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1.

INTRODUÇÃO

De acordo com Bronzino (2004), a inovação tecnológica reformulou


continuamente o campo da medicina e a prestação de serviços de saúde. Ao longo da
história, os avanços na tecnologia médica forneceram uma ampla gama de ferramentas
positivas para diagnóstico, terapêutica e reabilitação.
No âmbito hospitalar existem os variados tipos de equipamentos e com diversas
funções. Esses equipamentos exercem atividades, como por exemplo, monitorar sinais
vitais, infundir doses controladas de medicamentos, auxiliar ou até executar
movimentos de inspiração e expiração, realizar exames de raios-x, ultrassom, glicemia
entre outras funções essenciais no cuidado com a vida do paciente, e são denominados
Equipamentos Médico-Hospitalares (EMH). Este tipo de tecnologia, por lidar com a
saúde de pessoas, requer um alto nível de confiabilidade, justificando seus altos valores
de mercado. Desta forma, os hospitais, em sua grande maioria, não detém quantidades
abundantes desses EMH, sendo muitas vezes em quantidade mínima exigida pelos
órgãos de vigilância.
Em hospitais de grande porte, a localização dos EMH é uma árdua tarefa, pois
várias categorias de equipamentos são necessários em vários setores diferentes,
obrigando ao colaborador da assistência de enfermagem ou à equipe de engenharia
clínica localizar os equipamentos disponíveis, seja por ligação telefônica ou visita aos
diversosemais locais do hospital a procura do equipamento, tarefa essa que pode
demandar pouco ou muito tempo, afetando diretamente o tratamento do paciente.
Atualmente, já existem ferramentas para o gerenciamento da tecnologia
hospitalar, através de identificações com número de bem patrimonial vinculados
virtualmente a número de série, marca e modelo do equipamento e o armazenamento
desses dados em bancos de dados da instituição hospitalar, p. Porém todos esses dados
não acompanham a localização do equipamento em tempo real. Rastrear os EMH de
modo a saber a sua localização e sua disponibilidade traria diversos benefícios a
instituição, por exemplo, melhor e mais ágil atendimento ao paciente, elevação de
segurança contra extravio e melhor controle da equipe de engenharia clínica sobre os
equipamentos nas demandas de manutenção corretiva e preventiva.
Existem variados tipos de tecnologia de identificação, das quais se destacam o
código de barras, a memória de contato e a tecnologia RFID. A Tabela 1 apresenta um
comparativo entre essas tecnologias.
Tabela 1. Comparativo entre tecnologia de identificação
Código de Memória de RFID Passivo RFID Ativo
Barras Contato
Capacidade de Não Alterável Alterável Alterável Alterável
Alteração dos Dados
Segurança dos Dados Baixo nível de Alto nível de Entre baixo e alto Alto nível de
segurança segurança nível de segurança segurança
Capacidade de Código de Acima de 8 Mb Acima de 64 Kb Acima de 8 Mb
Armazenamento dos barras linear:
Dados de 8 a 30
caracteres
Custo Relativo Baixo Alto Médio Muito Alto
Padrão Padronizado Proprietário, não Em evolução para Proprietário e
padronizado padronização evoluindo para
abertura de
padronização
Vida Útil Curta Longa Indefinida 3 a 5 anos
dependendo da
bateria
Distância de Leitura Até 1,5 Metros Apenas por 15 metros Até 100 metros
com visada contato dependendo da
frequência do sinal
Rastreamento e Manual Manual Automático Automático
Localização
Fonte: Adaptado de SWEENEY(2007).

Uma das melhores formas de comunicação para este tipo de rastreio é a


tecnologia de Identificação Por Radiofrequência (RFID), que consiste basicamente por
três componentes, a antena, a tag e o middleware. A antena envia sinais (transmissor)
através de ondas eletromagnéticas até que haja alguma tag dentro do alcance que, ao
receber a onda eletromagnética captada pela antena, a envia ao middleware que fará a
decodificação do sinal, obtendo os dados e realizando a interface entre homem e
máquina. Este tipo de tecnologia é comum de ser utilizado em controle de estoque,
controle de acesso, identificação de animais, dentre outras funções.
Este trabalho tem o objetivo de desenvolver, através da tecnologia de RFID , um
sistema capaz de rastrear ativos dentro de uma instituição de saúde. Em cada
equipamento selecionado será instalado uma tag contendo informações de número de
série, marca e modelo. Os leitores ficarão dispersos em pontos estratégicos, mas
interligados, enviando os dados ao servidor que contenha o software com o banco de
dados.

