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Resumo
Introdução
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Mestranda pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul do Programa de Pós-graduação Mestrado e
Doutorado em Educação ( PPGEdu/UFMS). Professora de Educação Infantil SEMED (Secretaria Municipal de
Educação de Campo Grande/MS). Campo Grande/ Mato Grosso do Sul/ Brasil - jessika_nogueira@hotmail.com.
ISSN 2176-1396
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Diante disso, entendemos que a gestão democrática na educação é tarefa de todos, ela
deve iniciar na família, no governo, na sociedade, mas para que isso flua em perfeita
harmonia, é preciso a participação de todos que estão inseridos no processo educativo, de um
trabalho em equipe para que se alcancem movimentos reais, atitudes coletivas. Assim, para
que ela se realize é preciso vivê-la dentro da rotina escolar, tornando esses mecanismos
essenciais para este âmbito.
A gestão democrática é contrária a concepção de autoritarismo, pois se expande para
uma visão democrática, a fim de estimular os integrantes a terem a oportunidade de expressar
suas habilidades e lideranças. Portanto, todos devem participar independente de onde se
enquadra no organograma e/ou segmento da escola.
Para Ledesma (2008) a gestão escolar é de suma importância para o funcionamento
da escola, seu papel nada mais é que organizar suprir os recursos materiais e o mais
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Disponível em < http://www.infoescola.com/sociologia/democracia/>. Acesso em 21 Out. 2015.
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importante, instigar as ações humanas, a fim de obter a formação do sujeito, sendo seu maior
objetivo o sucesso do processo de ensino e aprendizagem.
Sendo assim, a gestão escolar democrática significa promover a redistribuição de
responsabilidades, ideias de participação, trabalho em equipe, decisão sobre as ações que
serão desenvolvidas, analise de situações em conjunto. Além de promover confronto de
ideias, procurando, assim, o êxito de sua organização através de uma atuação consciente dos
envolvidos.
Os primeiros resquícios de gestão democrática inicia-se nos meados dos anos 80/90,
período traduzido pelo imperialismo, apresentando uma falsa democracia. Neste período
foram inseridas muitas reformas liberais, porém apresentavam um caráter contraditório em
alguns momentos mostrava-se um caráter moderno neoliberal, do outro lado suas leis
perpetuavam o caráter dominador, tentando legitimar práticas de conformação e dominação.
Durante este momento, encorajados pelo novo modelo descentralizado neoliberal,
surgiram muitos movimentos que lutavam por mudanças na educação, e por uma gestão
educacional democrática.
impactados por estas formulações, os sistemas de ensino tiveram que renovar as suas
referências e orientações e assumir como função social prioritária a preparação de
sujeitos aptos a desempenharem seu papel nesta nova configuração de sociedade
(SHIROMA, et al, 2002, p.).
influenciar na gestão, a fim de que todos tenham a oportunidade de liberar seu potencial a
ponto de propor soluções aos problemas enfrentados no ambiente escolar.
Segundo Gadotti (2004)
É preciso entender o que é democratização para que se possa efetivá-la A
participação possibilita à população um aprofundamento do seu grau de
organização. [...] ela contribui para a democratização das relações de poder no seu
interior e, conseqüente, para a melhoria da qualidade do ensino. (GADOTTI, 2004.
p. 16).
Desse modo, o planejamento deve ser de caráter participativo a fim de que novos
olhares sejam ampliados tomando uma decisão de forma conjunta pensando na melhoria da
escola.
Lück (2009, p.75) argumenta que,
A democracia dentro da escola exige que o gestor tenha a consciência de que ele é
um articulador de ideias de modo que o grupo de trabalho tenha liberdade para dar opiniões
sobre as decisões. O gestor é o mediador de decisões, assim como professor medeia o
aprendizado do aluno, facilitando sua compreensão, isso significa que o gestor também é um
mediador nas ações que envolvem atividades no contexto educacional.
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Cabe também pensar que não é necessário apenas um gestor democrático, mas é
fundamental criar uma escola democrática onde todos os membros estejam engajados em um
só objetivo, a promoção de uma educação de qualidade e igualitária a todos.
Para se criar uma escola democrática é preciso ter em mente que todos os membros
possuem uma responsabilidade social sobre o seu papel frente à aprendizagem e formação do
aluno, deve ser construído e analisado por todos é essa responsabilidade, todos devem estar
intimamente ligados nesta meta, caso isso não ocorra é impossível construir uma escola
democrática.
É preciso criar um espírito coletivo, engajado, participante, formando uma
comunidade, obtendo-se esses critérios é possível constituir a expressão chamada democracia.
Lück (2009) da mesma maneira esclarece:
Pode-se definir, portanto, a gestão democrática, como sendo o processo em que se
criam condições e se estabelecem as orientações necessárias para que os membros
de uma coletividade, não apenas tomem parte, de forma regular e contínua, de suas
decisões mais importantes, mas assumam os compromissos necessários para a sua
efetivação. Isso porque democracia pressupõe muito mais que tomar decisões ela
envolve a consciência de construção do conjunto da unidade social e de seu processo
como um todo, pela ação coletiva (LÜCK, 2009, p.71).
