para realizar a
adequação típica das condutas apresentadas.

A segunda parte da fundamentação se destina ao fundamento


jurídico dos requisitos cautelares, estamos falando do fumus
comissi delicti e do periculum in mora.

Devemos mostrar que está presente a justa causa, ou seja, que o crime
ocorreu, ou seja, que está comprovada a materialidade delitiva, bem
como há indícios de autoria, no entanto esses indícios precisam ser
reforçados, de modo que os indícios de autoria sejam devidamente
comprovados e a justa causa verificada no caso concreto.

Essa é a plausibilidade do bom direito no que diz respeito à


persecução penal. Aqui a ideia é bem parecida com as representações por
prisão. Se você aprendeu bem a parte de requisitos cautelares da prisão,
a ideia é a mesma.

Quanto ao periculum in mora, ou seja, da necessidade da medida, você


terá de argumentar, mencionando que a medida de identificação criminal
deve ser levada a efeito por conta do eventual perecimento do direito
em relação à própria investigação, ou seja, o crime ficará sem
solução, a menos que você possa realizar o exame de DNA e comprovar o
indício de autoria.

O fundamento legal a ser utilizado é o mesmo art. 4°, IV, da Lei n°


12.037/09.

IV – a identificação criminal for essencial


às investigações policiais, segundo
despacho da autoridade judiciária
competente, que decidirá de ofício ou
mediante representação da autoridade
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policial, do Ministério Público ou da defesa;

Ou seja, você deverá comprovar que a medida é essencial às


investigações, você vai provar que a investigação necessita daquele
meio de obtenção de prova para que consiga chegar ao seu fim, ou seja,
comprovar a materialidade e os indícios de autoria.

Em algumas investigações a prova testemunhal não é tão contundente e


precisa de um reforço, por exemplo, se a vítima morreu no apartamento e
o suspeito foi visto pelo porteiro subindo para o local do crime, isso não é
suficiente, por exemplo, para a decretação da temporária, então o
delegado de polícia vai procurar dar um reforço naquele indício, tornando-

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o um forte indício de autoria, por meio do qual se pode garantir uma
medida cautelar pessoal, ou até mesmo o oferecimento da denúncia.

3.4. Pedido

Vamos agora falar um pouco sobre o pedido que deverá estar na sua
peça, ele é bem genérico, pois não apresenta prazo, tampouco alguma
peculiaridade.

A base é a mesma; você vai representar ao juiz pela identificação criminal


do suspeito pelos métodos cabíveis ao caso (datiloscópico, fotográfico
e biológico) a depender do caso podemos ter a identificação por um ou
mais de um dos métodos apresentados.

Ademais, você deve mencionar o objeto do exame, por exemplo, pode ser
que o elemento a ser submetido a exame seja um fio de cabelo ou a
saliva contida em algum substrato deixado no local do crime.

Enfim, você vai dizer como se dará a medida investigativa, como se


realizará o exame pericial técnico.

Esse ponto é de fundamental importância por conta do caráter invasivo da


medida, ou seja, você não vai pedir para que o investigado seja
conduzido coercitivamente e forçado à coleta de sangue, pois isso feriria o
princípio do nemo tenetur se detegere.

4. Modelo de representação por suspensão da permissão para ou


habilitação para dirigir veículo

Vamos agora estruturar o nosso modelo, que você deve memorizar. É


uma representação simples e a fundamentação está totalmente no art.
3°, IV, da Lei n° 12.037/09, basta fundamentar com base nesse
dispositivo legal, adequando sempre ao que foi dito a respeito dos
aspectos mais importantes na análise fática do problema.
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4.1 Endereçamento

O endereçamento continua sendo muito relevante, no caso de


representação por exame de identificação criminal, podemos ter os mais
diversos juízos competentes a depender do crime cometido, mas como na
sua prova não é solicitado o estudo da organização judiciária, os três
endereçamentos possíveis serão o juízo de direito, o tribunal do júri e
o juizado especial criminal, para os crimes de menor potencial ofensivo
(pena máxima até 2 anos).

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No entanto, se a questão mencionar que existe o juízo especializado no
crime que está sob investigação, não hesite em mencioná-lo no seu
endereçamento.

Cuidado com crimes de competência do juizado especial criminal, a ele


cabe o julgamento dos crimes de menor potencial ofensivo, que são as
contravenções penais e os crimes cuja pena máxima não excede a 2
(dois) anos. Não há óbice à decretação da medida investigativa em casos
de crimes de juizado especial.

Aqui é aquele básico de competência. Recomendo que se você tiver


dúvida, volte para a parte de processo penal, onde se estuda a
competência no CPP, pois lá estarão bem claras as principais regras para
identificar o juízo competente.

Lembrando mais uma vez que você só deve colocar a cidade se for
mencionado isso no enunciado, na dúvida, deixe aquele velho espaço em
branco, para não perder pontos e nem ser prejudicado totalmente com
uma possível identificação de prova.

EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ____ª VARA


CRIMINAL DA COMARCA DE __________ ou (JUIZ PRESIDENTE
DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE ____________) ou (JUIZ
DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA DE
____________).

