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RESUMO

O presente relatório tem por objetivo, por meio de dois experimentos,


determinar parâmetros de rendimento e reagente limitante, bem como as
quantidades em massa dos compostos formados por meio de reações químicas
aplicando cálculos estequiométricos. No primeiro experimento, procurou-se
determinar o rendimento de uma reação envolvendo três soluções com diferentes
concentrações de carbonato de sódio (Na2CO3) e uma solução contendo 5 ml de
cloreto de cálcio (CaCl2). Nesse processo, o resultado é uma solução contendo
cloreto de sódio (NaCl) e a formação do precipitado de carbonato de cálcio
(CaCO3). A determinação do rendimento se dá medindo a quantidade de
precipitado formada, isolando-o por meio de filtração e pesando-o, e em seguida,
comparando o valor com a quantidade esperada em uma reação com 100% de
rendimento. No segundo experimento, buscou-se analisar a decomposição do
bicarbonato de sódio e estabelecer a relação estequiométrica a partir da liberação
do CO2 (g) para determinar a massa de bicarbonato contida em cada cápsula de
um antiácido. Para tanto, o teor de bicarbonato de sódio (NaHCO3) foi calculado a
partir da massa de dióxido de carbono (CO2) produzido na efervescência
misturando a cápsula de antiácido a uma solução de ácido clorídrico (HCl),
produzindo cloreto de sódio (NaCl) e ácido carbônico (H2C03). À partir da
decomposição do ácido carbônico, ocorre a liberação de CO2, que escapa da
solução como um gás, alterando a massa final do sistema. A massa de dióxido de
carbono produzido foi calculada subtraindo-se a massa final da massa inicial. O
cálculo da massa de bicarbonato de sódio contida em cada cápsula foi realizado
comparando as quantidades proporcionais de massa molar e da massa medida no
experimento por meio de regra de três.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A abordagem teórica deste relatório engloba os conceitos de estequiometria,


precipitação e filtração.

Estequiometria

Segundo Atkins e Jones (2006), a química faz parte das ciências físicas, e,
por isso, faz uso de procedimentos quantitativos além dos conceitos qualitativos. A
importância da estequiometria está diretamente ligada à importância da
quantificação dos materiais envolvidos em reações químicas. Uma vez que, em
Mahan (1995), uma reação química, do ponto de vista da concepção de Joseph
Dalton, é uma recombinação de átomos, e admitindo que cada substância possui
uma proporção definida de átomos combinados, a análise estequiométrica faz-se
necessária para a determinação das quantidades envolvidas. Neste sentido, todo
processo envolvendo reações químicas onde se deseja manipular as quantidades,
torna-se necessário o uso de cálculos estequiométricos. Fortalecendo esta
afirmação, encontra-se na literatura exemplos de aplicações em diversas áreas
envolvendo processos com reações químicas cujos quais utilizam em suas
metodologias a determinação estequiométrica dos compostos envolvidos.
Jerônimo e Melo (2012) utilizaram cálculos estequiométricos em sua
metodologia para a caracterização dos resíduos químicos de um laboratório de
análises físico-químicas e microbiológicas de águas e efluentes, tendo em vista, o
futuro reaproveitamento desses materiais a partir de sua recuperação ou o descarte
ambientalmente correto.
Na área de nanomateriais, Belucci (2009) realizou a síntese da fase cerâmica
policristalina KSr2Nb5O15, segundo o qual apresenta grande potencial de aplicação
em dispositivos sensores, atuadores, memórias não voláteis, transdutores, filtros e
capacitores. O processo se passa pela etapa da combinação de reagentes em um
béquer inicialmente com suas quantidades definidas, e, por meio de cálculos
estequiométricos, determina-se a quantidade formada de produtos.
Junior e Lorenzi (2007) analisaram possíveis cenários de exposição de gás
SO2 emitido em um acidente químico ocorrido em uma indústria de fabricação de
ácido sulfúrico de modo a estimar a magnitude das concentrações dos poluentes
nos arredores. Empregaram o cálculo estequiométrico na avaliação da quantidade
de gás SO2 produzida pela combustão do enxofre, considerando os dados de
partida da quantidade de reagentes envolvida na partida da fábrica.
Em relatório elaborado pela Petrobras (2010), na qual analisa emissões
fugitivas de gases de efeito estufa na indústria de petróleo e gás natural,
determinou-se na metodologia que as emissões de CO2 seriam estimadas a partir
de cálculo estequiométrico e da eficiência de conversão do carbono para CO2
presente no gás a ser queimado.
Mahan (1995) define estequiometria como aquilo que “compreende os
requisitos atômicos das substâncias que participam de uma reação química,
particularmente no que diz respeito ao peso”. Brown, Lemay e Bursten (2005)
afirmam que a estequiometria está baseada no entendimento de massas atômicas e
no princípio da Lei da Conservação de Massas de Antonie Lavosier, que diz que “a
massa total de uma substância presente ao final de uma reação química é a mesma
massa total do início da reação”. Neste sentido, Mahan (1995) complementa que a
estequiometria está embasada nas leis quantitativas da combinação química,
denominadas: lei das proporções definidas, lei das proporções múltiplas e lei das
proporções equivalentes. Todo este conjunto de leis citado é também conhecido por
Leis Ponderais.
Entrando no campo mais prático, surge o conceito de equações químicas
como forma de denotar as reações químicas. De acordo com Brown, Lemay e
Bursten (2005), ao representar uma equação química que segue os princípios
anteriormente descritos, diz-se que esta equação está balanceada. Segundo Atkins
e Jones (2006), os dados referentes às quantidades envolvidas são usualmente
representados pelo número de substâncias ou elementos envolvidos, pela massa e
pelo volume dos mesmos, sendo que nem sempre todas essas informações estarão
envolvidas. Além disso, ele instrui que deve-se levar em consideração fatores como
rendimento da reação, a presença de outros compostos reagindo em competição ou
mesmo o fato de nem sempre as reações serem completas, de modo que estes
detalhes interferem nos resultados do cálculo estequiométrico.

