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Física

Física
Introdução à Física

Física
Desde a pré-história, o Homem sempre procurou entender os fenômenos naturais que o cercam e a partir do
momento em que conseguiu dominar alguns deles como o FOGO, começou a fazer Ciência. Os Gregos, como Aristóteles,
Demócrito e Arquimedes, contribuíram muito para aumentar o conhecimento da Humanidade, utilizando principalmente
as observações dos fenômenos da Natureza.

Ciência: Totalidade dos conhecimentos adquiridos sobre a natureza e a sociedade, logicamente articulados. É
um processo dinâmico e em constante evolução.

Na Grécia Antiga, o termo “Física” (physiké) compreendia os fenômenos que ocorrem na Natureza de uma
maneira geral. Daí ter sido esta ciência, durante muito tempo, denominada “Filosofia Natural”.
Os fenômenos que estudaremos não precisam ser necessariamente complexos: o movimento de qualquer objeto,
as ondas formadas na superfície da água por uma pedra, um bloco de gelo derretendo, a água fervendo para fazer um
ótimo café ou a luz produzida por uma lâmpada que foi acesa são excelentes exemplos que observamos diariamente.

Neste primeiro momento, nosso objetivo será GRANDEZA FÍSICA: TUDO QUE PODE
estudar um dos vários ramos da Física: a MECÂNICA, que SER MEDIDO OU COMP ARADO
COMPARADO E
em termos muito simples, estudará os movimentos e as ASSOCIADO A UMA UNIDADE DE MEDIDA.
condições em que eles se realizam, sempre relacionando
três grandezas físicas fundamentais: o comprimento, a Durante nosso estudo da Mecânica, iremos falar de
massa e o tempo. muitas grandezas físicas, como por exemplo comprimento,
Por falar em grandezas físicas, é importante massa, tempo, velocidade, aceleração, força, energia, torque
lembrar o grande italiano Galileu Galilei, que afirmava que e muitas outras.
“éé preciso medir o que é mensurável e tornar Quando medimos o comprimento
comprimento, que é uma
mensurável aquilo que não o é.” grandeza física, podemos utilizar várias unidades de medida,
Para tornar mais clara, a frase de Galileu, precisamos como o quilômetro, o metro ou o centímetro. A mesma
saber que mensurável é tudo aquilo que pode ser medido; coisa acontece com a massa
massa, que pode ser expressa em
logo, uma grandeza física é algo que pode ser medido, grama, quilograma e tonelada, bem como com o tempo
associado a um valor numérico e a uma unidade de medida. que aparecerá em segundos, minutos, horas, dias, e muitas
outras.
Dentre as várias unidades possíveis, para cada
grandeza física, apenas uma foi escolhida como padrão no

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Sistema Internacional de Unidades (SI) e será muito CINEMÁTICA
Física

utilizado na Física, apesar de muitas vezes não coincidir com


a unidade mais conhecida para cada grandeza. No início do estudo da cinemática, existe a
necessidade de conhecermos alguns conceitos
fundamentais:

Movimento – Repouso e Referencial:

Na Física, costumamos dizer que movimento e


repouso são conceitos relativos, observe a figura abaixo:
É sempre interessante relembrar algumas relações
entre as várias unidades de medida:

DIVISÕES DA MECÂNICA

Didaticamente dividimos a Mecânica em três partes:


Quando analisamos a criança em relação a sua irmã,
Cinemática
Cinemática: estuda o movimentoz sem considerar podemos dizer que está em repouso, mas quando fazemos
suas causas, isto é, sem se preocupar com o que o produziu. isso em relação ao poste ao lado da estrada, dizemos que
ambas estão em movimento. Portanto, antes de afirmarmos
se um corpo está em repouso ou em movimento, devemos
escolher um referencial e somente depois verificar qual a
situação do corpo.

Definição de repouso:

Um corpo está em repouso em relação a um


referencial quando sua posição não muda no
decorrer do tempo
tempo.

Definição de movimento:

Um corpo está em movimento em relação a


Estática
Estática: estuda os corpos em equilíbrio. um referencial quando sua posição muda no
decorrer do tempo.

Obs.: Um mesmo corpo pode estar em repouso em


relação a um referencial e em repouso em relação a outro.

Trajetória:

Todos os dias, quando você sai de casa e vai até seu


trabalho ou sua escola, percorre um trajeto fixo. Se
pudermos demarcar todos os pontos percorridos por você,
Dinâmica
Dinâmica: Estuda os movimentos dos corpos e as estaremos definindo sua trajetória.
causas que os originam, isto é as forças.
A trajetória de um corpo em movimento
pode ser definida como a linha formada por todos
os pontos por onde esse corpo passa.

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De acordo com a trajetória, os movimentos recebem Imagine que os policiais receberam a informação que

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os seguintes nomes: um carro sofreu um acidente no km 50 e que necessita de
socorro imediato. Uma viatura sai do posto, e encontra o
Movimento Retilíneo – A trajetória é uma linha carro com problemas no km 50, isto é, a 50 km do início
reta. da rodovia ou km 0, que é chamado de origem da trajetória.
Portanto, a posição do carro acidentado é a distância em
que ele se encontra do início da rodovia, ou seja, da sua
origem.

Movimento Curvilíneo – A trajetória é um tipo de


curva.

0 (origem da trajetória) sentido

km 0 km 50

Definição de espaço:

O espaço (s) é a medida algébrica da distância


entre a posição ocupada pelo móvel e a origem
dos espaços.

Obs.: A trajetória de um corpo depende do referencial Unidades do espaço:


que é adotado:
Nas rodovias a mais utilizada é km
km, mas na Física,
usamos muito a unidade do Sistema Internacional de
Unidades, que como vimos é o metro (m m ).

Deslocamento Escalar:

Para entender com facilidade o conceito de


Deslocamento Escalar, vamos observar a figura abaixo, que
ilustra o percurso feito pelo carro da polícia, saindo do posto,
até chegar ao carro acidentado.

Para o homem que está observando a bomba cair, a


trajetória descrita é uma curva, mas, para o piloto do avião,
a trajetória é retilínea, pois a bomba está se distanciando
dele em um movimento vertical, como se ele estivesse
parado e a bomba se afastando na vertical.

Posição em uma trajetória


Certamente você já reparou que os policiais
rodoviários que estão nas viaturas utilizam o rádio para se
comunicarem com o posto central. Também já deve ter
observado que existe nas rodovias os “marcos
quilométricos”, no formato de pequenas placas que são
fixas nas laterais destas rodovias.
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Neste caso, podemos afirmar que o espaço inicial é Relação entre as unidades:
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igual a so = 0 e o espaço final é s = 50 km.


1 km/h = 1000m/3600s = 1m/3,6s logo 1 m/s =
Definição de deslocamento escalar: 3,6 km/h

O deslocamento escalar (∆s) é a diferença algébrica Regra prática:


entre os espaços relativos às posições final e inicial.
De km/h para m/s → divida por 3,6
Esquematicamente:
De m/s para km/h → multiplique por 3,6
∆s = s − s0
Logo, para o exemplo do carro de polícia: ∆ss = s - Exemplos:
s o = 50 – 0 = 50 km. a) 72 km/h = 72/3,6 = 20 m/s
b) 30 m/s = 30.3,6 = 108 km/h
Velocidade Média:
Velocidade Instantânea:
Suponha que durante uma viagem de carro entre duas
cidades, você, por pura curiosidade, marcou o horário de Certamente, durante o percurso da viagem de ônibus,
saída (8h) e o de chegada (11h). Sabendo que a distância a velocidade foi variável. Em cada instante, o velocímetro
entre as cidades é 180 km, facilmente é capaz de calcular a registra essas diferentes velocidades, que são conhecidas
velocidade média do carro durante todo o percurso. como velocidade instantânea. Pode-se dizer que o
Geralmente dizemos que é só dividir a distância pelo tempo velocímetro é um medidor de velocidade instantânea.
e teremos a resposta, mas o estudo da Física exige mais
rigor e substituímos a distância pelo deslocamento escalar e
o tempo por um intervalo de tempo.

Definição de velocidade média:

V elocidade escalar média (v m ) é definida


como sendo a razão entre o deslocamento escalar
( ∆ s) e o intervalo de tempo ((∆ t), gasto nesse
deslocamento. Definição:

Matematicamente: É a velocidade do móvel em um determinado


instante de tempo.
∆s s − s0
Vm = =
∆t t − t 0 Aceleração Escalar Média

No exemplo da viagem, o deslocamento escalar é Nos anúncios de carros novos, uma das características
igual a 180 km e o intervalo de tempo igual a 3h; portanto mais utilizadas pelo fabricante para vender seu produto é
a velocidade média foi igual a 60 km/h, o que não significa dizer o valor de sua aceleração. A maioria das pessoas já
que durante toda a viagem o carro estava sempre a possui um conhecimento prévio desta grandeza, mas muitas
60 km/h. Certamente em alguns momentos essa vezes não conhece o conceito correto. Para a Física,
velocidade foi muito superior e em outros chegou a ser aceleração escalar média é uma grandeza física que indica o
nula, quando o motorista parou para um lanche. quanto varia a velocidade escalar em um certo intervalo de
tempo.
Unidades da Velocidade Média:

No Sistema Internacional, a unidade da velocidade é


m/s
m/s, apesar de no cotidiano a unidade mais utilizada ser o
km/h
km/h, que é encontrada em praticamente todos os
velocímetros de carros e motos.
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Matematicamente:

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∆v v − v 0
am = =
∆t t −t0
Pelo que foi exposto, podemos concluir que um carro
parado no semáforo com o motorista pisando no Utilizando a expressão, retiramos a unidade no
acelerador, ou um ônibus que viaja em uma estrada plana Sistema Internacional:
com velocidade constante de 80 km/h, NÃO possuem
aceleração; mas o mesmo carro ao arrancar com o sinal No S.I., a unidade de aceleração é m/s/s = m/s²
verde até atingir 100 km/h ou o ônibus que na descida é
freado, e diminui sua velocidade de 80 km/h para
70 km/h agora possuem aceleração.

Definição:

A aceleração escalar média mede a rapidez


com que acontecem variações na velocidade de
um corpo em um certo intervalo de tempo.

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0 1 Exercício Resolvido: 0 2 Um corpo em movimento possui uma velocidade de


2m/s e, após 10 s, observa-se que passou para 22 m/s.
Um ônibus passa pelo km 30 de uma rodovia às 6h, e às Calcule a aceleração escalar média desse corpo.
9h e 30 min passa pelo km 240. Qual a velocidade
escalar média desenvolvida pelo ônibus nesse intervalo Solução:
de tempo? A variação da velocidade é:
∆v = v - vo = 22 – 20 = 20 m/s
Solução:
O intervalo de tempo é:
O deslocamento escalar é: ∆s = s - so = 240 – 30 ∆t = 10 s
= 210 km
A aceleração escalar média será:
O intervalo de tempo será: ∆t = t - to = 9 h 30 min -
6 h = 3 h 30 min = 3,5 h a m = ∆v/ ∆t = 20 / 10 = 2 m/s²

Logo: Observação:
vm = ∆s = 210 km = 60 km/h
∆t 3,5 h am = 2 m/s² significa que a velocidade do objeto aumenta
2 m /s a cada 1 s .

0 1 Se um ônibus durante uma viagem entre duas cidades, 0 5 Um ciclista profissional, em treinamento, pedalou
distantes 400 km, gasta exatamente 5 horas, qual o valor 5000 m, mantendo uma velocidade constante de 36
de sua velocidade média? km/h. Calcule o intervalo de tempo, em segundos, gasto
para percorrer essa distância.
0 2 Durante uma viagem de carro, você observa que passou
pelo km 20, às 7 h e pelo km 170, às 10h. No km 100, 0 6 Um fabricante de veículos anuncia que seu carro faz do
uma pequena parada de 10 minutos foi feita para repouso até atingir 108 km/h em apenas 10 segundos.
descanso. Determine a velocidade escalar média no Determine em unidades do S.I. a aceleração escalar média
intervalo de tempo das 7 h às 10 h. deste carro.

0 7 Um carro com velocidade constante de 90 km/h, trafega


0 3 Um motociclista percorre 54 km em 30 minutos. por uma avenida, quando, em um certo instante, o
Determine sua velocidade escalar média, expressando-a motorista percebe o sinal vermelho à sua frente.
em km/h e m/s Imediatamente aciona os freios, parando em 5 segundos.
Determine a aceleração adquirida pelo carro em m/s² e
diga o significado do sinal negativo encontrado.
0 4 Em uma corrida, um atleta percorre 3600 m em 12
minutos. Determine sua velocidade escalar média em
m/s e km/h.

0 1 (UNB-DF) Um estudante de Física foi aferido por seu II. Um cachorro que acabou de fazer xixi num poste se
professor da seguinte forma: “A Terra está em movimento afasta dele. O poste está em repouso em relação ao
ou em repouso?”. cachorro, pois não pode segui-lo.
Obteve como resposta: “Depende do referencial III. Um ponto material qualquer está em movimento em
adotado”. relação a um determinado referencial quando sua posição
A esse respeito, julgue os itens a seguir. nesse referencial varia no decurso do tempo.

I. Um passageiro que viaja sentado numa poltrona em um


trem em movimento está em repouso quando o sistema
de referência é o próprio trem.
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0 2 (UFMS) Um corredor percorre 0,2 km em linha reta, 0 6 (FEI-SP) Um carro faz uma viagem de 200 km a uma

Física
em um intervalo de tempo de 6,0 minutos. Qual é a sua velocidade média de 40 km/h. Um segundo carro,
velocidade média em km/h? partindo uma hora mais tarde, chega ao ponto de destino
no mesmo instante que o primeiro. Qual é a velocidade
a) 1 b) 2 c) 3 média do segundo carro?
d) 4 e) 5
a) 45 km/h b) 50 km/h c) 55 km/h
0 3 (ESPM-SP) A distância da faculdade até a zona leste da d) 60 km/h e) 80 km/h
cidade é de 24 km. Considerando a velocidade máxima
permitida de 80 km/h, quantos minutos, no mínimo,
uma pessoa deve gastar no percurso em trânsito 0 7 (UNICENP-PR) Um objeto percorre 250 m de um
completamente livre? trajeto com uma velocidade média de 25 m/s e os 50 m
restantes com uma velocidade média de 10 m/s.
a) 10 b) 12 c) 14 Determine a velocidade média no percurso total.
d) 16 e) 18
a) 12,5 m/s b) 15 m/s c) 17,5 m/s
0 4 (Cesgranrio-RJ) Uma pessoa, correndo, percorre 4,0 d) 20 m/s e) 22,5 m/s
km com velocidade escalar média de 12 km/h. O tempo
do percurso é de:
0 8 (Unisinos -RS) Quando um motorista aumenta a
a) 3,0 min b) 8,0 min c) 20 min velocidade escalar de seu automóvel de 60 km/h para
d) 30 min e) 33 min 78 km/h em 10 s, ele está comunicando ao carro uma
aceleração escalar média, em m/s², de:
0 5 (PUC-MG) Num passeio promovido pelo Jeep Clube
de Minas Gerais, o navegador recebe uma planilha em a) 18 b) 0,2 c) 5
que se diz que um trecho de 10 km deve ser percorrido d) 1,8 e) 0,5
a velocidade média de 30 km/h. Se o veículo iniciar o
trajeto às 11 h 00 min, ele deverá chegar ao final do 0 9 (FGV-SP) Um avião parte do repouso e depois de 20 s
referido trecho às: decola com velocidade de 360 km/h. Admitindo-se
constante a aceleração, qual o seu valor, em m/s²?
a) 11 h 30 min
b) 11 h 10 min a) 2 b) 5 c) 10
c) 12 h 40 min d) 18 e) 72
d) 11 h 20 min
e) 14 h 00 min

(UFPE) Durante o teste de desempenho de um novo a) 50 b) 65 c) 72


modelo de automóvel, o piloto percorreu a primeira d) 80 e) 92
metade da pista na velocidade média de 60 km/h e a
segunda metade a 90 km/h. Qual a velocidade média
desenvolvida durante o teste completo, em km/h?

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Movimento Uniforme
Física

No nosso cotidiano, é muito comum exemplos de vários tipos de movimento. Basta olharmos para qualquer lugar
e sempre observaremos alguém ou algo se deslocando. Neste momento, interessa-nos um destes movimentos em
especial, o Movimento Uniforme. Para entendermos um pouco melhor, imagine alguns exemplos:
1- Um ônibus que em um trecho curto da viagem consegue manter a velocidade constante de 80 km/h.
2- Um avião, no meio do caminho entre Porto Alegre e Recife, onde o piloto automático é ligado e a velocidade se mantêm
constante em 350 km/h.
3- Um metrô em movimento entre duas estações, após adquirir sua velocidade máxima, a mantém constante durante certo
tempo em 36 km/h, até se aproximar da próxima estação onde precisará diminuir essa velocidade até parar por completo.

Poderíamos citar vários outros exemplos, mas já podemos observar que em todos eles, sempre citamos que
durante um certo tempo (para nós é mais correto dizer: intervalo de tempo), a velocidade do objeto se manteve constante,
isto é, não mudou. Todos esses movimentos são, portanto, exemplos de Movimento Uniforme.

