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Fluxos migratórios

Daniel Dalpiaz
Francine Machado
Alex Sandro da Silva
Lucia Raquel Arce Smykaluk
Tutor Externo Josué Alves do Nascimento Junior
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
Licenciatura em Geografia (GED0216) – Prática do Módulo VI
13/12/17

RESUMO

Este artigo tem como objetivo demonstrar os vários fluxos migratórios que aconteceram
e ainda acontecem no Brasil e no mundo. O artigo abordara o destino daquela fatia da
população mundial, que resolve sair de seu local de origem atrás de novas oportunidades
de vida. A busca por estas novas oportunidades são desencadeadas por diversos fatores
como: guerras, perseguições religiosas, crises econômicas, seca, busca por trabalho. Na
atualidade a crise de imigração na Europa, que acontece pela entrada de imigrantes
ilegais vindos da África e do leste Europeu, causa enormes problemas para a União
Europeia. Além disso, a proposta de construção de um muro que separe o Estados Unidos
do México para evitar a entrada de imigrantes ilegais no país. Será abordada a vinda de
imigrantes que formaram a população brasileira e como, mais tarde, esta migrou
internamente no nosso país.

Palavras-chave: imigrantes; fluxos migratórios; crise de imigração.

1 INTRODUÇÃO

Os fluxos migratórios, são movimentos populacionais de deslocamento entre


países ou regiões. Estes movimentos acontecem desde o surgimento do homem, que
naqueles tempos migrava para outras regiões em busca de alimento para sobreviver. Com
o passar dos anos a situação que vivemos no mundo atual é diferente, porém as pessoas
ainda migram para sobreviver.

O principal motivo de fluxos migratórios é a busca por melhores empregos e uma


perspectiva de vida que traga uma estabilidade econômica para a família, porém existem
diversos fatores causadores de migrações: em consequência de desastres ambientais,
guerras, perseguições políticas, étnicas ou culturais.
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Os principais destinos da migração internacional são os países industrializados,


entre eles estão: Estados Unidos da América(EUA), Canadá, Japão, Austrália e as nações
da União Europeia. Os Estados Unidos possuem cerca de 39 milhões de imigrantes, se
tornando o maior receptor de pessoas no mundo. O número total de imigrantes em todo o
planeta está próximo de alcançar 200 milhões de indivíduos.

O Brasil é considerado um país de imigrantes, pois sua população é composta por


descendentes de imigrantes vindos principalmente da Europa. Estes que chegaram em
maior quantidade a partir do século XVIII para colonizar estas terras. A principal marca
da imigração para o nosso país é a cultura, que incorporamos de diversos países como:
açorianos, suíços, alemães, italianos, japoneses, franceses, ingleses, gregos, nórdicos,
poloneses, russos, judeus, sírio-libaneses, coreanos e outros.

2 FLUXOS MIGRATÓRIOS PELO MUNDO

A maior parte dos fluxos populacionais ou migratórios, entre países, que


acontecem atualmente em sua maioria estão ligados ao fator econômico. No ano de 2009,
o relatório realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD),
apontava que cerca de 195 milhões de pessoas moravam fora do seu pais de origem,
somando um total de 3% da população mundial. Porem diversos fatores são considerados
causadores destes fluxos, entre eles estão: desastres ambientais, guerras, perseguições
políticas, étnicas ou culturais. Estes deslocamentos populacionais podem ser classificados como:

Os movimentos populacionais podem ser classificados em voluntário, quando


o movimento é livre, espontâneo; forçado, como nos casos de escravidão, de
perseguição étnica, religiosa, política ou alguma catástrofe natural; e
controlado, quando o Estado controla numérica ou ideologicamente a entrada
e saída de migrantes. (COLOMBO ,2013).

Freitas (2017) expressa que os fluxos migratórios também podem ser


caracterizados como fluxos de atração ou repulsão, a primeira acontece quando as pessoas
saem de países onde não há boas condições de vida e de trabalho, são atraídas à países
desenvolvidos, como Estados Unidos, países da Europa e Japão, a segunda são migrações
onde o indivíduo deixa seu país devido a problemas políticos, perseguições, guerras, entre
outros.
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Sendo o fator econômico a principal causa de migrações, a busca por um trabalho


que traga uma renda melhor é o principal fator das correntes migratórias que emergem de
Latino-Americanos, Africanos e Asiáticos em direção aos EUA, Europa e Japão. A
Europa é o maior receptor de imigrantes, em seguida temos a Ásia e a América do Norte.
Em relação a países, os EUA é aquele que recebe o maior número de imigrantes.

