Canon
da Rebel 7i, da 77D
e da mirrorless M6,
que acabaram
de ser lançadas
8 fotos de modelos
esquemas de luz para Especialista
ensina a usar
apenas um ou
dois flashes
Fotos de capa:
Brasilio Wille,
Correio
Dúvidas e comentários dos leitores 6 Lidi Lopez,
e divulgação
Grande Angular
Notícias e novidades 8
Revele-se
Fotos dos leitores em destaque 16 Portugal
à brasileira
Brasilio Wille
Patrimônios
mundiais pelo
olhar de Edu Lima
46 Eduardo Lima
FOTOJORNALISMO
Dois brasileiros são
8 esquemas de luz simples destaques no prêmio
Soluções para fotos de modelos World Press Photo
66
Divulgação
FilmMaker
Como definir os cortes na hora da edição 76
38
Lição de casa
Dicas para autorretratos criativos 84
Raio X
As fotos dos leitores comentadas 92
Lançamentos
Canon apresenta três câmeras de uma vez
Fique por dentro
Exposições, concursos e cursos 98
Abril 2017 • 3
CARTA AO LEITOR
C
Diretores:
omemoramos 20 anos em setembro passado e queremos que essas
Aydano Roriz duas décadas de publicação mensal ininterruptas possam ser celebra-
Luiz Siqueira
Tânia Roriz das com você, leitor, razão da existência de revistas segmentadas e es-
pecializadas como a que fazemos – com muito carinho, ética, transpi-
ração e inspiração. Mesmo em meio à crise econômica geral do Brasil
Editor e Diretor Responsável: Aydano Roriz e aos problemas que atingem os mercados editorial e de fotograia como um
Diretor Executivo: Luiz Siqueira
Diretor Editorial e Jornalista Responsável: todo, não podemos icar apenas nos lamentando.
Roberto Araújo – MTb.10.766 – araujo@europanet.com.br Por isso, prepare-se. Uma das ideias que estão sendo trabalhadas é poder-
mos ficar mais próximos do nosso leitor mais fiel em um evento que batizamos
REDAÇÃO de Vivência com Fotografe. O projeto prevê palestras em dois dias (datas a se-
Diretor de Redação: Sérgio Branco (branco@europanet.com.br)
rem definidas em breve), em São Paulo (SP). Delas participarão alguns fotógra-
Editor-contribuinte: Mário Fittipaldi fos brasileiros de renome, de várias especialidades. A equipe de redação fará a
Repórteres: Livia Capeli e Brenda Zacharias (estagiária)
Editora de arte: Izabel Donaire coordenação do evento e estará disponível para um “olho no olho” com os lei-
Revisão de texto: Denise Camargo
Colaborador especial: Diego Meneghetti
tores participantes, que poderão aprender com os palestrantes e tirar dúvidas.
Colaboraram nesta edição: Guilherme Mota e Laurent Guerinaud Acho muito positivo e gratiicante o contato que tenho com leitores da re-
PUBLICIDADE (publicidade@europanet.com.br)
vista geralmente em programações como o Festival Paraty em Foco ou o Fes-
Diretor Comercial: Mauricio Dias (11) 3038-5093 tival de Fotograia de Tiradentes. Mas nunca há tempo suiciente para conver-
São Paulo
sarmos mais, trocarmos ideias sobre a revista e ouvir críticas e sugestões. Por
Equipe de Publicidade: Angela Taddeo, Alessandro Donadio, isso, a iniciativa de criarmos nosso próprio evento tem como um dos objetivos
Elisangela Xavier, Ligia Caetano, Renato Perón e Roberta Barricelli
essa oportunidade de leitores e redação poderem se encontrar e conversar.
Tráfego: Adriano Severo Nomes como Marcio Scavone, Jonne Roriz, Luiz Garrido, Newton Medei-
Outras Regiões ros, Marcos Hermes e Brasílio Wille estão entre os que pretendemos convi-
Bahia e Sergipe: Aura Bahia – (71) 3345-5600/9965-8133 dar. A sugestão é que eles não se limitem apenas a palestras convencionais,
Brasília: New Business – (61) 3326-0205
Paraná: GRP Mídia – (41) 3023-8238 mas que possam fazer performances fotográicas ligadas às suas especiali-
Rio Grande do Sul: Semente Associados – (51) 8146-1010 dades, de forma que o leitor os veja em ação e possa ententer a técnica usa-
Santa Catarina: MC Representações – (48) 9983-2515
Outros estados: Mauricio Dias – (11) 3038-5093 da por eles. Um desaio, claro, para a organização e os palestrantes, mas
Publicidade – EUA e Canadá: Global Media, +1 (650) 306-0880 uma novidade em iniciativas do gênero no Brasil.
CIRCULAÇÃO E LIVRARIAS Para melhor organizarmos essa primeira Vivência com Fotografe, o even-
Equipe: Henrique Guerche, Paula Hanne e Luís Aleff to deverá ser apenas para assinantes. Alguns leitores
ASSINATURAS E ATENDIMENTO AO LEITOR iéis que compram a revista nas bancas vão recla-
Gerente: Fabiana Lopes (fabiana@europanet.com.br) mar, eu sei. Mas só via assinantes é que poderemos
Coordenadora: Tamar Biffi (tamar@europanet.com.br)
ter o controle do número de participantes para reser-
Equipe: Carla Dias, Josi Montanari, Camila Brogio, Regiane Rocha,
Gabriela Silva, Bruna Fernandes, Bia Moreira e Alef Lira
varmos o auditório adequado, já que a ideia é que as
palestras sejam gratuitas. Isso mesmo, na faixa para
EUROPA DIGITAL
Gerente: Marco Clivati (marco.clivati@europanet.com.br)
quem for assinante de Fotografe. Portanto, ique liga-
Equipe: Anderson Cleiton, Anderson Ribeiro e Karine Ferreira do. Em breve, daremos mais informações.
Juan Esteves
PRODUÇÃO E EVENTOS
Gerente: Aida Lima (aida@europanet.com.br) Sérgio Branco
Equipe: Beth Macedo (produção) e Denise Sodré (propaganda)
Diretor de Redação
LOGÍSTICA branco@europanet.com.br
Coordenação: Liliam Lemos (liliam@europanet.com.br)
Equipe: Paulo Lobato
ADMINISTRAÇÃO
Gerente: Renata Kurosaki SE FOR O CASO, RECLAME.
Equipe: Paula Orlandini, Vinícius Serpa e William Costa
DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL
NOSSO OBJETIVO É A EXCELÊNCIA!
Tânia Roriz e Elisangela Harumi
Correspondência Atendimento: 0800-8888-508 e
Rua MMDC, 121, São Paulo, SP - CEP 05510-900 Rua MMDC, 121 (11) 3038-5050 (cidade de São Paulo),
Telefone: 0800-8888-508 (ligação gratuita) e CEP 05510-900 – São Paulo – SP Das 8h às 20h
(11) 3038-5050 (cidade de São Paulo) e-mail: atendimento@europanet.com.br
Pela Internet: www.europanet.com.br
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Fone: (11) 3038-5114 Fone: (11) 3038-5093
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São Paulo – SP
POL KURUCZ
Vocês não imaginam como a reporta-
gem com o fotógrafo Pol Kurucz, na edi-
ção 246, me inspirou. Não apenas pe-
las fotos, que achei fantásticas, mas pe-
la história dele. Também resolvi apostar
na fotografia há quase um ano, num mo-
mento muito ruim no mercado. Mas es-
tou conseguindo me virar e, como Pol,
aprendi quase tudo sozinho, lendo Foto-
grafe e livros de fotografia que vocês edi-
tam. Ao ler o editorial do editor Sérgio
Branco, que fala de outras histórias de vi-
radas na vida pela fotografia, fiquei ainda
mais animado. Escolhi ser fotógrafo de-
pois de anos sofrendo como advogado.
Quem sabe, um dia, terei um espaço co-
Pol Kurucz
REVISTA NÚMERO 1
Chega um momento na vida que
é melhor aplicarmos o desapego Desafio Fotografe
para limpar a área e deixar espaço.
oi realizada, entre os dias 24 de Ilha, faz esse movimento há cerca
Acreditamos que não devemos nos
apegar a vida inteira a tudo. Come- F fevereiro e 9 de março de 2017,
mais uma etapa do Desafio Foto-
de três anos. Então, ele confirmou
se Lemos estava fazendo o movi-
çamos com coisas que adornam a
nossa casa, nossa cristaleira, nos- grafe com o tema “Carnaval”. A fo- mento na primeira cabine (sem fo-
sos armários... Não é apagar o tem- to escolhida é a do leitor Ricardo Al- tografar) para focar somente ne-
po, é deixar espaço para coisas no- meida, do Rio de Janeiro (RJ). Ela le na segunda e pegar o momento
vas. Foi assim com a revista Foto- teve 514 curtidas e 77 comparti- exato. “Foi um momento de extre-
grafe: decidimos doar para nossos lhamentos, totalizando 591 intera- ma felicidade”, admite.
alunos edições antigas. Só que nos ções. A descrição que ele fez da fo- O equipamento usado foi uma
deparamos com uma quantidade to foi “Uma fração de segundo, an- Nikon D4 com lente zoom Nikkor
imensa e encontramos a número tes de os pés do mestre-sala toca- 70-200 mm f/2.8. Os ajustes foram
1, ano 1, de setembro de 1996. Im- rem o chão”. de f/4, 1/500s e ISO 1.600. Para con-
possível se desfazer dela, é a nossa Ricardo é profissional há 14 gelar o momento, Ricardo Almeida
vida. Ela antecedeu o nosso curso anos e há 12 anos cobre o Carnaval usou modo sequencial, tendo feito
de fotografia, que, na época, era um na Marquês de Sapucaí, sendo que seis disparos.
sonho. Agora, são 14 anos dedica- sete deles como fotógrafo ofi-
dos à área fotográfica em um curso cial das revistas da Liesa, a Liga
na cidade do Rio de Janeiro muito Independente das Escolas de
conceituado, e sempre tivemos as Samba. O dia que fez a foto, co-
dicas e as matérias da revista nos mo todos na Sapucaí, foi frené-
orientando e guiando. Depois vie- tico, conta ele. “Não é pra qual-
ram outras revistas da área e a Fo- quer um, acreditem. Para foto-
tografe sobreviveu ao tempo. Deci- grafar os casais de mestre-sa-
dimos dividir com vocês esse tro- la e porta-bandeira, temos, em
féu, que ficará guardado para sem- média, um minuto e meio, que
pre e do qual não iremos nos desa- é o tempo de apresentação de-
pegar, pois foi uma mola propulso- les em cada cabine de jurados.
ra para o nosso sucesso. Sentimo- Tudo é muito rápido”, explica.
