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II Òyèkú Méjì (a) 1. Òyè.

Esta é uma forma abreviada do nome


Òyèkú, o segundo principal Odù de Ifá da coleção dos escritos
de Ifá, da qual este poema é extraído. 2. Èsù é a divindade
que recebe todos os sacrifícios em favor de todas as outras
divindades. O peixe chamou Èsù de ladrão nesta história
porque ela pensou que estivesse sendo mandada oferecer um
sacrifício desnecessário a Exu 181
3.Ògbún.Uma cabaça oca usada para pegar e retirar àgua do rio
que está sendo drenado do seu conteúdo. Seu perfil oco,
permite rápida e fácil drenagem da àgua sem muito esforço. 4.
Este verso na verdade significa que após pegar o peixe, os
seres humanos cozinharam-no e comeram-no com inhame pilado, a
comida favorita dos Yorubá. 5. A ordem de Exu aqui referida é
uma alusãoao poder desta divindade como o protetor do axé, o
divino e altamente potente pó com o qual Olodumarè criou o
universo e mantém suas leis físicas. Exu é tido como o
mantenedor de uma cópia daquele poder,e com ele, ele e outras
divindades ( que normalmente tomam o pó emprestado dele)
possam exercer feitos sobrenaturais. E foi com o uso deste
pó, portanto, que Exu ordenou que as espécies de peixe
deveriam continuar tendo sucesso na terra a despeito dos
constantes ataques dos seres humanos. (b) 1. A bengala é
usada para desvencilhar-se da àgua que agarrou-se nas folhas
em ambos os lados de um caminho estreito na fazenda, de forma
a prevenir a pessoa de molhar sua roupa ao passar pelo
caminho. 2. A maioria das estradas que levam aos povoados e
fazendas Yorubá, são caminhos estreitos. Alguns deste
caminhos são tão estreitos que um pé tem qeue literalmente
brigar com o outro para passar por ele. 3. Céu aqui é usado
como um equivalente em inglês para òrun que se refere ao
local no qual os mortos vão após a morte. Òrun é o Lar das
divindades e ancestrais. Entretanto, a concepção cristã
(ocidental) de céu não é exatamente a mesma que aquela dos
Yoruba com relação ao òrun. 4. O Yorubá não usa roupa
vermelha para cobrir o morto. Para ele, vermelho significa
perigo e desassossego. Uma vez que o morto precisa de paz,
não é de surpreender que o Yorubá não cubra o morto com pano
que tenha qualquer conteúdo de vermelho. O morto é primeiro
envolto em panos brancos e novamente coberto com camadas de
panos com outros matizes de cores que não sejam vermelho. 182
(c) 1. Atàtà-tanin-tanin. Este é o nome de um sacerdote de
Ifá.O nome dele provavelmente se refere a sua extraordinária
força. Todos os sacerdotes de Ifá usam apelidos junto com
seus nomes comuns.Quando eles estão junto com os companheiros
sacerdotes de Ifá, eles chamam-se pelos seus apelidos. 2.
Olomo; Este é um outro nome para montanha ou colina. Para os
Yoruba, a montanha é uma coisa de assombro, provavelmente
porque grande parte de seu pais é um plano ondulado por
montanhas quebrado somente por algumas colinas rochosas que
dominam a paisagem como um gigante entre os homens. A força e
sesação de imortalidade da montanha forma o substrato de
muitos poemas de Ifá. 3. Ajogun. Um nome coletivo para todos
os poderes sobrenaturais malévolos que podem lutar contra o
homem (e.g. Morte, Doença, e Perda). Estes poderes
“diabólicos” são todos personificados na poesia divinatória
de Ifá. Para os Yoruba, ajogun são o oposto da benevolência
das divindades e dos ancestrais. Portanto, enquanto estes
últimos podem ser vistos como amigos do homem, os ajogun são
os inimigos declarados dos homens, trazendo para eles,
tristeza, dor e morte.
4. Exù sempre fica do lado de fora da casa de qualquer pessoa
que estão para ser atacadas pelos ajagun desde que aquela
pessoa tenha feito sacrifício.Sempre que os ajogun encontram
Exu nesta posição, eles tornam-se fracos. Exu só vai cumprir
esta obrigação de policiar para quele que ofereceu
sacrifício; daí o ditado que diz: “eni ó rubo lÈsùú gbé” (
Exu favorece somente aqueles que ofereceram sacrifício). Como
mantenedor do axé de Olodumare, ele Exu tem poderes sobre
ambos os poderes, o benevolente e o malevolente. De fato,
alguns poemas de Ifá referem-se aos ajogun como discípulos de
Exu; e , como mencionado, as divindades não podem fazer nada
sem Esù pois elas têm que fazer uso de seu axé sempre que
quiserem executar feitos sobrenaturais. A partir deste ponto
de vista, Exu pode ser considerado uma super-divindade
universal. Sem ele,não pode haver 183
ordem,equilíbrio ou justiça. Em outras palavras, sem Exu, não há valores morais, nem
cultura e nem Deus. 5. Este é o único poema coletado pelo investigador que fala do
poder do farinha de inhame como proteção aos ataques dos ajogun. Entretanto, os
poderes médicos e alimentares da farinha de inhame, são conhecidos dos Yoruba há
muito séculos. Comida feita com farinhja de inhame forma uma importante parte da
dieta Yoruba. 6. A música do sacerdote de Ifá aquei se refere ao iyèrè que é um tipo de
poema divinatório cantado. (d) 1. Estes versos referem-se a crença Yoruba concernente a
predestinação. Para maiores explicações veja a introdução. 2. Mósajì. Acredita-se ser
uma vestimenta usada pelos reis nos tempos antigos. A roupa é tida como muito cara,
brilhante e muito quente. 3. Okúsàánú. Um nome pessoal que significa ”morte, por favor
teha misericórdia de nós. 4. Alápà. Este é um título tradicional da cidade de Ìràwé, uma
pequena cidade na divisa com Òyó.

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