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AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM IDOSOS

Fonoaudióloga Isabela Vono


Novembro/ 2005
Belo Horizonte - MG
MOTRICIDADE ORAL

VOZ AUDIÇÃO
FONOAUDIOLOGIA

LINGUAGEM

Gerontologia:
Estudo científico (INTER/TRANSdisciplinar) do processo de envelhecimento
de todas as coisas vivas, abrangendo aspectos biológicos e biopsicossociais.

Senescência: alterações funcionais e anatômicas que ocorrem naturalmente


no organismo com o decorrer do tempo.
Senilidade: alterações produzidas pelas várias doenças que podem
acometer o idoso.

GIGANTES DA GERIATRIA
Is Incontinência vesical;
Iatrogenia.
Incapacidade Cognitiva
•Delirium
•Depressão
•Demência;
Imobilidade;
Instabilidade postural;

Insuficiência familiar Institucionalização Isolamento social


Indiferença.

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FONOAUDIOLOGIA EM GERONTOLOGIA:

OBJETIVOS:
• Prevenir;
• Manter atividades físicas, cognitivas;
• Adequar e propiciar melhor qualidade de vida.

MOTRICIDADE ORAL

•MASTIGAÇÃO
•DEGLUTIÇÃO

Fisiologia normal da deglutição:

Fase Oral (controle voluntário): lábios. Bochechas, língua, assoalho da


boca, palato e dentes participam ativamente das fases preparatórias da
deglutição, incluindo a manutenção dos alimentos na cavidade bucal, sua
lateralização para mastigação e a formação do bolo. Quando a língua, que
contém o alimento na sua depressão central, vai de encontro ao palato, o
bolo é impulsionado para orofaringe;
Fase faríngea (controle involuntário):
Elevação da faringe pela ação do músculo estilofaríngeo e
contração do músculo constrictor superior, aproximando sua parede posterior
ao palato mole, dificultando, assim, o refluxo dos alimentos para a cavidade
nasal; o movimento vigoroso da língua em sentido posterior determina, em
toda a faringe, um importante aumento da pressão interna do órgão;
Anteriorização e elevação da laringe, contra a base da língua
ocluindo a entrada das vias aéreas, que são ainda protegidas pela epiglote,
pregas ariepiglóticas e pelas pregas vocais; esta movimentação aumenta o
diâmetro da hipofaringe, o esôfago se alonga, havendo discreta queda da
pressão interna do órgão;
Segue-se contração circular rápida e forte da parte alta da faringe
contra o palato, desencadeando onda contrátil propulsiva no sentido crânio
caudal, progredindo para a hipofaringe e esôfago;
Fase esofágica: passagem do bolo pelo esfíncter faringoesofágico,
progredindo da parte superior do órgão para a inferior pela ação de
contrações esofágicas coordenadas e peristálticas. Com a chegada do
alimento, há a deflagração da sua atividade contrátil, relaxamento pressórico
do esfíncter inferior do esôfago para facilitar a passagem do alimento para o
estômago. Após transição esôfago-gástrica, o esfíncter inferior recupera seu
tônus pressórico para dificultar a ocorrência de refluxo gastroesofágico.

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DISFAGIA: Dificuldade de deglutição que interfere no transporte do bolo da


boca ao estômago, decorrente de um processo agudo ou progressivo. Não é
uma patologia, mas sim um sinal ou sintoma de alguma etiologia
•orofaríngea
•esofágica.

ASPIRAÇÃO: Entrada freqüente de saliva ou de partículas de alimento nas


vias aéreas (dieta/RGE). Pode desencadear complicações respiratórias,
pneumonia, asfixia, desnutrição e desidratação.

Etiologias da disfagia:
neurogênica
mecânica (iatrogênica)
induzida por drogas (iatrogênica)
psicogênica
presbifagia

Disfagia Neurogênica:Causada por doenças neurológicas ou trauma.


•doenças do SNC: AVE, poliomielite, ELA, Parkinson, PC, tumor cerebral,
TCE, demências
•doenças musculares: distrofia muscular óculo-faríngea, distrofia miotônica e
miastenia gravis

Disfagia Mecânica: Controle neurológico central e os nervos periféricos


estão intactos, porém não há integridade nas estruturas anatômicas
responsáveis pela deglutição (OFAs).
inflamações agudas dos tecidos da orofaringe;traumas (perfuro cortante,
intubação endotraqueal); queimaduras inalatórias (substância cáusticas);
divertículo de Zencker;CA cabeça e pescoço; cirúrgicas cabeça/pescoço,
cardíacas, torácicas; radioterapia; osteófito cervical; acalasia; estenose
esofágica.

Disfagia Iatrogênica: termo utilizado para o distúrbio da deglutição causado


por utilização de medicamentos ( + / - ) ou por atos cirúrgicos ou terapêuticos
inadequados.
Efeitos que podem alterar o processo da deglutição: diminuição do estado de
alerta; redução da função faríngea por miopatia medicamentosa; diminuição
na transmissão neuromuscular; desordens de movimento; aumento ou
diminuição da saliva

nível de consciência: benzodiozepínicos (sedativos, hipnóticos,


anticonvulsinantes), zolpiden, hidrato de cloral, hidroxine, antihistamínicos,
neurolépticos, barbitúricos, fenitoína, carbamazepina, valproato
sialorréia: anticolinesterásticos (hetanecol), anticolinérgicos (prostigmina),
clonazepan e clozapina;
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xerostomia: anticolinérgicos, antipsicóticos, captopril, clonidina, diuréticos,


antidepressivos tricíclicos.
movimentos involuntários (discinesias, distonias, parkisonismos):
neurolépticos
dismotilidade esofágica: anticoligérgicos, antipsicóticos, bloqueadores de
canais de cálcio, relaxantes musculares, hipnóticos, teofilina, antidepressivos
tricíclicos
motilidade faríngea: antibióticos aminoglicosídeos, toxina botulínica
(espasmos cervicais), corticosteróides
lesão esofágica: ácido ascórbico, aspirina, doxiliclina, eritrominina,
antiinflamatórios não-esteróides, cloreto de potássio, prednisona, tetaciclina

Disfagia Psicogênica: Por ansiedade, depressão e conversivos.:


Fase oral aumentada
Fase faríngea normal;
Fisiologia normal de todas as estruturas

Disfagia/Envelhecimento:
No idoso há uma deterioração do sistema sensitivo e da função
motora, decorrente do processo natural de envelhecimento

O processo de envelhecimento não causa disfagia, entretanto deixa o


mecanismo mais propenso à fragilização.