1.1 Tecnologia Hospitalar


No começo do século XX, iniciou-se a construção de novos hospitais, porém o
principal meio de prestação de serviço a saúde era através de visitas domiciliares dos
médicos acompanhados de suas "malas pretas" contendo kits básicos, ou por amadores
reconhecidos pela comunidade acompanhados de vizinhos e parentes que compunham a
equipe de enfermagem. No inicio do século XX, iniciou-se o desenvolvimento de
equipamentos voltados para aa tecnologia médica, a começar pelo eletrocardiograma
que, na época, era uma grande máquina que podia pesar até 270 kg. O período entre
guerras também foi de grande importância, pois, com a amplificação da eletrônica, as
tecnologias eram adaptadas para a medicina, surgindo os primeiros respiradores ( na
época, conhecidos como pulmões de aço ) e o tratamento de tumores através de radiação
ionizante (RIDGWAY, JOHNSTON, MCCLAIN,2004 ).
Naquela época, o projeto, a fabricação, e a venda de qualquer equipamento
médico poderia ser efetuada sem qualquer fiscalização, então o governo se deparou com
um impasse, pois a criação de normas evitaria produtos inseguros ou não efetivos,
porém atrasaria o processo e consequentemente deixaria de salvar vidas. Várias
tentativas de estabelecimento de uma legislação foram criadas, mas sempre encontrando
problemas devido a falta de protocolos específicos para a área, até que através do
projeto de lei PL 94-295, o governo exigiu que as empresas, antes de comercializarem
seus equipamentos, aplicassem aos EMH testes de segurança e eficácia realizados pelo
FDA (food and drug administration). Os engenheiros clínicos foram ganhando espaço
nos hospitais, responsáveis pelo gerenciamento dos EMH através do conserto,
capacitação dos usuários, especificações técnicas para aquisição e testes de segurança e
eficácia (RAMIREZ;CALIL,2000).
Hoje, os núcleos de engenharia clínica em um hospital não são vistos somente
como os responsáveis pelos cuidados com os equipamentos, mas como um elemento de
participação ativa na transferência tecnológica, gerenciamento e avaliação tecnológica,
acompanhando todo o ciclo de vida do equipamento, desde a especificação, a compra, o
treinamento, realizando as adequações estruturais necessárias, realização das
manutenções preventivas e corretivas bem como a criação dos cronogramas e
estratégias para realização dos mesmos até o fim da vida útil, culminando na
desativação dos EMH.

1.2 Identificação por Radiofrequência (Radio Frequency Identification)


Pode-se dizer que o início da tecnologia RFID tenha sido em meados da segunda
guerra mundial, quando alemães, japoneses, americanos e britânicos utilizam do radar
para identificar aeronaves que estivessem a quilômetros de distância. Porém, essa
tecnologia somente permitia a identificação de naves sem saber se eram inimigas ou
aliadas. Então, os alemães descobriram que, se o piloto girasse a aeronave, o sinal era
refletido, identificando se a mesma era ou não uma nave alemã. Pode-se dizer que este
foi o primeiro sistema RFID passivo (ROBERTI,2005).
Após isso, os britânicos desenvolveram um sistema nomeado como
Identification friend or foe . Esse dispositivo era instalado em todos os aviões
britânicos, e, ao receber um sinal enviado por uma base no solo, emitia um sinal de
volta para a central identificando a aeronave como amigável. Basicamente, o RFID
trabalha dessa maneira, em que há um transmissor emitindo um sinal, e um transponder
que reflete o sinal (sistemas passivos) ou transmite o sinal (sistemas ativos)
(ROBERTI,2005).
Nos dias atuais é muito comum encontrar sistemas de RFID aplicados às mais
diferentes áreas. São utilizados em controle de estoque em grandes armazéns,
aumentando a precisão do controle da quantidade de produto, controle de acesso em
ambientes restritos através de crachás de identificação, controle de segurança em lojas
para a prevenção de furtos e até controle perimetral para mapeamentos de objetos, por
exemplo, localizar produtos de um supermercado e diversas outras aplicações que
surgem com o avanço desta tecnologia.

