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PG. 75
Recortes Urbanos
Nas atuais políticas urbanas que se utilizam da cultura como estratégia de intervenção
para a revitalização de áreas degradadas ou esvaziadas, a relação entre política cultural e
território urbano se explicita, como no caso de projetos urbanísticos de intervenção em áreas
centrais com implantação de equipamentos culturais, criação de espaços de lazer e de
entretenimento, e urbanização dos espaços públicos circundantes. Neste caso, a relação entre a
política cultural e o território urbano nos parece clara. É preciso, no entanto, ir além desta óbvia
constatação, indagando se a presença de um equipamento cultural ou das habituais promoções
culturalizantes, como feiras, shows e outros eventos temporários nas áreas renovadas permitem
caracterizá-las como culturais, ou como territórios culturais. A literatura crítica disponível nos
mostra que os resultados destas intervenções contemporâneas, muitas vezes, se revelam apenas
espaços comerciais enobrecidos pelo consumo cultural.
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Quanto à cultura urbana que se instala nas áreas requalificadas, sua característica maior
é de ser “sem substância”, devido à exterioridade referida. A esta concepção de cultura urbana
como urbanidade. Urbanidade concebida como modo de vida democrático, participativo, que
compreende a cidade como lugar do encontro, da diversidade, da tolerância. Apesar de
reconhecer a importância fundamental que estes autores atribuem à urbanidade como necessária
dimensão da cultura urbana, insistimos em duas outras dimensões: a da cultura local e a da
participação da população (no sentido dado por Debord de ser o antídoto ao espetáculo).
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