Por ser o país que mais recebe imigrantes os Estados Unidos sofre uma
transformação estrutural, populacional e social de grande proporção. Os estudos
realizados pelos órgãos competentes do pais revelam que a cada ano cerca de 1,2 milhão
de imigrantes chegam ao território norte-americano. A atual população do EUA tem
aproximadamente 10% do total de imigrantes, número muito alto. (Freitas, 2017)

Estimativas apontam para 11 milhões de imigrantes vivendo de maneira ilegal


no país, estes trabalham na construção civil ou como garçons em restaurantes, vagas
empregos que dificilmente são ocupadas por americanos. A maior parte destes indivíduos
vive de maneira discreta, longe de problemas com a justiça, apenas recebendo um salário
muito melhor do qual recebia em seu país de origem e tendo assim uma vida muito
melhor. Muitos enviam parte do dinheiro recebido para os familiares no pais de origem,
incrementando desta maneira a economia daquele país. Desta maneira, “Segundo a ONU,
em 2008, eles repartiram cerca de 251 bilhões de dólares, com a intenção de ajudar suas
famílias ou realizar poupança que lhes permitisse regressar no futuro”
(COLOMBO,2013).

O atual presidente dos EUA, Donald Trump, propôs construir um muro ao longo
da fronteira com o México, visando acabar com a imigração ilegal de mexicanos aos
Estados Unidos. Porém muitos dos imigrantes que vivem ilegalmente naquele país nem
sequer são das Américas. Depois de México, Guatemala, El Salvador e Honduras, a
maioria das pessoas ilegais são chineses (aproximadamente 268 mil), seguido da Índia
(267mil) e Coreia do Sul (198 mil).

Com relação a problemas causados por imigrantes ilegais no s Estados Unidos,


Yee(2017) estabelece que:

Trump já disse em ocasiões anteriores que os mexicanos que entram


ilegalmente nos EUA são “estupradores” e “assassinos”. Essas pessoas
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existem, mas não são maioria. O Instituto de Políticas Migratórias estimou em


cerca de 820 mil - de um total de 11 milhões de pessoas - o número de
indivíduos condenados por algum crime. Além disso, 300 mil - menos de 3%
dos 11 milhões - cometeram algum tipo de violação.

Mesmo ao observar estes números, Donald Trump firmou que irá continuar com
o processo de deportação daqueles imigrantes que tiverem histórico de crimes graves.

A Europa é o destino mais procurado por imigrantes de todo o mundo. Vindos em


busca de melhores condições de vida, ou apenas para fugir da morte em países assolados
por guerras civis. Esse sem dúvida é um dos fatores de fluxos migratórios mais cruéis, e
segundo Marinucci (2005): “O drama dos refugiados e refugiadas é sem dúvida um dos
desafios mais urgentes da conjuntura internacional.”

A política de imigração da União Europeia(UE) lida com a imigração regular e a


migração irregular. Em relação à migração regular, a UE prega as condições para as
entradas legais e de residência. Os Estados-Membros tem o direito de definir o número
de pessoas oriundas de outros países em busca de emprego.

A UE está lidando com a maior crise de imigrantes refugiados desde o fim da II


Guerra Mundial. Somente no ano de 2016, 362.753 pessoas entraram nos países do bloco
através do Mediterrâneo e cerca de 5.022 morreram ao tentar fazer a travessia. Os
números desta crise são expostos desta maneira:

Nos últimos anos, milhões de pessoas chegaram à Europa: fogem de conflitos,


terrorismo ou de perseguições nos seus países. Dos 1,2 milhões de pedidos de
asilo que os países da UE receberam em 2016, mais de um quarto foram feitos
por pessoas oriundas da Síria, um país devastado pela guerra. Os cidadãos
oriundos do Afeganistão e do Iraque ocupam o segundo e terceiro lugar,
respetivamente. Em todos estes países, as populações civis enfrentam ameaças
de grupos insurgentes extremistas (PARLAMENTO EUROPEU, 2017).

