NARIZ
No centro do maciço facial
So b a fosse cerebral anterior
Anterior à fosse cerebral média e à nasofaringe
Entre as órbitas (ant) e as regiões pterigopalatinas (post)
Sobre a cavidade oral
ANATOMIA DO NARIZ
É composto por:
1. Pirâmide Nasal- projeção anterior no plano da face
o Entre as órbitas e as bochechas e sobre o lábio superior
o Forma triagnular (face post. INEXISTENTE)
o Representada por uma cavidade dividida em 2 metades pelo septo nasal- as fossas nasais
Vista anterior
1. Vértice Vista inferior
2. Sulco nasopalpebral 8. Lóbulo/ponta
3. Sulco nasogeniano 9. Base
4. Sulco nasolabial 10.Narinas
5. Dorso 11.Alares
6. Depressão alar 12.Columela (porção vertical entre as
7. Lóbulos/Ponta narinas)
Esqueleto ósseo:
Externamente:
Bordo ant. dos ossos maxilares
Ossos próprios do nariz
Internamente:
Lâmina perpendicular do entmóide
Espinha nasal do frontal
Esqueleto Cartilagíneo:
Cartilagens laterais superiores
Cartilagens laterais inferiores alares
Cartilagem septal
Cartilagens acessórias
O conjunto cartilaginoso nasal é mais importante esteticamente do que o
ósseo. A articulação das cartilagens laterais superiores e das alares funciona
como um componente da valva nasal, modulando o fluxo aéreo. As cartilagens
alares são componentes importantes de suporte da ponta do nariz e do
contorno nasal.
Sistema Muscular:
4 grupos musculares (2º arco branquial), inervados e pelo facial, difíceis de
individualizar
Elevadores
Depressores
Compressores
Dilatadores
Vascularização:
Carótida internaArt. Oftálmica Art.Nasal
Carótida ExternaArt. Facial Dorsal do nariz e Columelar
Veias:
Veia Angular (sist.cavernoso)
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Veia Facial (tronco tirolingofacial)
Sist. Linfático:
Sup: gg parotídeos superiores
Médios: gg parotídeos e sub-maxilares
Inferiores: gg. Submaxilares
Fossas nasais:
Sist. Linfático: gg sub-maxilares
2. Fossas nasais- orifícios nasais; tuneis que terminam na nasofarigne através de uns orifícios
denominados coanas.
o Esqueleto ósseo posteriormente
o Esquelo ósseo e fibrocartilaginoso anteriormente
o Recobertas por pele (Ant) e mucosa (Post)
1. Parede sup- teto
a. Lâmina cribiforme (horizontal do etmóide)
b. Região Olfativa: separa a fossa nasal da fossa cerebral anterior
c. Corpo do esfenóide
2. Parede inf- pavimento
a. Face sup da porção horizontal do osso palatino
b. Apófise transversal do osso maxilar
3. Parede interna- septo nasal
a. Cartilagem quadrangular
b. Septo memebranooso
c. Vomer
d. Lâmina perpendicular do etmóide
4. Parede externa
a. Maxilar sup
b. Corneto inf
c. Osso lacrimal
d. Osso palatino
Revestimento Interno
o Região vestibular
Pele c/ folículos pilosos, gl. Sebáceas e sudoríparas
Zona de transição entre a pele (ep. plano s/ queratina) e a mucosa (ep. Cilíndrico ciliado) que se
estende até à cabeça do corneto inferior
o Região respiratória
Mucosa nasal (Mucosa de Schneider)
Continua-se com
Mucosa dos SPN
Canal nasolacrimal
Ouvido médio (Trompa de Eustáquio)
Ep. Cilíndrico, ciliado e pseudo-estratificado ciliado, c/ cel. Caliciformes e gl. Serosas e mucosas na
lâmina própria
o Região olfativa
Parte sup da fossa nasal: parte média do teto nasal, a maior parte do corneto sup e a parte antero-
sup do septo nasal
Mucosa delgada, pobre em gl mucosas, com elementos sensoriais olfativos
o Meato inferior
o Meato médio
o Meato superior
FOSSAS NASAIS:
Vascularização:
Carótida Externa
o Art.Facial (Art.Esfenopalatina e Art.Columelar)
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Carótida Interna
o Art.Etmoidais (art. Oftálmica)
Plexo de Kiesselbach
o Art nasopalatina (esfenopalatina)
o Art palatina (maxilar interna)
o Art columelar (maxilar externa)
Drenagem Venosa:
Veias etmoidais ant e post drenam:
o Sup: Oftálmica; Seio Longitudinal Sup
o Ant: Facial (tonco tirolingofacial?)
o Post: Plexo maxilar interno
Sist. Linfático:
Ant: sub maxilares
Post:retrofaríngeos, cadeia jugular
o Interna, submaxilares
PIRAMIDE NASAL: art.oftalmica(nasal); art facial (dorsal nariz;
columelar); veia angular (sist cavernoso), veia facial (tronco
tirolingofacial); gg parotideos sup (sup); gg parotideos e
submaxilar (médios); gg submaxilares (inferiores)
VESTIBULO NASAL: oftalmica (etmoidais), art facial (columelar e
esfenopalatina), veia facial; gg submaxilares
Inervação:
Sensitiva
o Ramo oftálmico (V1): fenda esfenoidal
o Ramo maxilar (V2): formamen redondo maior
o Ambos gg. Gasser (N trigémio)
Vegetativa
o Simpática
o Parassimpática
Sensorial
o Nv Olfativo (I par)Região olfatória da lâmina
Crivosa Bulbo Olfativo
3. Seios Perinasais
o Seio Maxilar
RN +- 5 x3,5x10 mm
A base do seio maxilar alcança o corneto inf no final do 2º ano de vida e atinge o
pavimento por volta dos 9 anos
O ostium natural está situado, na maior dos casos, na junção do 1/3 médio e 1/3 posterior
Em 90% dos casos não é visualizável s/ manipulação
o Seio etmoidal
Na parede lateral do osso etmóide encontra-se o labirinto de cél.etmoidais
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Hiato semilunar: espaço virtual entre a apófise unciforme e a bula etmoidal, através do qual se alcança
o infundíbulo etmoidal
Artérias:
o Art.Etmoidal Anterior:encontra-se na base do crânio, cerca de 2mm dorsal à parede anterior do seio
frontal, no teto do seio etmoidal
o Art.Etmoidal Posterior: é + constante e de maior calibre do q a anterior. Incrusta-se no
osso. Em 1/3 dos casos observam-se artérias acessórias do osso etmoidal.