-nos honrados em ser detentores Ricardo tem por costume
da edição número um da Fotografe. estudar os movimentos dos
Malu Ravagnani e casais, e o mestre-sala da fo-
Helcio Peynado, via e-mail to, Phelipe Lemos, da União da
DRONES
Ricardo Almeida
Abril 2017 • 7
GRANDE ANGULAR
notícias e novidades
Aberta a convocatória
de portfólios do Paraty
Flávio Damm
A Convocatória Portfólio
em Foco é uma das
principais atividades do festival
1970 e sua primeira grande realização de fotografia realizado na
rante o festival, incluindo uma parte cidade histórica fluminense.
em fotografia foi o ciclo Ritos do Corpo, prática realizada onde ocorrem as ati- A chamada foi aberta no dia
em que cria metamorfoses e seres híbri- vidades do Bloco da Lama, tradicional 15 de março e vai até 31 de
dos, rememorando e reencenando tradi- evento do carnaval de Paraty. Kuster- julho de 2017. Fotógrafos que
ções ritualísticas ancestrais. Os corpos le ficou fascinado pelas imagens que queiram se inscrever poderão
são recobertos de argila e ganham próte- viu e pela inevitável conexão com seu participar das categorias
ses emprestadas de outros animais. processo criativo. Ensaio e Foto Única com
Entre 2004 e 2006, o fotógrafo italia- temática livre.
no produziu o ciclo Anakronos, saindo do HOMENAGEM A categoria Ensaio é
ambiente do estúdio em direção à natu- O homenageado do ano é o vete- voltada a conjuntos coesos
reza para criar paisagens surreais. Na rano Flávio Damm, 89 anos, que fez compostos de 6 a 10
mesma época, passou a trabalhar com parte da equipe da lendária revista O fotografias. A categoria Foto
vídeo, em parceria com Ferruccio Goia, Cruzeiro, na década de 1950, e tem Única avalia a capacidade
transpondo suas pesquisas para o cam- uma impressionante trajetória de de conceber uma imagem
po da imagem em movimento. quase 70 anos na fotografia. Inspirado sintética e expressiva, sendo
É a primeira vez que ele vem ao Brasil no instante decisivo do francês Hen- permitidas até quatro imagens
e diz que pretende dar um workshop du- ri Cartier-Bresson, Damm captou ce- enviadas em cada inscrição.
Os trabalhos selecionados
nas de enorme naturalida-
serão publicados na página
de, sempre atento ao movi- da Convocatória do Paraty em
mento do mundo. Foco e na internet à medida
Também está confir- que forem avaliados. Após o
mada a presença do pro- encerramento das inscrições,
fessor e pesquisador Boris a comissão julgadora se
Kossoy por sua contribui- reunirá para escolher os
ção como historiador para ganhadores a partir dos
a reflexão sobre as realida- trabalhos selecionados
des e ficções na trama fo- previamente.
tográfica. Ele irá comparti- Os 10 primeiros colocados
lhar com o público sua fa- das categorias Ensaio e Foto
ceta de fotógrafo. Única farão parte de uma
Kossoy é o responsável exposição de destaque na
pela comprovação de que programação do festival.
o francês Hércules Floren- Serão apontados primeiro,
ce criou um processo foto- segundo e terceiro colocados
gráfico em Campinas (SP), em cada categoria. Como
em 1833, praticamente qua- prêmio, os seis vencedores
se na mesma época que seu serão convidados a participar
do festival em Paraty com
compatriota Joseph Niépce,
todas as despesas de estada
mas que ficou desconhecido
e alimentação cobertas pela
durante 140 anos. organização do evento.
O regulamento, a
página de inscrição e outras
Cena de rua captada informações estão no site
na Alemanha por Boris do Paraty em Foco:
Kossoy, que estará no www.pefparatyemfoco.com.br.
Paraty em Foco 2017
Boris Kossoy
Abril 2017 • 9
João San
GRANDE ANGULAR
Nadador sênior do cenário para sacar a câme- molusco com tentáculos e dar a
registrado por ra e registrar algumas das be- sensação de grandeza e a im-
David Burnett las espécies da região. Uma de- pressão de mais profundidade
las, de um polvo, garantiu a ele da água, que no dia não chegava
o primeiro lugar do Underwater a 30 cm. Veja toda a galeria de
David Burnett recebe Photographer of the Year. A pre- imagens ganhadoras em www.
prêmio de US$ 30 mil miação inglesa recebeu, na sua
terceira edição, cerca de 4.500
underwaterphotographerof
theyear.com.
A proposta de registrar atletas sêniores e discu-
tir as relações entre o envelhecimento e a ati-
Gabriel Barathieu
Justyna Mielnikiewicz
A cobertura de direitos humanos é ne-
cessária como instrumento de de-
núncia ou de veiculação de boas iniciati-
vas. Tendo em vista o trabalho essencial
dos fotojornalistas, a Fundação W. Euge-
ne Smith, criada em 1978 com a morte do
fotógrafo americano, está com inscrições viar um portfólio de, no máximo, 40 ima- Uma das
abertas para o prêmio anual. O prêmio de gens e uma breve biografia além de qual imagens do
US$ 35 mil é dado somente a um fotógra- é a proposta de seu trabalho. O concur- documentário
fo, cujo trabalho é dedicado à documenta- so ainda aceita inscrições para a bolsa Ho- da polonesa
ção humana. No ano passado, a vencedo- ward Chapnick de US$ 5 mil, como subsídio Mielnikiewicz,
ra foi a polonesa Justyna Mielnikiewicz, que de estudos de educadores ou pesquisado- que trata da
fotografa a realidade das diferentes cultu- res do ensino superior. As inscrições pode- pluralidade
ras que formavam a antiga União Soviética. rão ser feitas até 31 de maio de 2017 no site cultural na
antiga URSS
Para participar, o fotógrafo deve en- www.smithfund.org/eugene-smith-grant.
Concurso Syngenta
premia brasileira com o terceiro lugar
D iscutir os limites do consumo ex-
cessivo e suas implicações no
meio ambiente e em gerações futu-
Uma das imagens
da série premiada
de Yan Wan Preston
ras estava inserida no tema Cultivar-
-Conservar da terceira edição do Syn- árvores em cidades, ex-
genta Photography Award. A carioca plorando a relação en-
Claudia Jaguaribe conquistou o 30 lu- tre a urbanização chine- Yan Wan Preston
gar entre os Profissionais com a sé- sa e a destruição de flo-
rie Biblioteca. O trabalho alerta para restas locais. Além do prêmio de US$ a mineração, para empresas maiores.
a necessidade de preservar as flores- 15 mil em dinheiro, ela receberá mais O concurso é aberto a fotógrafos pro-
tas brasileiras como ambientes ainda US$ 25 mil para custear o restante da fissionais ou amadores que já concluíram
inexplorados, mas muito valiosos pa- série. Em segundo lugar, ficou o ame- as suas séries, e o ganhador dessa cate-
ra a biodiversidade e sustentabilidade. ricano Lucas Foglia, que documentou goria foi o irlandês Kenneth O’Halloran,
O ensaio vencedor foi o da fotógra- as zonas rurais dos Estados Unidos e que documentou a produção de arroz no
fa britânico-chinesa Yan Wang Pres- a migração forçada dos habitantes por Togo. Confira os trabalhos premiados
ton, que acompanhou o replantio de perderem a principal fonte de renda, em www.syngentaphoto.com.
FAVELAGRAFIA ESTAMPA
COLEÇÃO DE CAMISETAS
O Favelagrafia teve início em
janeiro de 2016, quando
moradores de nove favelas ca-
a beleza das favelas, inclusive
para pessoas de maior poder
aquisitivo: “Não é porque so-
riocas foram selecionados pa- mos da favela que nosso traba-
ra clicar cenas de seu cotidiano, lho precisa estar restrito a um
publicadas no Instagram (@fa- preço barato. O Favelagrafia
velagrafia), que hoje conta com nasceu com o objetivo de que-
Divulgação
Abril 2017 • 17
REVELE-SE
LUZ E MOVIMENTO
Quando a noite cai na pequena ci- fazer experiências com imagens captura-
dade de Arcos, na Zona do Alto São das em longa exposição. Na foto acima,
Francisco, região centro-oeste do Esta- durante os 8 segundos em que o obtura-
do de Minas, o que o fotógrafo Leoncio Al- dor foi mantido aberto, um ciclista preen-
ves mais gosta de fazer é observar a vida cheu de movimento a cena de luz âmbar
passar do terraço da sua casa. Aprovei- e tons ambíguos, resultando em uma ce-
tando o ambiente de pouca luz, resolveu na dinâmica e abstrata.
UM JEITINHO MINEIRO
A Serra do Cipó (MG), área protegi- do pôr do sol, com um peão e seu cava-
da por Parque Nacional a cerca de lo trotando calmamente em estrada de
apenas 100 Km a norte de Belo Horizon- chão. Filtrada pela poeira levantada pelo
te, é um local de rara beleza natural. Em trote do animal, a intensa contraluz deu
uma visita à região, o fotógrafo mineiro contornos dourados à cena tipicamente
César Bahia Duarte contou com um pou- mineira, esmaecendo-se no fundo e dan-
co de sorte ao topar, justamente na hora do contornos bem definidos ao cavaleiro.
Abril 2017 • 19
REVELE-SE
PRINCESA DO MAR
Enquanto relaxava com a família na que decorava o bangalô do lugar onde es-
belíssima praia de Porto de Gali- tavam. Quando a garota se “enrolou” na
nhas, no município de Ipojuca (PE), a fo- cortina, Priscila foi rápida: sacou a câme-
tógrafa paranaense Priscila Durão Fer- ra e clicou a filha. Entre as imagens, esta
raz estava sempre atenta às peripécias acima conseguiu capturar, em uma com-
da filha Beatriz, de 3 anos, que brincava, posição perfeita, um olhar enigmático e
encantada, com uma cortina de conchas intrigante por entre as conchas.