Diversas ações foram postas em pratica pela União Europeia para diminuir os
impactos causados por essa crise de imigração. O Parlamento Europeu pediu o reforço
dos controles de fronteiras e uma maior capacidade dos Estados-Membros para rastrear
as pessoas que entram na Europa. Foi criada a Guarda Europeia de Fronteiras e Costeira
para reforçar a segurança mas fronteiras. O Parlamento pediu mais fundos para programas
que promovam oportunidades aos refugiados, como empregos e educação e os deputados
também incentivaram pequenos empresários e criar incentivos para contratar imigrantes.
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3 MIGRAÇÃO PARA O BRASIL

Várias formas deram a origem ao processo histórico da migração brasileira, onde


o imigrante que veio dos países setentrional foi visualizado de diferentes maneiras pelo
Estado e pela sociedade brasileira. No período colonial, só era aceita a imigração de
escravos africanos. No período imperial o governo deu estímulos a imigração destinada
à colonização e a substituição da “imigração forçada para a estimulada”.

Sendo estes imigrantes qualificados para atender demandas de serviços urbanos,


principalmente devido a modernização da economia brasileira. No final do século XVIII,
após a sociedade introduzir a máquina como instrumento de trabalho, deu ênfase a
propriedade privada, e necessitava de uma mão de obra mais qualificada sendo este novo
fluxo migratório, dos países centrais para periferia, tendo convívio com tal tecnologia.

A partir do final do século XVIII iniciou-se um deslocamento fantástico de


pessoas, da Europa e do Oriente que ultrapassou a mais de 60 milhões, que
aportaram na América. Esses povos trouxeram novas línguas, tradições
culturais e religiões diferentes (açorianos, suíços, alemães, italianos, franceses,
ingleses, nórdicos, poloneses, russos, judeus, sírios-libaneses, japoneses,
gregos, coreanos e outros(Zamberlam, 2004 p45).

Estas migrações continentais “estimuladas” após a Revolução Industrial para


abertura de novos mercados consumidores e fornecimento de matéria prima para os
centros Europa é necessário salientar que, inicialmente tiveram apoio de governo dos
países de origem e do Brasil, sendo após retirado este estimulo do Estado e repassado ao
setor privado.

Por volta de 1850 houve duas circunstâncias que vieram a favorecer a


transformação de migrantes dirigidos ao Brasil, para o trabalho que passou de migração
africana forçada, para migração europeia de força de trabalho livre. Os motivos foram a
dificuldade de conseguir escravos — pois tinham numericamente diminuído e possuíam
melhores defesas e, forçando os barqueiros a se adentrarem pelo Rio Congo, ao centro do
continente para buscar cativos, aqui denominados "anjicos" e "macuás. Outro ponto que
influenciou esta mudança foi o aumento de população da Europa. Esse excedente
populacional com uma produção agrícola e industrial inadequada, favoreceram a
emigração europeia.
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No Brasil houve um interesse tardio neste modelo de migração que se deve à


mudança de um sistema econômico escravocrata, para um sistema capitalista de produção
que teve início com o fortalecimento da lavoura cafeeira.

Após séculos de “migração forçada” africana visando à mão-de-obra escrava, no


Brasil, os europeus formaram o terceiro grande contingente de migrantes que marcaram
nossa história., sendo assim chamados de “braços livres para a lavoura”, pois as
autoridades e lideranças da sociedade brasileira entendiam que deveria ser adotada
estratégias para torna a população nacional mais branca com o alicerce populacional
europeu.

Na verdade, os imigrantes do final do século XIX e início do XX vieram substituir


os trabalhadores escravos negros principalmente nas fazendas dos cafeicultores e foram
tratados inúmeras vezes à veladas formas de servidão, sendo submetidos a trabalhos
exaustivos onde sua mão-de-obra tinha pouco valor agregado e os produtos que
utilizavam eram superfaturados criando uma situação de dependência financeira além de
maus tratos tendo que seguir uma rota de uma agricultura itinerante, sendo exceção feita
aos colonos do Sul, que vieram para povoamento e garantir as fronteiras contra possíveis
invasões .