Na porção post do osso emtoide está o corneto sup e , em apenas cerca de 20% dos casos, o corneto
supremo
o Seio frontal
Tem no origem na expansão das cel.etmoidais anteriores em direção ao osso frontal
Surge após o 4º ano de vida
Completo por volta dos 20 anos
10%.-aplasia de um dos seios frontais
Na parede inf encontra-se o infundíbulo frontal, com saída para o ostium frontal
A maioria abrece-se no recesso nasofrontal
Hipersinus = Hiperpneumatização s/ sinais ou sintoms
Pneumocelo dilatans- abaulamento da parede ant ou post do seio fonrtal, associada a cefaleias,
sensação de pressão ou diplopia
o Seio esfenoidal
1 seio esfenoidal divido por um septo ou ou 2 seios esfenoidais?
A parede sup ant continua-se c/ a parede sup do osso etmoidal
O ostium do seio esfenoida, encontra-se normalmente no 1/4 sup
dos seio
A parede inf ant está em contacto c/ as fossas nasais
Da art.esfenopalatina saem ramos post que passam pela parede ant
do seio esfenoidal até à parede inf
EMBRIOLOGIA
O crescimento do tubo neural determina o aparecimento de vesículas cerebrais ant, médio e post
o A vesícula cerebral anterior cresce consideravelmente e dá origem a uma proeminência frontal que
ocupa a maior parte da face primitiva.
o Por baixo desta proeminência fica o 1º arco branquial (ou mandibular), e entre os dois fica a fenda
bucal primitiva
Após a 4ª semana, em torno da fenda bucal primitiva desenvolvem-se as proeminências maxilares,
frontonasal média e mandibulares, que vão configurar a face
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As proeminências frontonasal média e maxilar fundem-se, facilitando a separação das fossas nasais (FN)
o Nos limites laterais destas, o mesênquima prolifera em forma de ferradura, deixando umas zonas
centrais mais deprimidas chamadas fossetas olfactória/olfativas – esboço primitivo das narinas e
fossas nasais
A membrana bucal separa os sacos nasais primitivos da cavidade bucal
o O posterior desaparecimento desta membrana permite a comunicação entre a cavidade bucal e
nasal através das coanas primitivas, atrás do palato primário
As cristas palatinas fundem-se na linha média formando o palato secundário que, na sua porção mais
anterior se funde com o palato primário.
Simultaneamente o septo nasal, fruto da fusão das proeminências nasais médias, funde-se com o palato
Cornetos- protusões mesodérmicas nas paredes laterais das FN em formação, recobertas de ectoderme que
evoluirá para a mucosa nasal. Normalmente são 6 mas só 3 têm desenvolvimento completo:
o Crista etmoidal secundária- corneto sup
o Crista emtoidal- corneto médio
o Crista maxilar- corneto inf
Diferenciação da ectoderme da porção superior da cavidade nasal em epitélio olfactivo
o O epitélio nasal invagina-se por forma a introduzir-se no septo em formação, dando origem aos
orgãos vomeronasais de Jacobson, com epitélio de características sensoriais semelhantes ao
olfactivo. A partir da 25ª semana sofrem franca regressão
O esboço dos seios maxilares e das cel.etmoidais são os únicos que surgem na época prénatal, apartir das
paredes lat das FN. O seio maxialr desenvolve-se 1º, embora lentamente (desenvolve-se ainda + no surgir da
2ª dentição), contibuindo para a elevação da configuração da face nessa altura do desenvolvimento.
Os restantes surgem após o nascimento e crescem até à puberdade¸contribuindo para a forma da face e
ressonância da voz.
FISIOLOGIA
Funções:
Acondicionamento/Preparar o ar inspirado através de trocas gasosas
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o Do ar inspirado: Aquecimento e Humidificação
o Do ar expirado: Arrefecimento e Secagem
Fonação
Defesa de agentes nocivos externos
Olfatória
Estética
Criar resistências capazes de modificar tanto o fluxo nasal, como as pressões subatmosféricas, que
influirão decisivamente nas trocas gasosas a nível pulmonar e na fase circulatória da respiração
Regulação do Fluxo Aéreo:
Factores estáticos invariáveis (anatomia, trajecto da corrente aérea)
Factores dinâmicos variáveis (mobilidade das alares e das narinas, fenómenos vasomotores)
A corrente aérea forma uma coluna em princípio divergente, que converge a nível das coanas
o Inspiração – meato médio
o Expiração – meato inferior e pavimento
o Deglutição e farejar – mucosa olfactiva
Íntimo contacto do ar com a mucosa nasal
Ciclo Nasal – mecanismo fisiológico (desconhecido) que regula o fluxo aéreo nasal . É + ativo nos jovens!
o Congestão/ Descongestão alternadas dos cornetos nasais e zonas erécteis do septo nasal, capazes de
produzir variação da compliance na ordem dos 20% ou mais
o Sem causar sintomatologia devido à alternância entre as FN
As áreas de maior resistência nasal (o vestíbulo nasal e as zonas dos cornetos) regulam o movimento da
coluna de ar em determinada direcção, a sua velocidade, e consequentemente o volume de ar circulante por
minuto
o Papel importante na ventilação-perfusão, trocas gasosas alveolares e fluxo sanguíneo de ventilação
A respiração nasal requer o dobro do trabalho da respiração oral
o Maior esforço Vol entrada de ar pulmonar FRespiratória
Respiração nasal é mais lenta e mais profunda o que proporciona maior tempo para as trocas gasosas
alveolares. Isto permite melhor distribuição do surfactante pulmonar, prevenindo a atelectasia
Cavidades nasais estreitas que asseguram grande contacto do fluxo aéreo com a mucosa nasal
Fluxo sanguíneo rápido através das anastomoses art-venosas dos cornetos
Existência de sinusóides venosos que permitem variações rápidas do lúmen nasal com as mudanças da
temperatura e humidade ambientais
Abundantes glândulas serosas no vestíbulo nasal
O transporte muco-ciliar depende da produção de secreções e da atividade ciliar
2. Exploração Funcional
Função respiratória (Rinomanometria / Rinometria acústica)
Função de defesa da mucosa pituitária
- Clearance muco-ciliar- ep. Cilindrico psuedo-estratificado com 4 tipos de celulas: ciliadas, cilindricas,
caliciformes e basais. Complexo epitelio ciliado/muco nasal.