Na linguagem popular, todas as vezes que usamos o Definição do Movimento Uniforme


termo uniforme
uniforme, lembramos de crianças na escola com
seus uniformes ou operários nas fábricas uniformizados e Concluímos rapidamente que o móvel em Movimento
prontos para o trabalho. Procurando o termo no dicionário, Uniforme realiza deslocamentos iguais (∆s), em intervalos
encontraremos: “Vestimenta padronizada para determinada de tempo iguais(∆t).
categoria de indivíduos ou algo que só tem uma forma, é
semelhante, análogo, idêntico, ou ainda, algo que não varia”. Observe o exemplo abaixo:
Para a Física, esse “algo que não varia” é a parte
importante. Dizemos então que se não varia permaneceu
constante
constante, não se modificou. Certamente você já deve
ter associado que estamos nos referindo à velocidade
escalar do objeto em movimento, pois em todos os
exemplos esta foi a grandeza que se manteve constante. Fig. 01 – Esfera em movimento uniforme.

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Movimento Uniforme
Podemos facilmente construir uma tabela do espaço Lembrando que ∆t = t – t0, isto é, tempo final

Física
(s) em função do tempo (t). menos tempo inicial e que costumamos sempre considerar
t0 = 0 s, podemos escrever:

s − s0 = v .t ou s = s0 + v .t
Ta b e l a 1 – E s p a ç o e m f u n ç ã o d o t e m p o p a r a u m m ó v e l Na equação so (espaço inicial) e v (velocidade), são
em movimento uniforme.
constantes enquanto que s (espaço final) e t (tempo final)
são variáveis.
Percebemos que o espaço inicial (so), isto é, aquele
onde o móvel se encontra quando começamos a estudá-
Classificação dos movimentos:
lo, quando t = 0 s, é igual a 2 m e que a cada segundo que
passa, a esfera percorreu 4 m. Significa dizer que sua
Na Cinemática, uma das classificações dos
velocidade foi constante e igual a 4 m/s.
movimentos é quanto à orientação desse movimento sobre
a trajetória.
O movimento é chamado de Progressivo quando
CONCLUSÕES SOBRE O MOVIMENTO o móvel se desloca a favor da orientação positiva da
UNIFORME trajetória
trajetória. Neste caso, o espaço referente às suas posições
crescem no decorrer do tempo, seu deslocamento escalar
1. Em intervalo de tempos iguais, o móvel realiza é positivo e sua velocidade escalar também.
deslocamentos iguais.
2. Para qualquer instante de tempo, a velocidade instantânea
é sempre igual à velocidade média do móvel.
3. A aceleração de um móvel em Movimento Uniforme é
nula, pois não houve variação na velocidade.
4. Se a trajetória for uma linha reta, o movimento é chamado
de Movimento Retilíneo e Uniforme (MRU).

Função Horária do Espaço

Todos os movimentos na Física são associados a Fig. 03 – Movimento Progressivo.


expressões matemáticas. Quando essa expressão relaciona
o tempo, dizemos que se trata de uma função horária
horária.
Portanto, a função horária do espaço deve relacionar o
O movimento é chamado de Retrógrado
Retrógrado, quando
tempo com o espaço percorrido ou deslocamento
o móvel se desloca contra a orientação positiva da
escalar de um móvel em movimento.
trajetória
trajetória. Neste caso, o espaço referente às suas posições
decresce no decorrer do tempo, seu deslocamento escalar
é negativo e sua velocidade escalar também.

Fig. 02 – Móvel deslocando-se em movimento uniforme,


do espaço inicial s0 para o espaço final s.

Dedução da equação

Como no movimento a velocidade instantânea é Fig. 04 – Movimento Retrógrado.


sempre igual à velocidade média, podemos escrever:
Gráficos do Movimento Uniforme:
∆s
v = → ∆s = v . ∆t
∆t Uma das maneiras que a Física utiliza para representar
um movimento é utilizando diagramas ou gráficos, parecidos
com aqueles que você aprendeu na matemática.
2

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Movimento Uniforme
Como a função horária dos espaços é uma função Generalizando, podemos dizer que, para o
Física

do 1º grau, o gráfico correspondente é sempre uma reta Movimento Uniforme, as propriedades gráficas são:
inclinada e o gráfico da velocidade é sempre uma reta paralela
ao eixo do tempo.

Gráfico 1 – Espaço em função do tempo e velocidade em função do Observação para o aluno:


tempo no movimento uniforme.
Caso tenha dificuldade em calcular a Área ou entender
a definição de tangente de um ângulo, é momento de parar
Conclusões importantes sobre os gráficos do um pouco com a Física e pedir algumas explicações para o
Movimento Uniforme professor de Matemática, que poderá auxiliá-lo neste ponto.

A área abaixo do diagrama v x t representa


numericamente o deslocamento escalar
escalar..
A tangente do ângulo a, no diagramas x t é
numericamente igual a velocidade escalar
escalar..

O conhecimento das grandezas Velocidade elocidade,


Deslocamento e Intervalo de T empo é de muita
Tempo
utilidade para interpretar notícias como esta: “O Eurostar,
trem que liga Paris a Londres, estabeleceu ontem um novo
recorde de velocidade ferroviária no Reino Unido ao atingir
os 334,7 km/h. Esta nova marca foi alcançada em um
novo trecho de grande velocidade (75 quilômetros), entre
o túnel sob o Canal da Mancha e a localidade Britânica de
Graves End. Os trens circularão por esse trecho a partir
de 28 de setembro, com uma redução de 20 minutos no
trajeto, que passará a durar 2 horas e 35 minutos.”
Jornal Gazeta do Povo PR 31/07/2003

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Movimento Uniforme

Física
0 1 Um móvel em MU obedece à função horária dos espaços e) Como a velocidade é constante e igual a 4 m/s para o
s = 2 + 4.t, em unidades do Sistema Internacional (SI). exemplo, o gráfico v x t é uma reta paralela ao eixo do
tempo.
a) Qual sua posição inicial?
v (m/s)
b) Qual sua velocidade?
c) Construa uma tabela do espaço ocupado pelo móvel de
0 a 3 segundos.
d) O movimento é progressivo ou retrógrado? Justifique.
e) Desenhe o gráfico v x t (Velocidade x Tempo) para o
4
movimento.
f) Desenhe o gráfico s x t (Posição x Tempo) para o
movimento. A
SOLUÇÃO: 0 1 2 3 t (s)

a) A posição inicial é aquela em que t = 0s. Logo, f) O gráfico s x t pode ser construído com base nos valores
substituindo t por zero na função horária temos: da tabela do item c:

s = 2 + 4.0 = 2 m
s (m)
b) Por simples comparação com a função horária do
movimento uniforme, concluímos que sua velocidade é 14
igual a 4 m/s, pois:
s = so + v.t
s = 2 + 4.t
10

c) Substituindo o tempo na função horária, obtemos 6


facilmente a tabela abaixo:
2
0 1 2 3 t (s)

d) Progressivo, pois os espaços crescem no decorrer do


tempo.

0 1 A tabela abaixo ilustra as funções horárias de partículas 0 2 Um móvel realiza um movimento uniforme, que
1-
em Movimento Uniforme, com unidades expressas no obedece à seguinte função horária: s = 5 + 2.t, com
Sistema Internacional de Unidades. Complete-a com o unidades expressas no Sistema Internacional de Unidades.
espaço inicial, velocidade das partículas e classificação Determine para o movimento do móvel:
(progressivo ou retrógrado). a) o espaço inicial.
b) a velocidade escalar instantânea.
c) o espaço após 20 s.
d) o deslocamento escalar após 20 s.
e) o instante em que o móvel passa pela posição s = 95 m.

0 3 Um móvel realiza um movimento uniforme, que


obedece à seguinte função horária: s = 20 – 2.t, com
unidades expressas no Sistema Internacional de

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Movimento Uniforme
Unidades. Determine para o movimento do móvel: 0 6 Um ônibus em Movimento Uniforme e Retilíneo faz
Física

a) o espaço inicial. uma viagem em 3 horas. O gráfico abaixo ilustra a


b) a velocidade escalar. velocidade escalar em função do tempo.
c) o espaço após 5 s. Determine o deslocamento escalar efetuado pelo ônibus
d) o deslocamento escalar após 5 s. durante a viagem.
e) o instante em que passa pela origem dos espaços. v (m/h)

0 4 A tabela abaixo, ilustra os espaços ocupados por um


60
móvel em Movimento Retilíneo, em função do tempo.

Para este móvel, determine:


a) sua função horária do espaço;
b) o valor de Z. 0 30 t (h)

0 7 Dois motociclistas A e B percorrem uma mesma pista


0 5 O gráfico representa o movimento de um móvel em
retilínea representada pelo eixo orientado, ilustrado
Movimento Retilíneo e Uniforme.
abaixo.
s (m)

20

No início da contagem dos tempos, suas posições são


s0A = 10 m e s0B = 80 m. Ambos percorrem a pista no
sentido positivo do eixo com velocidades constantes e
0 10 t (s) iguais a vA = 30 m/s e vB = 20 m/s. Determine:
Determine:
a) o instante em que A alcança B.
a) o espaço inicial;
b) a posição do encontro em relação ao marco zero da
b) a velocidade escalar;
pista.
c) a função horária do espaço.

0 1 (U. São Francisco-SP) Um movimento uniforme é 0 2 (MACK-SP) Um móvel desloca-se segundo o diagrama
descrito por: s = 20 + 5.t, onde s está em metros e t da figura. A função horária do movimento é:
em segundos. O espaço inicial, a velocidade e o tipo de s
movimento serão, respectivamente:

a) 20 m, 5 m/s, movimento progressivo; 20


b) 5 m, 20 m/s, movimento progressivo;
c) 20 m, 5 m/s, movimento retrógrado;
d) 5 m, 20 m/s, movimento retrógrado;
e) 20 m, 5.t m/s, movimento progressivo.

0 10 t
a) s = 20 - 2.t
b) s = 20 – t²
c) s = - t²
d) s = 20 + 2.t
e) s = - 2.t
5

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Movimento Uniforme
0 3 (FATEC-SP) A tabela fornece, em vários instantes, a 0 5 (FUVEST-SP) Um automóvel faz uma viagem em 6 horas

Física
posição s de um automóvel em relação ao km zero da e sua velocidade escalar varia em função do tempo,
estrada em que se movimenta. aproximadamente como mostra o gráfico.

t (h) 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0

s (km) 200 170 140 110 80 50

A velocidade escalar média do automóvel na viagem é:

a) 35 km/h b) 40 km/h c) 45 km/h


A função horária que nos fornece a posição do automóvel, d) 48 km/h e) 50 km/h
com as unidades fornecidas, é:
a) s = 200 + 30t 0 6 (UnB-DF) Qual é o tempo gasto para que uma
b) s = 200 - 30t composição de metrô de 200 m, a uma velocidade de
c) s = 200 + 15t 180 km/h, atravesse um túnel de 150 m, expressando
d) s = 200 - 15t sua resposta em segundos?
e) s = 200 - 15t²
a) 5 b) 6 c) 7
0 4 (UFPA) O gráfico representa os deslocamentos de duas d) 8 e) 9
partículas, A e B. Pela interpretação do gráfico, podemos
garantir que: 0 7 (U. E. Sudoeste da Bahia – BA) Dois móveis A e B
percorrem uma mesma trajetória e suas posições são
dadas, a partir da mesma origem dos espaços, por sA =
- 30 + 10.t e sB = - 10 – 10.t (com s em
metros e t em segundos). O instante e a posição de
encontro são iguais, respectivamente, a:

a) 1 s e – 20 m
b) 2 s e – 10 m
c) 3 s e – 40 m
d) 4 s e 20 m
e) 5 s e – 60 m
a) as partículas partem de pontos diferentes com velocidades
diferentes; 0 8 (UFRN) Um trem parte de Natal com destino a Recife às
b) as partículas partem de pontos diferentes com a mesma 6 h, com velocidade constante de 60 km/h. Uma hora
velocidade; depois, parte de Natal, numa linha paralela, um segundo
c) as partículas partem de pontos diferentes com velocidades trem, mantendo uma velocidade constante de 75
distintas e conservam suas velocidades; km/h. Sabendo que a distância Natal-Recife é de 300
d) as partículas partem do mesmo ponto com a mesma km, podemos afirmar que:
velocidade;
e) as partículas partem do mesmo ponto com velocidades a) o segundo trem ultrapassará o primeiro a 70 km de
diferentes. Recife;
b) o segundo trem ultrapassará o primeiro a 80 km de
Recife;
c) o segundo trem ultrapassará o primeiro a 100 km de
Recife;
d) o segundo trem ultrapassará o primeiro a 120 km de
Recife;
e) os dois trens chegarão a Recife ao mesmo tempo.

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Movimento Uniforme
Física

(PUC-RS) Dois trens, A e B, de 200 m e 250 m de


comprimento, respectivamente, correm em linhas a) 10 s b) 25 s c) 36 s
paralelas com velocidades de 18 km/h e 27 km/h, em d) 40 s e) 50 s
sentidos opostos. O tempo que decorre desde o
instante em que começam a se cruzar até o instante
em que termina o cruzamento é de:

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Movimento Uniformemente Variado
Variado

Física
A maioria dos movimentos observados em nosso cotidiano são classificados como variados,
isto é, movimentos onde o módulo da velocidade escalar varia no decorrer do tempo. Neste caso,
a aceleração escalar
escalar,, estudada anteriormente, é de fundamental importância. Nas corridas de
automóveis ou motos, na decolagem de um avião ou durante seu pouso ou simplesmente na queda
livre de um objeto de determinada altura, os movimentos variados podem ser observados.

Neste momento, estamos interessados em um tipo Neste caso, a velocidade aumentou seguindo uma
especial de movimento variado, o chamado movimento regra fixa, sempre 4 m/s a cada segundo, o que significa
uniformemente variado
variado. afirmar que a aceleração foi constante e igual a 4 m/s².
Para tentar diferenciar os dois, observe o desenho
abaixo, que representa o movimento de um corpo a cada 1 Definição de Movimento Uniformemente
segundo: Variado:

1 m/s 5 m/s 11 m/s 7 m/s Movimento Uniformemente V ariado é aquele


Variado
em que a velocidade escalar varia uniformemente
Figura 01: Movimento Variado e a aceleração escalar é constante e não nula.
Observe que a velocidade aumentou e diminuiu sem
aparentemente nenhuma regra especial, sendo, portanto, MOVIMENTO ACELERADO E RETARDADO:
classificado apenas como movimento variado
variado.
Um movimento uniformemente variado pode ser
Se essas variações na velocidade se processam de classificado como acelerado ou retardado
retardado.
um modo perfeitamente regular, ou seja, para intervalos de O movimento é chamado de acelerado quando o
tempos iguais, as alterações na velocidade escalar sejam módulo de sua velocidade escalar aumenta no decorrer do
iguais, o movimento será denominado Uniformemente tempo. Observe a figura abaixo.
Variado (MUV). Observe o desenho abaixo.

1 m/s 5 m/s 9 m/s 13 m/s

Figura 01: Movimento Uniformemente Variado

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Movimento Uniformemente Variado
O movimento é chamado de retardado
retardado, quando o
Física

módulo de sua velocidade escalar diminui no decorrer do No 2º gráfico, a velocidade é decrescente no decorrer
tempo. Observe a figura abaixo. do tempo; portanto, a aceleração é negativa. O movimento
é retardado pois a<0 e v>0 v>0. A ordenada em que a reta
corta o eixo vertical representa a velocidade inicial.
Figura 04: movimento retardado.
FUNÇÃO HORÁRIA DOS ESPAÇOS
Observação:
O deslocamento escalar ∆S pode ser obtido por meio
Quando a trajetória é uma linha reta, o movimento é da área do gráfico v x tt, conforme mostrado a seguir.
denominado Movimento Retilíneo Uniformemente
Variado (MRUV).

Função Horária da Velocidade

Em todos os movimentos, a Física sempre utiliza


relações matemáticas. Neste caso, iremos estabelecer uma
lei que fornecerá o valor da velocidade do móvel (v), em
função do tempo (t), isto é, uma função v = f(t).
Figura 06: Gráfico v x t no MUV, destacando a área sob o gráfico,
que representa numericamente o deslocamento escalar.
Como a aceleração no movimento é constante,
precisamos lembrar o conceito de aceleração média:

∆v v − v 0 De acordo com o cálculo da área do trapézio,


am = a = =
∆t t − t0 obtemos a segunda função horária do movimento:
∆s = Área

→ adotando to = 0 e isolando v na relação acima, s – s0 = ( v + v0 ) . t


facilmente obtemos: 2

v = v0 + at Substituindo a função horária da velocidade, temos:

onde: v = velocidade final (m/s) s = s0 + (v0 +a t + v0 ) . t


vo = velocidade inicial (m/s) 2
a = aceleração (m/s²)
t = tempo (s) s = s0 + (2v0.t +a t² )
2
Essa expressão é denominada função horária da
velocidade escalar no Movimento Uniformemente Simplificando, temos a função horária dos espaços:
Variado, v0 e a são constantes e a cada valor de t corresponde
um valor de v. at 2
s = s0 + v 0t +
Como a função é do 1º grau, o gráfico correspondente 2
é uma reta ascendente ou descendente. Observe os gráficos:

onde: s = espaço final (m)


so = espaço inicial (m)
vo = velocidade inicial (m/s)
a = aceleração (m/s²)
t = tempo.(s)

Figura 05: Gráficos da velocidade em função do tempo no MUV


MUV..

