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Recife
2006
REVISITANDO O ESTADO NOVO, ATRAVÉS DAS IMAGENS DA GRANDE
EXPOSIÇÃO NACIONAL DE PERNAMBUCO
1939-1940
Banca Examinadora:
In this dissertation we aim at giving a closer look at the anthropologic perception and its
cultural specifications during the “Estadonovista” period in Pernambuco from 1937 to
1945, based on the photographic collection about the National Exposition of
Pernambuco. In this event, the main ideological aspects of the “Estadonovista” period in
Pernambuco and in Brasil were launched. This project aims at investigating the
political, social and cultural context, where the visual production became an effective
iconographic and ethnographic document. One of the main objectives of this dissertation
is to merge the imagery context of the Pernambucana and Brazilian society with an
analytical approach of the visual anthropology. The photographic collection is used here
as a means to analyses political, economical and social issues, identifying the cultural
specifications of this Brazilian Historical period and also going back to the 30¨s and 40¨s
through the National Exposition images of this political regime. The iconographic
images and the visual objects used in this dissertation establishes and aims at the
political, economical and social aspects of the Recifence society, sixty-six municipalities
of Pernambuco and sixteen Federal states from the 30¨s and the 40¨s shown at the
National Exposition photographic collection. We share the anthropology Visual
methodologically aiming at reflecting about the cultural cores which set the visual field
as a reflective element of social and cultural traces.
AGRADECIMENTOS
Agradeço inicialmente a Deus, pela sua infinita bondade para comigo, pela sua
proteção, e pelas condições necessárias para que eu pudesse iniciar e terminar este trabalho.
Ao Dr. Renato Athias, meu orientador, que acreditou desde do início nesta
pesquisa, ainda enquanto projeto, e pela paciência e sabedoria com que me conduziu pelos
caminhos do saber antropológico.
Aos meus pais e familiares, que contribuíram para a conclusão desde estudo.
Aos colegas de Curso, principalmente Letícia Querette e Graça Vieira, pelo incentivo e
amizade.
Ao CNPQ, pelo subsídio à pesquisa, sem o qual este trabalho não poderia ter
sido concluído.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 11
LISTA DE FOTOS
1. INTRODUÇÃO
FOTO - 01
O século XIX já foi conhecido como a era dos museus, quando diversas
coleções foram constituídas, a partir do contato com as terras coloniais e organizadas através
da coleta de objetos, materiais e documentos, desenhos, fotografias e filmes. Guardar e
colecionar são práticas culturais presentes na sociedade humana, manifestações instantâneas
diante da reprodução de uma paisagem, de um lugar, de um ritual ou prática de trabalho, da
imagem de si ou da imagem do outro. A preservação dessa imagem-memória existe desde as
primeiras gravuras e pinturas, fotografias e filmes. Sua fixação no tempo e no espaço permitia
não somente relembrar e reviver, como também transmitir conhecimento às gerações
posteriores, introduzindo, principalmente, uma dimensão comparativa entre sociedades e
culturas. A prática de colecionar documentos foi uma atividade cotidiana da Interventoria de
Agamenon, quase todos os eventos públicos foram fotografados ou filmados.
quantidade de instantâneos dos pavilhões e dos stands, das personalidades que visitaram a
Exposição. Vale mencionar que foram encontradas algumas cópias das fotos da coleção
fotográfica neste jornal. Selecionamos algumas imagens da Folha da Manhã para exemplificar
a ênfase dada a este evento: este periódico documentou, desde a etapa de construção dos
pavilhões até o dia de seu encerramento, relatando cada momento, a data de inauguração de
cada pavilhão ou stand, a visita de personalidades marcantes da época, sempre enriquecendo
com abundante registro fotográfico. Podemos verificar, no artigo da Folha da Manhã, os
detalhes da construção dos pavilhões da exposição, o grande número de operários contratados,
as técnicas mais modernas de construção empregadas, para proporcionar maior segurança aos
participantes.(fotos-02 e 03).
FOTO 02 FOTO 03
1
Locais de encontro dos idosos, para recreação e comemoração de datas festivas, organização de passeios e
viagens.
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para a pesquisa, pois o exame dos álbuns de fotografias de sua vida auxiliou na identificação
das especificidades socioculturais do Estado Novo. Percebi, nas entrevistas, durante a fala dos
informantes, uma grande emoção, principalmente quando olhavam as fotografias e
relembravam sua infância e mocidade.
Recapitulando
FOTO-04 FOTO-05
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FOTO-08
2
Grupo político que dominava e controlava uma região ou um estado .Durante a República Velha(1889-1930),
as oligarquias rurais eram formadas por grandes proprietários de terras, exerciam o poder pelo controle dos
partidos e das eleições municipais e estaduais, fazendo eleger seus candidatos. As oligarquias dominantes eram
as de São Paulo e Minas Gerais, ligadas ao café e à pecuária.