- Sistema imunitário – IgA. Atua em sinergia com o muco nasal para evitar contacto de agentes patogenicos
com a superficie mucosa
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Função olfactiva
- Olfactometria
- Potenciais evocados olfactivos
Não existe nenhuma escaa que gradue os odores em unidades físicas; 3 grupos:
- Especiarias, café, chá- Nv. Olfativo
- Cânfora, ác.acético, sol.acoólicas- Nv. Olfativo e ramos terminais Trigémio
- Clorofórmio e Piridina- Nv.Olfativo e ramos termianis Glossofaríngeo 1/3 post da língua (por isso
é que se diz que o cheiro é tb sabor!)
Screening: teste olfativo c/ frascos contendo um elemento de cada um dos grupos anteriores
Ex.Subjetivo quantitativo: teste olfativo usando frascos de Elsberg, c/ diluições pré-determinadas de
uma bateria standard de substâncias
Ex.Objetivo Semi-quantitativo: usando Potenciais Evocados Olfativos Corticais (PEOC)- difícil,
experimental, somente em alguns centros
SINTOMAS VIZINHOS:
Problemas nasosinusais podem levar a sintomas:
Auditivos: plenitude auricular (= ouvido cheio) e autofonia (= eco da voz/falar para dentro)
Faríngeos: faringite
Laríngeos: laringite
GI: dispepsia
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o Entre o processo nasal lateral e o processo maxilar
o Entre o processo maxilar e o mandibular
o Entre o segmento inter-maxilar e o segmento externo
o Entre os processos palatinos
TRAUMATISMOS NASAIS
Epidemiologia
Fracturas nasais são as mais comuns do esqueleto facial
Predisposição nasal a traumatismos pela posição central e proeminente
Por vezes sub-valorizadas
Homens/Mulheres 2:1
Nas crianças não há predomínio de sexo.
Definição
Os ossos próprios do nariz (OPN) são espessos e rígidos na sua articulação com o osso frontal e muito mais
finos na sua articulação inferior com as cartilagens laterais
80% das fracturas acontecem na zona de transição entre a porção mais espessa e a mais fina
A articulação fibrosa inferior do septo nasal desloca-se frequentemente para um dos lados, como resultado
de um trauma nasal. Pode provocar obstrução.
1/3 sup do nariz – rígido e estático
2/3 inf do nariz – dinâmicos e móveis, o que lhes confere maior resistência a traumatismos, sem
sequelas
Forças de ação
Força Externa Frontal- pode provocar desde uma fractura mínima da ponta do osso nasal até uma fractura
cominutiva dos OPN, apófises maxilares, frontais, etmóides e lâmina cribiforme.
Força Lateral- tende a causar fracturas dos OPN paralelas à linha de sutura
nasomaxilar (se for moderada) ou cominutivas (se for severa)
Força dirigida região inferior do nariz pode causar uma fractura ou deslocamento
do septo nasal sem afectar a pirâmide óssea
Impacto frontal pode deslocar o septo da crista maxilar, originando um esporão
cartilagíneo no pavimento nasal
Diagnóstico
RX sem grande interesse no diagnóstico
Exame físico com existência de crepitação
o Despistar fracturas faciais, dentárias, trauma ocular e perdas de LCR
o Exame completo nasal interno e externo
o A cavidade nasal deve ser descongestionada, anestesiada e limpa de coágulos
TAC- quando se suspeita de fracturas faciais concomitantes
Sinais de fractura
o Laceração mucosa
o Equimoses
o Hematomas septais – edema submucoso, uni ou bilateral. Deve ser drenado através de uma incisão
mucosa e a fossa nasal deve ser tamponada para impedir a reorganização do hematoma
Tratamento
Controlo da epistaxis – tamponamento ou cauterização
Se houver muito edema que impeça uma correcta avaliação do doente, deverá ser feita uma reavaliação 2-3
dias depois. (gelo + vasoconstrição)
Redução das fracturas sob anestesia local ou geral
Rinoplastia ou rinosseptoplastia (fechadas ou abertas)
CRIANÇAS:
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o Nestas a abordagem deve ser conservadora, sendo por objectivo restabelecer a permeabilidade nasal. Só
em adulto se deverá pensar no aspecto estético!
EPISTAXIS
Definição
Hemorragia com origem nas fossas nasais ou nos SPN que se exterioriza pelas fossas nasais e/ou pela boca
É um SINAL e não um sintoma
1º - Diagnosticar
2º - Avaliar a sua repercussão
3º - Procurar a sua etiologia
Semiologia
Alterações hemodinâmicas:
Palidez Alteração da consciência
Sudorese Diminuição da TA
Pulso rápido e fraco Angor
Oligúria Insuficiência renal
Apresentação:
Localizada e/ou Difusa (em toalha)
Anterior e/ou Posterior
Unilateral ou Bilateral
Jovem ou Idoso
Abundante ou Escassa
Etiologia
Manifestação de patologia já conhecida
Manifestação inicial de uma patologia
Causas Locais
Traumatismos
Corpos estranhos
Secura nasal
Causas inflamatórias
Causas tumorais (unilateral e recorrente)
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Hiperreactividade nasal
Causas Sistémicas
HTA
Alterações hemostáticas
o Vasos sanguíneos
o Plaquetas
o Factores de coagulação
Quando não se encontram causas, o Dx de exclusão é assumir: Epistaxis Essencial ou Idiopática
Diagnóstico
Diagnóstico por rinoscopia com aspiração de sangue e coágulos para procurar ponto sangrante
Diagnóstico diferencial com hematemeses
Tratamento
Hemostase local
Compressão digital da pirâmide nasal
o Compressão da asa do nariz de encontro ao septo nasal
o Compressão durante 6 minutos
o Cabeça inclinada para a frente para evitar que o sangue
escorra paara a nasofaringe
Tamponamento anterior
o Introdução de gaze pelas fossas nasais
Tamponamento posterior
o Indicado quando a epistáxis é abundante e localizada
posteriormente
o Introdução de sonda pela fossa nasal até atingir a faringe
Cauterização química/elétrica
Sondas de balão duplo
Hemostase regional
Radiologia de intervenção
o Embolização arterial selectiva
o Balões intra-arteriais (rotura da carótida interna)
Sutura arterial
o Art etmoidais
o Art maxilar
o Art esfenopalatina
o Art carótida externa
o Art carótida interna
Hemostase sistémica
Tratamento das alterações da hemostase
Doença de Rendu-Osler-Weber (telangiectasia hemorrágica hereditária)
Com o tamponamento anterior, o simples facto de retirar a gaze pode levar a nova hemorragia!
o Dermoplastia nasal
o Radioterapia
o Cirurgia de Young
o Cirurgia com Yag laser
o Ácido ε-aminocapróico
RINITE E SINUSITE
Definição:
Doença inflamatória da membrana mucosa nasal
Classificação:
Dificuldade em estabelecer consensos
Diversas classificações baseadas em critérios clínicos e etiológicos
1. Alérgica
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Sazonal (polinose, febre dos fenos)- <4 dias/sem e <4 sem
Perene- >4 dias/sem e > 4sem; exposição permanente a alergéneos domésticos. Os sintomas são crónicos, a
obstrução nasal é mais marcada e está associada a sinusite.
