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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Estequiometria
Segundo Atkins e Jones (2006), a química faz parte das ciências físicas, e,
por isso, faz uso de procedimentos quantitativos além dos conceitos qualitativos. A
importância da estequiometria está diretamente ligada à importância da
quantificação dos materiais envolvidos em reações químicas. Uma vez que, em
Mahan (1995), uma reação química, do ponto de vista da concepção de Joseph
Dalton, é uma recombinação de átomos, e admitindo que cada substância possui
uma proporção definida de átomos combinados, a análise estequiométrica faz-se
necessária para a determinação das quantidades envolvidas. Neste sentido, todo
processo envolvendo reações químicas onde se deseja manipular as quantidades,
torna-se necessário o uso de cálculos estequiométricos. Fortalecendo esta
afirmação, encontra-se na literatura exemplos de aplicações em diversas áreas
envolvendo processos com reações químicas cujos quais utilizam em suas
metodologias a determinação estequiométrica dos compostos envolvidos.
Jerônimo e Melo (2012) utilizaram cálculos estequiométricos em sua
metodologia para a caracterização dos resíduos químicos de um laboratório de
análises físico-químicas e microbiológicas de águas e efluentes, tendo em vista, o
futuro reaproveitamento desses materiais a partir de sua recuperação ou o descarte
ambientalmente correto.
Na área de nanomateriais, Belucci (2009) realizou a síntese da fase cerâmica
policristalina KSr2Nb5O15, segundo o qual apresenta grande potencial de aplicação
em dispositivos sensores, atuadores, memórias não voláteis, transdutores, filtros e
capacitores. O processo se passa pela etapa da combinação de reagentes em um
béquer inicialmente com suas quantidades definidas, e, por meio de cálculos
estequiométricos, determina-se a quantidade formada de produtos.
Junior e Lorenzi (2007) analisaram possíveis cenários de exposição de gás
SO2 emitido em um acidente químico ocorrido em uma indústria de fabricação de
ácido sulfúrico de modo a estimar a magnitude das concentrações dos poluentes
nos arredores. Empregaram o cálculo estequiométrico na avaliação da quantidade
de gás SO2 produzida pela combustão do enxofre, considerando os dados de
partida da quantidade de reagentes envolvida na partida da fábrica.
Em relatório elaborado pela Petrobras (2010), na qual analisa emissões
fugitivas de gases de efeito estufa na indústria de petróleo e gás natural,
determinou-se na metodologia que as emissões de CO2 seriam estimadas a partir
de cálculo estequiométrico e da eficiência de conversão do carbono para CO2
presente no gás a ser queimado.
Mahan (1995) define estequiometria como aquilo que “compreende os
requisitos atômicos das substâncias que participam de uma reação química,
particularmente no que diz respeito ao peso”. Brown, Lemay e Bursten (2005)
afirmam que a estequiometria está baseada no entendimento de massas atômicas e
no princípio da Lei da Conservação de Massas de Antonie Lavosier, que diz que “a
massa total de uma substância presente ao final de uma reação química é a mesma
massa total do início da reação”. Neste sentido, Mahan (1995) complementa que a
estequiometria está embasada nas leis quantitativas da combinação química,
denominadas: lei das proporções definidas, lei das proporções múltiplas e lei das
proporções equivalentes. Todo este conjunto de leis citado é também conhecido por
Leis Ponderais.
Entrando no campo mais prático, surge o conceito de equações químicas
como forma de denotar as reações químicas. De acordo com Brown, Lemay e
Bursten (2005), ao representar uma equação química que segue os princípios
anteriormente descritos, diz-se que esta equação está balanceada. Segundo Atkins
e Jones (2006), os dados referentes às quantidades envolvidas são usualmente
representados pelo número de substâncias ou elementos envolvidos, pela massa e
pelo volume dos mesmos, sendo que nem sempre todas essas informações estarão
envolvidas. Além disso, ele instrui que deve-se levar em consideração fatores como
rendimento da reação, a presença de outros compostos reagindo em competição ou
mesmo o fato de nem sempre as reações serem completas, de modo que estes
detalhes interferem nos resultados do cálculo estequiométrico.
Precipitação
Filtração
JUNIOR, Luiz Martins; LORENZI, Ricardo Luiz. Acidente químico com dióxido de
enxofre em um populoso distrito de uma grande metrópole: cenários de ex-posição
a partir de um modelo Gaussiano de dispersão. RBSO, v. 32, n. 116, p. 31-37, 2007.