4.2 Preâmbulo

Após o endereçamento você vai saltar algumas linhas, no máximo 2, e vai


fazer referência ao inquérito policial no bojo do qual se motiva a
representação por essa medida, esses são os chamados elementos de
referência, que mostram sempre que você domina a atividade prática, a
prática é sempre muito importante e os elementos de referência sempre
permeiam uma peça prática. 98669652609

Lembrando que você não pode inventar um número de inquérito ou de


qualquer outro elemento de referência, mencione número apenas se for
dito no enunciado. Caso contrário, deixe o bom e velho espaço em
branco.

O preâmbulo, cujo modelo segue abaixo, possui as mesmas


características dos preâmbulos já vistos nas aulas anteriores, com as
modificações relativas às legislações pertinentes.

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“A Polícia Civil do estado do ____________, por meio do seu
Delegado de Polícia, ao final assinado, no uso de suas atribuições,
que lhe são conferidas, dentre outros dispositivos, pelo art. 3°, IV,
da Lei n° 12.037/09; art. 2°, §1°, da Lei 12.830/2013, bem assim
pela (citar a lei que regulamenta as atribuições da polícia civil do
estado para o qual está prestando concurso), vem, com o devido
respeito e acatamento, à presença de Vossa Excelência,
representar pela realização de exame de identificação criminal do
investigado __________________, medida essa prevista no
diploma legal acima, pelos fundamentos de fato e de direito que a
seguir passa a expor”.

Nesse ponto você vai especificar sobre quem a medida será executada, ou
seja, você vai dizer quem será submetido ao exame, o objeto da medida
é um exame que se fará num substrato de material biológico do suspeito,
portanto é salutar mostrar qual o elemento que será submetido a exame
e quem será o identificado.

Não há muitos detalhes no preâmbulo dessa medida, lembre-se sempre


que deve constar nele o dispositivo legal que lhe dá a legitimidade para
representar pela medida, esse é o art. 4°, IV, da Lei n° 12.037/09.

Um bom preâmbulo já mostra conhecimento. Citar a lei 12.830/2013


comprova que você tem sangue de delegado e que vai procurar
valorizar as suas atribuições quando no exercício delas.

Professor, o preâmbulo é sempre igual, mudando


apenas algumas coisas, nas suas aulas essa parte
parece ser até repetitiva, não tem outros modelos
de preâmbulo não?

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Prezado Aderbal, sua pergunta é muito boa, e deve


ser a pergunta de muitos dos nossos alunos. A ideia
do nosso curso é condicionar você a memorizar um
modelo cada vez mais enxuto de peça. Aquilo que for
repetitivo é melhor ainda para você memorizar.
Preocupe-se apenas com as diferenças entre as peças.

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4.3 Fatos

Mais uma vez não temos muito a acrescentar ao que já foi dito acima,
você vai ser medido pelo poder de síntese que pode apresentar. Não
negligencie esse ponto, pois o examinador pode já não gostar muito da
sua peça, caso os fatos não sejam corretamente narrados, de forma
concisa e escorreita.

Procure parafrasear o enunciado, tentando não ser tão repetitivo.


Responder àquelas perguntas que já mencionei anteriormente pode ser
um bom norte a ser seguido.

Na peça de identificação criminal você vai se deparar com fatos que


fortalecem a tese de que a identificação é essencial para o andamento da
investigação, para reforçar a tese de autoria delitiva.

Lembre-se de que você não pode inventar fatos, isso é


terminantemente proibido, sob pena de ter a peça “zerada” pela
identificação da prova.

4.4 Fundamentos jurídicos

Na parte dos fundamentos o ideal é você desdobrá-la em 2 pontos, quais


sejam, do crime cometido e da necessidade

A tipificação da conduta delituosa é de fundamental importância, fará


você ganhar pontos, quando não for essencial à peça. Há questões em
que você deve tipificar as condutas e esse ponto é certeiro na peça.

Ademais, na necessidade, você deverá demonstrar para o examinador,


que a obtenção de prova por meio do exame de identificação criminal é
indispensável para o deslinde da investigação.

Aqui você vai ter de provar que se não for feito aquele exame a sua
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investigação perecerá, ou seja, não vai atingir a sua finalidade precípua,


que é chegar à comprovação da materialidade do crime e da autoria
delitiva.

O exame, como se presta a identificar uma pessoa, vai ser mais incisivo
no reforço das suspeitas sobre quem recai a autoria, ou seja, você vai
procurar comprovar uma suspeita de autoria delitiva com o exame de
identificação criminal.

Lembre-se de que o periculum in mora, ou seja, o perigo de demora no


deferimento da medida faz com que a própria investigação se torne
eficaz.

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Um exemplo de fundamentação de necessidade do deferimento da
medida seria:

A medida de identificação criminal do suspeito XXXXXXX é salutar


para a continuidade das investigações, e até mesmo para
possibilitar o indiciamento dele, uma vez que os demais elementos
de informação, como, por exemplo, as oitivas das testemunhas,
uma imagem de um sistema de circuito interno de TV, apontam
para a autoria delitiva a ser atribuída a XXXXXXX, o exame pericial
de identificação seria, portanto, essencial às investigações, para a
corroboração da suspeita que recai sobre XXXXXXXX e seu
posterior indiciamento.

