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Rev. Latinoam. Psicopat. Fund., IV, 1,19-26

Sobre a fobia e o pânico:


o que pode um analista?

Vera Lopes Besset

Gostaríamos de discutir a especificidade do trata- 19


mento psicanalítico das fobias e do pânico. Alguns entra-
ves apresentam-se nessa proposta de trabalho pela via da
palavra. Especialmente, o fato dessas manifestações pato-
lógicas freqüentemente se apresentarem para o sujeito que
delas sofre sob o modo de uma inibição e não sob a forma
de um sintoma que apela à decifração.
Palavras-chave: Fobia, pânico, angústia, psicopatologia,
psicanálise

* Texto apresentado no V Congresso Brasileiro de Psicopatologia Fundamental, 15-17


de setembro de 2000, Hotel Solar das Andorinhas, Campinas; trabalho ligado à pes-
quisa em andamento, intitulada “Os afetos na teoria e na clínica psicanalítica:
repensando Freud com Lacan”, coordenada pela autora do texto, no âmbito do Mes-
trado e Doutorado em Psicologia do Instituto de Psicologia da UFRJ, com apoio do
CNPq.
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A atualidade do mal-estar

“O que pode um analista?” Esta é uma pergunta que se im-


põe quando se trata de fobia e de pânico. Buscar uma resposta
implica, de saída, considerar algumas características do contem-
porâneo em que se insere nossa clínica. Contemporâneo que exibe

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a consagração do uso dos medicamentos, cada vez mais eficazes,
para “curar” o mal-estar na cultura. Tempo de respostas prêt-a-
porter das classificações dos manuais, dos catálogos de síndromes,
onde cada um pode se encontrar e, suprema delícia, achar um
nome para seu sofrimento!
Assim, o eu sou substitui-se, num piscar de olhos, por um
eu tenho. Então, se eu tenho pânico, fobia, distúrbio ou transtor-
no X, síndrome Z... a pergunta “Quem sou eu?” (Besset, 1997)
fica congelada, elidida. Ao mesmo tempo, se tudo pode ser trata-
do, a barreira entre o normal e o patológico se dilui (Laurent, 2000).
A ilusão, de cujo futuro Freud se preocupou (Freud,
[1927]1988), não é tanto a religião, mas a ciência e a tecnologia.
Afinal, o desamparo se acentuou, nesse tempo presente, com a que-
da dos ideais, com o declínio da função paterna (Miller; Laurent,
1996-1997). Estamos longe do momento da invenção, da desco-
berta dos poderes mágicos da palavra 1 que marcou o início da

1. “O leigo achará difícil conceber que umas perturbações patológicas do corpo e do espírito
possam eliminar-se mediante meras palavras do médico. Pensará que se o está exortando a
crer em rezas mágicas.” Freud, S. (1890). Tratamiento psíquico (Tratamiento del alma). (J.L.
Etchevery, Trad.). In J. Strachey. (Org.). Obras Completas. (Vol. I, pp. 111-132). Buenos
Aires: Amorrortu, 1988, p. 115.
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clínica freudiana. Mas será que por isso poderíamos dizer que navegamos no pes-
simismo quanto às possibilidades da psicanálise? Tendo a responder negativamente
a essa pergunta e direi por que o faço.
Se é certo que o mundo mudou, é possível afirmar que o homem contempo-
râneo é extremamente diverso no que concerne seu psiquismo? Ou concordaríamos
em afirmar, tal como Freud o fez em 1930, o que o ser humano busca é a felici-
dade? (Freud, [1930]1988: 76) Em todo caso, não foi necessário, para a psicanálise,
esperar o século XXI para saber que a busca da felicidade está, por definição, fa-
dada ao fracasso.
Essa busca, em sua vertente positiva, de alcançar “intensos sentimentos de
prazer”, leva a um sucesso passageiro e fugidio, pois só se pode “gozar com in-
tensidade o contraste e muito pouco o estado”. (Ibid.). Por outro lado, em sua
vertente negativa, ela se afirma na tentativa de obter ausência de dor e desprazer.
Isso porque o sofrimento é tão poderoso que acaba limitando as esperanças de fe-
licidade, levando o homem a se contentar com a evitação da dor. Já que não é
possível ser feliz tendo intenso prazer, evita-se a dor e o desprazer (Ibid.: 77). As-
sim, a escolha situa-se entre: gozar de um prazer intenso, tendo como conseqüência
castigos e remorsos ou utilizar técnicas para evitar o sofrimento. Serão essas as

