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Sim, minha primeira formação foi em Comunicação Social - Rádio e TV (FACHA 1995), já me

inscrevi em muitas Oficinas de Roteiro da Rede Globo e em uma de cinema com Paulo Halm
em Botafogo. Também já fiz cursos livres de produção e interpretação para TV na antiga Casa
de Talentos, com o diretor Manduca Quadros. Depois escrevi para teatro e, do teatro, fui para a
literatura (segunda formação em Letras - UFF 2008), atuo hoje como escritor (publicado) e
orientador para autores. Não estar, hoje, na área de mídia eletrônica é uma questão de
oportunidade, apesar de gostar muito de literatura.

Bem, gosto mais da fase do roteiro porque dá mais liberdade de criação e sentir-se livre pra
mim é muito importante como profissional. Mas não deixo de gostar também das outras
etapas porque é através dela que vemos nossa imaginação tomando forma. Dessas outras me
identifico mais com a fotografia, que é o que cria a atmosfera de um audiovisual, e esse clima é
fundamental na composição da obra.

A série abordará o universo da psiquiatria e da loucura, ligados à temática amorosa, do amor


perdido e desejado. Tadeu, um jovem escritor, perde a esposa num acidente e, traumatizado, é
internado num hospital psiquiátrico sem memória e incomunicável. Dr. Maurício, um psiquiatra
desacreditado em sua área por causa de suas técnicas de hipnose e interpretação dos sonhos,
é designado para tratar do caso. Alice, a esposa de Tadeu, ressurge aos poucos através de
fragmentos de sonhos e memórias de Tadeu, mas, por ser um poeta, Tadeu mistura as
lembranças de Alice com outras mulheres de seus poemas. O desafio do Dr. Maurício é
reconstruir a identidade e a memória de Tadeu. Este, por sua vez, busca a paz e o conforto por
sua perda. Alice tem o desafio de se reencontrar na memória de Tadeu e, suas musas poéticas,
de torná-la passado definitivamente para que o escritor siga com sua vida e encontre novos
amores. Toda essa relação se dá através dos relatos oníricos de Tadeu, que só consegue se
comunicar dessa forma.

Essa é uma fase do projeto que depende muito das outras etapas de produção e
principalmente da pré-produção, mas, a princípio, Onírica está planejada para seis episódios de
cinco minutos de duração cada. Contudo, como a temática é psicológica, a narrativa pode ser
feita de forma não linear, com a sucessão de flashbacks, por exemplo. Apesar de ser ousado, o
projeto estruturado em capítulos com menos tempo de duração estruturado nessa sequência
de imagens (com intervalos curtos de narrativa linear para não cansar a audiência) pode ser
pensado. De fato, a produção da série com capítulos de cinco minutos pode, na edição e pós-
produção, mudar para essa proposta mais ousada, mas é uma questão posterior de direção.

Existe hoje, por experiência própria como escritor e como membro de grupos de literatura em
redes sociais, uma demanda muito grande por parte do público jovem no que se refere à
linguagem de metaficção literária ou assuntos que dizem respeito à histórias envolvendo livros
e relacionamentos com personagens. A temática amorosa já é clássica quase por definição.
Assim, acredito que Onírica tenha maior acolhimento de jovens. Por outro lado, os adultos
podem se interessar pelo mistério da reconstrução de Alice (quem foi Alice, afinal, e como ela
morreu?) e do universo da psicologia/psiquiatria, que costuma andar de mãos dadas com o
universo literário, seja ele metaficção ou não. Não é uma série para crianças, mas a família no
geral pode receber e acompanhar a série. Meios acadêmicos de Letras, Psicologia, Ciências
Humanas no geral creio serem nichos certos para a série.