Assim, nos termos do art. 3°, IV, da Lei 12.037/09, comprova-se


ser essencial às investigações o deferimento do exame de
identificação criminal do investigado suspeito de ser o autor do
delito.

4.5 Do Pedido.

No pedido já foi mencionado que você deve representar pela medida


sempre de forma objetiva, cuidado com o verbo, pois o delegado de
polícia representa e não requer, quem requer é o membro do MP.

Não se esqueça de mencionar especificamente o nome da pessoa sobre


a qual recairá a execução da medida, que, provavelmente, deve ter
sido mencionada no enunciado do problema.

É importante mencionar o tipo de identificação criminal que será feita, se


apenas por meio de impressão digital (dactiloscópica) ou se por meio
fotográfico, ou ainda, se por meio de coleta de material biológico para
traçar perfil genético.

Você irá mencionar mais uma vez, como de costume, a oitiva do MP,
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como titular da ação penal, é de fundamental interesse do membro do


parquet que ele saiba desse método um tanto invasivo para a
comprovação da autoria.

Assim, diante das informações acima, segue um modelo de pedido bem


sucinto e direto.

Ante o exposto, com base nos fundamentos de fato e de direito já


expostos, representa, essa autoridade policial, pela realização de
exame de identificação criminal em _________________, a ser
realizado por meio de ____________________, por ser a medida
de direito adequada ao caso conforme se demonstra na
fundamentação exposta, visando ao prosseguimento da

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investigação policial, por se tratar de medida essencial ao fim que
se destina.

Requer a manifestação do ilustre membro do Ministério Público.

Nestes Termos. Pede Deferimento.

Local, data.

Delegado de Polícia
Matrícula.

Vamos agora colocar tudo isso em um modelo.

EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ____ª VARA


CRIMINAL DA COMARCA DE __________ ou (JUIZ PRESIDENTE
DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE ____________) ou (JUIZ
DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA DE
____________).

Ref. Inquérito policial n°___

“A Polícia Civil do estado do ____________, por meio do seu


Delegado de Polícia, ao final assinado, no uso de suas atribuições,
que lhe são conferidas, dentre outros dispositivos, pelo art. 3°, IV,
da Lei n° 12.037/09; art. 2°, §1°, da Lei 12.830/2013, bem assim
pela (citar a lei que regulamenta as atribuições da polícia civil do
estado para o qual está prestando concurso), vem, com o devido
respeito e acatamento, à presença de Vossa Excelência,
representar pela realização de exame de identificação criminal do
investigado __________________, medida essa prevista no
diploma legal acima, pelos fundamentos de fato e de direito que a
seguir passa a expor”.
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1. Dos fatos

Narrativa dos fatos, conforme instruções já mencionadas.

2. Dos fundamentos jurídicos

2.1 Do crime cometido

Vale a pena demonstrar a tipificação do crime cometido,


mencionando que você entende de adequação típica da conduta,
em tese, delituosa.

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2.3 Dos requisitos cautelares

Os requisitos cautelares são o fumus comissi delicti e o periculum


in mora. Demonstrar que estão presentes os dois requisitos.

Quanto ao primeiro, basta mostrar que o crime existe, ou seja,


que a materialidade delitiva encontra-se devidamente
comprovada, bem como que possui fracos indícios de autoria ou
participação, que precisam ser reforçados por meio da essencial
técnica de investigação pela qual você está representando.

O segundo, por sua vez, reside no periculum in mora. Você deverá


demonstrar ao examinador na sua peça que existe um forte perigo
para a própria investigação, caso não seja deferida a medida
cautelar em apreço. Segue um modelo de fundamentação do
periculum:

A medida de identificação criminal do suspeito XXXXXXX é salutar


para a continuidade das investigações, e até mesmo para
possibilitar o indiciamento dele, uma vez que os demais elementos
de informação, como, por exemplo, as oitivas das testemunhas,
uma imagem de um sistema de circuito interno de TV, apontam
para a autoria delitiva a ser atribuída a XXXXXXX, o exame pericial
de identificação seria, portanto, essencial às investigações, para a
corroboração da suspeita que recai sobre XXXXXXXX e seu
posterior indiciamento.

Assim, nos termos do art. 3°, IV, da Lei 12.037/09, comprova-se


ser essencial às investigações o deferimento do exame de
identificação criminal do investigado suspeito de ser o autor do
delito.

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3. Do pedido

Ante o exposto, com base nos fundamentos de fato e de direito já


expostos, representa, essa autoridade policial, pela realização de
exame de identificação criminal em _________________, a ser
realizado por meio de ____________________, por ser a medida
de direito adequada ao caso conforme se demonstra na
fundamentação exposta, visando ao prosseguimento da
investigação policial, por se tratar de medida essencial ao fim que
se destina.

Requer a manifestação do ilustre membro do Ministério Público.

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Nestes Termos. Pede Deferimento.

Local, data.

Delegado de Polícia
Matrícula.

Vamos agora ao exercício da aula de hoje.