Precipitação

"Ocorre uma reação de precipitação quando duas soluções de eletrólitos


fortes são misturadas e eles reagem para formar um sólido insolúvel." (ATKINS,
2005, p. 83)
Pode-se definir uma reação de precipítação quando ocorre reação de dois
liquidos formando um sólido, o qual é chamado de precipitado.
Para Atkins (2005, p. 84), as reações de precipitação podem ter diversas
aplicações, sendo elas:
Filtração - separação do precipitado formado, da mistura reacional.
Análise Qualitativa - Determinação das substâncias formadas na reação.
Identificação dos íons.
Análise Quantitativa - Determinação da quantidade das substâncias presentes.
Análise Gravimétrica - Cacula-se a massa do precipitado formado.

Filtração

A filtração é um processo físico para a separação de misturas heterogêneas.


Podem ser citados dois tipos de filtração: filtração simples e filtração a vácuo. No
experimento feito em laboratório, foi utilizado a técnica de filtração simples com
análise gravimétrica para separar o precipitado formado, da demais mistura.
Filtração é uma técnica aplicada na separação de sólidos
suspensos (como precipitados) de meios líquidos, sendo a mais
importante técnica na análise gravimétrica. Trata-se essencialmente
de uma separação por permeação onde o sólido é separado do
líquido fazendo a mistura passar através de uma superfície porosa,
chamada meio filtrante (BASTOS; AFONSO, 2015, p. 750).
Após ter ocorrido a reação, foi separado o precipitado por meio da filtração
simples. Foi dobrado duas vezes o papel de filtro e colocado em um funil de
pequeno porte. Um béquer foi colocado em baixo para coletar o filtrado, fazendo
apenas o precipitado ficar no papel de filtro. Foi colocado em um vidro de relógio e
levado a estufa por uma hora. Após esse procedimento foi possível medir em uma
balança a massa do precipitado formado.
"A velocidade da filtração depende, além do meio filtrante, da temperatura da
solução, do tipo de precipitado e da pressão aplicada ao sistema." (BASTOS;
AFONSO, 2015, p. 750).
ATKINS, Peter; JONES, Loretta. Principios de Química: Questionando a Vida
Moderna e o Meio Ambiente. 3 ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.

BASTOS, Alexander Rangel; AFONSO, Júlio Carlos. Química nova. Separação


Sólido-Líquido: Centrífugas e papéis de filtro. Rio de Janeiro: v. 38, n. 5, p. 750,
2015.

BELLUCCI, Felipe Silva. Caracterização dielétrica de partículas nanométricas e


nanoestruturadas de óxido de niobato da família tetragonal tungstênio bronze com
estequiometria K'Sr IND. 2'N'b IND. 5''O IND. 15'. 2009.

BROWN, Theodore; LEMAY, H. Eugene; BURSTEN, Bruce E. Química: a ciência


central. 9 ed. Prentice-Hall, 2005.

MAHAN, Bruce M. Química: um curso universitário/Bruce M. Mahan, Rollie J. Myers;


coordenador Henrique Eisi Toma; tradutores Koiti Araki, Denise de Oliveira Silva,
Flávio Massao Matsumoto. - São Paulo: Edgard Blücher, 1995.

JERONIMO, Carlos Enrique; MELO, Henio Normando Sousa. CARACTERIZAÇÃO


DOS RESÍDUOS QUÍMICOS DE UM LABORATÓRIO DE ANÁLISES FÍSICO-
QUÍMICAS E MICROBIOLÓGICAS DE ÁGUAS E EFLUENTES. Electronic Journal
of Management, Education and Environmental Technology (REGET), v. 7, n. 7, p.
1520-1526, 2012.

JUNIOR, Luiz Martins; LORENZI, Ricardo Luiz. Acidente químico com dióxido de
enxofre em um populoso distrito de uma grande metrópole: cenários de ex-posição
a partir de um modelo Gaussiano de dispersão. RBSO, v. 32, n. 116, p. 31-37, 2007.

PETROBRAS. Emissões fugitivas de gases de efeito estufa na indústria de petróleo


e gás natural. 2010.

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