EF 35mm
f/2 IS USM
M
esmo com o desenvolvi- te passou por uma completa re- para melhorar a nitidez e reduzir
mento das lentes zoom, engenharia para fazer frente aos distorções das imagens. O con-
a EF 35mm f/2 tem se avanços tecnólogicos das novas ceituado sistema de estabilização
mantido bastante popular no câmeras digitais da Canon. Assim, de imagem da Canon foi incorpo-
segmento das lentes grande an- surgiu a EF 35mm f/2 IS USM, com rado para maior desempenho em
gulares. Recentemente, essa len- um design ótico reconfigurado, situações de baixa luminosidade,
INFORME PUBLICITÁRIO
Ficha Técnica
Distância Focal: 35mm
Abertura máxima: f/2
Abertura mínima: f/22
Elementos: 10 elementos em 8 grupos
Diâmetro de iltro: 67mm
Distância mínima de foco: 0,24m
Peso: 640g
INFORME PUBLICITÁRIO
foco rápido e silencioso, garanti- dos ambientes internos ilumina- ra f/2 possibilita captar a luz de
do pelo recente Ultrasonic Motor, dos com lâmpadas fluorescentes fundo, deixando a imagem com
eficaz até quando o assunto está (escritórios, restaurantes, salões efeito mais natural, além de redu-
em movimento. A função de ajus- de baile, fábricas, entre outros). zir o consumo de bateria do flash
te manual do anel de foco perma- Mesmo nesses lugares e com as- e seu tempo de reciclagem. Para
nece ativa a todo momento caso suntos em movimento, a abertura eventos sociais sem uso de tripé,
o fotógrafo queira fazer alguma f/2 permite usar, com ISOs baixos, poucas lentes oferecem tanta
alteração durante a focagem velocidades seguras de obtura- utilidade quanto a EF 35 mm f/2
(foco manual full time). dor, como 1/60 ou 1/30, quando IS USM. Para mais informações:
a garantia adicional do sistema de www.canon.com.br/lentes,
Uso prático estabilização de imagem. www.canon.com.br/lentes-l,
A fixa 35 mm é uma lente po- Com o uso do flash a abertu- www.college.canon.com.br
pular entre fotógrafos das mais
diversas especialidades, mas com Raio-X: EF 35mm f/2 IS USM
especial interesse entre os profis-
sionais de casamentos e eventos A EF 35mm f/2 IS USM passou por uma reconiguração de seu design ótico para melhorar a qualidade
das imagens. É construída com 10 elementos dividos em 8 grupos, incluindo um cristal asférico (GMo),
sociais (festas, formaturas, pre- que reduz distorções e aberrações cromáticas.
miações, etc). Para eles, a lente é
Lente Asférica GMo
uma ótima opção para fazer fotos
de grupos de 3 a 5 pessoas ou
de uma pessoa de corpo intei-
ro inserida num cenário (como
uma paisagem, no escritório, na
rua…). Permite fazer retratos mais
próximos sem distorcer tanto o
rosto da pessoa, e, com sua dis-
tância focal em 35mm, oferece
um recorte muito valorizado e
recomendado por fotógrafo mais
experientes.
Quando usada com câmeras
de sensor APS-C, oferece equiva-
lência de uma 56 mm, que tem
campo de visão próximo ao de
uma objetiva padrão (em tor-
no de 46º). Isso torna a lente um
pouco limitada para imagens pa-
norâmicas em geral (internas ou
externas) mas muito mais atraen-
te para retratos e closes, tendo a
possibilidade dos belíssimos fun-
dos desfocados proporcionados
pela abertura máxima f/2.
Essa grande luminosidade ofe-
rece diversas outras vantagens. A
primeira delas é a possibilidade de Loja Oficial da Canon
fotografar em condições de pou- Conira os preços e a disponibilidade dos produtos Canon em www.loja.canon.com.br. Além dos
ca luz, com em um dia nublado descontos, a loja virtual oicial da marca oferece diversas vantagens, como o pagamento parcelado em
ou ao final de tarde e na maioria até 12 vezes sem juros, dois anos de garantia e entrega do produto grátis para todo o Brasil.
Brasilio Wille ESTÚDIO PRÁTICO
AGRADECIMENTOS
abril 2017 • 27
ESTÚDIO PRÁTICO
SOFTBOX SOFTBOX
Colocado no alto, diante da modelo, Posicionado atrás da cena
para criar uma luz marcante no rosto para gerar um degradê no fundo
FICHA TÉCNICA
abril 2017 • 29
ESTÚDIO PRÁTICO
A sombrinha é um acessório de
luz barato e que gera efeitos
bem interessantes nas fotos. É en-
da modelo. A luz foi distribuída uni-
formemente no rosto da garota, ge-
rando luz muito suave.
contrada no mercado em diversos Fora isso, ele colocou dois re-
modelos, como rebatedora, difu- batedores laterais para concentrar
sora, branca, prata, dourada, mis- mais a luz e preencher as sombras.
ta, gigante, além das modalidades Um fundo feito com tecido sim-
mais recentes: sombrinha soft e ples, listrado de preto e branco, de-
sombrinha soft difusora. vidamente esticado sobre um pai-
A sombrinha difusora lembra nel de madeira, ajudou a dar o
um softbox (daí o nome). É usada de charme da imagem.
forma diferente de uma sombrinha
convencional, ou seja, invertida.
O acessório costuma provocar FICHA TÉCNICA
sombras amenas na cena e ilumina-
ção difusa suave. Ao aproveitar es- :: Câmera: Canon EOS 5D Mark lll
se efeito, Brasilio fez uma experiên- :: Objetiva: Canon 28-200 mm
cia com o modificador usando-o pa- :: Exposição: abertura f/2.8, 1/40s
ra produzir um retrato simples, mas e ISO 100
com um resultado agradável. :: Iluminação: sombrinha soft
Ele colocou a sombrinha no al- difusora
to, com a ajuda de uma grua, diante
abril 2017 • 31
ESTÚDIO PRÁTICO
uMa luz
clássica
F otos com fundo em tom de
cinza suave e uma luz dire-
cionada para a modelo são uma
forma clássica para resolver pro-
duções de editoriais de moda ou
books de modelos.
Brasilio explica que é possível
conseguir um bom resultado usan-
do um softbox grande diante da ce-
na, no alto, em ângulo de 45 graus.
Essa luz de beleza voltada direta-
mente para a modelo gera som-
bras amenas, mas que acrescen-
tam volume ao corpo da garota.
Na lateral da cena, o fotógrafo
acrescentou um softbox pequeno
com colmeia. Isso ajudou a “que-
brar” um pouco das sombras pro-
vocadas pela iluminação dianteira.
Como não existe uma luz diri-
gida para o fundo, os flashes usa-
dos para iluminar a modelo che-
gam na parte de trás da cena com
menos potência, tornando-a cin-
Fotos: Brasilio Wille
FICHA TÉCNICA
FICHA TÉCNICA
abril 2017 • 33
ESTÚDIO PRÁTICO
SOFTBOX GRANDE
Provocou luz suave e
homogênea, proporcionando
sombras acentuadas
REFLETOR PARABÓLICO
Usado em uma grua, serviu
para gerar luz de cabelo
PISCA-PISCA
O ornamento natalino
acrescentou um efeito
atraente à produção
Fotos: Brasilio Wille
FICHA TÉCNICA
apenas uM striplight
A foto acima é resultado de um
esquema de luz em que ape-
nas um striplight foi colocado pró-
vo de provocar uma iluminação di-
fusa, embora concentrada devido
à proximidade da modelo e à ca-
do bem próximo ao tema. Quando
se acrescenta uma colmeia diante
dele, a tendência é que a luz fique
ximo à modelo, acima da cena, racterística de luz que o modifica- ainda mais concentrada.
com a ajuda de uma grua. dor oferece: intensa e uniforme, Como não existe uma ilumi-
Brasilio Wille usou esse aces- com sombras bem definidas, prin- nação voltada para o fundo cin-
sório de iluminação com o objeti- cipalmente quando é posiciona- za, ele acabou ficando preto. Já o
cubo de MDF no qual a modelo se
STRIPLIGHT COM COLMEIA apoiou, ganhou tonalidade cinza-
Colocado acima da cena, gerou luz -escuro na foto final – veja que no
concentrada, intensa e uniforme making of ele é branco. E o cubo,
por ser branco, serviu ainda co-
mo rebatedor para amenizar as
sombras no rosto da garota.
FICHA TÉCNICA
CHEGAM AO MERCADO
três novas Canon
Os modelos Rebel T7i, EOS 77D e EOS M6 vêm com sensor APS-C de 24 MP, filmam
em full HD, têm Wi-Fi com NFC e Bluetooth compatível com um novo controle sem fio
POR DIEGO MENEGHETTI
abril 2017 • 39
LANÇAMENTOS
MIRRORLESS
A nova EOS M6 dá sequência à li-
nha sem espelho da Canon, man-
tendo o perfil intermediário do cor-
po – nitidamente a família EOS M
não é mais para o público entusiasta,
mas ainda não oferece recursos mui-
to avançados como a linha mirrorless
profissional da Sony, por exemplo.
Em relação à antecessora, a prin-
cipal mudança da EOS M6 é a ausên-
cia do visor eletrônico, que agora é
uma peça opcional, vendida à parte
(modelo EVF-DC2, US$ 210). A mu-
dança física deixou a EOS M6 menor
e mais leve que a EOS M5. O monitor
do novo modelo continua com 3 po-
legadas, inclinável e vem com tecno-
logia touchscreen. Teve a definição re-
duzida, de 1,6 MP para 1 MP. Essas
alterações reduziram o preço da câ-
mera em 20% (o que, na prática, é
quase o mesmo valor do visor exter-
no). De resto, a M6 tem as mesmas A linha EOS M segue com sensor
especificações que a celebrada M5. APS-C de 24 MP, indicando o perfil
da mirrorless da Canon
O sensor da mirrorless Canon se- bateria LP-E17 (uma carga dura em
gue com a tecnologia Dual Pixel com torno de 295 disparos).