Desse modo, a participação dos membros deve ser intensa de forma que possa
promover a redução de desigualdades, tornando-se uma gestão unitária para obter uma
interação entre os direitos e deveres de cada um para criação e compartilhamento de valores,
formando assim, um conjunto de esforços para o sucesso dos objetivos pautados no âmbito
escolar.
Sendo assim, a promoção de uma gestão democrática, proporciona ao aluno
vivências de democracia o que amplia sua possibilidade de conceber a sociedade como espaço
de democracia, o que gera aprendizagens significativas como a cidadania, à consciência de
seu papel na sociedade na qual ele é membro integrante, tornando - o capaz de compreender
seus direitos e deveres, portanto, capaz de assumir suas responsabilidades.
Assim, a escola tem um papel social, por isso é tão necessário ter uma gestão
democrática neste âmbito.
Linhares (1986) afirma que,
compete a todos os membros da escola, alunos, professores, diretores e os pais. Todos devem
ser parte efetiva dessa gestão na busca do sucesso educacional de todos.
Lück (2009) afirma,
O objetivo maior da comunidade educacional revela-se, portanto, o de se estabelecer
uma comunidade de ensino efetivo, onde persevere, coletivamente, não somente o
ideal de ensinar de acordo com o saber produzido socialmente, mas o de aprender,
em acordo com os princípios de contínua renovação do conhecimento, criando-se
um ambiente de contínuo desenvolvimento para alunos, professores, funcionários e é
claro, os gestores. (LÜCK, 2009 p.16).
Sendo assim, fica claro que para se construir uma gestão democrática na escola é
preciso ter uma liderança compartilhada no sentido de que o gestor esteja aberto a opiniões
sem medo de perder sua autoridade e poder dentro desse contexto, à medida que todos atuem
na escola. É fundamental a compreensão que na gestão democrática todos podem contribuir
para o bom funcionamento da instituição educacional, tendo em vista um planejamento
coletivo que tenha como objetivo final a aprendizagem significativa do educando, o diálogo, a
convivência e a organização pedagógica e administrativa da escola.
Considerações Finais
Nossa análise aponta que a gestão democrática nada mais é que uma ação
participativa de todos, a ponto de toda a comunidade escolar dividir juntamente, suas funções
e responsabilidades, sendo o principal objeto de sucesso o aluno, tornando-o um integrante da
sociedade, crítico e capaz de compreender seu papel e suas funções dentro do contexto ao
qual está inserido.
Cabe destacar alguns aspectos importantes na concepção de uma gestão democrática
de qualidade, é preciso não só um gestor democrático, mas criar uma escola democrática,
onde todos os membros possam vivenciar experiências democráticas, pois nenhuma gestão
democrática será de valia se não tiver como objetivo real uma educação de qualidade para
todos.
O gestor é um líder, capaz de estimular ações democráticas e propor melhorias no
âmbito educacional, permitindo um relacionamento interpessoal, a comunicação plena com os
integrantes da comunidade escolar, na perspectiva de propor uma liderança compartilhada.
Importante ressaltar que na escola o gestor deve propor contribuições para a
melhoria da qualidade do ensino e aprendizagem e formação dos alunos, com a participação
dos pais, da comunidade interna e externa da escola, afinal a educação é realizada pela ação
das pessoas, pelas atitudes promovidas por elas, pelos papeis que elas assumem, pelo trabalho
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que se dedicam todos os dias a fim de alcançar novas estratégias para a resolução de
problemas e enfrentamentos no processo educativo.
Teoricamente, a vida da escola está no intuito de promover uma educação de
qualidade a todos, em consonância com as pessoas que compõem esse processo no que
realizam esse fazer pedagógico, na incumbência engajada de propor um ensino de qualidade,
voltada a formação integral do indivíduo, no sucesso e no resultado de sua aprendizagem.
Em suma para se ter uma gestão democrática na escola é preciso ter um gestor com
capacidade de promover uma ação coletiva e organizada, os membros da comunidade escolar
devem estar efetivamente trabalhando em conjunto, compartilhando responsabilidades,
propondo melhorias ao educando.
A fim de promover uma educação igualitária e de qualidade a todos, é preciso vencer
paradigmas dentro da escola, superar a ação de gestores autoritários que não participam da
vida da escola, e permitir que todos os que fazem parte da comunidade escolar tenham a
oportunidade de expressar suas opiniões, ideias, de modo que o processo educativo tenha
sucesso significativo, em que todos sejam capazes de trabalhar coletivamente e que o aluno
seja capaz de compreender seus direitos e deveres dentro da sociedade.
REFERÊNCIAS
ARROYO, M. Quando a escola se redefine por dentro. Presença Pedagógica, Belo
Horizonte, 1995.
CURY, C.R.J. A educação básica no Brasil. Educação & Sociedade, Campinas, v. 23, n. 80,
p. 169-201, set. 2002.
GADOTTI, Moacir e ROMÃO, José E. Autonomia da Escola. 6. ed. São Paulo: Cortez, (Guia
da escola cidadã; v.1), 2004.
LEDESMA, M. R. K. Gestão Escolar: desafios dos tempos. 2008. 15f. Tese Doutorado
Educação. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2008.
LÜCK, Heloísa Planejamento em orientação educacional. 17. ed. Petrópolis: Vozes, 2008.