2. Não alérgica
Infecciosa
Não infecciosa
Rinite
Não
Alérgica
Alérgica
Não
Sazonal Perene Infecciosa
infecciosa
1. RINITE ALÉRGICA
Fisiopatologia:
Investigação intensiva nos últimos anos, abordando novas perspetivas fisiopatológicas (a nível citológico e
bioquímico)
Doença atópica onde a síntese de IgE específicas estão na génese de uma reacção de hipersensibilidade de
tipo I (em que a implicação genética é evidente)
Mecanismos imunológicos implicados na génese dos anticorpos IgE (fase precoce e fase tardia)
Repercussão do processo inflamatório alérgico ao nível dos mecanismos reguladores da reação vasomotora
nasal (terminações nervosas sensitivas e do sistema nervoso autónomo)
Dificuldade em avaliar os efeitos relativos de tantos mediadores libertados em simultâneo e de toda esta
mecânica vasomotora condicionada por múltiplos elementos funcionais
Epidemiologia:
Maioria dos trabalhos nesta área baseiam-se em questionários, diagnóstico clínico, dados laboratoriais, em
especial as IgE
Grande variabilidade nos resultados resultante de diversos factores de condicionamento tais como: fact.
individuais, assistenciais, de diagnóstico, critérios de escolha, faixas etárias, fact. sociais, geográficos, etc.
Aumento da incidência de doenças alérgicas em geral e rinite alérgica em particular (2 a 3 vezes mais
elevada do que há 20 anos)
Estudos europeus permitiram tirar diversas conclusões:
o Incidência maior nas áreas urbanas em comparação com as rurais
o Cerca de 15% da população sofre de rinite alérgica
o Variações acentuadas de incidência com a idade rinite sazonal polínica rara até aos 6 anos
o A percentagem de rinite alérgica atinge os 7% aos 8 anos e 16% aos 18 anos
o A incidência vai diminuindo progressivamente atingindo os valores mais baixos na 3ª idade
Diagnóstico:
Colheita minuciosa e bem orientada da história e da observação clínicas
Valorizar: a idade, o sexo, a raça, doenças anteriores, antecedentes familiares atópicos, o início dos
sintomas, a sua periodicidade e frequência, o grau de intensidade, as oscilações diurnas, as características e
duração dos períodos de crise e intercrise, os contactos e possíveis correlações com pneumoalergénios
Importante fazer uma avaliação do grau de hiper-reactividade nasal à agressão de diversos factores
químicos, substâncias irritantes e poluentes, características ambientais, climatização, condições climatéricas
locais, etc.
Observação nasal
o Espéculo nasal
o Endoscópio nasal
Mucosa eritematosa nas infecções e abuso de descongestionantes tópicos
Mucosa pálida e edemaciada nas alergias
Pólipos, desvios do septo, corpos estranhos, granulomas e tumores.
Verificar se existe: otite serosa, elevação da arcada palatina indicativo de respiração oral persistente, edema
das pálpebras, cianose periorbitária, eritema da conjuntiva, epífora.
Semiologia:
Os sintomas mais importantes são
Espirros
Congestão nasal
Prurido (nasal, ocular, véu do paladar, orofaringe)
Rinorreia (predominantemente serosa)
Nas rinites perenais, o factor obstrutivo é o mais marcante, por vezes associado a cefaleias
A rinoscopia mostra uma mucosa edemaciada e pálida/azulada c/ brilho e hipertrofia dos cornetos (em contraste
com o aspecto hiperemiado das situações infecciosas ou do abuso de descongestionantes tópicos)
Exames auxiliares:
Primeira linha:
Testes cutâneos (hipersensibilidade)
Hemograma (eosinofilia, mastocitose, vsedimentação,…), V.S., glicemia, uremia
Electroforese das proteínas e doseamento de IgG, IgA, IgM
IgE total, Phadiatop (Alimentar; Inalante- +vo ou –vo (qualitativo); não refere quais os alergénios!)
Exame citológico do exsudado nasal (% eosinófilos)
Estudo bacteriológico (esfregaço), com eventual TSA
Pesquisa de ovos e parasitas nas fezes, urina tipo II
Exame imagiológico de SPN, tórax e eventualmente cavum
Segunda linha:
IgE específicas (RAST)- quando se prevê uma vacina, subclasses de IgG
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Estudos de imunidade celular
Estudo da função tiróideia
Clearance mucociliar
Estudo de função ciliar (frequência de batimento)
Estudo funcional (rinomanometria e rinometria acústica, para quantificar a resistência ao fluxo aéreo e
localização da obstrução)
Testes de sensibilidade olfactiva (olfactometria)
Profilaxia
Evicção antigénica:
Exclusão de alcatifas, reposteiros, edredões de penas, peles de animais e animais domésticos, por vezes de
flores naturais
Aquisição de colchões e almofadas antialergénicas
Uso frequente de aspiradores de filtragem eficaz
Lavagens e limpezas gerais frequentes
Utilização de acaricidas em especial no Outono e Primavera
Exclusão de produtos irritantes nasais (tintas, lixívia, sprays, tabaco)
Aquisição de casas bem orientadas, isotérmicas, secas, zonas não poluídas
Purificadores do ar por filtragem
Aspiração doméstica por central aspiradora
Eliminação da humidade (acima dos 50% é favorável ao desenvolvimento de ácaros e fungos)
Utilização de resguardos protectores para ácaros em colchões e almofadas
Evitar frequência de piscinas, ambientes com ar condicionado
Máscaras com filtragem segura em ambientes industriais
Vigilância do ambiente de trabalho por organismos estatais de saúde pública
Tratamento
Anti-histamínicos
o Antagonistas dos receptores H1
o Acção sobre o infiltrado inflamatório e também sobre a expressão ICAM1 ao nível das células
epiteliais
o Via sistémica ou tópica, diminuição dos espirros, prurido, rinorreia e sintomas oculares
o Relativamente aos novos anti-histamínicos não sedativos, possíveis efeitos cardiotóxicos
arritmizantes (terfenadina) e perigo de adm. concomitante de antifúngicos azole ou macrólidos
Descongestionantes orais
o Diminuem rapidamente a obstrução nasal
o Importantes efeitos colaterais: palpitações, taquicardia, extrassístoles, hipertensão, cefaleias e
insónia
o Os mais usados: Fenilefrina e Pseudo-efedrina
o Associação com anti-histamínicos pode ter acumulação de efeito terapêutico mas também de
efeitos colaterais
o Por vezes útil em situações de disfunção tubar marcada
Descongestionantes tópicos nasais