49 pontos, e oferece ajuste de sensi- Para acompanhar as novas câ-
bilidade ISO entre 100 e 25.600, com meras, a Canon também anunciou
estabilização para vídeo – a câme- seu primeiro controle remoto a fun-
ra filma em full HD com 60 fps, com cionar via Bluetooth, modelo BR-E1
compactação de 35 Mbps. (custa US$ 50, no exterior). Sua única
A EOS M6 oferece disparo contí- função é disparar a câmera sem usar
nuo de 9 imagens por segundo, co- fios, com a vantagem de não precisar
nexões embutidas de Wi-Fi com ter uma linha de visão entre câmera
NFC e Bluetooth, entrada para 1 e controle, como ocorre nos contro-
cartão de memória no padrão SD e les via infravermelho.
abril 2017 • 41
LANÇAMENTOS
A X100F segue as
mesmas linhas da
série, com poucas
mudanças
Fotos: Divulgação
Fujifilm amplia linha X
X100F e X-T20 chegam posicionado próximo ao monitor, que posição a mais no disco de compen-
possibilita selecionar o ponto de foco sação de exposição (C, para +/- 5EV)
ao mercado com sensor ativo. Outra novidade é um charmo- e uma posição exclusiva para vídeos,
X-Trans de 24 MP so disco de seleção para sensibilida- no disco de modo de operação.
de ISO, montado sob o disco de velo- A nova Fuji X-T20 está disponível
D
esde o primeiro modelo da cidades. O disparo contínuo também no exterior em versões prata ou pre-
série X100, a Fujifilm tem foi melhorado, e agora o modelo su- ta, por US$ 1 mil (em kit com a len-
aprimorado o corpo, adicio- porta 8 imagens por segundo. te 16-50 mm). Kits com outras lentes
nado recursos e mantido o preço, o A lente 23 mm f/2 continua inalte- estão disponíveis a preços variados.
que tem agradado bastante aos fotó- rada, assim como o restante dos re-
grafos. Esse é o caminho no qual sur- cursos (inclusive o obturador eletrôni-
ge a X100F, a quarta versão da popu- co que chega a 1/32.000s). A X100F es-
lar rangefinder. A principal novidade tá disponível em versões prata ou pre-
é o sensor APS-C X-Trans CMOS III, ta, ao preço de US$ 1,3 mil no exterior
que agora tem 24 MP (o sensor das (e sem previsão de chegada ao Brasil).
versões anteriores é de 16 MP), não Outro lançamento da Fuji é a mir-
traz o filtro passa-baixa e oferece ISO rorless X-T20, modelo mais acessí- Acima, visor rangefinder da X100F;
de até 12.800. O sistema de foco au- vel que a X-T2 e que substitui a X-T10. abaixo, visor eletrônico da X-T20
tomático também foi aprimorado, e A principal novidade do modelo é o
conta 91 pontos, que podem ser seg- sensor APS-C X-Trans CMOS III de
mentados em até 325 pontos. 24 MP, além de um novo processador
A X100F recebeu mudanças no que deixou a câmera mais ligeira pa-
design do corpo que melhoraram seu ra ligar e processar imagens. A sen-
manuseio. Talvez a adição mais sen- sibilidade ISO foi aprimorada e, fisica-
sível seja o controle do tipo joystick mente, as poucas novidades são uma
Leica volta às
Reduction II – por isso a sigla SR na
frente do corpo).
O sistema de foco automático
da KP utiliza 27 pontos, dos quais
A
Leica retomou a sua clás- ção do corpo – para compensar a au-
sica nomenclatura da sé- sência de portas, ela tem Wi-Fi em-
rie M com o lançamento da butido. A M10 é também a rangefin-
M10, modelo full frame de 24 MP der mais leve (660g) e fina da famí-
focado em fotografia – como mo- lia M digital já lançada, comparável à
delos anteriores, ela não grava Leica M4, de filme.
vídeos. Em compensação, o novo A câmera traz monitor fixo de 3
sensor possibilita melhor alcance polegadas (definição de 1 MP, sem
dinâmico e maior faixa de sensibili- touchscreen), visor com cobertura de
dade ISO, com até ISO 50.000, sele- 100% (magnificação de 0,73x), obtu-
cionável por um novo disco dedica- rador de 8s a 1/4.000s e entrada pa-
do, na parte esquerda do corpo. ra cartão SD/SDHC/SDXC. A bateria,
A M10 também teve melhorias modelo BP-SCL5, tem carga útil pa-
O corpo cheio de botões
no processamento e mudanças na ra 210 disparos. O que não mudou na de atalho traz um monitor
conectividade. O novo processa- nova Leica foi o preço alto. No exte- inclinável e touchscreen
dor de imagens Maestro II oferece rior, custa US$ 6,6 mil, só o corpo.
abril 2017 • 43
VIDA DE FOTÓGRAFO
A descoberta
Nonono nonono nonono nono nonononon onononono nonono no nonono nono nonononon onononono nonono no nonono nononono
de Portugal
POR UM BRASILEIRO
Sucesso na web, Eduardo Lima quer transformar em livro projeto que reúne imagens
de lugares e monumentos portugueses que são patrimônios mundiais pela Unesco
POR MÁRIO FITTIPALDI
P
ela arquitetura, imponência e descobrir as possíveis conexões Coimbra ou de cidades históricas
ou beleza, monumentos e lu- desses locais com a história do como Elvas e Évora, ou ainda os pa-
gares de Portugal declara- Brasil. O resultado é o projeto Por- trimônios naturais, como a Floresta
dos pela Unesco (a organiza- tugal – Patrimônios da Humanidade, Laurissilva da Ilha da Madeira – to-
ção das Nações Unidas para sucesso na internet e que deverá dos, é claro, recheados de boas his-
a educação, ciência e cultura) ser publicado em livro. tórias que, de alguma maneira, re-
como patrimônio mundial já ofere- O trabalho reúne imagens de metem ao Brasil. São ao todo quin-
cem farto material para registro fo- monumentos como a Torre de Be- ze locações espalhadas pelo terri-
tográfico. Mas o fotógrafo e jorna- lém e o Mosteiro dos Jerónimos, tório português, incluindo os arqui-
lista Eduardo Lima resolveu ir além em Lisboa, da Universidade de pélagos da Madeira e dos Açores.
abril 2017 • 47
Fotos: Eduardo Lima VIDA DE FOTÓGRAFO
Acima, interior do Enquanto o livro não chega, é possível RELAÇÃO COM O BRASIL
Mosteiro dos Jerónimos, acompanhar o trabalho de produção pela Lima encontrou muitas correlações dos
em Lisboa, patrimônio
mundial desde 1983 internet. E até dar “pitacos” na edição de patrimônios mundiais que visitou em Por-
imagens: Lima mantém um blog no qual tugal com o Brasil. Algumas não tão ób-
compartilha suas experiências de viagem vias, como a da Torre de Belém, inaugura-
e que, desde fevereiro de 2017, permite da em 1519 para celebrar as grandes nave-
aos seguidores comentar e indicar as ima- gações portuguesas, em especial a de Vas-
gens preferidas de cada capítulo. co da Gama, descobridor do caminho para
“Essa decisão foi meio intempestiva, as Índias, em 1498 – ele, por sinal, está se-
nem pensei direito se poderia atrapalhar a pultado na Igreja Santa Maria Belém, nos
edição do livro ou não”, diz ele, acrescen- Jerónimos. Aqui, a relação é com o desco-
tando que, como já compartilha material brimento do Brasil, pois Pedro Alvares Ca-
fotográfico e histórias no blog, não haveria bral chegou até o litoral da Bahia em 1500
motivo para não compartilhar a edição. “O ao desviar-se da rota para as Índias.
projeto só existe porque as pessoas gos- Mas há muitas outras histórias interes-
tam de ver as fotos no blog e nas redes so- santes e inusitadas. Ele conta que uma de-
ciais. E por esses meios alcanço um públi- las diz respeito a Évora, no Alentejo, cujo
co muito maior do que atingiria com qual- centro histórico foi declarado patrimônio
quer livro que venha a publicar”, avalia. mundial em 1986. A época de ouro da ci-
dade foi no século 15, quando se tor- Universidade Federal Fluminense, equivalente a cerca de 50% do total
nou residência dos reis de Portugal – no livro História do Brasil para Ocupa- da verba. Condenado e suspenso de
inclusive de Manuel I, o rei que auto- dos (Leya/Casa da Palavra, 2012). Fi- funções públicas, foi nomeado ouvi-
rizou as grandes navegações. A pre- gueiredo escreveu que, em 1548, pa- dor-mor do Brasil apenas um ano e
sença de reis e suas cortes na cida- ra garantir a defesa de terras brasi- meio depois, e pelo mesmo rei. “É o
de resultou em grandes investimen- leiras e também a cobrança de im- que chamei de arqueologia da cor-
tos, quando ali se criou um estilo ar- postos, D. João III instaurou no Bra- rupção”, diverte-se.
quitetônico suntuoso e que foi repli- sil um governo-geral. E designou pa-
cado nas colônias. “Há um pouco de ra ouvidor-mor o homem responsá- OBSESSÃO
Évora em becos de Salvador”, asse- vel por garantir o cumprimento das Não é de agora que Eduardo Li-
gura Eduardo Lima. leis, o desembargador Pero Borges. ma acalenta a ideia de criar um livro
O fotógrafo lembra ainda que, “Acontece que o cara era o maior com imagens dos patrimônios mun-
na cidade fortificada de Elvas, tam- ficha-suja”, informa Lima. Ele foi diais portugueses. A ideia surgiu em
bém no Alentejo, tornada patrimônio corregedor em Elvas em 1543 e en- 2009, quando fez a primeira viagem
mundial em 2012, encontrou até in- carregado de supervisionar a cons- ao país e fotografou seis localidades.
dícios do que podem ser os primór- trução do aqueduto da Amoreira, Mas a semente foi plantada muito
dios da corrupção endêmica que vi- destinado a fornecer água para a ci- antes. “Tudo começou quando per-
vemos hoje. Quem conta é o historia- dade fortificada. E desviou muito di- corri o mundo de mochila nas costas,
dor Luciano Figueiredo, professor da nheiro – 114.064 reais (da época), o coisa que fiz durante cinco anos, en-
abril 2017 • 49
VIDA DE FOTÓGRAFO
NA INTERNET
Foi a partir das imagens nas via-
gens de 2009 e 2012 que ele decidiu
levar o projeto para a internet, crian-
do um site com o objetivo de divul-
gar o trabalho. A decisão foi acerta-
da: hoje, além do site e do blog, man-
tém uma página dedicada no Face-
book que já reúne mais de 30 mil li-
kes, além de perfis no Twitter e Ins-
tagram, ambos com pouco mais de
cinco mil seguidores. “Graças à ex-
posição que as páginas dedicadas al-
cançaram, consegui a credibilidade
necessária para costurar apoios dos
escritórios regionais de turismo de
Portugal para realizar as viagens, co-
mo o Turismo Centro Portugal e Visit
Madeira”, comemora.