No 1º gráfico, a velocidade é crescente no decorrer


do tempo; portanto, a aceleração é positiva. O movimento
é acelerado pois a>0 e v>0 v>0. A ordenada em que a reta
corta o eixo vertical representa a velocidade inicial.
2

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Movimento Uniformemente Variado
Como esta função é do 2º grau, o seu gráfico é uma Torricelli isolou o tempo na 1ª equação e a substituiu

Física
parábola. Sua concavidade pode estar voltada para cima ou na 2ª, obtendo a seguinte relação matemática:
para baixo, dependendo do sinal da aceleração escalar:
v2 = v02 + 2a.∆s

onde: v = velocidade final (m/s)


vo = velocidade inicial (m/s)
a = aceleração (m/s²)
∆s = deslocamento escalar (m)

GRÁFICO DA ACELERAÇÃO EM
Figura 07: Gráficos do espaço em função do tempo para o MUV
MUV..
FUNÇÃO DO TEMPO

Se a aceleração é positiva, a concavidade da parábola Como nesse movimento a aceleração é sempre


é para cima; se a aceleração é negativa, a concavidade é constante e não nula, o gráfico da aceleração em função do
voltada para baixo. tempo é sempre uma reta paralela ao eixo do tempo e
O vértice da parábola sempre representa o instante possui as seguintes formas:
de tempo em que o móvel inverte o sentido de seu
movimento, isto é, sua velocidade torna-se nula
instantaneamente e logo depois inverte de sinal.
Quando a parábola apresentar interseções com o eixo
dos tempos significa que o móvel nestes instantes passa
pela origem da trajetória.
A intersecção da parábola com o eixo dos espaços
representa o espaço inicial (s0).

EQUAÇÃO DE TORRICELLI Figura 08: Gráficos da aceleração em função do tempo para o MUV
MUV..

No 1º caso, a aceleração é positiva e a reta é paralela


e acima do eixo do tempo. No 2º caso, a aceleração é
negativa e a reta paralela está abaixo do eixo do tempo.

Movimento Vertical no Vácuo

Quando soltamos um objeto de determinada altura,


e desprezamos o efeito da resistência do ar, sua velocidade
aumenta de maneira uniforme, devido à ação de uma
aceleração constante, que é denominada aceleração
gravitacional ou aceleração da gravidade
gravidade, representada
pela letra g e que vale, nas proximidades da superfície
terrestre, aproximadamente g = 9,80665 m/s².

Em muitos casos, o deslocamento escalar é g


relacionado às variações ocorridas com a velocidade escalar.
Uma situação típica é o fato de necessitarmos conhecer a h
velocidade de um móvel em um certo ponto de sua
trajetória, sem a necessidade do conhecimento do tempo.
Neste caso, é conveniente evitarmos as funções horárias e
analisarmos diretamente a relação entre o espaço e a
velocidade, desenvolvida por Evangelista Torricelli (1608 – Figura 09: Representação do movimento de um objeto solto da
altura h, em relação ao solo.
1647), matemático e físico italiano, discípulo de Galileu
Galilei e que se notabilizou pela descoberta da Pressão Observação:
Atmosférica e do Barômetro - instrumento medidor de
pressão. Muitas vezes, para simplificar os cálculos, adotamos
g=10 m/s².

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Movimento Uniformemente Variado
Este movimento na vertical, realizado nas proximidades
Física

da superfície terrestre, desprezando a resistência do ar, onde MUV


MUV:: QUED
QUEDAA LIVRE:
a velocidade inicial é nula (v0 = 0), é denominado Queda
Livre, e seu estudo é idêntico ao Movimento v = v0 + a.t → v = g.t
Uniformemente Variado, sendo válidas todas as funções
horárias, equações e gráficos descritos anteriormente.
s = s0 + v0.t + a.t² → s = s0 + g.t²
Como a aceleração da gravidade é sempre constante 2 2
e a velocidade inicial é nula, podemos escrever as equações
deste movimento da seguinte forma: v² = v0² + 2.a.∆s → v² = 2.g.∆s

É muito comum encontrarmos anúncios de jornais Jornal Gazeta do Povo – Ctba – PR 17 de agosto de
ou revistas especializadas sobre carros, com reportagens 2003.
sobre carros novos, citando uma série de números, sendo
alguns já significativos para nós. Observe o texto abaixo:
“A nova motorização 1.4 gera ao novo Celta 85
cavalos a 5.800 rpm. Com este motor, atinge a velocidade
máxima de 161 km/h e acelera de zero a 100 km/h em
12,3 segundos”.

0 1 Um móvel em movimento tem a velocidade em função 0 2 Partindo do repouso, um avião de grande porte precisa
do tempo representada pela tabela abaixo. atingir uma velocidade de 360 km/h para decolar.
Supondo que a aceleração da aeronave seja constante e
t (s) 0 1 2 3 4 que o tempo total para decolagem seja igual a 25 s,
determine:
v (m/s) 1 3 5 7 9
a) o valor da aceleração em m/s².
Para este móvel, determine: b) o comprimento mínimo da pista.
a) se o movimento é variado ou uniformemente variado, c) construa o gráfico v x tt.
justificando sua resposta.
b) a função horária da velocidade. Solução:
c) a velocidade após 20 s. Dados:
d) se o movimento é acelerado ou retardado no instante vo = 0
4s. so = 0
v = 360 km/h = 100 m/s
Solução: t = 25 s

a) O movimento é uniformemente variado, pois a a) v = vo + a.t


velocidade aumenta sempre o mesmo valor (2 m/s ) 100 = 0 + a.25
a cada segundo que passa, logo a = 2 m/s². a = 100/25 = 4 m/s²
b) Como a velocidade inicial é v0 = 1 m/s e a aceleração a
= 2 m/s², podemos escrever a função horária da b) s = so + vo . t + a.t² / 2
velocidade v = v0 + a . t como: v = 1 + 2.t; s = 0 + 0 . 25 + 4.25² / 2
c) Substituindo o tempo de 20 segundos na função horária s = 2 . 625 = 1250 m
temos: v = 1 + 2.20 = 1 + 40 = 41 m/s ou
d) No instante 4 s, a aceleração é positiva e a velocidade v² = vo² + 2a.∆s
também; logo, o movimento é classificado como 100² = 0² + 2.4. ∆s
acelerado. 10.000 = 8.∆s
∆s = 10.000 / 8 = 1250 m

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Movimento Uniformemente Variado
c) v (m/s)

Física
100

0 25 t (s):

0 1 A velocidade de um móvel em Movimento Retilíneo e 0 5 Uma locomotiva inicia a travessia de uma ponte com
Uniformemente Variado, obedece à função horária v = velocidade de 18 km/h. A partir deste instante, é acelerada
2 + 3.t, com as unidades no Sistema Internacional. Para uniformemente à razão de 1 m/s², atingindo a velocidade
este móvel, determine: de 54 km/h no momento em que acaba sua passagem
pela ponte. Determine, para este movimento:
a) a velocidade escalar inicial e a aceleração escalar.
b) a velocidade 10 segundos após o inicio do movimento. a) o comprimento da ponte.
c) se o movimento é acelerado ou retardado no instante b) o tempo de travessia.
10 s.
0 6 Um avião, no início da pista para levantar vôo, acelera ao
0 2 O espaço de um móvel em Movimento Retilíneo e receber autorização da torre, conforme indica o gráfico
Uniformemente Variado obedece à função horária abaixo.
S= 4 + 3.t + 2.t², com unidades no Sistema v (m/s)
Internacional. Para este móvel, determine:

a) o espaço inicial. 100


b) a velocidade escalar.
c) a aceleração escalar.
d) o espaço ocupado após 2 segundos de movimento.

0 3 Um móvel, realizando um Movimento Retilíneo


Uniformemente Variado, parte da origem da trajetória,
com velocidade inicial de 2 m/s e, após 10 segundos, 0 20 t (s)
sua velocidade atinge o valor de 32 m/s. Determine:
Para o movimento do avião sobre a pista, determine:
a) a aceleração escalar do móvel neste movimento.
b) a função horária da velocidade neste movimento. a) a aceleração escalar.
c) a função horária dos espaços para o movimento deste b) a função horária da velocidade.
móvel. c) a velocidade 10 s após o início do movimento.

0 4 Um carro encontra-se com velocidade constante de 72 0 7 O gráfico a seguir representa o espaço percorrido por
km/h em uma estrada retilínea, quando o motorista vê um objeto em Movimento Retilíneo Uniformemente
um obstáculo 100 m à sua frente, acionando Variado, em função do tempo.
imediatamente os freios. Determine:
a) a desaceleração mínima, constante, que deverá ter o carro
para evitar o acidente.
b) o tempo de duração da freada.

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Movimento Uniformemente Variado
0 8 Uma pedra é abandonada em Queda Livre do alto de um
Física

prédio de 80 m de altura. Considerando a aceleração da


gravidade no local igual a g = 10 m/s² e desprezando os
efeitos da resistência do ar, calcule:

a) o tempo de queda da pedra.


b) a velocidade escalar com que atingirá o solo.

Para este movimento determine:

a) o espaço inicial.
b) o instante em que o objeto inverte o sentido de seu
movimento.
c) o instante em que o objeto passa pela origem da trajetória.
d) o sinal da aceleração do objeto.

0 1 (F. C. M. Volta Redonda - RJ) A equação horária do 0 4 (PUC - PR) Um móvel parte do repouso e desloca-se
movimento de um móvel é dada por s = 12 - 2.t + 4.t². em movimento retilíneo sobre um plano horizontal. O
A equação da velocidade escalar desse móvel será: gráfico representa a aceleração (a) em função do tempo
(t). Sabendo-se que no instante t = 0 a velocidade do
a) v = 12 - 2t móvel é nula, calcular a velocidade no instante t = 5 s.
b) v = 8t - 2
c) v = 2 + 4t
d) v = -2 + 2t
e) v = 12 - 4t

0 2 (U. E. Londrina - PR) - Um móvel efetua um movimento


retilíneo uniformemente variado obedecendo à função
horária s = 10 + 10.t - 5,0.t², onde o espaço s é
medido em metros e o instante t em segundos. A a) 36 m/s
velocidade do móvel no instante t = 4,0 s, em m/s, vale: b) 6 m/s
c) 24 m/s
a) 50 b) 20 c) 0 d) 15 m/s
d) - 20 e) - 30 e) 30 m/s

0 3 (FUVEST - SP) - Um veículo parte do repouso em 0 5 (FEI-SP) Um móvel tem movimento com velocidade
movimento retilíneo e acelera a 2 m/s². Pode-se dizer descrita pelo gráfico abaixo.
que sua velocidade e a distância percorrida, após 3 s, v (m/s)
valem, respectivamente:
10
a) 6 m/s e 9 m
b) 6 m/s e 18 m
c) 3 m/s e 12 m
d) 12 m/s e 36 m
e) 2 m/s e 12 m
0 10
5 t (s)

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Movimento Uniformemente Variado
Após 10 s, qual será sua distância do ponto de partida? 0 8 (UEPB) Dois automóveis, A e B, deslocam-se um em

Física
direção ao outro numa competição. O automóvel A
a) 500 m b) 20 m c) 75 m desloca-se a uma velocidade de 162 km/h; o automóvel
d) 25 m e) 100 m B, a 108 km/h. Considere que os freios dos dois
automóveis são acionados ao mesmo tempo e que a
06 (UFRGS) Um automóvel que anda com velocidade escalar velocidade diminui a uma razão de 7,5 m/s, em cada
de 72 km/h é freado de tal forma que, 6,0 s após o início segundo. Qual é a menor distância entre os carros A e B
da freada, sua velocidade escalar é de 8,0 m/s. O tempo para que eles não se choquem?
gasto pelo móvel até parar e a distância percorrida até
então valem, respectivamente: a) 135 m b) 60 m c) 210 m
d) 195 m e) 75 m
a) 10 s e 100 m
b) 10 s e 200 m 0 9 (UEL-PR) Um corpo é abandonado a partir do repouso
c) 20 s e 100 m e atinge o chão com velocidade de 20 m/s. Considerando
d) 20 s e 200 m g = 10 m/s², o corpo caiu da altura de:
e) 5 s e 150 m
a) 200 m b) 100 m c) 50 m
07 (UFSC) Um carro está a 20 m de um sinal de tráfego d) 20 m e) 10 m
quando este passa de verde a amarelo. Supondo que o
motorista acione o freio imediatamente, aplicando ao 1 0 (UECE) Uma pedra, partindo do repouso, cai de uma
carro uma desaceleração de 10 m/s², calcule, em km/h, altura de 20 m. Despreza-se a resistência do ar e adota-
a velocidade máxima que o carro pode ter, antes de frear, se g = 10 m/s². A velocidade da pedra ao atingir o solo
para que ele pare antes de cruzar o sinal. e o tempo gasto na queda, respectivamente, valem:

a) 36 b) 54 c) 72 a) v = 20 m/s e t = 2 s
d) 90 e) 108 b) v = 20 m/s e t = 4 s
c) v = 10 m/s e t = 2 s
d) v = 10 m/s e t = 4 s

(UFPR) Dois automóveis, A e B, partem simulta- a) 100 m


neamente de um mesmo ponto, com direções b) 5000 m
perpendiculares entre si. O móvel A tem velocidade c) 710 m
constante e igual a 10 m/s; o móvel B, movimento d) 50 m
uniformemente acelerado, partindo do repouso com e) 71 m
aceleração de 4 m/s². A distância entre os dois móveis,
após 5 s, será, aproximadamente, de:

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DINÂMICA:: Força - 1ª e 2ª Leis de Newton
DINÂMICA
Física

Quando empurramos um carro, arrastamos uma caixa, saltamos ou pulamos algum obstáculo, estamos exercendo
forças nesses corpos. Em todos esses casos, há relação entre as forças que estão agindo e as alterações que sofre o
estado de movimento do corpo em questão. Nosso objetivo neste momento é tentar explicar as causas dos movimentos,
estudando o conceito de força e as Leis de Newton
Newton.

A preocupação do homem em tentar explicar as XI: "Queremos agradecer à pessoa que tornou possível
causas dos movimentos dos corpos terrestres e celestes essa viagem: Isaac Newton".
remonta há pelo menos A Mecânica Clássica ou Newtoniana
Newtoniana, continua
2000 anos. Mas foi Isaac válida até hoje para explicar as causas dos movimentos.
Newton
Newton, que nasceu na Estudaremos as três Leis de Newton, mas antes é
Inglaterra no dia do Natal necessário conhecer o conceito de força.
do ano de 1642, quem
primeiro apresentou uma FORÇA
teoria que realmente
explicava as causas do Chutar, amassar, puxar, empurrar, deformar,
movimento. Publicou no arremessar, segurar, bater, são ações muito comuns em
ano de 1686 seu principal nossas vidas e que estão associados à grandeza física força.
trabalho: Princípios Até hoje, não temos uma definição exata desta grandeza,
Matemáticos da mas, com facilidade, podemos observar suas causas e seus
Filosofia Natural
Natural. Sua efeitos. O físico francês Henry Poincaré (1854-1912),
contribuição foi de fez sua tentativa: "A idéia de força é uma noção primitiva,
enorme importância para o desenvolvimento da Física, a tal irredutível e indefinível. Ela deriva de uma noção de esforço,
ponto de receber uma homenagem da tripulação da Apolo que nos é familiar desde a infância".
1

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DINÂMICA: Força - 1ª e 2ª Leis de Newton
Já Isaac Newton escreveu: "Uma força imprimida é O grande problema das grandezas vetoriais é quando

Física
uma ação exercida sobre um corpo a fim de alterar seu precisamos somá-las, pois não podemos proceder da
estado, seja de repouso, ou de movimento". mesma forma que fazemos com as grandezas escalares
como a massa. Se comprarmos na feira 3 kg de banana e 4
Atualmente, vários cientistas, afirmam que: kg de maçã, certamente a massa total será de 7 kg. O mesmo
raciocínio não é válido se estivermos lidando com forças.
Força é um agente físico que surge da interação Imagine uma força de 3 N aplicada sobre um corpo por
entre no mínimo dois corpos, capaz de produzir uma pessoa e outra força de 4 N aplicada por outra pessoa
alterações em seu estado de movimento (variações de sobre o mesmo corpo. Agora não podemos mais afirmar
velocidade) ou deformação. que certamente a força resultante total será 7 N. Como
iremos observar nos exemplos abaixo, somente em um
No Sistema Internacional, a unidade de força é caso especial isso será verdade.
Newton (NN): uma força de 1 N é a força que aplicada a um
corpo de 1 kg, provoca uma aceleração de 1 m/s².
a = 1 m/s²

F=1N m = 1 kg
Figura 01: Força de 1 N sendo aplicada em um corpo de 1 kg.

Outra unidade que também é utilizada é o quilograma-


força, cujo símbolo é kgf : 1 kgf é aproximadamente igual a
10 N.

Como a força é uma grandeza vetorial, será 3 + 4 = 7 !!!


representada por vetores e necessita , além da intensidade
(valor numérico + unidade de medida), de uma direção e
de um sentido para ficar completamente caracterizada.