26
república federativa, mas restringiu o poder dos estados, bem como das Assembléias
Legislativas. A Carta de 1937 manteve alguns direitos individuais, a igualdade perante a lei e
a inviolabilidade do domicílio, assim como o ensino primário obrigatório e gratuito. Ao
mesmo tempo, proibiu os estrangeiros de exercer uma série de atividades econômicas e
políticas, dando as bases legais para o fechamento das organizações de italianos e alemães,
durante a Segunda Guerra Mundial.
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Ações voltadas para os pequenos agricultores rurais do interior de Pernambuco, promovidas pela Interventoria
de Agamenon, objetivando valorizar o pequeno agricultor.
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FOTO-09
FOTO-10
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O estilo de Agamenon era direto e sem rodeios, assim ele governou durante os
oito anos, imprimindo um caráter autoritário à sua administração, marcando sua passagem
pelo Palácio das Princesas, como nenhum outro governante já houvera feito. Magalhães
assume o governo do Estado, fruto do golpe, com duas finalidades: implantar o Estado Novo
em Pernambuco e soerguer o Estado, do ponto de vista político e econômico, que se fundem
em um objetivo maior e mais profundo, o de mudança da sociedade pernambucana,
considerada degradada por anos de anarquia.
Pernambuco as representações culturais dos diversos estados do Brasil, apoiado por Vargas,
que o tinha como amigo e parceiro político, contando com a colaboração da sociedade
pernambucana, principalmente os industriais, aderindo à grande cruzada pelo soerguimento
do Estado. Agamenon entendia que deveria exercer o papel de grande líder desse movimento,
por isso imprime logo um estilo de eficiência à sua administração, salientando a honestidade e
lisura daqueles com quem trabalhava. Possuía uma visão clara do Estado e seus problemas,
com soluções como: o urbanismo, desenvolver o interior para que os centros urbanos,
principalmente a capital, não sofressem com o inchaço populacional. Defendia a criação da
riqueza e a intervenção direta do Estado na economia. Muitas de suas idéias foram criadas
anos antes da sua administração, em 1921, quando apresentou uma monografia para concorrer
à cátedra de geografia geral do Ginásio Pernambucano, intitulada, “O Nordeste Brasileiro,”
em que descreve o problema do semi-árido brasileiro, afirmando que o sertanejo está
abandonado à própria sorte e tudo de que precisa é mais apoio do Governo. Ele defende uma
canalização das águas do Rio São Francisco, para amenizar a seca entre Pernambuco e Ceará,
desenvolvendo toda essa região, com os campos semeados. As cidades, Recife
principalmente, melhorariam conseqüentemente. Pretendia promover a industrialização de
matérias-primas locais, como a cana e o algodão, expandindo a indústria para o Agreste e o
Sertão, aproveitando as fibras e as sementes oleaginosas que poderiam ser industrializadas.
Agamenon valorizou a economia do Sertão e do Agreste, incentivando a participação dos
municípios na Exposição.
FOTO-11
“Andei por toda a Exposição, levei muito tempo para ver todas as
coisas, não foi possível ver tudo em um dia, ainda tinha o parque de diversões, onde
me diverti com os brinquedos e jogos. Um dos Pavilhões que mais gostei foi dos
Municípios do Estado,que chamou minha atenção com a imensidade de imagens e
produtos agrícolas, e industriais expostos. Quando visualizei as fotografias da
exposição o que chamou mais minha atenção foram às máquinas da Usina
Rosadinho, pois visitei este local e pude conhecer essas máquinas pessoalmente,
eram diferentes das outras que eu já conhecia. Lembro-me do que meu pai contava
sobre Agamenon e seu governo, dizia que essa Exposição foi feita para a população
se divertir e conhecer as novidades da época, ele era homem bom, fazia tudo pelo
povo, ajudava as viúvas, mandava construir” casas para os pobres, todos tinham
um grande respeito por ele, diferente de hoje, que não há mais respeito pelos
governantes. Eu sinto muitas saudades daquela época de meu tempo de mocidade,
tempo em que os políticos eram honestos.”