SINAIS E SINTOMAS
"engasgos, tosses e pigarros constantes sem estar se alimentando voz
molhada tempo de refeição prolongado
" aumento da freqüência de refeições evitar algum tipo de
alimento/consistência isolamento durante a refeição
" emagrecimento significativo
" desidratação
"regurgitação nasal
"sensação de estase dificuldade na mastigação
" ingerir líquidos para auxiliar a deglutição realizar múltiplas deglutições
para o bolo alimentar pequeno engasgos, tosse e pigarro freqüentes antes,
durante e/ou após a refeição apresentar incontinência salivar e alimentar,
dor torácica
" febre

DISFAGIA: Características Fase Preparatória


• incontinência labial;
• incoordenação dos movimentos da língua;
• amassamento do alimento com a língua contra o palato;
• não tritura o alimento;
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• incapaz de lateralizar o bolo;


• não forma bolo alimentar;
• perda prematura do bolo alimentar para faringe ;

DISFAGIA: Características Fase Oral


• não centraliza o bolo alimentar;
• não propulsiona o bolo alimentar;
• redução do movimento ântero-posterior da língua;
• contato língua-palato incompleto tempo de trânsito oral aumentado;
• perda prematura do bolo alimentar para faringe;
• aspiração antes da deglutição;
• Não desencadeia ato deglutição;
• estase na cavidade oral.

DISFAGIA: Características Fase Faríngea


• não ocorre o fechamento velofaríngeo;
• regurgitação nasal;
• não ocorre elevação e/ou fechamento laríngeo;
• tempo de trânsito faríngeo aumentado;
• penetração e/ou aspiração durante a deglutição disfunção do EES;
• estase na região da faringe ou da laringe.

DISFAGIA: Características Fase Esofágica


• aspiração após a deglutição;
• tempo de trânsito esofágico aumentado;
• movimentos peristálticos reduzidos;
• refluxo gastroesofágico

DEGLUTIÇÃO/ENVELHECIMENTO
Língua hipertrófica (crescimento de tecido conectivo e depósito de
gordura);
Diminuição da mobilidade de língua;
Alteração da força de movimentação;
Alteração de paladar (perda papilas gustativas);
Perdas dentárias ou próteses mal adaptadas;
Diminuição da força mastigatória;
Fadiga alimentar.

Achados Videofluoroscópicos: tempo prolongado da fase preparatória;


alteração na excursão do osso hióide; diminuição da elevação laríngea e
proteção da V.A.; alteração na motilidade do EES; redução na amplitude da
contração peristáltica do esôfago; atraso no esvaziamento esofágico;
diminuição de pressão de repouso do EES; RGE.
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FISIOLÓGICO PATOLÓGICO
Diminuição salivar Boca muito seca
Lentificação da mastigação e Presença de bába
deglutição
Escolha de alimentos mais moles Grande dificuldade de mastigação
Evitar várias refeições Movimentos repetitivos e
incoordenados de língua e mandíbula
durante mastigação
Pouca tosse Deglutição múltipla do mesmo
alimento
Alterações do sabor Tosses e engasgos frequentes
Refluxo nasaL
Restos de alimentos em cavidade oral
pós alimentação
Pigarro e halitose
Febres constantes
Voz rouca após as refeições

TRATAMENTO FONOTERAPÊUTICO NO IDOSO

¼Anamnese/rapport;
¼ História clínica (HPP/HMA) e levantamento de dados;
¼Avaliação clínica: cognição, aspectos anatomorfológicos e
anatomofuncionais de OFAS, sensibilidade, sistema estomatognático, estado
dentário e/ou uso de próteses; qualidade vocal, avaliação funcional da
deglutição ( direta e indireta / ausculta cervical, oximetria de pulso,
monitoramento vocal, aspectos gerais), avaliação da linguagem
(testes,conversa espontânea),AVDs, AVDIs

AVALIAÇÃO DA DEGLUTIÇÀO:
•Clínica (Fonoaudiologia);
• Videofluoroscópica;
• Nasofibrolaringoscópica;

Avaliação Clínica: EXAME

Sistema Estomatognático:Aspecto; Postura; Tônus; Mobilidade;


sensibilidade; Dentição; Salivação; Ato motor da deglutição; Reflexos
patológicos; Mastigação; Deglutição
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Mastigação: modo; tempo; proficiência; ajuda com líquido; continência


alimentar; sinal de penetração/aspiração antes da deglutição

Deglutição:tempo; ajuda com líquidos; elevação laríngea; n°


deglutições/bolo; qualidade vocal; sinal de penetração/aspiração
durante ou após a deglutição; alteração respiratória; regurgitação
nasal; saída de alimento pelo traqueostoma; presença de tosse;
sensação de estase; manobras facilitadoras.

o Definição das condições para VO (curto e longo prazo);


o Cognição e estado de alerta;
o Tempo de demora na ingestão da dieta;
o Episódios de penetração e aspiração ( defesa de VAs);

¼Diagnóstico;
¼Planejamento terapêutico
Estimulações orofaciais extra e intra orais; estimulações
sensoriais (órgãos dos sentidos: olfativas, gustativas, visuais,
auditivas, táteis); estimulações direta e indireta da deglutição;
estimulações lingüísticas, estimulações cognitivas;
¼Exames complementares (nível cognitivo);
¼Discussão do caso.

PROCEDIMENTOS FONOTERAPÊUTICOS:

#Otimização do Nível Cognitivo;


# “Higiene Oral”;
#Estimulação Sensório-motora oral;
#Postura;
#Mobilidade do Sistema Estomatognático;
#Deglutição;
#Cuidados com traqueostomia;
#Orientações

# OTIMIZAÇÃO DO NÍVEL COGNITIVO:


- Estimulação sensorial global (órgãos dos sentidos);
-Orientações quanto a participação do acompanhante;

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#HIGIENE ORAL
- Retirada de restos alimentares e outros resíduos, como secreções, fluídos
ou excesso de saliva instalados na cavidade bucal;
- Objetivo: propriocepção oral, melhorar a aferência oral (gosto,
temperatura,tato);
- Diminuir risco de proliferação de bactérias;
- Modificação ao longo do tempo da configuração do tecido que recobre
a língua (cobertura esbranquiçada formada por resíduo alimentar, de
difícil retirada);
- Procedimento ensinado ao cuidador e auxiliar de enfermagem ou
realizado pelo próprio idoso se o mesmo apresentar condições para
efetuação de tal procedimento;
Fatores: frequência de alimentação via oral, presença ou ausência de estase
salivar em cavidade bucal, hiposalivação, produção abundante de secreção,
dificuldade para cuspir.

#ESTIMULAÇÃO SENSORIO-MOTORA ORAL:


•Massagem digital extra e intra oral;•Variedade de odores, sabores, texturas
e temperaturas;•Adequar padrões musculares inadequados.

#POSTURA:
Com o envelhecimento ocorre uma diminuição de estatura, devido ao
achatamento das vértebras, cifose dorsal e presença de osteófitos; que
muitas vezes agravam a deglutição. Faz-se necessário o uso de manobras
posturais com o objetivo de adequar o padrão de deglutição.
O posicionamento do paciente durante alimentação é um dos
principais cuidados tomados, a fim de evitar a ocorrência da aspiração
pulmonar.