VETOR
O vetor é representado por um segmento de reta
orientado, com uma origem em um ponto O e uma
extremidade em um ponto E. Podemos obter facilmente F1 + F2 = ???
sua intensidade, direção e sentido.
a) Intensidade é determinada pelo comprimento do
segmento.
b) Direção é determinada como sendo a mesma da reta
suporte do segmento
c) Sentido é determinado pela seta colocada na extremidade
do segmento.
3 + 4 = 5 ???

ou

3 + 4 = 7 ???

Vamos tratar apenas de duas forças sendo aplicadas


FFigura
igura 02: Vetor força sobre uma reta suporte rr..
Vetor
sobre um mesmo corpo. Mesmo assim, temos vários
casos, entre os quais podemos destacar:
A grandeza vetorial que o vetor representa é indicada
por uma letra com uma pequena seta em cima, para 1º caso
representar o vetor. Por exemplo:
→ → → Quando o ângulo α entre as forças for igual a 0º,
Força ( F ) , Velocidade (v), Aceleração (a) isto é, forças com mesma direção e sentido:

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DINÂMICA: Força - 1ª e 2ª Leis de Newton
Agora que já sabemos o que é uma força e como
Física

devemos proceder para somar várias forças, podemos


iniciar o estudo das Leis de Newton.

Primeira Lei de Newton ou Princípio da


Inércia
Figura 03: Soma de duas forças que formam 0º.
Você certamente já observou casos que ajudam a
explicar a Primeira Lei de Newton ou Princípio da Inércia
Ex: Se F1 = 3 N e F2 = 4 N , a resultante será:
quando um cavalo pára bruscamente na frente de um
R = 4 + 3 = 7 N.
obstáculo e o cavaleiro continua seu movimento por inércia,
2º caso ou quando um ônibus arranca bruscamente e você, sem
estar seguro, cai, sendo jogado para trás. Outro exemplo
Quando o ângulo α entre as forças for igual a 180º, ocorre em uma colisão automobilística, onde o carro pára
isto é, forças com a mesma direção mas sentidos opostos: bruscamente e o motorista continua seu movimento por
inércia, sendo seguro pelo cinto de segurança e pelo air-
bag, dispositivos que impedem que ele colida com o painel
ou seja arremessado através do pára-brisas.

Figura 04: Soma de duas forças que formam 180º.

Ex: Se F1 = 4 N e F2 = 3 N , a resultante será:


R=4-3=1N

3º caso

Quando o ângulo α entre as forças for igual a 90º,


isto é, as forças forem perpendiculares:

Quando Newton escreveu sobre a 1ª Lei, afirmou:


"A força inata da matéria, é um poder de resistir, através do
qual todo o corpo, estando em um determinado estado,
Figura 05: Soma de duas forças que formam 90º.
mantém esse estado, seja ele de repouso ou de movimento
uniforme em linha reta".
Ex: Se F1 = 3 N e F2 = 4 N , a resultante, aplicando
o Teorema de Pitágoras será: Podemos tentar simplificar, afirmando que um corpo,
R² = 3² + 4² = 9 + 16 logo, livre da ação de forças ou com resultante nula, ou está em
R = √ 25 = 5 N repouso ou em movimento retilíneo e uniforme, que são
os estados de equilíbrio.
Depois de analisarmos os casos acima, podemos
concluir que, ao somar duas forças aplicadas a um mesmo ®
Fr = 0 Û v = Constante
®

corpo, podemos obter como Força Resultante vários


valores, que irão mudar à medida que o ângulo entre as logo:
forças for diferente. Existe um caso geral, para um ângulo ®
v = Constante = 0 Û Repouso (equilíbrio estático)
qualquer, mas não iremos neste momento descrevê-lo. ®
v = Constante ¹ 0 Û MRU (equilíbrio dinâmico)

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DINÂMICA: Força - 1ª e 2ª Leis de Newton
Observação
Observação: Se a resultante das forças que atua Esta equação é conhecida como Equação Fundamental

Física
sobre um corpo for igual a zero e ele estiver em repouso, da Dinâmica e é válida para um referencial inercial, não sendo
dizemos que se encontra em Equilíbrio Estático; se estiver mais válida se a massa do corpo variar. Pela análise da
em MRU, estará em Equilíbrio Dinâmico. equação, observamos que a mesma força aplicada em
corpos de massas diferentes, terá efeitos diferentes. O
Segunda Lei de Newton ou Princípio corpo de maior massa, apresentará menor aceleração e o
Fundamental da Dinâmica de menor massa maior aceleração. Concluímos que a
massa maior resiste mais a variações na velocidade e, por
A Segunda Lei de Newton relaciona a força resultante esse motivo, afirmamos que a massa é a medida da inércia
não nula e a variação de velocidade produzida por essa de um corpo.
resultante, isto é , a aceleração, que deverá ter a mesma
direção e sentido da força resultante.

“A aceleração adquirida por um corpo de massa


constante é diretamente proporcional à força resultante
sobre o corpo, sendo a massa a constante de
proporcionalidade.”

Matematicamente, temos:

Fr = m. a

O SISTEMA AIR BAG

Em uma colisão frontal, o motorista e os passageiros


de um carro são arremessados para frente e podem se
ferir gravemente ao se chocarem com o volante, o painel
ou o pára-brisa. Os air bags, ou almofadas infláveis,
protegem as pessoas nos casos de acidente: ejetados do
volante ou do painel, se enchem de nitrogênio
instantaneamente. O sistema de air bag é formado por
sensores eletrônicos, um inflator para produzir nitrogênio
e a almofada em si. Os sensores são programados para
ignorar as colisões a menos de 22 km/h.
Ao receber os sinais do sensor de colisão, um
gerador de calor inflama substâncias químicas para produzir
o nitrogênio, que infla o air bag por completo em 1/20 de
segundo. Completamente cheio, o air bag absorve o
impacto inicial do corpo do motorista, quando este é
lançado para frente. Dois pequenos orifícios na parte
traseira da almofada deixam escapar o gás para que o
motorista ou passageiro possa sair com segurança.

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DINÂMICA: Força - 1ª e 2ª Leis de Newton
Física

01 Uma partícula P, de massa igual a 2 kg, encontra-se A resultante será: FR² = 6² + 8² = 36 + 64 = 100
inicialmente em repouso. Determine, em cada caso, a
aceleração adquirida pela partícula. Portanto FR = v100 = 10 N, e a aceleração será:

a) a = FR/m = 10/2 = 5 m/s²

P 5N 02 Na largada de uma corrida de automóveis, o carro nº 1


atinge 108 km/h em apenas 6 s. Supondo que a massa é
7N igual a 1000 kg e desprezando as forças de atrito, calcule
a força resultante que atua sobre ele.
Como o ângulo entre as forças é 0º, a resultante será: FR
= 5 + 7 = 12 N, logo, a aceleração pode ser calculada Solução:
pela 2ª Lei de Newton:
a = FR/m = 12 / 2 = 6 m/s² - Velocidade inicial = 0 m/s ; velocidade final = 108 km/h
= 30 m/s
b) - Calculando a aceleração: a = 30 m/s - 0 / 6 = 30 / 6
= 5 m/s²
- Calculando a força resultante pela 2ª Lei de Newton : FR
= m.a = 1000 . 5 = 5.000 N

Como o ângulo entre as forças é 180º, a resultante será:


FR = 16 - 12 = 4 N, logo, a aceleração pode ser
calculada pela 2ª Lei de Newton:

a = FR/m = 4/ 2 = 2 m/s²

c)

01 Uma partícula P, de massa igual a 2 kg, encontra-se c)


inicialmente em repouso. Determine, em cada caso, a 6N
aceleração adquirida pela partícula.
a)

P 3N
P 8N
5N

b)
02 O gato Garfield é um personagem famoso por ser um
5N P grande apreciador de lasanha. Mas o gato também é muito
curioso, como ilustra o quadrinho abaixo.
7N

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DINÂMICA: Força - 1ª e 2ª Leis de Newton
06 Um corpo de massa igual a 500 g, inicialmente em

Física
repouso, é submetido à ação das forças indicadas na
figura.
F2 = 15 N

Diga qual Lei da Física está explicando o ocorrido.


F3 = 5 N F1 = 20 N
03 Para que um carro permaneça com velocidade constante Determine a aceleração que o mesmo irá adquirir.
de 60 km/h durante um percurso em uma estrada retilínea,
o motorista deve manter o pedal do acelerador 07 Um corpo de massa m é submetido a uma força resultante
pressionado. Explique por que isto deve acontecer. FR, que produz uma aceleração de 4 m/s². Se a massa do
corpo for aumentada quatro vezes, e a força resultante
04 Quando um avião em velocidade de cruzeiro mantém a mantida constante, calcule a nova aceleração do corpo.
velocidade constante de 850 km/h, podemos afirmar
que nenhuma força atua sobre ele neste momento? O
avião encontra-se em equilíbrio? Qual o tipo?

05 Uma força resultante de intensidade 20 N é aplicada


sobre corpos de massas diferentes. Calcule a aceleração
obtida se as massas dos corpos forem iguais a:
a) 1 kg b) 4 kg c) 10 kg

01 (Unifor-CE) Uma força vertical de 30 N e outra horizontal 03 (Vunesp-SP) As estatísticas indicam que o uso do cinto
de 40 N estão aplicadas a um corpo. A resultante dessas de segurança deve ser obrigatório para prevenir lesões
duas forças tem módulo em newtons igual a: mais graves em motoristas e passageiros no caso de
acidentes. Fisicamente, a função do cinto está relacionada
a) 10 b) 20 c) 50 com a:
d) 70 e) 120
a) 1ª Lei de Newton;
02 (Cesgranrio-RJ) Em cada uma das figuras abaixo é b) lei de Snell;
representada uma partícula com todas as forças que agem c) lei de Ampère;
sobre ela. Essas forças, constantes, são representadas d) lei de Ohm;
por vetores; todas elas têm o mesmo módulo. e) 1ª Lei de Kepler.

04 (UFRFS) A inércia de uma partícula de massa m se


caracteriza:
I II III IV I- pela incapacidade dessa partícula, por si mesma, modificar
Em qual dos casos a partícula pode ter uma velocidade seu estado de repouso ou de movimento retilíneo
constante? uniforme.
II- pela incapacidade dessa partícula permanecer em repouso
a) Somente I quando uma força resultante é exercida sobre ela.
b) Somente IV III - pela capacidade dessa partícula exercer forças sobre outras
c) I e III partículas.
d) I e IV Das afirmações acima, quais estão corretas?
e) II e IV
a) Apenas II
b) Apenas III
c) Apenas I e II

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DINÂMICA: Força - 1ª e 2ª Leis de Newton
d) apenas I e III a) 10 m/s² e mesmo sentido de F;
Física

e) I, II e III b) 10 m/s² e sentido oposto de F;


c) 0,40 m/s² e mesmo sentido de F;
05 (AEU-DF) Um bloco de 5 kg que desliza sobre um plano d) 0,40 m/s² e sentido oposto de F;
horizontal está sujeito às forças F = 15 N, horizontal e e) 0,20 m/s² e mesmo sentido de F;
para a direita, e f = 5 N, horizontal e para a esquerda. A
aceleração do corpo é: 07 (Mack-SP) Uma força constante age sobre um corpo de
100 kg e em 5 s varia sua velocidade de 10 m/s para 15
a) 2 m/s² b) 3 m/s² c) 5 m/s² m/s. A intensidade mínima dessa força deve ser de:
d) 7 m/s² e) 10 m/s²
a) 1500 N b) 1000 N c) 500 N
06 (UEL-PR) Sobre um bloco de 5,0 kg de massa, age uma d) 100 N e) 10 N
força resultante F constante, de módulo 2,0 N. A
aceleração que o bloco adquire tem módulo de :

(UFSC) Sejam dois corpos com massas a) 1 b) 2 c) 3


desconhecidas m1 e m2. Uma força de 10 N imprime d) 4 e) 5
à massa m1 uma aceleração de 5 m/s² e à massa m2 uma
aceleração de 20 m/s². Se a mesma força atuar agora,
sobre os dois corpos reunidos, qual será a aceleração,
em m/s², do conjunto?

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DINÂMICA 2 – 3ª Lei de Newton – Força Peso e Força de Atrito

Física
Sempre que andamos, chutamos uma bola, remamos um barco, observamos um avião ou um foguete em pleno
vôo ou empurramos uma parede quando estamos sobre patins, estamos estudando a 3ª Lei de Newton
Newton, também
conhecida como Princípio da Ação e Reação
Reação.

Um outro exemplo é quando chutamos uma pedra e sentimos os efeitos da reação da pedra sobre nosso pé. É
realmente algo muito dolorido.

3ª LEI DE NEWTON OU Mas se o A aplica uma força no B, este reage e aplica


outra força no A, de mesmo módulo, mesma direção, mas
PRINCÍPIO DA AÇÃO E com sentido oposto, conforme a figura abaixo, onde
REAÇÃO colocamos somente o corpo A:

Para entendermos bem o que ocorre, imagine a →


A →
situação abaixo esquematizada, mostrando dois blocos de F FBA
massas diferentes e uma força F aplicada sobre o bloco A:
A

F B Figura 08: Bloco A, do exemplo anterior
anterior,, visto isoladamente.

As duas forças que aparecem podem ganhar nomes


Figura 06: Dois blocos A e B e uma força F aplicada sobre o bloco A.
especiais FAB e FBA , pois são aplicadas por corpos diferentes,
onde:
Se não considerarmos atrito na superfície, certamente
ambos os blocos irão se mover juntos, com a mesma FAB = Força que o bloco A exerce sobre o bloco B.
aceleração. É fácil entender que o bloco A se move pois a FBA = Força que o bloco B exerce sobre o bloco A.
força F é aplicada sobre ele, mas por que o bloco B se
moverá? Alguém pode responder que é o bloco A que Características das forças:
empurra o B. Em outras palavras, o bloco A exerce uma
força sobre o bloco B. Observe a figura abaixo, onde – possuem mesma intensidade, mesma direção mas
colocamos somente o corpo B: sentidos contrários;
– são aplicadas em corpos diferentes, logo não se anulam;
B – ocorrem simultaneamente, formando um par ação e

FAB reação.

F i g u r a 0 7 : B l o c o B , d o e x e m p l o a n t e r i o rr,, visto isoladamente.

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DINÂMICA 2 – 3ª Lei de Newton – Força Peso e Força de Atrito
Onde : m = massa do corpo (kg)
Física

Enunciado da 3ª Lei : g = aceleração da gravidade ( m/s²)


P = força peso (N)
"Sempre que um corpo A exerce uma força sobre
um corpo B, este reage exercendo em A uma outra Observações:
força, de mesma intensidade e direção, mas de sentido
contrário." O Peso do corpo depende do local onde é
medido, pois depende da aceleração da gravidade.
Que tal um desafio????? O Peso, como a força, é uma grandeza vetorial,
Desafie um amigo, afirmando que você é capaz de, com direção vertical e orientada para o centro da Terra.
com um balão de gás (bexiga), e distante 8 m dele, fazer
com que o balão chegue até sua mão sem que ele saia do
lugar. Duvida????? Como fazer????

Analise as figuras:

Figura 09: Experimento ilustrativo da 3ª Lei de Newton.


P

Figura 10: PPelo


elo PPrincípio
rincípio da Ação e R eação, a T
Reação, erra atrai o corpo com a força P e o
Terra
corpo atrai a Terra com a força - PP..
Terra

FORÇA DE REAÇÃO NORMAL OU FORÇA


NORMAL

Imagine um bloco em repouso sobre uma mesa. A


Aproveite para explicar o que está ocorrendo: o ar, Terra atrai o bloco com uma força P. O bloco reage e atrai
ao sair do balão, é arremessado para trás com certa força. a Terra. O bloco aplica na mesa uma força de compressão
Este reage, empurrando o balão para frente, com a mesma N e a mesa reage, aplicando no bloco uma força com a
intensidade e direção, mas sentido oposto. mesma intensidade e em sentido contrário - N.

FORÇA PESO Observe a figura:

Em torno da Terra há uma região chamada Campo


Gravitacional, na qual todos os corpos sofrem sua influência
e que se apresenta sob a forma de uma força. Os corpos
são atraídos por essa força, sofrendo variações na
velocidade, em virtude de terem adquirido aceleração, que
é chamada de aceleração da gravidade e representada pela
letra g , que como já vimos vale nas proximidades da
superfície terrestre aproximadamente g = 9,80665 m/s².
Pelo princípio fundamental da dinâmica sobre um
corpo de massa m atua uma força FR = m.a. Essa força de
atração recebe o nome de Força-Peso ou simplesmente
Peso, sendo matematicamente calculada por:

P = m.g
Figura 11: Força de Reação Normal do apoio sobre o bloco apoiado
sobre uma mesa.

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DINÂMICA 2 - 3ª Lei de Newton - Força Peso e Força de Atrito
Observação →

Física
As forças N e P, apesar de terem o mesmo valor, não Fat F
constituem um par ação e reação.
Figura 13: Corpo em repouso com as forças horizontais aplicadas sobre ele.

FORÇA DE ATRITO
O atrito só surge quando há deslizamento ou tendência
a ele e ocorre devido às microssaliências existentes entre o
corpo e a superfície horizontal. O atrito de deslizamento é
uma força que opõe-se à tendência do movimento.