o Acção rápida e potente sobre a obstrução nasal
o Uso restrito por efeito rebound e pelos efeitos colaterais das formas orais
o Perigo de abuso medicamentoso, habituação e dependência
Anticolinérgicos
o Brometo de Ipratrópio é um anticolinérgico broncodilatador derivado da atropina
o Actua ao nível dos receptores colinérgicos: acção antisecretora tanto nas rinites alérgicas como não
alérgicas
o Sem efeito sobre os espirros, prurido e congestão nasal
o Só origina efeitos colaterais em doses elevadas
Cromoglicato dissódico (anti-asmático; inflamação)
o Mecanismo de acção não totalmente esclarecido
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o Eficácia terapêutica moderada e inferior à dos corticóides inalados na rinite alérgica
o Actuam profilacticamente ao nível dos espirros, prurido, obstrução e hipersecreção
o São praticamente inócuos (usados especialmente em crianças e adultos jovens)
Corticóides sistémicos(evitar ao máx)
o Uso somente justificado em situações de maior gravidade clínica na rinite alérgica
o Esquemas terapêuticos de curta duração (3 a 5 dias) com uma a duas tomas durante a primeira
metade do dia e paragem brusca (para evitar o desmame e o consequente prolongamento do
período de administração)
o Evitar preparados dépôt- forma farmaceutica de absorção retardada, c/ ação prolongada (prolongam
duração dos efeitos secundários)
Corticóides inalatórios
o Acção anti-inflamatória potente e eficaz na rinite alérgica
o Efeito vasoconstritor com redução da permeabilidade capilar e inibição das fases precoce e tardia da
reacção alérgica (actuam a nível dos mediadores, celular e dos receptores de irritantes, diminuindo a
sua sensibilidade)
o Pouco efeito a nível do prurido ocular e faríngeo (por vezes útil a associação com anti-histamínicos)
o Efeitos colaterais: irritação local, epistáxis e excepcionalmente perfurações septais (ajustar a dose
mínima eficaz para cada doente)
Antagonistas dos leucotrienos
o Medicamentos recentes com estudos incompletos (parecem ter acção positiva sobre a obstrução)
o Investigação com outros antagonistas para quininas, PGs, PAF e neurotransmissores
Imunoterapia específica
o Método terapêutico importante nas doenças alérgicas do foro respiratório
o Análise cuidadosa de cada caso clínico baseada num estudo alergológico correcto
o Deve ser prescrita por especialistas (para diminuir os riscos e aumentar a eficácia)
o Administração sob vigilância médica (risco de reacção anafilática)
o Especial atenção ao risco de efeitos teratogénicos
o Melhores resultados no tratamento de rinites alérgicas sazonais
Sintomas:
Obstrução nasal - edema da mucosa
Rinorreia - hipersecreção
Espirros - reflexos nervosos
Prurido - libertação de histamina por mast cels
Síndr.Gripal
Doença vírica causada pelos vírus: rhinovirus, adenovirus, influenza,
parainfluenza e o vírus respiratório sincicial
Pode sobrepor-se uma infecção bacteriana secundária provocada por:
Pneumococcus, Hemophilus influenzae, Streptococcus e
Staphylococcus.
Decorre em 4 fases:
- Prodrómica ou isquémica – febre, mal estar, prurido
e irritação nasal, espirros ocasionais
- Irritativa, hiperemica – obstrução nasal, hidrorreia, espirros frequentes
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- Infeção secundária – hidrorreia transforma-se em rinorreia mucopurulenta
- Resolução – desaparecimento gradual dos sintomas ( 8 a 10 dias)
Profilaxia evitando os contágios e vacinoterapia em grupos de risco
Tratamento: é sintomático (repouso, descongestionantes, anti-histamínicos, vitamina C, antibióticos, analgésicos e
antipiréticos)
Complicações: otite média aguda, rino-sinusite, amigdalite, faringite, laringotraqueobronquite
Rinite Bacteriana
Resulta de uma infecção bacteriana provocada por: Pneumococcus, Hemophilus influenzae, Streptococcus
e Staphylococcus.
Pode manifestar-se após uma gripe ou exantema viral: sarampo, rubéola, etc.
Clinica:
Obstrução nasal e rinorreia mucopurulenta e espessa
Rinoscopia:
Rinorreia abundante, muitas vezes posterior, mucosa hiperemiada com crostas e por vezes pontos sangrantes,
hipertrofia turbinal inferior frequente (geralmente sinusopatia associada – estudo radiológico sinusal)
Tratamento Local: Lavagens com solutos hipertónicos e antibióticos tópicos
Tratamento sistémico: Antibioterapia específica por 10 a 14 dias, associados a descongestionantes nasais e
sistémicos e agentes mucolíticos
Tratamento cirúrgico: Na falência do tratamento médico, dirigido à correcção da obstrução nasal (septoplastia,
turbinoplastias) ou à eliminação de um foco séptico (adenoidectomia, drenagem de um seio infectado)
Rinite Medicamentosa
Associada a fármacos anti-hipertensores (IECAs, β-bloqueadores adrenérgicos, metildopa, prazosina,…)
AINES, aspirina e contraceptivos orais, cocaina
Abuso de descongestionantes nasais tópicos:
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o Efeito rebound com aparecimento de uma mucosa nasal ainda mais edemaciada, eritematosa e
congestionada.
Destruição dos cilia, edema intersticial, metaplasia epitelial com transformação do epitélio ciliado em
estratificado, esclerose vascular, fibrose submucosa, atrofia
Rinoscopia anterior: cornetos inferiores túrgidos e violáceos
Imperativo que o doente pare de imediato uso de qualquer descongestionante ou substância farmacológica
que origina rinite
Tx médico: corticóides nasais tópicos, anti-histamínicos
Tx cirúrgico: por vezes em doentes refractários ao abandono da terapêutica vasoconstritora por obstrução
nasal persistente é útil proceder a cirurgia que reduza o volume dos cornetos
Rinite provocada por substâncias irritantes
Os irritantes mais comuns são ocupacionais: pó, fumos, produtos voláteis
Fatores ambientais como a poluição também têm papel importante
A irrigação persistente e prolongada da mucosa nasal pode causar rinite
SINUSITE
Definição:
Patologia que se manifesta por uma resposta inflamatória que diz respeito à mucosa da cavidade nasal e dos
seios perinasais, aos fluidos que se localizam nas cavidades ou no osso que as limita.