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opções do homem contemporâneo?
Talvez, mas de que castigos ou remorsos podemos falar hoje, nessa época que
parece marcada por “Tudo é permitido!”? (Coelho dos Santos, 2000). Tempo
no qual o lugar do gozo se revela como o corpo próprio, gozo que denominamos,
com J.-A. Miller, uno, solitário (Miller, 1999). Há, então, um corpo que goza na
masturbação, ou mesmo na fala, no blá-blá-blá. Fala que não busca nem a com-
preensão nem o reconhecimento. A contrapartida disso, no laço social, é o chama-
do individualismo moderno (Miller, 1999: 27).
Por outro lado, se tudo – ou quase – é permitido, o que dizer hoje das conse-
qüências (Forbes, 2000)? Se elas se ausentam do lado da responsabilidade do sujeito
por seu modo de gozo, não deixam de surgir sob a forma de uma outra consistên-
cia. Será um acaso lembrarmos de Kierkegaard, quando afirma que “a angústia é a
vertigem da liberdade” (Kierkegaard, 1949)? O nome atual para esta angústia é o
pânico!

Angústia e pânico

Fazemos corresponder angústia e pânico, justamente, pois entendemos que o


pânico é uma nova roupagem para a velha angústia (Besset, 1999). Neste ponto,
concordamos com outros autores que recentemente se debruçaram sobre o assun-
to. Entre eles, Zeferino Rocha que, em obra recente, chama nossa atenção para
uma característica da apresentação do fenômeno da angústia presente no pânico.
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No pânico, é o que recolho como a indicação mais preciosa desse autor, a


função da angústia como sinal, defesa ante o perigo, parece ausente. Nesse regis-
tro, a angústia invade o sujeito, como uma onda sob a qual ele submerge. Isso,
pelo fator surpresa que se atrela a essa patologia e ao aspecto de transbordamento,
excesso, que releva da dimensão econômica (Rocha, 2000).
Outro autor contemporâneo, Mário Pereira, em seus recentes trabalhos sobre
o assunto, aproxima a crise de angústia ao ataque de pânico (Pereira, 1999). Veja-
mos como a clínica de Freud lhe dá fundamento.
Trata-se de uma moça, de uns dezoito anos, que se dirigiu a Freud, em meio
às férias deste, com um pedido de ajuda, ao saber que ele era médico. O motivo é
que “seus nervos” estavam ruins, apesar do remédio que havia tomado por indica-
ção de outro profissional. Tendo em vista a aparência sadia, mas infeliz, da jovem,
este julgou estar diante de um caso de neurose. Eis o diálogo, tal como transcrito
pelo autor:
— Bem, e de que você sofre?
— Sinto falta de ar; nem sempre, mas às vezes ela me apanha de tal forma que acho
que vou ficar sufocada.

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À primeira vista isso não soa como sendo neurótico, mas logo me ocorreu
que provavelmente era apenas uma designação substitutiva para um ataque de an-
gústia.
Do complexo de sensações da angústia ela estava destacando um só fator, a
aflição para respirar.
— Sente-se aqui. Descreva-me como é esse estado de “falta de ar”?
— Acontece de repente. Primeiro, é como uma pressão sobre os olhos, a cabeça fica
pesada, há um zumbido insuportável e fico tão tonta que acho que vou cair, depois
algo me esmaga o peito, quase não consigo respirar.
— E não nota nada na garganta?
— A garganta fica apertada como se eu fosse sufocar.
— E na cabeça não se passa mais nada?
— Martela, martela até estalar.
— Bem; e você não se sente um pouco assustada com tudo isso?
— Sim, acho que vou morrer; normalmente, sou corajosa, ando solta por todas as
partes...; porém, quando é um dia desses em que tenho aquilo, não me atrevo a ir a
nenhum lugar; sempre creio que alguém está por trás e me agarrá de repente. (Freud,
[1893]1987: 141-142)
Estávamos no final do século XIX, mas a fala dessa jovem e a descrição de
seus males lembram bastante as queixas que comparecem, hoje, nos consultórios
de psicanalistas, psicólogos e médicos, psiquiatras ou não. Esses transtornos, apa-
rentemente contemporâneos, que Freud entendia como “crises de angústia”, teriam
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chances de serem classificados como “ataque de pânico”, seguindo-se as diretivas