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FOTO-14
Da mesma forma, o Recife sombrio, dos mocambos, mal vestido, daqueles que
não usavam a última moda, nem freqüentavam os locais mais nobres, os moradores da região
de aterro, residindo nos casebres, ou velhos sobrados, funcionando como pensão, tinham que
desaparecer, porque faziam de Pernambuco um Estado doente. Do cotidiano da capital faziam
parte a exploração econômica, a violência, o abuso, a insalubridade e as doenças, que
atingiam homens, mulheres e crianças; o crescimento desordenado acompanhou o surgimento
da indústria e gerou trabalhadores insatisfeitos com as condições de trabalho e com a vida,
obrigados a viver em favelas, cortiços e mocambos. Agamenon considerava caótica a
situação, sendo necessário reformar totalmente corpos e mentes, estruturas e instituições.
Durante os oito anos de interventoria não cessou de combater aqueles que considerava seus
inimigos, o Recife dos mocambos, que foi considerado oponente do progresso, tendo que
desaparecer; então ocorreu uma grande expulsão dos pobres. Contrataram-se arquitetos e
paisagistas franceses para redecorar a cidade, o centro da capital, sendo os mocambeiros
deslocados para os morros e para o interior. Dessa forma, o conjunto arquitetônico, os becos e
ruelas foram substituídos por prédios com elevadores e largas avenidas modernas. Verificam-
se essas ações nas maquetes dos prédios modernos em construção no Recife, nas fotos da
coleção sobre a Exposição (Foto-15).
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FOTO-15
moços, onde eu fui com minhas primas e amigas,me lembro que havia música e
alguns brinquedos, das crianças Todos que foram à Exposição fizeram comentários
sobre este stand, eu fui ao evento com minha família, naquele tempo as famílias
saiam juntas, não havia violência, as pessoas viviam tranqüilas, a Exposição foi um
espetáculo para os olhos e para as mentes.”
Através das imagens, observa-se como a Exposição foi também utilizada pelos
dirigentes estadonovistas para divulgar suas diretrizes políticas, nos discursos proferidos em
palanques armados nas ruas do Parque Treze de Maio. Em 4 (quatro) fotografias do acervo
iconográfico o tema versa sobre discursos políticos. Numa delas, Agamenon discursa, em um
palanque, com personalidades da época; usando terno branco e óculos, fala à frente de um
microfone, olhando para o público, seu olhar é sereno e determinado: os outros políticos são
interventores de outros estados brasileiros. Todos sabem que estão sendo fotografados, alguns
estão olhando para Agamenon Magalhães, outros fazem pose e olham para a câmera, todos
vestindo terno e gravata, peças do vestuário masculino sempre presentes naquela época, numa
postura que sugere altivez e formalidade. Na parte de trás e acima, em segundo plano na foto, a
fiação de energia elétrica, equivalente a um milhão e duzentas mil velas, que foi inaugurada para a
Exposição, iluminando todo o Parque Treze de Maio. A iluminação elétrica tinha sido inaugurada
um ano antes, em 1938, pelo Prefeito do Recife, Novaes Filho4. Em frente ao palanque está
escrito: autoridades, informando a todos que aquele espaço era destinado apenas a elas. (Foto-16)
4
Folha da Manhã, Recife, 14 de dezembro de 1939.p.1.
41
FOTO-16
Em outra fotografia sobre o evento, novo discurso é proferido, agora pelo
Secretário da Agricultura do Estado, Apolônio Sales, na inauguração do stand da Secretaria da
Agricultura; destaca-se o largo sorriso do Interventor de Pernambuco, demonstrando sua
alegria pelo sucesso do evento; Agamenon está de terno branco, de óculos, com o chapéu em
uma das mãos, olhando atentamente para Apolônio Sales. Ao seu lado, outros políticos, entre
eles, Waldemar Falcão, Antonio Campos de Oliveira, todos formalmente vestidos, de terno.
No lado esquerdo da imagem, há um gráfico, mais ao centro uma imagem e à direita um
arranjo de flores, provavelmente. As mulheres constituem uma personagem rara nas fotos da
exposição, devido principalmente à sua pouca participação na vida pública pernambucana,
face aos preconceitos machistas e patriarcais vigentes naquela sociedade. Contudo, percebe-se
um rosto feminino ao lado dos homens.
5
Jornal Folha da Manhã, Recife, 17 de dezembro de 1939.p.1.
6
Jornal Folha da Manhã,Recife,18 a 22 de dezembro de 1939.
42
FOTO-17
Em outro momento registrado, ainda na solenidade de inauguração, o Ministro
do Trabalho, Waldemar Falcão, discursa no parque, em um palanque armado para esta
solenidade. Ele veio a Pernambuco representando o Presidente da República, Getúlio Vargas.
Ao seu lado está Agamenon Magalhães, olhando-o atentamente, com ares de altivez; à
esquerda, Apolônio Sales, o Comissário da Exposição, A. Campos de Oliveira, e o Interventor
do Rio de Janeiro, Maurício Cunha. O ar solene e austero envolvia a todos, assim como o
vestuário formal e pomposo, tudo deveria deixar transparecer o desenvolvimento econômico
implantado pelo Estado Novo. (Foto-18).