A saúde e funcionalidade dos seios depende da:
Ventilação – permeabilidade dos complexos osteo-meatais, através dos quais comunicam com as
fossas nasais.
Drenagem – quantidade e composição do muco, batimento ciliar, integridade da mucosa e dos
complexos osteo-meatais.
Maioria das infecções com origem rinogénica
O fator + imptt na patogénese da rinosinusite é a falência do ostium sinusal!
Propagação da infecção: seio a seio, via óssea, raiz dentária, via hematogénica.
5-10% sinusites maxilares com origem odontogénica.
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Patogenese:
Multifactorial, envolve uma interacção complexa entre os mecanismos de defesa do hospedeiro e o
organismo infectante
Fisiologia dos seios perinasais: sistema de transporte mucociliar (epitélio columelar pseudo-estratificado,
camada gel / camada sol), movimento mucociliar em direcção ao ostium natural e daí para a nasofaringe,
remoção de bactérias e partículas inaladas, IgA, IgG, IgM e outras moléculas de defesa na camada sol
Alterações na patência dos ostia, da função ciliar ou da qualidade das secreções originam desequilíbrio do
sistema – rinosinusopatia
Rinosinusopatia aguda – edema da mucosa (infecção respiratória viral alta)
Rinosinusopatia crónica – anomalia anatómica
Obstrução ostial – estagnação das secreções sinusais - ↓ pH - ↓ tensão O2 – desenvolvimento bacteriano
(saprófitas), inflamação mucosa – lesão epitelial e ciliar (papel das enzimas proteolíticas libertadas pelos
leucócitos)
Diagnóstico:
Exame dos seios perinasais
Exploração externa
Caracteristicas da pele na região peri-orbitária e naso geniana: cor, temperatura, edema,
hipersensibilidade.
Rinoscopia anterior: secreções purulentas
Transiluminação do seio frontal e maxilar
Exploração endoscópica
Endoscócios rígidos ou fibroscópios.
Usar um vasoconstritor e um anestésico local.
Excisão de pequenas pólipos.
Exploração radiológica
Difícil devido à sobreposição de imagens
Imagens em várias incidências para estudar todos os seios
TC axial e coronal, Rx em urgências.
Epidemiologia
S.Esfenoidal<S.Frontal<S.Etmoidal<S.Maxilar: Adulto
S.Etmoidal: Criança
Nota: Vários seios: Polisinusite Vs. Todos os seios: Pansinusite
Classificação
Temporal
Aguda, resolução <4 semanas – edema da mucosa (inf. Respiratória viral alta)
Subaguda: dura de 4 semanas a 3 meses
Crónica, prolonga-se >3 meses
Crónica agudizada- agudização de rino-sinusite croncia com restituição à situação de base apos o Tx
Etiológica
Víricas
Bacterianas (pneumococos, H. influenza, Moraxella, S. pyogenes, S. aureus, E. coli)
Mistas
Fúngicas
Sintomas:
(Critérios: 2 Major ou 1 Major e 2 Minor)
Major Minor
Dor/pressão facial Cefaleias (generalizadas pode ser esfenoidal)
Obst.Nasal Febre
Rinorreia ant/post Halitose
Hipo ou Anosmia Astenia
Dor Dentária (afeção seio maxilar)
Tosse
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Sinusite Aguda
Associada geralmente à rinite aguda.
Etiologia:
Infecção respiratória viral alta (↑ quantidade, ↓ viscosidade do muco,lesão das células ciliadas)
o Hemophilus influenzae; Streptococcus pneumoniae
Moraxella catarrhalis: responsável por cerca de 20% das sinusites agudas na criança
Alergia
Tratamento dentário
Sinusite Odontogénica:
o Início agudo por fistulização de granuloma dentário dos dentes sinusais (2º pré-molar ou 1º
molar) para o seio maxilar.
o Predomínio de anaeróbios (bacteróides, Peptostreptococcus e Fusobacterium): responsáveis
por 6 – 10% das sinusites agudas
o Rinorreia unilateral fétida
Presença de corpos estranhos nasais (sondas, entubação traqueal, tamponamentos)
Barotrauma
Iatrogenia
Sintomas:
Adulto: semelhantes inicialmente a sind gripal ou rinite alergica:
o Rinorreia purulenta (localização em relação com os seios
afectados); Dor facial (relação com o seio infectado);
Cefaleias difusas pouco intensas; Halitose; Anosmia;
Cacosmia; Rinorreia posterior; Tosse e Febre (cerca de 50%
dos doentes)
Criança: (muito menos específicos que no adulto!)
o Diferente evolução cronológica dos seios na criança
o Seios mais afectados : etmóide e maxilar
o Maior propensão ao desenvolvimento de complicações
orbitárias e intracranianas
o Sintomas de IVAS viral, com congestão nasal e tosse diurna além dos 7 dias
o Febre alta e rinorreia purulenta, por vezes com edema peri-orbitário, ligeiro num quadro de IVAS
Exame Objectivo: exsudado mucopurulento, mucosa nasal edemaciada e eritematosa, sensibilidade sobre o seio
afectado- DIAGNÓSTICO CLÍNICO!!
Sinusite Crónica
Etiologia:
Rinite alérgica
Sensibilidade à aspirina (com rinite hipertrófica)
Polipose nasal
Imunodeficiências
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Fibrose quística
Síndrome do cílio imóvel
Alterações anatómicas naso-sinusais
Sintomas: semelhantes aos da rino-sinusite aguda, com rinorreia e congestão nasal arrastados no tempo
Adulto:
o Factor causal no exame objectivo
o Obstrução anatómica do ostium sinusal
o Polipose nasal (com consequente bloqueio ostial)
o Desvio septal (compressão do complexo ostio-meatal)
o Edema persistente da mucosa nasal (infecções recorrentes/alergia)
o Abcesso dentário (fistulizado para o seio maxilar)
Criança:
o Otite média crónica simples ou otites de repetição (em 50% das crianças com rino-sinusite crónica!)
o Adenoidite crónica frequentemente encontrada nestas crianças
o Muitas vezes associada a asma ou rinite alérgica
o Como no adulto; as crianças com RSC devem ser investigadas para despiste de obstrução mecânica
dos ostia sinusais
Agentes: anaeróbios (por vezes associados a St. e S.Aureus, este predominante na criança!)