( Cuidados especiais para idosos acamados: contraturas musculares,


úlceras de pressão)

#MOBILIDADE DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO:

* TÉCNICAS INDIRETAS: exercícios de mobilidade do SSMO, estimulação


do ato da deglutição, exercícios de proteção de VAs)

# CONTROLE MOTOR ORAL DO BOLO


elevar/abaixar a ponta de língua,
elevar/abaixar o dorso de língua,
protruir e retrair a língua,
lateralizar a língua,
varredura de palato,
manipulação intra-oral de garrote,
gaze embebida

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# ESTIMULAÇÃO DA DEGLUTIÇÃO
espelho laríngeo 00 ou 0 gelado
água congelada numa seringa de 5ml ou menor
água congelada na luva ou dedeira
gelo picado/ água gelada
(utilizar técnica dos 4 dedos para verificar elevação e anteriorização laríngea)

#P
PROTEÇÃO DA VIA AÉREA
empuxo,
ataque vocal brusco,
tosse + som vocálico,
deglutição incompleta sonorizada,
pressão sobre a cartilagem tireóide,
mudança de postura de cabeça,
variação tonal
protrusão e retração da língua

Terapia indireta:
Exercícios de motricidade oral
Trabalhar a sensibilidade extra e intra oral (Materiais diferentes,
temperatura)
Inibição dos reflexos patológicos

Reflexo de procura: tocar os pontos cardiais, um de cada vez, ao


mesmo tempo que se impede a movimentação de cabeça em direção à fonte;
Reflexo de sucção: o estímulo é dado tocando-se os lábios que devem
ser mantidos relaxados ou um pouco retraídos, impedindo a sua protrusão;
Reflexo de mordida: são dados toques nas gengivas, lateralmente,
ao mesmo tempo em que a mandíbula é mantida firmemente
ocluída, impedindo-se movimentos vigorosos de abertura e
fechamento;
Reflexo de vômito: é tocada a região da língua em que o reflexo esteja
presente e segura-se, firmemente sua ponta contra o assoalho
da boca, ao mesmo tempo que é forçada em direção posterior, impedindo
desta maneira sua protrusão.

•TÉCNICAS DIRETAS (modificações nas características da dieta:


consistência, textura e volume; posicionamento da dieta na cavidade oral;
controle do bolo alimentar; manobras posturais de cabeça; deglutição
supraglótica; deglutição super-supraglótica; manobra de Mendelsohn) e/ou
indiretas

Terapia direta: introdução da dieta por via oral, utilizando manobras


terapêuticas quando necessárias
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Terapia direta:
CONSISTÊNCIA - Começar com o que for mais fácil para o paciente e
ir aumentando a dificuldade a medida em que a terapia evolui;
VOLUME - Deve ser de acordo com as possibilidades do paciente
Os volumes muito pequenos são utilizados mais para a
estimulação gustativa;
Em pacientes com hipo sensibilidade intra-oral para quantidades
pequenas podem provocar micro-aspirações;
Volumes maiores como de 3 a 5 ml fornecem mais pistas para o
paciente sendo mais funcional.
TEMPERATURA - ROSENBEK et al. relata que os alimentos frio tem um
tempo diminuído no transito oral, com melhora no disparo do reflexo da
deglutição.
Os alimentos frios dão mais pistas ao paciente porque diferem da
temperatura da cavidade oral.
Os alimentos com temperatura mais morna podem relaxar as
estruturas da cavidade oral dando ao paciente maior tempo de preparo
do bolo.
POSTURA CORPORAL – Sempre que possível 90°

Mudança de Postura de Cabeça

1CABEÇA PARA BAIXO (fases: preparatória, oral e faríngea)


Objetivos: Fechamento laríngeo (Proteção V.A) e Manutenção do alimento
em cavidade oral
Indicações: Paralisia laríngea; Aspiração antes e/ou durante a deglutição;
Falta de controle oral e mobilidade de língua; Sensibilidade oral e/ou
faríngea alterada

1CABEÇA PARA TRÁS (fase oral)


Objetivos: Facilitar a ejeção e Diminuir o tempo de trânsito oral
Indicação: Mobilidade de língua comprometida
Contra-indicado: Risco de aspiração antes e/ou durante a deglutição

1CABEÇA INCLINADA (fases: preparatória, oral e faríngea)


Objetivos: Manutenção do alimento em cavidade oral; Ejeção da boca até o
esôfago pelo lado inclinado;
Indicações: Falta de controle oral (mobilidade de língua); Sensibilidade oral
e/ou faríngea alterada; Paralisia de constritores faríngeos unilateral; Paralisia
laríngea unilateral;Ressecções de hemilaringe.

1CABEÇA VIRADA (fase faríngea)


Objetivos: Proteção de V.A.; Facilitar a passagem da faringe para esofâgo
Indicações: Paralisia de constritores faríngeos unilateral; Paralisia laríngea
unilateral; Ressecções de hemilaringe;
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1COMBINADAS (fases: preparatória, oral e faríngea)


Objetivos: variados
Indicações: diversas

1MANOBRA SUPRAGLÓTICA (fase faríngea)


Objetivos: Manter fechamento glótico prolongado; Aumentar o tempo de
apnéia da deglutição
Indicações: Aspiração/penetração durante a deglutição; Sensibilidade
laríngea prejudicada; Cognitivo preservado

Procedimento:
•Antes de deglutir, prender a respiração (apnéia)
•Deglutir
•Pigarrear
•Deglutir
•Volta a respirar

1 MANOBRA SUPER SUPRAGLÓTICA (fase faríngea)


Objetivos: Manter fechamento glótico prolongado; Promover fechamento
supraglótico - base de língua
§Indicações: Aspiração/penetração durante a deglutição; Sensibilidade
laríngea prejudicada; Cognitivo preservado

Procedimento:
•Antes de deglutir, prender a respiração (apnéia)
•Deglutir com muita força cervical
•Pigarrear
•Deglutir com esforço
•Volta a respirar

1MANOBRA MENDELSOHN (fase faríngea)


Objetivos: Promover elevação laríngea; Auxiliar na abertura do EES;
Indicações: Elevação laríngea prejudicada; Cognitivo alterado

Procedimento:
•Passivo: terapeuta eleva laringe e a mantém
•Ativo: Pc inicia a deglutição, mantem a laringe elevada até o término

Terapia direta:

1MANOBRA MASAKO (fase faríngea)


Objetivos: Melhorar a passagem do bolo da boca para o esôfago; Minimizar
estase em recessos faríngeos;

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§Indicações: Paresia, fraqueza ou hipotonia de constritores da faringe;


Cognitivo preservado

Procedimento:
•Deglutir com a língua entre os dentes

1MANOBRA de LIMPEZA DOS RECESSOS FARÍNGEOS (fase


faríngea)
• Múltiplas deglutições (deglutições secas)
• Deglutição dura (com esforço)
• Emissão de fonemas guturais (“ri ri ri”)
• Estalos de lábios protraídos
• Valsava (deglutição com esforço inclusive abdominal)
• Valsava modificada (cabeça para trás, inflar bochechas e soprar com
esforço e deglutir)
• Intercalar deglutições com sólidos e líquidos

A terapia fonoadiológica é individualizada, personalizada para cada paciente


conforme suas necessidades, nível de cognição/compreensão, capacidades
musculares e funcionais sempre respeitando capacidades, limites físicos e
contexto.