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produzidos durante um evento público têm um valor etnográfico incontestável, pois constituem
valiosa documentação para a construção antropológica e histórica das circunstâncias, no caso
presente, da cidade em que ocorreu este evento. O fotógrafo registrou, na inauguração o Hall de
Abertura da Exposição; na foto do portal de entrada, batida à noite, chamava a atenção sua beleza
e grandiosidade, uma imponente abertura dava acesso às demais dependências do evento. Nesta
majestosa entrada constava seu nome: Exposição Nacional, o ano em que começou, 1939, e em
que terminou, 1940. É possível destacar, na fotografia, vários componentes de importância
ideológica – doutrinária, característica do Estado Novo, dentre as quais as bandeiras dos Estados
participantes do evento, enfatizando o nacionalismo. Em segundo plano, um monumento
construído em homenagem ao então Presidente da República, Getúlio Vargas, e ao Interventor de
Pernambuco,. No interior, destacam-se os brinquedos e atrações do parque de diversões, que
faziam parte dos atrativos da Exposição. A foto registra o grande número de populares, militares,
autoridades, a participação de mulheres. Há iluminação em cada um dos lados do portão de
acesso, com duas colunas apresentando o mapa do Brasil, bastante iluminado.A fotografia
informa detalhes, como o grande número de visitantes à Exposição; militares, em primeiro plano,
crianças, mulheres, costume característico de uma sociedade patriarcal das décadas de 30 e 40 em
Pernambuco, a separação de grupos de mulheres conversando, e de grupos apenas de homens,
uma nítida distinção de gêneros. A imponência do portão de acesso chamava a atenção de quem
passava pelo local, a iluminação intensa e o fato da relevância dada à Exposição pelos próprios
freqüentadores, trajados formalmente. Em síntese, uma fotografia que representa o êxito da
Exposição, principalmente devido ao grande número de visitantes.
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que viessem a ressurgir, combatendo o comunismo, como uma ação para intimidar os
empresários pernambucanos. O Governo conseguia também o apoio financeiro dos
empresários para as obras de assistência social, utilizando os mesmos argumentos contra o
comunismo. Para conquistar a simpatia dos trabalhadores e das classes dominantes, o Poder
Central utilizava-se da demagogia política, afirmando lutar contra o lucro excessivo e a
especulação comercial. O Chefe do Governo conclamava a população para que agisse como
se cada um fosse um policial, a exercer funções policiais.
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demonstrando os serviços prestados por esse Instituto. Foi de grande importância a criação
desse órgão para os trabalhadores do Estado, pois lhes proporcionou garantias e direitos
trabalhistas, em caso de acidente ou morte as famílias receberiam pensão, auxílio por
incapacidade ou invalidez. Essa conquista constituiu um fato marcante do Governo Vargas.
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econômico da nação. Para Gomes (1982, p. 157), o Estado Nacional, outra denominação do
Estado Novo, por meio dessa iniciativa tentava amenizar as causas da pobreza e doença,
promovendo a satisfação das necessidades básicas do homem: alimentação, habitação e
educação. Os exemplos foram a criação do Serviço de Alimentação da Previdência Social
(Saps), em 1940, organizado pelo Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Industriários,
possibilitando vitalidade física aos profissionais. No terreno da política habitacional, foram
criadas as Ligas Nacionais Contra os Mocambos, que traduziam a preocupação do Interventor
pernambucano com as condições de moradia da população da periferia da cidade do Recife; e
os planos de construção de casas populares, desenvolvidos pelos Institutos e Caixa de Pensão
no Distrito Federal.
FOTO-26
Novaes Filho ativou a Comissão do Plano da Cidade, presidida por ele e pelo
Diretor de Obras Municipais, representantes da Secretaria de Viação e Obras Públicas, do
Instituto Arquitetônico e do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco,
da Associação da Imprensa, do Estado Maior de 7a. Região Militar, do Departamento
Nacional do Saneamento, da Escola de Belas Artes. A Comissão revelou o interesse em
resguardar a face histórica do Recife, sendo construídas a estação central na Praça das Cinco
Pontas e a avenida Dantas Barreto (GOMINHO, 1998, p. 100).
direito, além da porta de entrada. Esse pavilhão foi um dos mais visitados e admirados da
Exposição, conforme atestam os jornais da época.