1.2.1 Arquitetura e Funcionamento

Um sistema é formado basicamente por três componentes, a tag, um leitor ( com


uma antena) e um host. A Figura 1 mostra a arquitetura de um sistema RFID destacando
os elementos fundamentais.
Figura 1- Arquitetura RFID
Fonte: SWEENEY (2005).

De acordo com a aplicação, pode-se alterar o tipo da tag, sendo ela ativa, passiva
ou semi-passiva. As tag's ativas têem sua própria bateria, que alimenta o circuito do
microchip e transmite o sinal para o leitor. Esse sinal pode ser de modo contínuo ou
apenas em resposta ao sinal emitido pelo leitor. As tag's passivas não utilizam baterias,
a alimentação elétrica advém do campo eletromagnético criado pelo leitor. As tag's
semi-passivas utilizam de bateria para alimentar o circuito do chip , mas a comunicação
com o leitor é feita pela reflexão da onda eletromagnética gerada pelo mesmoleitor. Este
tipo de tag pode, por exemplo, executar a leitura de um sensor mesmo fora do alcance
da antena e transmitir os dados quando a conexão é estabelecida (SWEENEY, 2005).

1.2.2 Relação de frequências em RFID

A frequência de operação é a frequência utilizada pela tag para obter energia


e/ou se comunicar. Em RFID, normalmente, o espectro eletromagnético é dividido em
low frequency (baixa frequência-LF), high frequency (alta frequência-HF), ultra-high
frequency (ultra alta frequência-UHF) e microwave (Microondas) (GLOVER; BHATT,
2009). A Tabela 2 apresenta as faixas de frequência correspondentes a divisão do
espectro.

Tabela 2. Range de frequências em RFID


Nome Range de Frequência Frequências ISM
LF 30-300 kHz <135 kHz
HF 3-30 MHz 6.78 MHz; 13.56 MHz; 27,125 MHz; 40.680 MHz
UHF 300 MHz - 3 GHz 433.920 MHz; 869 MHz; 915 MHz
Microwave >3 GHz 2.45 GHz; 5.8 GHz; 24.125 GHz
Fonte: Adaptado de Glover e Bahtt

As frequências na faixa deo item ISM (Industrial, Scientific and Medical), são as
frequências que, na prática, estão disponíveis para uso sem licenciamento específico no
mercado (GLOVER; BHATT, 2009). É importante definir a frequência a ser utilizada,
pois é ela que define características importantes como a área máxima de alcance da
antena até a tag, influência do meio e velocidade de transmissão. A Tabela 3 apresenta
um resumo comparativo entre as frequências.

Tabela 3. Relação de frequências.


Banda de Tipos de Aplicação Velocidade de Alcance Material Custo
Frequência Transmissão que
Penetra
LF Controle de acessos; Baixa Curto Todo tipo Baixo
Identificação de animais; (<30 cm )
Controle de inventários
HF Smart cards; Localização Moderada Médio Todo tipo Baixo
de itens; Livraria; Sistema (<1m)
anti-furto
UHF Gestão de bens; Portagens; Elevada Médio a Não Elevado
Localização de veículos elevado penetra
(<10m) tecidos,
água e
metal
Frequência Controle de bagagens; Muito Elevada Elevado Não Muito
Microondas Localização de comboios penetra Elevado
tecidos,
água e
metal
Fonte: Adaptado de Curtin (2005)

1.2.3 Middleware

O middleware é o sistema que trabalha em conjunto com um banco de dados,


auxiliando o inventário e o controle de equipamentos em tempo real. Através do banco
de dados o usuário será capaz de cadastrar os equipamentos, realizar inventário e gerar
relatórios.
Um sistema de gerenciamento de banco de dados amplamente utilizado é o
MySQL, que utiliza como interface a linguagem SQL ( Structured Query Language, em
português, Linguagem de Consulta Estruturada). É considerada uma ferramenta de
manipulação de base de dados de tamanho moderado. Atualmente, é o sistema de
código aberto mais popular do mundo e um dos mais rápidos do mercado, apresentando
quase todas as funcionalidades dos grandes bancos de dados (GILMORE, 2008).
2. JUSTIFICATIVA