Em 1859, a Prússia promulgou o chamado rescrito de Heydt, proibindo a


propaganda em favor da imigração para o Brasil, devido aos maus tratos
sofridos pelos colonos alemães na província de São Paulo. Este rescrito teve
efeito desfavorável sobre os possíveis emigrantes na Prússia, e de 1871 em
diante, em toda a Alemanha. O decreto só foi revogado em 1896, e mesmo
assim apenas em relação aos três Estados meridionais do Brasil.( LEVY,1974
pag. 51)

Após meados do século XIX houve um grande fluxo de imigrantes europeus,


sendo no início deste os portugueses o mais expressivo seguidos pelos alemães, que
devido ao rescrito de Hevdt, teve seu fluxo reduzido drasticamente. De 1890 o maior
fluxo de imigrantes era os italianos seguido pelos portugueses, já os alemães caíram de
12% do total no início deste processo migratório para 2% devido ao exposto
anteriormente e percebesse um aumento do fluxo de espanhóis imigrado ao nosso
território. O Rio Grande do Sul concede incentivos para vida de italianos ao estado
criando diversos núcleos de colonização, o que favorece o aumento de emigrantes
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italianos nesta região. Como no caso de alemães também vimos a redução expressiva de
italianos em 1904 vindo para o Brasil, pois quando aqui chegavam sendo o maior fluxo
para São Paulo, estes eram submetidos a condições degradantes e explorados pelos
senhores cafeicultores, sem que o governo brasileiro tomasse alguma atitude para coibi
esta situação caótica. Segundo (LEVY 1974) ...justamente no final desse período é
promulgado na Itália o decreto Prinetti em 1902 proibindo a imigração gratuita para o
Brasil, devido às más condições a que seus emigrantes ..., vimos claramente que o Estado
brasileiro era bem conivente as mazelas dos senhores donos do poder econômico, situação
vista pelos países que forneceram população para povoamento de nossa nação.

4 MIGRAÇÃO SOBRE O TERRITÓRIO BRASILEIRO

As migrações internas sobre o território brasileiro tiveram seu primeiro fluxo


significativo no século XVI, quando os nordestinos que eram criadores de gado no litoral,
seguiram rumo para o Sertão, localizado no interior da região e de clima semiárido. Nessa
época surgiram várias zonas de criação de gado ao longo do rio São Francisco, onde na
época o povo habitava as suas proximidades, por isso ficou conhecido como "rio dos
currais". Mais tarde se tornou uma importante via de interligação entre o Nordeste e o
Sudeste, também ficou conhecido como "rio da unidade nacional".

A atividade de criação de gado tinha a estratégia de abastecer a Zona da Mata,


área onde era fixada a produção de cana-de-açúcar. Era utilizado sal para a conservação
de carnes em mantas, que deu origem a um importante alimento na região, a carne-seca,
que de geral é de baixa qualidade. A carne de melhor qualidade é a carne-de-sol, que é
pouco salgada e exposta ao sol para desidratar.

Com o passar dos anos, nos séculos XVII e XVIII para ser mais preciso, paulistas
e nordestinos migraram para as regiões mineradoras, onde se localizam os atuais Estados
de Minas Gerais, Bahia, Goiás e Mato Grosso.

O Centro-Sul do Brasil passou a ter muita importância, em função da necessidade


de se produzir alimentos e de animais de carga, outras atividades econômicas
impulsionaram o desenvolvimento e o povoamento de territórios próximos, que desde o
início da colonização foram influenciados pela riqueza.
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No século XIX, com a queda do ouro houve mudança nos interesses migratórios,
muitas pessoas de direcionaram para os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, onde
nessas regiões crescia a cultura cafeeira, a partir de então tem se início os eixos
migratórios.

4.1 Migração do Nordeste para a Amazônia

Na segunda metade do século XIX, deu-se a expansão da exploração do látex das


seringueiras, em relação à crescente demanda externa, fez com que a Amazonas efetuasse
um surto econômico, esse surto se deu o nome de Ciclo da Borracha, e teve grandes
implicações para o Brasil.

Houve muitas imigrações em direção a Amazônia tanto nacional quanto


estrangeira, uma região que migrou para a Amazônia foi o povo nordestino que se viram
forçados a fazer isso diante da situação que estavam vivendo. A seca que abateu diversos
estados do Nordeste, acabando com quase todo o rebanho da região.