FOTO-27
O pavilhão da Prefeitura salientou o dinamismo do Prefeito do
Recife Novais Filho, nas mais fortes realizações do seu período administrativo
dotando-nos de uma capital que progride e que se civiliza aos olhos de todo os
visitantes.Tivemos igualmente o Pavilhão das Indústrias e Comércio, cuja
finalidade alcançou o mais completo êxito, expondo uma diversidade de produtos da
indústria e do comércio e seus mostruários belíssimos. O que é produzido é o que
demonstra o trabalho incessante dos brasileiros, na ânsia incontida de positivar a
capacidade do nosso povo, os seus mostruários bem o disseram durante os dias
decorrentes da Exposição. Não menos merecedores de justa menção, tornaram-se
os Pavilhões do Norte, do Nordeste e dos Estados do Sul, reafirmando o indiscutível
valor dos que representam o Governo da República nas diversas partes do Brasil,
solidificando o prestígio da nossa cultura (ÁLBUM CATALOGO).
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O acesso à casa própria era uma questão relevante para o Estado, porque
implicava na tranqüilidade coletiva e no amparo à família. Essa era a base moral do homem.
O Governo voltava-se para a população, enfocando a linguagem como meio de atingí-la, de
chegar ao homem. E ter uma casa, um teto, era o sonho do trabalhador brasileiro. A questão
da habitação e dos mocambos foi tratada pelo Estado Novo como urgente, no sentido
nacionalista, patriótico, reeducativo. Outros governos já haviam se preocupado com esta
realidade dos Mocambos, mas foi nesta administração que o tema foi incrementado, sendo
ativados vários órgãos para o combater o problema e para a criação de vilas operárias.
Algumas decisões envolviam providências como o aterramento dos mangues e alagados.
encomendou uma pesquisa, para saber a quantidade de casebres existentes na cidade do Recife,
além de incluir informações sobre o perfil econômico e social dos seus habitantes e
proprietários. Foi criada, em 1938, a Comissão Censitária dos Mocambos do Recife, cujos
trabalhos seriam desenvolvidos em conjunto com a Prefeitura do Recife.
7
Folha da Manhã, 10 de setembro de 1939. p.3.
57
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O valor das indústrias têxteis para Pernambuco é indiscutível, sua qualidade era
apreciada no estrangeiro, esta indústria estava bem equipada e era bastante empreendedora. O
destaque reservado pela Interventoria para estas fábricas, nos jornais foi intenso e amplo. Os tecidos
participavam do cotidiano das populações de várias condições sociais, eram produtos de uso
popular, com uma qualidade superior aos similares. Apenas as tecelagens empregavam, em 1931,
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cerca de 5.463 operários, distribuídos entre doze companhias; destes, 1.232 eram da Companhia de
Fiação e Tecidos de Pernambuco, e 1274 trabalhavam nos três cotonifícios de Othon Bezerra de
Melo, em Apipucos, Siqueira Campos e rua do Muniz (GOMINHO, 1998, p. 29).
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A fotografia representa o stand da Tecelagem da Seda e do Algodão de
Pernambuco (T.S.A.P), onde se destacam amostras de alguns tecidos de seda, com variadas
cores, uma manequim com uma saia em várias tonalidades. O requinte do stand chama a
atenção, devido à diversidade dos mostruários. A indústria têxtil era um dos pilares da
economia de Pernambuco e seus produtos eram exportados para outros países e estados do
Brasil, devido à sua altíssima qualidade e valor. No stand, destaca-se a beleza dos tecidos, o
luxo, e percebe-se que se destina à classe alta da sociedade, políticos, senhores de engenho,
intelectuais, para serem usados em ocasiões de festas e comemorações. No stand ainda estão
espalhadas tiras de tecidos, e uma cortina de seda, em segundo plano, como decoração. Bem
evidente, do lado esquerdo, o brasão da T.S.A.P.
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no seu cotidiano. No stand estão diversos objetos e utensílios domésticos e industriais. Pode-
se enfatizar a grande importância do alumínio para o comércio, pois, na época da exposição,
era largamente utilizado em diversas embalagens de produtos, como óleos de cozinha,
alimentos e materiais de limpeza. Outro destaque do alumínio foi com relação aos utensílios
de cozinha; sua utilidade era inquestionável, quase todos eram fabricados em alumínio, desde
a caneca até o bule, passando pela chaleira, caldeirões, leiteiras, frigideiras e jarras.