Há dois tipos de força de atrito: estática e dinâmica.

a) Força de atrito estática


estática:
É aquela que atua enquanto não houver
movimento
movimento. Enquanto o atrito for estático, à medida que
aumentamos a força motriz F, a força de atrito Fat também
aumenta, de modo a equilibrar a força motriz e impedir o
movimento
movimento.
Mas o atrito não cresce indefinidamente, existindo
um valor máximo, que é chamado de força de atrito de
destaque(Fat destaque).

b) Força de atrito dinâmica


dinâmica:
É aquela que atua durante o movimento
movimento. Para
começar o movimento, partindo do estado de repouso, é
preciso que a intensidade da força motriz seja superior à
intensidade da força de atrito destaque.
Uma vez iniciado o movimento, a força de atrito
estática deixa de existir, passando a atuar a força de atrito
Até o momento, analisamos o movimento dos corpos
dinâmica, também contrária ao movimento, e de valor
sobre superfícies perfeitamente lisas, que não ofereciam
inferior ao da força de atrito destaque.
nenhuma resistência, isto é, sem atrito. Na prática, o atrito
Acompanhe na ilustração gráfica.
existe e é muito importante para os movimentos. Se você
já teve a experiência de patinar no gelo, passar com o carro
sobre uma mancha de óleo ou simplesmente andar sobre
uma calçada com água e sabão, com certeza sabe muito
sobre o atrito.

Para explicarmos fisicamente a importância do atrito,


considere um corpo sobre uma superfície horizontal, no
qual atua uma força F também horizontal, como ilustra a
figura, porém insuficiente para deslocá-lo:

N Figura 14: Gráfico mostrando a relação entre a força motriz F e a força de atrito F at.


F A força de atrito é proporcional à intensidade da reação
normal do apoio e pode matematicamente ser obtida por:

P Fat = µ.N
Figura 12: Corpo sobre superfície horizontal e as forças aplicadas sobre ele.

onde: µ é o coeficiente de atrito entre as superfícies


Como o corpo está em repouso, a resultante das
de contato, sendo uma grandeza adimensional, isto é, que
forças que atuam sobre ele deve ser nula. Somos, portanto,
não tem unidade de medida.
obrigados a admitir a existência de uma força oposta à
tendência do movimento, denominada força de atrito (Fat).

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DINÂMICA 2 – 3ª Lei de Newton – Força Peso e Força de Atrito
Observações sobre a força de atrito:
Física

– A força de atrito independe da área de contato entre as


duas superfícies.
– A força de atrito depende da natureza das superfícies em
contato.
– O coeficiente de atrito estático é maior que o dinâmico.
– A força de atrito varia com a velocidade.

A curiosa constatação de que o atrito não depende óleo ou chuva, mudará o coeficiente de atrito e,
da área de contato entre os pneus e o asfalto era explorada conseqüentemente a força de atrito.
nos antigos carros de corrida. Seus pneus, bastante finos, Os modernos pneus usados na Fórmula 1 são feitos
proporcionavam menor peso ao veículo e menor de um composto muito mole, que fica ainda mais macio
resistência aerodinâmica, mas o mesmo atrito. com o aquecimento. Para que durem mais tempo e
suportem a compressão contra o solo, com uma borracha
tão macia, foi preciso fazê-los mais largos.

O atrito não muda se são mantidos os mesmos


materiais das superfícies em contato, entretanto, qualquer
alteração na borracha dos pneus ou no tipo de piso, como

01 Quando chutamos uma bola, exercendo uma força de 02 Considere dois pequenos blocos sobre uma superfície
intensidade 3 N, horizontal e para a direita, de acordo horizontal perfeitamente lisa. O primeiro é de ferro e o
com a 3ª Lei de Newton, quem aplica e quais as segundo é um ímã. Represente as forças horizontais que
características da força de reação? atuam sobre eles. Diga o que ocorrerá quando forem
colocados próximos um do outro.

Solução: Os corpos se atrairão mutuamente com forças


idênticas, denominadas ação e reação.

Ferro → → ímã
F F

Solução: De acordo com a 3ª Lei de Newton, é a bola


quem reage e aplica no pé do jogador uma força de 3 N,
horizontal e para a esquerda.
4

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DINÂMICA 2 - 3ª Lei de Newton - Força Peso e Força de Atrito
03 Um bloco de madeira de massa igual a 2 kg repousa Solução: Inicialmente devemos calcular as forças de atrito

Física
sobre uma superfície horizontal também de madeira. estática e dinâmica.
Considere os coeficientes de atrito estático e dinâmico
entre o bloco e a superfície iguais a 0,50 e 0,30, Fat ESTÁTICA = µ E . N = 0,50 . 20 = 10 N
respectivamente. Uma força motriz horizontal F é aplicada
sobre o bloco. Fat DINÂMICA = µ D . N = 0,30 . 20 = 6 N

→ a) Se a força motriz for igual a F = 10 N e o atrito; estático


F Fat ESTÁTICA = 10 N, não há movimento logo, a aceleração
é nula (a = 0).
b) Se a força motriz for igual a F = 20 N e o atrito dinâmico
Fat DINÂMICA = 6 N, há movimento e a aceleração pode
Considerando g = 10 m/s², determine a aceleração ser calculada pela 2ª Lei de Newton:
adquirida pelo bloco quando a força motriz vale: a = FR / m = 20 – 6 / 2 = 12 / 2 = 6 m/s²

a) F = 10 N b) F = 20 N

01 Sobre a 3ª Lei de Newton, analise as afirmativas abaixo, 05 Uma caixa de madeira de 100 kg encontra-se em
marcando V se forem verdadeiras e F se forem falsas. repouso sobre um piso horizontal. Uma criança,
querendo movê-la, aplica uma força de 10 N e observa
a) ( ) Um avião com hélices não pode voar no vácuo. que a mesma não se move. Vai pedir ajuda aos colegas
b) ( ) As forças de ação e reação ocorrem que um a um vão aumentando a intensidade da força
simultaneamente. sobre a caixa. Supondo que todas as forças possuem
c) ( ) Possuem mesma intensidade, mesma direção e mesma intensidade, direção e sentido e sabendo que
sentido. são necessárias 6 crianças para que a caixa inicie seu
d) ( ) São aplicadas em corpos diferentes, logo não se movimento, e apenas 4 para mantê-la em movimento
anulam com velocidade constante, complete a tabela abaixo
colocando o valor da força de atrito e ao lado se ela é
02 Um bloco de metal, de massa igual a 5 kg, repousa sobre estática ou dinâmica:
uma superfície horizontal.

Adotando g = 10 m/s², determine:

a) a força de atração gravitacional - Força Peso.


b) a reação normal do apoio - Força Normal.

03 Em lagos ou praias de águas calmas, muitas pessoas


podem com segurança andar de caiaque. Porém, para 06 Um bloco de aço, de massa igual a 2 kg, repousa sobre
irmos para a frente, remamos para trás e quando uma superfície horizontal também de aço. Considere os
queremos dar "marcha à ré", remamos para a frente. coeficientes de atrito estático e dinâmico entre o bloco e
Explique por que isso é necessário. a superfície iguais a 0,74 e 0,57, respectivamente. Uma
força motriz horizontal F é aplicada sobre o bloco.
04 Quando analisamos um avião com hélices dentro da
atmosfera, sabemos que as hélices jogam o ar para trás
com um força e o ar, por sua vez, empurra o avião para →
F
frente com a mesma intensidade, mesma direção mas
sentidos opostos. Explique como um foguete pode viajar
no vácuo. Considerando g = 10 m/s² , determine:

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DINÂMICA 2 – 3ª Lei de Newton – Força Peso e Força de Atrito
07 Dois blocos A e B de massas 2 kg e 3 kg, respectivamente,
Física

a) a força de atrito estática máxima. estão apoiados sobre um plano horizontal. Sendo F uma
b) a força de atrito dinâmica. força horizontal constante de 20 N, aplicada em A e o
c) a aceleração adquirida pelo bloco quando a força motriz coeficiente de atrito entre os corpos e a superfície 0,2,
for igual a F = 20,4 N. calcule a aceleração adquirida pelo conjunto.

→ A
F

01 (Faap-SP) A 3ª Lei de Newton é o princípio da ação e e) O sistema de propulsão a jato funciona baseado no
reação. Esse princípio descreve as forças que participam princípio da ação e reação.
na interação entre dois corpos. Podemos afirmar que:
05 (UEL-PR) Os blocos A e B têm massas mA = 5,0 kg e
a) duas forças iguais em módulo e de sentidos opostos são mB = 2,0 kg e estão apoiados num plano horizontal
forças de ação e reação; perfeitamente liso.
b) enquanto a ação está aplicada num dos corpos, a reação Aplica-se ao corpo A a força horizontal F, de módulo
está aplicada no outro; 21N.
c) a ação é maior que a reação; A força de contato entre os blocos A e B tem módulo,
d) ação e reação estão aplicadas no mesmo corpo; em newtons,
e) a reação, em alguns casos, pode ser maior que a ação.

02 (Unip-SP) Uma pessoa de massa 80 kg está no pólo


Norte da Terra onde a aceleração da gravidade é suposta
com módulo igual a 10 m/s². A força gravitacional que a
pessoa aplica sobre o planeta Terra:

a) é praticamente nula; a) 21 b) 11,5 c) 9,0


b) tem intensidade igual a 80 kg; d) 7,0 e) 6,0
c) tem intensidade igual a 80 N;
d) tem intensidade igual a 800 N e está aplicada no solo 06 (F. Carlos Chagas - BA) Quatro blocos M,N, P e Q
onde a pessoa pisa; deslizam sobre uma superfície horizontal, empurrados
e) tem intensidade igual a 800 N e está aplicada no centro por uma força F conforme o esquema abaixo. A força de
de gravidade da Terra. atrito entre os blocos e a superfície é desprezível e a
massa de cada bloco vale 3,0 kg.
03 (Acafe-SC) Um livro está em repouso sobre uma mesa. Sabendo-se que a aceleração escalar dos blocos vale
A força de reação ao peso do livro é: 2,0 m/s², a força do bloco M sobre o bloco N é, em
newtons, igual a:
a) a força normal;
b) a força que a Terra exerce sobre o livro;
c) a força que o livro exerce sobre a Terra;
d) a força que a mesa exerce sobre o livro;
e) a força que o livro exerce sobre a mesa.

04 (U. Tocantins-TO) Assinale a proposição correta:

a) A massa de um corpo na Terra é menor do que na Lua. a) zero b) 6,0 c) 12


b) O peso mede a inércia de um corpo. d) 18 e) 24
c) Peso e massa são sinônimos.
d) A massa de um corpo na Terra é maior do que na Lua.

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DINÂMICA 2 - 3ª Lei de Newton - Força Peso e Força de Atrito
07 (UFRS) Dois blocos A e B, com massas mA = 5 kg e mB c) 20 N e 0,5 m/s²;

Física
= 10 kg, são colocados sobre uma superfície plana d) 20 N e 1 m/s²;
horizontal (o atrito entre os blocos e a superfície é nulo) e) 30 N e 2 m/s².
e ligados por um fio inextensível e com massa desprezível
(conforme a figura a seguir). O bloco B é puxado para a 09 (PUC-PR) Dois corpos A e B (mA = 3 kg e mB = 6 kg)
direita por uma força horizontal F com módulo igual a estão ligados por um fio ideal que passa por uma polia
30 N. sem atrito, conforme a figura. Entre o corpo A e o apoio,
Nessa situação, o módulo da aceleração horizontal do há atrito cujo coeficiente é 0,5. Considerando-se g =
sistema e o módulo da força tensora no fio valem, 10 m/s², a aceleração dos corpos e a força de tração no
respectivamente: fio valem:

a) 5 m/s² e 30 N;
b) 3 m/s² e 30 N;
c) 8 m/s² e 80 N;
d) 2 m/s² e 100 N;
e) 6 m/s² e 60 N.
a) 2 m/s² e 30 N;
b) 2 m/s² e 20 N; 10 (PUCCAMP) O esquema representa um sistema que
c) 3 m/s² e 5 N; permite deslocar o corpo Y sobre o tampo horizontal de
d) 3 m/s² e 10 N; uma mesa, como conseqüência da diferença das massas
e) 2 m/s² e 10 N. dos corpos X e Z. Nesse esquema, considere
desprezíveis as massas dos fios e das polias, bem como
08 (ITA-SP) Na figura, temos um bloco de massa igual a as forças passivas nas polias e nos corpos X e Z.
10 kg sobre uma mesa que apresenta coeficientes de Sendo g = 10,0 m/s² e sabendo-se que, durante o
atrito estático de 0,30 e cinético de 0,25. Aplica-se ao movimento, o corpo Y tem uma aceleração igual a
bloco uma força F de intensidade 20 N. A aceleração da 1,6 m/s², o coeficiente de atrito entre Y e o tampo da
gravidade local tem módulo g = 10 m/s². mesa é igual a:

A intensidade da força de atrito entre o bloco e a mesa e


a aceleração do bloco, se F tivesse a intensidade de
35 N, valem, respectivamente:

a) 10 N e 0,5 m/s²; a) 0,50 b) 0,40 c) 0,30


b) 10 N e 1 m/s²; d) 0,20 e) 0,10

(UFCE) Os blocos 1, 2 e 3 estão ligados entre si por


uma corda de massa desprezível quando comparada à
massa dos blocos, e há atrito entre a mesa e o s blocos. 2
1
Sejam m1 = 10 kg, m2 = 20 kg e m3 = 0,2.
A massa e a inércia da polia são desprezadas e, nessa
situação, o bloco 3 desce com aceleração igual à metade
da gravidade. Considerando g = 10 m/s², a massa do
bloco 3, em kg, vale:
a) 12 b) 24 c) 36 d) 42 e) 50 3

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Potência
Trabalho - Energia Mecânica e P otência
Física

As palavras Trabalho
rabalho, Potência e Energia são termos que, além de possuir um significado específico para a
ciência, possuem também outros sentidos na linguagem "não científica". Certamente você já ouviu estas frases:
- O trabalho dignifica o Homem.
- Os Estados Unidos são uma potência econômica.
- Essa menina tem muita energia, ela não cansa nunca!
- Os alimentos são fontes de energia e saúde!
- O pai usou de energia ao repreender o filho!

Nestes casos, o Trabalho pode ser considerado como uma forma de enobrecer o Homem, Potência como
destaque no cenário econômico e a Energia foi utilizada como sinônimo de disposição, vigor e firmeza.

Em outros momentos, essas palavras aparecerão em frases como:

- O trabalho realizado sobre o corpo causou um deslocamento.


- A potência deste motor é grande.
- Com a falta de chuvas, é preciso economizar energia.
- A Energia Cinética está relacionada com o movimento do corpo.
- O Sol é a principal fonte de energia para o planeta Terra.

O significado das palavras assume agora uma linguagem mais científica.


Nosso objetivo agora é explorar os conhecimentos já adquiridos sobre estas grandezas físicas e defini-las corretamente.

Definir Energia sempre foi um grande desafio para os Mas toda a Energia necessária para realizar tarefas ou
físicos. Desde Galileu, passando por Newton, até chegar a produzir movimento é proveniente de algum combustível,
Einstein, muitas foram as definições apresentadas. Ainda como o carvão, a gasolina, o vapor, a fusão ou fissão nuclear
hoje, no campo da Física Teórica, brilhantes cientistas ou a queima de alimentos.
continuam a estudar a Energia, que é sem dúvida um conceito Um dos princípios básicos da Física afirma que "aa
unificador da Física. energia não pode ser criada nem destruída, apenas
Apesar da dificuldade em sua compreensão, a energia transformada de uma forma em outra ou
é bastante perceptível. transferida de um corpo para outro
outro." Este princípio é
Geralmente podemos dizer que a energia está chamado de Princípio da Conservação da Energia Energia.
relacionada à capacidade de produzir movimento É muito comum em nosso cotidiano observarmos as
ou realizar alguma tarefa, isto é, capacidade de transformações de energia, por exemplo:
realizar um trabalho
trabalho. – Em um carro, a energia química do combustível (gasolina,
Quando atiramos um objeto, levantamos um corpo, álcool ou diesel) é transformada em energia do
subimos uma escada, movimentamos um automóvel ou movimento, também chamada de energia cinética.
chutamos uma bola em um jogo de futebol, observamos a Energia química ⇒ Energia cinética
cinética.
manifestação da Energia, que pode se manifestar sob
diversas modalidades:

Energia Elétrica;
Energia Química;
Energia Térmica;
Energia Solar;
Energia Nuclear;
Energia Eólica; – Em uma usina hidrelétrica, a energia mecânica da água é
Energia Mecânica transformada em energia elétrica. Energia mecânica
⇒ Energia elétrica
elétrica.

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Trabalho - Energia Mecânica e Potência

Física
– Em uma usina termelétrica ou nuclear, a energia térmica
da queima de um combustível como o gás, carvão, a
lenha ou proveniente de reações nucleares são
transformadas em energia elétrica, Energia térmica
ou nuclear ⇒ Energia elétrica
elétrica.
Energia luminosa
Energia térmica
Energia elétrica Energia sonora
Energia mecânica
Energia eólica

Neste módulo, falaremos especificamente sobre a


Energia Mecânica e suas manifestações, que estão
diretamente relacionadas com o movimento e com a
deformação.
Antes, porém, veremos o conceito de Trabalho de
uma força, que está relacionado com a Energia.

TRABALHO DE UMA FORÇA

Um corpo só realizará um movimento, em relação a


um referencial, se possuir energia para isso. Quando você,
mediante a aplicação de uma força, empurra um objeto que
se encontra inicialmente em repouso, utiliza parte de sua
energia, obtida a partir da queima dos alimentos que ingeriu.