#PRODUÇÃO DE SALIVA
Quanto à produção de saliva, ocorre uma diminuição com o avanço da idade
que poderá influenciar o desempenho da fase de preparo e ejeção do bolo,
levando o idoso a consumir maiores quantidades de líquidos durante as
refeições.

#DEGLUTIÇÃO
•Monitoramento verbal;
•Intermediação com colher vazia;
• Inspeção oral;

# TRAQUEOSTOMIA:
o Altera coordenação deglutição/respiração;
o Limita a elevação laríngea;
o Diminui a sensibilidade laríngea por desvio do fluxo aéreo e com a
presença do balonete;
o Disfunção nas pregas vocais
o Compressão esofágica com o balonete;
o Pressão subglótica: probabilidade de aspiração.

#ORIENTAÇÕES:
o Estar acordado, alerta e bem disposto enquanto come;
o Alimentar-se sentado (se não for possível, elevar cabeceira da cama);
o Quem oferece o alimento deve se posicionar na mesma altura do paciente
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o Usar ordem verbal (“engula”, “coma devagar”, “mastigue bem”);


o Utilize colher pequena e coma pequenas quantidades de comida para
evitar engasgos;
o Alimentar-se em lugar tranqüilo e iluminado;
o Retirar fatores distrativos (TV, rádio);
o Adequar utensílios (T.O.)(talheres, pratos);
o Comer uma colherada de cada vez;
o Mastigar bem e devagar;
o Sentir bem o gosto dos alimentos
o Garantir engoliu tudo antes da próxima colherada;
o Variar sabor e temperatura;
o Realizar higienização oral pós-refeição;
o Não se deitar logo após refeição para garantir o esvaziamento completo
do conteúdo alimentar do esôfago;

O FATO DE DEGLUTIR SALIVA OU ACEITAR PEQUENA QUANTIDADE DE


ALIMENTAÇAO NÃO É
SUFICIENTE PARA ELEGER ALIMENTAÇÃO EXCLUSIVA POR VIA ORAL.

O estabelecimento da via alimentar deve ser um procedimento cuidadoso,


realizado com base no padrão de deglutição do paciente e em seu estado
geral de saúde. Requer um amplo conhecimento do caso, assim como das
síndromes geriátricas que acometem vários sistemas, gerando, além de
problemas orgânicos, alterações de ordem motora e geral, prejudicando
atividades como alimentação.

Vias de Alimentação:
o Sonda nasoenteral; üGastrostomia;
o Oral;
o Mista: Transição da alimentação / Manutenção do prazer
alimentar;

Escolha da via de alimentação


Discussão com a equipe;
Co-morbidades;
Desempenho da dinâmica de deglutição;
Aceitação de volume;
Nível cognitivo;
Nutrição;
Hidratação.
Medicação

A deglutição permanece segura nos idosos sadios. O fato de lentificar


Fonoaudióloga a deglutição
Isabela Vono pode permitir um tempo
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para adquirir geração de pressão adequada, o que significa que os idosos podem e devem se esforçar para
produzir pressões de deglutição adequadas, por meio de exercícios fonoaudiológicos. As doenças
relacionadas com a idade expõe os pacientes a um maior risco de disfagia comprometendo
consequentemente seu estado geral.
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EXAMES COMPLEMENTARES
Indicação: avaliação clínica prévia; pacientes com desordem da deglutição
com risco de broncoaspiração; obter excelência no diagnóstico da alteração
da deglutição e sua etiologia; definição conduta;
Contra-indicações : Segurança na deglutição / julgamento clínico; Sinais
clínicos de aspiração; Comprometimento respiratório grave; Rebaixamento
cognitivo; Instabilidade clínica importante

Metodologia da videofluoroscopia da deglutição orofaríngea


•Testar diferentes consistências e quantidades de alimento no plano lateral e
ântero-posterior;
•Deglutição de bário: 4 consistências
Volume testado: 5, 10, 20 ml, 200ml
•Visão Ântero-posterior - Escolpar pulmão e deglutição de bário puro
•Visão Lateral
•Sólido com bário
• Pastoso grosso
•200 ml bário puro
•líquido ( água + bário )
••Visão oblíqua: Estudo do esôfago; Radiologista (Fase esofágica)

•Avaliação funcional da deglutição;


•Detectar a disfagia, a sua etiologia e a penetração e/ou aspiração;
•Permitir a visualização de todas as fases da deglutição;
•Testar a efetividade das manobras terapêuticas e técnicas posturais;•Evoluir
o estado nutricional do paciente;
•Definir a melhor consistência e volume de alimento via oral;
Vantagens:
* Detecção de alterações funcionais
* Definição de posturas compensatórias e manobras
• Qualquer faixa etária
DESVANTAGENS:
* Uso do contraste
* Não avalia anormalidades estruturais
* Método caro e pouco disponível

Fibronasolaringoscopia da deglutição

•Avaliação estrutural
•Não é possível quantificar penetração ou aspiração
•Black out deglutição
•Testar a efetividade das manobras e das posturas
• Definição de condutas

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•Avaliação estrutural
(cavidade nasal, E.V.F., faringe, laringe)
•Avaliação funcional : Fibroscópio na nasofaringe
Voz : Emissão de vogal sustentada
(Coaptação glótica, movimento mucoondulatório)

Deglutição: Testar 3 consistências + corante (Perda


prematura do bolo, aspiração ou penetração, estase em recessos faríngeos e
sensibilidade laríngea)

VANTAGENS
•Detecção de alterações estruturais
•Avaliação da sensibilidade laríngea
•Avaliação no leito/consultorio
•Ausência da radiação e de contraste
•Menor custo