Tadeu Laras, um jovem escritor autor de textos com temáticas góticas, dark, sobrenaturais e
pesadas mas, ao mesmo tempo, do seu jeito, românticas. São textos de amores perdidos e
esperança, angústia e plenitude. É casado com Alice, uma estudante universitária já no final do
curso de Letras. Tadeu tem personalidade forte e é angustiado, determinado. Como seus
textos, ele é dividido entre a ternura e a agressividade. Não tem outra atividade, é apenas
escritor, trabalha em casa (e isso é motivo de conflito interno e com Alice, que faz estágio em
uma revista literária). Em suas poesias o autor usa constantemente a figura de mulheres ideais,
às vezes ligadas a ele, outras não. Não menciona nomes e nenhuma delas parece ter relação
com sua esposa. É antissocial, tímido e recluso, mas se comporta sociavelmente bem se for
preciso. Com o acidente que vitimou sua esposa, Tadeu fica incomunicável e entra numa
espécie de coma espontâneo: deseja apenas dormir pois assim se refugia da realidade em
sonhos.

Dr. Maurício Le Clair, psiquiatra e psicólogo que se especializou em hipnose e interpretação dos
sonhos. Por causa de sua escolha profissional, o Dr. Maurício não é bem visto entre os colegas
e praticamente não tem pacientes. Dá cursos e palestras que são pouco frequentados e
praticamente vive no ostracismo. É divorciado e mora sozinho, numa casa abarrotada de livros
em estantes que circundam todos os cômodos da casa. Trabalha como consultor num hospital
psiquiátrico da cidade onde mora e é designado para casos pelos quais ninguém mais se
interessa. É muito reservado, introspectivo, desconfiado e conhece bem sua profissão. No
entanto, é muito amargurado por causa do divórcio e por não ser uma figura respeitada em sua
área de atuação. É determinado e não descansa enquanto não resolve um caso em que esteja
trabalhando.

Alice Figueira é a jovem esposa de Tadeu, estudante de Letras e estagiária numa revista
literária de grande circulação. É extrovertida, gostos simples, de bem com a vida mas
preocupada com o futuro, a carreira e o casamento. Vive bem com Tadeu, mas há crises por
conta de sua preocupação financeira e com o futuro da família, já que seu estágio está para
acabar e Tadeu não consegue sobreviver como escritor. É um pouco submissa e conformada e
tenta ver tudo pelo lado bom. Essa tensão entre determinação e submissão faz com que seja
também problemática, embora não externe. Alice é levada pela correnteza na praia em que
foram passar férias ela e o marido e nunca mais foi vista. Ressurge em flashbacks (reais ou não)
que Tadeu tem nos sonhos espontâneos e induzidos por hipnose pelo Dr. Maurício.

Musa 1. Uma das mulheres idealizadas que Tadeu usa em suas poesias. Não tem nome, mas
suas características são marcantes porque está sempre ligada a textos que falam de morte,
angústia, medo... Muitas vezes é descrita por Tadeu como vampira, bruxa ou personagens
mitológicos ligados a maldições, feitiços, desgraças e desventuras. Nem sempre é a agente das
tintas pesadas de Tadeu, muitas vezes é ela quem sofre em seus textos, mas sempre com a
temática do desespero e da dor.
Musa 2. Também sem um nome específico, é o contraponto da Musa 1. Aparece em textos
leves e graciosos em que Tadeu exalta as qualidades e características femininas das mulheres. É
esta musa que tem olhares graciosos, charme e ate malícia. É ela quem tem o amor de Tadeu e
é a ela que o eu-lírico de Tadeu se entrega. É a responsável pela felicidade do autor. Aparece
sob várias formas, como cigana, sereia, fada, mulher misteriosa, entre outras.

Musa 3. Esta é a voz feminina de Tadeu, é ela quem escreve sobre as dificuldades de ser
mulher, sobre os prazeres que só uma mulher pode ter e sobre o universo feminino. É uma
personalidade profunda, com questões emocionais bastante definidas. Essa musa também é a
prostituta e a santa, a bruxa e a companheira ideal, pode assumir várias formas, mas é sempre
ela quem dita as normas e está no controle da narrativa poética. É determinada e forte.
Normalmente não assume formas nem características físicas ou culturais definidas, sendo mais
presente o discurso sensual e erótico.