– A energia elétrica produzida nas usinas, em nossa casa


pode ser transformada em luminosa nas lâmpadas, térmica
no chuveiro ou no ferro de passar, sonora no aparelho O ato de puxar, erguer ou empurrar um objeto implica
de som, mecânica e eólica no ventilador. em uma transferência de energia sua para o objeto.
Agora com energia, o objeto pode entrar em movimento e
pode até, ao colidir com uma mola presa a uma parede
rígida, aplicar uma força sobre ela, comprimindo a mola e
transferindo a energia que recebeu de você para ela.
2

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Trabalho - Energia Mecânica e Potência
Quando o objeto parar, é porque transferiu toda sua energia Matematicamente:
Física

para a mola, que agora ao se expandir pode novamente


dotar o corpo de energia, para que se movimente Trabalho = força x deslocamento
novamente. Acompanhe a ilustração da situação proposta.
τ = F . ∆S

Obs. A unidade do Trabalho no Sistema Internacional


(newton . metro) recebe o nome de joule (J), em
homenagem ao físico inglês James Prescott Joule.

No S.I.

1 joule = 1 newton x 1 metro


ou 1 J = 1 N.m

Significa dizer que 1 J é o trabalho desenvolvido por


uma força de 1 N, em um deslocamento de 1 m.
Agora que sabemos que o Trabalho de uma força (τ)
é a medida da energia transferida ou transformada através
de uma força, podemos voltar a falar sobre a Energia
Mecânica, que é dividida em:
⇒ Energia PPotencial
otencial Gravitacional
Gravitacional;
⇒ Energia Cinética
Cinética;
⇒ Energia PPotencial
otencial Elástica
Elástica.

ENERGIA POTENCIAL GRAVITACIONAL

É aquela que o sistema possui em virtude da posição


No exemplo citado, você percebe a energia sendo ocupada em relação a um certo nível de referência. É uma
transferida de um corpo para outro, mediante a aplicação forma de energia armazenada pelo sistema corpo-Terra e
de forças. Surge o conceito de trabalho de uma força. pronta para ser transformada em outra modalidade, em
geral, ligada ao movimento.
Definição
A energia potencial gravitacional (Epg) adquirida por
Trabalho de uma força (τ) é a medida da energia um corpo corresponde ao trabalho da força peso no
transferida ou transformada através de uma força. deslocamento desde uma posição inicial, até um nível de
referência.
O trabalho realizado por uma força (τ), pode ser
obtido mediante o conhecimento da força aplicada e do
Epg = P.h = m.g.h
deslocamento do corpo, produzido por essa força.
Observe a ilustração:
onde:
m = massa (kg)
g = aceleração da
gravidade (m/s²)
h = desnível vertical entre
dois níveis - altura em
∆s
Figura 01: Corpo sofrendo um deslocamento de A até B, devido a relação ao solo (m)
ação de uma força F Epg = Energia Potencial
Gravitacional ( J )

Figura 02: Corpo sendo


levado por uma força constante até
uma altura h, em relação ao solo.

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Trabalho - Energia Mecânica e Potência
Exemplo: O sistema constituído pelo bate-estacas e significa dizer que, dobrando-se a massa, a Energia Cinética

Física
pela Terra armazena energia potencial gravitacional. também duplica mas dobrando-se apenas a velocidade, a
Energia Cinética ficará quatro vezes maior.

ENERGIA POTENCIAL ELÁSTICA

A Energia Potencial Elástica (Epe) é uma forma de


Energia Mecânica, armazenada nos sistemas que sofreram
deformações elásticas.
É uma forma latente de energia, que pode se
transformar em Energia Cinética. Antes do cálculo da Energia
Potencial Elástica, é necessário analisarmos a atuação de
uma força F sobre uma mola.
Imagine uma mola em equilíbrio, tendo uma de suas
extremidades presa a uma parede vertical. Se você aplicar
na mola uma força F , observará uma deformação x ;
dobrando a intensidade da força, a deformação passará a
ser 2.x
2.x; e assim sucessivamente. Esta proporcionalidade
ocorre dentro dos limites elásticos da mola.

ENERGIA CINÉTICA

Considere um corpo de massa m , inicialmente em


repouso em um ponto A, sobre uma superfície horizontal
e sem atrito. A partir de determinado instante, uma força
resultante F, horizontal e constante, passa a atuar sobre o
corpo.

Figura 03: Corpo de massa m, em repouso, recebendo a aplicação


d e u m a f o r ç a h o r i z o n t a l FF..

Após um intervalo de tempo, ao passar por um ponto


B , o corpo tem uma velocidade v e terá sofrido um
deslocamento ∆S.
Figura 05: Mola recebendo a ação de uma força e sofrendo uma
deformação proporcional.

Concluímos que, dentro do regime elástico


suportável, a força aplicada e a deformação obtida
A Energia Cinética adquirida pelo corpo, ao atingir o são grandezas diretamente proporcionais
proporcionais. Sendo
ponto B, é a medida do trabalho realizado pela força F e assim, podemos escrever em símbolos:
pode ser obtida por:
F = K.x
Ec = m. v²
2 Esta expressão é conhecida como Lei de Hooke
Hooke,
pois foi o físico inglês Robert Hooke (1635 - 1703) quem
Observação a propôs em 1678 quando escreveu um artigo sobre a
elasticidade dos corpos.
Concluímos observando a expressão, que a Energia
Cinética é diretamente proporcional à massa do corpo mas
é proporcional ao quadrado da velocidade, o que na prática
4

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Trabalho - Energia Mecânica e Potência
A constante de proporcionalidade K é denominada Caso o sistema seja considerado indeformável, ele
Física

constante elástica da mola. Seu valor depende do material e não poderá acumular energia potencial elástica e sua Energia
das características da mola. Mecânica Total se restringe à soma da Energia Potencial
Exemplo: Se uma mola possui K = 100 N/m N/m, Gravitacional com a Cinética:
significa afirmar que é necessário uma força de intensidade
100 N para que a deformação da mola seja igual a 1 m. Em = Ec + Epg
A representação gráfica entre a força aplicada e a
deformação é dada a seguir: Estudaremos apenas os chamados Sistemas
Mecânicos Conservativos em que uma das
modalidades da energia mecânica de um sistema
pode apenas mudar para outra modalidade de
energia mecânica
mecânica. Desprezaremos as possíveis
dissipações que geralmente possam ocorrer , devido à ação
de forças resistentes, como as forças de atrito ou a resistência
do ar.

POTÊNCIA

Em alguns problemas técnicos, é fundamental


considerar a rapidez da realização de determinado trabalho.
Figura 06: Gráfico da força aplicada em uma mola pela deformação
sofrida. Uma máquina será tanto mais eficiente quanto menor o
tempo de realização do trabalho de sua força. A máquina
Observe que um aumento gradativo na intensidade que realiza o mesmo trabalho mais rapidamente que outra
da força aplicada possibilita um aumento da deformação. O é chamada de mais potente.
trabalho da força aplicada é justamente a medida da energia Em um certo intervalo de tempo ∆t, se o trabalho
transferida à mola. Esta energia fica armazenada na mola realizado é τ, podemos definir potência média como sendo
sob a forma de energia potencial elástica. a razão:

A área representa o trabalho, logo: Pot = τ


∆t
τ = F. x
2 No Sistema Internacional de unidades, o trabalho é
expresso em J e o intervalo de tempo em s, logo:
mas como F = K .x
No S.I.:
τ = K.x.x = Epe
2 J = watt = W
s
Epe = K.x²
2 Homenagem feita a James Watt, inventor e
engenheiro escocês, que teve papel muito importante no
Esta expressão permite o cálculo da Energia Mecânica desenvolvimento da máquina a vapor.
Potencial Elástica de uma mola. É muito comum o uso de outras duas unidades de
potência:
CONSERVAÇÃO DA ENERGIA MECÂNICA Cavalo-vapor - CV 1 CV = 735 W

As energias Cinética e as Potenciais gravitacional e O cavalo vapor é francês e é definido como sendo a
elástica formam a totalidade da energia mecânica de um potência necessária para erguer uma massa de 75 kg, em
sistema físico e podemos esquematicamente escrever: um local onde a aceleração da gravidade é igual a 9,8 m/s²,
por uma altura de 1 m em um tempo de 1 s.
O CV é uma unidade muito utilizada nos carros para
Em = Ec + Epg + Epe expressar a potência do motor. Quando dizemos que um
carro é mais potente que outro, ele é capaz de realizar, com
um mesmo trabalho, por exemplo, um deslocamento de
1km em um tempo menor.
5

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Trabalho - Energia Mecânica e Potência
1

Física
Horse-power - HP 1 HP = 746 W

É a medida de potência no sistema britânico de


unidades. James Watt estabeleceu o seu valor ao comparar
potências desenvolvidas por um cavalo e por uma máquina
a vapor.

Esta unidade é muito utilizada nos motores elétricos,


máquinas de cortar grama e motores náuticos - de popa -,
utilizados em barcos e nos carros importados.

São muitos os esportes em que o conhecimento


das Energias envolvidas torna-se de extrema importância
para melhorar o rendimento. No arco e flecha, os atletas,
quando preparam um lançamento, devem lembrar da
Energia Elástica e da Cinética. No atletismo, o atleta do
salto em distância, salto triplo ou do salto com vara,
novamente precisa conhecer um pouco sobre a Física.
Porém, é na Ginástica Olímpica que as Leis da Física
parecem ser desafiadas a todo instante. No salto sobre o
cavalo, nas barras assimétricas, na trave ou no solo, o que
se observa nas apresentações é algo incrível e de uma
beleza extraordinária. O maior exemplo disso foi a inédita
medalha de ouro, ganha pela brasileira Daiane dos Santos
em agosto de 2003, no Campeonato Mundial de Ginástica,
realizado na Califórnia, um movimento nunca antes
executado fez a grande diferença nas avaliações dos juizes.

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Trabalho - Energia Mecânica e Potência
Física

0 1 Uma máquina exerce uma força de 30 N sobre uma Solução:


partícula P, efetuando um deslocamento de 10 m em 10 m = 2 kg
s. Neste caso, determine: h = 4 . 2,5 = 10 m
g = 10 m/s²
a) o trabalho da força F. Epg = m.g.h = 2.10.10 = 200 J
b) a potência útil da máquina.
0 3 Uma bola de 200 g é chutada por um jogador e sai com
Solução uma velocidade de 10 m/s. Calcule a Energia Cinética da
F = 30 N bola assim que é chutada.
∆S = 10 m
∆t = 10 s Solução:
a) τ = F . ∆S = 30.10 = 300 J m = 200 g = 0,2 kg
v = 10 m/s²
b) PotÚTIL = τ = 300 = 30W Ec = m.v²/2 = 0,2.10²/2 = 20/2 = 10 J
∆t 10

0 2 Um tijolo, de massa igual a 2 kg, é levado por um operário


até o 4º andar de um edifício em construção. Sabendo
que cada andar possui 2,5 m e considerando g = 10 m/
s², determine a energia Potencial Gravitacional do sistema
tijolo-Terra.

1-
0 1 Analise as afirmativas abaixo sobre o Trabalho de uma 0 4 Um pequeno revólver de brinquedo que usa uma mola
Força e assinale V se for verdadeira e F se for falsa. para atirar pequenas esferas de plástico, ao ser armado,
tem sua mola comprimida 10 cm.
a) ( ) No cálculo do trabalho, as grandezas força e
deslocamento são fundamentais.
b) ( ) No Sistema Internacional de Unidades, o trabalho
é expresso em joules.
c) ( ) Trabalho de uma força (τ) é a medida da energia
transferida ou transformada através de uma força.
d) ( ) Se uma força realiza um trabalho de 20 J, atuando
sobre um corpo na mesma direção e sentido do seu
deslocamento que foi de 5 m, o valor desta força é de
4 N. Sabendo que a constante elástica da mola utilizada é igual
e) ( ) 1 J é o trabalho desenvolvido por uma força de 1 N, a 200 N/m, determine:
em um deslocamento de 2m.
a) a força elástica necessária para armar o revólver.
0 2 Uma bola de ferro de massa igual a 5 kg é abandonada de b) a Energia Potencial Elástica da mola após ser armada.
uma altura igual a 20 m em relação ao solo. Considerando
g = 10 m/s², determine a Energia Potencial Gravitacional
0 5 Uma pedra, de massa 2 kg, foi arremessada do solo
da bola: verticalmente para cima, com velocidade inicial de
30 m/s. Desprezando os efeitos da resistência do ar,
a) antes de ser solta. considerando o sistema conservativo e adotando
b) quando estiver a 5 m do solo. g = 10 m/s², determine :
c) quando estiver atingindo o solo.
a) a energia cinética e a potencial no instante do lançamento.
0 3 Um carro de massa igual a 800 kg está mantendo a b) a energia cinética e potencial no ponto de altura máxima.
velocidade constante e igual a 36 km/h. Determine a c) a altura máxima atingida pela pedra.
Energia Cinética do carro para esta velocidade. O que
acontecerá quando dobrarmos o valor da velocidade?
7

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Trabalho - Energia Mecânica e Potência
0 6 Nos parques aquáticos, brincar nos escorregadores mais 0 7 A figura mostra um trecho de uma montanha-russa. Um

Física
radicais é para quem tem muita coragem e um pouco de carrinho, de massa total 300 kg, inicia a descida, partindo
disposição para subir tantas escadas. do repouso do ponto A . Considerando o sistema
Se uma criança brinca em um escorregador de 20 m de conservativo e adotando g = 10 m/s², determine:
altura e sai, a partir do repouso, do ponto mais alto.
Determine a velocidade com que chegará no ponto mais a) a Energia Mecânica nos pontos A, B e C.
baixo, que é tomado como ponto de referência, b) a velocidade ao passar pelo ponto C.
considerando o sistema conservativo e desprezando as
forças de atrito. Adote g = 10 m/s².

0 1 (PUC-SP) Num bate-estaca, um bloco de ferro, de massa II. a turbina, que adquire uma energia cinética de rotação, é
superior a 500 kg, cai de uma certa altura sobre a estaca, acoplada mecanicamente ao gerador para produção de
atingindo o repouso logo após a queda. São desprezadas energia elétrica.
as dissipações de energia nas engrenagens do motor. A III. a água, depois de passar pela turbina, é pré-aquecida no
respeito da situação descrita, são feitas as seguintes condensador e bombeada de volta ao reator.
afirmações:
Dentre as afirmações acima, somente está(ão) correta(s):
I) houve transformação de energia potencial gravitacional a) I;
do bloco de ferro em energia cinética, que será máxima b) II;
no instante imediatamente anterior ao choque com a c) III;
estaca. d) I e II;
II) como o bloco parou após o choque com a estaca, toda e) II e III.
a energia do sistema desapareceu.
III) a potência do motor do bate-estaca será tanto maior
quanto menor for o tempo gasto para erguer o bloco de
ferro até a altura ocupada por ele antes de cair.

É(São) verdadeira(s): 0 3 (FCC-BA) Na tabela a seguir estão indicadas as


velocidades escalares e as massas de dois corpos (A e
a) somente I; B).
b) somente II;
c) somente I e II;
d) somente I e III;
e) todas as afirmações.

Qual é a relação entre as energias cinéticas (EA e EB ) dos


0 2 (ENEM) A energia térmica liberada em processos de
2- dois corpos?
fissão nuclear pode ser utilizada na geração de vapor para
produzir energia mecânica que, por sua vez, será a) EA = EB
convertida em energia elétrica. Abaixo está representado b) EA = 2.EB
um esquema básico de uma usina de energia nuclear. c) EA = EB /2
A partir do esquema são feitas as seguintes afirmações: d) EA = 4.EB
e) EA = EB /4
I. a energia liberada na reação é usada para ferver a água
que, com o vapor a alta pressão, aciona a turbina.

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Trabalho - Energia Mecânica e Potência
0 4 (UFRS) Uma pedra de 4 kg de massa é colocada em um 0 8 (Mackenzie-SP) A esfera M deslocava-se sobre um plano
Física

ponto A, 10 m acima do solo. A pedra é deixada cair horizontal com velocidade constante, quando a partir de
livremente até um ponto B, a 4 m de altura. A é obrigada a deslizar sem atrito pela trajetória ABCDEF,
Quais são, respectivamente, a energia potencial no ponto sem perder o contato com a pista.
A, a energia potencial no ponto B e o trabalho realizado
sobre a pedra pela força peso? (Use g=10 m/s² e
considere o solo como nível zero para energia potencial).

a) 40 J, 16 J e 24 J.
b) 40 J, 16 J e 56 J.
c) 400 J, 160 J e 240 J.
d) 400 J, 160 J e 560 J.
e) 400 J, 240 J e 560 J.