Essa aula não possui questões de prova, nem adaptadas, portanto, as


questões apresentadas são originalmente produzidas pelo Prof. Vinícius
Silva.

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5. Questões comentadas

Questão 1. (Prof. Vinícius Silva)

No dia 23 de maio de 2015, por volta de 10:00, ouviu-se um


disparo de arma de fogo, que, aparentemente teria sido dado no
apartamento 205, do prédio localizado na Avenida Beira-mar, 55,
Meireles, Fortaleza.

Na ocasião, populares acionaram a polícia e militares do batalhão


de policiamento comunitário compareceram ao local. O
apartamento estava com a porta principal aberta e os policiais
entraram no local do crime e foi constatado um cadáver de uma
mulher ao solo, identificada como Lívia Maria Alves, com uma
lesão por PAF na região da cabeça.

Os procedimentos de praxe foram realizados no local do crime e


foram recolhidos no local do crime dois copos de cerveja contendo
impressões digitais e vestígios de saliva.

A investigação iniciou-se por meio de instauração de inquérito


policial (n° 230/2015) e foram realizadas perícias técnicas nos
copos encontrados no local do crime, verificando-se ao final no
exame que um dos copos continha digitais e saliva da vítima e o
outro de pessoa distinta dela.

Algumas pessoas foram ouvidas e o circuito interno de TV do


prédio também foi periciado e foi possível constatar que às 09:50
uma pessoa desconhecida, do sexo masculino, passou pela
portaria, entrou no elevador e apertou o botão correspondente ao
segundo andar, onde se localiza o apartamento 205. A imagem
estava muito turva pela qualidade do equipamento e não foi
possível identificar a pessoa.
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Ademais, testemunhas afirmaram que o ex-marido da vítima


frequentava o local do crime e sempre havia brigas e ameaças por
parte dele, que na noite anterior esteve no local do crime,
conforme relato de vizinhos.

O ex-marido da vítima é uma pessoa conhecida na cidade, pois é


um policial militar atuante na área de segurança pública. Sua
identificação é plenamente conhecida pela autoridade policial,
trata-se do subtenente Leandro Falcão. Sabe-se ainda que ele é
fumante compulsivo e costuma descartar pontas de cigarro nas
lixeiras do quartel e até mesmo nas viaturas de polícia em que
circula.

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Assim, a fim de comprovar os indícios de autoria, represente ao
juiz pela concessão da medida cautelar adequada a essa
finalidade.

Comentário e modelo de peça proposto.

Essa questão deu muito trabalho para ser criada e precisei ler bastante
até encontrar um exemplo que se enquadrasse na representação que
estamos estudando.

O que podemos verificar pelo caso apresentado é que se trata de um


crime de homicídio em que temos um suspeito, no entanto a
comprovação dos indícios de autoria ainda é muito fraca, pois as imagens
do circuito interno de TV apenas corroboram a tese de que havia alguém
com a vítima no local do crime, minutos antes de ela ser morta.

Os dois copos de cerveja também reforçam a tese de que ela foi morta
por alguém que esteve com a vítima em seu apartamento minutos antes.

Foi coletado no local do crime a saliva contida no copo de cerveja deixado


no local do crime, no entanto, só foi possível estabelecer que havia duas
pessoas no local, uma delas a vítima e a outra, até então desconhecida.

No entanto, há uma forte probabilidade de que tenha sido o seu ex-


marido, notadamente por conta das informações prestadas pelas
testemunhas e pelas outras fontes de prova, como, por exemplo, as
imagens do circuito interno de TV.

Assim, precisamos comprovar a autoria ou pelo menos os indícios de


autoria em relação ao ex-marido da vítima.

Para isso vamos nos valer do exame de identificação criminal,


determinado pela autoridade judicial, nos termos do art. 3°, IV, da Lei n°
12.037/09, pois é essencial às investigações policiais.
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Quanto à ofensa ao princípio do nemo tenetur se detegere, não podemos


cogitá-la, uma vez que será utilizada como fonte para o exame o material
descartado por ele nas viaturas e nas lixeiras do quartel, ou seja, as
pontas de cigarro, que, provavelmente possuem extratos de saliva dele,
que podem ser comparados geneticamente com aqueles encontrados no
copo de cerveja recolhido do local do crime.

Assim, não haverá nenhum comportamento ativo do suspeito que possa


macular a prova que será obtida em relação à autoria, sob o pálio de
ofensa ao princípio da não autoincriminação.

Vamos à peça.

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EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ____ª VARA


CRIMINAL DA COMARCA DE __________.

Ref. Inquérito policial n° 240/2015

A Polícia Civil do estado do Ceará, por meio do seu Delegado de Polícia,


ao final assinado, no uso de suas atribuições, que lhe são conferidas,
dentre outros dispositivos, pelo art. 3°, IV, da Lei n° 12.037/09; art. 2°,
§1°, da Lei 12.830/2013, bem assim pela (citar a lei que regulamenta as
atribuições da polícia civil do estado para o qual está prestando
concurso), vem, com o devido respeito e acatamento, à presença de
Vossa Excelência, representar pela realização de exame de identificação
criminal do investigado Leandro Falcão, Subtenente da Polícia Militar,
medida essa prevista no diploma legal acima, pelos fundamentos de fato
e de direito que a seguir passa a expor.