De acordo com o que foi apresentado, o desenvolvimento deste sistema de


rastreio, procura alcançar dois objetivos principais, melhorar o cuidado com o paciente e
a gerência dos EMH. Haja visto que ambos estão intrinsecamente ligados pela
concepção de que um equipamento bem gerenciado, não especificamente à operação,
mas aos cuidados relacionados a armazenamento, periodicidade de manutenção
preventiva, precauções no transporte e frequência de uso, influenciam diretamente na
performance do equipamento no tratamento clínico.
O perfil demográfico e epidemiológico do brasileiro sofreu grandes mudanças
nos últimos 40 anos, a expectativa de vida aumentou e a taxa de mortalidade e
natalidade reduziram. Tudo isso se deve ao somatório de fatores como a melhoria de
indicadores sociais, em especial o saneamento básico, e o avanço da tecnologia na
medicina. Pode-se dizer que, em função desse aumento da população, os hospitais ficam
submetidos a uma pressão social para a ampliação dos investimentos em tecnologias,
adquirindo cada vez mais equipamentos e ampliando suas acomodações. Logo, a falta
de controle dos equipamentos acarretará em um uso descentralizado, causando
desgastes precoces em determinados EMH , enquanto outros são subutilizados.
Também vale salientar que existem EHM essenciais ao suporte a vida, como é o
caso do ventilador pulmonar microprocessado. Este tipo de equipamento tem por função
realizar os movimentos de inspiração e expiração, quando o paciente não os pode
realizar o que acarretaria em óbito. Portanto, o mínimo de tempo para que o
equipamento seja conectado ao paciente garantirá um aumento da porcentagem de
chance de vida.
3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Este trabalho visaobjetiva desenvolver um sistema embarcado como ferramenta


de controle de patrimônio e rastreio dos EMH em tempo real, baseado na tecnologia
RFID.

3.2 Objetivos Específicos

 Realizar estudo da atual forma de controle de patrimônio para este tipo de equipamento;
 Estudar as principais tecnologias capazes de desenvolver este tipo de controle e rastreio
disponíveis comercialmente;
 Desenvolver protótipo, especificando o sistema de comunicação sem fio mais viável
para esta aplicação e testar o dispositivo em campo para avaliar seu comportamento;
 Estimar a economia alcançada com o projeto relacionada ao tempo que se perdia
procurando os EMH, e a redução do risco de extravio.
4. MATERIAIS E MÉTODOS

O sistema segue a arquitetura básica do RFID, composto pela tag ou etiqueta,


leitor/antena e middleware. A tag, responsável pelo reconhecimento do item, será
fixada individualmente nos EMH e, nela, serão cadastrados os dados do equipamento. O
leitor é o dispositivo composto pelo circuito eletrônico gerador do sinal de
radiofrequência e que contém a antena que propaga o sinal. Por fim, o middleware ou
mediador é responsável pela integração entre os componentes do sistema de RFID com
o banco de dados. O middleware irá tratar o sinal recebido e, processar e cadastrar os
dados relevantes no banco de dados.
Nesta proposta de pesquisa os leitores ficarão instalados em pontos estratégicos
das acomodações das instituições de saúde. Existem no mercado diversos tipos de
padrões de comunicação RFID, conforme mostrado na Tabela 2, e cada padrão traz
consigo características específicas. No inicio do estudo, foi pensado em desenvolver o
projeto para a tecnologia RFID em ultra alta frequência com etiquetas passivas. A
grande vantagem deste padrão é o baixo custo da etiqueta tag e sua durabilidade, porém
existe a desvantagem do alto custo do leitor. Uma forma de reduzir o custo do projeto
foi utilizar as tag’s ativas, ainda dentro da faixa de ultra alta frequência, porém com
frequência de trabalho menor, 433Mhz. Devido ao fato de os equipamentos hospitalares
serem submetidos à manutenção preventiva periodicamente, a troca das baterias e
manutenção das tag's serão efetuadas concomitantemente.

4.1 Módulos RF 433 MHz

Os módulos RF são dispositivos que permitem uma fácil comunicação sem fio
utilizando de radio frequência, trabalham com modulação AM (Modulação em
amplitude) com frequência de 433 MHz. Sua tensão de trabalho varia entre 3 a 12 V,
apresentando maior alcance quando utilizado com valor próximo ao máximo de tensão.
A Figura 2 apresenta o módulo transmissor (tx), que possui 3 pinos, alimentação, dados
e terra, e o módulo receptor (rx), que possui 4 pinos, alimentação, 2 pinos de dados e
terra (FERREIRA; RIBEIRO,2018).
Figura 2- Módulos transmissor e receptor 433 MHz
Fonte: felipeflop (2018).