DESVANTAGENS

•Avaliação parcial da deglutição


•Cooperação do paciente

AUDIÇÃO/EQUILÍBRIO

Fisiologia da audição:
O ouvido humano é um órgão altamente sensível que nos capacita a
perceber e interpretar ondas sonoras em uma gama muito ampla de
frequências (20 a 20.000 Hz). A captação do som até sua percepção e
interpretação é uma seqüência de transformações de energia iniciando pela
sonora, passando pela mecânica, hidráulica e finalizando com a energia
elétrica dos impulsos nervosos que chegam ao cérebro. A energia sonora é
captada pelo pavilhão auditivo (orelha) e penetra pelo conduto auditivo que
termina em uma delicada membrana - o tímpano. O tímpano transforma as
vibrações sonoras em vibrações mecânicas que são comunicadas aos
ossículos (martelo, bigorna e estribo). Os ossículos funcionam como
alavancas, aumentando a força das vibrações mecânicas e reduzindo sua
amplitude. E também através dos ossículos que o ouvido tem a capacidade
de "ouvir mais" ou "ouvir menos". Esse controle é feito através de pequenos
músculos que posicionam os ossículos em condições de transferirem toda ou
apenas parte da energia mecânica recebida do tímpano. O último ossículo, o
estribo, pressiona a janela oval da cóclea. Aí as vibrações mecânicas se
transformam em ondas de pressão hidráulica que se propagam no fluído que
a preenche. Finalmente, as ondas no fluído são detectadas pelas células
ciliadas que enviam ao cérebro sinais nervosos (elétricos) que são
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interpretados como som. Os sinais nervosos levados pelo nervo auditivo ao


cérebro já contém as informações das freqüências que compõem o som que
está sendo recebido pelo ouvido. Essa análise se processa na membrana
basilar da cóclea sobre a qual estão dispostas as milhares de células ciliadas.

cóclea

Perdas auditivas:

# Condutiva: patologias que atingem ouvido externo e/ou ouvido médio.


Bloqueio na transmissão das ondas sonoras através do ouvido externo e
médio (rolha de cerúmen, otite média, calcificação entre os ossículos).
Tendência a falar baixo; percepção melhor da própria voz. Importância da
inspeção otoscópica.

# Neurossensorial: distúrbios que comprometem cóclea ou nervo coclear


(VIII par craniano). Os níveis auditivos para as diferentes freqüências são
desiguais. Os pacientes apresentam melhor audição para sons de baixa
freqüência (sons graves). Sentem-se incomodados com a fala alta e
apresentam dificuldade de ouvir a fala quando o ruído de fundo é alto.
(Presbiacusia, Ototoxicidade, D. Meniere, ruídos).

• A fala é alta, bilateral, usualmente simétrica, com tendência a


não discriminar e entender o que é dito. Os sons altos são entendidos
com precariedade. É lentamente progressiva e ocorre uma diminuição
da sensibilidade para sons de alta freqüência.

•Presbiacusia:
–Decréscimo fisiológico da audição;
–Cuidados: exposição a ruidos intensos, uso indiscriminado de
medicamentos, histórico (atividade profissional, hábitos de vida, doenças)
– Problemas de alerta e defesa;
–Dificuldades de comunicação
–Isolamento social;
–Diminuição da compreensão da fala;

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–Dificuldade maior em ouvir em ambientes ruidosos;


–Maior queixa de que escutam, mas não entendem o que está
sendo dito;
–Dificuldade maior para sons agudos;
–Irritação, raiva, constrangimento, tristeza

AASI (Aparelho de Amplificação Sonora Individual)

# Mista: componentes condutivos e neurossensoriais;

# Central: antinge vias auditiva central (porção do nervo coclear e de suas


conexões).

PRINCIPAIS EXAMES:

- Audiometria tonal (determinação dos limiares auditivos): detectar


deficiencia auditiva, auxiliar no topodiagnóstico das lesões auditivas
(OE/OM/OI), fornecer dados par indicação de AASI;
- Audiometria vocal/ Logoaudiometria (grau de recepção e
reconhecimento do indivíduo para a linguagem oral):
topodiagnóstico, detecção de perdas auditivas funcionais ou não
orgânicas, evolução do rendimento auditivo-social do indivíduo,
confirmação de limiares tonais, indicação do AASI;
- Imitância acústica
*Timpanometria: medida dinâmica da imitância acústica que
verifica a mudança na complacência decorrente da variação de
pressão do ar no canal auditivo externo (JERGER, 1970)
o Timpanograma Tipo A: pico de máxima complacência,
pacientes com ouvido médio normal
o Tipanograma Tipo B: não apresentam pico de máxima
complacência em nenhuma pressão de ar. Indicativos de fluidos
no ouvido médio (otite média serosa) ou pequenas perfurações
em membrana timpânica;
o Tipanograma Tipo C: pico de máxima complacência. Indicativo
de disfunção de tuba auditiva;
o Tipanograma Tipo As: baixa complacência. RIGIDEZ. Paciente
com otoscleros ou timpanosclerose.
o Tipanograma Tipo Ad: altamente complacente. Pacientes
portadores de disfunção de cadeia ossicular.
- Reflexo Estapediano: contração involuntária dos músculos do
ouvido médio em resposta a um estímulo sonoro (NORRIS, 1980).

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Aparelho vestibular: receptor dos estímulos da gravidade e das acelerações


linear e angulares. Oferece informação constante, tanto em repouso como
em movimento, da posição do corpo no espaço.

Sinais e sintomas dos distúrbios vestibulares:


- Vertigem: sensação alucinatória de giro do individuo em relação ao
ambiente (subjetivo) ou do ambiente em relação ao indivíduo
(objetivo);
- Enjôo: sensação subjetiva, “mal do mar”, paciente refere como
deslocamento do chão ou como caminhar sobre algodão;
- Nistagmo: movimento conjugado dos olhos em duas fases,
involuntário e rítmico;
- Acúfenos (tinitus): ocorrência de ruídos nas orelhas e na cabeça,
na ausência de alguma fonte externa (zumbido). Pode ser sinal de
trauma acústico, doença de meniére, otosclerose, presbiacusia ou
acúmulo de cerume que afeta o tímpano e oclui o canal auditivo
externo.
- Outros: dor de cabeça, hipersensibilidade aos sons, fotofobia, dor
muscular.