0 5 (UEL-PR) Um corpo de massa 3 kg, inicialmente em


repouso, é puxado sobre uma superfície horizontal sem
atrito por uma força constante, também horizontal, de
intensidade 12 N. Após percorrer 8 m, a velocidade do No ponto C, sua velocidade tem módulo 6,0 m/s. Adote
corpo, em m/s, vale: g = 10 m/s². Sua velocidade v0 era, portanto:

a) 10 b) 8 c) 5 a) 12,0 m/s b) 9,0 m/s c) 6,0 m/s


d) 4 e) 3 d) 4,0 m/s e) zero

0 6 (UNEB-BA) Um corpo de 4 kg de massa é solto de uma 0 9 (UEBA) A figura mostra uma montanha russa numa região
altura de 20 m. Em três posições, A, B e C, deseja-se onde g = 10 m/s². Um carrinho abandonado em
relacionar as energias cinética, potencial, com nível 0 no repouso em A, chega em B com velocidade 2 m/s.
solo, e mecânica do corpo, desprezando a resistência do
ar.

Os valores de X, Y, Z e W são respectivamente:

a) 0, 500, 600 e 1200;


b) 0, 600, 800 e 1400;
c) 800, 200, 300 e 900;
d) 800, 300, 200 e 800; Desprezando as resistências passivas, a altura hB do ponto
e) 800, 400, 200 e 1000. B:

0 7 (PUC-MG) Um corpo de massa M é lançado a) vale 4,8 m;


verticalmente para cima, a partir do solo, em um local de b) não pode ser calculada, pois não é dada a massa do
aceleração gravitacional constante. Desprezando a carrinho;
resistência do ar e supondo o referencial de posições no c) vale 5,0 m;
solo, a energia cinética no ponto médio da trajetória d) é igual a 4,6 m;
ascendente é: e) é igual a 4,0 m.

a) igual à energia mecânica inicial;


b) metade da energia mecânica total;
c) menor do que a energia potencial nesse ponto;
d) igual à energia potencial no ponto de altura máxima;
e) menor do que a energia cinética no ponto médio da
trajetória descendente.
9

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Trabalho - Energia Mecânica e Potência

Física
(Unifor-CE) Numa pista cujo perfil está representado a) 2,0.10³
abaixo, um móvel de 2 kg de massa se desloca sem b) 2,0.10²
atrito. A velocidade com que o corpo passa pelo ponto c) 40
A é de 10 m/s. Despreze o trabalho de forças não d) 20
conservativas e adote g = 10 m/s². e) 4,0

Sabendo que a mola colocada no plano superior


apresenta deformação máxima de 0,20 m, quando
atingida pelo corpo, sua constante elástica vale, em
N/m:

A
4,0 m

1,0 m

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10

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Estática
Física

É muito comum pendurarmos quadros nas paredes e colocarmos lustres no teto, que ficam pendurados por fios ou
correntes. Quando o quadro não fica no lugar correto, tiramos o prego colocado com o auxílio de um martelo, instrumento
que é sempre muito útil, e o colocamos em outro local. Também é muito importante saber manusear a chave de rodas
para retirar os parafusos da roda de um carro quando ocorre algum problema com o pneu. A chave inglesa, que os
encanadores utilizam durante seu trabalho, é uma ferramenta importante quando temos algum problema com os canos
em nossa residência.
Você deve estar perguntando: o que tudo isso tem a ver com a Física? A resposta é simples: TUDO! Todos os
exemplos abordados serão agora estudados, na parte da Mecânica chamada Estática..

O objetivo da Estática (palavra de origem grega que Momento de uma Força


significa imóvel) é estudar as condições de equilíbrio da
partícula e do corpo extenso. Por ser mais comum em
nosso cotidiano, iremos analisar apenas o equilíbrio do
corpo extenso, que possui dimensões e que influenciam
no estudo, não podendo ser desprezadas.

Convém lembrar que equilíbrio não é sinônimo de


imobilidade. Veremos que as condições de equilíbrio para
um corpo estendem-se também para algumas situações de
movimento, como o movimento retilíneo uniforme.

Antes, porém, de estudarmos o equilíbrio do corpo


extenso, é necessário conhecermos dois conceitos
fundamentais: momento de uma força e binário ou par
conjugado.

A presença de uma força é revelada através dos efeitos


causados por ela. Sempre que uma pessoa abre uma porta
ou um portão, um mecânico utiliza uma chave de bola para
apertar ou retirar um parafuso, um motorista tira os
parafusos do pneu furado utilizando uma chave de rodas e
um marceneiro retira um prego preso a uma tábua com um
martelo; as forças aplicadas vão gradativamente fazendo o
1

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Estática
corpo girar em torno de um ponto fixo. Esta idéia é depende do sentido de movimento do corpo. Por

Física
fundamental para o entendimento do momento de uma convenção, quando gira no sentido horário é negativo e
força. quando gira no amti-horário é positivo.
4- Aumentando o braço da força, mantendo a mesma força,
Definição o momento aumenta.
Momento de uma força, em
relação a um ponto, é a tendência É por esse motivo que, ao fecharmos uma porta,
causada pela força em fazer o geralmente empurramos próximo à maçaneta e não
corpo girar em torno do ponto. próximo às dobradiças, onde uma força maior deveria ser
aplicada.
Podemos ilustrar como ocorre esta tendência de
rotação ao aplicarmos uma força sobre um quadro fixo em
apenas um ponto na parede.

F i g u r a 0 1 : FFo
o r ç a s e n d o a p l i c a d a s o b r e u m q u a d r o , f a z e n d o - o g i r a rr..

Matematicamente, podemos determinar a intensidade Figura 03: O momento de uma força depende da posição onde a força é aplicada.
do momento da força F em relação ao ponto P, como
→ É também por esse motivo que, quando não
sendo o produto da intensidade F da força pela distância d
do ponto à linha de ação da força. conseguimos retirar o parafuso da roda usando uma chave
de rodas comum, aumentamos o braço da chave de roda,
→ adaptando um cano e conseguimos retirar o parafuso.
MF(P) = ± F . d

Onde: d = distância do ponto P à linha de ação da


força (m)
F = Intensidade da força aplicada no
corpo (N)
MF(P) = intensidade do momento da força F
em relação ao ponto P (N.m).

d
Figura 04: Com um cano como extensão, o momento da força aumenta.

BINÁRIO OU PAR CONJUGADO


P É o sistema constituído de duas forças de mesma
intensidade, mesma direção, sentidos opostos e
F
aplicados em pontos distintos de um corpo.

Observações

1- O ponto P é chamado de pólo.


2- A distância d é chamada de braço da força.
3- A intensidade do momento pode ser positiva ou negativa,

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Estática
EQUILÍBRIO DO CORPO EXTENSO
Física

Para garantir o equilíbrio do corpo extenso, devemos


impor duas condições de equilíbrio: uma para evitar a
translação do corpo e outra para evitar sua rotação.

Condições para que um corpo extenso esteja


em equilíbrio:

1- A resultante do sistema de forças deve ser nula:


→ → → → →
FR = F1 + F2 + F3 ... + Fn = 0
EQUILÍBRIO DE TRANSLAÇÃO

2- A soma algébrica dos momentos das forças do sistema


deve ser nula em relação a qualquer ponto:

Figura 05: Exemplos de binário ou par conjugado.


MR = M 1 + M 2 + M 3 ... + M n = 0
EQUILÍBRIO DE ROTAÇÃO
ROTAÇÃO
Esquematicamente, temos:
Observação

F 1- Se apenas a 1ª condição for satisfeita, dizemos que está
apenas em equilíbrio de translação.
D 2- Se apenas a 2ª condição for satisfeita, dizemos que está
apenas em equilíbrio de rotação.
3- O corpo extenso somente estará em equilíbrio quando
as duas condições forem satisfeitas.

F
Muitas vezes, o corpo extenso é apoiado em um ou
Figura 06: Binário ou par conjugado.
mais de seus pontos. É fundamental para qualquer análise
Matematicamente, podemos escrever: representar a força exercida pelo apoio sobre o corpo no
ponto de contato entre o corpo e o apoio. Acompanhe as
figuras.
Mbinário = ± F . D

Onde: D = braço do binário (m)


F = Intensidade de uma das forças
aplicadas (N)
Mbinário = Momento do binário (N.m)
Figura 07: Corpo extenso apoiado em um ou dois pontos.
Observação
1- A resultante de um binário é nula. Significa dizer que cada ponto de contato exerce uma
2- Um binário não provoca translação do corpo, mas apenas força sobre o corpo rígido.
sua rotação. Colocado isto, podemos resolver um grande
3- O binário obedece a mesma convenção de sinais do problema da infância. Como podem duas crianças de massas
momento de uma força. diferentes brincarem de gangorra? Ou um pai brincar com
seu filho na gangorra? Vamos nos exercícios resolvidos
explicar como isso é possível.

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Estática

Física
ALAVANCAS: Alavanca Inter-resistente
Inter-resistente: A Força Resistente
está situada entre o ponto de apoio e a Força Potente.
As alavancas podem girar em torno de um ponto de Como exemplo desse tipo de alavanca, podemos citar o
apoio, ficando sujeitas a uma força potente
potente, aplicada em quebra-nozes e o carrinho de mão.
um de seus pontos, que tem como objetivo deslocar uma
força resistente
resistente. Conforme a posição do ponto de
apoio, as alavancas podem ser divididas em três tipos:
interfixa, inter-resistente e interpotente.

O benefício que as alavancas nos trazem não são


descobertas recentes. O grego Arquimedes, que viveu na
cidade de Siracusa, uma colônia grega situada na Sicília,
entusiasmou-se tanto com a alavanca, que formulou a
famosa frase:
"Se me derem uma alavanca e um ponto de
apoio, deslocarei o mundo".

Alavanca Interpotente
Interpotente: A Força Potente está
situada entre o ponto de apoio e a Força Resistente. São
exemplos a pinça, o pegador de gelo e a pá usada na
construção civil.

Exageros à parte, Arquimedes verificou que, com o


auxílio de uma barra rígida e um ponto de apoio, é possível
ao homem erguer ou equilibrar uma carga muito grande.
Concluiu que, quanto maior for a distância do operador
ao ponto de apoio da barra, menor será a intensidade da
força que ele deverá aplicar.

Alavanca Interfixa
Interfixa: O ponto de apoio está situado
entre a Força Potente e a Força Resistente. São alavancas
interfixas a tesoura, o alicate, a balança de pesos e a alavanca
de Arquimedes.

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Estática
Física

01 Se na figura abaixo, a força F for igual a 2 N e a distância Solução:


d for de 0,5 m, calcule o momento gerado pela força 1ª Condição: FR = F1 + F2 + F3 =10 + 4 - 14 = 0
quando: EQUILÍBRIO DE TRANSLAÇÃO

Em relação ao ponto O:
2ª Condição: MR(O) = M1 + M2 + M3 = + 10 . 4 -
4 . 3 - 14 . 2 = 40 - 28 - 12 = 0 EQUILÍBRIO DE
ROTAÇÃO

Como as duas condições foram satisfeitas, o corpo


a) a força faz o objeto girar no sentido horário. extenso está em equilíbrio.
b) a força faz o objeto girar no sentido anti-horário.

Solução: 03 Um pai de massa 100 kg, quer brincar com seu filho de
massa 40 kg em uma prancha de 7 m que serve como
a) MF(P) = - F . d gangorra, sendo apoiada em apenas um único ponto.
MF(P) = -2 . 0,5 = - 1 N.m Determine a distância x para que isso seja possível.

b) MF(P) = + F . d
MF(P) = + 2 . 0,5 = + 1 N.m

02 Um corpo extenso e rígido sofre a ação de três forças


conforme a ilustração. Verificar se encontra-se em
equilíbrio:

Solução:
É fácil imaginar que se colocarmos o ponto de apoio
mais próximo do pai iremos obter o equilíbrio. O
problema é: qual a distância exata?
Se conseguir obter equilíbrio, a distância x pode ser
calculada pela 2ª condição do equilíbrio do corpo extenso,
pegando exatamente o apoio como ponto de referência:
MR=M1+M2 = 1000.x - 400 (7-x)=0
1000 . x - 2800 + 400 . x = 0
1400 . x = 2800
x = 2m

01 Sobre a grandeza física Momento de uma Força, em e) ( ) Ao dobrarmos o braço da força, o momento
relação a um ponto P, analise as afirmativas assinalando V quadruplica.
se forem verdadeiras ou F se forem falsas.
02 As chaves de roda são utilizadas quando se deseja trocar
a) ( ) O ponto P é chamado de pólo. um pneu furado de um carro. Em muitos casos, o
b) ( ) A distância d é chamada de braço da força. motorista tem dificuldades para retirar os parafusos por
c) ( ) A intensidade do momento pode ser positiva ou estarem muito apertados. Alguns chegam a subir na chave
negativa. fazendo tentativas desesperadoras e esquecem que um
d) ( ) Aumentando o braço da força, mantendo a mesma conhecimento básico da Física pode ajudar a resolver o
força, o momento aumenta. problema.

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Estática

Física
fig.a fig.b

Imagine que na "figura.a", a força necessária para girar o


parafuso seja 100 N e a distância 30 cm. Se na "figura.b",
aumentarmos esta distância para 120 cm, qual será o
valor da força necessária para fazer o mesmo parafuso
girar?

03 Uma chave de boca correta é utilizada com a intenção de Determine o momento do binário, em unidades do SI,
retirar um parafuso. Uma força F de 100 N é aplicada no sabendo que a força F = 5 N e que o braço do binário é
ponto A, como mostra a figura. igual a 7 cm.

→ 06 Uma barra homogênea e horizontal, de peso desprezível,


é submetida a várias de forças que estão no mesmo
plano, conforme a figura abaixo.

Determine o momento mínimo necessário para retirar


o parafuso.

04 Quando abrimos uma porta, aplicamos uma força que a


fará girar em relação a um ponto. Observe a ilustração
abaixo, onde as forças F1 e F2 são iguais a 10 N, a distância Determine a intensidade da força F para que a barra esteja
d1 = 80 cm e d2 = d1/2. em equilíbrio de translação.

07 Duas pessoas transportam uma caixa pesando 500 N


sobre uma tábua de madeira de 5 m de comprimento.

Caso 1 Caso2

Calcule o momento das forças em cada caso, em relação


ao ponto P. Que conclusão podemos obter analisando
as respostas?

05 Ao abrirmos uma torneira comum, aplicamos duas forças


de mesma intensidade em suas extremidades, conforme
ilustra a figura abaixo. Se a tábua é homogênea e pesa 50 N, e a caixa é colocada
a 2 m da extremidade B, determine a força que cada
pessoa exerce.

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Estática
08 A barra AB, da figura a seguir, é homogênea, tem 10 m
Física

de comprimento e pesa 20 N. Ela ainda sofre a ação de


uma força F de intensidade igual a 40 N. Havendo
equilíbrio, que valores assumem as intensidades das
reações dos apoios?

01 (UERJ) Para abrir uma porta, você aplica sobre a maçaneta, 03 (PUC-MG) A figura representa uma régua homogênea
colocada a uma distância d da dobradiça, conforme a com vários furos eqüidistantes entre si, suspensa por um
figura abaixo, uma força de módulo F perpendicular à eixo que passa pelo ponto central O. Colocam-se cinco
porta. Para obter o mesmo efeito, o módulo da força ganchos idênticos, de peso P cada um, nos furos G,H e
que você deve aplicar em uma maçaneta colocada a uma J, na seguinte ordem: 1 em G; 1 em H e 3 em J. Para
distância d/2 da dobradiça dessa mesma porta, é: equilibrar a régua colocando outros cinco ganchos,
idênticos aos já usados, num único furo, qual dos furos
usaremos?

a) A
b) B
c) C
d) D
e) E

04 (Mack-SP) "Quando duas crianças de pesos diferentes


a) F/2 b) F brincam numa gangorra como a da figura a seguir, para se
c) 2F d) 4F obter o equilíbrio com a prancha na horizontal, a criança
→ → → leve deve ficar mais __________ do ponto de apoio
02 (Unifor-CE)
→ →
A figura representa cinco forças F1 , F2 , F3 , do que a criança pesada. Isto é necessário para que se
F4 e F5 , de mesmo módulo, aplicadas no ponto A da tenha o mesmo __________ dos respectivos pesos".
barra AO. Pode-se afirmar que a força que exerce maior Considerando que a prancha seja homogênea e de
momento em relação ao ponto O é: secção transversal constante, as expressões que
preenchem correta e ordenadamente as lacunas
anteriores são:

→ → →
a) F1 b) F2 c) F3
→ →
d) F4 e) F5
a) perto e momento de força.
b) longe e momento de força.
c) perto e valor.
d) longe e valor.
e) longe e impulso.

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Estática
05 (Ufmg) A figura mostra um brinquedo, comum em 01) se os meninos sentarem nas extremidades da prancha,

Física
parques de diversão, que consiste de uma barra que só poderá existir equilíbrio se Carmelita sentar-se em
pode balançar em torno de seu centro. Uma criança, de um determinado ponto da prancha do lado de Juquinha.
peso P1, senta-se na extremidade da barra a uma distância 02) se Carmelita sentar-se junto com Zezinho, bem
X do centro de apoio. Uma segunda criança, de peso próximos da extremidade da prancha, não existirá uma
P2‚ senta-se do lado oposto a uma distância X/2 do posição em que Juquinha consiga equilibrar a gangorra;
centro. 04) se Juquinha sentar-se no lado esquerdo, a 1 m do centro
Para que a barra fique em equilíbrio na horizontal, a relação da gangorra, Zezinho terá que sentar-se no lado direito e
entre os pesos das crianças deve ser a 1,6 m do centro, para a gangorra ficar em equilíbrio;
08) se Juquinha sentar-se na extremidade esquerda ( a 2 m
a) P2 = P1/2. do centro) e Zezinho na extremidade direita, haverá
b) P2 = P1. equilíbrio se Carmelita sentar-se a 1 m à direita do suporte;
c) P2 = 2P1. 16) numa situação de equilíbrio da gangorra, com as três
d) P2 = 4P1. crianças sentadas sobre a prancha, a força normal que o
suporte faz sobre a prancha é de 950 N;
32) com Juquinha e Zezinho sentados nas extremidades da
prancha, a gangorra tocará o chão no lado de Juquinha.
Nesse caso, Zezinho ficará em equilíbrio porque a
normal, que a prancha faz sobre ele, anula seu peso.
06 (Unifor-CE) Na figura abaixo, a força F = 200 N é
aplicada no ponto A da alavanca AB, de peso desprezível, 08 (Fuvest-SP) Duas pessoas carregam um bloco de
mantendo o sistema em equilíbrio. concreto que pesa 900 N, suspenso a uma barra AB de
peso desprezível, de 1,5 m de comprimento, cujas
extremidades apoiam-se nos respectivos ombros.