1. Dos fatos

Narram os autos do inquérito policial em epígrafe que no dia 23 de maio


de 2015, por volta das 10:00, ocorreu um crime de homicídio no
apartamento 205, do prédio localizado na Avenida Beira-Mar, 55,
Meireles, Fortaleza.

Policiais militares foram acionados para o local e ao chegar lá constataram


o óbito da vítima, que se trata de uma mulher, identificada como Lívia
Maria Alves, que teria sido alvejada por um projétil de arma de fogo que
atingiu a região de sua cabeça, vitimando-a de morte.

O devido expediente policial foi instaurado e as investigações


conseguiram comprovar inicialmente que um homem teria entrado no
prédio e se dirigido para o local do crime dez minutos antes do fato
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delituoso, que foram deixados no local do crime dois copos de cerveja


contendo saliva de duas pessoas distintas, uma seria a vítima e a outra
não identificada até o momento.

Verificou-se ainda por meio de depoimentos de testemunhas que o ex-


marido da vítima estava encontrando-se com ela no local do crime dias
antes do ocorrido e teria feito-lhe ameaças.

Sabe-se também que o suspeito acima é fumante e costuma descartar


pontas de cigarro nos locais em que trabalha como policial militar.

2. Dos fundamentos jurídicos

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2.1 Do crime cometido

O crime aqui investigado trata-se, inicialmente, de um homicídio


qualificado, por conta da suposta forma em que se deu a dinâmica dos
fatos, estando possivelmente a vítima impossibilitada de oferecer defesa.

Assim, diante dos fatos, podemos adequar a conduta delituosa como


incursa no art. 121, §2°, IV, do Código Penal – CP.

2.2 Dos requisitos cautelares

Quanto ao fumus comissi delicti, o crime existe e disso não há dúvidas,


basta verificar os laudos do IML anexos, que comprovam que o crime de
morte ocorreu, ou seja, a materialidade delitiva encontra-se devidamente
comprovada, bem como possuímos indícios de autoria ou participação,
que precisam ser reforçados por meio da essencial técnica de investigação
pela qual se representa.

O segundo requisito, que é o periculum in mora, é possível notar que


existe um forte perigo para a própria investigação, caso não seja deferida
a medida cautelar em apreço.

A medida de identificação criminal do suspeito Leandro Falcão é salutar


para a continuidade das investigações, e até mesmo para possibilitar o
indiciamento dele, uma vez que os demais elementos de informação,
como, por exemplo, as oitivas das testemunhas, as imagens do sistema
de circuito interno de TV, apontam para a autoria delitiva a ser atribuída a
ele, o exame pericial de identificação seria, portanto, essencial às
investigações, para a corroboração da suspeita que recai sobre o ex
marido da vítima e seu posterior indiciamento.

Assim, nos termos do art. 3°, IV, da Lei 12.037/09, comprova-se ser
essencial às investigações o deferimento do exame de identificação
criminal do investigado suspeito de ser o autor do delito.
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3. Do pedido

Ante o exposto, com base nos fundamentos de fato e de direito já


expostos, representa, essa autoridade policial, pela realização de exame
de identificação criminal em Leandro Falcão, a ser realizado por meio de
coleta de material biológico contido nas pontas de cigarro que ele
descarta no ambiente, para posterior realização de exame para traçar
perfil genético, por ser a medida de direito adequada ao caso conforme se
demonstra na fundamentação exposta, visando ao prosseguimento da
investigação policial, por se tratar de medida essencial ao fim que se
destina.

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Requer a manifestação do ilustre membro do Ministério Público.

Nestes Termos. Pede Deferimento.

Local, data.

Delegado de Polícia
Matrícula.

6. Respostas dos exercícios da aula 11.

Questão 1 (Vinícius Silva):

Na 13ª Delegacia de Polícia do Distrito Federal tramita o inquérito policial


de n° 145/2015, por meio do qual a Polícia Judiciária apura a suposta
prática de crimes de contrabando de armas, trazidas da Amazônia,
supostamente oriundas da região da Colômbia.

Até então se pode comprovar que a participação de André Tavares, que


seria o responsável pela compra das armas com o fornecedor da região
amazônica; Rui Andrade, que seria o responsável pela distribuição e
contato com clientes que integram pequenas “bocas de fumo”,
assaltantes e outras pessoas integrantes de gangues; O chefe da parte
logística seria Bruno Pereira, que organiza as entregas e os locais onde
elas devem ser efetuadas; Arnaldo Torres, que seria o piloto de fuga,
especialista em pilotagem de veículos e de aeronaves de pequeno porte,
pois trabalhou muito tempo em uma empresa de taxi aéreo.

A polícia possui informações mediante a interceptação de comunicações


telefônicas, que um grande carregamento de armas será entregue e uma
pista de pouso particular que fica em uma grande propriedade particular
localizada em na cidade satélite de Planaltina.

As informações dão conta de que no dia, uma série de componentes da


98669652609

organização estarão presentes, pois após a entrega haverá uma


repartição dos lucros entre os componentes.