4.2 Transponder (Composição da Tag Ativa)

O módulo tx somente tem a função de modular o sinal e transmiti-lo, portanto,


para complementar o circuito, é necessário um componente para armazenar os dados e
transmiti-los para o módulo tx. Para isso, será utilizado uma plataforma de prototipagem
conhecida como ATTiny85, mostrada na Figura 3.

Figura 3 - Placa de desenvolvimento ATTiny85


Fonte: felipeflop (2018).

A ATTiny85 é muito utilizada em projetos de internet das coisas (Internet of


things - IOT ), devido ao seu tamanho reduzido, baixo consumo e custo relativamente
baixo. Ela possui um microcontrolador de 8 bit's , 512 bytes de memória SRAM e de
EEPROM , e uma memória flash de 8 kb. Sua tensão de trabalho vai de 1,5 a 5,5V,
possuindo 6 pinos de I/O ( iInput/Output ) (ATMEL, 2013).
. 4.3 Circuito Receptor

O circuito receptor deverá conter, em sua montagem, o módulo rx, que captará a
mensagem enviada pelo módulo tx, decodificando-a e transmitindo-a para a uma
plataforma de prototipagem do tipo arduino uno. Junto a estes componentes, haverá um
módulo wireless do tipo ESP8266, realizando a comunicação entre o receptor e a
intranet do hospital, presente nos diversos pontos de acessos espalhados nos setores da
instituição, de forma que os dados sejam enviados em tempo real para o servidor em
que estará alocado o middleware.

4.3.1 Arduino

O hardware Arduino consiste em um projeto simples de código aberto para o


controlador e que possui um processador do tipo Atmel AVR, com suporte de entrada e
saídas (E/S) integrado. O software utiliza de linguagem padrão e o gerenciador de
inicialização é executado na placa. Em outras palavras, o Arduino é um pequeno
computador que se é capaz de programarprogramável para processar entradas e saídas
entre o dispositivo e componentes conectados a ele, c. Conhecido como plataforma de
computação física ou embarcada que interage com o ambiente através de hardware e
software (MCROBERTS,2010).
Na Figura 3, pode-se observar a disposição das conexões de comunicação,
alimentação elétrica, a chave para reset e o microcontrolador ATmega328, o qual
corresponde ao cérebro da placa.
Em suas especificações técnicas, o microcontrolador ATmega328 possui 14
portas digitais, sendo 6 com controle de largura de pulso (PWM), 6 portas analógicas,
memórias SRAM de 2kb e EEPROM de 1kb.
Figura 3- Placa Arduino
Fonte: felipeflop (2018).

4.3.2 Módulo wireless ESP8266

O circuito receptor deve estar a todo tempo em conexão com o middleware,


transmitindo os dados em tempo real. Para isso, há necessidade de conexão de rede com
a intranet, que poderia ser efetuada via cabo ou sem fio utilizando da rede wireless já
disponível na instituição de saúde. O modo escolhido foi o sem fio, fazendo a escolha
por usar um módulo wireless que garantirá que o circuito receptor fique conectado ao
sistema. O módulo escolhido é o ESP8266, apresentado na Figura 4.

Figura 4- Módulo Wireless ESP8266


Fonte: felipeflop (2018).

A placa ESP8266, trabalha com alimentação de 3,3 V , seu alcance de


comunicação sem fio pode chegar a aproximadamente 90 metros, suporta comunicação
UDP (Protocolo de Datagrama do Usuário) e TCP (Protocolo de Controle e
Transmissão), possui comunicação serial (tx/rx) e ainda possui um sensor de
temperatura interno (ESPRESSIF SYSTEMS, 2018).

4.4 Middleware

O middleware trabalha em conjunto com o banco de dados, auxiliando o


inventário e o controle de equipamentos em tempo real. Na função banco de dados, o
usuário será capaz de cadastrar os equipamentos, realizar inventário e gerar relatórios.
Segundo Glover e Bhatt (2006), existem três motivos básicos de utilização do
middleware na rádio frequência:
 Encapsular as informações a partir da interface dos dispositivos;
 Diminuir o volume de informação, processando os dados para que as aplicações
só recebam eventos de alto nível captados pelos leitores.
 Prover uma interface para o gerenciamento dos leitores e consulta de
observações em nível de aplicação final.

