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Caso M.

Nome: M.

Idade: 25 anos

Sexo: Feminino

Estado civil: Solteira

Habilitações literárias: Licenciatura

Agregado familiar (idades e profissões)

Naturalidade/Residência

Motivos da Consulta:

Os motivos que o trazem à consulta de psicologia estão relacionados com a dificuldade em


ultrapassar o final de uma relação amorosa. O término da relação ocorreu em Julho de XXX. Os
sintomas que a paciente apresentam são: Humor deprimido, perda de apetite, dificuldades de
concentração, fadiga, desmotivação face à realização de tarefas e anedonia.

Dificuldades Actuais:

As principais queixas que trouxeram o paciente à consulta estão relacionadas com uma
sensação de fadiga constante, dificuldades de concentração e anedonia, ou seja, pouco
interesse na realização da maior parte das tarefas. Apesar de não ter mencionado, a postura
corporal parecia também indiciar a existência de humor depressivo, o que em conjunto com os
sintomas anteriormente descritos e com o facto destas afectarem o funcionamento
ocupacional, parece indiciar a existência de um episódio depressivo major.

A sintomatologia mencionada afecta o paciente em várias vertentes da sua vida,


principalmente a nível ocupacional e social. A sintomatologia acima mencionada teve inicio
após o rompimento de uma relação amorosa que durou XXX anos.

Inicio e Desenvolvimento das dificuldades:

As Dificuldades relacionais iniciaram-se quando regressou de uma estadia de XX meses fora do


país, por motivos de trabalho. Mal regressou o namorado decidiu colocar um ponto final na
relação de forma inesperada para a paciente. Antes de M. ter viajado, o relacionamento era
estável e viviam juntos acerca de XX anos.

O ex-companheiro evocou como razão para o final da relação, o facto de se ter sentido posto
de parte, aquando da estadia da paciente fora do país, o que tinha contribuído para se
envolver com outra pessoa. O facto de ter tido o envolvimento amoroso, fez com que se
sentisse culpado, tomando a decisão de terminar a relação com M.

A paciente refere que nos últimos meses em que esteve fora, esteve mais focada nas tarefas
laborais e nas pessoas com quem se passou a relacionar no trabalho, mas que nunca foi sua
intenção negligenciar o ex-namorado. No entanto, refere que este tem uma baixa-estima e
que a distância poderia, eventualmente, fazê-lo sentir inseguro.

Após terem terminado a relação, por diversas vezes a paciente tentou reatar. Em XXX de XXX,
cerca de XXX meses após o fim da relação, voltaram a reatar a relação mas terminaram
novamente em XXX por decisão do namorado. Nessa altura, a sintomatologia depressiva
intensificou-se.

Em XXX iniciou uma nova relação amorosa com um amigo e pouco tempo depois decidiram
morar juntos. No entanto, ao fim de XXX meses a relação terminou. M. refere que o este
namorado era pouco afectuoso e que mantinham uma relação bastante distante.

Entre XXXX e o XXX de XXX envolveu com mais duas pessoas, mas nenhum destes
relacionamentos foi duradouro.

História Desenvolvimental e Familiar

A M. foi uma criança desejada que nasceu de parto normal, sem complicações significativas.

Viveu com os pais durante os primeiros anos de vida e mantinha também uma relação muito
próxima com os avós paternos. Como não se adaptou bem ao infantário, esteve com os avós
até aos 6 anos, idade em que ingressou na escola primária

Era uma criança tranquila e reservada.

Aos XXX anos nasceu a irmã mais nova. Indica que inicialmente não foi fácil adaptar-se ao
nascimento da irmã, tendo inclusivamente ciúmes. Pouco tempo depois, conseguiu adaptar-se
mas nunca mantiveram uma relação muito próxima
Aos XXX anos os pais divorciaram-se. A Mãe envolveu-se com outra pessoa e decidiram morar
juntos. A mãe decidiu então sair de casa, e levou a irmã mais nova consigo. A M. ficou com o
pai porque a casa para onde a mãe se mudou não tinha espaço suficiente para albergar as
duas filhas. A M. sentiu-se abandonada pela mãe e sozinha porque o pai trabalhava fora da
zona de residência e só vinha a casa ao fim de semana.

A relação com mãe nunca foi afectuosa ou próxima. Apesar de a mãe sempre ter sido uma
figura presente e sempre ter dado o seu apoio e ajuda. Teve dificuldade em lidar com a saída
de casa da mãe. Durante cerca de 3 anos não mantiveram um contacto próximo até que M.
decidiu partilhar com a mãe o seu ressentimento por ter sido deixada em casa do pai. A partir
dai a relação estreitou-se, apesar de M. referir ainda não ter conseguido perdoar à mãe.

A relação com o pai sempre foi distante. Apesar do pai ser sempre disponível, nunca foi uma
figura muito presente na sua vida.

História relacional

Até aos XX anos não manteve nenhuma relação amorosa porque era muito reservada e com
uma baixa auto-estima, achando-se sempre inferior aos outros.

O primeiro relacionamento intimo durou xxx anos. O namorado era bastante controlador.
Quando M. descobriu que o namorado consumia droga, decidiu terminar a relação.

O segundo relacionamento íntimo ocorreu quando entrou para a faculdade poucos meses
após o relacionamento anterior ter terminado. Durou três anos. M. sentia-se sempre “no fim
da lista de prioridades do namorado”. O final da relação foi conturbado, tendo M. referido que
se sentiu rejeitada pelo namorado

O relacionamento seguinte ocorreu poucos meses após o anterior ter terminado. O namorado
sempre foi bastante atencioso e afectuoso. Partilhavam os mesmo gostos e objectivos de vida.
Refere que por vezes o namorado tinha algumas atitudes mais impulsivas e agressivas mas
nunca com a M. Decidiram morar juntos ao final de alguns anos de relação. M. refere que o
relacionamento entre os dois sempre foi muito próximo até a M. ter decidido ir para fora.

Depois de terem terminado, o namorado tentou reatar a relação com a M. sendo que a
paciente acedeu. No entanto, alguns dias após estarem juntos, sem que nada o fizesse esperar,
o namorado terminava a relação e reatava a relação que havia mantido desde que terminara
com M. este episódio foi bastante perturbador para a paciente.
No que se refere aos seus relacionamentos sociais, tem vários amigos com quem mantém
alguma proximidade, no entanto, refere que é pouco assertiva e que muitas vezes cede para
não gerar conflitos.

História escolar e ocupacional.

Entrou na escola aos 6 anos de idade. Sempre foi uma boa aluna. Mantinha uma boa relação
com os colegas e com os professores.

Decidiu ingressar no curso de xxxx. Apesar de ter concluído a licenciatura nunca conseguiu
exercer na sua área de estudo.

Por volta dos 22 anos foi trabalhar para xxxx onde esteve durante xxxx anos. Refere que se
despediu porque tinha dificuldades em lidar com os conflitos e reclamações que ocorriam
frequentemente. Refere que o sentimento de desanimo era geral, mas que para a M. se foi
tornando cada vez mais difícil tolerar, até que se decidiu despedir.

Nessa altura decidiu tirar o curso de xxxx e quando o terminou, surgiu a oportunidade de ir
para fora. Com o apoio do namorado e da família decidiu aceitar a proposta. Refere que foi a
experiencia profissional mais enriquecedora até ao momento.

Actualmente trabalha

História psiquiátrica/médica

M. não tem historial psiquiátrico prévio.

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