Assim, em 2014, fez nova expe- Detalhe do Aqueduto da Amoreira, também em Elvas, o maior da Península Ibérica
abril 2017 • 51
VIDA DE FOTÓGRAFO
dição, dessa vez com o suporte do pelo diretor, que lhe deu uma verda- para ver apenas a Torre de Belém e o
Turismo Centro Portugal. Mais im- deira aula sobre a história do lugar. Mosteiro dos Jerónimos. Então, aca-
portante do que o apoio logístico, Li- O mesmo aconteceu no Parque bo incluindo outras imagens e dicas,
ma destaca o empenho das agências Ecológico do Côa, um sítio arqueoló- o que é bom para gerar tráfego e, ao
em proporcionar tudo o que fosse ne- gico com impressionantes exemplos mesmo tempo, é também uma con-
cessário para o projeto como um to- de arte paleolítica em Vila Nova de Foz trapartida à ajuda que recebo para o
do. No Mosteiro da Batalha, na cida- de Coa, nordeste de Portugal, quase projeto”, explica.
de de mesmo nome localizada na Es- na fronteira com a Espanha. “Fui re- Apoios que, segundo ele, serão
tremadura, por exemplo, foi recebido cebido pelo coordenador do comple- fundamentais para a conclusão do
xo, que é um dos caras que mais en- projeto, pois Lima planeja ainda fa-
tendem de pré-história no mundo. zer pelo menos mais uma viagem a
Um privilégio, que enriqueceu não só Portugal. “Também preciso visitar os
o projeto, mas a mim também”, avalia. Açores, onde ainda não fui e que con-
No ano seguinte, conseguiu o centra outros dois patrimônios mun-
apoio do escritório de turismo da Ilha diais, a zona central da cidade de An-
da Madeira para fotografar a Flores- gra do Heroísmo, na Ilha Terceira, e
ta Laurissilva, de características sub- a paisagem cultural da vinha da Ilha
tropicais úmidas e endêmica dos ar- do Pico, com sua espetacular rede de
quipélagos a oeste de Gibraltar – muros de pedra construídos parale-
além da Madeira, onde estão suas lamente à orla marítima para prote-
porções mais características, a flo- ger os vinhedos do vento, uma prá-
resta está presente nos Açores, em tica de agricultura comum no sécu-
Cabo Verde e nas espanholas Caná- lo XV”. E, enquanto a viagem não sai,
rias. Lima lembra que, além de mui- você pode contribuir para a edição do
to importantes para o projeto, esses livro de Lima acessando o blog e dan-
apoios acabam alimentando o blog e do seus pitacos.
as redes sociais com outras informa-
ções e imagens, muitas delas volta-
das para o turismo. “Ninguém vai pa- Para saber mais
Blog: portugalpatrimonios.com
ra a Ilha da Madeira para ver somen- Facebook: @PortugalPatrimonios
O fotógrafo Edu Lima e seu equipamento te a Floresta Laurissilva ou a Lisboa Twitter: @BoraPraPortugal
Cenários sob medida com direito à máquina de fumaça e jogos de luzes fazem parte do complexo cenográfico em Vinhedo
E
Conhecida pelas la é famosa por realizar en- reito em Vinhedo, no interior de São
saios de gestantes, famílias e Paulo, para atender ao público classe
produções cenográficas casais com uma atmosfera de A e suprir a ausência de estúdios es-
e figurinos de contos fábula. Mesmo já tendo três pecializados em ensaios no estilo lú-
de fada a fotógrafa estúdios na capital paulista, a dico que a consagraram.
fotógrafa Lidi Lopez, seguin- Em uma analogia com o âmbito
Lidi Lopez abre um do na contramão da crise econômica cinematográfico, o complexo da fo-
estúdio no interior brasileira, acaba de colocar em prá- tógrafa tem jeitão hollywoodiano e
tica mais uma ideia ambiciosa: inau- dá até para lembrar dos antigos es-
de São Paulo que gurou um complexo cenográfico com túdios da Cia. Cinematográfica Vera
parece de cinema 1.200 m2 e com 9 metros de pé-di- Cruz – produtora brasileira que pro-
O estúdio hollywoodiano de Lidi Lopez é uma estratégia da fotógrafa e do marido de expandir os negócios em fotografia:
acima, gestante posa no cenário “túnel de flores”; abaixo, o making of mostra os bastidores de como a foto foi feita por ela
Making of: Livia capeli
abril 2017 • 55
negócios & FotograFia
duziu mais de 40 filmes (as famo- nobre da cidade, e recebeu um inves- A convite da fotógrafa, a equipe de
sas chanchadas) entre as décadas timento de R$ 350 mil das economias Fotografe foi conhecer o complexo
de 1950 e 1960, em São Bernardo do da fotógrafa para se adequar ao aten- cenográfico, acompanhar o ensaio de
Campo (SP), e que se encontra atual- dimento das clientes, contando com três gestantes e saber como é a roti-
mente à espera de uma revitalização. camarim, área para acervo de figu- na do lugar que, segundo Lidi, aten-
Já o galpão de Lidi, que tem mais rinos, recepção, sala para fotografia de todos os dias da semana, 24 ho-
de 1.200 metros quadrados, fica bem newborn e um pátio com cinco cená- ras, em sessões agendadas.
na entrada de Vinhedo, em uma área rios, com espaço para expansão.
FÁBRICA DE SONHOS
Para conceber os cenários do
complexo, Lidi Lopez contratou um
cenógrafo profissional (ela não quis
revelar o nome) que já trabalhou na
produção de sets para novelas da re-
de de televisão SBT. Ele é responsá-
vel por executar as ideias mais ousa-
das da fotógrafa, como construir des-
de túneis de flores feitos com mate-
riais sintéticos até um cenário com
uma atmosfera campo com neve,
com direito a manta sintética e árvo-
res de natal pintadas de branco e até
jatos de flocos secos produzidos por
uma máquina para parecer neve.
É claro que o resultado aparece
mesmo quando tudo isso é misturado
a um jogo de luzes coloridas, flashes noir Lucena, administrador e sócio de o deslocamento de um cenário para o
posicionados em contraluz e neblina Lidi, que, além de pretender expandir outro sem a necessidade de a fotógra-
produzida por máquina de fumaça – o faturamento da empresa de fotogra- fa precisar perder tempo montando e
marcas registradas da fotógrafa. Ou- fia, vê no complexo cenográfico uma desmontando um mesmo set.
tra linha famosa da especialista são os forma de atender a clientes de ma- A escolha por Vinhedo, segundo
figurinos, que esbanjam saias tutus e neira muito mais ágil e eficiente, com a fotógrafa, foi baseada em pesqui-
flores artificiais. Mas no complexo de
Vinhedo a produção ganhou nova rou-
pagem. Lidi Lopez contratou a estilis-
ta Camila Amadei e pediu uma linha
exclusiva de vestidos feitos, dessa vez,
com muito tecido voal.
Além dos cenários construídos,
o antigo galpão de fábrica escolhido
pela fotógrafa oferece ainda sets im-
provisados, como uma enorme por-
ta com um vitral restaurado pelo ce-
nógrafo do estúdio, ou janelões su-
periores, que com a entrada do sol,
misturada à neblina da máquina de
fumaça, cria um cenário surrealista.
VISÃO DE NEGÓCIOS
A ideia do estúdio distribuído em
um galpão teve apoio do marido, Re- O acervo de figurinos do estúdio de Vinhedo foi feito pela estilista Camila Amadei
abril 2017 • 57
negócios & FotograFia
O estúdio pode
ser considerado
o maior do Brasil
Pé-direito
para a área de
de 9 m
fotografia social
Área de
1.200 m2
Um olhar para
a memória Por BRENDA ZACHARIAS
A jovem fotógrafa
Maria Isabel Oliveira
inspirou-se na
saudade da avó para
começar uma série
Q uando a avó de Maria Isabel
Oliveira morreu, em 2008, lidar
com a perda não pareceu tão
difícil. Mas a saudade de do-
na Senira e da convivência de
anos em Diamantina (MG), sua
cidade natal, tornou-se um peso la-
tente para a jovem de 26 anos. Nos
passagem na casa de família, mate-
rializada na primeira foto da série En-
quanto você não volta, que a fotógrafa
desenvolve desde essa época.
Como em um sonho, Maria Isabel
admirava a roseira, que crescia con-
tra a parede azul do quintal, planta-
da poucos meses antes da morte de
que usa peças de primeiros meses de 2015, os sonhos dona Senira. Lembrou-se de uma ca-
com a imagem da avó se tornaram misola herdada da avó, que ainda usa
roupa para conectar constantes, e em julho do mesmo com frequência, e a pendurou no pe-
pessoas e lembranças ano ela pôde notar os sinais de sua queno varal, com outras peças de
abril 2017 • 61
CULTURA
abril 2017 • 63
CULTURA
As gêmeas Heloísa
e Heloá, no colo da
mãe, nasceram com
microcefalia causada
pelo vírus da zika
World Press
Photo 2017 Por BRENDA ZACHARIAS
O
Lalo de Almeida e
World Press Photo 2017, um como representante entre os jurados
Felipe Dana são dos principais concursos de fo- na categoria Natureza. O grande ven-
premiados no grande tojornalismo mundial, desta- cedor geral, com a Foto do Ano, foi o
concurso mundial de cou dois profissionais brasilei- turco Burhan Ozbilici com o incrível
ros, o paulistano Lalo de Almei- flagrante do assassinato do embaixa-
fotojornalismo. Veja as da e o carioca Felipe Dana. Fora isso, dor russo na Turquia durante a aber-
melhores fotos do ano o Brasil teve ainda Luciano Candisani tura de uma exposição.