- Avaliação do Equilíbrio e da função cerebelar:


Prova de Romberg: solicita-se ao paciente ficar em pé mantendo
os pés juntos e os olhos fechados Equilíbrio (normal),
lateropulsão, anteropulsão ou retropulsão;
Prova de Unterberger: solicita-se marchar no mesmo lugar com os
olhos fechados permanência no mesmo lugar ou giro em torno
de seu eixo (sinal de afecção vestibular);
Prova Index-Index: paciente se senta e posiciona os braços
estendidos, paralelos, na altura dos ombros, com os dedos
indicadores apontando para frente e os olhos fechados (observar
desvios);
Prova Index-naso (pesquisa da dismetria): paciente com os olhos
fechados toca com o dedo indicador (ora com a mão direita, ora
com a mão esquerda) a ponta do nariz;

- EXAME VESTIBULAR

Objetivos:
- Analisar o a função do labirinto e suas correlações com demais
órgãos e sistemas, dentre os quais o sistema-óculo motor, o
cerebelo e o tronco encefálico;
- Determinar a existência ou não de alterações vestibulares;
- Identificar o(s) lado(s) que está (ão) lesados: D, E, D e E;

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- Verficar se a alteração é periférica (labirinto e/ou VIII par craniano


até a entrada do tronco encefálico) ou central (núcleos vestibulares,
vias de interligação ou cerebelo);
- Acompanhar a evolução do paciente durante tratamento prescrito;

Indicações:
- Alteração de equilíbrio: tontura, instabilidade postural, sensação de
andar sobre algodão, vertigem;
- Alterações auditivas: sensação de abafamento, flutuação auditiva,
zumbido;
- Síndromes neurológicas de fossa posterior p/ localizar nível da
lesão;
- Distúrbio de aprendizagem.

Pesquisa do nistagmo postural: decúbito dorsal, decúbito lateral


esquerdo, decúbito lateral direito; posição de Rose ( cabeça
pendente), posição de Rose com torção cervical para a direita e
posição sentada exames objetivos;

Registro dos movimentos oculares: ELETRONISTAGMOGRAFIA/


VECTO ELETRONISTAGMOGRAFIA (+ preciso/computadorizado)
exames subjetivos;
Vestibulometria: calibração dos movimentos oculares; pesquisa do
nistragmo espontâneo; pesquisa do nistagmo direcional; rastreio
pendular, nistagmo optocinético, provas rotatórias, nistagmo per-
rotatório, provas calóricas.

Condutas e orientações terapêuticas (interdisciplinar):

* Reeducação alimentar: diminuição ou abolição do açúcar; não permanecer


mais do que 3 horas sem ingerir alimentos; abolir frituras e gorduras; dar
preferências às carnes brancas de aves ou peixes; aumentar a ingestão de
verduras frescas ou pouco cozidas; evitar café, chá mate/preto e chocolate;
Orientações complementares: diminuir ou abolir fumo e bebidas
alcoólicas; evitar repouso excessivo e realizar atividades físicas; aumentar
lazer (diminuir estresse);

*Tratamento medicamentoso: controlar sintomas (vertigem, náuseas,


vômitos e zumbidos):
- antivertiginosos/antieméticos
- vasodilatores
- Ansiolíticos
Recomenda-se o uso da medicação num curto espaço de tempo, com
observação constante e diminuição progressiva das doses.
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efeitos colaterais: aumento de peso, sonolência, parkinsonismo,


cefaléias, depressão, etc.

* Reabilitação vestibular:
- Conjunto de exercícios que promovem a recuperação funcional do equilíbrio
corporal.
- Necessidade de realização de anamnese detalhada, exame vestibular
completo, lesão vestibular estável e incompleto processo de compensação.
- Utilização de movimentos normais, naturais e não artificiais ;
- Visam promover a compensação vestibular para propiciar ao paciente uma
adaptação para reestruturar seu equilíbrio e retomar suas atividades
rotineiras;
- Exercícios de habituação para estimular a compensação central e
exercícios de controle postural para eliminação de respostas patológicas
relacionadas com movimentação de cabeça e atividades gerais de
condicionamento.
Objetivos fundamentais da reabilitação:
- Promover a estabilização visual durante os movimentos da cabeça;
- Melhorar a interação vestibulovisual durante a movimentação
cefálica;
- Ampliar a estabilidade postural estática e dinâmica nas condições
que produzem informações sensoriais conflitantes;
- Diminuir a sensibilidade individual à movimentação cefálica;

Principais técnicas de reabilitação vestibular: exercícios de Cawthorne &


Cooksey; exercícios para incrementar a adaptação vestibular; exercícios para
incrementar a estabilização da postura estática e dinâmica; estratégias
alternativas para incrementar a estabilização do olhar, estimulação
optovestibular; estimulação do reflexo vestibular horizontal e vertical;
treinamento de coordenação de equilíbrio, protocolo de Bolonha, treinamento
de habituação vestibular

VOZ

Presbifonia: processo de deterioração vocal inerente a idade decorrente da


perda natural da eficiência biomecânica do organismo, que é variável para
cada indivíduo conforme sua saúde, treino de voz e história de vida. Deve ser
compreendida como parte do processo de envelhecimento normal e não
como uma desordem vocal.
–Alteração da qualidade vocal;
– nasalidade e intensidade;
– tempo máximo de fonação;
– pausas articulatórias;
– velocidade de fala;
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Orientações:
•Hidratação constante;
•Dieta equilibrada e diversificada;
•Exercícios respiratórios;
•Alongamento e atividades físicas;
•Não cometer abusos vocais.
Deve-se pesquisar pelo motivo da alteração vocal (tumores, doenças
musculares e/ou degenerativas progressivas...).

LINGUAGEM

Afasia: termo que designa o distúrbio que afeta todos os aspectos da


linguagem (compreensão e expressão), em decorrência de uma lesão
cerebral. A afasia em si não é uma doença, mas um sintoma complexo
relacionado a uma desordem neurofisiológica que envolve os mecanismos
cerebrais. O distúrbio de linguagem pode vir acompanhado de modificações
no comportamento, nas esferas intelectuais e emocionais, nas atitudes e na
personalidade.Os distúrbios afásicos não são relativos somente à
localização, extensão e severidade da lesão, mas aos hábito, experiências,
educação e inteligência do indivíduo.

Causas mais frequentes do desenvolvimento da afasia:


o Distúrbios vasculares (AVEs);
o Infecções;
o Tumores;
o Traumas cranianos;
o Doenças desmielizantes;
o Distúrbios tóxicos;
o Idiopáticas;
o DOENÇAS DEGENERATIVAS
(perda de neurônios e consequente atrofia cerebral)

O Hemisfério Esquerdo é considerado o hemisfério “especializado na fala e


linguagem”. A área de BROCA, no lobo frontal (região anterior), é a área
nobre do processamento motor da fala (expressão); a área de WERNICKE,
no lobo temporal (região posterior), é a área nobre do processamento
sensorial da fala (compreensão).
Alguns distúrbios da comunicação humana, como as afasias, originam-se de
lesões focais do HE; outros como decorrentes das doenças degenerativas,
têm sua origem em lesões difusas nos dois hemisférios.

Distúrbios específicos de linguagem relacionados mais freqüentemente aos


quadros de lesões no HE: perda total da linguagem; neologismo; disprosódia;
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manutenção da fala automática com redução da fala intencional; ecolalia,


anomia; dificuldade de acessar o léxico ou recuperar informações a ele
referentes; agramatismo; parafasia; linguagem perseverativa; distúrbios
pragmáticos e discursivos.