Sinusite Fúngica
Relacionados com o grau de imunocompetencia do doente: imunodeficiencias, DM
Relacionados com hipersensibilidade aos fungos: rino-sinusite fungica alergica
Alt.intrasinuais que favorecem desenvolvimento de fungos: Bolas fungicas, Micetomas
Agentes:Aspergillus, Candida
Av. Clinica:
Não invasiva:
Processo indolente, geralmente uni-sinusal, com congestão nasal e dor facial, por vezes assintomática
(semelhante à RSC bacteriana)
Invasiva:
Fulminante na maioria das vezes em doentes imunodeprimidos.
Invasão fúngica dos vasos sanguíneos com isquemia tecidular e necrose, alastra rapidamente com invasão
orbitária e intracraniana
Alérgica:
Tipicamente adultos jovens saudáveis com polipose nasal, hx de asma e RSC refractária ao tratamento
médico.
Dx baseado em parâmetros imunológicos (eosinofilia, IgE específica Aspergillus, testes cutâneos) e
radiológicos
Sinusite na Criança
Rápida evolução
Mais ligeira do que no adulto – sinusites ocultas ou latentes
Associada a hipertrofia das adenóides
Sintomas: tosse irritativa, “fungar”, rinorreia crónica, constipações recorrentes, otites médias, anorexia e
atraso no crescimento.
Complicações
Locais
Inflamação crónica da mucosa
o Formação de mucocelos e mucopiocelos (acumulação de secreções mucosas ou mucopurulentas no
seio nasal). Frequentes no seios frontais e etmoidais e mais raros nos esfenoidais)
o Dor e edema
o Dx Radiológico e tratamento cirúrgico.
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Osteomielite
o Extensão da infecção para o osso. Rara
o Edema e rubor
o Seio frontal é o mais afectado
Orbitárias
As mais frequentes!
Conjuntivites, uveites, queratites, dacriocistites, nevrite óptica, celulite (peri)orbitária, abcessos.
Intracranianas
Secundárias a tromboflebites infecciosas, devido às anastomoses entre vasos intra e extracranianos e vasos
sinusais.
Meningite é a complicação mais comum. Abcessos subdural, epidural e cerebral.
Sintomas: cefaleias febre alta, alterações da consciência
Tratamento
Objectivos: Drenagem das secreções,controlo das infecções.
Tx inicial: empírico, baseado nos agentes patogénicos mais frequentes.
Amoxicilina + Ác. Clavulânico, cefalosporinas 1ª, 2ª e 3ª geração (12 dias). Fluoroquinolona - pseudomonas
e anaeróbios (15 dias)
Antiinflamatórios e vasoconstrictores (↓sintomas)
Cirurgia via endonasal, para corrigir a obstrução.
POLIPOSE NASAL
Definição
Degenerescência nasosinusal edematosa de origem multifatorial.
Origem na mucosa nasal do meato médio e não nas cel.etmoidais!
Revestimento por ep.cilíndrico ciliado e cel.caliciformes. No tecido submucoso existem plasmócitos, linfócitos,
macrófagos e eosinófilos.
Epidemiologia:
Não é conhecida com exactidão, atinge todos os grupos raciais
Atinge com maior incidência o sexo masculino
Surge tipicamente na idade adulta, pico na 5ª década
Na infância (0,1%) geralmente associada a doenças sistémicas:
o Importante fazer o Dx.diferencial com MAF congénitas intranasais com origem intracraniana
Mais frequente nos asmáticos (7%), nestes mais freq. nos não alérgicos (13%), do que nos alérgicos (5%)
Intolerância a aspirina em 36% dos casos de polipose nasal
Tipos:
Histologicamente 4 categorias:
Pólipo edematoso, eosinofílico (também chamado alérgico)
o É o mais frequente: 86%
o Possui numerosos mastócitos e eosinófilos no estroma
Pólipo inflamatório crónico
o Representa cerca de 10%
o Apresenta metaplasia escamosa ou cubóide, sem hiperplasia das células caliciformes
Pólipo com hiperplasia de glândulas seromucosas
o Raro, menos de 5%
o Numerosas glândulas seromucosas
o Pode confundir-se com neoplasia glandular benigna
Pólipo com atipias do estroma
o Raríssimo, pode confundir-se com neoplasia maligna
o Possui células atípicas (fibroblastos reactivos)
Mediadores químicos:
Não pode ser considerada uma verdadeira doença, mas antes uma situação inflamatória local, partilhada por
diferentes circunstâncias patológicas:
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Asma
Sensibilização à aspirina
Fibrose quística
Mucoviscidose: d.autossómica recessiva; defeito genético do transporte do cloro através das mucosas;má
absorção, DPOC; inf. respiratórias de repetição, polipose nasal (1/3 das crianças); doseamento do NaCl no
suor confirmado por estudo genético
S. Kartagener: d.autossómica recessiva rara, situs inversus, alterações da estrutura ciliar, sinusite,
bronquiectasias)
S. de Young: d.respiratória recidivante; sinusite crónica, bronquiectasias, infertilidade masculina(7,4% dos
casos de infertilidade masculina)
Segundo alguns autores, predisposição genética
Desgranulação mastocitária → mediadores inflamatórios → atracção eosinófilos
lesão tecidular → inflamação → edema ← reflexos neurovasculares
Mediadores químicos produzidos por mastócitos, basófilos, eosinófilos,macrófagos e neutrófilos
(controlados por linfócitos T)
Histamina: encontrada em mastócitos de pólipos nasais, em maior quantidade nos doentes com alergia e
sinusite crónica
Metabolitos do Ácido Araquidónico: 15-HETE (níveis 30 vezes superiores aos da mucosa nasal normal),
leucotrienos, prostaglandinas, tromboxano
Interleucinas, factores de crescimento, interferons, factor de activação das plaquetas, neurotransmissores
Semiologia
De forma insidiosa, com aparecimento ou agravamento de sintomas pré-existentes:
Obstrução nasal
o Geralmente bilateral e progressiva
o De grau variável, por vezes incapacitante
o Progressivamente mais resistente à terapêutica
o Associada a alterações do humor e do sono
Rinorreia
o Anterior e posterior, serosa, seromucosa ou purulenta
o Se rinorreia hemática, suspeitar de doença neoplásica
o A rinorreia posterior leva ao aparecimento de tosse, queixas laríngeas e brônquicas
Espirros e prurido nasal: sobretudo nos doentes alérgicos
Hiposmia e anosmia:
o Muito frequentes, geralmente associados a alterações do paladar