Assim, verificando a possibilidade de obter um êxito maior na operação


policial, na qualidade de delegado de polícia, produza a peça cabível a
investigação policial nesse momento visando a colheita de resultados
mais amplos, no que diz respeito aos envolvidos nas práticas delituosas.

Comentário e modelo de peça:

A peça será um ofício de comunicação ao juiz competente acerca da


operação de ação controlada na entrega das armas.

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Assim, vamos informar ao juiz que há um carregamento de armas para
ser entregue em uma pista de pouso e haverá um maior êxito na
operação policial, caso seja realizado um flagrante retardado, pois
certamente os policiais já sabem que há pessoas em situação de
flagrância nos mais variados crimes, desde porte ilegal de arma de fogo
até tráfico de drogas.

Assim, vamos informar ao juiz da operação policial que se fará mediante


uma ação controlada, aproveitando o melhor momento para efetuar a
prisão em flagrante, visando prender uma maior quantidade de pessoas
envolvidas, uma apreensão de um número maior de armas de fogo entre
outras vantagens que a ação controlada pode trazer para a investigação.

Lembre-se de que o delegado de polícia, nesse caso, vai apenas informar


ao juiz, por meio de um ofício de sua lavra.

A peça não segue um modelo fixo, aqui a ideia é saber redigir um ofício,
sem muitas formalidades, a não ser as normais, de toda correspondência
oficial.

Vamos à peça:

Ofício n°______ 13ª Delegacia de Polícia do DF

Distrito Federal, Data.

A sua excelência, O Dr.


______________
Juiz da _____ª Vara Criminal
(Endereço)
98669652609

Assunto: Sigiloso
Inquérito Policial n° 145/2015

MM. Juiz,

Venho, por meio deste, informar a utilização de técnica especial de


investigação a ser realizada no bojo do inquérito policial em epígrafe, em
cumprimento ao art. 8°, §2°, da Lei n° 12.850/09.

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1. Fatos

O inquérito policial em epígrafe presta-se a investigar uma


organização criminosa, que atua no contrabando de armas de fogo e
posterior distribuição no Distrito Federal, sendo responsável por armar
“bocas de fumo” e pessoas que almejam praticar crimes violentos com
uso de arma de fogo.

Até então foi possível constatar a presença de quatro elementos


que compõem a organização, sendo que suas atribuições estão bem
definidas dentro do contexto fático apresentado acima.

Após diligências e investigações que foram realizadas pela equipe


operacional desse distrito policial, foi possível, através de interceptação
telefônica, verificar que no dia _____, aproximadamente às ____:____,
em uma pista clandestina de pousos e decolagens de aeronaves de
pequeno porte será realizada uma entrega de grande carregamento de
armas, e na oportunidade haverá também uma divisão de lucros da venda
em grande quantidade entre os componentes da organização.

2. Do Preenchimento dos Requisitos

A medida a ser implementada no caso em tela é a ação controlada,


procedimento mediante o qual a autoridade policial e seus agentes
poderão retardar o momento de flagrância, a fim de obter um êxito
melhor na operação policial.

Para a execução da medida, é necessário o preenchimento dos


requisitos previstos no art. 8°, para que a autoridade policial possa se
valer desse instituto jurídico de investigação.

O art. 8° prevê que a ação controlada será executada para a


investigação de uma organização criminosa, quando o retardamento da
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ação estatal gerar uma vantagem, no que diz respeito à coleta de


elementos de informação.

Na investigação sob luzes, podemos verificar perfeitamente o


requisito de formação de organização criminosa preenchido, uma vez que
o tráfico de armas de fogo é crime previsto no Estatuto do Desarmamento
com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos,
estando o elemento finalístico preenchido; quanto ao elemento pessoal,
também presente está, pois há quatro pessoas até então identificadas
que fazem parte do grupo criminoso; por fim, o elemento estrutural
também encontra-se satisfeito, pois cada um dos elementos possui
atribuições fixas e definidas, ou seja o grupo tem uma estabilidade e

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estruturação características de uma organização criminosa, nos termos da
lei.

Assim, preenchido o requisito da organização criminosa, vamos


demonstrar a eficácia da medida retardada a ser implementada.

A entrega do carregamento de armas envolve um grande número


de elementos componentes tanto da organização criminosa, quanto de
criminosos contumazes da região do entorno do DF. Assim, há uma
oportunidade de prender um grande número de envolvidos, no entanto a
operação deve ser retardada para que não frustre a entrega do grande
número de armas, por exemplo, o que irá gerar também uma eficácia
bem maior no pertinente ao número de armas apreendidas.

Portanto, há inúmeras vantagens para o andamento da


investigação, com o uso da ação controlada, escolhendo a autoridade
policial o melhor momento apara intervir, visando uma maior eficácia na
obtenção de provas e elementos de informação.

3. Conclusão

Diante do exposto, vem com o devido acatamento e respeito à


presença de Vossa Excelência, comunicar a ação controlada a ser
realizada no dia _____, às _____:_____, sob o contexto fático
retromencionado, para que, querendo, estabeleça limites a serem
respeitados por essa autoridade policial e seus agentes quando da
realização da diligência, em cumprimento ao art. 8°, §1°, da Lei n°
12.850/09.