Distúrbios específicos de linguagem relacionados mais freqüentemente aos


quadros de lesões no HD: dificuldade em adequar a linguagem e o discurso
ao contexto de produção; usar linguagem contextualizada quando houver
necessidade de negociação de sentido (entre os interlocutores) para o
desenvolvimento natural do diálogo; processar lingüisticamente os vários
aspectos semânticos do léxico; processa habilidade de nível textual;
processar prosódia; perceber e organizar as informações que envolvam
aspectos emocionais da comunicação; processar informações referenciais e
inferenciais; lidar lingüisticamente com ambigüidade.
(Mac Kay et al ,2003)
Avaliação (doenças neurogênicas):
Uso de testes e de protocolos tais como: Afasia de Schuell, teste de
Boston para afasia, teste de afasia Rio de Janeiro, protocolo de avaliação
motora oral, protocolo de comunicação funcional de M.T. que normalmente
abrangem aspectos de repetição, nomeação, leitura, relato de estória ou
texto descritivo de figura e análise de conversa espontânea.

Avaliação de linguagem em pacientes com DEMÊNCIA

Comprometimentos mais comuns:


•Dificuldade em definir, nomear objetos ou itens de uma categoria;
•Dificuldade de associar palavras;
•Dificuldade em processar significado;
•Decrescente sensibilidade ao contexto comunicativo;
•Dificuldade na tradução de idéias em símbolos linguísticos;
•Problemas com pensamentos abstratos, raciocínio e compreensão de
relações lógicas;
•Déficits no raciocínio verbal;
•Dificuldades com ambiguidades;
•Dificuldades com reprodução de histórias;
•Discurso com tendência repetitiva;
•Problemas de interação;
•Decréscimo gradual do vocabulário,
....dentre outros.

Avaliação: Parâmetros das avaliações das doenças neurogênicas + avaliação


do estado mental (atenção, orientação, linguagem, fala, habilidades visuo-
espaciais, memória, habilidades de abstração e funções executivas). Deve-se
analisar também: memória verbal e não verbal, construção visuo espacial,
orientação espaco-temporal, raciocínio linguístico, repetição, leitura/escrita,

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nomeação, compreensão auditiva, fluência e qualidade de conversa


espontânea.

(MINI-MENTAL •TESTE DE LISTA DE PALAVRAS DO CERAD (MORRIS et


al, 1989; BERTOLUCCI et al, 1998); •FLUÊNCIA VERBAL (1 minuto), TESTE
DO RELÓGIO; Teste de Boston (teste de descrição da Figura da cena do
roubo do biscoito).

Cuidados e relações do dia-a-dia


•Ouvir com atenção;
•Falar de frente ao ouvinte;
•Falar uma pessoa de cada vez;
•Manter contato visual;
•Vocabulário simples;
•Utilizar linguagem gestual como apoio;
•Conversar em locais tranquilos e iluminados
•Ser direto;
•Evitar questões abertas (ex: Onde vamos? ☺ Vamos ao supermercado?);

DEMENCIA AFASIA
Início gradual do problema Início rápido do problema
(geralmente)
Lesão cerebral bilateral Lesão no hemisfério esquerdo
Pode apresentar variações de Apresenta humor apropriado,
humor, retraimento, agitação embora ocorram fases de depressão
e demonstração de frustração
Cognição moderada ou severamente Habilidades de linguagem
comprometida, mas as habilidades comprometidas, mas a cognição
de linguagem mantém-se até preservada
estágios mais tardios
Problemas de memória em graus Memória preservada
variados
Comportamento desorganizado e Comportamento organizado e
socialmente inapropriado socialmente apropriado
Confusão mental e desorientação de Aspectos mentais e orientação
tempo e espaço espaço-temporal preservados
Desorientação do “eu” nos estágios Não há desorientação do “eu”
mais tardios
Deterioração progressiva da Performances sintático-semântica e
performance semântica para a fonológica comprometidas ao
sintática e fonológica mesmo tempo.
Fluência até o início do estágio Fluência e não- fluência
severo
Respostas pouco corretas para Respostas relativamente corretas
tarefas de reconhecimento espacial para tarefas de reconhecimento
e verbal espacial verbal
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Problemas nas habilidades de Melhor habilidade de reconto de


reconto de estórias estória
Problemas na descrição de objetos Melhor habilidade na descrição de
comuns objetos comuns
Compreensão do texto em situação Melhor compreensão do texto em
de leitura silêncios prejudicada situação de leitura silenciosa
Pior habilidade nas tarefas de Melhor habilidade nas tarefas de
desenho desenho

Afasia e demência podem ocorrer juntas: um paciente afásico pode desenvolver uma doença
neurológica que resulte em demência; um paciente com demência pode sofrer um AVE que
resulte em uma afasia e, ainda há casos em que pacientes com afasia podem ser confundidos
com pacientes com demência e há pacientes com demência que apresentam sintomas afásicos
(Mac Kay et al, 2003)

Os objetivos terapêuticos apóiam-se na manutenção da qualidade da


comunicação do paciente ou, em casos mais avançados, do mínimo
necessário para uma comunicação rotineira.

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DADOS RELEVANTES PARA ANAMNESE E AVALIAÇÃO


FONOAUDIOLÓGICA

ANAMNESE FONOAUDIOLÓGICA

I - IDENTIFICAÇÃO:

Nome, Sexo; Idade; DN; Peso; Endereço; Bairro; Cidade; UF; Fone;
Escolaridade; Profissão; Estado Civil; Encaminhamento; Responsável;
Profissional; Data de realização.

II - MOTIVO DA CONSULTA:

III- HPP:

IV – DADOS ESPECÍFICOS:

a) Internação Hospitalar: Tempo; UTI; Coma; Traquestomia; Utilização de sonda;


Alta; Exames médicos; Medicação (Anterior e Atual); Diagnóstico; Conduta
médica; Exames radiológicos; Doenças associadas
• ATENDIMENTOS ANTERIORES E EXAMES REALIZADOS
b) Condições de saúde física e mental da família / Antecedentes familiares:

c) Desenvolvimento e/ou condições atuais das seguintes áreas: (anteriores,


concomitantes ou posteriores a queixa)
• COMUNICAÇÃO: Linguagem; Articulação; Fluência e Voz;
• Aspectos cognitivos: Memória; Atenção; Compreensão
• Aspectos broncopulmonares: Episódios de pneumonia; Febre
freqüente sem causa aparente:
• AUDIÇÃO: Exames; Uso de AASI; Queixas; Sintomas;
• VISÃO: -Queixas; Uso de óculos;
• SONO: Duração; Características; Tranqüilo; Bába; Ronca; Apnéia;
Bruxismo;
• MOTOR: Motricidade global; Coordenação motora;
• PSICOLÓGICO: Alterações; Convivência familiar;
• FÍSICA: Limitações;
• FUNÇÕES ESTOMATOGNÁTICAS: -Mastigação; Deglutição;
Respiração; Fala;
• HÁBITOS DELETÉRIOS:

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• Dieta Atual: Condições alimentares atuais; Tipo de via utilizada para


alimentação;
ORAL: consistência; volume; temperatura; tempo necessário para
cada refeição; ingestão de líquidos; utilização de manobras ou
instrumentos específicos; quantidade total consumida por via oral; nível
de independência alimentar; alimentos preferidos e que não gosta; quem
prepara a alimentação

ENTERAL: Tipo de sonda: nasogástrica, nasoentérica ou


gastrostomia; Higienização e troca da sonda; Dieta industrializada ou
caseira; Volume ingerido; Tempo de utilização da sonda; Responsável
pelos horários e administração da dieta.