do Manual de Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM-IV). Eis um
resumo das mesmas:
Um período de medo ou de desconforto intenso, no qual quatro (ou mais) dos
seguintes sintomas se desenvolveram abruptamente e atingiram o pico em dez minu-
tos: palpitações, coração pulsando forte ou acelerado; sudorese; tremor; sensação
de falta de ar ou de fôlego; sentimento de choque; dor no peito ou desconforto;
náusea ou distenção abdominal; tontura, instabilidade, sensação de cabeça oca ou
desmaio; ausência de realidade (sentimento de irrealidade) ou despersonalização (estar
desligado de si próprio); medo de perder o controle ou enlouquecer; medo de mor-
rer; parestesia (sensação de torpor, zumbido; calafrios, ondas de calor) (Reys, 1999:
142).
Alguns pensarão que, apesar das semelhanças, não há identidade entre a crise
de angústia e o ataque de pânico. Entretanto, concordarão que não se pode des-
vincular esses fenômenos de seu contexto, especialmente das respostas que o campo
da saúde mental oferece a esses transtornos (Nicéas, 2000). Igualmente, porque é
preciso considerar que o sintoma, tal como o sonho, inclui sua interpretação. Ou
melhor, como formação do inconsciente, inclui o saber que se veicula sobre ele
(Besset, 1999).
Dentro dessa perspectiva, o tipo de apelo e endereçamento desses ataques pa- 23
rece-me continuar inalterado. Que a medicina responda a essa demanda com a
proposta de uma cura, obedecendo à lógica de sua vocação, não obriga os psica-
nalistas a seguirem os mesmos passos, a despeito do desafio que essas patologias
representam em sua clínica.
Entretanto, sabemos que, embora haja no pânico um apelo ao olhar do Outro,
numa espécie de pantomima do desamparo, o próprio sujeito parece dele elidido,
como ocorre na inibição (Besset, 2000). Apesar disso, é possível tomar o pânico
como um sintoma, para além de sua dimensão médica de signo, signo de algo que
vai mal, de uma disfunção. Imprescindível, para tanto, partir da suposição da pre-
sença da angústia na base desta nova patologia. A partir disso, diante de alguém
tomado pelo pânico, é possível oferecer um sentido para acalmar a angústia, apla-
car o excesso. Essa é a aposta da psicanálise: diante do que escapa à palavra,
reafirmar sua proposta de trabalho pela via da fala, no campo da linguagem.

O que pode um analista?

A passagem de uma angústia paralisante a uma angústia-sinal pressupõe a


implicação do sujeito no fenômeno que o faz sofrer. Assim, pode ser possível trans-
formar sua demanda inicial de alívio em uma demanda de interpretação (Soler, 1995),
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instalando a estrutura do suposto saber, condição da experiência analítica (Miller,


1987). Observe-se que essa indicação se atrela a uma proposta definida quanto à
função e ao lugar da angústia no tratamento. Nesse contexto, trata-se de aplacá-la
sem conduzi-la a seu total apaziguamento, já que se entende que um percurso ana-
lítico não pode se fazer com a economia desta dimensão propriamente subjetiva.
Dessa forma, o propósito é manter a dimensão terapêutica do tratamento psicana-
lítico, respeitando a especificidade de sua proposta.
Para tanto, é preciso ter cuidado em não ocupar uma posição fóbica, de evi-
tação da angústia, na clínica. O tratamento da fobia é, nesse sentido, exemplar da
complexidade de um trabalho na transferência, pois o analista pode ser colocado
no lugar daquilo diante do qual se recua. Essa posição fóbica pode nos levar a re-
correr de forma inadequada, por precipitação ou excesso de precaução, ao recurso
que representam os medicamentos. Esse tipo de procedimento revela-se coerente,
no entanto, com essa espécie de “projeto de erradicação do sujeito”2 com o qual se
parece a tentativa atual de apagamento da dimensão subjetiva que parece caracteri-
zar a clínica sob substância.
Mas, finalmente, em relação à fobia e ao pânico, o que pode um analista?
Antes de qualquer coisa, abster-se de seu “desejo de curar”, posição a qual nos