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Para Mead (1999), não bastaria somente falar e discursar em torno do homem,
apenas descrevendo. Chegou a hora de expô-lo, mostrá-lo, torná-lo visível, para melhor
compreendê-lo e conhecê-lo. Esta autora serviu de suporte a esta pesquisa, na sua análise e
interpretação das culturas. Moreira Leite (1998), em sua análise sobre fotografias, sobretudo
sobre famílias relacionando essas imagens ao contexto histórico da época, foi outra autora
bastante consultada nas interpretações fotográficas deste trabalho.
relações sociais entre os freqüentadores, um cenário ao ar livre onde várias camadas e classes
sociais se encontram e se relacionam. No exame das imagens fotográficas ou/e
cinematográficas pode-se expor relações sociais desenvolvidas nos parques e praças, verificar
o desenrolar das atividades realizadas pelos personagens sociais. O estudo dessas imagens
revela momentos únicos. É o instante captado que dá conta da realidade. O registro
fotográfico traz “o algo mais” que a observação a olho nu muitas vezes não percebe ou deixa
escapar. Na análise dessas imagens afloram os sentimentos saudosistas, sobretudo de pessoas
que, hoje na faixa da terceira idade, reconhecem lugares, amigos já falecidos, produtos
extintos, fragmentos do cotidiano de suas vidas, revividas através da memória social contida
nestas imagens. As imagens fotográficas atuam também como instrumento de rememoração
de outro tempo, do passado longínquo. Relacionando estes aspectos com a riqueza etnográfica
contida em fotografias e coleções de eventos ocorridos em parques ou praças públicas,
destaco a importância interpretativa destas imagens como resgate da memória social destes
eventos e, principalmente, como análise etnográfica.
cidade e sua região, mas também transcendem esta especificidade e representam uma herança
nacional e internacional, ou “Humana”.
Pinheiro (2000) analisa a fotografia não só como indício duplo do real, mas
como possibilidade metafórica, texto indireto e cheio de reentrâncias, onde a coisa retratada
pode esconder-se para além da imagem no imaginário. Para a autora a fotografia é uma
confluência entre arte e ciência, entre arte e antropología, não só porque traz em si mesma
esta vocação, mas porque é portadora de uma carga intensa de ambigüidades e subjetividade
que gera inúmeras possibilidades de leituras, de diálogos, de trocas. Num primeiro momento,
a fotografia esteve presente na antropologia, como suporte do vivido, registro do exótico,
como registro da diferença. A fotografia está presente na arte como possibilidade de
ampliação do conhecimento sobre o mundo visível, a câmara via mais do que o homem; ela
possibilitava ângulos e percepções do momento que o olho não conseguia captar, era uma
extensão do olho humano, via mais do que o homem.
De acordo com Peixoto (1999), Franz Boas foi um dos primeiros antropólogos
a usar as fotografias e os filmes no trabalho de campo. Boas utilizava os recursos as técnicas e
tecnologias mais avançadas da sua época para as questões etnológicas. Foi um inovador, ao
elaborar as primeiras fotografias de um Potlatch Kwakiutl. Boas estava convencido de que a
descrição e análise de certas práticas culturais só eram possíveis através do registro de
imagens.
Marceu Mauss foi também um dos grandes incentivadores do uso das imagens
na pesquisa de campo. Em sua obra, “Manual de etnografia”, ele convida os etnógrafos a
capturarem fotografica e cinematograficamente tudo o que fosse possível, durante o trabalho
de campo; ele assinala a importância dos métodos de observação material, os registros
fotográficos e fonográficos.
Um evento como uma Exposição Industrial, por exemplo, foi registrado numa
coleção fotográfica, eternizada, na estrutura do objeto acontece um entrecruzamento entre a
história e a memória coletiva, a Exposição Nacional de Pernambuco situa-se como memória
social, um acontecimento que uniu a resistência ao tempo e a capacidade de impressão, de
vivacidade. Logo, a lembrança social do grupo resistirá ao tempo. Este momento histórico
76
torna-se elemento vivo da recordação coletiva, a imagem como operadora da memória social.
A publicidade também utiliza a imagem como complemento do enunciado lingüístico, para
representar as qualidades de um produto e conduzir o leitor a se recordar destas qualidades e
assim tornar-se consumidor deste produto. Estes exemplos indicam, para períodos e
modalidades distintos, a eficácia da imagem na memória social. A imagem concreta é uma
produção cultural, possui eficácia simbólica. Pois aquele que observa uma iconografia
desenvolve uma atividade de produção de significação e oferece uma liberdade de
interpretação, é o conteúdo legível, pode variar conforme as leituras de imagens, pois as
imagens comportam um programa de leituras: recepção.
FOTO-42
O Recife foi palco de grandes festas e congressos, dentre os quais o evento que
inaugurou o Parque Treze de Maio, o III Congresso Eucarístico Nacional. Neste local ocorreu
a Exposição Nacional. Alguns desses eventos eram utilizados para impingir a doutrina
ideológica do Estado Novo, dentre os quais o III Congresso Eucarístico Nacional, ocorrido em
setembro de 1939. O Parque Treze de Maio foi finalmente inaugurado e um espaço reservado
para este seminário. O Congresso representou mais que um acontecimento religioso, ocorreu
78
8
Folha da Manhã, Recife 8 de dezembro de 1939. p.8.