De 1877 a 1880 começaram as imigrações em direção a Amazônia, calculou-se


que cerca de 300 mil nordestinos teriam vindo do Nordeste entre 1870 e 1920. Seus
principais Estados de origem eram Ceara, Maranhão, Rio Grande do Norte e em seguida
outros Estados.

Muitos desses imigrantes vieram a falecer por conta das epidemias, e outras
doenças adquiridas nos seringais por conta do isolamento e das condições ruins em que
viviam.

4.2 Migração Nordeste ao Centro-sul

No século XX em sua primeira metade, pelo rio São Francisco e por via Rio-Bahia
começaram a passar aqueles que ficaram conhecidos como "paus-de-arara" devido a
precariedade em que se locomoviam, esses imigrantes iam em direção ao sul, atingindo
muitas vezes mais de 200 mil imigrantes anualmente.
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Primeiramente foram em direção para o Oeste Paulista, para trabalhar assim nas
culturas de café e algodão, depois da Segunda Guerra Mundial houve um
desenvolvimento industrial o que atraiu vários imigrantes vindos do Nordeste para
grandes cidades da região. Aumentou o movimento de imigrantes entre Nordeste e
Sudeste principalmente para São Paulo.

Assim o fluxo de imigrantes era constante vindo do Nordeste, principalmente da


Bahia e do norte de Minas Gerais em direção a São Paulo. Essa leva de migrações
originada de diversos problemas sócias de regiões subdesenvolvidas e marcados pela
pobreza.

A presença do povo Nordestino em São Paulo é um espelho humano e social que


alavanca as desigualdades sociais regionais, mas esse fato só ganha em importância a
partir dos anos 50.

Na época São Paulo era vista como a "locomotiva do país" onde havia trabalho e
progresso, muitos brasileiros principalmente aqueles das regiões mais pobres do país
migraram em direção a São Paulo por causa desse lema. Bom de certo modo o trabalho
não faltava, porém, mas a cidade não tinha infraestrutura para receber tanta mão-de-obra.

Já nos anos 60 o povo Nordestino continuou a chega em São Paulo, nos anos 70
eles se tornaram a principal mão-de-obra na construção civil, foram eles os responsáveis
pela construção do metrô.

A partir dos anos 80 a migração Nordestina diminui muito, o grande mito de que:
"São Paulo é a cidade que mais cresce no mundo" como cita Renan Bardine em seu texto
Migrações internas no Brasil. Já não era o suficiente, além desse fato a economia
brasileira teve sua queda e isso fez com que afetasse a construção civil.

O espaço geográfico da capital de São Paulo alterou-se com a migração das


últimas décadas, aumentou-se para as periferias em rápido e desenfreado crescimento,
isso parece ter tornado São Paulo uma cidade onde a pobreza é que mais cresce.
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4.3 Migração Região Sul, Centro Oeste e Nordeste

Até o decênio de 1970, a migração interna tinha como principais destinos o Sul e
o Sudeste do Brasil e, em especial o Sudeste pelo fato deles fornecerem mais
oportunidades de emprego devido a industrialização desenvolvida dos decênios passados.

Após a década de 1970, devido ao enfartamento no mercado de trabalho da região


Sudeste, aconteceu vários fluxos migratórios no mercado brasileiro.

Com a expansão agrícola e melhores investimentos em infraestrutura possibilitou


e expandiu ainda mais o fluxo migratório para a Região Centro Oeste. Com o passar das
décadas a Região sofreu várias transformações com efeitos consideráveis tanto na sua
estrutura produtiva como na ocupacional. Os estímulos governamentais no decênio de
1970 para a ocupação da Região refletiu em grandes movimentos migratórios e produções
agropecuários na Região de Centro-Oeste.

Outro importante fator que estimulou a migração para a Região Centro-Oeste foi
a construção de Brasília, que foi uma outra forma de política pública para o
preenchimento da parte Oeste do território brasileiro. A migração para a formação de
Brasília, logo se deu início com a sua construção. Entre 1960 e 1970, a população de
Brasília quase se quadruplicou, recebeu um fluxo migratório de quase 30 mil pessoas por
ano.

O Centro-Oeste recebe migrantes de todo o Brasil, em principal os mineiros,


maranhenses, baianos e paulistas no estado de Goiás, mineiros e paulistas no Distrito
Federal, sulistas no Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.