O universo abordado será o da loucura e o seu tratamento através da hipnose e da


interpretação dos sonhos numa época em que tanto a psicologia como a psiquiatria, como
ciência, ainda enfrentavam o preconceito da Medicina e eram vistas com desconfiança pela
comunidade científica. Onírica se passa na cidade fictícia de Serra Alta, interior de Minas
Gerais, em fins do século XIX. Também está em destaque a questão da metaficção literária, em
que autor e obra se complementam e um acaba dependendo do outro. É nessa época que a
metaficção, principalmente com Machado de Assis, começa a ganhar terreno na literatura
brasileira e estrangeira, e influencia autores iniciantes. Em segundo plano, estarão ainda
evidenciadas a questão do família e do amor conjugal. Dessa forma, no conjunto, o tema maior
é psicológico, tratando de subtemas como a loucura em contraponta com a razão (ciência) e
relacionamentos humanos. O paradigma realidade x fantasia aparece como reconstrução da
identidade e da memória de Tadeu.

O arco é a reconstrução de identidade de Tadeu e a memória de sua espoa. Essa reconstrução


é dada com a terapêutica não convencional (à época) do Dr. Maurício. A série se inicia com a
internação de Tadeu Laras e com a história do casal, Tadeu e Alice, em flashback, até o
momento da morte da esposa. Em seguida, o foco passa a ser o Dr. Maurício Le Claire, que
estreia na série já se dirigindo para o manicômio municipal e se encontrando com seu paciente
numa camisa de forma em uma solitária. Em flashbacks, também é mostrada a vida e a carreira
do Dr. Maurício. O meio da série passa a ser o tratamento e o relacionamento entre os dois e
as consequências desse tratamento: o surgimento da figura de Alice confundida a todo
momento com três musas literárias de Tadeu. No fim, tem-se de volta a identidade de Tadeu e
a memória de Alice, mas seriam as duas verdadeiras ou fruto da intromissão das Musas do
escritor, cada uma com uma história diferente?

Há duas vertentes de relacionamento entre os personagens. Uma está no plano do real: a


terapia por hipnose e interpretação dos sonhos a que Tadeu se submete com o Dr. Maurício. O
Dr. Maurício, ao final da série, conseguirá, de certa forma, resolver a questão de memória de
Tadeu, mas continuará sendo mal visto pela comunidade científica, apesar do aparente sucesso
com seu paciente. Tadeu seguirá com sua vida de onde parou: voltará a escrever e estará
pronto para novos envolvimentos afetivos, aparentemente com a figura da esposa resolvida em
sua mente. As três musas do escritor que ajudarão a construir essa figura, a princípio não terão
continuidade em arcos futuros. Já Alice, ou o que foi possível reconstruir de Alice, ficará latente
na memória do escritor de forma instável, podendo fazer do personagem Tadeu um
personagem, mais tarde, vivendo uma realidade paralela, de alucinações e visões.

A relação entre Tadeu e Dr. Maurício será bem explorada e deve deixar bastante forte uma
ligação entre eles. Aliás, pelo próprio fato de viverem em uma pequena cidade do interior, o
contato entre eles permanecerá, mesmo porque Tadeu, sendo um escritor, a ele lhe interessa
conhecer questões psicológicas que, em Serra Alta, só o Dr. Maurício pode dar. E o Dr.
Maurício, por sua vez, tem interesse em acompanhar a evolução de Tadeu depois do processo
terapêutico. Resolvida essa união de interesses e a criação de uma dupla, creio ser bastante
plausível que a série siga por um caminho de resolução de mistérios que surgirão na própria
Serra Alta ou em cidades vizinhas. Por exemplo, casos de pessoas consideradas loucas por
terem visto assombrações são levados ao Dr. Maurício que pode ser acompanhado por Tadeu,
que, sendo escritor, teria material para seus livros.

Bem, falar de inovação no século XXI é complicado. Todas as histórias já foram contadas e o
que muda é apenas a forma como são contadas. Partindo desse pressuposto, acredito que a
inovação seja dar ao público a chance de criar, através do discurso onírico de Tadeu, analisado
pelo Dr. Maurício, seu próprio perfil da personagem Alice, que não é totalmente fechado no
início da série muito menos durante as reconstruções pelos sonhos e memórias fragmentadas
de Tadeu. Como o audiovisual é uma obra de várias etapas e processos, imagino que uma peça-
chave na inovação do discurso televiso em Onírica seja a fotografia, que vai dar a nuance do
que é onírico e do que não é durante a série.