Lalo de Almeida se surpreen- presa quando ele estava em Tabatin- Ele fez todas as imagens e os ví-
deu quando cerca de dez dias an- ga (AM) produzindo outra reportagem. deos de quatro reportagens, que tra-
tes da divulgação recebeu um e-mail Lalo acumula passagens pelo jor- çaram desde a origem da doença em
da organização do World Press Pho- nal O Estado de S. Paulo e revista Veja, Uganda e Senegal, na África, passan-
to pedindo arquivos em RAW – in- e hoje atua como colaborador dos jor- do pelo tratamento das vítimas em
dicativo de que teria chegado à fi- nais Folha de S.Paulo e The New York Recife (PE) e Campina Grande (PB), às
nal. A mensagem que anunciava o Times. Pela Folha, participou em 2016 medidas para o combate do mosquito
segundo lugar na categoria Temas de uma série de reportagens espe- transmissor, o Aedes aegypti. A série
Contemporâneos foi recebida de sur- ciais multimídia sobre o vírus da zika. premiada é composta por dez fotos.
abril 2017 • 67
FotojornalisMo
Felipe Dana/ the associated Press
Carro-bomba armado pelo Foi, contudo, no contato com as famílias ca Latina. Entretanto, foi uma foto de sua pri-
Estado Islâmico explode atingidas pela doença que Lalo pôde se in- meira experiência no Iraque, em meados de
durante avanço das Tropas tegrar da gravidade da situação, encontran- novembro de 2016, que alcançou o terceiro
Especiais Iraquianas em do mães que faziam viagens de 300 km até
Mossul, Iraque
lugar da categoria Notícias Locais – é a se-
hospitais para levarem seus filhos às ses- gunda vez que ele se destaca, tendo recebi-
sões de fisioterapia e exames. Desse con- do uma menção honrosa em 2013.
tato mais íntimo, o fotógrafo chama a aten- Dana acompanhava as Forças de Ope-
ção para que elas não sejam tratadas como rações Especiais Iraquianas, que começa-
vítimas, mas recebam auxílio e atenção das vam a retomar a cidade de Mossul, ainda
autoridades: “É um discurso de luta, jamais dominada pelo Estado Islâmico. A viagem
de derrota. Porém é ainda mais necessário durou cerca de um mês, mas as passagens
não esquecer dessas crianças, no meio do pela cidade eram raras, uma vez que o ris-
sertão da Paraíba, que vão precisar de tra- co oferecido aos profissionais era muito
tamento para a vida toda”, conta. grande. “Passávamos cerca de 90% do dia
dentro de tanques blindados, só ouvindo as
NA GUERRA DO IRAQUE explosões das armadilhas deixadas pelo
O repórter fotográfico Felipe Dana traba- caminho”, relembra o fotógrafo.
lha para a agência Associated Press desde Em uma das raras ocasiões que saiu do
2009 e é especializado na cobertura de con- tanque, quando a situação estava aparen-
flitos urbanos do Rio de Janeiro e da Améri- temente normalizada e os soldados já co-
meçavam a montar a base de apoio, grafo da Associated Press desde 1996, Locais e levantou o questionamento
um comboio no quarteirão seguinte assumiu riscos de vida, mas foi capaz quanto à ética de um jornalista ou fo-
foi surpreendido por um carro-bom- de resgatar a essência do fotojornalis- tógrafo quando testemunha de uma
ba abandonado. Mesmo com o susto, ta de se entregar à notícia. situação tão grave e a do concurso
Felipe Dana sacou a câmera e fez al- Em dezembro de 2016, ele parti- em supostamente estimular ações
guns registros da cena, antes de cor- cipava de uma cerimônia de inaugu- dessa natureza. Ozbilici se posicio-
rer de volta para o tanque. O fotógra- ração de uma exposição de artistas nou quanto ao caso em uma decla-
fo vê o prêmio como uma boa opor- russos em Ancara, capital turca. An- ração no site da AP: “Mesmo se eu
tunidade de retomar discussões, por drei Karlov, embaixador da Rússia no me machucar, ou for morto, não dei-
vezes superadas na esfera pública, país, fazia o discurso de abertura xo de ser jornalista. Tenho que fazer
além de ter o trabalho republicado quando foi brutalmente morto a tiros o meu trabalho. Poderia sair corren-
em diversos veículos. pelo policial turco Mevlüt Mert Altin- do daquela situação sem fazer fo-
tas, um ataque incentivado pelo ódio to alguma… Mas aí eu não teria uma
OUTROS PREMIADOS religioso por causa da participação resposta adequada se as pessoas me
O instinto do jornalismo puro de russa na guerra civil da Síria. “Fize- perguntassem depois: ‘por que você
Burhan Ozbilici foi o que chamou a mos um juramento a Maomé de mor- não fotografou nada?’”.
atenção dos jurados para o prêmio de rer no martírio. É uma vingança pela Outra imagem agressiva conquis-
Foto do Ano. Apesar da disputa acirra- Síria e por Alepo”, gritou o assassino. tou o prêmio de Imagem Única na
da – cinco votos contra quatro contrá- A série completa ganhou o pri- mesma categoria, feita pelo paquis-
rios –, uma coisa é certa: Ozbilici, fotó- meiro lugar da categoria Notícias tanês Jamal Taraqai, da European
abril 2017 • 69
FotojornalisMo
Explosão de homem-bomba
deixou cerca de 60 mortos
durante funeral no Paquistão
À esq., a tenda Teepee, típica dos índios norte-americanos, leva mensagens de visitantes solidários à resistência em Standing Rock
Sioux, nos EUA; à dir., mulher segura o sobrinho de dois anos que foi atingido por uma bomba em Kabul, no Afeganistão
tomás Munita/the new York times
abril 2017 • 71
Francis Pérez FotojornalisMo
produziu a série vitoriosa da categoria Iraque, e foi premiado com o primeiro trou o cotidiano dos jogadores do pri-
ao documentar a maior reserva de ri- lugar de Imagem Única de Pessoas. O meiro time de rugby de Toronto, Cana-
nocerontes do mundo, na fronteira americano Michael Vince Kim apostou dá, a aceitar jogadores homossexuais.
entre a África do Sul e Moçambique, em trabalho sobre a imigração corea-
constantemente ameaçada pela ca- na para o México no início do século 20 COMO É O JULGAMENTO
ça de traficantes moçambicanos em e ganhou na categoria Séries. Em sua 59ª edição, o concurso re-
busca do chifre, exportado para a Ásia A queda da amazona Nina Carber- cebeu 80.408 imagens, enviadas por
como afrodisíaco depois de transfor- ry durante uma competição em Liver- 5.034 fotógrafos de 125 países. Mes-
mado em pó. pool, na Inglaterra, deu ao inglês Tom mo com o volume gigantesco de ins-
O retrato da garota Maha, de 5 Jenkins, do jornal The Guardian, o pri- crições, o processo de seleção dos ga-
anos, foi feito pelo sueco Magnus meiro lugar de Imagens Únicas na ca- nhadores é bastante cuidadoso, e ca-
Wennman, do jornal Aftonbladet, em tegoria Esportes. Já o italiano Giovan- da categoria conta com três jurados
um campo de refugiados em Debaga, ni Capriotti, vencedor em Séries, regis- especializados no tema. Na edição de
2017, o paulistano Luciano Candisani nos um voto, e da segunda, dois, pas- maravilhoso”, conta. E ainda achou
participou, pela segunda vez, da banca sando então por um longo processo tempo nos intervalos das reuniões
de jurados da categoria Natureza, ao de discussão das preferidas de cada para encontrar antigos colegas da
lado do fotógrafo alemão Christian Zie- jurado. Na quarta etapa, os finalis- fotografia e trocar experiências com
gler e da inglesa Helen Gilks, diretora tas passam por uma comissão de ve- os demais profissionais.
da Nature Picture Library, de Londres. rificação de autenticidade e, depois, Os trabalhos ganhadores são in-
Todos os jurados se reuniram na por uma comissão geral de jurados, cluídos na exposição itinerante do
sede do World Press Photo em Ams- composta por cinco especialistas e concurso, que deverá passar por 45
terdã, na Holanda, entre os dias 16 outros quatro de cada categoria, que países durante o ano. Além disso, ca-
de janeiro e 13 de fevereiro de 2017, cuidam de escolher a Foto do Ano. da fotógrafo é convidado a partici-
quando os ganhadores foram anun- Apesar do trabalho espinhoso de par da cerimônia de premiação, em
ciados. Candisani conta que o trio examinar tantas imagens, Candisani Amsterdã, e tem o trabalho reunido
analisou cerca de 6.000 imagens en- faz questão de frisar o quanto a ex- no anuário da competição. Todas as
viadas para a categoria, divididas en- periência é valiosa: “Ter a chance de imagens premiadas podem ser con-
tre séries e imagens únicas. O júri es- poder analisar tudo que é produzi- feridas na página oficial do concurso:
pecializado participa de apenas três do de melhor na minha área é algo www.worldpressphoto.org.
etapas, com a missão de reduzir to-
Giovanni capriotti
abril 2017 • 73
Filmmaker
Imagens: Divulgação
CADA CORTE
NO SEU LUGAR
COMO EDITAR COM INTENÇÃO
Selecionar os cortes não se trata apenas de tempo e sequência,
mas também da intenção de cada escolha. Conheça as principais
formas de realizar uma transição entre imagens em um filme
e veja como elas podem adicionar valor à sua produção
N
a maior parte das vezes,
quem assiste a um filme
não percebe por que al-
gumas sequências têm e tensão da cena. Como isso é reali- si para agregar mais impacto à sua
tanta influência. O resultado não zado? Com cortes precisos e plane- produção audiovisual e para trans-
vem tanto da fotografia ou dos ele- jados. Enquanto ele ainda acredita mitir ao espectador a exata inten-
mentos na tela, mas da forma como ter o poder da força, o tempo entre ção do filmmaker. O mais básico
as cenas estão encadeadas: os cor- os cortes vai diminuindo progressi- deles é o corte seco, simples, dire-
tes seguem tão naturalmente que vamente até o clímax. Com a decep- to, que permite a edição mais sim-
você nem mesmo pensa no assun- ção de Luke, o tempo volta a aumen- ples que se pode fazer, apenas al-
to enquanto vê o filme. tar também gradualmente. ternando takes – e, muitas vezes, é
Um exemplo claro é o O Retor- É apenas um exemplo de como a uma boa escolha, pois pode resol-
no de Jedi, sexto filme da saga Star montagem de um filme é influencia- ver a maior parte do filme com agi-
Wars, na cena em que o jovem Luke da pela sequência de eventos, e pou- lidade e simplicidade.