4.4.1 MySQL

O MySQL é um sistema de gerenciamento de banco de dados, que utiliza a


linguagem SQL como interface. É amplamente utilizada de em bancos de dados
relacionais, sendo considerada uma ferramenta de manipulação de base de dados de
tamanho moderado. Atualmente, é o sistema de código aberto mais popular do mundo e
um dos mais rápidos do mercado, apresentando quase todas as funcionalidades dos
grandes bancos de dados (GILMORE, 2008). Para este trabalho, o MySQL, é
fundamental, devido a sua liberdade de trabalho , por ser de código aberto. O objetivo é
utilizá-lo para trabalhar em conjunto com uma aplicação utilizando linguagem Java.
5. RESULTADOS ESPERADOS

Espera-se que com a implantação do sistema RFID, o modelo atual de


cadastramento consiga ser melhorado de forma que o que hoje é somente o somatório de
uma etiqueta com uma planilha virtual, consiga evoluir para uma ferramenta de controle
em tempo real, a fim de que o controle de uso se torne mais preciso e eficaz.
Existem vários padrões para o controle via RFID, com a escolha de trabalhar
com a frequência de 433 MHz estima-se um investimento de aproximadamente 200
reais por equipamento, (valor estimado com base no valor dos componentes do
transmissor e do receptor, excluindo o valor do servidor pois este é um gasto fixo
independente da quantidade de equipamentos), um valor que pode ser considerado baixo
com relação ao custo de um ventilador pulmonar microprocessado, que varia de 40 mil
a 90 mil reais, ou um monitor de sinais vitais com parâmetros básicos ( oxiímetria,
eletrocardiograma, pressão não invasiva e módulo de leitura de temperatura corporal ),
cujos custos podem variar de 5 a 15 mil reais. Alguns módulos que complementam
esses monitores de sinais vitais, como, por exemplo, capnografia ou pressão invasiva,
podem acrescentar valores de até 10 mil reais a mais em cada unidade. Esse valor de
investimento também pode ser considerado pequeno caso fosse planejado a
implementação com etiquetas passivas em frequência de 890 MHz, pois, apesar do
baixo valor pequeno das tag's , uma média de 3 reais por unidade, o custo do
transmissor é bem elevado, podendo custar até 3 mil reais, o que caracteriza um
investimento inviável devido a necessidade de várias unidades para cobrir toda a área do
hospital.
Com a implementação do sistema de rastreio ocorrerá a minimização da
possibilidade de extravio ou de empréstimo desavisado, resguardando a instituição de
sofrer prejuízos. Também espera-se reduzir o tempo de procura deste tipo de
equipamento para algo em torno de 5 a 10 minutos, o que hoje pode gastar até horas,
principalmente em finais de semana em que não há colaborador da equipe de engenharia
clínica, e este tem que ser contatado para que vá até a instituição de saúde e consiga
disponibilizar algum equipamento para o paciente. Com isso, o paciente não será
prejudicado pelo tempo que ficou sem suporte e o hospital reduzirá gastos com um
colaborador que ficaria responsável somente por encontrar o equipamento disponível.
6. ORÇAMENTO

A Tabela 4 apresenta os materiais e recursos que serão necessários para o


desenvolvimento deste trabalho.

Tabela 4. Materiais e recursos necessários para a realização do trabalho.


Materiais Quantidade Valor Unitário (R$) Valor Total (R$)
Microcomputador (servidor) 1 unid. 994,00 994,00
Módulo RF (tx e rx) 1 unid. 10,36 10,36
Arduino Uno 1 unid. 54,90 53,90
ATTiny85 1 unid. 21,90 21,90
Módulo Baterias NI-MH 4,8V 1 unid 70,00 70,00
Módulo Wireless ESP8266 1 unid 25,56 25,56
Mini fonte Ac-Dc 5V 1 unid 18,49 18,49
Custo Total 1194,21
7. CRONOGRAMA

Na Tabela 5 é apresentado o cronograma das atividades a serem desenvolvidas


para o TCCI e TCCII.