Tadeu Laras dá entrada, como indigente, catatônico e com amnésia, no hospital psiquiátrico de
Serra Alta. Em flashbacks é mostrado o casal Tadeu e Alice, sua esposa, saindo de férias para
uma cidade costeira. São mostradas também as vidas de cada um em particular: Tadeu é um
jovem escritor que trabalha em casa e, Alice, jovem estagiária numa revista literária de grande
circulação. Tadeu é colocado numa camisa de força e é mantido numa solitária no Manicômio
Municipal. De volta aos flashbacks, Tadeu observa, da areia, Alice se banhando quando ela
some sem deixar vestígios. Entram cenas de como os dois se conheceram num sarau de poesia
na cidade. Nesse primeiro episódio é importante retratar bem a personalidade de Tadeu e
deixar em aberto o máximo possível o relacionamento dele com Alice e as características da
própria Alice, dados que vão ser desenvolvidos ao longo da série.

Episódio dedicado ao Dr. Maurício Le Claire. Inicia-se com o médico sendo recebido pela
direção do Manicômio Municipal e sendo informado do paciente indigente que chegou com
amnésia. Em flashback, uma sessão de cúpula na faculdade de medicina do Rio de Janeiro para
discutir os métodos utilizados pelo Dr. Maurício: hipnose e onirocrisia (a arte de interpretar
sonhos). De volta ao presente, o Dr. Maurício entra em contato pela primeira vez com Tadeu e
descobre que ele é incapaz de falar, mas, no entanto, consegue se comunicar através de sonhos
induzidos pelo médico. Flashback: o Dr. Maurício é advertido pelo conselho da faculdade a
deixar de lado suas atividades e é transferido para Serra Alta. Em sua casa, encontra um bilhete
de sua esposa que decide abandoná-lo e sai de casa. No Manicômio Municipal, Dr. Maurício
começa o tratamento através do que consegue entender do discurso onírico de Tadeu.

Inicia-se o tratamento e o Dr. Maurício consegue as primeiras informações de Tadeu sobre sua
vida mas esbarra na lembrança de Alice, obstáculo que Tadeu descreve como uma grande
quantidade de água. O Dr. Maurício insiste no tratamento e entra em cena a Musa 1, que
preenche os espaços vazios da memória que Tadeu tem de Alice com imagens de cemitérios,
de morte, de dor e angústia, transfiguradas em figuras como vampiras, monstros, medusa, etc.,
fazendo Tadeu acordar.

Continuando a sessão, após um breve diálogo, Dr. Maurício induz Tadeu ao sono e entra em
cena a Musa 2, que constrói uma imagem agradável de Alice sob vários aspectos. Alice é só
sorrisos e alegria e ela e Tadeu estão bastante felizes. No entanto, assim como as formas de
seres fantásticos que a Musa 1 toma no episódio anterior, a Musa 2 também se transfigura,
mas em seres aspecto luminoso, simpáticos e muito simbólicos, como uma cigana ou uma
aldeã medieval, até que Alice e Tadeu, em sonho, vão nadar em um rio e, com a paisagem
onírica ficando escura e opressiva, Tadeu acorda.

Depois de acalmar Tadeu e fazê-lo adormecer, o Dr. Maurício reinicia sua interpretação dos
sonhos que Tadeu passa a relatar. Inicia-se então um diálogo entre Alice, muito sensual,
atrevida, e Tadeu. É Alice quem conduz o sonho através de um discurso erotizado, se
mostrando como mulher em sua plenitude e até mesmo ridicularizando o ofício de escritor de
Tadeu, relegando-o às suas musas, para quem, segundo Alice, Tadeu dava toda a atenção. O
clima de envolvimento e ambientação erótica vai num crescendo até que, no que seria um
orgasmo de Alice, Tadeu vê-se na praia onde sua esposa desapareceu e a vê ressurgir das
águas, recuperando de forma intensa a respiração; contudo, a mulher que sai da água do mar
quase num salto tem a aparência da Musa 1, da Musa 2 e até da Musa 3, sem um rosto
definido, apenas um semblante do que poderia ser Alice. Tadeu então acorda.