INVESTIGAÇÀO SOBRE OS MECANISMOS DE PROTEÇÃO DAS VIAS


AÉREAS:
Presença ou ausência de alteração vocal depois da deglutição; Presença ou
ausência de tosse; Presença ou ausência de alteração respiratória depois da
deglutição.

• CONDIÇÕES SOCIAIS E INTERACIONAIS: Família, Amigos,


Cuidador.

• INFORMAÇÕES ADICIONAIS: Autorização foto/filmagem;


Expectativas do paciente e familiares quanto a reabilitação:

AVALIAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA

IDENTIFICAÇÃO:

1 – Aspectos anatomomorfológicos e de postura (intra e extra oral)


- Língua (normal, alargada, rebaixada, frênulo);
- Lábios (fechados, abertos,entreabertos, com possibilidade de
vedamento, evertido, encurtado);
- Bochechas (simétricas, marcas ou ferimentos);
- Palato Mole (amigdalas e úvula);
- Palato Duro (profundo, estreito);
- Arcada dentária (dentição, oclusão, uso de próteses, higienização);
- Paredes posteriores da faringe;
- Região vestibular (aspectos e coloração);
- Simetria facial.
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2- Aspectos anatomofuncionais (avaliados de forma contextualizada)


• Tonicidade:
- Lábios (funcionamento normal, hipo ou
hiperfuncionante);
- Língua (tensão normal, aumentada ou diminuída);
- Bochechas (com resistência);

• Mobilidade/ Motricidade (em repouso e durante


movimentos)
• Lábios (selamento; protrusão, retração, abaixamento,
elevação, estalos e vibração);
• Língua (protrusão, retração rotação interna, rotação
externa, lateralização para baixo, acima, D, E e
vibração);
• Véu palatino (elevação e rebaixamento).
• Sensibilidade intra-oral;
• Sensibilidade Especifica: Tátil; Térmica; Gustativa;
Olfativa

3 – Funções Neurovegetativas:
• Respiração: Tipo, Modo, Capacidade respiratória

• Deglutição:
• Avaliação sem dieta (indireta):
• Desencadeamento do ato de deglutição
(presente, ausente, lentificado);
• Posicionamento da laringe;
• Selamento labial
• Presença de sialorréia;
• Qualidade vocal;
• Coloração facial;
• Aspectos respiratórios
• Ausculta cervical (presença de ruídos)
• Prazer alimentar
• Tempo de trânsito oral

- Avaliação com dieta:


- Consistência:_______________
- Pressão do esfíncter labial (normal ou alterada);
- Elevação da laringe (normal, reduzida,
trepidação);
- Ausculta cervical (normal ou alterada)
- Qualidade vocal após deglutição (normal ou
alterada)
- Deglutição completa ou incompleta
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• Mastigação: VO: ________________


• Velocidade (normal, aumentada ou diminuída);
• Tipo mastigatório (bilateral, unilateral Dou e ou
alternado);
• Movimentos (verticais, rotatórios)

4 – Linguagem:
• Pragmática: Atenção conjunta; Função regulatória; Interação
social; Intenção comunicativa; Troca de turno
• Linguagem não– verbal: Expressão facial; Gestos;
Contato visual; Expressão corporal;
• Linguagem verbal
• Linguagem oral:
- Fala: Fluência; Velocidade; Ritmo; Entonação;
Prosódia; Discurso; Fonética; Fonologia;
• Aspectos morfo-sintático-semantico;
• Linguagem Escrita:
- Emissão:
a-) aspectos morfo-sintático-semântico (coerência temporal,
temática semântica e nível de construção);
b-) Aspectos grafêmicos;
c-) Aspectos motores
- Recepção:
• Leitura: Nível, Velocidade; Entonação; Respeito a
pontuação;Tipo
• Interpretação

5-) Voz: Tempo Máximo de Fonação


- Qualidade vocal; /a/ -
- Ressonância; /e/ -
- Altura; /i/-
- Intensidade; /o/-
- CPFA: /u/-

6-) Aspectos Cognitivos:


- Compreensão de ordens simples;
- Compreensão de ordens complexa;
- Atenção
- Memória.
7) Equilíbrio:

HD:
CONDUTA: Ass. / CRfa

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PLANEJAMENTO TERAPÊUTICO:
• Aspectos a serem trabalhados:
• Orientações
• Número de sessões
OBS:_________________________________________________________
_________________________________________________________

Referências Bibliográficas:

CHAIMOVICZ, Flavio – A saúde dos idosos brasileiros às vésperas do século XXI:


problemas, projeções e alternativas. Rev. Saúde Publica, 31 (2): 184-200, 1997
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FREITAS, E.V et al – Tratado de Geriatria e Gerontologia – Editora Guanabara Koogan:
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FURKIM, AM; SANTINI, CS – Disfagias Orofaríngeas - Pró-fono – SP, 2001;
JACOBI, Juliana. Disfagia: Avaliação e tratamento. Revinter, 2003
MACEDO FILHO, E.D. e col. - Disfagia: Abordagem multiprofissional. São Paulo. Frôntis
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MACEDO FILHO, E.D. e col. - Manual de cuidados do paciente com disfagia. São Paulo,
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MAK KAY, APMG; ASSENCIO-FERREIRA,VJ; FERRI-FERREIA, TMS Afasias e
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MOR, R.;FRAGOSO, M;TAGUCHI, CK;FIGUEIREDO, JF – Vestibulometria e
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VIDIGAL, MLN; RODRIGUES< KL; NASRI,F – Efeitos do envelhecimento sadio na
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Anotações Aulas Pós-graduação em Reabilitação do Idoso – CIAPE/FELUMA (Profs. Drs.


Ana Cristina Faria, Maria de Mello, Edgar Nunes entre outros)/2005
Anotações Aulas/ Grupos de Estudos – Fga. Laelia C. Vicente/2005

www.abraz.com.br
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www.gerontologia.com.br
www.parkinson.org.br
http://www.psiqweb.med.br/geriat/alzh.html

Fonoaudióloga Isabela Vono – Novembro/2005

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