80
fauna e da flora da Floresta Amazônica, além dos povos indígenas que habitam essa região:
fotografias, móveis, fibras nativas, a juta indiana aclimatada em Parintins pelos imigrantes
japoneses, representações da cultura e do ambiente do Estado do Amazonas.
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Rio Grande do Sul uma representativa imagem podia ser vista, com tonéis de vinhos
envelhecidos, entrelaçados por uma fita. Este stand é formado por três indústrias: o Frigorífico
Nacional Sul Brasileiro Ltda, exibindo diversas embalagens de seus produtos industrializados,
bandeirinhas do Brasil; o Instituto do Vinho, mostrando grandes variedades de vinhos,
também ornamentado com bandeirinhas do Brasil; e a Livraria Globo, que trouxe exemplares
de obras literárias, mostrando os livros arrumados em prateleiras e estantes, diversos cartazes
com fotografias, um cartaz com a imagem de um homem com um disco de vinil da época. O
diferencial nesse stand era o mostruário de fábricas de ponta, e o desenvolvimento
educacional do Estado, apresentando apenas 20% de analfabetismo, contrastando com os
números dos demais estados brasileiros, cuja divulgação foi proibida pelo governo de
Agamenon. Por apresentar clima temperado, o Rio Grande do Sul recebeu grande imigração
européia. Estas imagens informam os hábitos alimentares, o vestuário, os costumes típicos de
cada região brasileira. As atividades socioeconômicas ligadas à agricultura e à industria
determinaram novas relações sociais, atitudes da modernidade.
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medicamentos, as pinturas representam aspectos da sociedade alagoana. Vale ressaltar que foi
exposto o que há de melhor em cada estado, seu ponto forte, através de grandes imagens,
fotografias, gráficos, painéis, com o objetivo de atingir todas as parcelas da sociedade.
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Quanto ao Pavilhão Oficial do Estado Pernambuco basta afirmar
que foi um testemunho do que tem sido a administração do Interventor Agamenon
Magalhães, monumento da honradez e do trabalho, cercado que se encontra de
auxiliares dignos, capazes, portanto de uma cooperação proveitosa (ÁLBUM
CATÁLOGO).
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Desta forma, fica claro que somente novos princípios institucionais, juntamente
com a representação que se tinha da nação e do povo brasileiro, legitimariam o regime, por
meio de intervenções nos diferentes setores da sociedade, reguladas por dispositivos culturais
que difundiam seus princípios doutrinários. Sem dúvida, uma política de proteção à família e
ao trabalho, ao homem do presente e do futuro tinha que dar ênfase especial à educação. Pois
só pelo ensino se poderia construir um povo integrado. A intervenção do Estado Novo fixava
os postulados pedagógicos principais à educação dos brasileiros, tendo em vista uma série de
valores, dentre os quais: o culto à nacionalidade, à disciplina, à moral e ao trabalho. O
trabalho era um sistema pedagógico completo, como um ideal educativo, que seria
implementado através de medidas como a adoção dos trabalhos manuais nas escolas e a
difusão e valorização do ensino profissionalizante.
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se preocupava com os pobres, com a população carente, aclamado como “o pai dos pobres”.
A publicidade em torno de Getúlio, produzida pelo DIP, exaltava suas qualidades, ao mesmo
tempo em que divulgava mensagens de otimismo e grandeza. Proibia a divulgação de
qualquer informação contrária, principalmente os atos autoritários e violentos praticados pelo
líderes do Estado Novo. Foi intensa a perseguição e repressão aos seguidores das religiões
afro-umbandistas, judeus, italianos e alemães.
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meio valioso para propaganda, devido à velocidade e amplitude com que atingia e difundia
suas mensagens. No Brasil, graças ao alto índice de analfabetismo, cerca de 56,04%, em
1940, este meio de comunicação tinha uma importância significativa, pelo seu poder de
atingir essa parcela da sociedade. Ciente dessa importância, o Governo estabeleceu que a
rádio-comunicação constituía um serviço público cuja utilização dependia da concessão do
poder central. No início dos anos 30, adquiriu prestígio entre a população, com os primeiros
programas humorísticos, musicais, transmissões esportivas, rádio-jornalismo e as primeiras
novelas (GARCIA, 1982). Diariamente, era transmitido, para todo o país, o programa de rádio
oficial do Governo: a Hora do Brasil, cujo conteúdo incluía discursos, os atos e
empreendimentos do Governo, as descrições de regiões percorridas pela comitiva
presidencial, notícias internacionais. A Hora do Brasil era forçosamente retransmitida em
estabelecimentos comerciais, veiculada também por alto-falantes instalados em logradouros
públicos, praças e avenidas, nas diversas cidades do interior do país.