Tadeu, agora mais falante, conversa brevemente com Dr. Maurício sobre o que aconteceu.
Depois da explicação, eles se despedem. É o fim do tratamento. Dr. Maurício entende que a
memória de Alice, bem como o motivo de sua morte já podem ser relembrados por Tadeu e
deixa o hospital, dando aos enfermeiros a ordem de tirar a camisa de força de Tadeu e levá-lo
para a enfermaria para interagir com os outros pacientes. Na saída, o diretor do hospital tem
uma meia-conversa com o Dr. Maurício em tom de ironia. No salão onde ficam os pacientes,
Tadeu vê as três musas e Alice, mas não se assusta, pelo contrário, fica contente e tranquilo por
elas estarem ali.

Dois planos: inírico o que é real e o que não e e o real, bem definido (no hospíco)
A série abordará o universo da psiquiatria e da loucura, ambos ligados à temática amorosa, do
amor perdido e desejado. Também estarão em foco a questão da perda e da reconstrução da
identidade pessoal mediante um trauma psicológico através de técnicas e métodos não
ortodoxos. Tadeu, um jovem escritor, perde sua esposa num acidente e bloqueia essa
memória, fazendo que outras memórias de sua vida também se percam até perder totalmente
a identidade, fazendo com que seja internado como indigente numa instituição psiquiátrica. Dr.
Maurício é o psiquiatra designado pela direção do hospital para tratar do caso. Maurício é um
médico desacreditado em sua área por considerar a hipnose e a interpretação dos sonhos
métodos mais eficazes que as medicações em muitos casos, por isso é indicado para casos
como os de Tadeu. A esposa de Tadeu, Alice, depois do acidente, surge em fragmentos de
memória pelo tratamento de Maurício. Contudo, esses fragmentos são misturas das
lembranças que Tadeu tem de Alice com as mulheres que el

Água!!!!

Clima mais obscuro, mais visual, sem muitos diálogos, sépia?

Poeta obscuro (daí o acidente?)

Oi, eu sou Antonio Pimentel e esse é o meu vídeo-justificativa para a minha websérie Onírica.
Como o próprio nome já diz, vamos tratar de sonhos, mas vamos tratar de sonhos dentro de
uma temática de psicologia e mistério que vai deixar o telespectador (ou o webespectador)
preso do início ao fim da série. O que é, então, Onírica. Onírica é a história de um jovem
escritor, Tadeu Laras, que perde sua esposa de forma trágica e, com o trauma, vai parar numa
instituição psiquiátrica, capaz apenas de se comunicar através de sonhos, já que a realidade se
tornou insuportável para ele. Para tratar do caso, o manicômio chama o Dr. Maurício Le Claire,
que é especialista em hipnose e orinocrisia, a arte ou técnica de interpretação de sonhos, só
que, justamente por causa dessa especialidade, ele não é muito respeitado na área. Estamos
em fins do século XIX, no interior de Minas Gerais, na cidade de Serra Alta. Quando o
tratamento tem início, na recuperação das memórias de Tadeu, a figura de sua esposa, Alice, é
reconstruída com a ajuda de três figuras femininas que Tadeu utilizava para criar seus poemas,
são três musas, sem nome, mas cada uma com uma personalidade diferente, uma é voltada
para coisas mais pesadas, mais dark; outra é uma figura mais luminosa; e, a terceira, é uma voz
feminina que fala pelo escritor, de natureza mais sensual e erótica. Ao final do tratamento,
Tadeu consegue reconstruir suas memórias e a figura de Alice, mas será que é aquela mesma
Alice por quem ele se apaixonou, com quem casou casou e perdeu ou são várias Alices?

Onírica tem tudo pra cativar o espectador: ambientação de época, mistério, psicologia,
insanidade, metaficção, superação e uma oportunidade para que ele mesmo, o espectador,
escolha sua própria Alice, ou seja, interação.

E aí, quando é que começamos a gravar?

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