Solicita ainda, com base no mesmo dispositivo legal, que em caso


de estabelecimento de limites, comunique ao membro do Ministério
Público.

Colocamo-nos à disposição para esclarecimentos.


98669652609

Atenciosamente,

Delegado de Polícia
Matrícula

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Questão 2: (Vinícius Silva)

A Polícia Civil do Ceará está investigando um grupo que atua no tráfico de


seres humanos para a região sudeste do país, com a finalidade de
promover a prostituição de mulheres em estados como São Paulo e Rio de
Janeiro.

Até então foi apurado por meio do inquérito policial de n° 123/215, que
se trata de um grande grupo, de mais de 10 pessoas, que atuam de
forma organizada e que a chefia deles é exercida por uma mulher da alta
sociedade cearense, que atua cooptando jovens da periferia cearense
para o esquema de tráfico humano, sob o pretexto de encontrarem
emprego fácil e boas remunerações.

A investigação chegou num momento em que não consegue mais obter


informações acerca dos locais em que as garotas ficam escondidas, pois
tampouco consegue prosperar nas demais informações acerca do modus
operandi da suposta quadrilha.

Assim, diante dessas informações, Caio Prado, agente de polícia civil


lotado na Delegacia especializada em tráfico de seres humanos e crimes
sexuais do Estado do Ceará, voluntaria-se a ajudar de forma dissimulada,
infiltrando-se entre os criminosos, com o objetivo de obter mais
informações sobre as condutas perpetradas pelos agentes criminosos.

Diante da situação acima, represente ao juiz pela medida adequada para


o prosseguimento das investigações, visando à infiltração do agente de
polícia voluntário.

Comentário e modelo de peça:

A questão foi incisiva e muito direta em mencionar que a peça seria algo
em torno da infiltração de agentes policiais.
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Em relação a essa TEI, é fato que precisamos de uma representação ao


juiz competente, para que ele autorize a infiltração, por uma série de
motivos, inclusive para que os crimes cometidos pelos agentes infiltrados
sejam acobertados pela excludente de ilicitude do estrito
cumprimento do dever legal.

Ademais, o próprio mandamento legal menciona que é necessária a


autorização judicial para que a técnica seja leva a efeito.

Vamos utilizar o modelo já mencionado na aula anterior, fazendo as


devidas adaptações.

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Veja que a organização criminosa está plenamente configurada, pois se
trata de um grupo grande, com mais de 10 componentes e ainda atua de
forma organizada no tráfico de seres humanos para fins de prostituição,
ou seja, há uma atividade delituosa cuja pena máxima supera 4 (quatro)
anos. O crime em questão é o do art. 231-A, do Código Penal.

Ademais, temos um agente voluntário, que se predispôs a ajudar na


investigação, infiltrando-se na organização criminosa, com o fim de obter
provas contundentes e desbaratar a O.C.

Assim, vamos representar ao juiz pela autorização para infiltração de


agente policial Caio Prado.

Vamos à peça:

EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA _____° VARA


CRIMINAL DA COMARCA DE __________.

Inquérito Policial de n° 123/2015.

Infiltração de Agente Policial em Organização Criminosa (art. 10


da Lei n° 12.850/13)

Sigiloso (art. 12, caput)

Urgente (art. 12, § 1°)

A Polícia Civil do Estado do Ceará, por meio do seu Delegado de Polícia,


ao final assinado, no uso de suas atribuições, que lhe são conferidas,
dentre outros dispositivos, pelos art. 10, caput, da Lei n° 12.850/13, bem
como no art. 2°, §1°, da Lei 12.830/2013, bem assim pela (citar a lei que
regulamenta as atribuições da polícia civil do estado para o qual está
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prestando concurso), vem, mui respeitosamente, a presença de Vossa


Excelência, representar pela autorização para infiltração de agente
policial, pelos fundamentos de fato e de direito que a seguir passa a
expor.

1. Fatos

De acordo com os autos, até então ficou apurado que se trata de uma
organização criminosa que está atuando no tráfico de seres humanos para
fins de prostituição na região sudeste do país.

O grupo formado por mais de 10 pessoas atua cooptando jovens da


periferia cearense sob o pretexto de encontrarem emprego fácil e boas

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remunerações na região sudeste do país, quando, na verdade, trata-se de
um esquema criminoso de tráfico humano.

A investigação conseguiu apurar que eles atuam de forma organizada e


cada um dos elementos possui uma atribuição específica, de modo que a
chefia do grupo é exercida por uma mulher da alta sociedade cearense.

A investigação policial chegou num ponto em que não se pode mais


prosseguir na busca de informações, não sendo possível com meios de
investigação ordinários conseguir mais informações como, por exemplo, o
local de cativeiro das vítimas, bem como o restante do modus operandi da
organização.

Em anexo segue ainda o termo de anuência do agente policial Caio Prado,


lotado nessa delegacia que concorda com a execução da técnica e
voluntaria-se para atuar como agente infiltrado.

