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Manolo Florentino ao tratar da escravidão moderna aponta para um

“silêncio historiográfico” no que se refere ao continente africano. Para isso


aponta alguns autores que também analisam o tema. Um deles é o historiador
brasileiro Caio Prado Junior, que possui importante estudos sobre o período,
porém, ao trata da escravidão, coloca o continente africano apenas como uma
“variável passiva” do processo escravista, negligenciando a participação dos
africanos na captura e no comércio De escravos nos dois lados do Atlântico.

Outros autores, segundo Florentino, apontarão o caráter brando da


escravidão para África, o que para ele é um beco sem saída, uma vez que o
caráter violento do processo é incontestável. O autor aponta também para o viés
vitimista de análise que não coloca em discussão as diversas formas de
resistência dos envolvidos.

Manolo Florentino, explicando sobre o funcionamento da lógica interna do


tráfico comprova que tais análises historiográficas anteriores não suprem a
vastisão do sistema escravista que de fato ocorria. Antes da chegada dos
europeus, no interior da África já existia uma rede de comércio captura de
escravos. Com a chegada dos europeus e a sua aproximação das autoridades
locais houve um aumento da demanda.

A aquisição de escravos entre africanos era por meio de guerras, dívida


ou até mesmo voluntaria e a maioria vinha do interior da África, passaram pela
rede inteira de comércio e depois eram levados às costas do continente como
no porto de Luanda e lá eram trocados por mercadorias europeias e americanas.
Os próprios escravos eram destinados a essa tarefa de captura de outros, e há
casos de ex-escravos que retornam à África e se tornam comerciantes.

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