média de uma obra editada a cada oito dias, promoviam-se concursos, premiando romances e
comédias que levassem aos homens que trabalhavam nas fábricas e oficinas uma mensagem
de valor educativo. Muitas obras publicadas pelo DIP eram dedicadas a justificar o golpe de
37. A literatura de cordel também reproduzia o engrandecimento do regime e do seu chefe.
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A rua, a tirania dos phtotógrafos. Folha da Manhã, Recife, 10 de Maio de 1939. Edição vespertina, p.03.
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pastoril, roda gigante, era uma festa de família. A Exposição era um negócio
inédito. Ela ocupava o Parque Treze de Maio, que ocupava até a avenida Mário
Melo, tudo era a festa, era um mundão. Todos estavam muito bem vestidos
socialmente vestidos, como pedia a ocasião, agente olhava aqueles stands com
respeito e admiração, aquilo era uma novidade porque a faárica Paulista tinha 700
lojas em todo Brasil, era uma curiosidade nascente, as pessoas da época todos
comentaram, tudo foi uma surpresa.”
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O interesse e o uso da fotografia na pesquisa antropológica não é recente, a
fotografia teve um lugar privilegiado nas ciências sociais nesses últimos 30 anos, como
assinalam vários autores (GODOLPHIM, 1995; ALEGRE, 1998; SAMAIN,1998;
NOVAES,1998; ECKERT, 1999; MONTE-MOR,1999; PEIXOTO,1999) que nos serviram
de suporte teórico para esta pesquisa. Vários outros antropólogos já trabalham coleções
fotográficas de um determinado lugar e de um momento histórico específico. Referimo-nos ao
trabalho realizado pela antropóloga Fraya Frehse (2005): “O tempo das Ruas – Na São Paulo
de Fins do Império”, através da análise de fotografias da época, de um acervo de um
fotógrafo específico que retratava as ruas de São Paulo. Com essa pesquisa, a autora procurou
compreender a história urbana, as mediações simbólicas entre os indivíduos e a cidade.
Diversos autores lidam com fotografia como recurso visual, dentre os quais
(Collier J 1978) e muitos pesquisadores buscam a fotografia como um recurso metodológico e
técnico de ampliação de um trabalho de campo; este trabalho de pesquisa procurou utilizá-la
para buscar compreender um determinado período de tempo e ampliar o olhar sobre as
questões culturais pertinentes a esse momento histórico. Observou-se como as fotografias
exibiram o cenário político do período do Estado Novo no país, dando ênfase à
industrialização, representada nas fotografias da Exposição pelas fábricas têxteis, pelas
indústrias de massas, biscoitos, óleos, sabões. Elas falaram de um projeto centrado na
urbanização e modernização das cidades, focaram a industrialização através das fotos,
maquetes de prédios e de bairros do Recife que até hoje são marcas desse período.
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Procuramos reconstruir a história desta Feira Industrial, Com base nas imagens
fotográficas, como uma possibilidade do uso das iconografias para a recuperação da memória
social de eventos tais como esse da Exposição Nacional. Na realidade, são objetos culturais,
registros em que este acontecimento está preservado, onde a memória pode ser encontrada.
Nas fotografias dos stands dos Estados Federais e dos Municípios de Pernambuco, tais como
são apresentadas respectivamente nas páginas 77 a 90 e 22 a 35, são visualizadas, de um lado,
a diversidade de objetos utilizados pela sociedades dessas localidades e, por outro, as práticas
culturais da sociedade na época.
Durante a leitura dos jornais da época e do material coletado para essa pesquisa
pudemos aferir que o ambiente da Exposição envolvia a todos, em um clima de festa e alegria,
toda noite assistia-se a várias atrações artísticas e os discursos dos políticos empolgavam a
população com mensagens de sucesso e progresso trazidos com o advento das realizações de
Getúlio Vargas.
Uma das formas de legitimação do governo estadonovista ocorreu por meio das
imposições ideológicas e culturais concebidas pelos intelectuais que formularam o projeto
ideológico doutrinário veiculado pela imprensa. Estas mudanças permearam a vida cotidiana da
sociedade pernambucana, influenciando os hábitos dos cidadãos. Era a cultura estadonovista que
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Acredita-se que, por meio deste trabalho, se possa contribuir para incentivar e
valorizar o uso da imagem e de coleções fotográficas, incrementando seu potencial nas
ciências humanas.
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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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8. APENDICE