Em 1980 moravam no Centro-Oeste cerca de 2.359.793 brasileiros naturais de


outras regiões (um aumento de 288% em referência ao ano de 1960). Os maiores fluxos
são do Sudeste e do Nordeste. Atualmente aproximadamente 30% da população que
mora no Centro-Oeste é composta de imigrantes.
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5 MIGRAÇÃO INTERNA NO BRASIL A PARTIR DO ANO 2000

Migração é o ato da população deslocar-se espacialmente, ou seja, troca de país,


estado, região, município ou até de domicílio. As migrações podem ser desencadeadas
por fatores religiosos, psicológicos, sociais, econômicos, políticos e ambientais.

A migração interna corresponde ao deslocamento de pessoas dentro de um mesmo


país, e sendo assim pode ser entre regiões, estados e municípios. Essa mudança não
provoca modificações no número total de habitantes de um país, porém, altera as regiões
envolvidas nesse processo. Assim entre 1995 e 2000, 3,4 milhões de pessoas trocaram a
região onde nasceram por outra. Já entre 2005 e 2010, esse número baixou para 3 milhões.

Essa mudança toda foi causada pelo êxodo rural, ou seja, a migração do campo
para a cidade, com a mecanização da agricultura ficou difícil continuar vivendo no campo.
Mas na última década a migração interna vem caindo, pois muitas pessoas estão voltando,
para suas cidades muitos estados do Norte, Nordeste vem se modernizando ou seja uma
industrialização mais moderna, as pessoas voltam para trabalhar em suas cidades natal e
também devido ao inchaço das grandes cidades, a falta de emprego ,moradia, e segurança
ou seja uma melhor qualidade de vida.

Por esses motivos famílias inteiras estão voltando para seu lugar de origem
principalmente os nordestinos, ainda de acordo com o TAVARES (2001) apesar da
continuidade dos fluxos migratórios inter-regionais, o volume das migrações entre as
regiões brasileiras tem diminuído nos últimos anos.

Sabemos que mudar não é fácil, quando mudamos levamos junto nossa cultura,
estilo de vida que muitas das vezes não é bem visto ou aceito na cidade nova, com isso
há um choque entre culturas muito diferentes pode implicar o isolamento dos migrantes,
que se fecham em guetos, para se manter, firmes em sua identidade ou se proteger de
preconceitos.

A distribuição espacial da população brasileira é a soma de vários resultados


como as de taxas de natalidade principalmente, de movimentos migratórios Segundo
Francisco (2017), esses movimentos neste meio século têm sido resultado de dois
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processos concomitantes e aparentemente contraditórios: a abertura sucessiva de novas


fronteiras e a concentração progressiva da população total num determinado núcleo da
região central do país.

Com isso podemos dizer que as pessoas voltam para suas cidades, levando na
bagagem a decepção de não ter conquistado o que era desejado, pensando que poderia ter
sido diferente voltam para casa com o pensamento de que tudo vai melhorar.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os fluxos migratórios são processos naturais, que acontecem desde a existência


do ser humano. A busca por uma vida que traga melhores condições é o principal fator
deste deslocamento.

Assim concluímos que as migrações no Brasil e no Mundo, vem da decorrência


de vários fatores, principalmente famílias deixando seu lugar de origem para conquistar
uma vida melhor, ao fugir de guerras civis ou econômicas, perseguições políticas, étnicas
ou culturais.

Muitas pessoas vivem de maneira ilegal em alguns países no mundo, como nos
Estados Unidos, onde milhões de pessoas vivem ilegalmente e passam várias
dificuldades. Já no Brasil foram várias as formas que deram a origem ao processo
histórico da migração brasileira, onde os imigrantes vieram de diversas partes do país,
principalmente os nordestinos devido à grande expansão do cultivo do café, e com isso a
região sudeste foi se desenvolvendo com a construção civil.

Mas a migração no território brasileiro vem diminuindo nas ultimas décadas,


famílias inteiras estão voltando para suas cidades, muitas delas não conseguiram o que
queriam que era arrumar um emprego, uma moradia digna uma vida melhor. Algumas
vivem na rua sem emprego a mercê da sorte, em sua volta violência, falta de saneamento
básico, saúde, alimentação e moradia.
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REFERÊNCIAS

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