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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ – Campus Londrina

DISCPLINA: Liturgia
PROFESSOR: Pe. Rafael Direito
ALUNO: Bruno Henrique Ferreira

a. O que a teologia cristã entende por "Graça", de acordo com o texto de


Cantalamessa?

R: A graça pode ser definida como a resposta da criatura a Deus que se manifesta
a ela, e por isso também entendida como o encontro, por parte do homem, com o criador.
Essa graça é percebida também na transmissão, mediada por Jesus, do amor do pai. Neste
sentido, o amor do Pai é graça aos seres humanos. Ele mesmo é graça e a prova disso é
que ele existe para nós, se doa a nós.

A graça ainda pode ser compreendida como “perdão da pena” ou “indulgência”.


Na bíblia ela aparece como um beneficio concedido livremente, um favor do Criador para
com a criatura e por isso a torna “amável”. Neste sentido, para se tornar “amável”, plena
de graça, a criatura depende das graças divinas.

Importante é notar que a graça deve falar muito mais de Deus do que de Maria,
porque é Ele quem a concede e ela quem recebe a graça. Essa graça de Deus é nos
concedida em Jesus, isto em vista de nossa salvação, que se dá pela morte de Cristo.
Sendo Maria a Mãe de Cristo, percebemos a relação entre graça e nova aliança. A graça
agora não é o Dom de Deus, mas o próprio Deus. Por essa razão somos chamados a
agradecer a Deus por tão precioso dom. E agradecer significa reconhecer a graça divina
em nosso favor, o fato de ela ser transmitida gratuitamente e reconhecermo-nos
dependentes Dele.

b. Que relação o autor estabelece entre Graça e salvação? Que argumentos de


auridade(fontes) utiliza?

R: Uma das relações entre graça e salvação pode ser percebida no fato de Jesus,
filho de Maria, ter-se encarnado, Deus que vem até o ser humano, para nos salvar. A
relação da graça com a salvação pode ser percebida no fato de que a Igreja é transmissora
da Graça. São Paulo já anunciava a Graça às comunidades: “Graça e paz” (2 Jo 1,3). E
essa graça é o anúncio dos favores divinos para com os homens em Cristo. A graça
também pode ser relacionada a salvação na medida em que entendemos o contexto
daqueles que eram alvo do anúncio do Evangelho: um contexto de angústia, onde o
homem buscava caminhos para lhe proporcionar a extinção do sentimento de afastamento
de Deus, devido ao mundo tido por prisão.

Segundo o autor, o fato de se anunciar a graça, e portanto a salvação, aliviava o


homem da época que procurava sentido. E essa graça era o anúncio de Jesus Cristo, que
liberta o homem. Assim, a salvação possibilitada ao homem, é graça de Deus a ele, é
resultado do amor de Deus que o criou e quer salvá-lo.

Num mundo de hoje percebemos uma “recusa” da graça pelo fato de quê tem-se
a ideia de que o homem pode ser curado do seu mal, sem a graça. Tal fato se manifesta,
por exemplo, na Psicanálise, onde seus problemas, pensam eles, são solucionados a partir
do conhecimento, por parte do paciente, de suas neuroses ou culpas. Também há hoje
uma excessiva preocupação com a diferença entre ricos e pobres, que acaba por deixar de
lado a diferença existente entre aqueles que estão na graça de Deus e aqueles que não
estão.

c. Que embasamento teórico o texto oferece para justificar que Maria, a Mãe de
Jesus, seja dita "cheia de Graça"?

R:Maria pode ser chamada de Cheia de graça pelo fato de que ela foi preservada
por Deus de toda mancha, tendo em vista a sua participação na obra da redenção, a partir
do seu sim. Este elemento, o seu sim, possibilitou a “plenificação de Deus” nela, no
sentido de que Deus mesmo passou a ‘habitar” nela. Assim, estando Deus nela, estava
cheia de graça, foi agraciada.

Também Maria pode ser dita cheia de graça devido a sua relação com a Igreja.
Maria é mãe de Jesus, e Jesus fundou a Igreja. Tanto ela como a sua Igreja, são agraciados.
Maria por ter dito sim a Deus e a Igreja por continuar a missão dada por Cristo, de
anunciar as graças divinas aos homens.

Maria, que é bela pela graça mas também dotada de graça, portanto cheia de graça,
é modelo de santidade, plena de Deus e Santa. Nela conseguimos perceber a presença de
Deus. Assim também, na Igreja, Deus está presente. A Igreja tem a missão de transmitir
as graças, da parte de Deus, aos homens. Embora pelo pecado dos homens, se perca de
vista a graça presente na Igreja, somos convidados a perceber a beleza interior que há na
Igreja, assim como há em Maria. Somos convidados a crer na graça, na presença de Deus
para conosco. Ele que esteve com Maria, hoje está ao nosso lado, através da Igreja.

Em Maria, está a graça, e esta graça é um favor divino. Deus habitou nela, e isso
em seu Filho. Também Maria é cheia de graça pois é bela, ou seja, santa. E isso a faz
superior a todos os seres humanos. Essa graça é expressada nos termos de “Imaculada”
(na Igreja Latina), ou conforme os ortodoxos, “Toda Santa”. A primeira destaca a graça
de Maria como sendo aquela que não tem pecado e a segunda destaca a graça de Maria
como mulher onde se encontram todas as virtudes.

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