o A sua flutuação é um indicador da eficácia do tratamento instituído
Algias faciais
o Geralmente de pouca intensidade
o Descritas como uma dor surda, sensação de plenitude, correspondendo à área de projecção dos
seios envolvidos
Alteração do timbre da voz: rinolalia fechada
Alargamento da pirâmide nasal:
o Geralmente de pouca intensidade
o Descritas como uma dor surda, sensação de plenitude, correspondendo à área de projecção dos
seios envolvidos- S. de Woakes
Na polipose unilateral considerar:
Pólipo antro-coanal
Angiofibroma juvenil
Diagnóstico
Geral
Otorrinolaringológico
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Otoscopia – despiste de complicações otológicas de d. naso-sinusal (OMA ou crónica, OM com efusão)
Rinoscopia anterior e posterior – caracterização dos pólipos, pólipo antro-coanal, rinorreia anterior ou
posterior, alterações estruturais associadas
Laringoscopia – sinais de inflamação laríngea
Endoscopia nasal
EAD:
Estudo radiológico dos seios perinasais- Hirtz, Walters, Caldwell, Perfil; utilidade limitada. Apenas permite
verificar se existe preenchimento das fossas nasais ou seios perinasais, niveis hidro-aereos
Tomografia computorizada (TAC)- veio revolucionar o diagnóstico e terapêutica de toda a patologia naso-
sinusal, nomeadamente a polipose. Contribui para o diagnóstico diferencial com patologia malformativa e
tumoral. Permite definir zonas de obstrução, variações anatómicas individuais, erosão óssea.Imprescindível
para planear com segurança o tratamento cirúrgico
Ressonância magnética nuclear (RM)- dx diferencial MAF. Papel limitado na abordagem da polipose nasal
(má definição dos limites ósseos) . Importante na avaliação de complicações ou dx diferencial com
patologia malformativa
Estudo Imuno-alergológico
Estudo laboratorial
Tratamento
Médico
Controlo dos sintomas principais (obstrução, hiposmia), Tx da sinusite
Corticosteróides tópicos e sistémicos
o Tópicos:
Resposta terapêutica variável (infecção associada, doença de base refratária)
Tratamentos prolongados, visam melhorar a qualidade de vida do doente (não a cura!)
Classificação da polipose para melhor quantificar a resposta terapêutica (grau I,II,III)
Desprovidos de efeitos sistémicos significativos
Efeitos locais como ardor, secura, epistáxis
Maior efeito sobre a obstrução do que sobre os espirros e hidrorreia
Tratamento de manutenção prolongado mesmo após tratamento cirúrgico
o Sistémicos:
Na forma oral ou injectável (dépot)
Associada à administração tópica intranasal
Atenção a patologia associada como: DM, úlcera péptica, osteoporose
Maior eficácia no controlo da hiposmia
Na necessidade prolongada para controlo sintomático, ponderar tratamento cirúrgico!
Antibioterapia
Diversas linhas de investigação com numerosos fármacos (em função dos estudos etiopatogénicos e da
diversidade de mecanismos postulados para a génese da inflamação crónica na polipose nasal)
Cirúrgico
Indicado: falência do Tx médico; iminência de complicações locais; necessidade de proceder a exame
histopatológico; formas associadas a sinusite fúngica, no pólipo antro-coanal
O planeamento cirúrgico será sempre precedido de estudo por TAC e endoscopia nasal (avaliar variações
anatómicas, evitar complicações iatrogénicas em áreas nobres como cavidades craniana e orbitária)
Polipectomia intranasal simples (paliativa com elevado nº de recorrências)
Abordagens naso-sinusais por via externa (frontoetmoidoesfenoidectomia externa)
A partir das décadas de 60, 70 com Messerklinger e Wigand, desenvolveu-se o conceito de cirurgia
funcional naso-sinusal (associado ao advento do uso do endoscópio rígido intranasal)
Cirurgia funcional versus nasalização sinusal
Utilização de sistemas de neuro-navegação
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TUMORES RINOSSINUSAIS
Epidemiologia:
0,2% do total de tumores malignos
3% dos tumores das vias aero-digestivas superiores
Incidência 1:100 000 hab/ano
Maioria em doentes >50 anos
Prevalência aumenta com a idade!
Histologia:
1º - Carcinoma epidermóide (+ comum)
2º - Adenocarcinoma
3º - Carcinoma indiferenciado
4º - Linfoma
5º - Sarcoma
Nos jovens predominam os linfomas, sarcomas osteogénicos, fibrossarcomas, condrossarcomas e adenocarcinomas
Localização:
Seio maxilar 40-80%
Cels etmoidais 10-40%
Fossas nasais 12-30%
Frontal/ Esfenóide 2-5%
Semiologia
Clinicamente discretos
Factor diagnóstico mais importante é o grau de suspeição clínica perante:
o Obstrução nasal, dor ou secreção unilateral
Portanto, efectuar TAC em doentes que não normalizem após 2 semanas de tx médico intensivo
Clínica mais comum:
Obstrução nasal unilateral e progressiva
Rinorreia serosa, purulenta ou sanguinolenta unilateral
Epistaxis e dor
Otites médias com efusão unilaterais
Nos casos mais avançados a clínica torna-se mais exuberante por extensão aos orgãos adjacentes
A drenagem linfática é escassa mas, a mais frequente faz-se para os gânglios cervicais, sub-mandibulares e
jugulares anteriores
A frequência de metástases ganglionares é de 8-20%
Metástases à distância ocorrem em cerca de 1,5-10%
Diagnóstico
1. TC SPN – cortes axiais e coronais
2. RMN – avaliação da invasão dos tecidos moles e da invasão perineural
3. Angiografia – para tumores vasculares, com possibilidade de embolização pré-operatória
Anatomia Patológica:
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3. TUMORES EPITELIAIS MALIGNOS – CARCINOMAS (>50% seios maxilares)
Carcinoma escamoso (o + frequente)
Adenocarcinoma (+ no etmoide; freq em trabalhadores de calçado e madeireiros)
Carcinoma neuroendócrino (+ idosos; c/ grande sobrevida a despeito das recorrências e metástases)
Carcinoma anaplásico (muito agressivos)
9. TUMORES VASCULARES
Hemangioma (mais no 1/3 ant do septo)
Angiofibroma (mais em homens 10-25 anos; provêm da parede lateral do tecto nasal)
Hemangiopericitoma
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