Skywalker tenta levantar uma nave cos se atentam a como os tipos de No entanto, outras opções tam-
utilizando “a força”. Nessa sequência, corte utilizados podem pesar sobre bém têm vantagens. A seguir, veja
que culmina na frustração de Luke, a o resultado de uma sequência. Tudo uma série de exemplos que ajudam
curva de aprendizado e decepção da em pouco mais de 30 segundos. a ilustrar e entender melhor as mais
personagem é caracterizada por um Os cortes clássicos de edição po- utilizadas formas de unir duas ou
aumento crescente na expectativa dem e devem ser combinados entre mais imagens em um filme.
Abril 2017 • 77
Filmmaker / Dicas Técnicas
Sequência de Esquadrão
Suicida (2016) com cortes
na ação na cena em que
a personagem se veste
diante de soldados
Cutaway é o corte
que pode mostrar
o que se passa na
cabeça da personagem
Abril 2017 • 79
Filmmaker / Dicas Técnicas
Imagens: Divulgação
Em Cães de Aluguel (1992), o smash cut é usado para cortar de uma cena aparentemente tranquila para outra de ação feita externamente
Smash cut – Apresenta uma tran- Screen wipe – Ocorre quando a tina se abrindo, diamantes ou outros
sição abrupta, geralmente represen- transição entre as cenas simula uma formatos muito comuns nas ilhas de
tativa de alguém retornando de um imagem sendo linearmente subs- edição lineares, em um passado re-
pesadelo, que se vale muito do áudio tituída por outra, de cima para bai- cente. Esse tipo de transição se tor-
como complemento de tensão. Po- xo, lateralmente, de maneira circu- nou uma marca registrada do diretor
dem ser usadas também alternando lar ou mesmo na diagonal, revelan- George Lucas nos filmes da franquia
cenas muito diferentes (de agitação e do a imagem seguinte. Pode ser tam- Star Wars, sendo até hoje aplicado
calmaria, por exemplo), como na ce- bém um efeito que simula uma cor- em suas sequências.
na de Cães de Aluguel (1992), em que
uma conversa em um galpão calmo e
silencioso dá lugar a uma intensa ce-
na de fuga pelas ruas.
O corte de transição screen wipe, em que uma imagem vai linearmente sendo substituída
por outra, é muito utilizado pelo diretor George Lucas nos filmes da franquia Star Wars
Abril 2017 • 81
Filmmaker / Dicas Técnicas
Em Birdman (2016), cortes invisíveis muito bem-feitos dão a impressão de tomadas em takes únicos, em plano-sequência
Imagens: Divulgação
Cortes invisíveis – São usados memente desse recurso foi Bird- de na dinâmica de sua produção.
para dar a impressão de um take man (2016), que simula a realização No J-cut, ocorre o inverso, e o áu-
único, mas na realidade estão “es- de um grande plano-sequência por dio da cena que ainda será apresen-
condidos”. Podem ser encobertos todo o filme. A película também se tada se adianta, introduzindo ao es-
em pontos escuros da cena, por vale em alguns momentos do movi- pectador a atmosfera ou informa-
meio de masking ou outros efeitos mento de whip pan (chicote), uma ções do que está por vir. Os nomes
visuais, para garantir uma sequên- panorâmica rápida que borra as desses recursos vêm do formato ad-
cia imperceptível para quem assis- imagens e abre espaço para um cor- quirido pela sequência na timeline
te ao filmes. É possível disfarçá-los te imperceptível. de edição, com as trilhas de áudio e
também durante a passagem de vídeo desalinhadas, formando um
objetos em frente à câmera, como Cortes com áudio: L-cut e J- “L” ou um “J”.
um trem, um carro ou qualquer ou- -cut – Esses dois formatos existem
tro item que corte o frame, bem co- quando a transição envolve tam- Nota da redação
mo após objetos que deixam a ce- bém o áudio. No L-cut, o som pro- Além dos frames de sequências que
na. Um título que se utilizou enor- veniente da cena anterior ainda ilustram este artigo, para acompanhar tipos
está presente na cena seguinte. O de corte em tempo real, foram selecionados
corte é utilizado com frequência apenas cortes clássicos, recentes ou
No J-cut (menu à esq.), o
áudio da cena é adiantado, no cinema e serve para integrar ce- famosos no universo audiovisual. Assim,
enquanto no L-cut (à dir.), ele nas e diálogos. Seu uso consciente cada sequência pode ser facilmente
é atrasado na transição pode conferir um salto de qualida- encontrada em buscas no YouTube.
Autorretratos de Vivian Maier, a babá que era fotógrafa nas horas vagas e virou cult depois de descoberta (veja na edição 216)
A
essência do autorretrato é remete à pintura da Idade Média. contrário, se esconder, mascarando
revelar a percepção que o ar- Como toda prática fotográfica, o o rosto ou fotografando a sua som-
tista tem de si mesmo em autorretrato pode ser abordado de bra. Os mais conceituais até elabo-
um determinado momento. várias maneiras. Alguns fotógrafos ram seu autorretrato somente a par-
Assim, um autorretrato feito preferem registrar a própria ima- tir de objetos pessoais que os repre-
com criatividade não é ape- gem diretamente, com a câmera no sentam. O que vale é a imaginação.
nas uma imagem bem focada e “cer- tripé e o uso de um controle remoto Tecnicamente, o mais fácil é se
tinha” do autor: ele deve revelar sen- ou do temporizador, enquanto outros fotografar em um espelho ou ou-
timentos, perturbações, personali- a gravam de maneira indireta, foto- tra superfície refletiva. Nesse caso,
dade ou dúvidas... em uma palavra, a grafando seu reflexo em um espe- a imagem é invertida. É importante
alma. É uma prática artística ances- lho, por exemplo. O artista pode que- tomar essa especificidade em con-
tral que, segundo os historiadores, rer se mostrar sem disfarce ou, ao sideração, principalmente se apa-
O finlândes Arno Rafael Minkkinen produziu um longo trabalho calcado em autorretratos em P&B muito elaborados
e criativos, de inspiração surrealista, nos quais ele se mistura com a paisagem e a natureza (veja mais na edição 228)
Abril 2017 • 85
Dave Engledow LIÇÃO DE CASA
O americano Dave Engledow e Esse “diálogo” entre o autorretra- na imagem. Pode se tratar de uma
sua filha Alice: autorretratos tado e o cenário pode ser construído ação congelada ao usar uma alta
com humor que viraram por contrastes e semelhanças de li- velocidade do obturador, caso a lu-
sucesso na web (edição 203) minosidade o permita (se não, se-
nhas e formas, densidades ou ain-
da interações cromáticas. Esta últi- rá preciso abrir bastante o diafrag-
da câmera que o fotógrafo-modelo e ma opção é a mais impactante: tons ma, aumentar a sensibilidade ISO e/
utilizar o autofoco normalmente. quentes (vermelho, laranja e amare- ou usar o flash). Pulos ou situações
A composição precisa também ser lo) e frios (azul, verde, rosa) produzem de desequilíbrio podem assim ren-
determinada antes de o “modelo” en- combinações harmoniosas, mais ain- der imagens engraçadas.
trar na cena, pois, no autorretrato, as- da quando são combinadas com cores Ao contrário, o movimento pode
sim como em qualquer outra área da complementares. Acordos monocro- ser enfatizado pelo uso de um tem-
fotografia, a menos que seja um deta- máticos rendem imagens muito agra- po de exposição maior. Essa técnica
lhe do artista (por exemplo, zoom no dáveis também, mais suaves, elegan- deixa o sujeito em movimento bor-
olho, mão ou outra parte do corpo), o tes e misteriosas. Vale a pena fazer rado, trazendo um toque onírico ou
ambiente condiciona o impacto visual. várias tentativas, alterando a propor- misterioso ao autorretrato. Quan-
Por isso, ele precisa ser escolhido ção de cada cor na imagem. to maior o tempo de exposição e/ou
com cuidado. E, mesmo sendo um de- a velocidade do próprio movimen-
talhe, um fundo estético é primordial. DESFOQUE to, maior o borrão. Objetos em mo-
Pode ser interessante construir a ima- Embora a concepção inicial de vimento ou membros se mexendo
gem em função das combinações ou um autorretrato seja geralmen- mais rápido podem até chegar a su-
oposições entre o ambiente e o tema, te estática, congelando o momen- mir da imagem. O sucesso de tais
ou seja, o próprio modelo-fotógrafo. to, é possível introduzir movimento imagens depende do equilíbrio en-
Abril 2017 • 87
LIÇÃO DE CASA
no até o fundo, é preciso fechar o dia-
fragma (valor maior de f/) e/ou alterar
o fator de ampliação (se afastando do
tema e/ou reduzindo o zoom).
Uma profundidade de campo am-
pla permite valorizar o ambiente em
que cada detalhe precisa ser escolhi-
do com cuidado, de maneira a evitar o
excesso de elementos, que perturba-
ria a leitura da imagem. Um ambien-
te com poucos elementos deixa a fo-
to legível e valoriza o tema. No oposto,
o tema pode ser valorizado (e isolado
do ambiente) pelo desfoque do fundo,
do qual ele se destaca por sua nitidez.
