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NOVOS TEMPOS, NOVOS PROFISSIONAIS

A globalização, a velocidade da transmissão de informações e as constantes e

significativas evoluções tecnológicas ocorridas nas últimas décadas transformaram,

efetivamente, a vida dos profissionais contábeis no Brasil e no mundo.

Muitos já se perguntaram se essa nova era tecnológica extinguiria a função dos

contabilistas. Na verdade, a informática e tantas outras inovações que surgem a cada dia

só vem somar às nossas atividades e contribuir para que possamos nos dedicar

realmente ao que interessa: utilizar a Ciência Contábil para o bem das empresas e do

desenvolvimento do País.

Certamente os chamados darfistas, aqueles que apenas preenchem papéis, estão

fadados à extinção. Mas isso também é um fato positivo, pois o mercado não precisa

desses profissionais, se é que podemos chamá-los assim. Nesse novo contexto, sairão de

cena os contabilistas que apenas executam tarefas e se consolidarão os consultores

contábeis, os gestores de informações. Só sobreviverão no mercado de trabalho os

realmente sérios e comprometidos com a excelência da profissão que abraçaram.

Com o auxílio da informática, da internet, dos softwares inteligentes, e tantos

adventos tecnológicos, os profissionais contábeis terão mais tempo de traduzir os

números contábeis e transformá-los em informações estratégicas, claras, concisas e

determinantes para a tomada de decisões nas empresas. E como detentores dessas tão

valiosas informações, são peças-chave para o sucesso desses empreendimentos.

O universo contábil está em mutação com os sistemas integrados de

contabilidade, a nota fiscal eletrônica, o SPED – Sistema Brasileiro de Escrituração Digital


– que padronizará informações, unificará guias em âmbitos estaduais e federal e

transportará os livros contábeis para meios magnéticos.

NA ERA DO CONHECIMENTO, OS PROFISSIONAIS QUE NÃO

DOMINAREM ESSAS NOVIDADES SERÃO ELIMINADOS DO MERCADO DE

TRABALHO, QUE PRIMA POR AQUELES COM FORMAÇÃO CULTURAL

HUMANÍSTICA ABRANGENTE, CRIATIVOS, QUESTIONADORES E CRÍTICOS.

AQUELES QUE NÃO SÃO ASSIM, OU DEIXARÃO DE EXERCER SUAS

FUNÇÕES, OU DEVERÃO PROCURAR O CAMINHO DO CONHECIMENTO, DA

EDUCAÇÃO CONTINUADA, PARA TOMAR NOVO FÔLEGO PROFISSIONAL.

Outra realidade advinda das transformações tecnológicas é a modernização dos

órgãos fiscalizadores, que têm empregado modernas ferramentas com o intuito de ampliar

seus controles sobre as atividades econômicas, fechando, assim, o cerco aos

contribuintes e identificando evidências de sonegação de tributos. Regularmente, criam

novas declarações ou demonstrativos com o claro objetivo de fazer o cruzamento de

informações. Nesse intuito foram criadas a Dacon, a Dimob, a Decred, e tantas outras

obrigações.

Como se vê, o papel do profissional contábil está ficando cada vez maior, e a sua

responsabilidade também. Ele deve estar atento a todas essas mudanças e,

principalmente, preservar a ética e o comprometimento. Um profissional investiga, analisa

dados para oferecer a melhor opção aos seus clientes. Tomemos como exemplo o

Supersimples.
NÃO SE PODE ENTRAR NA “ONDA” DO MODISMO E OPTAR PELO REGIME,

SEM MANTER UMA CONTABILIDADE BEM ESTRUTURADA. ALÉM DISSO, AO

RECOMENDAR A ADESÃO AO SISTEMA SIMPLIFICADO E NÃO ESTUDAR A

REAL SITUAÇÃO ECONÔMICA DO CONTRIBUINTE, NO FUTURO, ESSE

CONTABILISTA PODE SER CONSIDERADO CÚMPLICE DE CRIMES FISCAIS,

PODENDO ATÉ RESPONDER COM SEU PATRIMÔNIO E BENS PESSOAIS, DE

ACORDO COM O NOVO CÓDIGO CIVIL.

Como empresário contábil, posso dizer que nossa profissão é gratificante e

indispensável para o País. Entretanto, aquele que opta por ela deve ter a consciência de

suas responsabilidades, que são muitas. Ficam então, conselhos a todos os profissionais:

a busca por novos conhecimentos, novas tecnologias, aperfeiçoamento e atualização

constantes são questões de sobrevivência no mercado. Somado a isso, é preciso manter

princípios fundamentais, como a ética, o respeito e a responsabilidade – um compromisso

consigo, com seus clientes e com a Nação.

José Maria Chapina Alcazar

Presidente do SESCON-SP e da AESCON-SP

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