Tabela 5. Cronograma previsto para o desenvolvimento das atividades do TCC I e TCC II.
Mês Ago Set Out Nov Dez jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul

Definição do tema X
do trabalho
Definição dos X
objetivos do
trabalho
Levantamento X X X
Bibliográfico
Elaboração do X X
Referencial
Teórico
Redação do X X X
Projeto (TCC I)
Entrega do X
Projeto Final
TCC I
Apresentação do X
TCC I
Inicio dos testes X X
com os módulo e
coleta dos dados
Inicio dos testes X X
de comunicação
com o servidor
Tabulação dos X X X
dados e discussão
dos resultados
Elaboração do X X X X
Artigo
Defesa do Artigo X

Entrega final do X
Artigo
Encontros com o X X X X X X X X X X
orientador
REFERÊNCIAS

BRONZINO, Joseph D.. Clinical Engineering : Evolution of a discipline. In: DYRO,


Joseph (Org.). The Clinical engineering handbook: the biomedical engineering series.
Hartford: Academic Press, 2004. Cap. 1. p. 3.

SWEENEY, Patrick J.. RFID for Dummies: A Reference for the Rest of Us.
Indianápolis: Wiley, 2005. 408 p.

RIDGWAY, Malcolm G.; JOHNSTON, George I.; MCCLAIN, Joseph P.. History of
Engineering and Technology in Health Care. In: DYRO, Joseph. The Clinical
engineering handbook: the biomedical engineering series. Hartford: Academic Press,
2004. Cap. 2. p. 7-8.

RAMIREZ, E. F. F.;CALIL S.J. Engenharia Clínica: Parte I - Origens (1942 - 1996). In.
SEMINÁRIOS DE CIÊNCIAS EXATAS/TECNOLÓGICAS, v.21, n.4, 2000.
Londrina, p.27-33.

ROBERTI, Mark. The History of RFID Technology. 2005. Disponível em:


<https://www.rfidjournal.com/articles/view?1338>. Acesso em: 12 set. 2018.

FELIPEFLOP (Florianópolis). Módulo RF Transmissor + Receptor 433MHz


AM. Disponível em: <https://www.filipeflop.com/produto/modulo-rf-transmissor-
receptor-433mhz-am/>. Acesso em: 30 set. 2018.

GLOVER, Bill; BHATT, Himanshu. RFID Essentials. Sebastopol: O'reilly Media,


2009. 288 p.

FELIPEFLOP (Florianópolis). Placa de Desenvolvimento ATTiny85. Disponível em:


<https://www.filipeflop.com/produto/placa-de-desenvolvimento-attiny85/>. Acesso em:
02 out. 2018.
FERREIRA, David Alan de Oliveira; RIBEIRO, Laura Michaela Batista. Análise de
Comunicação RF 433 MHz em Protótipo de Monitoramento Doméstico. Journal Of
Engineering And Technology For Applications. Manaus, p. 25-26. 30 mar. 2018.

ATMEL (Estados Unidos). Atmel 8-bit AVR Microcontroller with 2/4/8K Bytes In-
System Programmable Flash. 2013. Disponível em:
<http://ww1.microchip.com/downloads/en/devicedoc/atmel-2586-avr-8-bit-
microcontroller-attiny25-attiny45-attiny85_datasheet.pdf>. Acesso em: 10 out. 2018.

MCROBERTS, Michael. Beginning Arduino. New York: Apress, 2010. 433 p.

FELIPEFLOP (Florianópolis). Placa Uno R3 + Cabo USB para Arduino. Disponível


em: <https://www.filipeflop.com/produto/placa-uno-r3-cabo-usb-para-arduino/>.
Acesso em: 10 out. 2018.

FELIPEFLOP (Florianópolis). Módulo WiFi ESP8266 ESP-01. Disponível em:


<https://www.filipeflop.com/produto/modulo-wifi-esp8266-esp-01/>. Acesso em: 10
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ESPRESSIF SYSTEMS (Shanghai). Esp8266ex Datasheet. 2018. Disponível em:


<https://www.espressif.com/sites/default/files/documentation/0a-
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GILMORE, W. Jason. Dominado PHP e MySQL: Do Iniciante Ao Profissional. Jacaré:


Alta Books, 2010. 770 p.

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