O valor do peso, colocado na extremidade B, em N, é


de: O bloco está a 0,5 m da extremidade A . A força aplicada
pela extremidade B, ao ombro do carregador, será de:
a) 200 b) 300 c) 500
d) 600 e) 1200 a) 1800 N b) 900 N c) 600 N
d) 450 N e) 300 N
07 (UFGO) Três crianças, Juquinha, Carmelita e Zezinho,
de massas 40, 30 e 25 kg, respectivamente, estão
brincando numa gangorra. A gangorra possui uma prancha 09 (PUC-PR) A barra homogênea e uniforme figurada abaixo
homogênea de 4 m e massa de 20 kg. Considerando tem peso igual a 2000 N e está em equilíbrio sobre dois
que o suporte da gangorra seja centralizado na prancha e apoios. A força de reação no apoio B vale:
que g = 10 m/s², pode-se afirmar que:
a) 2000 N
b) 1000 N
c) 1500 N
d) 1250 N
e) 2250 N

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Estática
Física

(E.F.E. Itajubá-MG) Três crianças brincam em uma Maria Paula


gangorra. Maria e Paula estão sentadas nas extremidades,
5,0m 5,0m
conforme a figura, e suas massas são 40 kg e 30 kg
respectivamente. Onde Júlia, de 20 kg, deve se posicionar
de modo que a gangorra tenha a horizontal com a posição
de equilíbrio?

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Gabarito
INTRODUÇÃO À FÍSICA MOVIMENTO UNIFORMEMENTE VARIADO

Física
Exercícios de Aplicação
Exercícios de Aplicação
01- Vm = 80 km/h
01- a) v0 = 2 m/s e a = 3 m/s²
02- Vm = 50 km/h
b) v = 32 m/s
03- Vm = 30 m/s
c) acelerado.
04- Vm = 18 km/h
02- a) s0 = 4 m
05- ∆t = 500 s
b) v0 = 3 m/s
06- am = 3 m/s²
c) a = 4 m/s²
07- am = - 5m/s² - significa que o módulo da velocidade está
d) s = 18 m
diminuindo no decorrer do tempo.
03- a) a = 3,0 m/s²
b) v = 2 + 3,0.t
Exercícios de Vestibular
c) s = 0 + 2.t + 1,5.t²
01- V F V 02- b 04- a) a = - 2,0 m/s²
03- e 04- c b) t = 10 s
05- d 06- b 05- a) ∆s = 100 m b) t = 10 s
07- d 08- e 06- a) a = 5 m/s² b) v = 0 + 5.t
09- b c) v = 50 m/s
07- a) s0 = 12 m b) t = 2 s
Desafio c) t = 6 s
d) Aceleração negativa, pois a concavidade é para baixo.
Letra c 08- a) t = 4 s b) v = 40 m/s

Questões de Vestibular
MOVIMENTO UNIFORME
01- b 02- e
Exercícios de Fixação
03- a 04- e
01- 05- e 06- a
07- c 08- d
09- d 10- a

Desafio

Letra e
02- a) s0 = 5 m b) v = + 2 m/s
c) s = 45 m d) ∆s = 40 m e) t = 45 s DINÂMICA: FORÇA - 1ª E 2ª LEIS DE
03- a) s0 = 20 m b) v = - 2 m/s c) s = 10 m NEWTON
d) ∆s = - 10 m e) t = 10 s
04- s = 10 + 2.t Exercícios de Aplicação
05- a) s0 = 10 m b) v = 1 m/s c) s = 10 + 1.t
06- ∆s = 180 km 01- a) a = 4 m/s² b) a = 1 m/s²
07- a ) t = 7 s b) sA = sB = 220 m c) a = 5 m/s²
02- O quadrinho refere-se à 1ª Lei de Newton ou Princípio
Questões de Vestibulares da Inércia, segundo a qual os corpos em movimento
tendem a se manter em estado de movimento.
01- a 02- a 03- A força produzida pelo motor do carro deve apenas anular
03- d 04- a as forças de atrito e resistência do ar para manter a
05- b 06- c velocidade constante.
07- a 08- e 04- Sobre o avião atuam várias forças mas a força resultante
deve ser nula pois a velocidade é constante. O avião
Desafio encontra-se em Equilíbrio Dinâmico.
05- a) a = 20 m/s² b) a = 5 m/s²
Letra c c) a = 2 m/s²
06- a = 60 m/s²
07- a = 1m/s²
1

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Gabarito
Questões de Vestibulares 02- a) 1000 J b) 250 J c) 0
Física

03- 40.000 J. Ao duplicarmos a velocidade, a Energia Cinética


01- c 02- d será quatro vezes maior.
03- a 04- c 04- a) F = 20 N b) Epe = 1 J
05- a 06- c 05- a) Ec = 900 J e Epg = 0 J
07- d b) Ec = 0 J e Epg = 900 J
c) h = 45 m
Desafio 06- v = 20 m/s
Letra d 07- a) EmA = EmB = EmC = 30.000 J
b) v = 10 m/s = 36 km/h
DINÂMICA 2 - 3ª LEI DE NEWTON - Questões de Vestibulares
FORÇA PESO E FORÇA DE ATRITO
01- d 02- d
Exercícios de Aplicação 03- c 04- c
05- b 06- d
01- a) V b) V c) F d) V 07- b 08- d
02- a) P = 50 N b) N = 50 N 09- a
03- Remamos para trás para que a reação da água sobre os
remos nos empurre para a frente e vice-versa. Desafio
04- Os gases queimados são impelidos para trás com uma
força (ação); eles reagem (reação), exercendo outra força letra a
de mesma intensidade e direção mas sentido oposto,
que irá impulsionar o foguete para frente. ESTÁTICA
05-
Exercícios de Aplicação

01- VVVVF
02- F = 25 N
03- 30 N.m
04- MF1 = 8 N.m e MF2 = 4 N.m. Quando a distância é
menor, o momento também será, dificultando a abertura
da porta.
06- a) fatEST. = 14,8 N b) fatDIN. = 11,4 N 05- Mb = 0,35 N.m
c) a = 4,5 m/s² 06- F = 14 N
07- a = 2m/s² 07- 225N e 325 N
08- NA = 42 N NB = 18 N.
Questões de Vestibulares
Questões de Vestibular
01- c 02- e
03- c 04- e 01- c
05- e 06- d 02- b
07- e 08- d 03- B
09- a 10- d 04- b
05- c
Desafio 06- d
07- 02 + 04 + 08 = 14
letra d 08- e
09- d
TRABALHO - ENERGIA MECÂNICA E
Desafio
POTÊNCIA
Exercícios de Aplicação Júlia deve ficar a 2,5 m do ponto de apoio, do mesmo
lado de Paula.
01- a) V b) V c) V d) V e) F

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T ermologia
Termologia e Calorimetria
e Calorimetria

Física
Quando falamos que algo está “frio” ou “quente”, pelo simples contato físico de nossas mãos com a substância ou
corpo, temos que pensar em algumas situações: o que é frio para um esquimó? – 10ºC? Para nós, que estamos num país
tropical este valor parece bastante baixo, mas para um esquimó é um dia em que ele não sofrerá com o frio, pois mora em
um lugar onde as temperaturas chegam a – 50ºC, facilmente. Da mesma forma, quando falamos para um morador do
deserto que a temperatura hoje atingirá 35ºC, ele achará que será um dia bastante agradável. A temperatura, o calor e os
processos de transmissão de calor são alguns dos conceitos físicos que iremos estudar e que começaram a ser estudados
mais intensamente quando se iniciou a pesquisa das máquinas térmicas, na Revolução Industrial.

TEMPERATURA Temperatura: é a medida da agitação


térmica média dos átomos ou moléculas de um
Para podermos entender o conceito de temperatura, corpo.
precisamos “mergulhar” no interior da matéria, e imaginar
os átomos e as moléculas se agitando, dentro de um corpo. Existem diversas formas de medirmos a temperatura
Se os átomos ou moléculas estão “organizadinhos” dentro de um corpo, mas para isto usamos um termômetro
do material, eles também estão em constante agitação. graduado em uma certa escala termométrica. Assim,
Segundo Lord Kelvin, estudioso da temperatura, que dedicou criaram-se várias escalas de medida de temperatura. As mais
boa parte de sua vida às pesquisas sobre o calor e a usuais são:
temperatura, só podemos ter átomos ou moléculas - escala Celsius (usada na maioria dos países, inclusive o
completamente parados se tivermos o valor de temperatura Brasil)
chamado de “zero absoluto”. - escala Kelvin (usada no meio científico, em laboratórios
de pesquisa)
ZERO ABSOLUTO: valor de temperatura - escala Fahrenheit (usada nos países de língua inglesa,
mínima em que, átomos ou moléculas estão Estados Unidos e Inglaterra, principalmente)
completamente parados. Este valor é de –273,15ºC. Estas três escalas são conhecidas como escalas
termométricas oficiais.
Percebendo a diferença entre a agitação dos átomos Quando estamos vendo uma corrida de carros na
ou moléculas de corpos com diferentes temperaturas, TV, que está ocorrendo nos Estados Unidos, por exemplo,
chegou-se à conclusão de que ela está relacionada com a e aparece na tela do televisor o valor da temperatura da
agitação térmica destes. pista, este valor está em graus Fahrenheit. Como podemos
fazer para obter este valor na escala Celsius?

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Termologia e Calorimetria
Existem formas de convertermos os valores de uma CALOR
Física

escala em outra. Basta conhecermos os chamados pontos


fixos de cada escala, que são: a temperatura de fusão do Um conceito que muitas vezes cometemos erro ao
gelo (ponto do gelo) e de ebulição da água (ponto do nos referirmos a ele é o conceito de calor. Quando falamos
vapor), ambos sob pressão normal. que está calor, porque a temperatura está alta, temos que
Observe a relação entre as escalas citadas: lembrar que para o pessoal que vive nas regiões desérticas
este valor pode ser um refresco!

Com base nestas observações, percebemos que só


tem sentido falarmos em calor se tivermos um outro corpo
como referência, para sentir essa energia do corpo. Não
podemos olhar para um corpo e dizer que ele está quente
ou frio. Precisamos tocá-lo. Desta forma, só tem sentido
falarmos em calor quando há transferência de energia
de um corpo para outro.

Figura 01: Escalas termométricas oficiais e pontos fixos na escala


Celsius.
Calor: é uma forma de energia, em trânsito, que
se transfere de um corpo para outro, em virtude da
diferença de temperatura entre eles.
Assim, temos a relação entre as escalas:
Assim sendo, se dois corpos de mesma temperatura
forem postos em contato não há transferência de calor
entre eles, pois os dois estão em equilíbrio térmico.
Para falarmos em calor, então, devemos levar em
conta os seguintes aspectos que podem causar essa variação:
ou , simplificando: a variação de temperatura, a massa do corpo e o tipo de
material do qual o corpo é feito, pois um corpo pode doar
ou receber calor mais facilmente que outro. A água precisa
de mais calor para se aquecer do que um pedaço de ferro,
por exemplo. Esta característica é chamada de calor
Desta forma podemos facilmente converter uma específico do corpo.
temperatura de uma escala para outra escala.
O calor pode ser medido em calorias (cal), ou em
Joules (J).
A relação entre elas é: 1 cal = 4,186J
Temos também: 1 kcal = 1000 cal
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Termologia e Calorimetria
Resumindo:

Física
O calor é diferente de temperatura.
Temperatura mede a agitação das moléculas ou átomos
e o calor a energia que se transfere de um corpo para
outro, devido à diferença de temperatura entre eles.

PROPAGAÇÃO DE CALOR

Quando chegamos perto de uma fogueira sentimos


calor, mesmo sem encostar no fogo. Se colocarmos cera
numa extremidade de uma barra metálica e aquecermos a
outra ponta dessa barra, a cera derrete. Se colocarmos o
congelador de uma geladeira na parte de baixo dela, esta
geladeira não irá manter os produtos dentro dela resfriados.
Qual é a explicação destes fenômenos físicos? Figura 03 : Propagação do calor por convecção térmica.
A explicação está nos processos de transmissão de
Exemplos:
calor, que podem ocorrer de 3 formas diferentes:
Quando a água está em ebulição, a água do fundo do
recipiente, mais quente e menos densa, sobe e a água da
- condução: os átomos ou moléculas ficam nos lugares,
parte superior, mais fria e densa, desce.
mas transferem a energia de umas para as outras, através
O ar condicionado fica em cima para o ar frio descer
do material que constitui o corpo. É o processo
e o quente subir.
característico dos sólidos.
O refrigerador da geladeira fica em cima para o ar frio
descer, e o quente subir.

Resumindo:

Maior temperatura, menor densidade, sobe.


Menor temperatura, maior densidade, desce.

– Irradiação: O processo ocorre pela emissão de um


tipo especial de ondas, chamadas ondas de infravermelho,
de um corpo. As ondas de infravermelho, representam
uma forma das ondas eletromagnéticas, emitidas por
Figura 02 : Propagação do calor por condução térmica.
corpos radiantes, como o sol, por exemplo. Este
processo de transmissão do calor, não necessita de um
Exemplo:
meio material, sendo portanto o único processo que
Se aquecermos um pedaço de metal com cera na
pode ocorrer no vácuo.
outra extremidade, a cera irá derreter após algum tempo,
pois o calor passa de uma extremidade a outra sem que as
Exemplos:
moléculas da barra se movimentem. Ocorre apenas a
O calor que vem do Sol para a Terra se propaga no
agitação dessas moléculas e a passagem de energia de uma
vácuo.
para a outra. Este é o processo por condução.
O calor de uma fogueira chega até nós pela irradiação,
Obs.:
pois mesmo que estivéssemos no vácuo, sentiríamos calor.
– Metais são bons condutores térmicos (se agitam mais
rápido)
– Vidro, madeira, borracha, são maus condutores
térmicos.

- convecção: é o processo em que o calor se transmite


pela movimentação de matéria de um local para outro,
devido à diferenças de densidade. É o processo
característico dos fluidos.

Figura 04: Propagação do calor por irradiação.

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Termologia e Calorimetria
TROCAS DE CALOR Exemplo:
Física

1 g de prata, precisa de 0, 056 cal para variar em 1°C


O calor sensível, é o calor cedido ou recebido por sua temperatura.
um corpo onde a sua temperatura está variando, dentro de 1 g de alumínio, precisa de 0, 219 cal para variar em
um mesmo estado físico. Normalmente é relacionado com 1°C sua temperatura.
a quantidade de massa da substância, o calor específico do Logo, a prata varia mais facilmente sua temperatura
material e a variação da temperatura, através da relação: do que o alumínio, ou seja: quem tem maior calor específico
possui menor variação de temperatura.

∆Q = m . c . ∆t CAPACIDADE TÉRMICA

É uma grandeza física que expressa a forma como o


Onde: corpo troca calor com o meio externo. De uma forma
∆Q = quantidade de calor cedido ou recebido pelo resumida, podemos dizer que é o quociente entre a
corpo, preferencialmente em calorias quantidade de calor cedida ou recebida por um corpo, e a
m = massa do corpo, geralmente em gramas respectiva variação de temperatura, ou seja:
c = calor específico do material, expresso
normalmente em cal/gºC. C = ∆Q
∆t = variação da temperatura, em ºC. ∆t

Esta relação é conhecida como Equação Fundamental Podemos também expressar a capacidade térmica em
da Calorimetria. termos do calor específico e da massa, substituindo a
quantidade de calor e simplificando a temperatura:
CALOR ESPECÍFICO
C = ∆Q ∆Q = m . c . ∆t C = m . c . ∆t
Cada tipo de material tem uma característica própria, ∆t ∆t
em termos de transferir mais ou menos calor para o meio
onde está. Esta propriedade é chamada de calor específico, C=m.c
e é um valor encontrado em laboratório, não nos cabendo
memorizá-los. Temos esse valor nos sólidos, nos líquidos
e nos gases. Exemplo:
a) Um bloco de 10 g de alumínio (Al) tem o mesmo calor
Exemplo: específico de um bloco de 5 kg de alumínio, só que o
Um pedaço de vidro troca bem menos energia com bloco maior demora mais a esquentar e depois demora
outro corpo do que um pedaço de metal (é só pegarmos mais a esfriar que o pequeno, pois possui maior
um vidro e um pedaço de metal, com a mesma massa e capacidade térmic