Esse é o uso mais comum do des-
foque, porém, no autorretrato é possí-
vel ampliar mais ainda a brincadeira,
deixando em foco, por exemplo, um
Wagner Friaça
objeto muito vinculado à personalida-
de da pessoa, e incluindo o fotógrafo
desfocado em algum lugar da cena.
Tais imagens, com o objeto bem nítido
O leitor Wagner Friaça (acima) em tre as zonas borradas e as nítidas. e a silhueta mais ou menos reconhe-
um autorretrato em que presta
homenagem a Fidel Castro; abaixo, Uma possibilidade muito interes- cível do fotógrafo no fundo, podem ser
autorretrato enviado pelo leitor sante é combinar uma foto em al- muito impactantes e emocionantes.
Francesco Cittadino Júnior ta velocidade, com tema bem nítido, São algumas dicas que podem ser
e outra foto com movimento borra- usadas, mas cada um pode adaptar
do, utilizando a opção de sobreposi- a técnica à própria individualidade e
ção de imagens disponível na maioria deixar a criatividade guiar o olhar pa-
das câmeras (ou subrepondo as ima- ra conseguir o autorretrato mais pes-
gens na pós-produção). Já outro tipo soal, singular e original.
de desfoque é relacionado ao próprio Para ilustrar o artigo, separamos
foco: a partir do plano do foco 100% alguns autorretratos criativos já publi-
nítido (todos os pontos à mesma dis- cados em reportagens de Fotografe,
tância que o ponto de foco), é possível alguns que até geraram séries de su-
gerar um desfoque progressivo. cesso na web. Inspire-se.
PLANO NÍTIDO
A maneira com a qual o desfo-
que se espalhará depende da am- Mande sua foto para a
pliação (representação do objeto no seção Lição de Casa
sensor ou na foto em relação a seu O tema para a próxima edição,
tamanho real) e da abertura do dia- a 248, será sensualidade (não vale
fragma: quanto maior a ampliação selfie). Caso você tenha uma foto
bacana sobre o tema, envie-a para
(utilizando o zoom ou se aproximan- a redação da revista pelo e-mail
do do objeto) e/ou a abertura (me- fotografe@europanet.com.br
nor valor de f/), mais rápido o desfo- até o dia 6 de abril de 2017 e
coloque no assunto “Lição de Casa”.
que vai se espalhando a partir do pla- Cada leitor pode mandar apenas
no de foco. Na prática, é traduzido por uma foto. As imagens enviadas
Francesco Cittadino Júnior
3 4
Abril 2017 • 93
RAIO X
DOUGLAS ROSSETO, CLARICE DANTAS, ARI PEIXOTO, DANILO ALEXANDRE
Lucélia (SP) São Paulo (SP) Rio de Janeiro (RJ) DOS SANTOS,
São Luís (MA)
7 Escolhi a melhor das três
fotos que você mandou.
Nas duas outras, a postura
8 Embora esteja
acompanhando o olhar
do macaco (menos mal), a
9 O que incomoda na
imagem é a posição
da casa no eixo vertical. 10 A composição é correta,
tirando a inclinação da
do pássaro adulto não linha formada pelo tronco Já que o céu não linha de horizonte. Contudo,
estava atraente. O registro é no fundo desvia a atenção apresentava nenhum um enquadramento mais
interessante, porém vários do observador da foto. Não interesse, a escolha era aberto (uma distância focal
elementos perturbam a bastou desfocar o fundo fácil: apontar a câmera menor) teria permitido incluir
leitura da foto, notadamente neste caso, pois ainda assim um pouco mais para a ponta da praia à esquerda.
os cabos. O recorte que sugeri a linha se destacou. A solução baixo, de maneira a Além disso, três pontinhos
reduz a poluição visual, mas o seria ter procurado outro posicionar a casinha no no céu e no mar, à esquerda,
ideal é procurar outro ponto de ponto de vista, talvez indo um terço superior do quadro demonstram que o sensor
vista para tentar escapar dos pouco mais para a esquerda, e aproveitar mais as da câmera está sujo.
elementos perturbadores no com o intuito de fugir desse pedras no primeiro plano. Equipamento: Canon
enquadramento. elemento perturbador. Equipamento: Canon EOS EOS Rebel T3 com objetiva
Equipamento: Nikon Equipamento: Canon Rebel XSi com objetiva Canon 24-105 mm
D700 com objetiva EOS Rebel T3 com objetiva Sigma 18-200 mm Exposição: f/13, 1/60s
Nikkor 70-300 mm Canon 55-250 mm Exposição: f/10, 1/200s e ISO 100
Exposição: f/5.6, 1/500s Exposição: f/5.6, 1/200s e ISO 200
(com tripé) e ISO 360 e ISO 800
7 8
9 10
4
4
11 12
13
14
Abril 2017 • 95
RAIO X
ASSUM RICARDO COSTA, NELSON BERNIS, JÚNIOR RÉGIS,
NOGUEIRA, Belo Horizonte (MG) Belo Horizonte (MG) Goiânia (GO)
Goiânia (GO)
A centralização do tema O que incomoda de O pato está
15 Vários pontos
podem ser
16 geralmente deixa as fotos
estáticas, sem dinamismo. Aqui,
17 primeira na foto,
assim como na outra de
18 centralizado, de
costas, fotografado em
melhorados nesta foto. você centralizou o pássaro no pôr do sol, é a inclinação ângulo de mergulho (de
Primeiro, a iluminação eixo horizontal e exagerou na da linha de horizonte, que cima para baixo), o que
dura do sol forte do “descentralização” no eixo vertical: não combina com a cena. não rendeu uma imagem
meio-dia não valoriza a cabeça do tema parece que vai Um enquadramento mais atraente para captar o
o tema. Segundo, a bater na borda superior do quadro. aberto, para incluir mais interesse do observador.
centralização do tema Aliás, por que não ter escolhido o chão, também seria Com animais “comuns”,
principal, a flor, deixa a um formato retrato (vertical), para desejável. Todavia, o fotógrafo precisa
imagem muito estática. combinar melhor com a forma como você estava usando procurar ângulos originais
E o centro da flor do pássaro? Saiba também que um smartphone, não e enquadramentos
ficou escondido, o que não é preciso colocar a data na poderia, provavelmente, diferenciados para se
incomoda. foto, o que a estraga de maneira reduzir a distância focal. destacar. O foco também
Equipamento: Nikon irreversível. Todos os dados, Uma solução era optar por não está bom.
D80 com objetiva Nikkor inclusive a data, estão guardados um enquadramento tipo Equipamento: Nikon
18-105 mm nas propriedades do arquivo retrato (vertical). F90 com objetiva Tokina
Exposição: f/4 , 1/2500s digital da imagem. Equipamento: smartphone 18-200 mm
e ISO 250 Equipamento: Canon SX50 HS Apple iPhone 5s com Exposição: f/5.6, 1/125s
com objetiva equivalente a objetiva equivalente e ISO 200 (filme)
24-1.200 mm a 30 mm
Exposição: f/6.5, 1/160s e ISO 160 Exposição: f/2.2, 1/402s
e ISO 32
15
16
17
18
sp
Museu da Imagem e do Som abre sete
exposições para o Maio de Fotografia
partir do dia 12 de abril de 2017, o público mado por fotojornalistas que documentam com os
Allan Porter
A exposição principal, Revista Camera – A foto-
grafia dos séculos 19 e 20, reúne 228 imagens da co-
leção do americano Allan Porter, que editou a re-
vista suíça Camera entre 1966 e 1981. A publica-
ção constituiu um marco na veiculação da fotogra-
fia moderna, e, no período, o acervo de Porter che-
gou a somar cerca de três mil negativos e cromos,
com fotos de Henri Cartier-Bresson e Larry Clark.
A programação ainda inclui as seguintes expo-
sições: Refugiados, ensaio que deu ao fotojornalista
paulista Maurício Lima o Prêmio Pulitzer de 2016;
Avessos e paradigmas, que traz ensaios inéditos de
veteranos como German Lorca e Nair Benedicto
feitos com smartphones; A arte da observação urba-
na, apresentado pelo coletivo Hiraki Creative, for-
Christiane Guinle
HORROR VACUI RJ
O contraste entre a serenidade da
arte milenar chinesa e os letrei-
ros luminosos das ruas de Pequim
viagem à China. Em 13 composições
fotográficas, a exposição investiga os
extremos estéticos do país oriental, A mostra da carioca Christiane
Guinle explora os elos entre a
chamou a atenção da fotógrafa ca- intuídos pelo olhar de Claudia Jagua- figura feminina e os ideais de sen-
rioca Claudia Jaguaribe durante uma ribe em sua experiência por lá. sualidade e recato perpetuados na
história. Todas as 15 imagens fo-
ram feitas com a câmera de um
Claudia Jaguaribe
Abril 2017 • 99
cursos
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volvimento de Certificação Profissional. de 30 horas. Também estão previstos os
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Informações: (21) 2423-2650
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novas turmas dos seguintes cursos:
Fotografia Prática, Iluminação Bási- O Curso de Fotografia Helcio Peynado,
ca em Estúdio, Tratamento de Imagem além das turmas regulares de fotografia
Básico, Intermediário e Avançado. e de iluminação aos sábados, está com
Data: a partir de 11 de abril de 2017 novas turmas às quartas-feiras. O curso
Preço: consultar com a escola disponibiliza câmeras e acessórios para
Local: Av. Pedroso de Morais, 99 as aulas práticas do curso de fotografia.
– Pinheiros Data: a partir de 15 de abril de 2017
Informações: (11) 3097-9448 Preço: consultar com a escola
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Informações: (21) 3427-4031
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teoria e prática, destinado a interessa- O Centro de Extensão da Escola de Belas
dos na história, além de poderem ex- Artes da Universidade Federal de Minas
perimentar a rotina de um fotojorna- Gerais tem inscrições abertas para os cur-
lista. Também está previsto o curso de sos: Fotografia Digital; de Obras de Artes;
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Smartphones. toshop Básico; e Lightroom.
Data: a partir de 10 de abril de 2017 Data: a partir de 8 de maio de 2017
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Local: Av. Europa, 158 – Jardim Local: Av. Antonio Carlos, 6.627
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Informações: (11) 2117-4777 Informações: (31) 3409-5256
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