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convida, insistentemente, Freud ([1912]1987: 114). Certamente, esta é uma condi-
ção para a instauração de qualquer tratamento que se queira analítico. Fazer falar o
sujeito, requisito da associação dita livre, supõe uma proposta que se inscreva para
além do atendimento à demanda estrita de alívio – rápido – e mesmo de cura de
um sofrimento. No entanto, o apelo ao alívio do sofrimento pode funcionar, sobre-
tudo no pânico, como o canto da sereia para os ouvidos de um psicanalista, numa
época em que os resultados rápidos e fáceis são quase uma exigência. A esse de-
safio, trata-se de responder, não com sua angústia, mas a partir de um desejo
particular, o de analista.
Em se tratando da fobia, o oferecimento da fala a partir dessa queixa não
garante o desaparecimento do transtorno e, às vezes, muito ao contrário, pode
agravá-lo. No entanto, é nossa experiência, em alguns casos é somente o pretexto
da fobia, tomada como um sintoma, que permite a um sujeito suportar o percurso
de uma análise. Eis uma direção que requer uma decisão – ética – quanto ao lugar
e à função da angústia no tratamento. E que, igualmente, implica escolhas meto-
dológicas quanto ao manejo desse fenômeno no percurso de uma análise.
Para dirigir tal percurso, é necessário que o analista se abstenha de sua an-
gústia e do propósito de um ideal terapêutico de desaparecimento do sintoma. Desse

2. Aproprio-me, aqui, da expressão cunhada por Manoel Tosta Berlinck, em sua contribuição ao
debate do GT Psicopatologia e Psicanálise, no âmbito do VIII Simpósio da Anpepp.
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modo, poderá levar um sujeito a construir um saber sobre si a partir do sintoma


que o representa o Outro para, a partir disso, inventar um modo novo de relação
com aquilo que o afeta e se apresenta pela via da angústia.
Concluindo, é possível afirmar que a adequação do tratamento psicanalítico
às patologias da fobia e do pânico depende da referência à concepção do sintoma
como substituto e, ao mesmo tempo, manifestação da angústia. Angústia que aponta
para o que se revela de singular no sujeito, o desejo que o anima e do qual não se
trata de abdicar. Isso supõe a concepção de um inconsciente estruturado como uma
linguagem, regido pela lógica do significante e ordena a experiência analítica no cam-
po da fala e da linguagem.

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Resumos

Nos gustaría discutir sobre la especificidad del tratamiento psicoanalítico de las


fobias y del pánico. Algunos obstáculos sepresentan en esa propuesta de trabajo por
la vía de la palabra. Especialmente, por el hecho de que frecuentemente esas
manifestaciones patológicas se presentan para el sujeto que las padece bajo la forma

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de una inhibición y no como un síntoma al que se demanda lo descifren.
Palabras llave: Fobia, pánico, angustia, psicopatología, psicoanálisis

Nous souhaiterions discutir la spécificité du traitement psychanalytique des


phobies et de la panique. Certaines entraves apparaissent, dans cette proposition de
travail, par le biais de la parole. Particulièrement par le fait que cette manifestation
pathologique se présente frequemment au sujet qui en souffre sous le mode d’une
inhibition et non sous la forme d’un symptôme, ce que demande un déchiffrement.
Mots clés: Phobie, panique, angoisse, psychopathologie, psychanalyse

In this paper we discuss the special place of the psychoanalytical treatment of


phobias and panic. There are certain obstacles related to such treatment based on words,
especially since these pathological manifestations are often seen by the subject suffer-
ing from them as inhibitions, rather than as symptoms to be deciphered.
Key words: Phobia, panic, anxiety, psychopathology, psychoanalysis

Versão inicial recebida em dezembro/2000.


Versão revisada recebida em fevereiro de 2001.

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