2. Fundamentos Jurídicos

2.1 Cabimento

Inicialmente podemos afirmar que estamos diante de uma Organização


Criminosa – O.C., nos termos da Lei de regência (12.850/13), o que faz
ser admissível a técnica de investigação que ora se pleiteia a autorização.

A O.C atua de forma organizada e é formada por mais de 4 elementos


pessoais que visam, a princípio, o cometimento do delito tipificado nos
termos do art. 231-A, do Código Penal.

2.2 Requisitos Cautelares

Conforme demonstrado acima, há a configuração de uma O.C., nos


termos da conceituação legal, ou seja, está cumprido o requisito do fumus
comissi delicti, pois presente a materialidade delitiva em relação ao crime
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de formação de O.C.

Por outro lado, a infiltração mostra-se como medida altamente


necessária, pois para a investigação caminhar rumo ao seu objetivo final,
é necessária a obtenção de mais elementos de informação e fontes de
prova, que possam reforçar os elementos até então trazidos.

Ademais, a medida é a ultima ratio no que diz respeito à investigação, ou


seja, não há como prosseguir na busca e colheita de fontes de prova e
elementos de informação se não for deferida a medida em apreço,
tamanha é a estrutura da O.C.

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Portanto, nos termos da Lei n° 12.850/13, restam cumpridos os requisitos
cautelares para o deferimento da medida em apreço.

3. Pedido

Ante o exposto, representa essa autoridade policial a Vossa Excelência


para que autorize a infiltração do agente policial Caio Prado, Matrícula
____, na organização criminosa supramencionada, autorizando além de
sua infiltração pelo prazo de 6 (seis) meses, que condutas eventualmente
delituosas praticadas por ele sejam acobertadas pelo mando do estrito
cumprimento do dever legal e da inexigibilidade de conduta diversa, não
configurando, portanto, crime, por ser a medida de direito adequada ao
prosseguimento das investigações policiais.

Requer a oitiva do Ministério Público, nos termos do art. 10, §1°, da Lei
n° 12.850/13.

Requer ainda que sejam concedidas aos agentes infiltrados todas as


medidas protetivas previstas no art. 14 da mencionada Lei, visando a sua
proteção e integridade.

Nestes termos. Pede deferimento.

Local e data

Delegado de Polícia
Matrícula

Bom, essa foi a nossa aula de identificação criminal, espero que tenham
entendido todos os conceitos abordados nela. Não acredito muito em uma
peça dessa natureza em sua prova, mas como existe a possibilidade,
nada mais normal do que fazermos o nosso papel enquanto curso
preparatório e condicioná-los a fazer uma excelente peça nesse sentido.
98669652609

Agradecimentos finais:

Pessoal é com enorme prazer e também com um sentimento de alívio e


ao mesmo tempo tristeza, que encerro esse que foi o meu curso aqui no
Estratégia Concursos para Delegado de Polícia do estado de Pernambuco.

Certamente a minha experiência em escrever materiais de Física para a


PRF e área pericial condicionou-me a escrever de forma clara, objetiva e
bem descontraída, utilizando os métodos que eu já vinha usando nos
outros cursos que ministro.

Prof. Vinícius Silva www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 32


Peça Prática para Delegado de Polícia
Pernambuco
Prof. Vinícius Silva – Aula 12
Em relação ao método do curso, achei que conseguimos atingir a nossa
finalidade e encontramos um meio termo muito bom entre doutrina,
jurisprudência, legislação e dicas de peças práticas.

Tentei levar a vocês o melhor material, dediquei-me muito e passei


muitas noites em claro estudando por diversos livros, a fim de levar até
vocês o que eles têm de mais importante e de qualidade.

Agradeço em primeiro lugar a Deus, por me dar o dom da vida e o dom


da didática e da paixão por ensinar. Para mim isso é um prazer e faço isso
acima de tudo por amor a vocês, pois a maior recompensa será ver o
nome de todos vocês que compraram o curso no rol de aprovados.

Agradeço ainda a minha família, que entendeu a dedicação que eu


precisei dar a esse trabalho nesses meses.

Também não poderia deixar de agradecer ao Estratégia Concursos, que


confiou no meu trabalho, o trabalho de um iniciante no mundo jurídico,
mas de um guerreiro, que sempre buscará exercer o seu trabalho com
muita dedicação e muita determinação independentemente do retorno
financeiro, seja ele pouco ou muito.

Agradeço, por fim a vocês, alunos, candidatos ao cargo de delta, que


certamente dedicaram-se demais nesses dias que sucederam a publicação
do edital.

Estejam certos de que fizeram o melhor, e vão com tudo para cima da
prova de vocês.

Um forte abraço.

Bons estudos.

E não se esqueçam de avaliar o curso, pois isso é muito importante para


98669652609

mim. quero que vocês deixem o relato daquilo que foi bom, do que foi
ruim e do que precisa melhorar, as críticas são sempre muito bem-vindas.

Não deixem de me seguir nas redes sociais:

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Instagram: @profviniciussilva
Periscope: @profviniciussilva

Muitas felicidades e realizações para vocês.

Prof. Vinícius Silva.

Prof. Vinícius Silva www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 32

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